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dia & noite: o melhor da programação cultural da ... - Roteiro Brasília

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<strong>dia</strong> & <strong>noite</strong>: o <strong>melhor</strong> <strong>da</strong> <strong>programação</strong> <strong>cultural</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

Ano XI • nº 209<br />

Outubro de 2012<br />

R$ 5,90


em poucas palavras<br />

Para quem deixou pra trás uma megalópole pontilha<strong>da</strong><br />

de arranha-céus e escolheu viver numa ci<strong>da</strong>de planeja<strong>da</strong>,<br />

verde e cerca<strong>da</strong> de horizonte por todos os lados, foi estranho,<br />

desconfortável até, ver crescer, perto do Plano Piloto, a<br />

ci<strong>da</strong>de de Águas Claras. Afinal, ela é a antítese de tudo que<br />

se concebeu no projeto urbanístico de Lucio Costa para o<br />

Plano Piloto. Prédios com mais (muito mais) de seis an<strong>da</strong>res,<br />

ruas estreitas, endereços sem a lógica <strong>da</strong>s nossas SQSs,<br />

SQNs em sequência numérica... enfim, tudo bem diferente.<br />

Pois Águas Claras se impôs, tomou corpo e já é ocupa<strong>da</strong><br />

por mais de 150 mil moradores que a escolheram, entre<br />

outros motivos, pelo conforto de prédios com excelente<br />

infraestrutura de lazer. Em alguns casos, incluindo até<br />

quadras de tênis, de vôlei de praia, espaços gourmet e muitos<br />

outros atrativos capazes de fazer seu morador chegar perto<br />

<strong>da</strong> ansia<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, conceito tão difundido nas<br />

grandes ci<strong>da</strong>des. Sem ignorar os lados negativos dessa<br />

escolha – como trânsito pesado, falta de arborização e<br />

calça<strong>da</strong>s esburaca<strong>da</strong>s –, esses habitantes de arranha-céus<br />

já se mostram totalmente apaixonados pela nova ci<strong>da</strong>de.<br />

Sensíveis a esse fenômeno de 31,5 km2 localizado a<br />

apenas 19 km do Plano Piloto, resolvemos escalar uma<br />

colaboradora <strong>da</strong> <strong>Roteiro</strong> que, coincidentemente, acaba de se<br />

mu<strong>da</strong>r para lá. Ana Cristina Vilela andou pelas ruas, visitou<br />

restaurantes, bares, conversou com as pessoas e nos conta, a<br />

partir <strong>da</strong> página 16, como é, afinal, viver em Águas Claras.<br />

Entre os pontos positivos destacados por ela está o Parque<br />

Ecológico, “um ver<strong>da</strong>deiro oásis, local de busca de equilíbrio,<br />

de relaxamento, de descarregar as energias e o estresse”.<br />

Outro bom lugar para renovar as baterias, nesta recéminicia<strong>da</strong><br />

primavera, é o Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong>, visitado<br />

por Lúcia Leão, que se encantou com a explosão de cores dos<br />

ipês, flamboyants e orquídeas espalhados pelo cerrado, agora<br />

verde. Bom lugar, aliás, para levar as crianças neste outubro<br />

dedicado a elas (página 40).<br />

E não é só, no que se refere aos pequenos. Selecionamos<br />

outros programas bem espertos para comemorar o <strong>dia</strong>,<br />

a semana, o mês deles. As guloseimas estão na página 11;<br />

o divertimento, nas páginas 38 e 39.<br />

Boa leitura e até novembro,<br />

Maria Teresa Fernandes<br />

Editora<br />

40<br />

éprimavera<br />

Neste início de primavera, o Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong><br />

é uma luxuosa opção de lazer para crianças e adultos.<br />

águanaboca<br />

picadinho<br />

garfa<strong>da</strong>s&goles<br />

pão&vinho<br />

doisespressoseaconta<br />

águasclaras<br />

carta<strong>da</strong>europa<br />

<strong>dia</strong>&<strong>noite</strong><br />

<strong>dia</strong><strong>da</strong>scrianças<br />

graves&agudos<br />

queespetáculo<br />

luzcâmeraação<br />

ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação <strong>da</strong> Editora <strong>Roteiro</strong> Lt<strong>da</strong> | SIA – Trecho 17, Rua 20, Lote 90 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira<br />

Endereço eletrônico: revistaroteirobrasilia@gmail.com | Editora Maria Teresa Fernandes | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa André<br />

Sartorelli | Colaboradores Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Ana Cristina Vilela, André Sartorelli, Beth Almei<strong>da</strong>,<br />

Cláudio Ferreira, Elaina Daher, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Melissa Luz, Reynaldo Domingos Ferreira,<br />

Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria, Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira, Sérgio Amaral | Impressão Editora Gráfica<br />

Ipiranga Tiragem: 20.000 exemplares | Para anunciar Rachel Formiga (3234.2472 / 8144.9935 / 9959.9935)<br />

www.roteirobrasilia.com.br facebook.com/roteirobrasilia @roteirobrasilia<br />

6<br />

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16<br />

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47<br />

Divulgação


6<br />

água Na boca<br />

Copa lombo trufa<strong>da</strong>, do L'Affaire (R$ 24,90) Picanha suína trifolati, do Mercado 153 (R$ 34,90)<br />

Chega de preconceito<br />

por beth almeiDa<br />

Costela suína pururuca com farofa<br />

de couve, lombo com marmelo<br />

Pampulha, paillard de picanha<br />

suína à milanesa com risoto de maçã gorgonzola<br />

e passas, confit de pernil com<br />

arroz de alho e salsa de abacaxi, prime rib<br />

de porco recheado com cogumelos no<br />

vinho marsala, porquinho ralado e porquinho<br />

perneta...<br />

Os palmeirenses não precisam ficar<br />

alarmados, porque não se trata de mandinga<br />

de corintiano para que se concretize<br />

a ameaça de rebaixamento do verdão<br />

no Campeonato Brasileiro deste ano. Na<br />

ver<strong>da</strong>de, esses são alguns dos pratos que<br />

44 restaurantes de <strong>Brasília</strong> vão servir durante<br />

a quarta edição do Festival Sabor<br />

Suíno, de 10 a 31 de outubro.<br />

Iniciativa <strong>da</strong> Associação e do Sindicato<br />

dos Criadores de Suínos do Distrito<br />

Federal, em parceria com o Sebrae, a<br />

Abrasel-DF e o Sindhobar, o festival propõe<br />

aos chefs <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de a criação de pratos<br />

exclusivos à base de cortes suínos de picanha,<br />

alcatra, lombo, prime rib e filé mignon,<br />

a preços promocionais de R$ 24,90<br />

e R$ 34,90.<br />

O objetivo é desmitificar preconceitos<br />

relacionados à carne de porco, alguns<br />

muito antigos, como o de que seria uma<br />

carne muito gordurosa ou pouco saudável.<br />

Com o desenvolvimento e a profissionalização<br />

<strong>da</strong> produção de suínos, boa<br />

parte dessas ideias não passa de mito de<br />

um tempo em que porco era sinônimo<br />

de pernil e pertences de feijoa<strong>da</strong>.<br />

“O festival cresce a ca<strong>da</strong> ano e temos<br />

atingido nosso objetivo, que é combater<br />

os preconceitos e prestar um serviço ao<br />

consumidor, oferecendo um produto versátil,<br />

saudável e extremamente saboroso”,<br />

ressalta o presidente <strong>da</strong> DFSuin, Alexandre<br />

Cenci. Pesquisa realiza<strong>da</strong> pela Associação<br />

Brasileira dos Criadores de Suínos<br />

(ABCS) apontou que 49% dos brasileiros<br />

preferem o sabor <strong>da</strong> carne de porco. Apesar<br />

disso, o país possui um baixo consumo<br />

per capita do produto, de apenas<br />

15,1kg ao ano, mesmo sendo a carne suína<br />

a proteína animal mais consumi<strong>da</strong> em<br />

todo o mundo – 39% do total.<br />

Para aproveitar o festival, é só consultar<br />

o site oficial e escolher o restaurante<br />

e o prato de sua preferência.<br />

4 º Festival sabor suíno<br />

De 10 a 31/10 em 44 restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

(relação completa e descrição dos pratos em<br />

www.saborsuino.com.br).<br />

Fotos: Divulgação


por beth almeiDa<br />

Provado e aprovado<br />

Mais dois brasilienses na Associação <strong>da</strong> Boa Lembrança. Mas, por<br />

