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lençóis rediscover maranhenses<br />
rome<br />
As dunas nos Lençóis são<br />
íngremes. A altura não<br />
impede os viajantes de<br />
descê-las correndo e<br />
mergulhar na lagoa que se<br />
oferece lá em baixo<br />
62 Agosto 2010<br />
Um<br />
mergulho<br />
no<br />
deserto<br />
lençóis<br />
maranhenses<br />
não fossem as inúmeras lagoas de águas<br />
cristalinas e esse cenário pareceria um típico<br />
deserto da África. atravessar a pé as dunas do<br />
maranhão e compartilhar o cotidiano das famílias<br />
que habitam esse lugar selvagem é a certeza de viver<br />
uma experiência estonteante<br />
texto luis patriani | fotos valdemir cunha<br />
Agosto 2010<br />
63
lençóis maranhenses<br />
insólitO,<br />
O cenÁRiO<br />
DOs lençóis<br />
MARAnHAnses<br />
PARece nÃO seR<br />
De veRDADe<br />
Acima: o clima inclemente<br />
castiga a vegetação, embora<br />
algumas espécies, como a<br />
tartaruga, ainda consigam<br />
sobreviver <strong>aqui</strong>.<br />
Na página ao lado: as lagoas<br />
refrescantes compensam<br />
a árdua caminhada<br />
64 Agosto 2010<br />
O<br />
passo é curto. Lento. Um após o outro, numa sucessão de tímidas<br />
pernadas que levam meu corpo até o alto de uma duna no meio dos<br />
Lençóis Maranhenses, litoral sul do Estado do Maranhão. Lá em cima,<br />
o cansaço dá lugar ao espanto. A visão panorâmica tira o resto de fôlego<br />
que a íngreme subida de 30 metros me levara.<br />
Entender sua peculiar geografia é tão fácil quanto nadar em suas belas lagoas. Basta<br />
imaginar um lençol visto de cima jogado casualmente sobre uma cama formando<br />
ondulações (dunas) e vales (depressões entre dunas). Eis a origem do nome.<br />
Cenário improvável, esse deserto de 155 mil hectares (equivalente ao tamanho da cidade<br />
de São Paulo) recheado por milhares de pequenos lagos abastecidos pelas nuvens, fica<br />
ainda mais intrigante quando penso nas pessoas que vivem neste lugar insólito. É hora de<br />
descer e continuar a travessia de quatro dias e 50 quilômetros pela região. Ela só está no<br />
início. Com o vento forte esbofeteando o rosto e o calor do sol cozinhando o corpo,<br />
ponho-me a correr como um louco em direção à lagoa que se oferece fácil lá embaixo.<br />
Ao contrario da subida, as passadas agora são largas. Rápidas. Os pés entram firmes na<br />
areia fofa e dão sustentação na desenfreada descida à piscina natural.<br />
Em poucos segundos, o cenário muda radicalmente. Pulo de cabeça. Sai de cena o<br />
sol escaldante. Entra em ação a água cristalina. Refrescante. Revigorante. Em meio às<br />
plantas aquáticas e às piabinhas, pequenos peixes que adoram beliscar de leve a<br />
nossa pele, volto à superfície, entusiasmado e pronto <strong>para</strong> caminhar novamente.<br />
A imersão d<strong>aqui</strong> <strong>para</strong> frente não será apenas no fundo das lagoas multicoloridas que se<br />
formam entre os meses de janeiro a julho (período das chuvas). O mergulho, com o perdão<br />
do pobre clichê, se dará na rotina, nos hábitos das comunidades que existem neste<br />
ambiente feito de areia, vento, água e gente.<br />
A aventura começa em Barreirinhas, uma das três cidades que estão próximas ao Parque<br />
Nacional dos Lençóis Maranhenses (as outras são Santo Amaro e Primeira Cruz). A bordo de<br />
