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EPAPED – Estudo da Palavra de Deus para os Amigos e Professores da Escola Dominical<br />

PORTAL ESCOLA DOMINICAL<br />

4º Trimestre de 2012 - CPAD<br />

Os Doze Profetas Menores - advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo<br />

Comentários da revista da CPAD: Esequias Soares da Silva<br />

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto<br />

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva<br />

LIÇÃO Nº 11 – AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA<br />

TEXTO ÁUREO<br />

"Mas buscai primeiro o Reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).<br />

VERDADE PRÁTICA<br />

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.<br />

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LEITURA DIÁRIA<br />

Segunda - 2 Cr 36.23 O rei da Pérsia e o Templo<br />

Terça - Ed 3.10 Lançam-se os alicerces do Templo<br />

Quarta - Ed 4.3 A edificação do Templo<br />

Quinta - Ed 4.23,24 O embargo da construção<br />

Sexta - Ed 5.1,2 Reinicia-se a construção do Templo<br />

Sábado - Ed 6.14 A nação prospera pela profecia<br />

Veja http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-nic-4tr11-quandoacrisemostraasuaface.htm<br />

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ageu 1.1-9<br />

1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do<br />

profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:<br />

2 Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do<br />

SENHOR deve ser edificada. 3 Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 4 É para vós<br />

tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? 5 Ora, pois, assim diz o SENHOR<br />

dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 6 Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos<br />

fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num<br />

saquitel furado. 7 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 8 Subi o monte, e<br />

trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. 9 Olhastes para muito, mas<br />

eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? disse o SENHOR<br />

dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.<br />

Comentário rápido - Ev Henrique<br />

Nove profetas menores já profetizaram até aqui sobre o cativeiro de Israel e os juízos de DEUS sobre Israel, tanto do<br />

norte como sobre Judá devido a sua idolatria.<br />

Agora o imério babilônico cai. O império vigente agora é o Persa.<br />

O profeta Ageu é o primeiro dos profetas menores a profetizar após o cativeiro babilônico. Ageu - seu nome significa<br />

festa, alegria de voltar a Jerusalém e celebrar festas ao Senhor. Profetizou na época do profeta Zacarias.<br />

Após 70 anos de cativeiro como Jeremias havia profetizado o rei Ciro II ou Ciro”o grande”, rei da Pérsia, 2 Cr 36.22<br />

permitiu e incentivou o povo de Israel a viajarem para Jerusalém para que a casa do Senhor fosse reconstruída. Nessa<br />

época Daniel faleceu. Nem todos desejaram voltar, mas aqueles que se prontificaram voltaram sob o comando de<br />

Zorobabel que tinha a primazia sobre eles por ser descendente direto dos reis e junto com o sumo sacerdote Josué.<br />

Quem estava bem financeiramente ficou em babilônia e região. Todos já haviam sido curados da idolatria aos deuses da<br />

terra de Canaã.<br />

O rei Cambises ordenou que fosse paralisada a obra do templo por ouvir a denúncias de inimigos dos judeus que<br />

moravam na região, principalmente os samaritanos.<br />

O rei Dario Histaspes autorizou a continuação da obra do Templo (Ed 6.1,12,13). Até pediu a oração do povo em seu<br />

favor.<br />

O pecado do povo agora não era a idolatria, mas o amor ao dinheiro. Desanimaram de construir o templo e passaram a<br />

se dedicar a embelezar suas próprias casas.<br />

Qual era a situação desse povo? A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de<br />

DEUS (v.6). Por que? Era o castigo de DEUS pela desobediência e quebra da aliança que DEUS tinha com eles (Dt<br />

28.38-40).<br />

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O profeta Ageu foi o mensageiro de DEUS para levar uma mensagem de reflexão sobre a situação em que estavam<br />

vivendo e de fé e de ânimo ao povo. Ao contrário do povo de antes que não ouvia seus profetas, aqui, o povo ouve Ageu<br />

e trabalha na construção do templo acontecendo assim um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu<br />

sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).<br />

Assim o Templo foi inaugurado em 516 a.C. "no sexto ano de Dario" (Ed 6.15) em quatro anos duração. Esse é o<br />

segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus conhecido como o templo de Zorobabel.<br />

Ageu profetizou durante quase 4 meses e entregou 4 mensagens. Ano em que profetizou - 521 a.C.<br />

Mensagens entregues por Ageu:<br />

Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)<br />

Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)<br />

Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)<br />

Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)<br />

Propósitos do livro:<br />

(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e<br />

(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as<br />

bênçãos divinas.<br />

A glória desse segundo templo seria maior do que a glória que apareceu no templo de Salomão. JESUS (DEUS mesmo)<br />

estaria ali no futuro. No templo restaurado por Herodes, mas esse mesmo templo, conhecido como templo de Zorobabel.<br />

Quem é santo e toca em alguém não vai tornar puro aquele em que ele toca (santidade é conseguida por esforço e<br />

decisão individual), mas aquele que é impuro torna impuro aquele em que ele toca (concordar ou participar dos pecados<br />

alheios, menter a comunhão com os pecadores nos torna impuros).<br />

Aplicação<br />

Será que estamos deixando de contribuir com a obra de DEUS para nos dedicarmos a nossas casas?<br />

Será que gastamos mais em coca-cola do que em ofertas para missionários?<br />

Será que nossos líderes gastam mais em mansões, carros de luxo, ternos de grifes famosas, templos suntuosos do que em missões e<br />

evangelização mundial?<br />

Será que estamos mantendo nossa fidelidade nos dízimos e ofertas para a obra do Senhor?<br />

Será que estamos nos santificando ou estamos nos misturando ao mundo e até somos confundidos com seu cidadãos?<br />

Comentários da BEP - CPAD<br />

1.1 VEIO A PALAVRA DO SENHOR, PELO... PROFETA AGEU. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que 50.000 judeus<br />

exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (ver Ed 1.2-4;<br />

2.64, 65; 3.2; 5.1). Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces do templo (ver Ed<br />

3.8-10). A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra (ver Ed 4.1-5,24). Conseqüentemente, os judeus<br />

tornaram-se espiritualmente apáticos. Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à construção da Casa do<br />

Senhor. DEUS, então, envia-lhes os profetas Ageu e Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra (ver a introdução do<br />

livro de Ageu).<br />

1.4 CASAS ESTUCADAS. Os judeus que haviam voltado do cativeiro, estavam tão ocupados com os próprios<br />

interesses, que passaram a negligenciar a construção da Casa de DEUS. Suas casas achavam-se revestidas de<br />

madeira de cedro, ao passo que o templo permanecia em ruínas. Ageu, então, mostra-lhes que a obra de DEUS tem de<br />

ter toda a primazia. Da mesma forma, o reino de DEUS e os interesses da causa do Mestre devem ser a suprema<br />

prioridade em nossa vida (Mt 6.33). Note como o Senhor JESUS era zeloso pela casa e obra de DEUS (Jo 2.17; 4.34;<br />

6.38; 9.4). O que estabelecemos como prioridade, indica o amor que devotamos ao nosso Senhor.<br />

1.6-11 SEMEAIS MUITO E RECOLHEIS POUCO. O povo de DEUS perdera a sua bênção, pois estava vivendo apenas<br />

em função das próprias vantagens. Eles revelavam um mínimo interesse pelos alvos e propósitos divinos. De igual<br />

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modo, poderemos esperar um declínio das bênçãos e da ajuda de DEUS em nossa vida, se não estivermos vitalmente<br />

interessados pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações.<br />

1.12 OUVIU... A VOZ DO SENHOR. Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu, obedeceram e<br />

temeram ao Senhor. Levando a sério a palavra de DEUS, recomeçaram de imediato os trabalhos de construção da Casa<br />

de DEUS.<br />

1.13 EU SOU CONVOSCO. DEUS responde à obediência de seu povo, prometendo-lhe que estaria ao seu lado.<br />

Fortaleceu-lhes a resolução, e ajudou-os a levar a efeito a obra (cf. Zc 4.6). Estar "contigo" é a mais grandiosa promessa<br />

que o Senhor pode fazer-nos (ver Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx 3.12; Mt 28.20).<br />

2.3 ESTA CASA NA SUA PRIMEIRA GLÓRIA. Depois de concluída a obra do templo pós-exílico, algumas pessoas<br />

viram-se desanimadas e desiludidas por considerarem o novo templo como "nada" em comparação à magnificência do<br />

templo construído por Salomão. Sendo assim, DEUS encoraja o povo com três promessas:<br />

(1) o próprio DEUS estará com eles para garantir o cumprimento de todas as suas promessas segundo o concerto (v. 4);<br />

(2) o ESPÍRITO de DEUS permanecerá entre o povo (v. 5); e<br />

(3) a glória do último templo seria maior que a do primeiro por causa da demonstração do poder de DEUS que nele<br />

haverá (v. 9; cf. o ministério de JESUS e dos apóstolos, conforme registrado nos Evangelhos e em Atos, dar-se-ia na<br />

época do segundo templo). Não é a beleza das estruturas eclesiásticas que, em última análise, dá frutos ao reino de<br />

DEUS. O que mais importa é a presença dos dons, ministérios e poder do ESPÍRITO SANTO em nosso meio.<br />

Perguntemo-nos a nós mesmos: O ESPÍRITO SANTO manifesta-se em grande medida em nossas reuniões, ou há<br />

pouca, ou nenhuma evidência, de sua presença e poder entre nós<br />

2.6-9 FAREI TREMER OS CÉUS, E A TERRA. Estes versículos referem-se ao juízo divino contra o mundo antes e<br />

durante a volta de JESUS CRISTO (cf. Hb 12.26,27): "Os céus e a terra tremerão" (Jl 3.16; cf. Mt 24.29,30). A glória de<br />

DEUS, então, encherá o templo como nunca dantes aconteceu. Ele habitará entre o seu povo, em paz, como o Salvador<br />

glorioso.<br />

2.10-14 PERGUNTA, AGORA, AOS SACERDOTES. DEUS mostra ao povo que, embora a santidade não possa ser<br />

transmitida mediante o contato, as influências corruptíveis do pecado não deixam de ser contagiosas. Noutras palavras:<br />

morar na terra santa não torna ninguém santo, ao passo que o pecado profana tudo quanto o povo faz, inclusive os atos<br />

de adoração.<br />

2.15-19 APLICAI O VOSSO CORAÇÃO A ISSO, DESDE ESTE DIA EM DIANTE. DEUS ordena ao povo que considere<br />

por que não fora ainda abençoado. A causa era a desobediência (ver 1.9-11).<br />

Agora, porém, dispunham-se a edificar o templo. Por sua vez, DEUS faz com que tudo quanto eles empreendam tenha<br />

êxito. Tal princípio é expresso também no NT. O favor de DEUS, seu amor e comunhão, vêm-nos somente à medida que<br />

continuamos a buscá-lo, e a observar-lhe os mandamentos (ver Jo 14.21-23).<br />

2.21 FAREI TREMER OS CÉUS E A TERRA. O profeta encoraja Zorobabel, governador do povo de DEUS, garantindolhe<br />

que, um dia, o Senhor destruirá o poder dos reinos e nações em toda a terra. Este dia dar-se-á quando JESUS<br />

CRISTO estiver reinando sobre todos os habitantes do mundo (ver Ap 19.11-21).<br />

2.23 ZOROBABEL... COMO UM ANEL DE SELAR. Quando chegasse o momento de abalar os céus e a terra, Ele faria<br />

de Zorobabel um anel de selar. Constituía-se este na marca oficial da autoridade suprema; era uma garantia do favor de<br />

DEUS para com o seu povo. É possível que Ageu estivesse profetizando acerca de JESUS CRISTO que, como<br />

descendente de Zorobabel (ver Mt 1.12-13), será, "naquele dia", o governante supremo, cujo reino há de ser absoluto e<br />

universal.<br />

Esboço da BEP - CPAD<br />

I A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)<br />

A.Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)<br />

B.O Profeta Repreende o Povo por Não Ter Concluído a Construção do Templo (1.2-11)<br />

