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O <strong>Super</strong><br />
<strong>Rabanete</strong><br />
História<br />
Alunos da <strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong><br />
Vila Ver<strong>de</strong>
“Tudo que imaginamos intensamente<br />
Desejamos ar<strong>de</strong>ntemente<br />
Acreditamos sinceramente<br />
e<br />
Perseguimos entusiasticamente<br />
Inevitavelmente acontecerá.”<br />
Autor Anónimo<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Recolhido na Internet<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – ii –
Ficha Técnica<br />
Título<br />
História: O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />
Texto e ilustrações<br />
Alunos da <strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong><br />
Professoras da <strong>Escola</strong><br />
Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />
Teresa Maria Araújo Cunha Almeida<br />
Fotografias<br />
Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Pereira da Cruz<br />
Foto Felicida<strong>de</strong><br />
Edição<br />
<strong>Escola</strong> <strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong><br />
Local e Data <strong>de</strong> Edição<br />
<strong>Esqueiros</strong> – Vila Ver<strong>de</strong>, Abril 2007<br />
Tiragem<br />
200 Exemplares<br />
Execução Gráfica<br />
Grafiver<strong>de</strong><br />
Visita-nos na Internet:<br />
www.eb1-esqueiros.rcts.pt<br />
www.rabanetes.blogs.sapo.pt<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – iii –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Índice.<br />
Introdução ..............................................................1<br />
A Floresta do Medo................................................2<br />
Como Viviam os Animais .......................................5<br />
Aparecimento da Roda...........................................8<br />
A Roda na Floresta do Medo ...............................12<br />
A Bruxa na Roda..................................................15<br />
Chegada do <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>...............................19<br />
A Transformação..................................................23<br />
A Festa.................................................................26<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – iv –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Este livro é <strong>de</strong>dicado aos pais e a toda a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Esqueiros</strong> (fonte <strong>de</strong> inspiração <strong>de</strong>sta história). Bem<br />
hajam pelo apoio e colaboração dispensada, ao longo <strong>de</strong><br />
todo o ano, nas activida<strong>de</strong>s da escola. Apreciamos o<br />
entusiasmo inabalável que sempre nos <strong>de</strong>dicaram.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos ainda, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro instante, a todos<br />
aqueles que colaboraram com alegria na produção <strong>de</strong>sta<br />
história “O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>”, quer em comentários quer<br />
em sugestões, mas que <strong>de</strong> alguma forma contribuíram<br />
para enriquecê-la.<br />
À Dona Lucília (auxiliar), pelos momentos <strong>de</strong> inspiração,<br />
<strong>de</strong> apoio e disponibilida<strong>de</strong>.<br />
Ficamos particularmente gratos aos patrocinadores,<br />
porque sem eles seria impossível a publicação <strong>de</strong>ste livro.<br />
Dedicamos ainda este livro a todas as crianças do<br />
mundo, <strong>de</strong>sejando que este funcione como um pequeno<br />
incentivo à leitura, à leitura <strong>de</strong> histórias…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong><br />
(2006-07)<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – v –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Prefácio<br />
As histórias, veículo privilegiado <strong>de</strong> construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
individual e colectiva <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, são tradicionalmente uma<br />
das formas mais eficazes <strong>de</strong> veicular saberes e valores. Pela acção da<br />
história a criança constrói o pensamento, pela <strong>de</strong>scoberta apren<strong>de</strong> a<br />
situar-se no espaço e aperceber-se das realida<strong>de</strong>s.<br />
Conceber uma história em que o valor máximo é o amor à Natureza e<br />
ao corpo, não po<strong>de</strong> ser dissociado <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong> que estes valores<br />
<strong>de</strong>vem ser veiculados pela expressão artística, receptáculo e fonte <strong>de</strong><br />
emoções. O uso da literatura, da música, da dança, das artes plásticas<br />
e da expressão corporal para levar a cabo a divulgação <strong>de</strong> certos<br />
valores, facilita a criação <strong>de</strong> sentimentos e sensibilida<strong>de</strong>s fortes numa<br />
relação in<strong>de</strong>lével <strong>de</strong> afecto entre cada um e o universo.<br />
É nesta perspectiva que surge uma história <strong>de</strong> criação colectiva, como<br />
