14.04.2013 Views

O Super Rabanete - Escola EB1 de Esqueiros

O Super Rabanete - Escola EB1 de Esqueiros

O Super Rabanete - Escola EB1 de Esqueiros

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O <strong>Super</strong><br />

<strong>Rabanete</strong><br />

História<br />

Alunos da <strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong><br />

Vila Ver<strong>de</strong>


“Tudo que imaginamos intensamente<br />

Desejamos ar<strong>de</strong>ntemente<br />

Acreditamos sinceramente<br />

e<br />

Perseguimos entusiasticamente<br />

Inevitavelmente acontecerá.”<br />

Autor Anónimo<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Recolhido na Internet<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – ii –


Ficha Técnica<br />

Título<br />

História: O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Coor<strong>de</strong>nação<br />

Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />

Texto e ilustrações<br />

Alunos da <strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong><br />

Professoras da <strong>Escola</strong><br />

Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />

Teresa Maria Araújo Cunha Almeida<br />

Fotografias<br />

Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />

Foto Felicida<strong>de</strong><br />

Edição<br />

<strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong><br />

Local e Data <strong>de</strong> Edição<br />

<strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong>, Abril 2007<br />

Tiragem<br />

200 Exemplares<br />

Execução Gráfica<br />

Grafiver<strong>de</strong><br />

Visita-nos na Internet:<br />

www.eb1-esqueiros.rcts.pt<br />

www.rabanetes.blogs.sapo.pt<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – iii –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Índice.<br />

Introdução ..............................................................1<br />

A Floresta do Medo................................................2<br />

Como Viviam os Animais .......................................5<br />

Aparecimento da Roda...........................................8<br />

A Roda na Floresta do Medo ...............................12<br />

A Bruxa na Roda..................................................15<br />

Chegada do <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>...............................19<br />

A Transformação..................................................23<br />

A Festa.................................................................26<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – iv –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Este livro é <strong>de</strong>dicado aos pais e a toda a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Esqueiros</strong> (fonte <strong>de</strong> inspiração <strong>de</strong>sta história). Bem<br />

hajam pelo apoio e colaboração dispensada, ao longo <strong>de</strong><br />

todo o ano, nas activida<strong>de</strong>s da escola. Apreciamos o<br />

entusiasmo inabalável que sempre nos <strong>de</strong>dicaram.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos ainda, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro instante, a todos<br />

aqueles que colaboraram com alegria na produção <strong>de</strong>sta<br />

história “O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>”, quer em comentários quer<br />

em sugestões, mas que <strong>de</strong> alguma forma contribuíram<br />

para enriquecê-la.<br />

À Dona Lucília (auxiliar), pelos momentos <strong>de</strong> inspiração,<br />

<strong>de</strong> apoio e disponibilida<strong>de</strong>.<br />

Ficamos particularmente gratos aos patrocinadores,<br />

porque sem eles seria impossível a publicação <strong>de</strong>ste livro.<br />

Dedicamos ainda este livro a todas as crianças do<br />

mundo, <strong>de</strong>sejando que este funcione como um pequeno<br />

incentivo à leitura, à leitura <strong>de</strong> histórias…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong><br />

(2006-07)<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – v –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Prefácio<br />

As histórias, veículo privilegiado <strong>de</strong> construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

individual e colectiva <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, são tradicionalmente uma<br />

das formas mais eficazes <strong>de</strong> veicular saberes e valores. Pela acção da<br />

história a criança constrói o pensamento, pela <strong>de</strong>scoberta apren<strong>de</strong> a<br />

situar-se no espaço e aperceber-se das realida<strong>de</strong>s.<br />

Conceber uma história em que o valor máximo é o amor à Natureza e<br />

ao corpo, não po<strong>de</strong> ser dissociado <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong> que estes valores<br />

<strong>de</strong>vem ser veiculados pela expressão artística, receptáculo e fonte <strong>de</strong><br />

emoções. O uso da literatura, da música, da dança, das artes plásticas<br />

e da expressão corporal para levar a cabo a divulgação <strong>de</strong> certos<br />

valores, facilita a criação <strong>de</strong> sentimentos e sensibilida<strong>de</strong>s fortes numa<br />

relação in<strong>de</strong>lével <strong>de</strong> afecto entre cada um e o universo.<br />

É nesta perspectiva que surge uma história <strong>de</strong> criação colectiva, como<br />

fio condutor <strong>de</strong> todo um trabalho, on<strong>de</strong> se preconizam os valores do<br />

respeito e do amor pelo corpo e ambiente, permitindo a construção <strong>de</strong><br />

saberes fundamentais e a vivência <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> cidadania.<br />

De forma divertida mas séria, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>, um nutricionista <strong>de</strong><br />

poupa ver<strong>de</strong>, nasce para animar um projecto <strong>de</strong> intervenção e<br />

divulgação <strong>de</strong> hábitos alimentares. Nasce uma história e, com ela, um<br />

livro, saídas pela al<strong>de</strong>ia, observações, <strong>de</strong>scobertas, intervenções,<br />

momentos geradores <strong>de</strong> animação e <strong>de</strong> conhecimentos. Com ela se<br />

discutem os problemas, com ela se <strong>de</strong>spoletam curiosida<strong>de</strong>s e<br />

investigações, com ela se proporcionam momentos <strong>de</strong> criação.<br />

