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VJ FEV 091.p65 - Visão Judaica

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festa de Purim, celebrada<br />

no décimo-quarto dia de<br />

Adar neste ano, em 9 e 10<br />

de março, é o dia mais alegre<br />

do calendário judaico.<br />

Um dia, segundo nossos sábios,<br />

no qual devemos alegrar-nos mais do<br />

que em qualquer outra de nossas festas.<br />

Em Purim celebramos a milagrosa<br />

salvação dos judeus da Pérsia, que lá<br />

foram exilados após a destruição do<br />

Primeiro Templo. O nome da festa advém<br />

da palavra persa "pur", que significa<br />

"sorte". A Meguilat Esther o livro<br />

que relata com detalhes a história de<br />

Purim explica: "Por isso, àqueles dias<br />

chamam Purim (sortes) por causa da<br />

sorte que Haman havia lançado, determinando<br />

o dia em que os judeus<br />

seriam aniquilados".<br />

Nossos sábios explicam que existem<br />

motivos profundos para Purim ocorrer<br />

no mês de Adar. O Talmud assim declara:<br />

"Quando [o mês de] Adar se inicia,<br />

nós aumentamos a nossa alegria". A razão<br />

disso é que o povo judeu se torna<br />

mais espiritualmente fortalecido e protegido<br />

durante esse mês. A fonte da força<br />

judaica nessa época do ano é baseada<br />

em uma conexão mística entre a Torá<br />

e o mês de Adar, cujo signo é peixes. Os<br />

livros místicos revelam que assim como<br />

o mar alimenta e protege os peixes, a<br />

Torá alimenta e protege o povo judeu.<br />

Na Meguilá Esther, estão relatados,<br />

segundo o testemunho dos personagens<br />

centrais, Mordechai e Esther, os eventos<br />

ocorridos no Império Persa por volta<br />

do ano 450 a.e.c. A leitura pública deste<br />

relato é um dos mandamentos mais importantes<br />

da festa. Na própria Meguilá<br />

estão mencionados alguns dos preceitos<br />

que devem ser observados nesta<br />

data, sendo que outros foram instituídos<br />

pelo próprio Mordechai, segundo<br />

afirmam nossos sábios.<br />

"Esses dias serão lembrados e comemorados<br />

em todas as gerações, em<br />

todas as famílias, em todas as províncias,<br />

em todas as cidades..." (Esther<br />

9:28). Segundo o Midrash, Purim nunca<br />

deixará de existir e ninguém está isen-<br />

A festa de Purim<br />

to de sua observância - homens, mulheres<br />

e crianças. Mesmo que todos as festas<br />

sejam anuladas, Purim nunca o será.<br />

E os acontecimentos serão lembrados<br />

pela leitura da Meguilá e celebrados<br />

com festas, oferta de alimentos, alegrias<br />

e presentes.<br />

Em Purim agradecemos a D-us "pelos<br />

milagres, pela salvação, pelas maravilhas<br />

que obrou conosco...".<br />

As celebrações referentes a Purim<br />

se iniciam no Shabat que antecede a festa:<br />

no sábado de manhã, a leitura da Torá<br />

na sinagoga deve incluir a porção Zachor<br />

(Êxodo 17:8-16). Este trecho lembra<br />

o ataque do povo de Amalek contra<br />

Israel pouco após sua libertação do Egito.<br />

Essa leitura está relacionada à data<br />

festiva, pois o grande vilão de Purim, o<br />

malévolo primeiro-ministro Haman, descendia<br />

de Amalek. A Torá nos manda<br />

recitar essa passagem para recordar e<br />

estar sempre atentos aos planos malignos<br />

dos inimigos do povo de Israel. "Pois<br />

Haman, inimigo de todos os judeus, não<br />

se satisfaria com nada menos do que a<br />

destruição física de todo o povo judeu"<br />

(Esther 9:24).<br />

De fato, apesar de Purim ser o dia<br />

mais alegre do ano, sua história é sobre<br />

a reversão de um édito de genocídio<br />

contra o povo judeu. Conta a história:<br />

para salvar seu povo, Esther teve<br />

que enfrentar o rei. Por isso, ciente do<br />

grave perigo, pede a Mordechai: "Vá e<br />

reúna todos os judeus que estão em<br />

Shushan e jejuem durante três dias e<br />

três noites". Jejuando e pedindo perdão<br />

por todas suas falhas, os judeus<br />

de Shushan buscavam a Proteção Divina.<br />

Apelaram para a Misericórdia Divina,<br />

pois sabiam, assim como Esther,<br />

que somente com a ajuda do Todo-Poderoso<br />

poderiam conseguir a anulação<br />

do decreto fatal. Desde então, para<br />

lembrar este acontecimento, os judeus<br />

jejuam no dia anterior a Purim. O "Jejum<br />