enquanto, só o Dom Francisco criou o prato que irá representá-lo.<br />

Bacalhau Prata <strong>da</strong> Casa é o prato<br />

que vai representar a rede Dom<br />

Francisco na Associação dos Restaurantes<br />

<strong>da</strong> Boa Lembrança, na qual<br />

acaba de ser admitido junto com outro<br />

restaurante brasiliense, o Villa Tevere, <strong>da</strong><br />

115 Sul. A receita é comemorativa dos<br />

25 anos que o Dom Francisco completará<br />

em 2013. O bacalhau será servido sobre<br />

cama de cebola com batatas e palmitos,<br />

atolado no azeite e regado ao vinagrete<br />

com pimenta malagueta e alho.<br />

O prato é inspirado no que é servido<br />

na família de um amigo de Francisco Ansiliero,<br />

o português Antônio Saramago.<br />

“Como o bacalhau é uma de nossas especiali<strong>da</strong>des,<br />

decidi a<strong>da</strong>ptar essa receita,<br />

acrescentando o vinagrete e o palmito para<br />

quebrar um pouco o sabor acentuado<br />

do bacalhau”, explica Francisco.<br />

Ficou uma delícia, mas quem já estiver<br />

com água na boca terá que esperar pelo<br />

próximo ano. Por enquanto, quem ex-<br />

perimentou aprovou. Os primeiros, como<br />

acontece com quase todos as criações<br />

gastronômicas de Ansiliero, foram os cerca<br />

de 30 amigos que formam “A Canalha”,<br />

como definiu o consultor gastronômico<br />

Marco Antônio Veronese, um dos<br />

integrantes do grupo que se reúne quase<br />

sempre nas tardes de sábado para degustar<br />

as novi<strong>da</strong>des do chef e colocar a conversa<br />

em <strong>dia</strong>. “Às vezes, eles dizem que<br />

querem ficar com os pratos do cardápio<br />

mesmo, aí eu invento na sala<strong>da</strong>”, revela<br />

Francisco, cujo prazer de cozinhar já fez<br />

com que preparasse para uma edição especial<br />

d’A Canalha na<strong>da</strong> menos que 13<br />

pratos diferentes à base de tartaruga.<br />

Os dois restaurantes brasilienses foram<br />

admitidos na Associação <strong>da</strong> Boa<br />

Lembrança no último congresso <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de,<br />

em agosto passado, em Vitória.<br />

Mas a chef do Villa Tevere, Suzana Leste,<br />

ain<strong>da</strong> não decidiu que prato representará<br />

seu restaurante. Os dois farão companhia<br />

ao Oliver, do Clube de Golfe, que também<br />

estreia prato novo no próximo ano.<br />

Composta por 100 integrantes, a associação<br />

foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1994 pelo italiano<br />

Dânio Braga, que quis estimular<br />

no Brasil o hábito de se levar para casa<br />

uma lembrança depois de uma boa refeição.<br />

O Prato <strong>da</strong> Boa Lembrança, que se<br />

tornou uma espécie de troféu para colecionadores,<br />

leva o desenho <strong>da</strong> receita,<br />

pinta<strong>da</strong> a mão no atelier Cerâmica Van<br />

Erven, em Petrópolis.<br />

São muitas as exigências para entrar<br />

nesse seleto clube. A primeira é uma análise<br />

técnica do restaurante, que deve estar<br />

em funcionamento há no mínimo<br />

três anos. A casa deve seguir à risca normas<br />

de higiene e de manipulação dos alimentos.<br />

Conta ponto o fato de o chef ou<br />

proprietário estar presente na rotina do<br />

estabelecimento, que também deve ter o<br />

reconhecimento de formadores de opinião<br />

e especialistas em gastronomia, entre<br />

outros requisitos. “É muito importante<br />

também que o chef esteja engajado<br />

na divulgação <strong>da</strong> boa comi<strong>da</strong>, sem promoção<br />

pessoal”, acrescenta Francisco.<br />

Divulgação<br />

7


8<br />

água Na boca<br />

Carnes gourmet em casa<br />

por beth almeiDa<br />

Ci<strong>da</strong>de forma<strong>da</strong> por migrantes de<br />

todo o país, <strong>Brasília</strong> tem entre<br />

suas peculiari<strong>da</strong>des o hábito de<br />

receber em casa. E nos encontros de fins<br />

de semana o prato principal é quase sempre<br />

churrasco. Para esse grande público, o<br />

BSB Grill firmou uma parceria com seus<br />

fornecedores e passa a comercializar os<br />

mesmos cortes que são servidos no restaurante<br />

para serem preparados em casa.<br />

“Com o BSB Grill Gourmet nós ampliamos<br />

nossa oferta de serviços, <strong>melhor</strong>amos<br />

nossa margem de negociação com<br />

os fornecedores e ain<strong>da</strong> atendemos a<br />

uma clientela que há tempos queria servir<br />

nossas especiali<strong>da</strong>des em casa”, explica<br />

Issa Attiè, um dos proprietários do<br />

restaurante, que funciona em dois endereços,<br />

na 304 Norte e 413 Sul.<br />

São cortes de carnes seleciona<strong>da</strong>s<br />

que, segundo Issa, não podem ser encontrados<br />

em supermercados, entre outras<br />

razões por terem produção limita<strong>da</strong>.<br />

Uma dessas marcas é a Beef Passion, do<br />

engenheiro Antônio Ricardo Sechis, que<br />

cria gado <strong>da</strong>s raças Aberdeen Angus (australiana)<br />

e Wagyu, mais conhecido no<br />

Brasil como Kobe Beef, em referência à<br />

região japonesa de onde se originou a raça.<br />

“Abatemos menos de 200 cabeças de<br />

gado por mês e, dessas, apenas 20 são<br />

Kobe”, calcula Sechis.<br />

O BSB Grill Gourmet oferece ain<strong>da</strong><br />

cortes de cordeiro (carcaça inteira, paleta,<br />

rack ou picanha), de suínos (costelinha,<br />

lombo, coroa e panceta), uma única opção<br />

de peixe (robalo) e cinco tipos de linguiça.<br />

Para acompanhar, delícias árabes como a<br />

célebre esfiha aberta de massa folha<strong>da</strong>, fabrica<strong>da</strong><br />

por parentes de Issa Atiè e Lucio<br />

Bittar, seu sócio, no município goiano de<br />

Anápolis. Além de carne e frango, as esfihas<br />

podem ser também de escarola ou de<br />

ariche (tipo de queijo árabe, também conhecido<br />

como chancliche).<br />

Outra especiali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> casa disponível<br />

no empório do BSB Grill é a batata<br />

suflê, que, ao contato com o óleo quente,<br />

fica estufa<strong>da</strong> e muito crocante. Uma<br />

ótima pedi<strong>da</strong> para acompanhar a carne.<br />

Com tantas opções, basta fazer a lista de<br />

convi<strong>da</strong>dos ou então preparar essas novi<strong>da</strong>des<br />

para a família, já que as carnes também<br />

são vendi<strong>da</strong>s em porções menores,<br />

me<strong>dia</strong>nte acréscimo de 10% no preço.<br />

bsb grill<br />

304 Norte (3326.0976)<br />

413 sul (3346.0036)<br />

o investimento de Ricardo sechis na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> carne que fornece a alguns<br />

poucos restaurantes do país passa por um projeto de pesquisa em parceria com a<br />