fio condutor <strong>de</strong> todo um trabalho, on<strong>de</strong> se preconizam os valores do<br />
respeito e do amor pelo corpo e ambiente, permitindo a construção <strong>de</strong><br />
saberes fundamentais e a vivência <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> cidadania.<br />
De forma divertida mas séria, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>, um nutricionista <strong>de</strong><br />
poupa ver<strong>de</strong>, nasce para animar um projecto <strong>de</strong> intervenção e<br />
divulgação <strong>de</strong> hábitos alimentares. Nasce uma história e, com ela, um<br />
livro, saídas pela al<strong>de</strong>ia, observações, <strong>de</strong>scobertas, intervenções,<br />
momentos geradores <strong>de</strong> animação e <strong>de</strong> conhecimentos. Com ela se<br />
discutem os problemas, com ela se <strong>de</strong>spoletam curiosida<strong>de</strong>s e<br />
investigações, com ela se proporcionam momentos <strong>de</strong> criação.<br />
As emoções são um valor eterno, são um meio seguro <strong>de</strong> comunicar e<br />
<strong>de</strong> sentir em colectivo, <strong>de</strong> fazer passar valores importantes e<br />
verda<strong>de</strong>iros.<br />
Prof. Lai Cruz<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – vi –
Introdução<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Vamos contar uma história passada numa terra<br />
Era uma vez um<br />
<strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>…<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
chamada <strong>Rabanete</strong>lândia, um cenário magnífico tendo como habitantes<br />
muitos rabanetes, frutos, hortaliças, animais… uma terra cheia <strong>de</strong> alimentos<br />
bem-dispostos, que ganham formas<br />
divertidas para ensinar toda a população a<br />
arte <strong>de</strong> uma boa alimentação.<br />
Um mundo <strong>de</strong> fantasia e imaginação<br />
on<strong>de</strong> passam para a realida<strong>de</strong> muitos sonhos<br />
e on<strong>de</strong> se passam coisas que aos humanos parecem muito estranhas. O bem<br />
contra o mal é uma constante nestas aventuras passadas na <strong>Rabanete</strong>lândia<br />
on<strong>de</strong> o <strong>Rabanete</strong> mais famoso do mundo, o nutricionista <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>, dá<br />
a conhecer a sua amiga, “A Roda dos Alimentos”, a todos os habitantes. A<br />
bruxa malvada foi a mais resistente, mas apren<strong>de</strong>u a lição com a viagem ao<br />
mundo da alimentação.<br />
No final da história, assiste-se ao gran<strong>de</strong> acontecimento, a “Festa da<br />
Saú<strong>de</strong>”, com a participação <strong>de</strong> todos, on<strong>de</strong> se dá a gran<strong>de</strong> transformação da<br />
“Floresta do Medo” para a “Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s”.<br />
Prof. Lai Cruz<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 1 –
A Floresta do Medo<br />
gran<strong>de</strong> floresta, a “Floresta do<br />
Medo”.<br />
Nessa quinta, numa mansão<br />
em ruínas, morava uma bruxa muito<br />
má, mais conhecida pela Bruxa dos<br />
Sapos.<br />
Há muitos, muitos<br />
anos, há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos,<br />
na <strong>Rabanete</strong>lândia, um<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
certo lugar no distrito <strong>de</strong> Braga, no extremo<br />
Norte, a poucos quilómetros <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong>,<br />
havia uma quinta, ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> uma<br />
A principal novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse local era o ambiente <strong>de</strong> terror que lá<br />
se vivia. Tratava-se <strong>de</strong> um sítio on<strong>de</strong> os visitantes enfrentavam o<br />
medo e viviam experiências assustadoras. Toda a gente a<br />
censurava mas ninguém enfrentava o raio da bruxa.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 2 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Nessa quinta também viviam muitos animais: sapos, gatos,<br />
num autêntico pesa<strong>de</strong>lo!<br />
porcos, tartarugas, pulgas, ovelhas, cães,<br />
gaviões, caracóis, ratos, vacas... e muitos<br />
passarinhos pálidos e borboletas pretas. Todos<br />
eles viviam numa gran<strong>de</strong> aflição que até metia<br />
confusão. Estes animais viviam<br />
A bruxa malvada em cima da vassoura<br />
andava sempre zangada. Era muito assustadora a bruta da senhora.<br />
Vivia no seu casarão que mais parecia<br />
assombração. Lençóis pretos, sangue,<br />
castiçais, teias <strong>de</strong> aranha, tortuosos<br />
passadiços, criaturas monstruosas e<br />
ouriços, gargalhadas<br />
arrepiantes<br />
compunham o cenário da mansão assombrada.<br />
Sítio <strong>de</strong>stes, só para quem tinha nervos <strong>de</strong> aço e<br />
muito sangue frio, um coração <strong>de</strong> chegar ao limite. Era melhor ficar<br />