uma rápida lancha chamada de voadeira, descemos cerca de 50 quilômetros pelos meandros e<br />
furos (canais) do grandioso Rio Preguiças em direção a sua foz, perto do ponto onde iniciaremos<br />
o trekking. Ao contrario do nome, o Preguiças é cheio de força e atitude. Muita coisa acontece<br />
dentro dele. Crianças nadam. Homens pescam. E turistas usam seu leito <strong>para</strong> chegar a alguma<br />
das entradas do parque nacional. Só de largura são 100 metros de uma margem à outra.<br />
Em alguns pontos chega a ter 18 metros de profundidade. Fora a correnteza.<br />
Enquanto navego pelo caudaloso rio, margeado de buritis (a palha é muito utilizada pelo<br />
artesanato local e <strong>para</strong> fazer coberturas das casas), juçaras, e carnaúbas, imagino onde será<br />
que estão as famosas dunas maranhenses. Por enquanto, nem sinal delas. Conforme a<br />
aproximação do mar, as palmeiras que compõem a vegetação ciliar são substituídas por um<br />
alto mangue de até 12 metros, que esconde o que está por trás, tornando a expectativa do<br />
encontro ainda maior.<br />
Novembro Agosto 2010 2009<br />
65
lençóis maranhenses<br />
66 Agosto 2010<br />
Os lençóis MARAnHenses sÃO iMensOs. iMAGine A<br />
ciDADe De sÃO PAUlO cObeRtA POR DUnAs e lAGOAs<br />
sobrevoar os Lençóis ajuda a entender melhor a dimensão da região.<br />
Mesmo assim, a vista lá de cima não alcança os limites do parque<br />
Agosto 2010<br />
67
lençóis maranhenses<br />
AtRAvessAR UMA<br />
ReGiÃO cOMO essA<br />
exiGe PRePARO e<br />
esfORçO. tUDO<br />
DeviDAMente<br />
RecOMPensADO<br />
A pesca no Rio Preguiças é<br />
uma das principais fontes de<br />
renda dos moradores.<br />
Na página ao lado: neto de Zé<br />
Brito, um dos primeiros<br />
homens a povoar os Lençóis,<br />
no início do século 20, seu<br />
Raimundo tem muita história<br />
<strong>para</strong> contar<br />
68 Agosto 2010<br />
De repente, ao final de uma curva, surgem na margem direita do rio os pequenos<br />
Lençóis, um campo de dunas e lagos semelhante aos grandes Lençóis, mas que se<br />
difere no tamanho e na composição da areia, mais grossa e menos branca do que o<br />
quartzo característico do lençol, protagonista de nossa viagem. O contato com o<br />
coadjuvante é um excelente aperitivo da atração principal que está por vir.<br />
O barco segue seu rumo. Um bando de guarás voa por cima de nossas cabeças e<br />
mancha por alguns instantes o céu azul de vermelho. As palhoças, por sua vez, feitas<br />
de buriti e usadas por pescadores nômades em busca de robalos, tainhas, bagres e<br />
carapebas, decoram as margens com sua estrutura simples e eficiente.<br />
A viagem pelo Preguiças se aproxima do fim e atravessamos a agitada foz que<br />
se<strong>para</strong> os dois Lençóis. De um lado, o menor. Do outro, o gigante de 70 quilômetros<br />
de extensão por 50 km de largura, que ainda se camufla por trás da cortina verde do<br />
manguezal. O experiente barqueiro vence o duelo com as ondulações da<br />
embocadura do rio e nos deixa próximos ao Canto dos Atins, já dentro da área do<br />
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.<br />
Lagoas no deserto<br />
A noite cai e pernoitaremos <strong>aqui</strong> mesmo <strong>para</strong> iniciar a esperada jornada no<br />
dia seguinte. É difícil classificar esse lugar como vila. Só há duas casas. Uma<br />
delas é a de Luzia Diniz dos Santos. A outra pertence a seu irmão, Antônio. A dupla<br />