As emoções são um valor eterno, são um meio seguro <strong>de</strong> comunicar e<br />

<strong>de</strong> sentir em colectivo, <strong>de</strong> fazer passar valores importantes e<br />

verda<strong>de</strong>iros.<br />

Prof. Lai Cruz<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – vi –


Introdução<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Vamos contar uma história passada numa terra<br />

Era uma vez um<br />

<strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>…<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

chamada <strong>Rabanete</strong>lândia, um cenário magnífico tendo como habitantes<br />

muitos rabanetes, frutos, hortaliças, animais… uma terra cheia <strong>de</strong> alimentos<br />

bem-dispostos, que ganham formas<br />

divertidas para ensinar toda a população a<br />

arte <strong>de</strong> uma boa alimentação.<br />

Um mundo <strong>de</strong> fantasia e imaginação<br />

on<strong>de</strong> passam para a realida<strong>de</strong> muitos sonhos<br />

e on<strong>de</strong> se passam coisas que aos humanos parecem muito estranhas. O bem<br />

contra o mal é uma constante nestas aventuras passadas na <strong>Rabanete</strong>lândia<br />

on<strong>de</strong> o <strong>Rabanete</strong> mais famoso do mundo, o nutricionista <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>, dá<br />

a conhecer a sua amiga, “A Roda dos Alimentos”, a todos os habitantes. A<br />

bruxa malvada foi a mais resistente, mas apren<strong>de</strong>u a lição com a viagem ao<br />

mundo da alimentação.<br />

No final da história, assiste-se ao gran<strong>de</strong> acontecimento, a “Festa da<br />

Saú<strong>de</strong>”, com a participação <strong>de</strong> todos, on<strong>de</strong> se dá a gran<strong>de</strong> transformação da<br />

“Floresta do Medo” para a “Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s”.<br />

Prof. Lai Cruz<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 1 –


A Floresta do Medo<br />

gran<strong>de</strong> floresta, a “Floresta do<br />

Medo”.<br />

Nessa quinta, numa mansão<br />

em ruínas, morava uma bruxa muito<br />

má, mais conhecida pela Bruxa dos<br />

Sapos.<br />

Há muitos, muitos<br />

anos, há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos,<br />

na <strong>Rabanete</strong>lândia, um<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

certo lugar no distrito <strong>de</strong> Braga, no extremo<br />

Norte, a poucos quilómetros <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong>,<br />

havia uma quinta, ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> uma<br />

A principal novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse local era o ambiente <strong>de</strong> terror que lá<br />

se vivia. Tratava-se <strong>de</strong> um sítio on<strong>de</strong> os visitantes enfrentavam o<br />

medo e viviam experiências assustadoras. Toda a gente a<br />

censurava mas ninguém enfrentava o raio da bruxa.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 2 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Nessa quinta também viviam muitos animais: sapos, gatos,<br />

num autêntico pesa<strong>de</strong>lo!<br />

porcos, tartarugas, pulgas, ovelhas, cães,<br />

gaviões, caracóis, ratos, vacas... e muitos<br />

passarinhos pálidos e borboletas pretas. Todos<br />

eles viviam numa gran<strong>de</strong> aflição que até metia<br />

confusão. Estes animais viviam<br />

A bruxa malvada em cima da vassoura<br />

andava sempre zangada. Era muito assustadora a bruta da senhora.<br />

Vivia no seu casarão que mais parecia<br />

assombração. Lençóis pretos, sangue,<br />

castiçais, teias <strong>de</strong> aranha, tortuosos<br />

passadiços, criaturas monstruosas e<br />

ouriços, gargalhadas<br />

arrepiantes<br />

compunham o cenário da mansão assombrada.<br />

Sítio <strong>de</strong>stes, só para quem tinha nervos <strong>de</strong> aço e<br />

muito sangue frio, um coração <strong>de</strong> chegar ao limite. Era melhor ficar<br />

longe…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 3 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Era tão feia, tão feia, tão feia… que, ao vê-la, todos os animais<br />

vomitavam a ceia. Os seus <strong>de</strong>ntes eram podres e negros, tão negros<br />

que assustavam mesmo a noite mais escura. Não<br />

sabia o que era uma escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e muito<br />

menos o que era um banho. Tinha medo da água, nem bebê-la nem<br />

usá-la. O seu nariz era comprido e curvado, até tinha um sinal<br />

encarnado.<br />

O seu melhor amigo era o gato,<br />

esse era tarado até parecia<br />

embruxado, quando tinha fome<br />

mordia o rabo, logo ficava endiabrado. Esta bruxa, com um penico<br />

na cabeça, maltratava tudo que encontrava.<br />

Dizia que tinha amigos para se salvar dos perigos. Batia no<br />

gato que era seu amigo e fazia festas ao inimigo. Ria quando<br />

alguém morria e chorava quando alguém nascia. Deitava lixo para o<br />

chão e não se importava com a poluição. As flores queimava e com<br />

silvas a casa enfeitava. Se os outros dormiam ela acordava.<br />

Dormia com os caracóis e rasgava os lençóis. As noites eram<br />

muito violentas... O Drácula, ela imitava e o cavalo só chorava.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 4 –