C.A Reação do Povo (1.12-15)<br />

II.A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)<br />

A.Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)<br />

B.O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)<br />

C.A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)<br />

III.A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)<br />

A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)<br />

B.O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)<br />

C.A Bênção da Obediência (2.15-19)<br />

IV.A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)<br />

A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)<br />

B.A Ruína Futura das Nações (2.21,22)<br />

C.O Significado Profético de Zorobabel (2.23)<br />

Autor: Ageu<br />

Tema: Reedificação do Templo<br />

Data: 520 a.C.<br />

Considerações Preliminares<br />

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Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT (os outros dois são Zacarias e Malaquias). É mencionado<br />

nominalmente duas vezes em Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e<br />

“embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém,<br />

ainda se lembravam do templo de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586 a.C.<br />

(2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade ao profetizar. O livro tem uma data exata para<br />

sua composição: o segundo ano do rei Dario da Pérsia (520 a.C.; 1.1).<br />

O contexto histórico do livro é importante para compreendermos sua mensagem. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia,<br />

promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o templo,<br />

cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9).<br />

O primeiro grupo de judeus a voltar para Jerusalém, havia deitado os alicerces do novo templo em 536 a.C., em meio a<br />

muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao<br />

empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C.. A<br />

letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Em 520 a.C., Ageu,<br />

acompanhado por um profeta mais jovem — Zacarias (ver a introdução de Zacarias), conclama Zorobabel e o povo a<br />

retomar a construção da casa de DEUS. Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf. Ed<br />

4—6).<br />

Propósito<br />

Durante um período de quatro meses, em 520 a.C., Ageu entregou quatro concisas mensagens registradas neste livro<br />

(ver o esboço). As mensagens tinham duplo propósito:<br />

(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e<br />

(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as<br />

bênçãos divinas.<br />

Visão Panorâmica<br />

O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). (1)<br />

Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por<br />

dentro, enquanto a Casa de DEUS permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar<br />

seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor DEUS retirado a bênção sobre eles em conseqüência de seus maus<br />

caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram<br />

reverência a DEUS, e recomeçam a obra (1.12-15).<br />

(2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam<br />

como nada o segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então, exorta os líderes a se mostrarem corajosos,<br />

porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será<br />

maior do que a da primeira” (2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver uma vida de santa<br />

obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23), foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz<br />

que Zorobabel representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica (2.23).<br />

Características Especiais<br />

Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu. (1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá depois<br />

do exílio babilônico. (2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito versículos); Obadias é o menor. (3) A frase<br />

“assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos<br />

repatriados. (4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito da visitação futura de DEUS (2.6-9).<br />

O Livro de Ageu ante o NT<br />

Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv. 6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações<br />

e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb 12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como o<br />

“anel de selar”, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de JESUS CRISTO, no NT (Mt 1.12,13; Lc 3.27), Zorobabel é o<br />

ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de<br />

Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.<br />

INTERAÇÃO<br />

O Templo era o símbolo visível da aliança de DEUS com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro<br />

profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: "Israel, reconstrua o<br />

Templo para o Senhor!" Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de DEUS, porém através do ministério de<br />

Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, "a glória da segunda Casa será maior que<br />

a da primeira". Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos<br />

negligenciar a obra de DEUS e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino,<br />

trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras<br />

Sagradas.<br />

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:<br />

Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.<br />

Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.<br />

Saber que temos responsabilidade diante de DEUS e dos homens.<br />

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ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA<br />

Reproduza o esboço da abaixo conforme as suas possibilidades. Utilize-o para introduzir a lição. Explique que o livro do<br />

profeta Ageu pode ser divido em duas partes principais: a primeira, "a reconstrução do Templo"; a segunda, "o esplendor<br />

futuro do Templo". Dê ênfase à palavra-chave, pois a profecia de Ageu gira em torno deste tema. Conclua dizendo que<br />

devemos encarar a nossa responsabilidade na obra de DEUS não como um fardo pesado, mas como um grande<br />

privilégio.<br />

ESBOÇO DO LIVRO DE AGEU<br />

Parte I – Reconstrução do Templo (1.1-15)<br />

(1.1).................................Introdução.<br />

(1.2-11)............................Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.<br />

(1.12-15)..........................Segundo oráculo: resposta e compromisso.<br />

Parte II – Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)<br />

(2.1-9)..............................Terceiro oráculo: compromisso e promessas. (<br />

(2.10-23)..........................Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.<br />

RESUMO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA<br />

I. O LIVRO DE AGEU<br />

1. Contexto histórico.<br />

a) Cambises. b) Dario Histaspes.<br />

2. Vida pessoal.<br />

3. Zorobabel.<br />

4. Estrutura e mensagem.<br />

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES<br />

1. A desculpa do povo.<br />

2. Inversão de prioridades (vv.3,4).<br />

3. Um convite à reflexão.<br />

III. A EXORTAÇÃO DIVINA<br />

1. Crise econômica. .<br />

2. A solução.<br />

3. O Segundo Templo.<br />

SINÓPSE DO TÓPICO (1) O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam<br />

da Casa de DEUS em Jerusalém.<br />

SINÓPSE DO TÓPICO (2) A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso<br />

e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.<br />

SINÓPSE DO TÓPICO (3) A presença de DEUS no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.<br />

LIVRO DE AGEU - PRINCÍPIOS PARA O SUCESSO E PROSPERIDADE - REVISTA BETEL - 2º TRIMESTRE DE<br />

2008<br />

TEXTO ÁUREO<br />

Mas buscai primeiro o reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas". (Mt 6.33)<br />

VERDADE APLICADA<br />

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DEUS é o principal interessado na prospendade dos salvos, pois eles são membros do corpo de CRISTO.<br />

OBJETIVOS DA LIÇÃO<br />

Mostrar que DEUS cuida de todas as necessidades daqueles que confiam nEle, e se entregam, sem reservas, ao<br />

cumprimento dos Seus desígnos;<br />

Ensinar que aplicar recursos materiais na obra do Senhor nao é generosidade. É fidelidade ao projeto de DEUS; .<br />

Lembrar que depois de entregarmos ao Senhor o que lhe é devido ainda teremos o suficiente para satisfazer os desejos<br />

do nosso coração.<br />

LEITURAS COMPLEMENTARES<br />

Segunda Zc 8.9-13 - Terça IRs 17.13,14 - Quarta Mt 6.25,26 - Quinta Mt 6.31,32 - Sexta Mt 7.7-11 - Sábado Jo 15. 16<br />

TEXTOS DE REFERENCIA<br />

Ag 1.4 - É para vós tempo de habitar em vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?<br />

Ag 1.5 - Ora, pois, assim diz o diz o Senhor dos exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.<br />

Ag 1.6 - Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestivos, mas<br />

ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe num saquitel furado.<br />

Ag1.7 - Subi o monte e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor.<br />

Ag 1.9 - Olhastes para muito, mas alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhes assoprei.<br />

Por que? - Disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um corre à sua própria<br />

casa.<br />

INTRODUÇÃO<br />

DEUS comissionou Ageu para revelar aos judeus que as dificuldades financeiras deles eram reflexos diretos do<br />

abandono do propósito pelo qual o Senhor os trouxera do cativeiro. Sua profecia é fundamental para a Igreja do Senhor<br />

JESUS, pois a observância dos princípios nela apresentados, guarda-nos de cair no engano de Satanás, principal<br />

interessado em desviar e empobrecer os filhos de DEUS e impedir a difusão do evangelho e o estabelecimento do reino<br />

dos céus.<br />

1- O CONTEXTO HISTÓRICO DE AGEU<br />

Este tópico deve ser cuidadosamente estudado e comparado com o livro de Esdras que é onde se encontra maior<br />

quantidade de informação sobre o contexto e ambiente histórico dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Este último<br />

profetizou cerca de setenta anos depois dos primeiros, mas de um modo geral as condições eram as mesmas.<br />

a) Quem foi Ageu? - Não temos a resposta, porém temos a mensagem, que o profeta cuidadosamente registrou e<br />

através dela DEUS fala ao seu povo até hoje.<br />

Pelo livro de Esdras tomamos conhecimento que Ageu e Zacarias estavam entre os cativos que voltaram da Babilônia<br />

quando o rei Ciro, movido por DEUS autorizou o regresso dos judeus a Jeusalém em 536 a.C (Ed 5.1).<br />

b) Cerca de cinqüenta mil pessoas fizeram a viagem de volta ao lar (Ed 2.64,65) - Abastecidos com ouro, prata, objetos<br />

preciosos, gado e muitas outras coisas que foram voluntariamente doadas, além dos utensílios do templo que<br />

Nabucodonosor tinha levado para Babilônia (Ed 1.6-11).<br />

Animados, assim que se organizaram, começaram a obra (Ed 3.8). Mas esta por ordem de Artaxerxes, foi interrompida<br />

(Ed 4.6) e a retomada só se deu 15 anos após (Ed 4.24), mediante o estimulo de Ageu e Zacarias, chamados de<br />

"profetas da restauração".<br />

c) As profecias registradas no livro de Ageu e no lIvro de Zilcarias tiveram lugar no ano 520 a.C - E este era o segundo<br />

ano de Dário I (Ag 1.1; Zc 1.1), porém o ministério do segundo estendeu-se um pouco mais (Zc 7.1). As de Malaquias<br />

em 435 a. C. Pelas exortaçôes do capítulo um de Ageu e pelas promessas do capítulo dois ficamos sabendo que já há<br />

algum tempo secas, pragas e inflação vinham angustiando e empobrecendo os judeus.<br />

2- AGEU CONCLAMA A DAR PRIORIDADE A DEUS .<br />

Mesmo trabalhando árdua e constantemente as necessidades básicas ao quotidiano (Ag 1.6a), fracassos nos negócios,<br />

e dificuldades financeiras se tornaram rotineiras na vida dos judeus do pósexílio, a ponto de não desfrutarem, sequer, do<br />

produto de seus labores (Ag 1.6); e muitos outros, escravizados pelo consumismo.<br />

Por mais que aumentassem a renda, nunca tinham o suficiente para satisfazer as necessidades que surgiam a cada dia<br />

(Ag 1.6).<br />

De acordo com O profeta Ageu, eles precisavam:<br />

a) Precisavam rever o projeto de DEUS - Os judeus perderam de vista o projeto principal de Jeová para eles - reconstruir<br />

o templo (Ed 1.3). Foi-lhes concedido tudo o que precisavam para iniciar a obra (Ed 1.6-11), o restante DEUS lhes daria<br />

à medida que os trabalhos avançassem. Cada membro do corpo de CRISTO foi chamado e capacitado para o Seu<br />

grande e maravilhoso propósito: "Eu vos escolhi e vos nomeei para que vades e deis muito fruto ... " (Jo 15.16; lPe 2.5,9;<br />

Ef 3.10).<br />

b) Precisavam eliminar as desculpas que não se justificavam mais - Dário I já havia liberado as obras do templo. Mas, os<br />

judeus alegavam que ainda não era chegado o tem o de edificar a casa de DEUS. Satanás procura manter-nos bem<br />

ocupados para não percebermos as oportunidaes novas que o Senhor cria. Mas, o Senhor JESUS exorta-nos: "Lembrate<br />

de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5).<br />

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C) Precisavam por as contas em dIa - Os judeus receberam abundância de recursos para investirem na reconstrução da<br />

casa do Senhor (Ed 1.6), mas quando a obra foi interrompida eles usaram o restante na edificação de suas próprias<br />

casas (Ag 1.4). Por conta disso, eles tinham colheitas fracas, fome e sede fortes; agasalhos leves, invernos rigorosos;<br />

salários baixos, preços altíssimos (Ag 1.6); almejavam muito e alcançavam pouco. Suas contas foram reprovadas por<br />