é conhecida por servir um delicioso camarão. Aberto nas costas, o crustáceo é<br />
recheado de urucum e pre<strong>para</strong>do na brasa. O sabor levemente defumado intriga o<br />
paladar e faz sucesso. No dia seguinte, o sol mal põe a cara <strong>para</strong> fora e já estamos, assim<br />
como ele, de pé. Uma Toyota dá uma forcinha e leva o grupo até a foz do Rio Negro, cuja<br />
calha corta os Lençóis ao meio, e de onde iniciaremos a travessia. Sem a ajuda do veículo<br />
off-road teríamos que andar 20 quilômetros pelas praias dos Lençóis (no total são 70<br />
quilômetros), que só não são desertas por conta da presença das gaivotas, carcarás,<br />
tartarugas verdes e várias espécies de aves marinhas.<br />
Enquanto percorremos a orla, ainda auxiliados pelas quatro rodas, já é possível notar que<br />
estamos num lugar diferente. Em alguns trechos, as dunas se juntam com a praia. Mais a<br />
frente, o veículo tem certa dificuldade em passar por uma correnteza que corre em<br />
direção ao mar. A água vaza incessante de uma lagoa. A onipresença delas não deixa<br />
dúvida. Os Lençóis Maranhenses, enfim, começam a se apresentar.<br />
O carro <strong>para</strong> e desliga o motor. D<strong>aqui</strong> <strong>para</strong> frente, o único barulho forte será feito<br />
pelos ventos alísios que sopram do nordeste. Seremos levados pelos pés e por Joilson<br />
Brito, um nativo da região que conhece como poucos as quase indecifráveis trilhas,<br />
Agosto 2010<br />
69
lençóis maranhenses<br />
AlGUMAs POUcAs<br />
fAMÍliAs viveM<br />
nO cenÁRiO<br />
AfRicAnO eM<br />
PlenO nORDeste<br />
DO bRAsil<br />
o oásis da Queimada dos<br />
Britos esbanja verde pela<br />
manhã e tranquilidade à<br />
noite. Na página ao lado:<br />
correr pelas dunas é a<br />
principal brincadeira das<br />
crianças na comunidade da<br />
Baixa Gande<br />
70 Agosto 2010<br />
constantemente varridas pela ventania. O destino no primeiro dia é a Baixa<br />
Grande, um oásis onde nasceu o nosso guia, além de ser morada dos pais dele.<br />
Mal começamos a andar e já surge a primeira lagoa pelo caminho. A cor dela é<br />
de um verde gritante. A tonalidade ocorre por causa da vegetação em seu fundo,<br />
ajudada pela transparência da água limpa. Três morrarias depois (como as dunas<br />
são chamadas pela comunidade local) e mais uma lagoa surge a nossa frente.<br />
Desta vez ela é azul. Ao contrário da primeira, a ausência de plantas no fundo faz<br />
a piscina de areia ganhar a cor do céu.<br />
À sombra do cajuzeiro<br />
Enquanto caminho, um pensamento fustiga a minha cabeça mais do que<br />
o calor, bastante atenuado pelos ventos e pelo cedo horário em que iniciamos<br />
a travessia. Que tipo de deserto generoso é esse <strong>para</strong> quem tenta desafiá-lo?<br />
A com<strong>para</strong>ção com o Saara, a referência mundial do gênero, é inevitável.<br />
Ambos têm grandes áreas desabitadas, são áridos e muito quentes.<br />
As semelhanças entre os dois <strong>para</strong> por aí. O índice pluviométrico dos Lençóis<br />
Maranhenses, de 1.250 milímetros por ano, em média, o mesmo número<br />
registrado em outras partes do litoral nordestino, como Fortaleza ou Recife, faria<br />
o colega africano morrer de inveja. Ou de sede.<br />
Alheio as minhas divagações, o guia segue resoluto à frente. A determinação do<br />
