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O QUE O IMPERIALISMO QUER? - PCO

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27 DE JUNHO 2010 CAUSA OPERÁRIA A3<br />

Editoriais<br />

Editoriais<br />

Serra e a crise da direita<br />

O governo<br />

de José Serra-Alberto Goldman continua en<br />

frentando uma série de mobilizações no estado de São<br />

Paulo. Após a ocupação da reitoria da USP promovida<br />

por estudantes e funcionários e também a ocupação do<br />

Fórum João Mendes pelos trabalhadores do judiciário, outras manifestações<br />

começam a acontecer.<br />

Cerca de 250 trabalhadores e estudantes da USP realizaram um<br />

ato no último dia 17, fechando o portão principal da USP desde às<br />

6h30 da manhã. Trabalhadores e estudantes protestam contra a<br />

perseguição aos grevistas e contra o corte de ponto promovido pelo<br />

reitor indicado por Serra, João Grandino Rodas, que não depositou<br />

o salário de mais de 1.500 trabalhadores como retaliação à greve<br />

que chega aos 50 dias e à ocupação da reitoria que chegará à sua<br />

terceira semana.<br />

Já os trabalhadores do Judiciário, que fazem greve desde o dia<br />

28 de abril exigindo reajuste de 20% dos salários, deverão manter<br />

a paralisação. Uma audiência de conciliação entre grevistas e o<br />

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, realizada na quintafeira,<br />