de Esther", Taanit Esther, é iniciado<br />

pouco antes do nascer do sol do dia<br />

13 de Adar (9/3) e acaba ao pôr-do-sol<br />

do mesmo dia.<br />

Quando chega a noite e se inicia o<br />

dia 14 de Adar (10/3), começa a festa<br />

de Purim. Porém, antes de quebrar-se o<br />

jejum, ouve-se a Meguilat Esther. Esta<br />

deve ser lida na íntegra de um rolo de<br />

pergaminho e em voz alta, tanto à noite<br />

quanto na manhã seguinte. A leitura<br />

deve ser realizada na presença de um<br />

minian (um grupo de 10 homens judeus),<br />

de preferência na sinagoga. Toda pessoa<br />

deve ficar atenta durante a leitura<br />

para ouvir cada palavra, pois o propósito<br />

da leitura é entender o que ocorreu<br />

na época da Rainha Esther e aprender<br />

que os eventos de Purim não pertencem<br />

ao passado. Repetem-se, espiritualmente,<br />

em todas as gerações.<br />

Um dos mandamentos de Purim é o<br />

envio de presentes os mishloach manot.<br />

Deve-se enviar pelo menos um presente,<br />

composto de dois diferentes tipos de<br />

alimentos, a um amigo. Os alimentos<br />

devem estar prontos para consumo, por<br />

exemplo, biscoitos, frutas, doces, vinho<br />

ou outras bebidas. Esta é uma obrigação<br />

que homens e mulheres devem cumprir<br />

no dia de Purim, não podendo ser<br />

substituída pelo envio de dinheiro ou de<br />

qualquer outro presente que não seja um<br />

alimento. É também aconselhável que<br />

esses presentes sejam entregues, sempre<br />

que possível, por terceiros, pois a<br />

palavra mishloach, que significa envio,<br />

indica que esta mitzvá deve ser cumprida<br />

por um intermediário.<br />

Para comemorar Purim, além de enviar<br />

presentes, devemos também dar<br />

tsedacá a pelo menos duas pessoas carentes.<br />

A generosidade com os mais<br />

necessitados é particularmente importante<br />

nessa ocasião, pois nada é mais<br />

agradável aos olhos de D-us. Nossos<br />

sábios ensinam que não existe maior<br />

mandamento da Torá do que ajudar os<br />

pobres e necessitados. "Pois aquele que<br />

traz alegria aos outros é comparado ao<br />

próprio D-us, que revive o espírito dos<br />

oprimidos e restaura seus corações"<br />

(Rambam, Hilchot Meguilá 2).<br />

A comemoração de Purim por "todas<br />

as famílias" é cumprida através de uma<br />

seudá, uma refeição festiva. Todos são<br />

obrigados a comer, beber e se alegrar<br />

VISÃO JUDAICA fevereiro de 2009 Shevat / Adar 5769<br />

em Purim. O Zôhar, obra fundamental da<br />

Cabalá, afirma que em Purim, ao deleitar-se<br />

com comida e bebida, pode-se<br />

alcançar a mesma elevação espiritual<br />

que ocorre durante o jejum de Iom Kipur.<br />

A refeição festiva de Purim deverá<br />

ser realizada durante o dia 14 de Adar,<br />

sendo costume incluir-se carne e vinho.<br />

O Talmud ordena que em Purim a pessoa<br />

beba vinho até que não consiga diferenciar<br />

entre "amaldiçoado é Haman"<br />

e "abençoado é Mordechai". Porém, se<br />

a saúde ou a conduta de uma pessoa<br />

for afetada negativamente pelo consumo<br />

de bebidas alcoólicas, esta não deverá<br />

consumir mais do que uma quantidade<br />

simbólica.<br />

Como o objetivo central da festa<br />

de Purim é fomentar e compartilhar a<br />

alegria, muitos judeus, em particular<br />

crianças, fantasiam-se e participam de<br />

desfiles e concursos. As fantasias<br />

mais populares costumam ser as de<br />

Mordechai e da Rainha Esther. Peças<br />

teatrais são encenadas para recontar<br />

a milenar história.<br />

Uma Meguilá é comparada à Torá em<br />

seus requisitos rituais de como deve ser<br />

escrita: por um escriba e em um pergaminho.<br />

Mas como o Nome de D-us não é<br />

mencionado nenhuma vez na Meguilá,<br />

durante os séculos, os artistas tiveram a<br />

liberdade de ilustrá-la com magníficas<br />

ilustrações e iluminuras. Podemos encontrar<br />

retratados nas meguilot, Mordechai,<br />

Esther e até o malvado Haman.<br />

(Baseado em artigo publicado no site<br />

www.morasha.com.br - Bibliografia:<br />

Gold, Rabbi Avie, Purim Its Observance<br />

and Significance, Artscroll Mesorah<br />

Series, The Book of Our Heritage, Feldheim<br />

Publications).<br />

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