longe…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 3 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Era tão feia, tão feia, tão feia… que, ao vê-la, todos os animais<br />
vomitavam a ceia. Os seus <strong>de</strong>ntes eram podres e negros, tão negros<br />
que assustavam mesmo a noite mais escura. Não<br />
sabia o que era uma escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e muito<br />
menos o que era um banho. Tinha medo da água, nem bebê-la nem<br />
usá-la. O seu nariz era comprido e curvado, até tinha um sinal<br />
encarnado.<br />
O seu melhor amigo era o gato,<br />
esse era tarado até parecia<br />
embruxado, quando tinha fome<br />
mordia o rabo, logo ficava endiabrado. Esta bruxa, com um penico<br />
na cabeça, maltratava tudo que encontrava.<br />
Dizia que tinha amigos para se salvar dos perigos. Batia no<br />
gato que era seu amigo e fazia festas ao inimigo. Ria quando<br />
alguém morria e chorava quando alguém nascia. Deitava lixo para o<br />
chão e não se importava com a poluição. As flores queimava e com<br />
silvas a casa enfeitava. Se os outros dormiam ela acordava.<br />
Dormia com os caracóis e rasgava os lençóis. As noites eram<br />
muito violentas... O Drácula, ela imitava e o cavalo só chorava.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 4 –
Como Viviam os Animais<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Ela também cozinhava para todos os animais. Adorava dar<br />
manjares, as travessas iam pelos ares. Os pratos eram sinistros,<br />
punham-se <strong>de</strong> pé como bichos. Acendia a<br />
fogueira na eira, sentada tirava os piolhos<br />
da cabeleira. Punha-se a comer do<br />
cal<strong>de</strong>irão sopa da cor <strong>de</strong> carvão. De<br />
hortaliças não gostava e <strong>de</strong> bichos se<br />
alimentava. Às vezes, também ia para a<br />
retrete fazer omeleta, cozinhava<br />
gafanhotos grelhados com cascas <strong>de</strong> ovos panados, minhocas<br />
assadas <strong>de</strong> preferência bem passadas; e para a sobremesa cocó <strong>de</strong><br />
periquito com molho <strong>de</strong> sapo<br />
frito.<br />
Estes animais passavam<br />
muito mal, só comiam o que<br />
sabia mal… e muitas vezes,<br />
enquanto comiam choravam…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 5 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Estavam tristes, viviam esquecidos naquele sítio feio... horrível… Até<br />
parecia incrível. Aquela situação a ninguém chamava à atenção…<br />
– Se pelo menos houvesse uma peça <strong>de</strong> fruta para mor<strong>de</strong>r!... –<br />
dizia a tartaruga.<br />
– E um calor <strong>de</strong> uma sopa… – acrescentava a avestruz.<br />
Quando tudo ficava com dor <strong>de</strong> barriga, ela ficava feliz e<br />
mandava gargalhadas arrepiantes<br />
que se ouviam como em<br />
altifalantes…<br />
– Ah, Ah, Ah, Ah………….<br />
E os animais ficavam mal…<br />
muito mal… Cada dia mais tristes, fraquinhos e assustados.<br />
Os passarinhos emigravam, a cabra vomitava, as flores<br />
cheiravam mal, os caracóis agitavam os corninhos a pedir<br />
socorro, as borboletas <strong>de</strong>smaiavam, a cobra<br />
tinha falta <strong>de</strong> ar, as abelhas punham-se a chorar, o<br />
cão tinha palpitações no coração, as vacas davam<br />
leite em pó, o macaco parecia que enlouquecia,<br />
os porcos estavam doentes, as árvores estavam<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 6 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
queimadas, a tartaruga corria velozmente <strong>de</strong> pernas para o ar, as<br />
avestruzes estavam pálidas, as formigas enjoadas e os gatos tinham<br />
tosse crónica.<br />
Todos estavam a <strong>de</strong>smaiar… a<br />
morrer… Coitadinhos!<br />
O cavalo que era o mais forte <strong>de</strong><br />
todos, um campeão <strong>de</strong> karaté, estava a<br />
per<strong>de</strong>r também o juízo. Estava tão <strong>de</strong>sesperado… Não aguentando<br />
mais… mandou um grito marado:<br />
– SOCOOOOOOOOOOORRRROOO!...<br />
– Ao mesmo tempo que gritava, fez um truque <strong>de</strong> karaté num<br />
contentor, que se ouviu em todo o mundo:<br />
– BUUUUMMMMMMM.......<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 7 –
Aparecimento da Roda<br />
O senhor Fredo do Monte da Santa, que era<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
da terra, andava a trabalhar no campo, ouviu o<br />
estrondo e ficou pasmado.... pensou que o<br />
mundo ia acabar. Mais admirado ficou quando<br />
viu uma roda gigante a voar nos céus!<br />
– Eh, meu Deus!... Uma roda!!!! – o senhor<br />
Fredo esfregou os olhos e olhou melhor.<br />
Foi a correr chamar o senhor Fernando “Beloso” dono do café e<br />
levou-o <strong>de</strong> mota, que ele não anda a pé, e lá foram à procura <strong>de</strong><br />
uma pista. O Nelinho Birralho que andava a tratar das suas vinhas,<br />
ouvindo o mesmo estrondo, correu a chamar as pessoas da al<strong>de</strong>ia.<br />
Barato”.<br />
– Venham, venham!… – chamou o Manel Cabriteiro, o “Fala<br />
O senhor Nicolau encontrou o senhor Vítor,<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Junta, e correram até à igreja a<br />