Facul<strong>da</strong>de de Engenharia de alimentos <strong>da</strong> unesp (universi<strong>da</strong>de Estadual paulista).<br />

o projeto começou com um trabalho de controle de quali<strong>da</strong>de dos animais, em<br />

que são verificados os nutrientes <strong>da</strong> carne e a localização e quanti<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s gorduras<br />

insatura<strong>da</strong>s, responsáveis pelo que chamam de “marmoreio”, e testes de sabor e maciez,<br />

cujos primeiros resultados serão apresentados no final deste ano.<br />

Resultados acadêmicos, porque os práticos já podem ser verificados à mesa. Bons<br />

exemplos são os bifes de coxão duro e patinho de Kobe, mais macios do que muita<br />

picanha matura<strong>da</strong> e extremamente saborosos.<br />

De sua fazen<strong>da</strong> em cassilân<strong>dia</strong>, no Mato Grosso do sul, saem cortes selecionados<br />

de carnes para três restaurantes paulistanos – entre eles o D.o.M. do chef alex atala e<br />

os brasilienses BsB Grill, Botarga, oliver e parrilla Madrid.<br />

Fotos: Divulgação


10<br />

picaDiNho<br />

carnes do taypá<br />

o chef Marco Espinoza não deixa por menos.<br />

como se não bastasse ter conquistado para<br />

o Taypá, <strong>da</strong> QI 17 do Lago sul, o título de<br />

<strong>melhor</strong> restaurante de comi<strong>da</strong> peruana do<br />

Brasil, acaba de buscar em Lima um reforço<br />

para seu staff: o jovem camilo Bonafon, de<br />

25 anos, com passagens por restaurantes<br />

ba<strong>da</strong>lados como o italiano pinocco, do chef<br />

piero Bertinoti (duas estrelas no Michelin),<br />

o chileno La Viña Indomita, de oscar Tapia,<br />

e o argentino Fusion, de Rafael piqueras.<br />

Ele mal chegou e o Taypá já anuncia um<br />

bocado de novi<strong>da</strong>des em seu cardápio para<br />

contemplar seus clientes, principalmente<br />

os que não consomem frutos do mar, com<br />

pratos como o filé grelhado com molho de<br />

cogumelos e extrato de ervas, o prime rib<br />

macerado em especiarias e azeite de trufa,<br />

grelhado ao molho de cinco pimentas com<br />

trufa, e o ossobuco confitado e servido com<br />

ravioles de espinafre, ricota e nozes (foto).<br />

lagostas e camarões<br />

saborear, uma após outra, 13 receitas de<br />

lagostas e camarões é uma experiência<br />

realmente fascinante. ain<strong>da</strong> mais se essas<br />

iguarias são as mais pedi<strong>da</strong>s pelos clientes<br />

do La plancha, o mais carioca dentre os<br />

restaurantes brasilienses especializados<br />

em frutos do mar. ao preço de R$ 69,90<br />

são servidos, em sequência, seis entra<strong>da</strong>s<br />

(salpicão, casquinha e pastel de lagosta,<br />

pastel de aipim com camarão, casadinho e<br />

sala<strong>da</strong> de camarão) e sete pratos principais<br />

(paella de lagosta com camarão, lagosta<br />

grelha<strong>da</strong> com ervas, moqueca de lagosta,<br />

bobó de camarão, camarão VG ao sal<br />

grosso, camarão grelhado com ervas e<br />

camarão ao molho branco). o 1º Festival<br />

de Lagosta e camarões do La plancha vai<br />

até 10 de dezembro.<br />

Útil e agradável<br />

aprender espanhol cozinhando é um dos<br />

atrativos do projeto que levará o chef<br />

DUO Fotografia<br />

David Lechtig, do El paso Texas, ao Instituto<br />

cervantes (707/907 sul) no próximo <strong>dia</strong> 30,<br />

a partir <strong>da</strong>s 19h30. Falando espanhol, ele<br />

vai ensinar a preparar salteñas de carne,<br />

prato típico <strong>da</strong> Bolívia – massa com recheio<br />

à base de carne, legumes e condimentos<br />

típicos bolivianos, levemente apimenta<strong>da</strong>.<br />

o objetivo do projeto é valorizar a<br />

gastronomia de diferentes países hispânicos<br />

e, ao mesmo tempo, estimular a prática<br />

do idioma. as aulas mensais custam R$ 50,<br />

podendo participar, de ca<strong>da</strong> vez, até 30<br />

alunos. Inscrições a partir do <strong>dia</strong> 22 pelo<br />

telefone 3242.0603.<br />

Novos cortes<br />

com 40 pontos de ven<strong>da</strong> em todo o país,<br />

a rede Bon Grillê acaba de renovar seu<br />

cardápio com cortes grelhados inéditos<br />

em praças de alimentação. O contra-filé,<br />

a fraldinha e o lombo suíno são algumas <strong>da</strong>s<br />

novi<strong>da</strong>des sintoniza<strong>da</strong>s com o novo conceito<br />

<strong>da</strong> marca, cuja proposta é sugerir que o<br />

cliente monte sua refeição como desejar. para<br />

isso, as lojas oferecem 22 tipos diferentes de<br />

grelhados com 18 acompanhamentos, entre<br />

sala<strong>da</strong>s, risotos e massas.<br />

Fora d'água<br />

Esse belo ravióli de lagosta (R$ 55) é uma<br />

<strong>da</strong>s estrelas do Festival peixe Fora D'Água,<br />

que o restaurante de cozinha franco-italiana<br />

La Tambouille, instalado no Espaço Gourmet<br />

do ParkShopping), promove até o final do<br />

mês. Três entra<strong>da</strong>s (R$ 28 a R$ 38) e sete<br />

pratos principais (R$ 55 a R$ 80) foram<br />

criados a partir de ingredientes frescos<br />

e massas prepara<strong>da</strong>s artesanalmente.<br />

“Tenho o hábito de visitar mercados<br />

gastronômicos brasileiros e estrangeiros<br />

quando viajo. o frescor dos alimentos me<br />

inebria. E aqui não foi diferente. Fiquei<br />

muito bem impressionado com os peixes<br />

encontrados em <strong>Brasília</strong>, que se comparam<br />

aos dos bons mercados do mundo”,<br />

comemora o chef Giancarlo Bolla, um<br />

dos proprietários do restaurante.<br />

Divulgação<br />

terça do risoto<br />

até 19 de dezembro o Babel, <strong>da</strong> 215 sul,<br />

servirá às terças-feiras cinco opções de<br />

risotos ao preço de R$ 37 (com direito<br />

ao pudim de cumari de sobremesa).<br />

Bacalhau, tomate seco, lagostim, carne<br />

seca com abóbora, abobrinha, tomate e<br />

mussarela são os ingredientes <strong>da</strong>s receitas<br />

legitimamente italianas cria<strong>da</strong>s pelo chef<br />

Diego Koppe, prepara<strong>da</strong>s na manteiga<br />

e finaliza<strong>da</strong>s com queijo parmesão.<br />

tintos espanhóis<br />

Dia 23, no Instituto cervantes, degustação<br />

de vinhos espanhóis. o o sommelier Daniel<br />

souza, <strong>da</strong> Vintage Vinhos, coman<strong>da</strong>rá<br />

a partir <strong>da</strong>s 19h30 uma cata de tintos<br />

Lacrimus Roble, Lacrimus crianza e arnegui<br />

Reserva, todos <strong>da</strong> região de La Rioja.<br />

Inscrições a partir do <strong>dia</strong> 15, pelo telefone<br />

3242.0603, ao preço de R$ 70.<br />

espumantes brasileiros<br />

Mais de 100 rótulos <strong>da</strong>s principais vinícolas<br />

nacionais, alguns premiados em concursos<br />

internacionais, poderão ser degustados de<br />

19 a 21 deste mês durante o Brin<strong>da</strong> Brasil<br />

– 2º salão do Espumante de <strong>Brasília</strong>, no<br />

pontão do Lago sul. o ingresso, no valor<br />

de R$ 50, dá direito a uma taça para a<br />

degustação dos vinhos, de vários tipos<br />

de salgados com gordura reduzi<strong>da</strong> e do<br />

chocolate belga <strong>da</strong> Kaebisch schokoladen.<br />

Entre os espumantes, destaque para o<br />

Brut Rosé Gran Legado, que será lançado<br />

durante o evento.<br />

miolo mole<br />

Na casa cor <strong>Brasília</strong> 2012, instala<strong>da</strong> no<br />

antigo colégio Fênix, na QI 19 do Lago sul,<br />

os visitantes poderão se refestelar, até 6 de<br />

novembro, com as guloseimas prepara<strong>da</strong>s<br />

Divulgação


pela chef Isabela oliveira, <strong>da</strong> Joaquina<br />

Gourmet. Entre elas, a grande novi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

brigaderia: o Miolo Mole, preparado com<br />

um recheio envolto por uma casquinha de<br />

chocolate. são três sabores: chocolate ao<br />

leite, meio amargo com Baileys e casadinho<br />

(chocolate ao leite com chocolate branco).<br />

Novo point<br />

Foi durante um passeio de lancha pelo Lago<br />

paranoá que nasceu o mais novo espaço<br />

de gastronomia e lazer do pier 21, o Duetto<br />

Lounge & Bar. "Quando ancoramos a lancha<br />

aqui em frente e nos sentamos na grama,<br />

próximo às palmeiras, percebemos que<br />

No Botequim Informal, <strong>da</strong> 410 sul, a farra <strong>da</strong>s<br />