DEUS (Ag 1.9-11).<br />

3- AGEU CONClAMA A RESGATÀR O PLANO DE DEUS<br />

Não era suficiente que os judeus reconhecessem que tinham falhado em observar as prioridades de DEUS. <strong>Para</strong> mudar<br />

a situação era lecessário tomar atitudes firmes e corajosas que possibilitassem a retomada do plano de DEUS, e assumir<br />

a responsabilidade de reconstruir e zelar pela manutenção da casa do Senhor, confiando que Ele supriria<br />

abundantemente<br />

todas as suas necessidades. Motivados e estimulados pelo profeta:<br />

a) O povo agiu imediatamente" E o povo ouviu a voz do Senhor, seu DEUS, e as palavras do profeta Ageu". "Então o<br />

príncipe Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué, e o resto do povo, vieram e trabalharam na casa do Senhor DEUS dos<br />

Exércitos, ao vigésimo quarto dia do sexto mês" (1.12,15).<br />

E em vinte e quatro dias fizeram a planta do edifício e começaram a obra (2 .1,3). Ações iniciadas antes que se dissipem<br />

a força, o entusiasmo e os recursos recebidos do Senhor, são indispensáveis ao sucesso de empreendimentos.<br />

b) O povo afastou a idéia de que o passado era melor do que o presente - Esta comparação poderia desanimá-los ao<br />

constatar a escassez dos recursos à disposição naquele momento e levá-los a desistir do projeto de DEUS (Ag 2.3; Ed<br />

3.12). Tenha o passado como referencial libertador, não como prisão. Lembre-se, DEUS não mudou. Ele está agora<br />

mesmo renovando<br />

e restaurando tudo em sua vida.<br />

c) O povo esforçou-se e trabalharam - Ageu exortou-os para que empenhassem todo esforço na empreitada e DEUS<br />

moveria céus e terra (Ag 2.6-8) para levar a Jerusalém toda prata e todo ouro necessários à obra do templo, e<br />

assegurou-lhes: "A glória desta última casa será maior do que a primeira" (Ag 2.9). Faça o mesmo. Recomece com os<br />

dons, recursos e vigor que você tem, mesmo que te pareçam escassos. Esforça-te no Senhor teu DEUS, que nada te há<br />

de faltar na execução do plano incomparável que Ele confiou a você.<br />

4- AS PREOCAUÇÕES PAR MANTER A PROSPERIDADE<br />

O profeta Ageu sabia que a prosperidade só perdura se forem tomadas providências necessárias à sua manutenção. Por<br />

isso, somente considerou seu ministério entre os libertos concluído, depois de dar-lhes instruções a este respeito. <strong>Para</strong><br />

prolongar a prosperidade eles precisavam destas coisas:<br />

a) Precisavam fechar a porta para o mal - o santo se torna impuro pelo contato com o imundo? Sim (Ag 2.12,13). Isto<br />

indica que um único deslize moral destrói um ministério, uma carreira política, uma empresa, uma família. Porém, no<br />

meio do caos que a falta produz nenhuma atitude correta é vista ou levada em conta a favor do faltoso (Ez 33.12,13).<br />

Portanto, feche bem a tua porta. Mantenha o mal do lado de fora.<br />

b) Precisavam estabelecer a prioridade de DEUS como referencial - Ageu propôs que os judeus tomassem como<br />

referencial o dia que eles voltaram ao projeto de DEUS e começaram a reconstruir o templo. Tendo isto em mente,<br />

sempre que surgissem dificuldades, eles poderiam voltar lá e perguntar: Qual era a nossa situação antes deste dia (2<br />

.15-17) e como ela veio a ser depois dele (2.18 ,19)? O que 'DEUS nos mandou fazer a respeito e como Ele, reagiu a<br />

nossa obediência? Por este referencial eles seriam advertidos contra possíveis desvios de propósito e estimulados a<br />

permanecerem fiéis às prioridades de DEUS.<br />

C) Precisavam confiar no Senhor - Depois que as prioridades foram restabelecidas, as medidas necessárias para<br />

retomar o projeto de DEUS foram adotadas e as portas fechadas para o mal. Eles confiaram e esperaram pacientemente<br />

pelo Senhor. DEUS garantiu-lhes que no tempo oportuno derribará tronos, destruirá poderes e forças de oposição aos<br />

Seus propósitos e ao Seu povo e dará autoridade e poder aos Seus escolhidos (Ag 2.21 -23).<br />

CONCLUSÃO<br />

A prioridade de DEUS para a Igreja é que, através dela, o mundo ouça o Evangelho e mllhões sejam salvos pela fé em<br />

JESUS. Se vivermos em sintonia com este propósIto, não precisaremos temer a pobreza, nem serm os consumidos pela<br />

avidez das riquezas. Portanto, "busquemos primeiro o reino de DEUS, e a Sua justiça, e todas essas coisas nos serão<br />

acrescentadas" (Mt 6.33).<br />

Subsídios<br />

Ageu, Zacarias e Malaquias, introdução e comentário - Série cultura bíblica - Joyce G. Baldwin<br />

(http://www.vidanova.com.br/produtos.asp?codigo=442)<br />

INTRODUÇÃO<br />

No ano 520 a. C. Jerusalém estava em crise. Não era uma crise percebida por todos, como p. ex. uma ameaça de<br />

invasão leva o povo todo à ação, mas o estado perigoso de paralisia moral que aceita como normais condições que<br />

exigem mudanças drásticas. A não ser que um homem de visão e determinação pudesse intervir no tempo, não haveria<br />

esperança de recuperação.<br />

Os judeus que retomavam de Babilônia tinham esperado que todo o deserto se tomasse um jardim florido (Is 35:1). Em<br />

vez disto eles encontraram um deserto que invadia seus campos e pomares à medida que um ano de seca sucedia ao<br />

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outro. A consequente carestia e pobreza baixara o moral dos que de outra forma estariam ansiosos por reconstruir. Três<br />

séculos antes Amós tinha falado de condições climáticas adversas e colheitas frustradas (Am 4:6s), ensinando que<br />

tinham sido os sinais divinos de advertência, que Israel em sua autoconfiança não, reconheceu. As circunstâncias eram<br />

outras, mas mesmo assim Ageu viu nas secas seguidas um repreensão divina. Diferente de Amós, -ele estava<br />

confrontado com um povo que sabia das suas necessidades e estava preparado para admitir seu fracasso. Eles<br />

aceitaram o diagnóstico de Ageu como vindo de DEUS, reorganizaram sua vida de acordo, e se puseram a trabalhar.<br />

I. O PROFETA<br />

Parece que Ageu não precisava ser nem apresentado nem identificado (1:1), porque também em Ed 5:1 e 6:14 ele é<br />

simplesmente "o profeta", e a julgar pela repetição aramaica de Ed 5: 1 - "os profetas, Ageu, o profeta - ele geralmente<br />

era chamado assim (cf "Habacuque, o profeta", Hc 1:1). A ausência de ascendência pode significar que seu pai já caíra<br />

no esquecimento, que havia poucos profetas e que, por isto "o profeta" era suficientemente específico, e que ele era bem<br />

conhecido na pequena comunidade judaica. Seu nome é, como' muitos outros no Antigo Testamento, derivado da<br />

palavra hag, "festa": Hagi (Gn 46: 16, Nm 26:15), Hagite (11 Sm 3:4), Hagias (I Cr 6:30). Provavelmente ele nasceu num<br />

dia de festa, e por isto foi chamado de "minha festa" (em latim festus, em grego hilary). Também é possível que Ageu<br />

tenha sido um apelido.<br />

Não devemos nos surpreender se um livro tão curto revela pouca coisa sobre a vida do profeta. Era ele um jovem que<br />

voltou com seus pais em 538 a.C. ?<br />

Se ele na ocasião ainda era criança, a ausência de seu nome na lista de Esdras 2 poderia ser explicada. Será que ele<br />

esteve mesmo em Babilônia? De acordo com a tradição judaica ele viveu a maior parte de sua vida em Babilônia. 12 Em<br />

parte com base nesta tradição e em parte baseado em Ageu 2:3 surgiu a opinião de que ele era um homem muito idoso<br />

quando profetizou, alguém que tinha visto o templo antes de' sua destruição, e foi incumbido da tarefa mais importante<br />

da sua vida pouco antes de morrer. A autoridade com que ele pregou e esta única preocupação com o templo tendem a<br />

confirmar isto.<br />

De acordo com uma tradição cristã antiga Ageu era um sacerdote, que foi sepultado com honras perto dos túmulos dos<br />

sacerdotes. 13 O fato de nas versões antigas certos salmos serem atribuídos a Ageu pode prestar apoio à sua linhagem<br />

sacerdotal. A LXX, por exemplo, sobrescreve os salmos 138 e 146-149 com os nomes de Ageu e Zacarias, talvez<br />

indicando que eles eram respons4veis pela coletânea da qual foi feita a tradução grega. A tradição hebraica, por outro<br />

lado, não concorda que Ageu tenha sido sacerdote, e o Rabi Eli Cashdan, do nosso tempo, escreve: "É evidente que ele<br />

não era da tribo sacerdotal, já que ele chamou a atenção dos sacerdotes de seu tempo para a impureza levítica" (ii. 11).<br />

14. Esta evidência, no entanto, dificilmente prova o argumento. A única coisa que podemos afirmar com certeza é que<br />

ele tinha uma paixão pela causa de DEUS que o consumia, como os grandes profetas antes dele. Assim como Elias<br />

confrontou seus contemporâneos 'com uma decisão fundamental no Monte Carmelo, Ageu reconheceu que para sua<br />

geração tudo dependia da reconstrução do templo. Isto foi "de fato um tipo de encarnação de tudo que DEUS<br />

representava, exigia e podia fazer por seu povo naquela época que estava por surgir". 15.<br />

12 Rabi Eli Cashdan, lhe Twe/ve Prophets (Soncino Press, 1948), pg 254.<br />

13 H. G. Mitchell, ICC. Pg. 26, citando Dorotheus e Hesychius para provar sua afirmação. .<br />

14 Op. cit., pg. 252.<br />

15 J. B. Taylor, Ezekie/ (TOTC. 1969), pg. 253.<br />

Das informações precisas contidas no texto descobrimos que Ageu pregou os sermões registrados em seu livro no<br />

espaço de quinze semanas durante o segundo ano de Dario 1(521-486 a. C.). Tem sido possível, com a ajuda da<br />

evidência de mais de cem textos babilônicos, e de tabelas da lua nova calculados com informações astronômicas,<br />

sincronizar os antigos calendários, o lunar com o calendário Juliano. Os resultados coincidem quase completamente,<br />

com margem de erro de um dia. 16 A tabela abaixo apresenta as datas que aparecem em Ageu e Zacarias, e seus<br />

equivalentes. A coluna quatro dá a data no calendário Juliano em que houve lua nova em cada ano mencionado.<br />