tocar o sino a repique. Ainda não se ouvira o<br />
sino e já a al<strong>de</strong>ia estava em alvoroço. Mais ao fundo da rua,<br />
agitados, o tio Evaristo da sucata e a senhora Mimi dos pa<strong>de</strong>iros<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 8 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
chamaram a senhora Rosinha “Beloso” que corria, sem tão-pouco<br />
pensar na sua bengala.<br />
– O que é isto, o que torna a ser?? – todos se questionavam.<br />
A senhora Anita (representante dos pais) que<br />
conversava com a dona Carla Peixeira questionou o<br />
senhor Padre Carlos, que passava no<br />
momento, sobre o que po<strong>de</strong>ria estar a acontecer.<br />
Ainda o senhor Padre não tinha respondido, já<br />
vinham o senhor Carlos da vacaria e o senhor Tone Maria, com os<br />
tractores e uma multidão <strong>de</strong> gente: o senhor Cavalheiro, a senhora<br />
Laida “Bidreira”, a dona Judite da mercearia, a senhora Teresinha<br />
Sanetra, o senhor Artur Nabiça, a senhora<br />
Rosa agricultora e esposa do Dai-dai, o<br />
senhor Provedor Morais da Misericórdia,<br />
a senhora Amélia, o senhor Barreto da<br />
carpintaria, a educadora Tina e alunos…<br />
Toda a população andava num corre-corre muito ligeiro atrás<br />
da gran<strong>de</strong> roda. Pararam todos na subida, ao pé da escola… Aquela<br />
coisa estranha tinha pousado no telhado da escola…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 9 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Que raio será isto? – perguntou a senhora Rosinha “Beloso”.<br />
admirado o senhor Evaristo.<br />
– Uma roda enorme, cheia <strong>de</strong> luzes e <strong>de</strong><br />
cores, hummmm!!!! – disse a senhora Teresinha.<br />
– Nunca vi nada assim na sucata. – disse<br />
– Deve ser invenção das professoras! – disse o<br />
Fredo do Monte da Santa.<br />
– É melhor estar com atenção, vamos lá à avaliação… – disse<br />
a Senhora Anita.<br />
Enquanto tentavam encontrar respostas, a<br />
gran<strong>de</strong> roda gigante levantou voo outra vez…<br />
Nesse mesmo instante juntou-se ao grupo, a<br />
professora Teresa muito aflita, a professora Cecília a<br />
suspirar, a professora Lai a gritar e a dona<br />
Lucília a chorar.<br />
– Ai, ai, ai… “Os meus lindos!...” evaporaram-se<br />
pelos ares!!!! – gritava a professora Lai <strong>de</strong>sesperada.<br />
– Estávamos a dar uma lição sobre alimentação…<br />
e agora esta confusão! – disse a professora Teresa.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 10 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Quem se atreveu a roubá-los? – questionou o<br />
senhor Vítor, Presi<strong>de</strong>nte da Junta.<br />
– Seria o Professor Amaro do<br />
Agrupamento? – perguntou a<br />
senhora Anita.<br />
– Ele não! Não os levaria pelo telhado, ele<br />
não chegava lá… – disse a dona Lucília.<br />
– Então vamos <strong>de</strong>scobrir, alguma coisa<br />
aconteceu! Não po<strong>de</strong>mos ficar parados! – disse o senhor Padre<br />
Carlos.<br />
– Eu ainda acho que foram as professoras! – insistiu o Fredo do<br />
Monte da Santa.<br />
– Cala-te Fredo! Venham!... Vamos atrás <strong>de</strong>la! – disse o senhor<br />
Cabriteiro.<br />
O Senhor Fredo do Monte da Santa e o<br />
senhor Cabriteiro, “ montaram-se” na mota e<br />
arrancaram numa nuvem <strong>de</strong> fumo à frente da<br />
população. Tinham que encontrar a roda.<br />
– Esperem, nós também vamos!... – gritaram todos.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 11 –
A Roda na Floresta do Medo<br />
Ao longe viram a gran<strong>de</strong> roda a<br />
aproximar-se da “Floresta do Medo”. Foi<br />
com gran<strong>de</strong> surpresa <strong>de</strong> todos que esta<br />
aterrou no telhado da gran<strong>de</strong> casa da<br />
bruxa malvada.<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Todos correram para o local, guiados por<br />
aquele cheirinho a fresco que se sentia no ar.<br />
– É agora!! Vou-me a ela com<br />
esta tranca e parto-a<br />
já toda. Não roda<br />
mais! – disse o<br />
senhor Barreto da carpintaria.<br />
– Olha, são alimentos! Ena…<br />
tanto rabanete! Que bom aspecto<br />
têm! – disse a dona Carla<br />
Peixeira que acabara <strong>de</strong> subir a uma<br />
árvore.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 12 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Tu não vês que é uma Roda Dos Alimentos! – disse o Manel<br />
Cabriteiro, todo contente com o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> observação.<br />
– On<strong>de</strong> está o meu filho!! – chorava o<br />
engenheiro Ismael que acabara <strong>de</strong> chegar com o<br />
lanche para o Gabriel.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 13 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Tem calma!! Vá, vá… Pára com isso! – disse o “pai”<br />
Graça esforçando-se por manter a calma.<br />
– Chiiiiuuuuu!!! – disse a senhora<br />
Maria Ferrolha. – Os alunos estão<br />
aqui todos! E olhe, ó engenheiro,<br />