crianças se estenderá até o final do mês. Na compra<br />

de uma mini-pizza<br />

(R$ 14,90) nos<br />

sabores calabresa,<br />

mussarela ou<br />

presunto com<br />

mussarela, o mini<br />

cliente ganha um<br />

mini brigadeiro de<br />

sobremesa (foto).<br />

Divulgação<br />

aquele era o lugar perfeito para um bar<br />

e restaurante descolado como os que<br />

conhecemos em Ibiza, saint Tropez, punta<br />

del Este e outros lugares ba<strong>da</strong>lados pelo<br />

mundo afora”, conta Hugo caetano,<br />

um dos sete sócios do empreendimento.<br />

o projeto arquitetônico foi encomen<strong>da</strong>do<br />

ao designer de interiores Marcel Bucar e o<br />

cardápio ao chef Marcelo piucco. os 600 m2 do Dueto comportam um bar e uma ampla<br />

varan<strong>da</strong>, no térreo, e um ambiente mais<br />

refinado, com música ambiente, no<br />

segundo an<strong>da</strong>r.<br />

mel de jataí<br />

um dos pratos criados pelo dinamarquês<br />

simon Lau, em seu restaurante aquavit, é o<br />

bacalhau ao molho de mel de jataí. Já virou<br />

um clássico em seus menus-degustação e<br />

será servido novamente ao longo deste mês.<br />

simon confessa que adora usar o mel de<br />

jataí, abelha nativa <strong>da</strong>s américas do sul<br />

e central, pois "além de ter um frescor e<br />

uma acidez incríveis, a abelha parece ser<br />

como de costume, vários restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de bolaram<br />

promoções especiais comemorativas do Dia <strong>da</strong>s crianças<br />

Na Pizzaria Baco e no Parrilla Madrid,<br />

<strong>da</strong> 408 sul, pais e mães poderão tomar<br />

tranquilamente um bom vinho enquanto<br />

a moleca<strong>da</strong> se esbal<strong>da</strong> <strong>dia</strong>nte de seus<br />

olhos, no parquinho infantil. para saciar<br />

a fome <strong>da</strong> turma, as <strong>melhor</strong>es opções<br />

são o filezinho (R$ 17,90), o franguinho<br />

e o nhoque ao molho pomodoro,<br />

ambos a R$ 16,90. além disso, os<br />

dois restaurantes, coman<strong>da</strong>dos por<br />

Gil Guimarães, instalaram um mural<br />

de desenhos para a criança<strong>da</strong> liberar<br />

sua criativi<strong>da</strong>de com lápis coloridos<br />

e giz de cera.<br />

bem mais simpática do que sua prima<br />

europeia dominadora, já que não tem<br />

ferrão". Ele confessa que, infelizmente, tem<br />

sido obrigado a ir à "boca de fumo" para<br />

achar o produto, já que não se encontra<br />

esse mel à ven<strong>da</strong>, por não atender aos<br />

padrões <strong>da</strong> anvisa. "portanto", acrescenta,<br />

"não é reconhecido como mel e não pode<br />

ser comercializado como tal, o que é, no<br />

mínimo, um absurdo." Ele conclama:<br />

"Que o mundo inteiro se lambuze de<br />

original Brazilian Honey, pois, além de<br />

muito gostoso, possui um monte de<br />

quali<strong>da</strong>des medicinais!"<br />

Na duas uni<strong>da</strong>des<br />

brasilienses <strong>da</strong> rede<br />

de hamburguerias<br />

The Fifties (pier 21<br />

e Espaço Gourmet<br />

do parkshopping) o<br />

menu infantil oferece<br />

três combos: Rock<br />

(dois mini cheesebugers<br />

e fritas, a R$ 19,80), pop (dois mini dogs e fritas, a R$ 10,90)<br />

e Dance (seis nuggets e fritas, a R$ 16,50). Todos eles podem ser<br />

combinados com refrigerantes (R$ 4), sucos (R$ 5,50 e R$ 5,80) ou<br />

milk-shakes (R$ 14,50). para a sobremesa, a sugestão é a Taça Kids<br />

(sorvete de chocolate, morango, coco, creme ou flocos, a R$ 8,50).<br />

outro restaurante<br />

do Espaço Gourmet<br />

do parkshopping, o<br />

Barbacoa, oferece<br />

o Menu Kids, com<br />

pratos elaborados<br />

especialmente para<br />

as crianças, todos a<br />

R$ 19,80: mini hambúrguer de picanha com spaghetti ao sugo<br />

e batatinhas smiles, peito de frango grelhado com spaghetti,<br />

manteiga e parmesão, acompanhado de batatinhas smiles,<br />

e mini picanha, arroz branco e batatinhas smiles (foto).<br />

Fotos: Divulgação<br />

saint-clair salles<br />

11


12<br />

LuIz RECENA GRASSI<br />

lrecena@hotmail.com<br />

GARFADAS & GOLES<br />

Águas poucas de setembro<br />

É um sol. É um vento. É uma nuvem, um cúmulo cinzento. É chuva na cara. É o vento. É sol de novo. E vento. Areia fina nos olhos.<br />

E vento. É praia limpa outra vez, com direito ao espetáculo de baleias brincando na linha do horizonte. E como são ágeis e leves,<br />

bailarinas, essas baleias! São muitos, enfim, os tons de setembro abrindo a primavera na orla de Salvador, Bahia. Este é um plágio<br />

pobre. Tom vai perdoar o colunista, que só assim escreveu por ter sau<strong>da</strong>des dele e de suas composições. Tonzinho querido. assim<br />

o poetinha Vinicius chamava o Maestro e assim escreveu-lhe carta do porto de Havre, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> num distante sete de setembro. o<br />

poeta morria de sau<strong>da</strong>des do país, de papos de anjo, do Botafoguinho. com sau<strong>da</strong>des do planalto central, sem talento, mas ain<strong>da</strong><br />

com boa memória, o escriba lembra, lembra e lembra. E informa que a primavera na Bahia é chama<strong>da</strong> de verão e começa quando<br />

chega setembro, justo no <strong>dia</strong> sete. É assim e ponto. ponto!<br />

primeira novi<strong>da</strong>de<br />

A barraca do Gordo nem letreiro tem. Não precisa. Todos sabem<br />

que o Gordo está ali. Beira <strong>da</strong> praia, cerveja geladésima, camarão<br />

de bom, ótimo tamanho. Porção farta, alho-óleo, R$ 25. Praia de<br />

Stella Maris, perto do Grande Hotel. Recomendo.<br />

caranguetchê!<br />

O "Caranguejo do Tchê" é a contradição em si. Só na Bahia<br />

poderia vingar um gaúcho, dono de barraca na praia e, agora,<br />

de um bar grande, na saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> praia, porque, em Salvador,<br />

o prefeito Cabeça de Bíblia destruiu a orla <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Pois o<br />

gauchinho abriu o bar faz três semanas. Tem tudo o que os<br />

outros têm, e duas diferenças: chope Heineken e pitu no bafo.<br />

O chope na tulipa de 300ml custa R$ 5,90. Na promoção<br />

de abertura, bebe duas, ganha uma. O pitu, rari<strong>da</strong>de nestas<br />

ban<strong>da</strong>s, exige R$ 128 por um quilo, com pirão. Serve bem<br />

dois bebedores famintos.<br />

pastel e pessoas<br />

O colunista pediu pastel de camarão. Bom, só bom. Não bate os<br />

concorrentes, que oferecem mais volume de recheio (Beach Stop)<br />

ou de sabor (Le Petit Bar). Por seis reais, a relação quali<strong>da</strong>de/<br />

preço é desfavorável ao cliente, quando compara<strong>da</strong> aos outros.<br />

Ponto alto, na abertura de bar novo, são os atendentes, todos<br />

bem jovens, cheios de gás. Mariza e Paulo Henrique na pista,<br />

Manuela na chopeira, Luiz Sérgio na portaria. Todos bons.<br />

Manuela ficará <strong>melhor</strong> quando aprender a tirar chope com<br />

colarinho, muuuiito colarinho.<br />

pisou na espora<br />

Ou faltou assessoria. Ninguém avisou ao gaúcho que o bar<br />

novo dele está na esquina <strong>da</strong> Rua Pasárga<strong>da</strong>, aquela do poeta<br />

pernambucano Manoel Bandeira. Dizia: "Vou-me embora pra<br />

Pasárga<strong>da</strong>/Lá sou amigo do rei/Lá terei a mulher que quero/<br />