Ano de mês Data da data equivalente,<br />

Referência Dario<br />

lua nova dia a.C.<br />

Ag 1:1 segundo sexto 29 ago 1.0 29 ago 520<br />

Ag 1: 15 ..<br />

Ag 2:1 ..<br />

Zc 1:1 ..<br />

Ag 2: 10,20 ..<br />

Zc 1:7 ..<br />

..<br />

sétimo<br />

oitavo<br />

nono<br />

11.°<br />

..<br />

27 set<br />

27 out<br />

25 Nov<br />

23 jan<br />

24.° 21 set 520<br />

21.° 17 out 520<br />

24.° 18 dez 520<br />

24.° 15 fev 519<br />

Zc 7:1 quarto nono 4 dez 4.° 7 dez 518<br />

Não há nenhuma possibilidade de saber o que aconteceu a Ageu<br />

depois de 18 de dezembro de 520. Assim que a reconstrução do templo<br />

foi iniciada com seriedade sua missão estava cumprida, e ele se retirou<br />

do cenário, tendo em Zacarias um sucessor para continuar sua obra.<br />

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II. SEU LIVRO<br />

Neste curto livro foram registradas somente as partes essenciais das quatro mensagens do profeta. Se prestarmos<br />

atenção, poderemos notar a distinção que há entre as palavras do profeta e a moldura em que elas foram colocadas. As<br />

introduções datadas (1:1, 2:1, 10,20), a narrativa (I: 12) e as introduções abreviadas (2: 13, 14) fazem referência a Ageu<br />

na terceira pessoa, dando a impressão que alguém; que não era o profeta, foi responsável pela coletânea das<br />

mensagens. Há muita probabilidade de que o livro foi" editado logo depois de 520 a.C. Que Ageu estava tão vivo na<br />

memória das pessoas que não precisava ser apresentado já foi mencionado.<br />

16 Material importante, junto com tabelas que incluem as datas em que os meses iniciavam, pode ser encontrado em R.<br />

A. Parker e W. H. Dubberstein, Babyloniao Chron%gy 626 a.C. - 75 'd.e. (Brown University Press, 1956).<br />

O." Eissfeld ficou impressionado com "os detalhes muito exatos e claramente confiáveis do relato", que na sua opinião<br />

devem remontar as anotações do próprio profeta, para destacar a impressão de total objetividade do seu relato,<br />

escolhendo por isso a terceira pessoa e não a primeira". 17 P. R. Ackroyd tem um ponto de vista totalmente diferente.<br />

Ele acha que o editor foi responsável pela datação e arranjo dos escritos, possivelmente um século, talvez até dois<br />

depois do tempo de Ageu. "No caso de Ageu podemos presumir que durante algum tempo os oráculos foram<br />

transmitidos oralmente, depois em forma escrita, até .assumirem a forma atual. Não podemos determinar a duração<br />

deste período, mas em vist das semelhanças já mencionadas, entre as datas de Ageu e as de Crônica podemos estimá-<br />

'em não menor que um século", talvez tão extenso como dois séculos ,18<br />

Recentemente W. . M. Beucke argumentou que Ageu e Zacarias 1-8 foram editados "numbiente ronístico".19 Ele<br />

argumenta que o mesmo interesse destacado 0-1 pio, seu ritual e a comunidade da linhagem davídica dominam tanto<br />

estes profetas como os livros de Crônicas. Isto é verdade, mas se Beucken está querendo dizer que os editores<br />

selecionaram os temas que eles individualmente preferiam registrar; isto diminuiria a confiança nos livros na forma que<br />

chegaram até nós. Nós cremos que é mais provável e lógico que Ageu foi editado cedo, possivelmente antes de 500<br />

a.C., e que ele, junto com Zacarias, moldou o pensamento dos que editaram os livros das Crônicas.<br />

Ageu, como seus predecessores, talvez tenha colocado seus oráculos em forma poética para torná-los o mais vívidos e<br />

memoráveis possível. A incerteza surge porque a poesia hebraica não tinha rimas, e passaria por prosa, como muitos<br />

poemas atuais, se não fosse escrita em versos; por isto nem sempre é possível identificar a poesia hebraica com<br />

certeza. Vemos um claro paralelismo (idéias iguais ou opostas colocadas em cláusulas paralelas) no versículo 6, e<br />

notamos um ritmo distinto<br />

até mesmo na tradução de 1:9-11.20 Quer tenha usado poesia ou prosa, Ageu era direto e franco. Ele desafiou seu<br />

ouvintes com as características de Elias. Ninguém podia deixar de compreender sua mensagem, pois ele repetiu<br />

diversas vezes seus imperativos favoritos: "Considerai" (l :5, 17 O. Eissfeldt, The Old Testament An Introduction. Trans.<br />

P. R. Ackroyd (Dlackwell, 1965), pg. 428.<br />

18 P. R. Ackroyd, "Studies in the Dook of Haggai", JJS. 11,4, 1951, pp. 163-176.<br />

19 W. A. M. Deuçken, Haggai-Sacharja 1-8 (Assen, 197), resenhado por R. J.<br />

Coggins em JTS. 20, 1969, pp. 264-266.<br />

20 Dois autores que acham que Ageu pronunciou suas mensagens em forma poética; são A. Bentzen, Introdução ao<br />

Antigo Testamento (ASTE-SP), pg. 156; e H. G. Mitchell, ICC. pp 38 e 39. .<br />

" 2: 15, 18), "sê forte", trabalhai" (2:4). Citou com freqüência palavras de profetas anteriores (p. ex. 1:6, cfOs 4:10,<br />

Mq'6:15; e 1:11, cfOs 2:9, I'/e). Sabia até citar uma metáfora adequada (I :6e).<br />

Uma característica do estilo de Ageu é seu uso livre da "fórmula do mensageiro". Ele não se contenta em iniciar seus<br />

sermões com" Assim di.. o Senhor dos Exércitos", mas muitas vezes conclui com isto (2:7, IJ, 23), ou inclui a frase em<br />

outra seqüência (2:4, 14,23). Ele sabe que é hoca, voz de seu DEUS, e se controla para não fazer aparecer sua própria<br />

personalidade. Como "enviado do Senhor" (I: 13) ele tem de tornar a mensagem clara e fazer com que ela seja<br />

compreendida, e nenhum profela provocou uma reação tão imediata como ele. A estrutura do livro rcflete isto. Primeiro<br />

ele acusa (I: I-lI), depois vem a reação (1: 12-14), Heguida da garantia de sucesso no fim (2: 1-9). A estrutura se repete:<br />

ncusação (2:10-17), reação (2:18, 19), garantia do triunfo de DEUS (2:20-23). A proporção do livro dedicada ao "discurso<br />

de julgamento" é da mesma extensão da dedicada ao "anúncio da salvação". 21<br />

Apesar de o livro ser tão curto surgiram divergências quanto à 5cquência do texto. A NEB afirma, em nota de rodapé a<br />

1:13, que a IIcquência original deve ter sido 1:14,15,13; 2:15-19,10-14,1-9,20-23. A<br />

idéia de que 2:150:19 deveriam seguir o capítulo I surgiu com J. W. Tothstein,22 e foi aceita principalmente na Europa<br />

Continental, se bem<br />

que também na Grã-Bretanha.23 A data de v. 18 é omitida como glosa ou<br />

adaptada fazendo do "nono" o "sexto" (mês). A intenção é isolar os versículos 10-14 e possibilitar a identificação de "este<br />

povo" (v. 14) com os samaritanos. A transferência de 2: 1-9 para depois de 2:20 põe no fim as duas profecias que<br />

contém elementos escatológicos. Esta deslocação altera o livro radicalmente, e não recebe apoio de qualquer texto ou<br />

versão conhecidos.<br />

A publicação do rolo dos Doze, das cavernas de Murabba 'at, trouxe a público o manuscrito hebraico de Ageu mais<br />

antigo que conhecemos.24 Ele contém aproximadamente dois terços do livro (1:122: 10 e 2: 12-23), e dá muito apoio ao<br />

TM, diferindo dele somente em dois lugares de menos importância. Como a ordem dos versículos é a mesma da maioria<br />

das nossas Bíblias, toda a evidência reunida as ratifica como confirmada.<br />

21 Sobre estas expressões veja Claus Westermann, Rasic Forms of Prophetic Speech (Lutterworth, 1967), e Klaus<br />

Koch, The Growth ofthe Rib/ical Tradition (A. & C. Black, 1969). (N. Ed. Veja Klaus Homburg, Introdução ao Antigo<br />

Testamento, Ed. Sinodal)<br />

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23 "Juden und Samaritaner' (RWAT. 3, 1908).<br />

23 Exemplos de estudiosos do Continente: F. Horst, HAST. K. Ellinger, A TD: O.<br />

Eissfeldt, Introduction. pg 427. Da Grã-Bretanha: L. E. Brown, Early Judaism (CUP, 1920), pp 61s; D. Winton Thomas,<br />

IR.<br />

24 P. Beno1t, J. T. Milik, R. de Vaux, Les Groues de Murabba 'at (Oxford, 1961), pp 203-205.<br />

III. MENSAGEM<br />

Ageu era um homem de uma só mensagem. Ele representava o DEUS que ele gostava de chamar de Senhor dos<br />

Exércitos, a fonte de todo poder, o senhor das potências militares, na terra e no céu (veja notas adicionais sobre "Senhor<br />

dos Exércitos", pg. 34). A consequência foi que sua palavra tinha autoridade; o clima obedecia às suas I ordens (I: I),<br />

.todo o universo estava ao alcance da sua mão e um dia seria sacudido por ela (2:6,21).<br />

Este mesmo DEUS era coerente em sua atitude para com as pessoas. Apesar de elas o desprezarem, ele nunca desistia<br />

delas. Quando elas deixaram de fazer sua vontade, ele lhes dificultou a vida, para que voltassem para ele (1:5). Quando<br />

elas se dedicavam ao seu serviço, ele se agradava disto e era glorificado (1:8). Ele mudou as atitudes das pessoas<br />

(1:14), e morou entre elas na pessoa de Seu ESPÍRITO (2:5). Ele transformaria o trabalho delas por ele, e faria com que<br />

as nações trouxessem presentes de ouro e prata, que pertenciam a ele por direito (2:8).<br />

Ageu não fez nenhuma lista de pecados graves. Parece que os judeus que voltaram para Jerusalém nesta época<br />

obedeciam à lei, ainda impressionados com lembranças do exílio. Faltava certa insatisfação com o estado das coisas, e<br />

consequentes atitudes concretas. A resignação mata a fé. O esqueleto do templo em ruínas era como um cadáver que<br />

se decompunha em Jerusalém e contaminava tudo (2:10-14). Como esta ofensa podia ser retirada? Com um esforço<br />

conjunto de reconstrução, o que seria prova e garantia de uma mudança de atitude da resignação para a fé. Assim que<br />

as prioridades estivessem na ordem certa a presença do Senhor entre o povo se tornaria evidente pela prosperidade que<br />

acompanharia tanto a construção como a agricultura (2:9,19).<br />

Esta certeza da salvação do Senhor no presente e no futuro permeia a mensagem de Ageu e põe nele a marca do<br />

verdadeiro profeta. Ele é capaz de ver as paredes nuas do templo em seu estado momentâneo revestidas da prata e do<br />

ouro presenteados pelas nações (2:7-9). ZorobabeI, responsável pela reconstrução, é o governante davídico que estava<br />

por vir, ou pelo menos seu representante na cena do momento (2:21-23). O reino universal de DEUS, no qual as nações<br />

em guerra encontrarão paz, capitulando diante dele (2:22, cf7-9), é a meta final da história, mas Ageu o vê 'surgindo em<br />

sua própria época à medida que problemas pessoais e comunitários são submetidos ao controle de DEUS. Não que tudo<br />

vá terminar bem no fim, mas que o DEUS imutável está anteriormente, concretizando seu propósito já agora: "O meu<br />

ESPÍRITO habita no meio<br />

d., vós; não temais" (2:5). Desta forma a obediência atual alinha o povo de DEUS com seu propósito derradeiro, e seu<br />

ESPÍRITO o enche da certeza de que está experimentando em pequena medida "escatologia realizada".<br />

