italianos em taubaté: o núcleo colonial do quiririm ... - Raquel Glezer
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Os historia<strong>do</strong>res e cronistas da região segu<strong>em</strong> o roteiro da m<strong>em</strong>ória,<br />
privilegian<strong>do</strong> <strong>em</strong> seus estu<strong>do</strong>s os mesmos aspectos da sociedade cafeeira. 3<br />
Outras questões importantes e também relacionadas com o café, como<br />
probl<strong>em</strong>as de substituição da mão de obra escrava por trabalha<strong>do</strong>res livres e<br />
imigração na região, são t<strong>em</strong>as que ainda não foram objeto de estu<strong>do</strong>s<br />
sist<strong>em</strong>áticos.<br />
Alguns <strong>do</strong>s autores que se refer<strong>em</strong> ao t<strong>em</strong>a consideram que, a<br />
aceleração <strong>do</strong> processo <strong>do</strong> encerramento <strong>do</strong> ciclo de exploração da mão de<br />
obra escrava, a partir da década de 70, coincidiu com o início da diminuição da<br />
produção <strong>do</strong> café na região e, que o numeroso plantel de escravos que os<br />
fazendeiros possuíam no perío<strong>do</strong> foi suficiente para as necessidades de<br />
trabalha<strong>do</strong>res <strong>em</strong> suas lavouras, até a Abolição. Daí a região não ter ti<strong>do</strong><br />
participação significativa nos movimentos de introdução de trabalha<strong>do</strong>res livres,<br />
como aconteceu na região denominada pela tradição historiográfica, de Oeste<br />
da Província.<br />
É também Monteiro Lobato o primeiro a l<strong>em</strong>brar a presença <strong>do</strong><br />
imigrante na vida <strong>do</strong> Vale, no começo <strong>do</strong> século. No artigo que o lançou como<br />
escritor, Velha Praga, de 1914, no qual aparece o Jeca Tatu, seu personag<strong>em</strong><br />
símbolo <strong>do</strong> valeparaibano da “decadência”, falan<strong>do</strong> da inércia <strong>do</strong> caboclo <strong>do</strong><br />
Vale, cita como sinais de “progresso”, o italiano, ao la<strong>do</strong> da estrada de ferro, <strong>do</strong><br />
2 a<br />
LOBATO, Monteiro. Cidades Mortas. In Cidades Mortas. 20 ed. São Paulo: Brasiliense,<br />
1978, p. 4.<br />
3<br />
Como ex<strong>em</strong>plo, ver os autores regionais SOBRINHO, Alves Motta. A civilização <strong>do</strong> café.<br />
(1820-1920). São Paulo: Brasiliense, s/d; Maia, Tom. Vale <strong>do</strong> Paraíba – Velhas Fazendas.<br />
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. O Informe da Universidade Salesiana de<br />
Lorena (UNISAL), ex<strong>em</strong>plar nº 5, de 8/7/2000, traz <strong>do</strong>is artigos que defend<strong>em</strong> essa visão<br />
historiográfica e relacionam a “decadência” econômica da região com a extinção <strong>do</strong> trabalho<br />
escravo: FERREIRA, Hamilton R. As fazendas <strong>do</strong> Vale histórico. e MAIA, Thereza. Alguns<br />
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