às vezes faz bem arejar. Eles iam, lá em<br />
cima, tão contentes na Roda!!!<br />
O senhor Provedor Morais tentava agora explicar toda aquela<br />
confusão ao professor Amaro (o Presi<strong>de</strong>nte do agrupamento) que<br />
acabara <strong>de</strong> chegar.<br />
Todos os outros observavam em absoluto silêncio…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 14 –
A Bruxa na Roda<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
De vassoura chegou a bruxa, um pouco<br />
bêbeda e quase a cair para o lado…<br />
Aproximou-se e saltou para <strong>de</strong>ntro da roda.<br />
Meia tonta, caminhou por entre todos<br />
aqueles alimentos fresquinhos e bem-dispostos: rabanetes,<br />
morangos, cerejas, alfaces, tomates, nabiças,<br />
cenouras, laranjas… leite, queijo, carne, peixe,<br />
ovos…<br />
Primeiro passou pelo grupo dos produtos<br />
hortícolas e das frutas: rabanetes, morangos,<br />
cerejas, alfaces, tomates, nabiças,<br />
cenouras, laranjas… De repente, a<br />
bruxa ouviu uma vozinha atrás <strong>de</strong>la. Era uma cereja<br />
vermelhinha e simpática que lhe disse:<br />
– Na Roda dos Alimentos somos um gran<strong>de</strong> grupo, temos<br />
muitas vitaminas, celulose e minerais. Nunca te esqueças que<br />
somos teus protectores!<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 15 –
Mas a bruxa amuou e continuou.<br />
Passou pelo segundo grupo.<br />
Farinha, pão, arroz, massa, batatas,<br />
feijão… já estavam à espera <strong>de</strong>la. E<br />
<strong>de</strong>sta vez foi uma<br />
batata que lhe<br />
falou:<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Olha lá, nós somos ricos em energia,<br />
fibras e vitaminas. Ajudamos a crescer os<br />
meninos e as meninas. Connosco a<br />
alimentação fica saudável.<br />
Mas a bruxa amuou e continuou.<br />
Passou pelo terceiro grupo. Lá estava o leite, o queijo e o<br />
iogurte à sua espera. Um queijinho redondinho<br />
aproximou-se e disse-lhe:<br />
– Somos ricos em vitaminas e temos tanto<br />
cálcio para dar. Somos alimentos essenciais<br />
com muitas proteínas animais. Queres leite bruxa?<br />
Mas a bruxa, mais uma vez, amuou e continuou.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 16 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Passou pelo quarto grupo. Deu <strong>de</strong> caras com a carne, o peixe e<br />
os ovos. Um ovinho pequenino branquinho<br />
veio falar-lhe:<br />
– Sou pequenino, mas muito importante<br />
para a tua alimentação!<br />
Eu e os meus amigos<br />
temos boas proteínas, vitaminas e sais minerais.<br />
Se nos comeres ficarás mais forte!<br />
Passou pelo quinto grupo, o<br />
grupo das gorduras. Olhou para a<br />
manteiga, o azeite, a banha e o óleo.<br />
Mas a bruxa amuou e continuou.<br />
Uma manteiguinha <strong>de</strong>u um passo em<br />
frente e disse:<br />
– Somos importantes e sem nós não<br />
po<strong>de</strong>s viver, mas atenção, vê se tens regras<br />
quando nos comeres.<br />
Mas a bruxa ainda bêbada e a cair para<br />
o lado… amuou e continuou. Puxou mais uma<br />
vez da garrafa emporcalhada e bebeu, bebeu,<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 17 –
ebeu… até tossir.<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Agora é que se vê o que o álcool faz às pessoas… – disse a<br />
dona Lucília pasmada, pois nunca tinha visto coisa<br />
igual.<br />
– O álcool, o sal e o açúcar não <strong>de</strong>vem<br />
entrar na nossa alimentação, se não tivermos muito<br />
cuidado com eles, só sabem fazer mal! –<br />
disse o senhor Fernando “Beloso”, com aquele ar <strong>de</strong><br />
quem sabe do que fala.<br />
– E não só! Os fritos, croquetes, rissóis e<br />
bolinhos <strong>de</strong> bacalhau têm muitas gorduras e<br />
dura, amuou e continuou.<br />
produtos perigosos,<br />
fazem mal à saú<strong>de</strong>. –<br />
disse o senhor Padre<br />
Carlos, preocupado com<br />
os seus paroquianos.<br />
Mas a bruxa era<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 18 –
Chegada do <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Mal ela sabia que um pequeno <strong>Rabanete</strong> a seguia. Ouviu-se o<br />
assobio do <strong>Rabanete</strong>:<br />
– Ppppppffffffffffffffiiiiiiiiiiiiiiuuuu…<br />
Ela para trás olhou e com o fresco<br />
<strong>Rabanete</strong> se <strong>de</strong>parou. Tinha<br />
uma poupa ver<strong>de</strong> alta e<br />
esquisita mas muito catita<br />
que lhe dava um ar <strong>de</strong> galo<br />
em dias <strong>de</strong> festa.<br />
Era um <strong>Rabanete</strong> nutricionista… Este era<br />
conhecido em todo o lado pelo seu “sorriso fresco e brilhante”,<br />
invejado até pelos melhores <strong>de</strong>ntistas da região. Quando sorria, a<br />
sua poupa ver<strong>de</strong> e viçosa permitia-lhe ter, aquilo a que os outros<br />
vegetais chamavam, “gran<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>res”.<br />
A bruxa olhou para trás e viu um sorriso fugaz.<br />
– Olha lá, os alimentos constroem o teu corpo, dão-te energia e<br />
alegria. Ou queres ficar sempre feia e fria? – perguntou o <strong>Super</strong><br />