ANÁLISE<br />

I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)<br />

a. Desafio (1:1-11)<br />

b. Reação (1:12-15)<br />

II. OUTUBRO de 520: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9)<br />

III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2: 10-23)<br />

a. De agora em diante, bênçãos (2: 10-19)<br />

b. Zorobabel, escolhido e precioso (2:20-23)<br />

I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)<br />

a. Desafio (1":1-11)<br />

Ageu desafia seus compatriotas a relembrar suas experiências desde que tinham voltado para Jerusalém, e a atentar<br />

para sua condição de pobreza. A desilusão tinha se alastrado depois que a sensação inicial de aventura tinha se<br />

esvaído.<br />

1. Este versículo introdutório substitui o cabeçalho costumeiro (c/Na 1:1, Hc 1:1, etc). A data com que o livro começa<br />

deve ter tido grande importância naquele momento, porque naquele dia a voz autêntica da profecia se fez ouvir pela<br />

primeira vez na era pós-exilica. O primeiro dia do mês era o dia da lua nova no calendário lunar, e temos evidências de<br />

que era costume observar a lua nova como feriado ou, mais literalmente como dia santo (SI 81:3, Is 1:13,14,66:23, Os<br />

2:11, Am 8:5). Seria por isto uma oportunidade de alcançar a comunidade agrícola, porque haveria festividades em<br />

Jerusalém. O sexto mês neste período deve ter sido equivalente a Agosto/Setembro,1 a época do ano em que eram<br />

colhidas uvas, figos e romãs.<br />

Veja as informações do quadro da pg. 23. Os judeus adotaram o sistema babilônico de datação durante o exílio, e desde<br />

então o ano novo cala na primavera. Temos evidências de gue em tempos pré-exílicos o ano terminava no outono,<br />

depois da colheita (~ 23:16, 34:22); o assim-chamado Calendário de Gezer (D07T pp 201-203) também fala de um ano<br />

novo no outono, apesar de iniciar com a colheita e não depois dela. A expressão "primeiras chuvas" (em<br />

outubro/novembro) e "últimas-chuvas" (março/abril) deixa claro que o ano novo era comemorado no outono. Êx 12:2, por<br />

outro lado, falando da instituição da Páscoa, diz que o ano novo deveria cair na primavera. e possível que textos que<br />

falam do ano novo na primavera foram editados durante o exílio. 11 Rs 22-23 pressupõe que o ano inicia no outono<br />

porque a descoberta do livro da lei, as reformas e a Páscoa ocorreram no décimo oitavo ano de Josias (R. de Vaux,<br />

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Ancient Israel. Darton, Longman and Todd, 1961, pp' 190-192). Outra possibilidade é que antes do exílio o ano civil e o<br />

ano agrário começavam no outono, e o cerimonial na primavera (cf NDB, "calendário").<br />

Em Ezequiel e Ageu são usados números para identificar os meses li nlo nomes, como em Zacarias, Ester e. Neemias,<br />

que usam nomes babilônicos. Durante o exílio os nomes pré-exílicos caíram em desuso, e II principio o povo relutou em<br />

adotar os nomes babilônicos, que eram associados com cultos pagãos. Sem dúvida até o quinto século a.C. a conexão<br />

pagã tinha sido esquecida. Ou Zacarias era mais novo que Ageu e menos conservador, ou seu livro foi editado mais<br />

tarde. A omissão dos nomes tende a apoiar a afirmação de .que o livro de Ageu foi editado primeiro (veja introdução, pg.<br />

24).<br />

A palavra do Senhor veio por intermédio de Ageu (lit. "pela mão de"). Isto é uma expressão hebraica comum, que<br />

significa simplesmente que o profeta era o meio de transmissão. Mesmo assim ela é rara nos livros proféticos, pois só<br />

aparece ainda em Malaquias 1: 1. A expressão comum é "a palavra do Senhor veio a..:" (' el), e no rolo de Murabba 'at<br />

consta 'el em 2: 1. A expressão "pela mão de" aparece muito para Moisés no Pentateuco, e para Moisés e outros nos<br />

livros históricos (Lv 8:36, 10:11, Nm 4:37,45, Js 14:2, I Rs 16:7, etc). Por esta razão é<br />

improvável que se possa lançar dúvidas sobre o grau de inspiração do profeta Ageu. Pode ser que a frase menos<br />

comum foi usada nesta sentença para evitar a repetição da palavra "a".<br />

A primeira palavra era dirigida aos dois lideres, Zorobabel e Josué,<br />

mas do versículo 4 em diante fica claro que todos estão incluídos. Zorobabel, neto do rei Jeoaquim, que fora levado<br />

cativo para Babilônia em 597 a.C. (11 Rs 24:15), parece que era considerado herdeiro do trono de Davi. De acordo com<br />

a genealogia de I Cr 3:19 Zorobabel era filho do terceiro filho de Jeoaquim, Pedafas; o mais velho, Sealtiel, parece não<br />

ter tido filhos. O mais provável é que Sealtiel adotou seu sobrinho mais velho, que a partir de então seria chamado pelo<br />

seu nome; outra possibilidade é que ele era filho da viúva de Sealtiel através do levirato. 2 Zorobabel, um nome<br />

babilônico, significa "Semente de Babilônia", ou, de acordo com S. Mowinckel, "Tiro de Babilônia".3<br />

Governador de Judd. O alcance do poder de Zorobabel tem sido questionado, porque havia um governador em Samaria,<br />

o centro da província. Até a época de Neemias o relacionamento entre os dois centros de governo ainda não estava<br />

esclarecido, e não sabemos se houve uma sequência de governadores em Jerusalém entre Zorobabel e Neemias. Se o<br />

território sujeito a Zorobabel não estava claramente delimitado é fácil encontrar nisto uma causa de conflitos em<br />

potencial entre Jenruzalém e Samaria. Pebâ, governador. é uma palavra emprestada do acadiano, um lembrete de que<br />

Zorobabel fora nomeado por um rei. persa.<br />

2 Opinião de W. Rudolph, Chronikbücher (BAT. 1955).<br />

3 S. Mowinckel, Be 'lhat Cometh. Trans. G..W. Andenon(BlackweD, 1956), pg 119.<br />

Josué (Jesua em Ed-Ne; lesous. ou seja, JESUS, na LXX) era filho de Jeozãoaque (Jozadaque em Ed-Ne), que foi<br />

levado cativo em 587 (I Cr 6:15). Seu famoso nome significa "Yahu (forma abreviada de Javé) é salvação", e ele, como<br />

descendente de Zadoque, veio como sumo sacerdote. responsável pelas atividades religiosas da comunidade em Jerusalém.<br />

Fora estas referências a ele na visão de Zacarias a única outra informação que temos dele é que alguns de seus<br />

descendentes casaram com mulheres estrangeiras no tempo de Esdras (Ed 10: 18).<br />

Não há motivo para duvidar da inferência de Ed 3: 1-13 de que Zorobabel e Josué vieram a Jerusalém com a primeira<br />

caravana que chegou ainda no reinado de Ciro. As listas de Ed 2 e Ne 7 podem ser a soma de diversas listas de nomes,<br />

representando várias levas de repatriados, mas mesmo neste caso o fato de os dois nomes encabeçarem a lista sugere<br />

que Zorobabel e Josué foram os primeiros dois que lideraram o retorno. É verdade que no relato legendário de 1 Esdras<br />

Zorobabei está em Babilônia durante o reinado de Dario (I Esdras 3-4), mas de' acordo com 5:65-73 ele estava ali<br />

também durante o reinado de Ciro. E o relato de Esdras é confiável, enquanto o de 1 Esdras não é.<br />

2. Ageu falou em nome do Senhor dos Exércitos (~e~ã'ôt em hebraico), título que enfatiza o poder imbatível que dá peso<br />

às ordens de DEUS. (Veja a Nota Adicional n~ pg. 34): Este povo em vez de "meu povo" já é uma repreensão. Será que<br />

DEUS os tinha deserdado? Ele usa as próprias palavras deles: Não veio ainda o tempo. .. muito realistas, por sinal.<br />

Havia muito por fazer, e eles eram muito poucos. Os homens capazes era requisitados para todos os tipos de serviço, e<br />

como poderiam eles recomeçar a vida agrícola e ao mesmo tempo reedificar o templo? Podemos imaginar alguns<br />

questionando se era justificável gastar tanto com a reconstrução do templo, e se era de fato DEUS quem o ordenava, ou<br />

somente Ciro, o rei persa (Ed I :2,3; mas cf Is 44:28, 45: 13). Até houve quem dissesse que o templo seria restituído de<br />

forma milagrosa, porque Ezequiel "vira" o templo que lhe foi descrito (Ez 40-43), sem mencionar sua reconstrução.<br />

"Reconstruir era trair a esperança escatológica. "4<br />

Este versículo apresenta algumas dificuldades, quanto ao hebraico. Nossas versões tentam obter uma tradução mais<br />

suave, alterando o infinitivo do verbo vir (bo'), para o pretérito veio (ba'). A LXX suprime uma vez a palavra "tempo" CeD,<br />

mas a repetição no hebraico pode estar reproduzindo exclamações do povo.<br />

4 R. G. Hamerton-Kelly, "The Temple and the Origins of Jewish apocalyptic". VT, XX, I, 1970, pg. 12.<br />

3. <strong>Para</strong> o leitor que espera agora ouvir um comentário sobre a atitude do povo, a repetição da fórmula do mensageiro,<br />

neste versículo, t um anticlímax. Se, porém, o porta-voz do povo esteve enfrentando o profeta, podemos compreender o<br />

por quê desta introdução enfática. O que segue é a grande chamada à atenção que marcou aquele dia. O diálogo entre<br />

o Senhor e seu povo chegara ao clímax.<br />

4. O profeta coloca em dúvida as prioridades do povo. No hebraico o pronome vós - está repetido, para dar mais ênfase:<br />

"Acaso é ItmpO de vocês, sim, vocês, morarem em casas com telhados?" A proposta seria que é irracional exigir de<br />

alguém que viva em uma casa .cm telhado, mas a intenção da pergunta é clara. Que valor eles estavam dando a DEUS<br />

se deixavam seu templo em ruínas?<br />

A palavra hebraica sãpan significa tanto "apainelar" (RAB) como "colocar forro" (RIB), e é raiz da palavra "telhado". É<br />

mais provável que Ageu esteja se referindo à conclusão das casas do povo, e não tanto no luxo de painéis de madeira,<br />

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mas talvez a residência do governador estava sendo reconstruída com um pouco da elegância do palácio de Salomão.<br />

Se este foi o caso, Ageu estava pensando diretamente em Zorobabel e Josué. O conflito entre despesas com luxo em<br />

casa e sustento condigno do trabalho do Senhor persiste até hoje entre nós.<br />

5-7. Considerai é uma expressão característica de Ageu (duas vezes nestes versículos, e duas vezes em 2:15,18). A<br />

expressão "pensem em", do Reino do Norte, inclui tanto um tom de repreensão como de advertência, no original. Refletir<br />

sobre os acontecimentos à luz da palavra de DEUS é indispensável para o povo de DEUS, se quiser saber o significado<br />

da sua orientação providencial nas coisas do dia-a-dia. Assim Moisés reflete sobre os acontecimentos do êxodo em Dt 1-<br />

11, tirando conclusões salutares de fracassos e desilusões passadas. Ageu não se surpreende com a insatisfação que o<br />

povo sentia apesar de trabalhar tanto, e que o seu dinheiro se esvaía como farinha pela peneira. DEUS estava falando<br />

com o povo através de coisas circunstanciais como preços altos e inflação.<br />

Neste período já havia uma certa circulação de moedas cunhadas (Ed 2:69), mas não é provável que o trabalho de um<br />

operário fosse pago com moedas já tão cedo. Os sacos de dinheiro provavelmente continham pedaços e rodelas de<br />

cobre ou prata, de valor aproximado. Mas como a fundição era conhecida, e os pedaços de metal freqüentemente eram<br />

lixados, era necessário pesar o valor de cada transação (cf Zc 11: 12, onde os siclos de prata ainda tinham de ser<br />

pesados).<br />

8. A esta introdução segue a parte central da mensagem, com sua ordem de trazer madeira das montanhas para a<br />

construção. Não há referência específica a arrependimento, porém pela obediência o povo estará voltando as costas<br />

para a apatia e a indiferença, provando seu arrependimento pela ação. A longo prazo o que importa são as ações (Mt<br />