Como Viviam os Animais<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Ela também cozinhava para todos os animais. Adorava dar<br />

manjares, as travessas iam pelos ares. Os pratos eram sinistros,<br />

punham-se <strong>de</strong> pé como bichos. Acendia a<br />

fogueira na eira, sentada tirava os piolhos<br />

da cabeleira. Punha-se a comer do<br />

cal<strong>de</strong>irão sopa da cor <strong>de</strong> carvão. De<br />

hortaliças não gostava e <strong>de</strong> bichos se<br />

alimentava. Às vezes, também ia para a<br />

retrete fazer omeleta, cozinhava<br />

gafanhotos grelhados com cascas <strong>de</strong> ovos panados, minhocas<br />

assadas <strong>de</strong> preferência bem passadas; e para a sobremesa cocó <strong>de</strong><br />

periquito com molho <strong>de</strong> sapo<br />

frito.<br />

Estes animais passavam<br />

muito mal, só comiam o que<br />

sabia mal… e muitas vezes,<br />

enquanto comiam choravam…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 5 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Estavam tristes, viviam esquecidos naquele sítio feio... horrível… Até<br />

parecia incrível. Aquela situação a ninguém chamava à atenção…<br />

– Se pelo menos houvesse uma peça <strong>de</strong> fruta para mor<strong>de</strong>r!... –<br />

dizia a tartaruga.<br />

– E um calor <strong>de</strong> uma sopa… – acrescentava a avestruz.<br />

Quando tudo ficava com dor <strong>de</strong> barriga, ela ficava feliz e<br />

mandava gargalhadas arrepiantes<br />

que se ouviam como em<br />

altifalantes…<br />

– Ah, Ah, Ah, Ah………….<br />

E os animais ficavam mal…<br />

muito mal… Cada dia mais tristes, fraquinhos e assustados.<br />

Os passarinhos emigravam, a cabra vomitava, as flores<br />

cheiravam mal, os caracóis agitavam os corninhos a pedir<br />

socorro, as borboletas <strong>de</strong>smaiavam, a cobra<br />

tinha falta <strong>de</strong> ar, as abelhas punham-se a chorar, o<br />

cão tinha palpitações no coração, as vacas davam<br />

leite em pó, o macaco parecia que enlouquecia,<br />

os porcos estavam doentes, as árvores estavam<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 6 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

queimadas, a tartaruga corria velozmente <strong>de</strong> pernas para o ar, as<br />

avestruzes estavam pálidas, as formigas enjoadas e os gatos tinham<br />

tosse crónica.<br />

Todos estavam a <strong>de</strong>smaiar… a<br />

morrer… Coitadinhos!<br />

O cavalo que era o mais forte <strong>de</strong><br />

todos, um campeão <strong>de</strong> karaté, estava a<br />

per<strong>de</strong>r também o juízo. Estava tão <strong>de</strong>sesperado… Não aguentando<br />

mais… mandou um grito marado:<br />

– SOCOOOOOOOOOOORRRROOO!...<br />

– Ao mesmo tempo que gritava, fez um truque <strong>de</strong> karaté num<br />

contentor, que se ouviu em todo o mundo:<br />

– BUUUUMMMMMMM.......<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 7 –


Aparecimento da Roda<br />

O senhor Fredo do Monte da Santa, que era<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

da terra, andava a trabalhar no campo, ouviu o<br />

estrondo e ficou pasmado.... pensou que o<br />

mundo ia acabar. Mais admirado ficou quando<br />

viu uma roda gigante a voar nos céus!<br />

– Eh, meu Deus!... Uma roda!!!! – o senhor<br />

Fredo esfregou os olhos e olhou melhor.<br />

Foi a correr chamar o senhor Fernando “Beloso” dono do café e<br />

levou-o <strong>de</strong> mota, que ele não anda a pé, e lá foram à procura <strong>de</strong><br />

uma pista. O Nelinho Birralho que andava a tratar das suas vinhas,<br />

ouvindo o mesmo estrondo, correu a chamar as pessoas da al<strong>de</strong>ia.<br />

Barato”.<br />

– Venham, venham!… – chamou o Manel Cabriteiro, o “Fala<br />

O senhor Nicolau encontrou o senhor Vítor,<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Junta, e correram até à igreja a<br />

tocar o sino a repique. Ainda não se ouvira o<br />

sino e já a al<strong>de</strong>ia estava em alvoroço. Mais ao fundo da rua,<br />

agitados, o tio Evaristo da sucata e a senhora Mimi dos pa<strong>de</strong>iros<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 8 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

chamaram a senhora Rosinha “Beloso” que corria, sem tão-pouco<br />

pensar na sua bengala.<br />

– O que é isto, o que torna a ser?? – todos se questionavam.<br />

A senhora Anita (representante dos pais) que<br />

conversava com a dona Carla Peixeira questionou o<br />

senhor Padre Carlos, que passava no<br />

momento, sobre o que po<strong>de</strong>ria estar a acontecer.<br />

Ainda o senhor Padre não tinha respondido, já<br />

vinham o senhor Carlos da vacaria e o senhor Tone Maria, com os<br />

tractores e uma multidão <strong>de</strong> gente: o senhor Cavalheiro, a senhora<br />

