sagres - Sociedade Água de Luso

A SCC tem assegurado
uma constante melhoria de resultados”
nossa primeira reunião global de Finanças no final do mês de
Novembro, onde faremos um balanço dos resultados conseguidos e
discutiremos os desafios que temos pela frente em 2011 e a melhor
forma de os enfrentar. Tudo isto sem beliscar a nossa capacidade de
intervenção no mercado, ao contrário, uma vez que reconquistámos
a liderança do mercado cervejeiro, e mantivemo-la durante este
último ano.
Quer nomear qual a medida mais importante que implementou?
Depois de 25 anos de carreira, cada vez me convenço mais que as
pessoas são as únicas capazes de fazer a diferença. Sem dúvida que
as medidas mais importantes foram as relacionadas com pessoas,
nomeadamente a aferição das capacidades existentes e o reforço da
equipa em algumas áreas, com a entrada de novos profissionais com
um nível de preparação diferente. Da conjugação da boa preparação
destes novos elementos, com a grande experiência dos bons
profissionais já existentes na casa há bastantes anos, nasceu uma
nova dinâmica e um espírito de equipa que nos tem permitido fazer
coisas que têm merecido o aplauso inclusive do nosso accionista,
como por exemplo a implementação do sistema contabilístico
“SCOA”, proprietário da Heineken, em tempo recorde (6 meses).
Como funciona o seu ‘report’ com a Heineken?
Reporto funcionalmente à estrutura financeira regional da europa
ocidental, mas localmente reporto ao CEO local, Alberto da Ponte.
Temos um calendário de ‘governance’ razoavelmente bem detalhado
que prevê momentos no tempo para ‘feedback’ regular entre a SCC e
a Região, para além de revisões de negócio planeadas com bastante
antecedência e que nos permitem discutir de forma aberta com
a Região, as nossas opções estratégicas. É claro que as mesmas
opções continuam a ser tomadas em primeira linha localmente,
uma vez que, não obstante o sucesso do desenvolvimento da marca
Heineken em Portugal, as nossas marcas locais, Sagres e Luso,
continuam a ser a nossa primeira prioridade.
Porque é que a SCC não publica as suas contas anuais?
A SCC está integrada no Grupo Heineken, que é um dos Grupos
cervejeiros de referência a nível internacional, e que está cotado
na bolsa de Amesterdão. Nestas circunstâncias, é mais relevante
para os accionistas, e para o mercado em geral, a informação
que é disponibilizada em bloco pelo Grupo, do que a informação
individualizada por cada país. Acresce a este facto que até aqui,
a informação que era disponibilizada localmente era em bases
diferentes da informação que era enviada e reportado pelo
Grupo, uma vez que até 2010 o nosso POC não seguia as normas
internacionais de relato financeiro (“IFRS”), o que tornava ainda mais
difícil qualquer comparação. Tal não vai ser o caso, como se sabe, a
partir de 2010, com a migração para o SNC.
O que significa para a SCC estar integrada num grupo que está
cotada na bolsa?
Mais importante do que estar integrado num Grupo cotado, que na
prática se traduz pela necessidade de produzir mais informação
e duma ‘governance’ mais apertada, é fazer parte da cervejeira
global mais internacional, e que pode portanto combinar a força e
a experiência que advém da nossa presença em tantas regiões do
globo, partilhando as melhores práticas existentes não só do ponto
de vista comercial, mas também no que toca à melhoria constante
da optimização de recursos.
Como vê, financeiramente, o ano que se avizinha?
Naturalmente que o ano que se avizinha não está recheado de
boas notícias para os Portugueses. A combinação de décadas de
endividamento do Estado, das empresas e das famílias, a par dum
aumento de produtividade incipiente, levou-nos à situação actual em
que temos de fazer sacrifícios a um nível até aqui desconhecido.
Faço votos para que duas coisas aconteçam; para que esta situação
sirva para introduzirmos na nossa governação os mecanismos
de controlo necessários, de forma a evitar definitivamente que
esta situação se repita no futuro; e que este período sirva para
refletirmos de forma estratégica sobre quais as opções de
desenvolvimento para a economia portuguesa, que é o verdadeiro
problema de fundo; sem essa reflexão e a consequente aposta nos
sectores chave para o nosso desenvolvimento, o exercício actual de
“aperto do cinto” será vazio, e a prazo voltar-nos-á a conduzir a uma
situação semelhante à que vivemos actualmente.
Sem prejuízo da tomada de medidas específicas neste contexto de
crise, e que serão aliás objecto de reflexão em sede própria muito
brevemente, a SCC continuará a confiar nos seus Clientes, nas suas
marcas e nas suas pessoas para orgulhosamente dentro do Grupo
Heineken continuar a produzir as bebidas que o público adora beber.