21:28-32). Não se fala de trazer pedras, talvez porque as havia por perto, e madeira não. As montanhas de Judá tinham<br />

uma vegetação abundante nos tempos do Antigo Testamento, e de Ne 8:15 nós sabemos que havia oliveiras, palmeiras<br />

e outras árvores. Era costume colocar camadas de madeira nos muros de pedra, para diminuir os prejuízos dos<br />

terremotos (if5:8); esta madeira, principalmente as toras maiores, que se estendiam de um a outro lado do templo para<br />

sustentar o teto, provavelmente tinha de ser importada (Ed 3:7). Salomão tinha introduzido o trabalho forçado para<br />

obrigar a população a talhar pedras e transportá-Ias (I Rs 5:13-18). Ageu queria que se apresentassem voluntários.<br />

Dela me agradarei. Trabalho feito com a intenção de agradar a DEUS também lhe dá glória. Serei glorificado está<br />

mudando o sentido exato do hebraico, literalmente "farei com que eu seja glorificado", e a relação às vezes feitas com Ez<br />

10: 18 e 43:4 com base nesta tradução não se justifica.<br />

9. Revertendo as queixas econômicas do povo Ageu insiste em que há uma ligação direta entre a pobreza e o abandono<br />

do templo (cf Os 2:8, onde ouro, prata e também colheitas são presente direto de DEUS).<br />

10. Eles não podiam alegar ignorância, ao deixarem de ver a mão de DEUS no malogro das suas colheitas. Espera-se<br />

deles que eles conheçam e apliquem Am 4:6-10 (cf Ag 2:17), Os 4:10 e Mq 6:15. O céu e a terra obedecem seu Criador,<br />

mas seu povo não (cfls 1:2,3 Jr 18:14-17).<br />

O orvalho era importante, para evitar que o cereal maduro murchasse no calor.<br />

n. Com o expediente simples de reter chuva ou orvalho, DEUS pode acabar com o orgulho e a autossuficiência<br />

humanas. Um jogo de palavras opõe seca (I].õreb) com a "ruína" do templo (l].ãrêl2, 1:4,9).<br />

b. Reação (1:12-15)<br />

Apesar de tudo o impacto da pregação de Ageu foi tal que todos, unanimemente, decidiram retomar o trabalho no<br />

templo, mas de forma alguma isto lhe foi creditado. O Senhor o fizera.<br />

12. Liderado por Zorobabel e Josué, todo o resto do povo obedeceu. O "remanescente" foi um tema característico da<br />

profecia de Isaías.<br />

Na visão do templo ele advertiu da destruição, à qual somente um pequeno grupo sobreviveria (Is 6:11-13), e o nome de<br />

seu filho, Sear-Jasube (Is 7:3, "Um resto volverá"), se tornou representativo da sua pregação (Is 7:3, 10:21. 11: lI). Ageu<br />

e também Zacarias reconheceram no pequeno grupo de judeus repatriados o cumprimento da profecia de lsaias, mas<br />

exigia-se mais deles do que simples presença física na terra em que eles deveriam cumprir as esperanças de Isaías. O<br />

verbo "retornar" (8012) significa também "arrepender-se" (cf Zc I :3), e é digno de nota que Ageu aplica para o povo a<br />

palavra "resto" no momento em que ele atende à voz do Senhor seu DEUS. Ninguém está pondo em dúvida a<br />

autoridade de Ageu (cf I Rs 22:24, Mq 2:6). O povo temeu diante do Senhor. Este temor contrasta com a indiferença<br />

despreocupada que os profetas pré-exílicos enfrentaram. Apatia diante das palavras de DEUS é evidência de ateísmo<br />

na prática. Eles "temeram" no sentido de terem sido despertos pela voz de DEUS.<br />

13. Assim que o povo deixou clara sua intenção de executar as instruções de Ageu, recebeu o incentivo do Senhor: Eu<br />

sou convosco. DEUS endossa e confirma nossas decisões boas. Ageu pode ter se referido aIs 42:18:43-7, passagem<br />

em que o profeta repensa o passado de Israel e depois fala com palavras ardentes: "Não temas, pois, porque sou<br />

contigo" (v. 5). Se for este o caso, a referência a Ageu como enviado do Senhor pode ter sido inspirada pela mesma<br />

frase em Is 42: 19. Esta é a única passagem em que Ageu é chamado assim, porém nem por isto se trata de uma<br />

interpolação posterior. Explica-se a fraseologia pela associação de idéias. Israel, durante tanto tempo surdo e mudo,<br />

finalmente estava reagindo. A tradução de H. L. Ellison, 5 Então Ageu falou: o Anjo do Senhor está aqui com uma<br />

mensagem para o povo, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor", é possível, e seria a maneira natural de entender o<br />

texto se o livro fosse Zacarias. Ageu em lugar algum fala como se existisse um mensageiro sobrenatural.<br />

14. Por trás da reação disposta dos dois líderes e do povo estava a atuação silenciosa do Senhor, criando uma atitude<br />

aberta a Seu ESPÍRITO (cf Zc 4:6). Chegara a hora da mudança, e o trabalho na casa do Senhor dos Exércitos<br />

recomeçou. A preposição "em" (bC) implica em que existiam ainda paredes em pé.<br />

15. De acordo com a data citada aqui houve um espaço de vinte e três dias entre o começo da pregação e o reinício do<br />

trabalho. Por este motivo houve quem sugerisse que o dia do mês foi erroneamente inserido de 2: 10. Na opinião de J.<br />

W. Rothstein, 2: 15-19 deveria seguir neste ponto, transferindo para o sexto mês a cerimônia que marcou o novo projeto<br />

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de reconstrução6. É possível, no entanto, dar um bom sentido ao texto sem mudar sua sequencia. O sexto mês era mês<br />

de 5 H. L. Ellison, Men Spake from God (Patemoster Press, 1952), pp. 120 e 121. 6 Veja Introdução pg. 25 e o<br />

comentário sobre 2:14. colheita, com tarefas urgentes nos pomares e nas plantações. Em vinte e três dias este trabalho<br />

poderia ser concluído, e depois todo homem capaz poderia acorrer ao templo.<br />

Nota adicional sobre "o Senhor dos Exércitos"<br />

Este título para DEUS ocorre perto de 300 vezes no Antigo Testamento, predominantemente nos livros proféticos (247<br />

vezes), e com proporção maior em Ageu (14 vezes), Zacarias (53 vezes) e Malaquias (24 vezes). Por esta razão é<br />

importante, em um estudo dos profetas pós-exílicos, examinar o significado deste popular e tradicional nome de DEUS.<br />

A palavra hebraica f ~ã'ôt ("exércitos") tem um significado eminentemente militar (hostes de soldados, em primeiro<br />

lugar), e em alguns contextos o Senhor é o DEUS dos exércitos de Israel (I Sm 17:45, SI 24:7-10). Mas há muitas<br />

passagens que falam da ajuda do Senhor na guerra sem que este título apareça (Dt 1:30, 7:18, 19, etc.), e uma<br />

interpretação meramente nacionalista não faz justiça à teologia nem de passagens históricas antigas. Nem sempre os<br />

exércitos de Israel foram vitoriosos, e até mesmo a arca da aliança do Senhor dos Exércitos foi capturada (I Sm 4:4-11),<br />

depois do que ela é chamada de "arca de DEUS" (v. 13s). Certamente os profetas não estavam dispostos a ensinar que<br />

os exércitos de Israel poderiam esperar favores divinos quando em batalha, e não parece que eles tenham usado o título<br />

com isto em mente.<br />

O nome "Senhor dos Exércitos" não ocorre de Gênesis a Juízes: a primeira vez é I Sm I :3, que relata como Elcana veio<br />

para "adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Silo". Aparece novamente na oração de Ana (I: 11) e na descrição<br />

da arca (4:4). Não foi possível ainda explicar por que o termo foi cunhado em Silo no século onze, mas. é evidente que a<br />

ligação original era mais com culto que com batalhas, e neste caso os "exércitos" ou hostes seriam seres angelicais. O<br />

tradutor dos Salmos, na LXX, e o do rolo grego de Zacarias em Qumran entenderam o nome neste sentido, traduzindo-o<br />

kurios tõn dunameõn. "Senhor dos poderes celestiais", apesar de a LXX preferir em Ageu e Zacarias o termo mais<br />

comum kurios pantokratõr, "Senhor Todo-poderoso". Estas hostes angelicais foram simbolizadas pelos querubins de<br />

ouro que encimavam a arca, entre os quais o Senhor dos Exércitos estava entronizado (I Sm 4:4). Quando Davi<br />

transferiu a arca para Jerusalém ele abençoou o povo em nome do Senhor dos Exércitos (11 Sm 6:18; cfv. 2), e em sua<br />

oração pela construção do templo ele pediu que fosse dito: "O Senhor dos Exércitos é DEUS sobre Israel" (11 Sm 7:26;<br />

cf v. 27). A partir do tempo de Davi houve uma relação especial entre este título e a cidade de Jerusalém, "a cidade do<br />

Senhor dos Exércitos" (SI 48:8). Isaías, que viu no templo "o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Is 6: 1-6), usou este nome<br />

com frequência durante seu ministério em Jerusalém.<br />

Há, desta forma, evidências de que este é o título peculiar da divindade em relação ao templo e ao culto, e sua<br />

ocorrência na antífona do Salmo 24, proclamando que o rei da glória está entrando em leu santo lugar, daria apoio a<br />

este ponto de vista. Por outro lado profetas que não estavam relacionados com Jerusalém também usaram C) título.<br />

Elias, no Monte Carmelo, tinha sido "zeloso pelo Senhor, DEUS dos Exércitos (I Rs 19: 10,14); Eliseu pregou ao Reino<br />

do Norte em nome do Senhor dos Exércitos (11 Rs 3: 14), e Amós confrontou Israel com a palavra "do Senhor, o Senhor<br />

dos Exércitos", que "toca a terra, e ela derrete" (Am 9:5), e estava prestes a julgá-los e condená-Ios ao exílio (Am 3:13,<br />

4:12,13, 5:27, 6:14).<br />

Outra possibilidade é que as "hostes" em questão fossem as estrelas. Is 40:26 (cfGn 2:1) pode dar apoio a esta idéia, e<br />

em 45: 12,13 o Criador é claramente identificado com o Senhor dos Exércitos. Durante e depois do exílio, quando a arca<br />

não existia mais e o templo estava em rulnas, é bem possível que tenha predominado uma referência cósmica. B. N.<br />