Laida “Bidreira”, a dona Judite da mercearia, a senhora Teresinha<br />

Sanetra, o senhor Artur Nabiça, a senhora<br />

Rosa agricultora e esposa do Dai-dai, o<br />

senhor Provedor Morais da Misericórdia,<br />

a senhora Amélia, o senhor Barreto da<br />

carpintaria, a educadora Tina e alunos…<br />

Toda a população andava num corre-corre muito ligeiro atrás<br />

da gran<strong>de</strong> roda. Pararam todos na subida, ao pé da escola… Aquela<br />

coisa estranha tinha pousado no telhado da escola…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 9 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Que raio será isto? – perguntou a senhora Rosinha “Beloso”.<br />

admirado o senhor Evaristo.<br />

– Uma roda enorme, cheia <strong>de</strong> luzes e <strong>de</strong><br />

cores, hummmm!!!! – disse a senhora Teresinha.<br />

– Nunca vi nada assim na sucata. – disse<br />

– Deve ser invenção das professoras! – disse o<br />

Fredo do Monte da Santa.<br />

– É melhor estar com atenção, vamos lá à avaliação… – disse<br />

a Senhora Anita.<br />

Enquanto tentavam encontrar respostas, a<br />

gran<strong>de</strong> roda gigante levantou voo outra vez…<br />

Nesse mesmo instante juntou-se ao grupo, a<br />

professora Teresa muito aflita, a professora Cecília a<br />

suspirar, a professora Lai a gritar e a dona<br />

Lucília a chorar.<br />

– Ai, ai, ai… “Os meus lindos!...” evaporaram-se<br />

pelos ares!!!! – gritava a professora Lai <strong>de</strong>sesperada.<br />

– Estávamos a dar uma lição sobre alimentação…<br />

e agora esta confusão! – disse a professora Teresa.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 10 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Quem se atreveu a roubá-los? – questionou o<br />

senhor Vítor, Presi<strong>de</strong>nte da Junta.<br />

– Seria o Professor Amaro do<br />

Agrupamento? – perguntou a<br />

senhora Anita.<br />

– Ele não! Não os levaria pelo telhado, ele<br />

não chegava lá… – disse a dona Lucília.<br />

– Então vamos <strong>de</strong>scobrir, alguma coisa<br />

aconteceu! Não po<strong>de</strong>mos ficar parados! – disse o senhor Padre<br />

Carlos.<br />

– Eu ainda acho que foram as professoras! – insistiu o Fredo do<br />

Monte da Santa.<br />

– Cala-te Fredo! Venham!... Vamos atrás <strong>de</strong>la! – disse o senhor<br />

Cabriteiro.<br />

O Senhor Fredo do Monte da Santa e o<br />

senhor Cabriteiro, “ montaram-se” na mota e<br />

arrancaram numa nuvem <strong>de</strong> fumo à frente da<br />

população. Tinham que encontrar a roda.<br />

– Esperem, nós também vamos!... – gritaram todos.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 11 –


A Roda na Floresta do Medo<br />

Ao longe viram a gran<strong>de</strong> roda a<br />

aproximar-se da “Floresta do Medo”. Foi<br />

com gran<strong>de</strong> surpresa <strong>de</strong> todos que esta<br />

aterrou no telhado da gran<strong>de</strong> casa da<br />

bruxa malvada.<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Todos correram para o local, guiados por<br />

aquele cheirinho a fresco que se sentia no ar.<br />

– É agora!! Vou-me a ela com<br />

esta tranca e parto-a<br />

já toda. Não roda<br />

mais! – disse o<br />

senhor Barreto da carpintaria.<br />

– Olha, são alimentos! Ena…<br />

tanto rabanete! Que bom aspecto<br />

têm! – disse a dona Carla<br />

Peixeira que acabara <strong>de</strong> subir a uma<br />

árvore.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 12 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Tu não vês que é uma Roda Dos Alimentos! – disse o Manel<br />

Cabriteiro, todo contente com o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> observação.<br />

– On<strong>de</strong> está o meu filho!! – chorava o<br />

engenheiro Ismael que acabara <strong>de</strong> chegar com o<br />

lanche para o Gabriel.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 13 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Tem calma!! Vá, vá… Pára com isso! – disse o “pai”<br />

Graça esforçando-se por manter a calma.<br />

– Chiiiiuuuuu!!! – disse a senhora<br />

Maria Ferrolha. – Os alunos estão<br />

aqui todos! E olhe, ó engenheiro,<br />

às vezes faz bem arejar. Eles iam, lá em<br />

cima, tão contentes na Roda!!!<br />

O senhor Provedor Morais tentava agora explicar toda aquela<br />

confusão ao professor Amaro (o Presi<strong>de</strong>nte do agrupamento) que<br />

acabara <strong>de</strong> chegar.<br />

Todos os outros observavam em absoluto silêncio…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 14 –