Na cama que escolherei". É um ícone <strong>da</strong> poesia nacional, um<br />

vale de sorte para quem chega. Há tempo para recuperação.<br />

bar pasion<br />

Outro <strong>dia</strong> busquei receitas de cozido. Entre várias, a do dr. Paixão<br />

é destaque. No livro de sua lavra, Receitas que eu gosto, a do cozido<br />

é a cara dele: requinta<strong>da</strong> e farta. Muito farta. Vou aplicar o índice<br />

redutor de Simonsen e... seja o que a panela quiser!<br />

e por falar...<br />

Em paixão... onze em ca<strong>da</strong> dez coqueiros de Itapuã sabem que<br />

o dr. Nenê abrirá novo bar em breve, o que não quer dizer <strong>da</strong>ta<br />

marca<strong>da</strong>. Então, <strong>dia</strong> desses, lendo mais uma vez as memórias<br />

do grande cineasta Luis Buñuel, Mi ultimo suspiro, achei essa<br />

passagem: "Em Nova York, nos anos 1940, amigo de Juan<br />

Legrin, tivemos a ideia de abrir um bar chamado Ao tiro<br />

de Canhão. Seria escan<strong>da</strong>losamente caro, o mais caro do<br />

mundo. Nele só haveria drinques sofisticados, incrivelmente<br />

requintados, dos quatro cantos <strong>da</strong> terra. Bar íntimo, confortável,<br />

de bom gosto inatacável, com apenas dez mesas. Em frente<br />

à porta, justificando o nome, um velho canhão, com pavio e<br />

pólvora preta, que faria um disparo, a qualquer hora do <strong>dia</strong> ou<br />

<strong>da</strong> <strong>noite</strong>, sempre que um cliente gastasse mil dólares. O plano<br />

sedutor, pouco democrático, jamais foi executado. A ideia<br />

é de quem pegar. Mas é interessante imaginar um modesto<br />

funcionário <strong>da</strong> Esplana<strong>da</strong>, num prédio vizinho, acor<strong>da</strong>do às<br />

quatro <strong>da</strong> manhã por um tiro de canhão e dizendo pra mulher<br />

deita<strong>da</strong> a seu lado: "Outro sem vergonha acaba de gastar mil<br />

dólares!".


ALEXANDRE FRANCO<br />

pao&vinho@agenciaalo.com.br Obrigado,<br />

PÃO & VINHO<br />

<strong>Brasília</strong>!<br />

Muito tenho a agradecer a <strong>Brasília</strong> pelos bons amigos<br />

que aí fiz, pelos bons momentos que a ci<strong>da</strong>de sempre me<br />

proporciona e, agora, pelo apoio no lançamento do meu<br />

livro.<br />

antes de tudo, ao Gil Guimarães e ao Rodrigo Freire,<br />

do parrilla Madrid, que promoveram o lançamento, na<br />

<strong>noite</strong> de 26 de setembro, mas ain<strong>da</strong> a to<strong>da</strong> a imprensa<br />

especializa<strong>da</strong> que bem divulgou o evento e ain<strong>da</strong> lá<br />

marcou presença, especialmente a Luciana Barbo, a<br />

Mônica Nóbrega e a Liana sabo, entre tantos outros.<br />

E, é claro, aos muitos amigos que lá compareceram<br />

para me prestigiar, dos quais não posso deixar de citar<br />

ao menos o adriano Lopes de oliveira, o Márcio Mourão<br />

e o Ricardo pedreira.<br />

o evento foi regado ao espumante nacional<br />

Imagination, <strong>da</strong> sozo Vinhos, de lin<strong>da</strong> cor doura<strong>da</strong> e<br />

elegantes aromas de panificação; ao Sauvignon Blanc<br />

<strong>da</strong> aracuri, de muito frescor, aromas levemente cítricos<br />

e ótima tipici<strong>da</strong>de gustativa; e, finalmente, ao Malbec<br />

Gouguenheim importado pela almeria, com boa<br />

estrutura, mas com elegância superior à comum aos<br />

Malbecs argentinos, com fruta vermelha madura e bom<br />

pala<strong>da</strong>r. Todos, enfim, ótimos vinhos cedidos pelos<br />

produtores e importadores para engrandecer a <strong>noite</strong>.<br />

Muito obrigado a eles também.<br />

o livro passou a estar disponível também no parrilla<br />

Madrid, além <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> Del Maipo/Brilho e agora na loja<br />

<strong>da</strong> Zahil. aliás, outra presença marcante foi a do sérgio<br />

Resende, <strong>da</strong> Zahil, que eu visitei no <strong>dia</strong> seguinte e que<br />

muito me impressionou, com uma adega completíssima<br />

numa loja temática muito bonita e bem localiza<strong>da</strong>, na<br />

306 sul, onde acertamos de realizar um novo evento do<br />

livro Cem vinhos, sem frescuras no próximo mês.<br />

Voltando agora ao vinho propriamente dito, não posso<br />

deixar de comentar a pequena feira de vinhos do Alentejo à<br />

qual compareci no <strong>dia</strong> 25 de setembro, em são paulo, onde<br />

pude provar alguns bons exemplares desconhecidos para<br />

mim até então, além, é claro, de velhos amigos como os<br />

vinhos do Mouchão, do grande paulo Laureano, e tantos<br />

outros.<br />

Realiza<strong>da</strong> ao final <strong>da</strong> tarde e cair <strong>da</strong> <strong>noite</strong> no Caesar<br />

park <strong>da</strong> Vila olímpia, a feira reuniu 20 produtores <strong>da</strong>quela<br />

região, que apresentaram mais de cem rótulos aos que lá<br />

marcaram presença. Vale notar que o alentejo já é a região<br />

portuguesa mais presente em nosso mercado de vinhos<br />

e continua crescendo à incrível taxa de 16% ao ano.<br />

Representa hoje 60% dos vinhos portuguesas em terras<br />

brasileiras.<br />

ao menos dois vinhos, <strong>da</strong>queles que eu ain<strong>da</strong> não<br />

conhecia, devo comentar: primeiramente o Inevitável <strong>da</strong><br />

casa de santa Vitória, uma vinícola ain<strong>da</strong> nova mas que<br />

já mostra, com esse vinho, que veio para ficar. Um vinho<br />

de bom corpo, com estrutura equilibra<strong>da</strong> por boa acidez,<br />

aromas a frutas escuras e com toques de chocolate e<br />

tabaco. Boca redon<strong>da</strong>, mas potente, acompanha muito<br />

bem carnes vermelhas e pratos portugueses, inclusive<br />

o também inevitável bacalhau.<br />

E a Quinta do Zambujeiro marcou presença com seu<br />

Terra do Zambujeiro, de cor púrpura, com nariz intenso<br />

a frutas vermelhas maduras, com toque de especiarias,<br />

grande estrutura e final persistente. Mais que tudo<br />

saboroso, com fundo de boca doce. Excelente para<br />

a gastronomia de pratos com "peso de boca", mas<br />

também perfeito para o voo solo, para a meditação.<br />

13


14<br />

CLáuDIO FERREIRA<br />

claudioferreira_64@hotmail.com O<br />

DOIS ESPRESSOS E A CONTA<br />

olho do dono<br />

uma <strong>da</strong>s coisas boas de morar na mesma ci<strong>da</strong>de por<br />

muito tempo é conhecer donos e garçons dos restaurantes<br />

preferidos. É bom chegar para um almoço ou jantar e ser<br />

recebido com um sorriso diferenciado, do comerciante ou<br />

do garçom, que te veem como um cliente bacana, fiel e<br />

disposto a gastar para ter um bom serviço. Na<strong>da</strong> a ver<br />

com privilégios, furar fila para conseguir a <strong>melhor</strong> mesa,<br />

se esmerar no estilo "puxa-saco" ou coisas do tipo. apenas<br />

o reconhecimento de uma relação que, no <strong>melhor</strong> dos<br />

mundos, é boa para os dois lados.<br />

Diz o ditado que o olho do dono é que engor<strong>da</strong> o<br />

gado. Em vários restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, os proprietários<br />