Wambacq7 afirma que podemos acompanhar o desenvolvimento da idéia de uma associação militar inicial até o conceito<br />

cósmico dos profetas.<br />

G. von Rad apresenta uma boa argumentação contra esta idéia de evolução, dizendo que temos de deixar de lado a<br />

tentativa de explicar racionalmente um nome de DEUS tão antigo, 8 e deixa implícito que o nome deve ter tido<br />

conotações diferentes para cada período e autor. Do argumento de O. Eissfeldt9 tiramos conclusões bem diferentes. Ele<br />

diz que o plural "exércitos" é um plural abstrato intensivo, do que temos outros exemplos no hebraico. A tradução, então<br />

seria "Senhor de poder" ou "Senhor poderoso". Este ponto de vista, que está começando a se impor, poda os diversos<br />

significados possíveis da palavra "exércitos" e a generaliza de uma maneira que a faz perder as referências vívidas do<br />

original, com a tradução. Aquele em nome do qual os profetas falavam era Senhor sobre todos os poderes, visíveis e<br />

invisíveis, no universo e no céu.<br />

7 L'Épithete Divine lahvé Seba'ôt (Bruges. 1947).<br />

8 G. von Rad. Teologia do Antigo Testamento (ASTE. SP) 1973, I. p. 335.<br />

9 O. Eissfeldt, "Jahwe Zebaoth", Miscellanea Academica Berolinensia, li, 2 (1950).<br />

II. OUTUBRO DE 510: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9)<br />

Mais ou menos um mês depois do reinício das obras, Ageu recebeu nova mensagem do Senhor. Podemos imaginar que<br />

nestas semanas a principal tarefa fora limpar o local da construção dos entulhos, verificar quais pedras poderiam ser<br />

reaproveitadas, checar a firmeza das paredes que ainda estavam de pé (sabemos que é surpreendente quantas paredes<br />

ainda ficam de pé mesmo depois de um bombardeio), e organizar os grupos de trabalhadores de acordo com suas<br />

tarefas. Atacar desta forma uma ruína de sessenta anos, sem auxílio mecânico, afetaria o ânimo de qualquer um; por<br />

isto o entusiasmo tinha de ser realimentado. Havia, no entanto, ainda outro fator.<br />

O trabalho pode ter sido interrompido no sétimo mês pelas festas, que não permitiam nenhuma atividade. Além dos dias<br />

de descanso sabático o primeiro dia do mês era a festa das trombetas, e o décimo o Dia da Expiação (Lv 23:23-32). No<br />

décimo quinto dia começava a Festa dos Tabernáculos, quando toda a população morava durante uma semana em<br />

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cabanas feitas de galhos, em memória à marcha do êxodo. Esta, portanto, era uma ocasião de regozijo durante a<br />

colheita, com a qual eles experimentavam a cada ano a fidelidade de DEUS às suas promessas (Lv 23:33-36, 39-44; Dt<br />

16.13-15). Seria compreensível que os que estavam entusiasmados e queriam trabalhar estavam impacientes durante os<br />

dias santificados.<br />

1,2. Ageu pronunciou seu segundo sermão no último dia da Festa dos Tabernáculos, como que para animar estas<br />

pessoas. O vigésimo-segundo dia do mês era um dia de descanso solene (Lv 23:39). O profeta recebeu instruções para<br />

falar a Zorobabel e Josué, cujos títulos oficiais novamente foram mencionados, porém desta vez o resto do povo está<br />

incluído (cf comentário sobre 1:12).<br />

3. Os reverenciados anciãos que se lembravam do templo anterior devem ter falado muitas vezes saudosamente do seu<br />

esplendor. Alguns devem ter participado da tentativa frustrada de reconstrução em 538 a.C. (Ed 3:8-13). Aquela<br />

desilusão os fizera pessimistas quanto ao presente e futuro. O novo templo jamais seria como o antigo; eles não tinham<br />

recursos para pagar profissionais do exterior, como Salomão tinha feito, e eles não podiam nem pensar em cobrir de<br />

ouro o interior (I Rs 6:21-22). Apesar do seu esforço, não se via ainda muito progresso. Comparação desfavorável do<br />

presente com o passado estava Ihes tirando todo estímulo.<br />

4, 5. Sê forte (RAB; esforça-te, RIB), foi a ordem que o outro Josué tinha ouvido muitas vezes (Dt 31:7, Js 1:6, 7, 9,<br />

18), bem como Israel (Dt 31:6, Js 10:25), quando entrou na terra. Uma destas passagens pode bem ter sido o. texto da<br />

meditação no último dia desta semana em que os acontecimentos do êxodo eram relembrados (v. 5). Na ordem triplice<br />

do v. 4 temos um eco da oratória de Ageu. Todo o povo da terra significa aqui e em Zc 7:5 o povo comum, diferenciado<br />

dos lideres. Contraste isto com o significado da frase em Ed 4:4, onde ela se refere aos adversários de Judá e Benjamin<br />

(v. I).<br />

Há um paralelo interessante entre a exortação de Ageu e as palavras de JESUS em Mc 6:50: "Tende bom ânimo! sou<br />

eu. Não temais!" A presença pessoal do Senhor confere coragem, determinação, e a certeza de que ele não permitirá<br />

que seu objetivo fracasse. Se o exílio aparentemente tinha anulado a aliança, agora o povo era certificado de que DEUS<br />

ainda estava entre eles em ESPÍRITO, como estivera durante lodo o êxodo (Ex 29:45). O meu ESPÍRITO habita no meio<br />

de vós. "Habitou" também está certo; o particípio hebraico, que denota ação contínua, engloba tanto o passado como o<br />

presente. DEUS estivera presente mesmo no desastre aparente, e fazia sua presença ser notada no momento em que<br />

ele!!> se arrependiam.<br />

Alguns comentadores têm pensado que o v. 5a é uma adição. Algumas traduções, de fato, o omitem, seguindo a LXX. O<br />

texto hebraico quer dizer "o assunto sobre o qual o qual eu fiz um acordo com vocês, quando saíram do Egito", mas não<br />

é esta a expressão costumeira, e além disto a frase interrompe o sentido, separando as afirmações paralelas "Eu sou<br />

convosco" e "O meu ESPÍRITO habita no meio de vós". Uma referência marginal de um escriba a Êx 29:45,46 pode ter<br />

sido incorporada ao texto.<br />

. 6, 7. O Senhor passa a tornar mais explícito o seu plano. Ainda uma vez, dentro em pouco não reproduz bem o sentido.<br />

O profeta está dizendo: "Esperam só mais um pouquinho". Não demorará mais muito até que o Senhor abale toda a<br />

criação. O verbo está no hifil particípio, o que quer dizer que o Senhor causará uma série de abalos. Terremotos já<br />

tinham sido antes um símbolo da intervenção sobrenatural de DEUS, principalmente aquele do oitavo século, pelo qual a<br />

profecia de Amós é datada (Am 1:1), e que ele usou para ilustrar sua mensagem (Am 8:8, 9:15). Isaías (I!i 2:23-21,<br />

13:13,29:6), Joel (JI3:16) e Ezequiel(Ez 38:20) também o fizeram. Terremotos vêm sem aviso prévio, e não há como<br />

escapar ao terror que eles causam. Ageu antevê todo o universo em uma série de convulsões, que levarão inclusive as<br />

nações a' se separarem das suas riquezas com prazer. Estas serão trazidas para o templo, para fazer com que ele seja<br />

cada vez mais belo, até que seu esplendor seja <strong>completo</strong>. Culto sem pompa em épocas de dificuldade econômica<br />

também tem seu lugar no propósito final de DEUS (c/Is 60:5-22). DEUS nunca tem falta de recursos.<br />

As coisas preciosas de todas as nações. As traduções mais recentes abandonaram o singular da Vulgata ("a<br />

preciosidade"), com sua conotação messiânica, porque no texto hebraico o verbo está no plural e exige um sujeito plural.<br />

Vemos que os gentios desempenham um papel no plano de DEUS, trazendo-lhe seus tesouros como um tributo.<br />

8. No tempo de Salomão havia tanto ouro que a prata valia pouco (I Rs 10:21). No sexto século os persas tinham<br />

herdado a riqueza do mundo, mas um dia também eles teriam de entregá-Ia, e o derradeiro dono seria aquele que a<br />

fizera, o Senhor dos Exércitos. Já que tudo era seu, ele poderia transferir os tesouros para quem e quando quisesse.<br />

Nesta época houve uma demonstração disto. Adversários que queriam fazer parar a construção tiveram de pagar todas<br />

as despesas do templo com o tributo real recolhido em seu próprio distrito tributário (Ed 6:8-12). Provavelmente esta<br />

decisão foi posta em prática logo depois de Ageu pregar que todas as riquezas eram de DEUS, e que ele supriria as<br />

suas necessidades. Herodes, o Grande, e seus sucessores, muito mais tarde, haveriam de gastar fortunas com o<br />

templo. Partes da sua estrutura ainda existem, e podem ser identificadas pelas enormes pedras talhadas que foram<br />

usadas. 10 Seus pináculos reluziam de ouro para dar as boas-vindas àquele "que era maior que o templo".<br />

. 9. A glória desta última casa será maior que a da primeira: isto se tornou realidade literalmente, sob os Herodes (Mc 13:<br />

I), mas principal mente porque o Senhor do templo veio (Mt 12:6) e super-excedeu-o (Jo 2:13-22). E neste lugar (mãqôn)<br />

eu darei paz ('itIlôm). Uma vez que o nome Jerusalém significa "cidade da paz", o profeta está fazendo um trocadilho,<br />

ligando ao mesmo tempo a palavra, por assonância, com mãqôn, lugar, que às vezes tem um sentido cúltico (p. ex. Dt<br />

12:5,14, 14:23, 'etc.; Ne 1:9: Jr 17:12; Ez 43:7). Sâlôm (até hoje usado como saudação - "paz seja contigo") resume<br />

todas as bênçãos da era messiânica, quando a reconciliação com DEUS e seu governo<br />

justo assegurarão uma paz justa e duradoura. O templo era a fonte da qual todas as bênçãos haveriam de fluir (Ez 47: I),<br />

fazendo de Jerusalém o centro do bem-estar mundial, a "cidade da paz". Já que nos últimos<br />

dias a salvação estaria tão relacionada com o templo, sua reconstrução não podia ser adiada.<br />

III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2:10-23)<br />

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a. De agora em diante; bênçãos (2:10-19)<br />

Antes de desenvolver com mais detalhes sua visão do futuro, Ageu recapitula seu sermão anterior (l :2-11). Ele olha para<br />

trás (2: 10-18) para dar ênfase na mudança c


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14. Assim é este povo. A aplicação é dupla. I) Israel tinha sido destinado para o Senhor, e por isto era santo (Êx 19:6),<br />

mas 2) a nação tinha se tomado impura, e tudo que tocasse, inclusive suas ofertas, se tomaria impuro. A ruína do<br />

templo, testemunha dos pecados por I omissão, estava como um cadáver bem no meio deles. Como eliminar a<br />

impureza, se os próprios sacrifícios eram impuros? A lei Levitica previa rituais para certas emergências, mas estas<br />

tratavam somente de impureza externa, que seria eliminada pelo tempo e as abluções cerimoniais. I Não havia remédio<br />

conhecido para Israel. A única esperança era ser aceito pelo Senhor, e a bênção prometida (v. 19) deixa implícito que<br />

esta aceitação estava garantida. Acolhendo a repreensão do profeta e transformando boas intenções em ações Israel<br />

praticou sua fé e experimentou graça salvadora, A mudança do texto, permitindo que "este povo" se refira aos<br />

samaritanos, está delineada na introdução, p 25, onde dissemos que nenhum texto conhecido foge à sequencia<br />

tradicional. A sugestão foi feita porque os samaritanos tinham causado a primeira paralisação das obras (Ed 4:1-5),<br />

razão pela qual Ageu poderia ter se referido à oposição feita por eles. Se sua intenção, de fato, foi esta, por que ele não<br />

foi mais claro? Por que não os mencionou nominalmente e fundamentou seu argumento com um de seus imperativos<br />

favoritos? Além disto a expressão "este povo" foi usada por Jeremias para criticar os habitantes de Judá.(Jr 6:19,21,<br />

14:10,11), e pelo próprio Ageu (1:2) para criticar seus compatriotas. Não há indícios de que ele tenha usado esta expressão<br />

com outro sentido neste versículo. "Se a disputa com os samaritanos subjaz Ag 2: 10-14, isto é mais implicito que<br />

explícito. O peso da prova está com aqueles que o presumem."<br />

15. Desde aquele dia. A expressão hebraica pode tanto se referir ao futuro como ao passado.14 Ela está como uma<br />

placa em uma encruzilhada, apontando tanto para a estrada já percorrida como para a que ainda está pela frente. Em<br />

primeiro lugar Ageu constatou que as coisas tinham ido de mal a pior desde que a obra no templo tinha sido adiada (Ed<br />