A Bruxa na Roda<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

De vassoura chegou a bruxa, um pouco<br />

bêbeda e quase a cair para o lado…<br />

Aproximou-se e saltou para <strong>de</strong>ntro da roda.<br />

Meia tonta, caminhou por entre todos<br />

aqueles alimentos fresquinhos e bem-dispostos: rabanetes,<br />

morangos, cerejas, alfaces, tomates, nabiças,<br />

cenouras, laranjas… leite, queijo, carne, peixe,<br />

ovos…<br />

Primeiro passou pelo grupo dos produtos<br />

hortícolas e das frutas: rabanetes, morangos,<br />

cerejas, alfaces, tomates, nabiças,<br />

cenouras, laranjas… De repente, a<br />

bruxa ouviu uma vozinha atrás <strong>de</strong>la. Era uma cereja<br />

vermelhinha e simpática que lhe disse:<br />

– Na Roda dos Alimentos somos um gran<strong>de</strong> grupo, temos<br />

muitas vitaminas, celulose e minerais. Nunca te esqueças que<br />

somos teus protectores!<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 15 –


Mas a bruxa amuou e continuou.<br />

Passou pelo segundo grupo.<br />

Farinha, pão, arroz, massa, batatas,<br />

feijão… já estavam à espera <strong>de</strong>la. E<br />

<strong>de</strong>sta vez foi uma<br />

batata que lhe<br />

falou:<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Olha lá, nós somos ricos em energia,<br />

fibras e vitaminas. Ajudamos a crescer os<br />

meninos e as meninas. Connosco a<br />

alimentação fica saudável.<br />

Mas a bruxa amuou e continuou.<br />

Passou pelo terceiro grupo. Lá estava o leite, o queijo e o<br />

iogurte à sua espera. Um queijinho redondinho<br />

aproximou-se e disse-lhe:<br />

– Somos ricos em vitaminas e temos tanto<br />

cálcio para dar. Somos alimentos essenciais<br />

com muitas proteínas animais. Queres leite bruxa?<br />

Mas a bruxa, mais uma vez, amuou e continuou.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 16 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Passou pelo quarto grupo. Deu <strong>de</strong> caras com a carne, o peixe e<br />

os ovos. Um ovinho pequenino branquinho<br />

veio falar-lhe:<br />

– Sou pequenino, mas muito importante<br />

para a tua alimentação!<br />

Eu e os meus amigos<br />

temos boas proteínas, vitaminas e sais minerais.<br />

Se nos comeres ficarás mais forte!<br />

Passou pelo quinto grupo, o<br />

grupo das gorduras. Olhou para a<br />

manteiga, o azeite, a banha e o óleo.<br />

Mas a bruxa amuou e continuou.<br />

Uma manteiguinha <strong>de</strong>u um passo em<br />

frente e disse:<br />

– Somos importantes e sem nós não<br />

po<strong>de</strong>s viver, mas atenção, vê se tens regras<br />

quando nos comeres.<br />

Mas a bruxa ainda bêbada e a cair para<br />

o lado… amuou e continuou. Puxou mais uma<br />

vez da garrafa emporcalhada e bebeu, bebeu,<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 17 –


ebeu… até tossir.<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Agora é que se vê o que o álcool faz às pessoas… – disse a<br />

dona Lucília pasmada, pois nunca tinha visto coisa<br />

igual.<br />

– O álcool, o sal e o açúcar não <strong>de</strong>vem<br />

entrar na nossa alimentação, se não tivermos muito<br />

cuidado com eles, só sabem fazer mal! –<br />

disse o senhor Fernando “Beloso”, com aquele ar <strong>de</strong><br />

quem sabe do que fala.<br />

– E não só! Os fritos, croquetes, rissóis e<br />

bolinhos <strong>de</strong> bacalhau têm muitas gorduras e<br />

dura, amuou e continuou.<br />

produtos perigosos,<br />

fazem mal à saú<strong>de</strong>. –<br />

disse o senhor Padre<br />

Carlos, preocupado com<br />

os seus paroquianos.<br />

Mas a bruxa era<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 18 –


Chegada do <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Mal ela sabia que um pequeno <strong>Rabanete</strong> a seguia. Ouviu-se o<br />

assobio do <strong>Rabanete</strong>:<br />

– Ppppppffffffffffffffiiiiiiiiiiiiiiuuuu…<br />

Ela para trás olhou e com o fresco<br />

<strong>Rabanete</strong> se <strong>de</strong>parou. Tinha<br />

uma poupa ver<strong>de</strong> alta e<br />

esquisita mas muito catita<br />

que lhe dava um ar <strong>de</strong> galo<br />

em dias <strong>de</strong> festa.<br />

Era um <strong>Rabanete</strong> nutricionista… Este era<br />

conhecido em todo o lado pelo seu “sorriso fresco e brilhante”,<br />

invejado até pelos melhores <strong>de</strong>ntistas da região. Quando sorria, a<br />

sua poupa ver<strong>de</strong> e viçosa permitia-lhe ter, aquilo a que os outros<br />

vegetais chamavam, “gran<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>res”.<br />

A bruxa olhou para trás e viu um sorriso fugaz.<br />

– Olha lá, os alimentos constroem o teu corpo, dão-te energia e<br />

alegria. Ou queres ficar sempre feia e fria? – perguntou o <strong>Super</strong><br />