<strong>Rabanete</strong>.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 19 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Entretanto, os animais que tinham<br />
assistido a tudo, sempre meios assustados,<br />
aproximaram-se e elevaram o olhar para a<br />
Gran<strong>de</strong> Roda…<br />
A bruxa <strong>de</strong>u um<br />
soluço… e ao mesmo tempo caiu… Então todos<br />
começaram a dar-lhe conselhos:<br />
– Os alimentos ajudam o teu<br />
corpo a funcionar bem e a ficar <strong>de</strong> boa<br />
saú<strong>de</strong>. Todos necessitamos <strong>de</strong> comer alimentos <strong>de</strong><br />
origem vegetal e animal. Eles dão-nos muita energia e ajudam-nos a<br />
crescer. – disse o senhor<br />
Nabiça.<br />
– A activida<strong>de</strong> física ajuda<br />
a regular o apetite, a dormir e<br />
trabalhar melhor. O exercício<br />
regular ajuda também na<br />
formação dos ossos. – disse o<br />
doutor cavalo.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 20 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Devemos proteger as florestas, pois lá po<strong>de</strong>mos passear e<br />
respirar ar puro… Isto também faz muito bem à saú<strong>de</strong>. – disse a<br />
educadora Tina.<br />
– Os micróbios existem no ambiente e<br />
na comida po<strong>de</strong>m contaminar os<br />
alimentos. Comer alimentos<br />
contaminados po<strong>de</strong> provocar doenças. –<br />
acrescentou a tartaruga enfermeira.<br />
– Então, cuidado… lava sempre as mãos com sabão antes <strong>de</strong><br />
comer. Lava bem as frutas. Evita <strong>de</strong> tossir e espirrar<br />
perto da comida. – aconselhou a dona Lucília.<br />
– Eu sou um nutricionista. Vim cá para te<br />
ensinar mais algumas coisas importantes. Sou<br />
uma pessoa que se interessa pela alimentação,<br />
estudo para conhecer os alimentos e saber o que<br />
é que nos faz mal. – disse o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>.<br />
– Nunca se <strong>de</strong>ve estar muito tempo sem comer<br />
nem passar o dia a petiscar. – acrescentou o doutor cavalo.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 21 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Nem comer muitas guloseimas! Todos os alimentos são muito<br />
importantes para nós. Por isso <strong>de</strong>vemos comer <strong>de</strong> todos os<br />
alimentos… Nunca nos po<strong>de</strong>mos esquecer das hortaliças, do leite,<br />
da fruta, do peixe, dos cereais… – disse o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
nutricionista.<br />
– As bebidas alcoólicas, vinho, cerveja, licores… fazem mal<br />
quando se bebem em excesso. Quando tiveres se<strong>de</strong>, bebe água,<br />
pois ela é importante e indispensável ao teu crescimento. Também<br />
po<strong>de</strong>s beber sumos <strong>de</strong> fruta fresca. – disse a<br />
professora Teresa.<br />
– Vou falar-te da importância do pequeno-<br />
almoço, ele é a primeira refeição do teu dia, se<br />
não tomas o pequeno-almoço ficas fraca e<br />
rezingona, dói-te a cabeça e ficas tola. –<br />
acrescentou a Laida “Bidreira”.<br />
– Não te <strong>de</strong>ves esquecer <strong>de</strong> comer <strong>de</strong> todos os<br />
alimentos, dão-te a energia que tu precisas para<br />
andar, falar…trabalhar… enfim, viver! E não te<br />
esqueças <strong>de</strong> comer SOPA! – gritou a professora Lai.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 22 –
A Transformação<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Tanta coisa que a bruxa estava a apren<strong>de</strong>r nesta viagem ao<br />
mundo da alimentação…<br />
saltar…<br />
De repente, a bruxa saltou, berrou, esperneou e voltou a<br />
Ouviu-se um gran<strong>de</strong> estrondo…<br />
– Buuummmmmmmmmmmmmm…<br />
– Ai credo, São Pedro nos acuda que cai o telhado. –<br />
disse muito assustada a dona Anita.<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> tinha usado todos os seus<br />
po<strong>de</strong>res…<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 23 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– A partir <strong>de</strong> agora, só comerei alimentos que façam bem ao<br />
meu corpo. Não é nada agradável ficar doente… por comer <strong>de</strong> um<br />
engenheiro Ismael muito contente.<br />
modo errado. – afirmou a bruxa<br />
completamente rejuvenescida<br />
perante o espanto geral.<br />
– Incrível!!! Até custa a acreditar,<br />
o fado da<br />
bruxa<br />
acabou. –<br />
disse o<br />
Agora, a bruxa tinha a certeza que ao<br />
seguir aqueles conselhos, iria viver forte e<br />
saudável.<br />
Depois, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> saltou do<br />
telhado e ao ver tanto lixo, tanta porcaria, ficou<br />
admirado e até bastante enjoado. E como por<br />
magia, com apenas um sorriso seu, o lixo<br />
evaporou-se… O coração <strong>de</strong> todos encheu-se <strong>de</strong> energia...<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 24 –
A floresta estava agora diferente.<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> tinha usado<br />