jovem andarilho em chegar cedo à casa de seus pais se dá por dois motivos. O primeiro<br />
é evitar o sol forte do meio-dia, um dos piores erros cometidos por aventureiros<br />
desavisados. O segundo objetivo é o próprio Joilson quem diz, enquanto ajeita o<br />
chapéu. “Tenho que ir atrás de um boi bravo que está desgarrado. Vendi o animal e o<br />
novo dono vai buscar à tarde.”<br />
Três horas depois do início da caminhada, enfim, chegamos a Baixa Grande, um<br />
oásis verde em que vivem seis famílias, encravado no meio do improvável deserto<br />
maranhense. Como era esperado, Joilson, não sem antes pedir a benção <strong>para</strong> sua<br />
mãe Rosidete e o pai Moacir Brito, foi logo montando no cavalo e indo atrás do<br />
bicho fugido. Enquanto o filho campeava, Seu Moacir diz que veio <strong>para</strong>r <strong>aqui</strong> por<br />
Agosto 2010<br />
71
lençóis maranhenses<br />
A MeDiDA qUe O<br />
viAjAnte AvAnçA,<br />
iMPROvÁveis OÁsis<br />
veRDes sURGeM<br />
cOMO se fOsseM<br />
MiRAGens<br />
As lagoas são um mosaico<br />
de formas e cores. Quando<br />
elas secam surgem<br />
diferentes texturas no<br />
cenário. Na página ao lado:<br />
um filhote de macaco prego<br />
dá seus primeiros passos na<br />
vegetação do mangue<br />
72 Agosto 2010<br />
conta de seu avô Zé Brito, um cearense refugiado da seca que mudou-se <strong>para</strong> os Lençóis<br />
ainda no início do século 20. A prosa embaixo do cajuzeiro e rodeada por cabras,<br />
porcos e galinhas, muda de curso. Pergunto se ele vai com frequência a Santo Amaro, a<br />
cidade mais próxima. “Uma vez por ano. E olhe lá”, responde. “Não gosto. Tem muita<br />
praga. Além disso, é longe demais. São nove horas andando ligeiro”, responde, com<br />
certo ar de desdém pela civilização.<br />
A conversa é interrompida por Dona Dete anunciando o almoço. O cardápio não<br />
poderia ser mais apropriado. Uma suculenta galinha caipira, que horas antes, ainda viva,<br />
assistia, incauta, a minha esclarecedora conversa com Seu Moacir. Inevitável, a<br />
providencial siesta se dá no redário, uma construção simples intercalada de colunas<br />
onde são fixados ganchos <strong>para</strong> armar as redes, feita <strong>para</strong> receber os turistas. À tarde<br />
continua no ritmo tranquilo da Baixa Grande. É hora de ver o pôr do sol na lagoa mais<br />
próxima, o que não é difícil achar por <strong>aqui</strong>.<br />
Ação do tempo<br />
À noite, o compasso desace<strong>ler</strong>a ainda mais. O ponteiro do relógio mal entra no<br />
último quarto antes das nove horas e a família já se põe a dormir. Ao contrário<br />
deles, minha cabeça ainda está acesa pela singularidade de estar presente em um<br />
oásis no centro dos Lençóis Maranhenses. Televisão é artigo de luxo por <strong>aqui</strong>.<br />
O programa é assistir o céu estrelado. Entre uma olhada no Cruzeiro do Sul e as Três<br />
Marias, relembro a caminhada de pés descalços pelas dunas, as lagoas coloridas, as<br />
conversas com os moradores. Já mais relaxado, sinto por um instante a sensação de<br />
pertencer um pouco a este lugar. Assim como o mergulho feito no fim da tarde, estou<br />
imerso no cotidiano de um singelo povoado do areal.<br />
O dia seguinte começa bem cedo. Às 5h30 já estamos pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> andar os nove<br />
quilômetros até a Queimada dos Britos, o outro povoado verde que compõe os Lençóis.<br />