<strong>Rabanete</strong>.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 19 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Entretanto, os animais que tinham<br />

assistido a tudo, sempre meios assustados,<br />

aproximaram-se e elevaram o olhar para a<br />

Gran<strong>de</strong> Roda…<br />

A bruxa <strong>de</strong>u um<br />

soluço… e ao mesmo tempo caiu… Então todos<br />

começaram a dar-lhe conselhos:<br />

– Os alimentos ajudam o teu<br />

corpo a funcionar bem e a ficar <strong>de</strong> boa<br />

saú<strong>de</strong>. Todos necessitamos <strong>de</strong> comer alimentos <strong>de</strong><br />

origem vegetal e animal. Eles dão-nos muita energia e ajudam-nos a<br />

crescer. – disse o senhor<br />

Nabiça.<br />

– A activida<strong>de</strong> física ajuda<br />

a regular o apetite, a dormir e<br />

trabalhar melhor. O exercício<br />

regular ajuda também na<br />

formação dos ossos. – disse o<br />

doutor cavalo.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 20 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Devemos proteger as florestas, pois lá po<strong>de</strong>mos passear e<br />

respirar ar puro… Isto também faz muito bem à saú<strong>de</strong>. – disse a<br />

educadora Tina.<br />

– Os micróbios existem no ambiente e<br />

na comida po<strong>de</strong>m contaminar os<br />

alimentos. Comer alimentos<br />

contaminados po<strong>de</strong> provocar doenças. –<br />

acrescentou a tartaruga enfermeira.<br />

– Então, cuidado… lava sempre as mãos com sabão antes <strong>de</strong><br />

comer. Lava bem as frutas. Evita <strong>de</strong> tossir e espirrar<br />

perto da comida. – aconselhou a dona Lucília.<br />

– Eu sou um nutricionista. Vim cá para te<br />

ensinar mais algumas coisas importantes. Sou<br />

uma pessoa que se interessa pela alimentação,<br />

estudo para conhecer os alimentos e saber o que<br />

é que nos faz mal. – disse o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>.<br />

– Nunca se <strong>de</strong>ve estar muito tempo sem comer<br />

nem passar o dia a petiscar. – acrescentou o doutor cavalo.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 21 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Nem comer muitas guloseimas! Todos os alimentos são muito<br />

importantes para nós. Por isso <strong>de</strong>vemos comer <strong>de</strong> todos os<br />

alimentos… Nunca nos po<strong>de</strong>mos esquecer das hortaliças, do leite,<br />

da fruta, do peixe, dos cereais… – disse o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

nutricionista.<br />

– As bebidas alcoólicas, vinho, cerveja, licores… fazem mal<br />

quando se bebem em excesso. Quando tiveres se<strong>de</strong>, bebe água,<br />

pois ela é importante e indispensável ao teu crescimento. Também<br />

po<strong>de</strong>s beber sumos <strong>de</strong> fruta fresca. – disse a<br />

professora Teresa.<br />

– Vou falar-te da importância do pequeno-<br />

almoço, ele é a primeira refeição do teu dia, se<br />

não tomas o pequeno-almoço ficas fraca e<br />

rezingona, dói-te a cabeça e ficas tola. –<br />

acrescentou a Laida “Bidreira”.<br />

– Não te <strong>de</strong>ves esquecer <strong>de</strong> comer <strong>de</strong> todos os<br />

alimentos, dão-te a energia que tu precisas para<br />

andar, falar…trabalhar… enfim, viver! E não te<br />

esqueças <strong>de</strong> comer SOPA! – gritou a professora Lai.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 22 –


A Transformação<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Tanta coisa que a bruxa estava a apren<strong>de</strong>r nesta viagem ao<br />

mundo da alimentação…<br />

saltar…<br />

De repente, a bruxa saltou, berrou, esperneou e voltou a<br />

Ouviu-se um gran<strong>de</strong> estrondo…<br />

– Buuummmmmmmmmmmmmm…<br />

– Ai credo, São Pedro nos acuda que cai o telhado. –<br />

disse muito assustada a dona Anita.<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> tinha usado todos os seus<br />

po<strong>de</strong>res…<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 23 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– A partir <strong>de</strong> agora, só comerei alimentos que façam bem ao<br />

meu corpo. Não é nada agradável ficar doente… por comer <strong>de</strong> um<br />

engenheiro Ismael muito contente.<br />

modo errado. – afirmou a bruxa<br />

completamente rejuvenescida<br />

perante o espanto geral.<br />

– Incrível!!! Até custa a acreditar,<br />

o fado da<br />

bruxa<br />

acabou. –<br />

disse o<br />

Agora, a bruxa tinha a certeza que ao<br />

seguir aqueles conselhos, iria viver forte e<br />

saudável.<br />

Depois, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> saltou do<br />

telhado e ao ver tanto lixo, tanta porcaria, ficou<br />

admirado e até bastante enjoado. E como por<br />

magia, com apenas um sorriso seu, o lixo<br />

evaporou-se… O coração <strong>de</strong> todos encheu-se <strong>de</strong> energia...<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 24 –