4:24). A LXX acrescenta aqui "como vocês estavam?"<br />

16. Antes daquele tempo (RAB), Quand~ (RIB) são tentativas de traduzir uma expressão difícil, que os tradutores<br />

primitivos também não conseguiriam solucionar adequadamente (cf LXX no versículo anterior, traduzindo esta<br />

expressão). Durante anos os cereais tinham produzido Somente 50% do normal, as uvas ainda menos. O lagar (a<br />

palavra só "parece ainda em Is 63:3) inclui o lugar onde as uvas eram pisadas C! o recipiente que recolhia o suco.<br />

13 Herbert H. May, . "This People" and "This Nation" in Haggai', VT, XVIII (Abril<br />

de 1968), pg. 192.<br />

14 BDB, pg. 751; veja também Addenda et Corrigenda, pg. 1125.<br />

17. Eu vos feri. O Senhor da colheita tinha poder para reter e assim advertir quanto ao seu desagrado (Dt 28:22, Am<br />

4:9). Ageu aqui está se referindo a Amós, e por isto é justificável que o verbo final defectivo (literalmente "e não vocês a<br />

mim") seja complementado de Amós 4:9).<br />

18. Depois de olhar para trás, Ageu olha para a frente, desde este dia em diante. Ele faz uma declaração solene, datada<br />

com a precisão de um documento legal, afirmando que a semente recém-lançada dará muito fruto. Desde o dia em que<br />

se fundou. .. Mais uma vez Ageu considera a construção do templo de crucial importância. Sobre o significado desta<br />

observação, veja a nota a seguir.<br />

19. A semente não estava mais no celeiro. mas no solo; ninguém, no entanto, se atreveria a prever no meio do inverno a<br />

qualidade da colheita do ano seguinte. A coragem de Ageu mostra como ele tinha certeza de que sua mensagem era<br />

autêntica.<br />

Nota adicional sobre "o dia em que se fundou o templo do Senhor" (2:18)<br />

Freqüentemente é dito que não temos evidência em Ageu de um outro lançamento de pedra fundamental, e que o único<br />

acontecimento deste tipo está registrado em Ed 3: 10-13. Por isso argumenta-se que o v.<br />

18 se refere a outro evento, de 520 a.C. Já que o livro de Ageu é considerado uma fonte histórica confiável, e a obra do<br />

cronista é tardia e evidencia interesses especiais (Esdras-Neemias geralmente é considerado obra do cronista que<br />

escreveu I e 11 Crônicas), houve quem dissesse que o silêncio de Ageu prova que não houve lançamento de alicerces<br />

em 538 a.C.<br />

A palavra hebraica usada tanto em Ag 2:8 como em Ed 3:6 para' "e se fundou" é o verbo yãsag, que em muitos contexto<br />

significa "lançar fundamentos". Observe que o hebraico não tem substantivo para a nossa palavra "alicerces". Duas<br />

sentenças em que o cronista usa este verbo nos podem ser elucidativas: "Quanto. .. à restauração da casa do Senhor"<br />

(11 Cr 24:27), e, falando da coleta de dízimos, "no terceiro mês começaram a fazer os primeiro montões" (11 Cr 31:27).<br />

Estas citações mostram que a palavra "alicerces" não é fundamental; ela nem aparece na tradução. Em uma sentença o<br />

verbo yãsag é traduzido "restaurar", na outra "fazer".<br />

Da mesma forma seria correto em Ed 3: 10,11, e menos enganoso, traduzir "Quando os edificadores começaram a<br />

restauração" (v. 10), e "porque a reconstrução da casa do Senhor tinha iniciado" (v. 11).<br />

Compreendido desta maneira o texto não apresenta contradição entre o relato de Esdras e o de Ageu. O trabalho foi<br />

iniciado em 538, foi 'interrompido, e recomeçado em 520 por causa da profecia de Ageu.<br />

Esta interpretação explica por que a reconstrução foi concluída em quatro anos e meio,'5 enquanto Salomão, com todos<br />

os seus recursos humanos e materiais, levara sete anos e meio (I Rs 6:37,38) para terminar o templo original. Longe de<br />

ter sido nivelado ao solo, muitas estruturas sobreviveram intactas ao fogo (11 Rs 25:9). O que mais se precisava era<br />

madeira (Ag 1:8), para substituir a que tinha se queimado.<br />

Não se trata de lançar fundamentos.<br />

b. Zorobabel, escolhido e precioso (2:20-32)<br />

As últimas palavras registradas de Ageu são dirigidas a um indivíduo, Zorobabel, o príncipe davídico. Em linguagem<br />

escatológica tradicional, ele apresenta uma nova fase na história do mundo, em que tronos ruirão diante de exércitos<br />

vizinhos, e Zorobabel será o homem escolhido por DEUS para o momento. .<br />

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É natural que pensemos que Ageu (e Zacarias) esperavam que esta nova era viria ainda em seus dias, como resultado<br />

dos levantes do início do reinado de Dario. À medida que o tempo passou, e Zorobabel não foi honrado como eles<br />

esperavam, as esperanças messiânicas foram transferidas para seus descendentes. Como compreendeu o autor da<br />

carta aos Hebreus, neste adiamento da promessa havia um princípio importante, amplamente ilustrado no Antigo<br />

Testamento (Hb 11: 13).<br />

Zorobabel poderia ter sido incluído na lista dos que, pela fé, ansiavam por seu cumprimento.<br />

20. Esta palavra veio a Ageu, e não "através" dele, o que contradiz o argumento de que o "através" menos comum<br />

não é tão importante.<br />

(Cf comentário sobre I: I). Não há razão para duvidar que o profeta poderia receber duas mensagens separadas no<br />

mesmo dia (c/ 2: 10).<br />

21. Este abalo de céus e terra não seria só um sinal para que as nações trouxessem suas riquezas (2:7-9), mas também<br />

uma indicação de que os últimos dias tinham chegado.<br />

22. O profeta usa palavras tradicionais para a intervenção milagrosa de DEUS. Como no êxodo, cavalos, carros e<br />

cavaleiros serão destruídos (~x 15:1-5); reinos serão derrubados, como o foram Sodoma<br />

15 Foi iniciada no sexto mês do segundo ano de Dario (Ag 1:1.24), e concluída no décimo-segundo mês (Adar) do sexto<br />

ano de Dario (Ed 6: 15).<br />

e Gomorra (Dt 29:23, Is 13:19, Jr 20:16, Am 4:11); homens cairão 11m pela espada do outro (Jz 7:22, Ez 38:21, Zc<br />

14:13). O fato de Judá ser pequeno e indefeso não faz diferença quando DEUS diz Eu destruirei. Ele agirá, Judá não<br />

precisará lutar.<br />

23. O vocabulário continua tendo um significado especial. Tomar-te-ei (lãqai); o verbo é usado aqui no sentido de<br />

escolha especial (tx 6:7, Js 24:3, 11 Sm 7:8). Zorobabel não é só governador (v. 21) mas também meu servo, um título<br />

usado para Davi (Ex 34:23,37:24) e que é muito destacado em Is 40-55. Além disto "servo" e escolhido estão em<br />

justaposição em Is 41:8, 42:1, 44:1. A tribo de Judá, o Monte Sião e Davi foram "escolhidos" de maneira semelhante (SI<br />

78:68-70) para concretizar o plano de DEUS. O avô de Zorobabel, Joaquim (Conias), aparentemente fora rejeitado:<br />

"Ainda que Jeconias... fosse o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria" (Jr 22:24). Agora a sentença é<br />

anulada. O anel do selo, em que estava gravada a marca real, era usado para validar todos os documentos oficiais (c/Et<br />

8: 10). Ele era tão precioso que geralmente o rei Q usava, para evitar que ele fosse<br />

roubado. Esta figura vívida confirma a renovada eleição da linhagem de Davi, representada por Zorobabel nos dias de<br />

Ageu. Ele também seria preservado para cumprir o plano de DEUS.<br />

Gerações posteriores tinham Zorobabel em alto conceito. Seu nome é incluído, ao lado de Josué, entre os homens<br />

famosos chamados de pais de Israel (Eclesiástico 49: 11), e até hoje ele consta do hino do Hanucá que conta as<br />

libertações que DEUS operou: "Eu quase morri, quando o fim trazido por Babilônia se aproximou; através de Zorobabel<br />

eu fui salvo depois de setenta anos."16<br />

Ageu continua conclamando o povo de DEUS para o serviço. Entrega que não é total não é entrega. Pensar que<br />

qualquer coisa contribui para um serviço sério é errar o alvo completamente. Ele quer abençoar, mas não pode fazê-Io<br />

enquanto seu povo está apático e egocêntrico. E nesta situação eles só passarão por dificuldades, apesar de ele estar<br />

disposto a cobri-Ios de coisas boas. O remédio que Ageu receita para hoje, como o fêz em seu tempo, é uma igreja<br />

mobilizada para a ação; ele lhe diria: "Sê forte, trabalha, não temas". O propósito de DEUS para o futuro será<br />

concretizado e será mais glorioso no cumprimento do que na promessa, na mesma proporção que JESUS CRISTO foi<br />

mais glorioso que o templo.<br />

16 Daily Authorised Prayer Book of lhe Uniled Hebrew Congregalíons of lhe British Empire. Nova tradução por Rev. S.<br />

Singer (London, 1891), pg. 275.<br />

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico<br />

"Ageu [...]<br />

Ageu censurou os judeus por sua indiferença, e os repreendeu por construírem as suas próprias casas enquanto a casa<br />

de DEUS era negligenciada. Ele assegurou aos habitantes de Jerusalém que as adversidades que vinham sofrendo<br />

eram castigos por sua apatia. Zorobabel foi estimulado a dar a supervisão apropriada à obra que tinham em mãos, e<br />

quando parecia que as revoltas na Babilônia podiam ainda ser bem sucedidas, ele parece ter sido considerado como o<br />

homem divinamente ungido, que deveria conduzir Judá à independência.<br />

[...] O livro de Esdras passa em silêncio pelo período de cinquenta e sete anos que se seguiram à conclusão do segundo<br />

Templo. No império persa, a morte de Dario I, em 486 a.C., foi seguida pela ascensão de seu filho Xerxes (486 - 465<br />

a.C.).<br />

[...] Durante este período, a comunidade judaica lutou, com coragem, para sobrepujar a pobreza com que a terra fora<br />

assaltada, e esforçou-se duramente para arrancar alguma prosperidade do solo inóspito. Em outro tempo, porém, a<br />

orgulhosa capital ainda carregava os sinais de sua humilhação, e embora o Templo estivesse concluído, a cidade ainda<br />

permanecia sem muros" (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural.<br />

1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.285-86).<br />

VOCABULÁRIO<br />

Hegemonia: Supremacia, superioridade.<br />

Embargo: Impedimento, obstáculo.<br />

Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.<br />

Inóspito: Lugar em que não se pode viver<br />

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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA<br />

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,<br />

2010.<br />

MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações.<br />

6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.<br />

SAIBA MAIS PELA Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 52, p.41.<br />

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DE DEUS<br />

Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2012<br />

Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas<br />

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm<br />

AJUDA<br />

CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.<br />

VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm<br />

BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.<br />

Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD<br />

SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.<br />

SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.<br />

ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.<br />

William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).<br />

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.<br />

O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.<br />

Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.<br />

Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.<br />

Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.<br />

Revista - LIÇÃO JUVENIS CPAD 2002= ESTUDO PANORÂMICO DOS PROFETAS MENORES<br />

GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA<br />

ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.<br />

CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.<br />

SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.<br />

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD<br />

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva<br />

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