dia 17, terminou sem qualquer acordo.<br />

Além de reajuste salarial, os trabalhadores exigem melhores<br />

condições de trabalho e a suspensão da Resolução 520, que impõe<br />

descontos aos salários dos trabalhadores em greve.<br />

Juntando-se aos trabalhadores do judiciário, estudantes e trabalhadores<br />

da USP, os trabalhadores sem-teto organizaram um pro-<br />

testo fechando duas vias do Rodoanel.<br />

Cerca de 400 manifestantes do Movimento dos Sem-Teto, ligados<br />

ao MTST, interditaram os dois sentidos do Rodoanel Sul, na altura<br />

do quilômetro 47, em Osasco, na Grande São Paulo, contra a aprovação<br />

de reintegração de posse no bairro Marabá, em Taboão da Serra.<br />

Se colocada em prática a reintegração irá atingir 900 famílias<br />

(mais de 4 mil pessoas) que integram a Ocupação Che Guevara,<br />

montada há cerca de dois meses.<br />

Segundo o MTST, Serra havia declarado em 2007 que iria construir<br />

moradias para as famílias sem-teto de Taboão da Serra, Embu<br />

e Itapecerica da Serra, o que levou as famílias a organizarem a<br />

ocupação.<br />

As mobilizações em São Paulo, que representam um grande<br />

desgaste para o governo Serra, candidato pelo PSDB às eleições<br />

presidenciais, é uma expressão da crise geral da direita. É um golpe<br />

duro contra a direita cuja perspectiva com a candidatura de José<br />

Serra é que não haja a completa dispersão de seus partidos em crise.<br />

Os trabalhadores têm como tarefa aprofundar esta crise. Para<br />

tanto, devem ampliar sua mobilização, se unificar contra o governo<br />

Serra e contra sua política pró-imperialista e antioperária.<br />

Os trabalhadores e estudantes devem colocar este governo contra<br />

a parede por meio de sua unificação e a ampliação do movimento<br />

de greve e da mobilização com a pressão cada vez maior contra<br />

o governo.<br />

Lei antifumo e lei seca: um primeiro balanço<br />

Após dez meses da aprovação da Lei Antifumo em São Paulo<br />

e sua extensão para diversas cidades do país, e dois anos<br />

após a aprovação da Lei Seca nacionalmente, dados do<br />

próprio Ministério da Saúde mostram que as leis restritivas não têm<br />

qualquer eficiência para reduzir o número de usuários de cigarros<br />

e bebidas.<br />

Segundo relatório publicado na segunda-feira, dia 21, a porcentagem<br />

de brasileiros que fumam passou de 16,2% em 2006,<br />

para 15,5% em 2009, uma redução ínfima. Entre as mulheres não<br />

houve qualquer queda. O Instituto Nacional de Câncer (Inca),<br />

divulgou relatório que mostra que a redução de fumantes entre<br />

as mulheres no País foi significativamente inferior à dos homens,<br />

quase zero.<br />

Já o índice dos que assumem o abuso de bebidas alcoólicas subiu<br />

de 16,2% para 18,9% no mesmo período.<br />

Os índices só comprovam que as leis restritivas têm como único<br />

objetivo reprimir a população, já que a burguesia é consciente de<br />

Desastres: Governos burgueses são os<br />

verdadeiros responsáveis<br />

Segundo dados da ONG Contas Abertas, o estado de Ala<br />

goas, que foi o centro das enchentes que se iniciaram na<br />

última semana, não recebeu verbas dos programas de<br />

prevenção de desastres criado pelo governo federal. Já os repasses<br />

para o estado de Pernambuco, segundo mais atingido pelas<br />

enchentes, correspondem a 0,24%<br />

(R$ 172 mil) do montante.<br />

Este não é um problema restrito a<br />

Alagoas e Pernambuco, mas corres- Char<br />

Char<br />

ponde a um corte geral nos gastos<br />

destinados à prevenção de desastres.<br />

De 2004 a 2009, a verba destinada<br />

seria de R$ 933 milhões do Orçamento<br />

da União, dos quais apenas R$ 357<br />

milhões foram repassados.<br />

Neste período, Pernambuco recebeu<br />

8,9% do total, enquanto Alagoas<br />

teve direito a apenas 0,3% de toda a<br />

verba.<br />

A verba destinada ao Ministério da<br />

Integração Nacional exclusivamente<br />

para prevenção e preparação para tragédias<br />

climáticas, que já soma reduzidos<br />

R$ 70,5 milhões, não foi repassada,<br />

ou foi distribuída em pequena<br />

quantidade para os estados que vêm<br />

sofrendo com os maiores desastres<br />

estruturais no País.<br />

O Rio, que foi palco de inúmeros<br />

acidentes, como deslizamentos de terras<br />

devido às chuvas de março deste<br />

ano, foi nada menos que o último em<br />

recebimento de verbas para a prevenção<br />

de desastres com R$ 10,6 mil<br />

(0,02%).<br />

Além dos cortes das verbas de<br />

prevenção de acidentes, os critérios<br />

utilizados pelo governo para os repasses<br />

de verbas mostram que está em<br />

último lugar qualquer intenção de<br />

prevenir desastres. O ministério que<br />

controla os repasses, nas mãos do<br />

PMDB, claramente se apoderou das<br />

verbas repassando preferencialmente<br />

para estados onde este partido<br />

possui apadrinhados. Este é o caso da<br />

Bahia, de onde vem o deputado Geddel<br />

Vieira Lima, atual ministro de Integração<br />

Nacional. O estado recebeu<br />

37% do montante repassado para<br />

prevenção de desastres em todo o<br />

País. Geddel Vieira Lima será candidato<br />

ao governo do estado apoiado<br />

pelo atual governador Jaques Wagner<br />

(PT) nas próximas eleições.<br />

É óbvio que a verba destinada à<br />