todos os seus po<strong>de</strong>res e<br />
transformou toda aquela<br />
sujida<strong>de</strong>, toda aquela porcaria, em<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
muitas árvores <strong>de</strong> frutos apetitosos, flores<br />
coloridas, hortaliças verdinhas e muitos, muitos, muitos, muitos<br />
rabanetes.<br />
equilibrada.<br />
Quanto à bruxa, era agora uma linda<br />
princesa, simpática e muito feliz, a<br />
Princesa da Saú<strong>de</strong>. Agora, era amiga <strong>de</strong><br />
todos, tinha um<br />
bom coração e<br />
a sua maior<br />
preocupação era fazer<br />
uma alimentação rica, variada e<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 25 –
A Festa<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
A Princesa da Saú<strong>de</strong> propôs uma gran<strong>de</strong> festa em homenagem<br />
à Roda dos Alimentos e ao <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>. Pediu ainda a todos<br />
que a ajudassem na sua importante missão: “A saú<strong>de</strong> na ponta da<br />
língua”.<br />
Todos concordaram e correram para fazer os<br />
preparativos. Fizeram placas coloridas com<br />
gran<strong>de</strong>s letras para exibir na festa:<br />
ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA,<br />
FRUTOS, HORTALIÇAS,<br />
VITAMINAS, ENERGIA,<br />
VIVER, COMER, SOPA, CRESCER,<br />
FELICIDADE, SORRISOS,<br />
ALEGRIA, VIDA, AMOR, PAZ, SAÚDE...<br />
– Que bom! Vamos fazer uma festa! Vamos<br />
fazer uma gran<strong>de</strong> festa!... “A Festa da Saú<strong>de</strong>”!!!!!<br />
Vamos chamar todas as pessoas da<br />
<strong>Rabanete</strong>lândia, elas também têm que vir... Viva,<br />
viva!!! – gritava a borboleta que já não era preta.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 26 –
– ♪♫ ♪ ♫ ♫ ♪ ♪ ♪ ♫ ♫ ♪ –<br />
E o dia da festa chegou.<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Foi a maior romaria <strong>de</strong> que há memória por aquelas bandas…<br />
Animais, pessoas, frutos, hortaliças, rabanetes, muitos rabanetes…<br />
festejavam muito animados…<br />
O senhor Fredo encabeçava o <strong>de</strong>sfile levando a princesa à<br />
boleia e fazendo gran<strong>de</strong>s piruetas um pouco arriscadas com a sua<br />
mota, tal era a satisfação.<br />
O senhor Fernando “Beloso” e o professor Amaro levaram<br />
bebidas para todos. O senhor Vítor e o senhor Provedor Morais<br />
levaram comida, muita comida, on<strong>de</strong> nada faltava, cabrito, leitão,<br />
muitas frutas, saladas e<br />
pão que distribuíam pela<br />
multidão. Os quatro riam,<br />
dançavam, saltavam<br />
abraçados e <strong>de</strong> vez em quando iam lançando foguetes.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 27 –
O Nelinho Birralho e o tio Evaristo da sucata<br />
cantavam (… ó Laurindinha, larai, lai, larai… ó<br />
Laurindinha …), a dona Teresinha Sanetra não dava<br />
<strong>de</strong>scanso à concertina e mesmo os ferrinhos da<br />
senhora Anita tilintavam muito afinados. A senhora<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
Mimi não <strong>de</strong>ixava o bombo em <strong>de</strong>scanso, rufava mais que uma<br />
banda nas festas da Agonia.<br />
O senhor Nicolau chamou o Manel Cabriteiro, o “Fala Barato”, e<br />
o senhor Nabiça e logo ali se fez uma<br />
<strong>de</strong>sgarrada, enquanto a senhora Rosinha<br />
“Beloso” dançava a cana ver<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>scalça, a par com a dona Carla<br />
Peixeira e a dona Lucília.<br />
O senhor Carlos da vacaria, o<br />
engenheiro Ismael e o senhor<br />
Cavalheiro vinham disfarçados <strong>de</strong><br />
hortaliças e tocavam pan<strong>de</strong>ireta. Eram três<br />
rabanetes <strong>de</strong> poupa ver<strong>de</strong> e faces rosadas.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 28 –
A senhora Laida “Bidreira” vinha com a dona Judite da<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
mercearia e a senhora Rosa do Dai-dai num baile <strong>de</strong> roda que nem<br />
nos velhos tempos das <strong>de</strong>sfolhadas era<br />
tão animado. Juntou-se <strong>de</strong>pois a senhora<br />
Amélia e o senhor Barreto da<br />
carpintaria, que faziam cantar as<br />
castanholas. Nem mesmo o Padre Carlos<br />
resistiu a dar um ar da sua graça e dançou o vira ali mesmo, no<br />
A professora Teresa<br />
atrás seguia,<br />
com um bloco na mão<br />
cantava e sorria,<br />
fazia poesia<br />
para ir ao Porto<br />
à praça ’Alegria.<br />
meio da praça.<br />
- Ohhhh, rabanetes cor <strong>de</strong> ervilha?<br />
- Sim. É a professora Cecília e a filha!<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 29 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
A professora Lai inventou um palco, e nuns passos <strong>de</strong> dança<br />
improvisou um espectáculo com todos os<br />
rabanetes, hortaliças, frutos, pessoas e<br />
animais. A senhora Maria Ferrolha saltou-lhe a<br />
rolha, abraçada ao “pai” Graça rodopiava no ar, tão<br />
leve como uma folha. A educadora Tina e a São<br />
