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LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight

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homem insiste em renegar a lógica e a obvieda<strong>de</strong>, fui severamente questionado sobre o verda<strong>de</strong>iro foco<br />

da CVRD. Não percebiam que a logística não é apenas custo, mas <strong>ta</strong>mbém recei<strong>ta</strong>; este sistema<br />

integrado financiou boa parte da expansão da empresa. Os analis<strong>ta</strong>s recomendavam que a Vale precisava<br />

ter um foco. Ora, nós tínhamos foco. A diferença é que olhávamos para o negócio com um<br />

telescópio, enquanto os “especialis<strong>ta</strong>s” usavam seus microscópios. Talvez a cegueira fosse apenas um<br />

problema <strong>de</strong> nomenclatura. Se, em vez <strong>de</strong> Companhia Vale do Rio Doce, ela se chamasse Companhia<br />

<strong>de</strong> Logística do Rio Doce, a percepção seria outra. Às vezes, o nome do santo é que faz a fé.<br />

Mui<strong>ta</strong>s <strong>de</strong>s<strong>ta</strong>s <strong>de</strong>cisões foram impulsionadas por necessida<strong>de</strong> e urgência. Ou encontrávamos<br />

soluções ou os problemas nos <strong>de</strong>vorariam. Quando passei a administrar a Vitória-Minas, a ferrovia<br />

transpor<strong>ta</strong>va apenas me<strong>ta</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>. Do ponto <strong>de</strong> vis<strong>ta</strong> econômico era, por<strong>ta</strong>nto, um<br />

monumento ao fracasso. Dentro das vocações naturais da região, começamos a i<strong>de</strong>ntificar novos<br />

produtos que po<strong>de</strong>riam dar significado à estrada <strong>de</strong> ferro. Além do transporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> celulose,<br />

abrimos a ferrovia para o escoamento <strong>de</strong> produtos agrícolas do Oeste <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

No início da década <strong>de</strong> 1970, repetimos a experiência. Passamos a estimular o plantio <strong>de</strong> soja no<br />

cerrado mineiro com o propósito <strong>de</strong> alavancar os negócios para a Vitória-Minas e para o Porto <strong>de</strong> Tubarão.<br />

Tínhamos, <strong>ta</strong>mbém, o objetivo <strong>de</strong> equacionar a ociosida<strong>de</strong> da ferrovia resul<strong>ta</strong>nte da sua expansão. Foi<br />

nes<strong>ta</strong> época que criamos a Campo, empresa que reunia a CVRD e investidores japoneses. A Vale ganhava<br />

dinheiro no transporte; os agricultores, com o plantio e a venda do produto. Todos os envolvidos foram<br />

beneficiados – quando um negócio não é bom para todas as partes, não é business, é monkey business. A<br />

iniciativa trouxe gran<strong>de</strong> progresso social e econômico para o cerrado <strong>de</strong> Minas Gerais. Até então carente<br />

<strong>de</strong> infra-estrutura, a região ganhou interligações rodoviárias e ferroviárias e investimentos em energia,<br />

com eletrificação <strong>de</strong> extensas áreas rurais. A atual febre do agribusiness dos Cerrados começou ali.<br />

Percebam a importância <strong>de</strong>ste projeto. Todas es<strong>ta</strong>s ações acabaram dando origem ao Programa <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento do Cerrado (Pro<strong>de</strong>cer), o mais antigo programa do governo fe<strong>de</strong>ral no setor agrícola.<br />

CATEDRAL<br />

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