A floresta estava agora diferente.<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> tinha usado<br />

todos os seus po<strong>de</strong>res e<br />

transformou toda aquela<br />

sujida<strong>de</strong>, toda aquela porcaria, em<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

muitas árvores <strong>de</strong> frutos apetitosos, flores<br />

coloridas, hortaliças verdinhas e muitos, muitos, muitos, muitos<br />

rabanetes.<br />

equilibrada.<br />

Quanto à bruxa, era agora uma linda<br />

princesa, simpática e muito feliz, a<br />

Princesa da Saú<strong>de</strong>. Agora, era amiga <strong>de</strong><br />

todos, tinha um<br />

bom coração e<br />

a sua maior<br />

preocupação era fazer<br />

uma alimentação rica, variada e<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 25 –


A Festa<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

A Princesa da Saú<strong>de</strong> propôs uma gran<strong>de</strong> festa em homenagem<br />

à Roda dos Alimentos e ao <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>. Pediu ainda a todos<br />

que a ajudassem na sua importante missão: “A saú<strong>de</strong> na ponta da<br />

língua”.<br />

Todos concordaram e correram para fazer os<br />

preparativos. Fizeram placas coloridas com<br />

gran<strong>de</strong>s letras para exibir na festa:<br />

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA,<br />

FRUTOS, HORTALIÇAS,<br />

VITAMINAS, ENERGIA,<br />

VIVER, COMER, SOPA, CRESCER,<br />

FELICIDADE, SORRISOS,<br />

ALEGRIA, VIDA, AMOR, PAZ, SAÚDE...<br />

– Que bom! Vamos fazer uma festa! Vamos<br />

fazer uma gran<strong>de</strong> festa!... “A Festa da Saú<strong>de</strong>”!!!!!<br />

Vamos chamar todas as pessoas da<br />

<strong>Rabanete</strong>lândia, elas também têm que vir... Viva,<br />

viva!!! – gritava a borboleta que já não era preta.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 26 –


– ♪♫ ♪ ♫ ♫ ♪ ♪ ♪ ♫ ♫ ♪ –<br />

E o dia da festa chegou.<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Foi a maior romaria <strong>de</strong> que há memória por aquelas bandas…<br />

Animais, pessoas, frutos, hortaliças, rabanetes, muitos rabanetes…<br />

festejavam muito animados…<br />

O senhor Fredo encabeçava o <strong>de</strong>sfile levando a princesa à<br />

boleia e fazendo gran<strong>de</strong>s piruetas um pouco arriscadas com a sua<br />

mota, tal era a satisfação.<br />

O senhor Fernando “Beloso” e o professor Amaro levaram<br />

bebidas para todos. O senhor Vítor e o senhor Provedor Morais<br />

levaram comida, muita comida, on<strong>de</strong> nada faltava, cabrito, leitão,<br />

muitas frutas, saladas e<br />

pão que distribuíam pela<br />

multidão. Os quatro riam,<br />

dançavam, saltavam<br />

abraçados e <strong>de</strong> vez em quando iam lançando foguetes.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 27 –


O Nelinho Birralho e o tio Evaristo da sucata<br />

cantavam (… ó Laurindinha, larai, lai, larai… ó<br />

Laurindinha …), a dona Teresinha Sanetra não dava<br />

<strong>de</strong>scanso à concertina e mesmo os ferrinhos da<br />

senhora Anita tilintavam muito afinados. A senhora<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

Mimi não <strong>de</strong>ixava o bombo em <strong>de</strong>scanso, rufava mais que uma<br />

banda nas festas da Agonia.<br />

O senhor Nicolau chamou o Manel Cabriteiro, o “Fala Barato”, e<br />

o senhor Nabiça e logo ali se fez uma<br />

<strong>de</strong>sgarrada, enquanto a senhora Rosinha<br />

“Beloso” dançava a cana ver<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>scalça, a par com a dona Carla<br />

Peixeira e a dona Lucília.<br />

O senhor Carlos da vacaria, o<br />

engenheiro Ismael e o senhor<br />

Cavalheiro vinham disfarçados <strong>de</strong><br />

hortaliças e tocavam pan<strong>de</strong>ireta. Eram três<br />

rabanetes <strong>de</strong> poupa ver<strong>de</strong> e faces rosadas.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 28 –


A senhora Laida “Bidreira” vinha com a dona Judite da<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

mercearia e a senhora Rosa do Dai-dai num baile <strong>de</strong> roda que nem<br />

nos velhos tempos das <strong>de</strong>sfolhadas era<br />

tão animado. Juntou-se <strong>de</strong>pois a senhora<br />

Amélia e o senhor Barreto da<br />

carpintaria, que faziam cantar as<br />

castanholas. Nem mesmo o Padre Carlos<br />

resistiu a dar um ar da sua graça e dançou o vira ali mesmo, no<br />

A professora Teresa<br />

atrás seguia,<br />

com um bloco na mão<br />

cantava e sorria,<br />

fazia poesia<br />

para ir ao Porto<br />

à praça ’Alegria.<br />

meio da praça.<br />

- Ohhhh, rabanetes cor <strong>de</strong> ervilha?<br />

- Sim. É a professora Cecília e a filha!<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 29 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

