Desenvolvimento de tintas naturais para caneta esferográfica - BECN
Desenvolvimento de tintas naturais para caneta esferográfica - BECN
Desenvolvimento de tintas naturais para caneta esferográfica - BECN
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
INTRODUÇÃO<br />
Tintas <strong>naturais</strong> <strong>para</strong> <strong>caneta</strong> <strong>esferográfica</strong><br />
<strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>tintas</strong> <strong>naturais</strong> <strong>para</strong> <strong>caneta</strong> <strong>esferográfica</strong><br />
Gabriel Mortensen, Lucas <strong>de</strong> Oliveira Martins,<br />
Wagner Rafael <strong>de</strong> Freitas, Weslei da Silva Ferreira<br />
Professor: Prof. Dr. Jean Jacques Bonvent, CCNH - Santo André<br />
Resumo<br />
O projeto <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>tintas</strong> a partir do pigmento retirado <strong>de</strong><br />
substâncias <strong>naturais</strong>, tenta criar alternativas em relação as <strong>tintas</strong> <strong>para</strong> <strong>caneta</strong>s<br />
<strong>esferográfica</strong>s, pois algumas das <strong>tintas</strong> usadas atualmente carregam metais<br />
tóxicos em sua composição.<br />
Conforme estudos realizados por Natalie S.<br />
Furlan em sua tese sobre <strong>tintas</strong> e <strong>caneta</strong>s<br />
<strong>esferográfica</strong>s, a análise <strong>de</strong> <strong>tintas</strong> e papéis<br />
é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse <strong>para</strong> a ciência. A<br />
composição <strong>de</strong> qualquer tinta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />
função pretendida, na qual são analisados<br />
aspectos como: Densida<strong>de</strong>, flui<strong>de</strong>z, textura<br />
e cor, além <strong>de</strong> resistência à <strong>de</strong>gradação, e<br />
ainda as condições e impactos sobre o<br />
meio ambiente.<br />
De acordo com o IDEC e com a área <strong>de</strong><br />
Toxicologia da UFRJ, a tinta presente nas<br />
<strong>caneta</strong>s <strong>esferográfica</strong>s mais utilizadas<br />
atualmente tem como componentes alguns<br />
metais. Esses metais, mesmo que diluídos<br />
pela água, formam uma tinta com baixa<br />
toxida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser prejudicial à saú<strong>de</strong>.<br />
E <strong>para</strong> se criar uma alternativa a essa tinta,<br />
o portal “Ciência Viva” indica que é possível<br />
extrair pigmentos <strong>de</strong> algumas frutas e<br />
verduras <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> tinta.<br />
OBJETIVO<br />
I<strong>de</strong>ntificar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir uma<br />
tinta <strong>para</strong> <strong>caneta</strong> <strong>esferográfica</strong> com baixa<br />
toxida<strong>de</strong> e que tenha aplicação comercial.<br />
METODOLOGIA<br />
Materiais e equipamentos utilizados: um<br />
repolho roxo médio, sementes <strong>de</strong> urucum,<br />
chapas elétricas <strong>para</strong> evaporação, quatro<br />
filtros <strong>de</strong> papel, álcool etílico hidratado,<br />
glicerina, goma arábica, bicarbonato <strong>de</strong><br />
sódio, amido, ácido acético diluído a 10%,<br />
água <strong>de</strong>stilada, seis marcadores <strong>de</strong> pH,<br />
duas <strong>caneta</strong>s bico <strong>de</strong> pena, centrífuga,<br />
amoníaco, sabonete, sabão <strong>de</strong> coco.<br />
a) Corante do repolho roxo<br />
Inicialmente seis folhas <strong>de</strong> um repolho roxo<br />
médio foram picadas, e foram colocadas em<br />
500 mL <strong>de</strong> água. Este conteúdo foi fervido a<br />
uma temperatura <strong>de</strong> 100ºC durante 35<br />
minutos, e em seguida filtramos a mistura<br />
<strong>para</strong> se<strong>para</strong>r a parte sólida, como mostram<br />
as Figuras 1a, 1b e 1c. Porém, como o<br />
corante retirado ainda estava muito diluído,<br />
o colocamos <strong>para</strong> evaporar novamente, por<br />
mais 35 minutos a temperatura <strong>de</strong> 85ºC.<br />