Bahia também tem como último objetivo,<br />

a prevenção de desastre. Esta<br />

será utilizada, através do conhecido<br />

esquema de “caixa 2”, para engordar<br />

as contas para a realização da campanha<br />

eleitoral do PMDB e do PT.<br />

Os cortes nas verbas e a máfia<br />

estabelecida a partir do Ministério de<br />

Integração Nacional para usar o dinheiro<br />

público nas campanhas eleitorais<br />

são a regra nos governos burgueses,<br />

inimigos da população trabalhadora.<br />

No entanto, graças à crise capitalista<br />

mundial, começa a vir à superfície<br />

os problemas estruturais, pois a<br />

política da burguesia é cortar verbas<br />

e levar os riscos ao limite. Os dados<br />

mostram que as tragédias, como as<br />

Charge e da da semana<br />

semana<br />

que estas leis pouco ou nada influem sobre o uso de substâncias,<br />

o que já foi inclusive constatado no caso das drogas ilegais.<br />

A pergunta que deveria ser feita sempre que os governos tomam<br />

medidas como a proibição ou a restrição de qualquer coisa é: “quem<br />

é o beneficiado?”. No caso da restrição do consumo de tabaco e<br />

bebidas alcoólicas o beneficiado é o próprio governo. O ganho aí<br />

é político. Abrem o caminho para proibir qualquer coisa começando<br />

por aquelas para as quais a justificativa apresentada é mais<br />

“palatável”: a defesa da “saúde”, do “bem-estar”, do “respeito ao<br />

próximo” etc. etc. etc.<br />

O fato de que não houve uma redução no índice de fumantes<br />

ou de pessoas que consomem bebidas alcoólicas deixa evidente que<br />

a lei seca e a lei antifumo têm como único objetivo retirar direitos<br />

mínimos da população, oprimir nos mínimos detalhes a população<br />

de conjunto para que a cassação de direitos democráticos fundamentais,<br />

como o de organização política, o direito de greve etc.,<br />

pareça menos violenta do que realmente é.<br />

ocorridas nas enchentes em todo o País, nos deslizamentos de terras<br />

no Rio e em Santa Catarina, e mesmo durante a crise aérea, em 2007,<br />

são resultado direto dos cortes criminosos dos governos burgueses<br />

contra a classe operária. São estes, portanto, os responsáveis<br />

pelas mortes e pelos milhares de atingidos pelas enchentes.<br />

O <strong>PCO</strong> nas eleições<br />

RUI COSTA PIMENTA<br />

Essas eleições estão claramente dirigidas a eleger Dilma Rousseff<br />

ou José Serra. Ou seja, candidata da máquina estatal ou o candidato<br />

e mais novo porta-voz da direita brasileira, ambos, no entanto, representantes<br />

dos banqueiros, latifundiários e grandes capitalistas.<br />

Apesar disso, elas se dão em um momento muito diferente daquele<br />

em que foi eleito FHC ou Lula. É um período não de derrota<br />

do movimento operário ou de paralisia do mesmo, como aqueles em<br />

que foram eleitos os últimos presidentes, mas um período em que<br />

as grandes massas de trabalhadores dão os primeiros sinais de uma<br />

retomada das suas mobilizações.<br />

As eleições estão marcadas também pela falência dos partidos<br />

burgueses tradicionais, como é o caso do próprio PSDB e do DEM.<br />

Ainda assim e talvez mais do que em outros momentos, é uma eleição<br />

extremamente controlada e completamente antidemocrática.<br />

Para impedir a ascensão de qualquer candidatura que não seja<br />

do esquema tradicional, ou seja, para impedir que a população tenha<br />

qualquer participação efetiva nas eleições, a burguesia por meio do<br />

Tribunal Superior Eleitoral vem usando uma pseudo legislação para<br />

barrar o desenvolvimento de qualquer partido independente, como<br />

é o caso do <strong>PCO</strong>, ou mesmo como meio de barganha entre os grandes<br />

partidos.<br />

As exigências absurdas dos tribunais, a distribuição desigual das<br />

verbas do fundo partidário, do horário eleitoral gratuito e a necessidade<br />

de se gastar bilhões na campanha eleitoral para obter algum<br />

resultado reforçam esse caráter antidemocrático e transformam a<br />

eleição em um processo totalmente controlado por uma oligarquia,<br />

uma camada de poucos privilegiados que dominam o país.<br />

Esse funcionamento fez com que a candidatura presidencial do<br />

nosso partido fosse arbitrariamente impugnada nas últimas eleições.<br />

O despertar da classe operária, do qual são sinais a greve de<br />

professores em São Paulo, dos condutores, do Judiciário, dos Correios<br />

e dos estudantes e funcionários da USP, entre muitas outras, nos<br />

impõe a necessidade de participar nas eleições com o objetivo de<br />

denunciar essa farsa e apresentar a esses setores que despertam para<br />

a luta um programa capaz de responder às suas necessidades.<br />

Outro acontecimento é ainda de extrema importância nessas<br />

eleições, que é o fato de que elas são as primeiras a ocorrer após a<br />

crise capitalista mundial vir à tona. Ou seja, num momento em que<br />

o capitalismo enquanto sistema demonstrou a sua inviabilidade, em<br />

que os governos dos mais diversos países se mostraram dispostos<br />

a rifar toda a população para salvar meia dúzia de banqueiros e em<br />

que, consequentemente, os trabalhadores de todo o mundo vêm<br />

despertando para a luta.<br />

Por isso, o <strong>PCO</strong> vem às eleições defender o direito do trabalhador<br />