e sócios levam a sabedoria popular à risca. Os irmãos<br />

Rappel, Bruno e Mauro, por exemplo, batem ponto<br />

incansavelmente na casa <strong>da</strong> 210 Norte, sempre atentos<br />

a tudo que acontece e dispostos a um bate-papo com o<br />

cliente. sempre alerta também estão David e Roberto, que<br />

se revezam nas diversas uni<strong>da</strong>des do El paso Texas – de<br />

um sorriso aberto para o cliente, David mu<strong>da</strong> rapi<strong>da</strong>mente<br />

de expressão quando tem que resolver um problema de<br />

última hora. Depois, o sorriso volta como se na<strong>da</strong> tivesse<br />

acontecido.<br />

Alguns donos têm cancha de relações públicas. Marcelo<br />

Melo, do café savana (116 Norte), tem vários olhos:<br />

um na cozinha, outro no caixa e muitos outros no<br />

atendimento aos clientes, dos mais antigos aos recémconquistados.<br />

Nunca faz ar de cansado, tem pique<br />

invejável. Energia inesgotável tem também Joel, sócio do<br />

café Martinica (303 Norte), que parece adivinhar os gostos<br />

dos clientes, anima os desanimados, comemora com os<br />

felizes...<br />

Garçons e garçonetes aju<strong>da</strong>m nessa política de boa<br />

vizinhança. Quando reconhecem os clientes que batem<br />

ponto na mesma casa várias vezes segui<strong>da</strong>s, puxam papo,<br />

contam as novi<strong>da</strong>des do cardápio e dão dicas especiais.<br />

pena que alguns exagerem na intimi<strong>da</strong>de, como a<br />

garçonete que, ao receber uma reclamação sobre um<br />

copo sujo, saiu-se com esta: "pois é, o senhor paga os<br />

olhos <strong>da</strong> cara aqui e ain<strong>da</strong> acontece isso...". a ideia é<br />

aju<strong>da</strong>r o estabelecimento, e não atrapalhar, não é?<br />

Do mesmo modo, não agrega na<strong>da</strong> ao restaurante<br />

ter um dono do tipo "feitor de escravos". Vi um desses<br />

(ou <strong>melhor</strong>, uma dessas) outro <strong>dia</strong>, num self-service <strong>da</strong><br />

asa Norte. a ca<strong>da</strong> 15 segundos ela gritava com um dos<br />

empregados, pedindo uma providência urgente, fazendo<br />

uma pergunta, chamando a atenção de um deles. Todos<br />

corriam para atendê-la, esbaforidos, sem saber o que<br />

fazer. pior para o clima no restaurante, que, pelo menos<br />

para os clientes, não <strong>melhor</strong>ou em na<strong>da</strong>.<br />

o olho do dono, na ver<strong>da</strong>de, tem que ser quase<br />

imperceptível. Entre uma e outra pita<strong>da</strong> de relações<br />

públicas, ele vai observando o comportamento dos<br />

empregados e a deman<strong>da</strong> dos clientes. checa a quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> comi<strong>da</strong>, vê o que funciona <strong>melhor</strong> e anota o que<br />

precisa ser <strong>melhor</strong>ado. Dá uma espia<strong>da</strong> na decoração<br />

para detectar exageros, está atento também ao que destoa<br />

no ambiente. Mas não vale lavar roupa suja enquanto<br />

o freguês ain<strong>da</strong> está pagando a conta. a cartilha <strong>da</strong><br />

elegância recomen<strong>da</strong> conversas priva<strong>da</strong>s com garçons,<br />

cozinheiros e cia. Isso pode motivar a equipe a se esforçar<br />

mais, para que, <strong>da</strong> próxima vez que aquele mesmo cliente<br />

voltar, perceba a diferença.


16<br />

Viver em<br />

Águas Claras<br />

por aNa cristiNa vilela<br />

Fotos roDrigo oliveira<br />

Do alto, pela janela do avião, à primeira vista a ci<strong>da</strong>de de Águas Claras é apenas um mar<br />

de prédios, 520 já construídos ou em construção. À sua margem norte, um coração verde:<br />

o parque Ecológico. a impressão perdura, porque colide com a imagem do plano piloto,<br />

com seus prédios baixos e suas quadras repletas de verde. Águas claras é uma ci<strong>da</strong>de nova, ain<strong>da</strong><br />

em construção, a 19 quilômetros do plano, ao lado de Taguatinga e do Guará, amplamente atendi<strong>da</strong><br />

pelo metrô. Uma opção sofistica<strong>da</strong> e mais em conta de mora<strong>dia</strong>, escolhi<strong>da</strong> principalmente<br />

por uma geração mais jovem.<br />

ao entrar na ci<strong>da</strong>de pela primeira vez, é praticamente inevitável não se perder, ao menos até<br />

encontrar uma lógica para o seu trânsito e ruas. Mais uma vez, a diferença com a lógica do plano<br />

piloto confunde. Águas claras, com uma área de aproxima<strong>da</strong>mente 31,5 km2 , é um labirinto a<br />

ser desven<strong>da</strong>do calmamente. o primeiro passo é saber que a aveni<strong>da</strong> araucárias, a partir <strong>da</strong> EpTG,<br />

desce, atravessando a ci<strong>da</strong>de. E a Castanheiras sobe. Básico. Essas vias são de mão única desde<br />

janeiro de 2009, bem como os boulervards que margeiam a linha do metrô.


os trilhos do metrô dividem a ci<strong>da</strong>de<br />

em lados sul e norte. as ruas são numera<strong>da</strong>s<br />

seguindo um modelo: ruas 20 sul, 21<br />

sul, 20 Norte, 21 Norte... Já as aveni<strong>da</strong>s,<br />

alame<strong>da</strong>s e praças têm um toque de<br />

poesia, contrapondo-se aos arranha-céus.<br />

São nomes inspirados na flora e na fauna<br />

brasileiras: araucárias, castanheiras, Flamboyant,<br />

Ipê amarelo, Jequitibá, pau-Brasil,<br />

paineiras, pitangueiras, Bem-te-Vi.<br />

a ci<strong>da</strong>de segue paralelamente ao metrô,<br />

que tem três estações em operação:<br />

arniqueiras, Águas claras e concessionárias.<br />

o metrô é opção para muitos, com<br />

ou sem carro, por causa do trânsito pesado<br />

na EpTG nas horas de pico. porém,<br />

17


18<br />

águas cLaRas<br />

infelizmente, o trem vindo de ceilân<strong>dia</strong><br />

segue sempre lotado nessas mesmas horas<br />

de pico e já pede, urgentemente, um reforço.<br />

o mesmo vale para o que segue a<br />

partir de samambaia. Mesmo assim, optar<br />

pelo metrô é evitar o estresse do trânsito e<br />

retirar carros <strong>da</strong>s ruas. Reali<strong>da</strong>de metropolitana,<br />

de ci<strong>da</strong>de com cara de ci<strong>da</strong>de.<br />

o que mais tem o maior canteiro de<br />

obras <strong>da</strong> américa Latina, cuja implantação<br />

foi autoriza<strong>da</strong> em 1992 por lei distrital?<br />

além do metrô, a ci<strong>da</strong>de oferece seus prédios.<br />

sim, os prédios são os grandes atrativos,<br />

pois foi criado em Águas claras um<br />

novo conceito de mora<strong>dia</strong> no Distrito Federal.<br />

academia, piscina, sauna, cozinha<br />

gourmet, salão de festas, churrasqueiras,<br />

às vezes no térreo, às vezes com vista, no<br />

alto, playground, “redário”, área para leitura,<br />

sala de informática, sala de cinema,<br />

quadras de vôlei de praia e de tênis, área<br />

para massagens etc. são sinônimos, hoje,<br />

de conforto e pratici<strong>da</strong>de.<br />

a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, prédios com<br />

apartamentos mais amplos, assim como<br />

suas varan<strong>da</strong>s e vagas na garagem, são<br />

grandes atrativos. o fato de os prédios<br />

terem vagas foi, por exemplo, o que levou<br />

o empresário Ronaldo Luís Gonçalves a<br />

se mu<strong>da</strong>r <strong>da</strong> asa Norte para Águas claras.<br />

Vindo de são paulo, estranhou a falta<br />

de garagens nos prédios do plano piloto:<br />

“Já aqui eles sempre têm garagem”. para<br />

sua esposa, a gerente de ven<strong>da</strong>s Letícia<br />

Gonçalves, a opção foi em<br />

virtude do preço e <strong>da</strong> localização.<br />

“a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />

aqui é <strong>melhor</strong>, valeu a pena.<br />

Quando viemos para cá,<br />

tínhamos que ir ao plano<br />

piloto para fazer muita coisa,<br />

mas hoje não temos mais<br />

necessi<strong>da</strong>de de ir lá para<br />

praticamente na<strong>da</strong>”.<br />

O casal e o filho Pedro<br />

Luís, de 6 anos, moram do<br />

lado do parque, aonde vão<br />

a pé, e onde pedro gosta de<br />

an<strong>da</strong>r de bicicleta e de brincar.<br />

Às vezes, os três param<br />

sob a sombra de uma árvore.<br />

Ronaldo e Letícia relaxam<br />

e se entregam à leitura, enquanto<br />

pedro se diverte com<br />

seus jogos e brinquedos. outras<br />

vezes, vão para o parquinho. Ronaldo<br />

também an<strong>da</strong> de bicicleta no parque to<strong>da</strong>s<br />

as <strong>noite</strong>s. o <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong> do casal e sua<br />