juntaram os meninos para uma canção, (são vitaminas, vitaminas<br />
são, são vitaminas p’ro meu coração...) brilharam e<br />
encantaram vestidos <strong>de</strong> legumes da horta…<br />
Todos cantavam, dançavam, sorriam,<br />
comiam, saltavam, brincavam...<br />
Com isto, multiplicaram-se sorrisos e<br />
abraços. Estavam muito felizes!!!!!!!!!!!!<br />
No final, o <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong> disse:<br />
– Não se esqueçam: todos os alimentos são<br />
importantes, tenham muita atenção à Roda Dos<br />
Alimentos e façam bom uso <strong>de</strong>la.<br />
E muito satisfeitos, todos aplaudiram e agra<strong>de</strong>ceram ao <strong>Super</strong><br />
<strong>Rabanete</strong>.<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 30 –
O macaco, muito animado, <strong>de</strong>u um salto mortal,<br />
pendurou-se numa árvore e gritou:<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
– Atenção!!! Agora temos que mudar o nome <strong>de</strong>ste local...<br />
Então, a borboleta voou para perto do macaco e disse:<br />
– E que tal se mudássemos o nome da “Floresta do Medo” para<br />
“Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s”?<br />
– Simmmmmmmm!!!! – gritaram todos.<br />
E assim foi. Agora, à entrada <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong>,<br />
po<strong>de</strong>mos encontrar uma placa on<strong>de</strong> se lê:<br />
Floresta dos <strong>Rabanete</strong>s<br />
3 Km<br />
Raba… quê???<br />
3 km!!??<br />
Isso é em<br />
<strong>Esqueiros</strong>!<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 31 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
OS AUTORES<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 32 –
On<strong>de</strong>,<br />
Com quem,<br />
Como…<br />
Projecto centrado na história <strong>de</strong> um rabanete…<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
COMO VIVEMOS O NOSSO<br />
PROJECTO<br />
A escola transforma-se ao longo <strong>de</strong> quase um ano, tempo em que se <strong>de</strong>senrola<br />
este projecto “Despertar para uma vida saudável”, numa oficina on<strong>de</strong> todos se<br />
envolvem em criação, investigação e muita aprendizagem. Centrado na história<br />
“O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong>", as crianças são levadas a investigar através dum processo<br />
interactivo, conjugando a activida<strong>de</strong> lúdica com a aprendizagem, são convidadas<br />
a construir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cenário a outros a<strong>de</strong>reços da história, utilizando materiais <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sperdício e, sobretudo, dando asas à criativida<strong>de</strong> e imaginação.<br />
Do exterior chegam os contributos <strong>de</strong> muitos que, <strong>de</strong> formas diferentes,<br />
acreditam e enriquecem este projecto. Este trabalho foi o responsável directo,<br />
quer pela colaboração, investigação e ligação ao meio, quer ainda, pelos laços<br />
emocionais criados entre as crianças, a escola e o meio. Afectos e emoções<br />
pairaram sempre no ar, em todas as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste projecto e, acima <strong>de</strong> tudo,<br />
foi ele próprio, um acto poético, um somar <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> amor e partilha.<br />
Dos resultados expressos dos alunos à participação <strong>de</strong> terceiros na vida escolar,<br />
tudo <strong>de</strong>monstrou que esta implicação dos elementos emocionais na vida escolar<br />
contribuiu para um <strong>de</strong>senrolar harmonioso do processo educativo.<br />
O clima <strong>de</strong> festa que este processo criou, funcionou para a vida escolar como uma<br />
verda<strong>de</strong>ira fonte <strong>de</strong> energia renovável. Estes são sem dúvida importantes mas,<br />
mais importantes ainda, é a lição aprendida <strong>de</strong> que, acima <strong>de</strong> tudo, há que dar<br />
lugar à poesia, à fantasia, aos sentimentos, aos afectos.<br />
Prof. Lai Cruz<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 33 –
Duarte, A. (1994). A Magia dos Alimentos. Lisboa: Gradiva<br />
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
REFERÊNCIAS<br />
BIBLIOGRÁFICAS<br />
Leitão, M. (1997). Viagem ao Mundo da Alimentação. Porto: Campos das Letras –<br />
Editores, S.A.<br />
Ambrogi., Calamai., Marasco., Parenti. (1983). Alimentar-se como. Porquê – Quando<br />
– O que comer? Porto: Livraria Civilização.<br />
Imagens integradas na história retiradas dos seguintes sites:<br />
www.gifsanimados.com.sapo.pt<br />
www.reinodosgifs.hpg.ig.com.<br />
www.animiertgifs.hpg.ig.com.<br />
www.tonygifsjavas.kit.net<br />
www.praianetgif.hpg.ig.com.<br />
www.gifsegifs.hpg.ig.com.<br />
www.biaemariogama.sites.uol.com.<br />
www.members.fortunecity.<strong>de</strong>/verinha/<br />
www.biaemariogama.sites.uol.com<br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 34 –
O <strong>Super</strong> <strong>Rabanete</strong><br />
<strong>EB1</strong> <strong>de</strong> <strong>Esqueiros</strong> – 35 –