A professora Lai inventou um palco, e nuns passos <strong>de</strong> dança<br />

improvisou um espectáculo com todos os<br />

rabanetes, hortaliças, frutos, pessoas e<br />

animais. A senhora Maria Ferrolha saltou-lhe a<br />

rolha, abraçada ao “pai” Graça rodopiava no ar, tão<br />

leve como uma folha. A educadora Tina e a São<br />

juntaram os meninos para uma canção, (são vitaminas, vitaminas<br />

são, são vitaminas p’ro meu coração...) brilharam e<br />

encantaram vestidos <strong>de</strong> legumes da horta…<br />

Todos cantavam, dançavam, sorriam,<br />

comiam, saltavam, brincavam...<br />

Com isto, multiplicaram-se sorrisos e<br />

abraços. Estavam muito felizes!!!!!!!!!!!!<br />

No final, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> disse:<br />

– Não se esqueçam: todos os alimentos são<br />

importantes, tenham muita atenção à Roda Dos<br />

Alimentos e façam bom uso <strong>de</strong>la.<br />

E muito satisfeitos, todos aplaudiram e agra<strong>de</strong>ceram ao <strong>Super</strong><br />

<strong>Rabanete</strong>.<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 30 –


O macaco, muito animado, <strong>de</strong>u um salto mortal,<br />

pendurou-se numa árvore e gritou:<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

– Atenção!!! Agora temos que mudar o nome <strong>de</strong>ste local...<br />

Então, a borboleta voou para perto do macaco e disse:<br />

– E que tal se mudássemos o nome da “Floresta do Medo” para<br />

“Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s”?<br />

– Simmmmmmmm!!!! – gritaram todos.<br />

E assim foi. Agora, à entrada <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong>,<br />

po<strong>de</strong>mos encontrar uma placa on<strong>de</strong> se lê:<br />

Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s<br />

3 Km<br />

Raba… quê???<br />

3 km!!??<br />

Isso é em<br />

<strong>Esqueiros</strong>!<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 31 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

OS AUTORES<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 32 –


On<strong>de</strong>,<br />

Com quem,<br />

Como…<br />

Projecto centrado na história <strong>de</strong> um rabanete…<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

COMO VIVEMOS O NOSSO<br />

PROJECTO<br />

A escola transforma-se ao longo <strong>de</strong> quase um ano, tempo em que se <strong>de</strong>senrola<br />

este projecto “Despertar para uma vida saudável”, numa oficina on<strong>de</strong> todos se<br />

envolvem em criação, investigação e muita aprendizagem. Centrado na história<br />

“O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>", as crianças são levadas a investigar através dum processo<br />

interactivo, conjugando a activida<strong>de</strong> lúdica com a aprendizagem, são convidadas<br />

a construir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cenário a outros a<strong>de</strong>reços da história, utilizando materiais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sperdício e, sobretudo, dando asas à criativida<strong>de</strong> e imaginação.<br />

Do exterior chegam os contributos <strong>de</strong> muitos que, <strong>de</strong> formas diferentes,<br />

acreditam e enriquecem este projecto. Este trabalho foi o responsável directo,<br />

quer pela colaboração, investigação e ligação ao meio, quer ainda, pelos laços<br />

emocionais criados entre as crianças, a escola e o meio. Afectos e emoções<br />

pairaram sempre no ar, em todas as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste projecto e, acima <strong>de</strong> tudo,<br />

foi ele próprio, um acto poético, um somar <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> amor e partilha.<br />

Dos resultados expressos dos alunos à participação <strong>de</strong> terceiros na vida escolar,<br />

tudo <strong>de</strong>monstrou que esta implicação dos elementos emocionais na vida escolar<br />

contribuiu para um <strong>de</strong>senrolar harmonioso do processo educativo.<br />

O clima <strong>de</strong> festa que este processo criou, funcionou para a vida escolar como uma<br />

verda<strong>de</strong>ira fonte <strong>de</strong> energia renovável. Estes são sem dúvida importantes mas,<br />

mais importantes ainda, é a lição aprendida <strong>de</strong> que, acima <strong>de</strong> tudo, há que dar<br />

lugar à poesia, à fantasia, aos sentimentos, aos afectos.<br />

Prof. Lai Cruz<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 33 –


Duarte, A. (1994). A Magia dos Alimentos. Lisboa: Gradiva<br />

O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

REFERÊNCIAS<br />

BIBLIOGRÁFICAS<br />

Leitão, M. (1997). Viagem ao Mundo da Alimentação. Porto: Campos das Letras –<br />

Editores, S.A.<br />

Ambrogi., Calamai., Marasco., Parenti. (1983). Alimentar-se como. Porquê – Quando<br />

– O que comer? Porto: Livraria Civilização.<br />

Imagens integradas na história retiradas dos seguintes sites:<br />

www.gifsanimados.com.sapo.pt<br />

www.reinodosgifs.hpg.ig.com.<br />

www.animiertgifs.hpg.ig.com.<br />

www.tonygifsjavas.kit.net<br />

www.praianetgif.hpg.ig.com.<br />

www.gifsegifs.hpg.ig.com.<br />

www.biaemariogama.sites.uol.com.<br />

www.members.fortunecity.<strong>de</strong>/verinha/<br />

www.biaemariogama.sites.uol.com<br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 34 –


O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />

<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 35 –

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!