opção são o espelho clássico do que geralmente<br />

leva as pessoas para Águas claras.<br />

a ci<strong>da</strong>de vertical, cheia de arranha-<br />

-céus, orna o parque, criando uma ilha<br />

verde. o comércio geralmente se estabelece<br />

em galerias, sob os prédios, quase o<br />

mesmo princípio do comércio no plano<br />

piloto. Em um mesmo prédio pode-se encontrar<br />

pa<strong>da</strong>ria, frutaria, farmácia, salão<br />

de beleza, lan house, lojas com material<br />

para pequenos reparos e reformas. o<br />

essencial perto de casa, podendo-se ir a<br />

pé. os bares e os restaurantes aumentam<br />

a ca<strong>da</strong> <strong>dia</strong>, criando polos. um deles é o


shopping Quê!, onde estão o armazém<br />

do Ferreira, o Dona Lenha e o american<br />

prime, entre outros.<br />

Luigi Damando, proprietário do restaurante<br />

santa Brasa, ressalta que Águas<br />

claras tem potencial para 200 mil pessoas<br />

<strong>da</strong>s classes a e B, o que mostra sua capaci<strong>da</strong>de<br />

comercial. calcula-se que, hoje,<br />

já sejam mais de 150 mil habitantes. E,<br />

segundo pesquisa Distrital por amostra de<br />

Domicílios (pnad), realiza<strong>da</strong> pela codeplan<br />

em 2010, a ren<strong>da</strong> domiciliar mensal é de<br />

18 salários mínimos, pouco mais de 11<br />

mil reais. Entre 2004 e 2010, a população<br />

de Águas claras saltou de 43.623 para<br />

135.685 habitantes, também segundo<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Pnad, o que significa uma taxa<br />

de crescimento anual superior a 20%,<br />

contra 2,3% em todo o Distrito Federal.<br />

Morador <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de há três anos e<br />

meio, Luigi sempre estudou e trabalhou<br />

no plano piloto, tendo vivido em Taguatinga<br />

e no park Way. Não foi somente<br />

o potencial econômico de Águas claras<br />

que o conquistou, mas também o custo-<br />

-benefício e a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>: “No meu<br />

prédio tenho quadra e professor de tênis,<br />

piscina, academia, duas vagas na garagem”,<br />

resumiu. porém, também há reclamações<br />

dos moradores: faltam maior zelo,<br />

calça<strong>da</strong>s, arborização, policiamento,<br />

mais transporte, hospitais e delegacias de<br />

polícia efetivamente em funcionamento.<br />

além <strong>da</strong> parte vertical, a ci<strong>da</strong>de também<br />

é composta pelo bairro do areal e<br />

pelo setor Habitacional arniqueiras, que<br />

compreende arniqueiras, Vere<strong>da</strong> <strong>da</strong> cruz<br />

e Vere<strong>da</strong> Grande. pela ci<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> existem<br />

quase 400 lotes vazios. os prédios<br />

chegam a 30 an<strong>da</strong>res, ou mais. Morar no<br />

décimo sexto an<strong>da</strong>r, por exemplo, causa<br />

um estranhamento em quem passou anos<br />

vivendo, no máximo, até o sexto an<strong>da</strong>r.<br />

olhar Taguatinga do alto, suas luzes<br />

to<strong>da</strong>s ao a<strong>noite</strong>cer, escutar ao longe o<br />

barulho do metrô, chegar do trabalho e ir<br />

para a academia, depois entrar na piscina,<br />

marcar um filme com os amigos no cinema<br />

do prédio ou um jantar na cozinha<br />

gourmet, e até se perder no próprio prédio,<br />

são sensações estranhas para quem<br />

se habituou ao plano piloto. Águas claras<br />

é, de fato, uma nova maneira de viver, ao<br />

menos no que se refere ao Distrito Federal.<br />

Ronaldo Luís, Letícia e o filho Pedro Luís: sossego durante o <strong>dia</strong> e ciclismo à <strong>noite</strong> no Parque Ecológico.<br />

No Eigthies Pub, onde predomina o público jovem, a música ao vivo anima as <strong>noite</strong>s de quarta a sábado.<br />

saiba mais<br />

projeta<strong>da</strong> pelo arquiteto e urbanista paulo Zimbres, Águas claras começou a ser<br />

construí<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 1990. Em dezembro de 1992, a Lei nº 385 autorizou a<br />

implantação do Bairro de Águas claras na Região administrativa de Taguatinga<br />

(Ra III) e aprovou o respectivo plano de ocupação. com a criação de novas regiões<br />

administrativas pelo Governo do Distrito Federal, a Lei nº 3.153 transformou Águas<br />

claras em Ra ao desmembrá-la <strong>da</strong> área de Taguatinga, em 6 de maio de 2003.<br />

19


20<br />

águas cLaRas<br />

cercado de prédios, entre os<br />

mais altos de <strong>Brasília</strong>, o parque<br />

Ecológico de Águas claras, com<br />

680 mil metros quadrados, é um recanto<br />

de paz, ativi<strong>da</strong>des físicas, contemplação,<br />

leitura, brincadeiras, reunião de amigos<br />

e familiares. Recebe não somente os<br />

moradores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, mas de regiões<br />

administrativas vizinhas, pois é uma<br />

<strong>da</strong>s poucas opções de lazer ecológico<br />

e ao ar livre por perto. a arborização e<br />

a vegetação nativa criam um ambiente<br />

convi<strong>da</strong>tivo, aconchegante. a opção<br />

de muitos é simplesmente sentar-se<br />

à sombra, tomar uma água de coco<br />

e esquecer o mundo lá fora, o trânsito,<br />

o <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong>, o trabalho.<br />

o contraste <strong>da</strong> natureza com a<br />

barreira de arranha-céus é mais uma<br />

imagem estranha ao mundo no plano<br />

piloto, onde parques e ci<strong>da</strong>de parecem<br />

se misturar, estar um no outro, até<br />

mesmo pela altura dos prédios, que<br />

não criam um muro.<br />

No parque de Águas claras o urbano<br />

fica, de fato, do lado de fora. Como se,<br />

ao entrar no parque, surgisse outro<br />

espaço, isolado, distante. um lugar<br />

Um oásis<br />

entre arranha-céus<br />

completamente à parte, leve, com<br />

crianças sorridentes, pessoas tranquilas,<br />

esportistas com adrenalina lá em cima,<br />

cachorros acompanhados de seus donos,<br />

ciclistas, esqueitistas, casais de idosos à<br />

sombra em suas cadeiras de praia. Tudo o<br />

que há normalmente em outros parques,<br />

porém cercado de uma tranquili<strong>da</strong>de<br />

mais intensa, de certa harmonia.<br />

“o pessoal é muito tranquilo, amo<br />

trabalhar aqui, está ficando ca<strong>da</strong> <strong>dia</strong><br />

<strong>melhor</strong>, e ain<strong>da</strong> tem essas árvores, essa<br />

alegria”, comenta Leia Xavier, moradora<br />

de Taguatinga, proprietária há mais de<br />

dez anos <strong>da</strong> Barraca Verde, onde vende<br />

pastéis e água de coco.<br />

Entre os visitantes, há aqueles que<br />

seguem logo para o vôlei de praia, mas<br />

muitos preferem mesmo é ficar quietos,<br />

batendo um bom papo. É o caso <strong>da</strong><br />

professora Érika Raiol e de sua irmã Vera<br />

Lúcia del Castilo, aposenta<strong>da</strong>, moradoras<br />

de Samambaia. Enquanto a filha de Érika<br />

não se desgru<strong>da</strong> do playground, ela e a<br />

João Eterno e o filho Gabriel se divertem jogando futevôlei quase todos os <strong>dia</strong>s no Parque de Águas Claras.