Figura 1. Processo <strong>para</strong> retirar o pigmento do<br />
repolho roxo. (a) folhas picadas; (b) aquecidas e (c)<br />
filtradas.<br />
IX Simpósio <strong>de</strong> Base Experimental das Ciências Naturais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do ABC – 12 e 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011<br />
(a)<br />
(b) (c)
Apesar <strong>de</strong> o corante formado estar com<br />
coloração forte, não foi possível utilizá-lo<br />
<strong>para</strong> escrever, pois estava muito diluído,<br />
então pegamos uma amostra <strong>de</strong> 40 mL com<br />
o tubo <strong>de</strong> ensaio, e centrifugamos a uma<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5000 rpm durante 10<br />
minutos. Verificamos que no final do tubo<br />
havia um corante concentrado, então<br />
retiramos 35 mL do tubo e com os 5 mL<br />
restantes repetimos o processo na<br />
centrífuga, utilizando os mesmos<br />
parâmetros.<br />
b) Corante das sementes <strong>de</strong> urucum<br />
Foi necessário amassar 3 g <strong>de</strong> sementes, e<br />
diluímos com 10 mL <strong>de</strong> álcool, apenas <strong>para</strong><br />
ficar mais fácil o manuseio da tinta formada.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
a) Corante do repolho roxo<br />
Após misturarmos o corante com outras<br />
substâncias houve mudanças na coloração<br />
da tinta presente nos béqueres (Figuras 2a<br />
e 2b).<br />
Figura 2. (a) antes e (b) após a mistura do corante<br />
com outras substâncias<br />
O pigmento do repolho po<strong>de</strong> ser também<br />
usado como medidor <strong>de</strong> pH.<br />
Os testes <strong>de</strong> mistura do corante com uma<br />
substância aglutinante (amido, cola arábica,<br />
glicerina) mostraram uma a<strong>de</strong>rência ao<br />
papel. A fim <strong>de</strong> extrair o máximo <strong>de</strong><br />
pigmento da solução, os testes <strong>de</strong><br />
centrifugação possibilitaram a obtenção <strong>de</strong><br />
uma tinta a<strong>de</strong>rente, como mostra a titulo<br />
ilustrativo a Figura 3.<br />
Figura 3. Tinta formada após a centrifugação<br />
Tintas <strong>naturais</strong> <strong>para</strong> <strong>caneta</strong> <strong>esferográfica</strong><br />
b) Corante das sementes <strong>de</strong> urucum<br />
Com o urucum os resultados foram mais<br />
rápidos. Como a semente do urucum<br />
produz uma tinta bem concentrada, foi<br />
necessário apenas diluir com um pouco <strong>de</strong><br />
álcool <strong>para</strong> que fosse possível manuseá-la<br />
com a <strong>caneta</strong> bico <strong>de</strong> pena. O resultado<br />
está expresso na Figura 4.<br />
Figura 4. Tinta obtida das sementes <strong>de</strong> urucum<br />
CONCLUSÕES<br />
Após a produção da tinta azulada a partir do<br />
repolho roxo e da tinta marrom a partir das<br />
sementes <strong>de</strong> urucum, concluímos que é<br />
possível a produção <strong>de</strong> tinta sem toxinas.<br />
Porém, como cada substância natural<br />
pesquisada necessita <strong>de</strong> um processo<br />
diferente <strong>para</strong> obter o pigmento, o<br />
rendimento é relativamente baixo. Além<br />
disso, são necessários mais testes <strong>para</strong><br />
obter maior confiabilida<strong>de</strong> nos resultados,<br />
<strong>para</strong> uma posterior produção em gran<strong>de</strong><br />
escala.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
[1]http://www.i<strong>de</strong>c.org.br/biblioteca/mcs_lixo<br />
.pdf<br />
[2]http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mIV.expo<br />
.htm<br />
[3]http://www.cienciaviva.pt/projectos/scienc<br />
educ/pigmentos.pdf<br />
[4]http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc17/a0<br />
7.pdf<br />
[5]http://www.quimica.com.br/revista/qd464/t<br />
intas2.html<br />
IX Simpósio <strong>de</strong> Base Experimental das Ciências Naturais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do ABC – 12 e 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011