do campo à terra, o ensino público e gratuito para todos, o salário<br />

e o emprego do trabalhador, e cada mínima reivindicação deste,<br />

entendendo que este é apenas um ponto de partida para uma luta<br />

mais ampla.<br />

Uma luta pelo fim da propriedade privada, pelo fim da exploração<br />

do homem pelo homem, pelo fim desse sistema que permite que<br />

poucos vivam no luxo enquanto a maioria está na miséria. Ou seja,<br />

pela organização e mobilização coletiva da classe operária para destruir<br />

o poder político da burguesia, por um governo dos trabalhadores<br />

da cidade e do campo e pelo socialismo.<br />

No presente momento, a maior luta travada pela burguesia contra<br />

a classe operária é justamente voltada contra a sua organização<br />

política, pois sabe ser essa uma condição fundamental para a sua<br />

vitória. Por isso está na ordem do dia a luta pela construção de um<br />

partido operário de massas, à qual o <strong>PCO</strong> chama todos os trabalhadores<br />

a se juntarem.<br />

Como Como eles eles disseram...<br />

disseram...<br />

“O papel do jornal não se limita, no entanto, a difundir idéias, a<br />

educar politicamente e a ganhar aliados políticos. O jornal é não só<br />

um propagandista e um agitador coletivo, senão também um organizador<br />

coletivo.<br />

Neste último sentido, pode comparar-se com o andaime levantado<br />

em um edifício em construção, que marca seus contornos, facilita o<br />

contato entre os diversos grupos de operários, ajudando-os a distribuir<br />

as tarefas e a ver o resultado final obtido graças a um trabalho<br />

organizado. Com ajuda do jornal e em relação com ele, se irá formando<br />

por si mesma a organização permanente, que se ocupe não só do<br />

trabalho local, senão do trabalho geral e regular, que acostume seus<br />

membros a seguir atentamente os acontecimentos políticos, a valorizar<br />

os métodos adequados que permitam ao partido revolucionário<br />

influir sobre esses acontecimentos”.<br />

Datas<br />

Datas<br />

Frases ases da da semana<br />

semana<br />

Vladimir Ilitch Lênin, Que Fazer?<br />

27 de junho de 1869<br />

Nascimento de Emma Goldman, uma das fundadoras do moderno<br />

movimento de mulheres (m. 1940).<br />

28 de junho de 1966<br />

Golpe de estado que instaurou a Ditadura na Argentina.<br />

28 de junho de 2009<br />

Manuel Zelaya sofre um golpe de estado em Honduras.<br />

29 de junho de 1958<br />

Brasil ganha sua primeira Copa do Mundo, na Suécia.<br />

1º de julho de 1920<br />

Nasce Amália Rodrigues, fadista portuguesa<br />

1º de julho de 1974<br />

Morre Juan Perón, presidente da Argentina<br />

2 de julho de 1928<br />

Um decreto concede o voto sem restrições às mulheres no Reino<br />

Unido.<br />

2 de julho de 1964<br />

Após intensas lutas da população negra norte-americana, o<br />

presidente Lyndon Johnson assina a Lei de Direitos Civis.<br />

3 de julho de 1883<br />

Nascimento de Franz Kafka, escritor tcheco de língua alemã<br />

“Biden? Quem é este? Você disse ‘bite me’ [morda-me]?”, general<br />

Stanley McChrystal se referindo ao vice-presidente norte-americano<br />

Joe Biden, em uma das declarações publicadas pela revista<br />

Rolling Stone que levaram ao afastamento de McChrystal de seu posto<br />

no Afeganistão.<br />

“O ex-presidente Fernando Henrique teme que Lula e seu partido<br />

estejam concentrando poder demais. Mas sem dúvida, até ele mesmo<br />

diz que o Brasil não irá se transformar em uma Venezuela se Dilma<br />

Rousseff ganhar as eleições e seguir os passos de Lula”, da rede<br />

norte-americano CNN, no último dia 14, sobre as eleições no Brasil.<br />

“Às FARC e aos violentos digo: Acabou seu tempo e os colombianos<br />

sabem bem que sei como combatê-los”, Juan Manuel Santos,<br />

novo presidente eleito da Colômbia, partidário da mesma política próimperialista<br />

de Álvaro Uribe.

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