Cheio de fôlego, o incansável Joilson, feliz da vida pelo dinheiro conseguido com a<br />
venda do boi, conta que estamos entrando numa área chamada de Grandes Lençóis,<br />
onde as dunas e lagoas são ainda maiores e mais bonitas.<br />
A constatação da afirmação ocorre na prática. No topo de uma duna muito alta<br />
podemos avistar a nossa próxima <strong>para</strong>da. Com a visão de 360 graus da região, fica mais<br />
fácil entender como começou a sua formação há mais de 10 mil anos. Primeiro os rios<br />
Preguiças e, sobretudo, o Parnaíba, despejaram grande quantidade de areia no oceano.<br />
As correntes marítimas se encarregaram de redistribuir essa areia ao longo do<br />
Agosto 2010<br />
73
lençóis maranhenses<br />
74<br />
litoral, e os ventos a levaram em direção ao interior do<br />
continente. O processo natural continua até hoje. Explicação<br />
dada, resta seguir viagem em direção ao nosso destino. Não sem<br />
antes nadar e nos refrescarmos várias vezes nas lagoas, e ouvir<br />
mais histórias de Joilson. “Já fiz mais de mil travessias desde que<br />
aprendi a andar <strong>aqui</strong> com o meu pai, aos 14 anos. Mas eu nunca<br />
sinto monotonia. A paisagem muda sempre”, afirma, ao mesmo<br />
tempo em que aponta <strong>para</strong> uma sequência de cinco novos<br />
buracos na areia, cavados pelo vento. “Só falta chover e no<br />
próximo inverno terei mais piscinas na minha casa”, brinca.<br />
Miragem tangível<br />
O sol está forte, mas a mancha verde que se aproxima<br />
não é uma miragem. É a Queimada dos Britos, uma<br />
comunidade onde vivem 60 pessoas, a maioria da família<br />
dos Brito, os principais povoadores dos Lençóis.<br />
Na casa de Dona Joana, onde comemos mais uma<br />
suculenta galinha caipira, Raimundo Brito, seu marido,<br />
e tio de Joilson, conta os macetes de não se perder nas<br />
morrarias. “Se a duna fica estranha, então não é a duna<br />
que se usa como caminho. Dá <strong>para</strong> sentir. O vento também<br />
é importante. Se bate de frente, indica a direção de Atins,<br />
no litoral.”<br />
Devidamente informados, seguimos <strong>para</strong> a casa de Dona<br />
Jesus, onde faremos nosso derradeiro pernoite no meio dos<br />
Lençóis. Depois de mais uma seção de astronomia no limpo e<br />
congestionado céu maranhense, fomos dormir na rede.<br />
No dia seguinte, o trekking de 15 quilômetros em direção a<br />
Betânia, uma vila fora do parque nacional, vem acompanhado<br />
pelo gosto da despedida. Junto com a iminente saudade, o<br />
cansaço das pernas parece um certificado do envolvimento<br />
profundo com a região. Um pouco antes de terminar a travessia,<br />
uma lagoa se oferece <strong>para</strong> um último mergulho. Imerso em sua<br />
água cristalina, volto à tona com a certeza de que este deserto<br />
generoso não é fruto de um sonho. Nem de miragem. LP<br />
Agosto 2010<br />
A sAUDADe De UM<br />
lUGAR De belezA<br />
incOMPARÁvel<br />
eMeRGe À MeDiDA<br />
qUe se APROxiMA A<br />
HORA DA PARtiDA<br />
A combinação de rios que<br />
levam areia <strong>para</strong> o mar e de<br />
ventos que a devolvem <strong>para</strong> o<br />
continente moldou a singular<br />
beleza dos Lençóis.<br />
Ao lado: aves fazem seus<br />
ninhos no meio da vegetação<br />
rasteira que cresce em volta de<br />
alguns lagos<br />
Agosto 2010<br />
75