irmã tomam água de coco e conversam<br />

exatamente sobre o parque. “Estávamos<br />

falando que falta uma opção como essa<br />

para nós em samambaia. Águas claras é<br />

uma ci<strong>da</strong>de vertical, sem outras opções<br />

de mora<strong>dia</strong>, mas aqui há essa liber<strong>da</strong>de.<br />

o parque ganha muito pela arborização”,<br />

declara Érika. Em sua primeira visita, Vera<br />

garante: “Estou amando”.<br />

o parque tem quadras desportivas,<br />

playground, área para praticar ginástica,<br />

churrasqueiras e trilhas para caminha<strong>da</strong><br />

e ciclismo. criado em 2000 por projeto<br />

de lei do GDF, conta, ain<strong>da</strong>, com uma<br />

pequena mata ciliar, que acompanha<br />

os riachos que cruzam a área, e está<br />

repleto de árvores frutíferas planta<strong>da</strong>s por<br />

antigos chacareiros que ali habitavam.<br />

Há também dois lagos onde somente é<br />

permiti<strong>da</strong> a contemplação. porém, com a<br />

seca, ficam desolados. Voltam a encher<br />

no período <strong>da</strong>s chuvas.<br />

uma antiga piscina está abandona<strong>da</strong>.<br />

apenas uma cratera no chão, o que<br />

é uma pena. Faltam também alguns<br />

cui<strong>da</strong>dos com o espaço, algum zelo. Mas<br />

na<strong>da</strong> disso retira a beleza do parque, que<br />

tem uma aura, certo encantamento mais<br />

parecido com o do pequeno, muito bem<br />

cui<strong>da</strong>do e belo parque olhos d’Água,<br />

no final <strong>da</strong> Asa Norte, no Plano Piloto.<br />

a parte que lembra o parque <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de (também no plano) é a dos<br />

esportes. É por lá que João Eterno e seu<br />

filho Gabriel, de 10 anos, se divertem<br />

jogando futevôlei juntos. Gabriel, aliás,<br />

corre para confirmar que seu pai é quem<br />

cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa, <strong>da</strong> cozinha etc, enquanto a<br />

mãe trabalha fora. João mora em Águas<br />

claras há cinco anos, vindo de pontalina,<br />

Goiás, de onde se mudou em virtude do<br />

trabalho <strong>da</strong> esposa: “a gente sentiu mais<br />

segurança e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Vamos<br />

trabalhar de metrô, precisa apenas<br />

<strong>melhor</strong>ar em alguns pontos, como o<br />

trânsito”. O filho Gabriel conta que vai<br />

e volta todos os <strong>dia</strong>s de metrô para a<br />

21


22<br />

águas cLaRas<br />

escola, na asa sul. “É rápido”, avalia.<br />

João, que joga futevôlei <strong>dia</strong>riamente, vê<br />

o parque como “a vi<strong>da</strong> de Águas claras”<br />

e garante que se tivessem que se mu<strong>da</strong>r<br />

não sabe para onde iriam.<br />

Mais que adepto do futevôlei e do<br />

parque, onde é frequentador assíduo<br />

há nove anos, é claudevan Ferreira,<br />

mais conhecido como Tapioca, campeão<br />

brasileiro de futevôlei, em 2010, e <strong>melhor</strong><br />

jogador do mundo na Holan<strong>da</strong>, em 2008.<br />

claudevan, que é natural de Maceió,<br />

ensina o esporte nas areias do parque,<br />

pela administração de Águas claras.<br />

“Hoje, percebo que as famílias estão<br />

vindo mais, também cresceu muito a<br />

prática de esportes, corri<strong>da</strong>, bicicleta,<br />

futebol, vôlei.” para ele, um dos<br />

problemas do lugar, que precisa ser<br />

resolvido, é a falta de estacionamento<br />

para quem vai de carro.<br />

Entre pequenos problemas aqui e ali e<br />

encantos vários, o parque de Águas claras<br />

é um ver<strong>da</strong>deiro oásis, local de busca de<br />

equilíbrio, de relaxamento, de descarregar<br />

as energias e o estresse. Desde uma<br />

primeira visita, fica evidente a diferença do<br />

ambiente com outros parques do Distrito<br />

Federal. a vontade é de entrar, sentar e lá<br />

ficar por horas, sob as árvores, lendo,<br />

vendo o tempo passar, assistindo às<br />

brincadeiras de crianças, à movimentação<br />

lenta de quem quer parar um pouco a<br />

correria coti<strong>dia</strong>na. Depois, comer um<br />

pastel na Barraca Verde, tomar uma água<br />

de coco e voltar para casa renovado.<br />

Campeão<br />

brasileiro de<br />

futevôlei<br />

em 2010,<br />

Claudevan<br />

Ferreira,<br />

o Tapioca<br />

(à esquer<strong>da</strong>,<br />

na foto), é<br />

frequentador<br />

assíduo do<br />

parque, onde<br />

ensina a prática<br />

do esporte.


24<br />

Um mercado<br />

gastronômico<br />

O baby back ribs e<br />

as caipiroskas do<br />

American Prime.<br />

Fotos: Divulgação<br />

as expectativas para o futuro gastronômico<br />

de Águas claras são<br />

muitas, tanto que a ci<strong>da</strong>de será a<br />

sede do escritório <strong>da</strong> associação Brasileira<br />

de Bares e Restaurantes-DF sul, que inclui<br />

Águas claras, Taguatinga, Vicente pires,<br />

ceilân<strong>dia</strong>, samambaia e park Way. a associação<br />

acredita em um novo polo gastronômico,<br />

com grande capaci<strong>da</strong>de de desenvolvimento,<br />

cujo centro é Águas claras.<br />

a ideia inicial, segundo o presidente<br />

<strong>da</strong> abrasel-DF sul, Ruben Ferreira <strong>da</strong><br />

costa, era criar uma associação de bares<br />

e restaurantes em Águas claras, mas,<br />

ao final, optou-se pela Abrasel, já conso-<br />

li<strong>da</strong><strong>da</strong> e com grande força de atuação.<br />

a associação estará funcionando a partir<br />

do <strong>dia</strong> 15. “a região como um todo,<br />

tanto Águas claras quanto Taguatinga,<br />

tem muitas casas abrindo. É, sim, um<br />

novo polo”, enfatiza.<br />

Rubinho, como é conhecido, não foi<br />

escolhido presidente por um acaso. Ele<br />

é proprietário, há sete anos, de um dos<br />

mais antigos restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, batizado<br />

com seu nome. a especiali<strong>da</strong>de do<br />

Restaurante e Pizzaria do Rubinho é<br />

o filé à parmegiana, mas também serve<br />

pizzas, massas, carnes e peixes. o chef<br />

Ruben costa é formado em artes culinárias<br />

pela sheri<strong>da</strong>n Technical center, <strong>da</strong><br />

Flóri<strong>da</strong> (Eua), que atua no ramo de alimentação<br />

desde 1991. o restaurante,<br />

simples e com ambiente mais “família”,<br />

está sempre cheio.<br />

No shopping one, na aveni<strong>da</strong> castanheiras,<br />

fica o Santa Brasa, franquia de<br />

uberaba já em funcionamento também<br />

em Londrina e Goiânia e prestes a inaugurar<br />

novas uni<strong>da</strong>des em uberlân<strong>dia</strong> e são<br />

paulo. aberto há seis meses, mudou<br />

de dono há dois. Agora, tem à frente<br />

Luigi Damando, e a cozinha está sob o<br />

comando do chef Bené Reis. o destaque<br />

<strong>da</strong> casa são as carnes nobres como o bife<br />

ancho e o bife de chorizo. Mas, para atender<br />

a uma deman<strong>da</strong> de família, foram<br />

criados pratos para quatro pessoas, servidos<br />

aos domingos. um dos exemplos é a<br />

paleta de cordeiro, assa<strong>da</strong> com minicebola<br />

em seu próprio molho com hortelã, acompanha<strong>da</strong><br />

de mini-batata, espaguete com<br />

brócolis ao alho e óleo (R$ 135,90). outro<br />

é o filé de pesca<strong>da</strong> amarela, grelhado, ao<br />

molho de camarão (R$ 62,90). para beber,<br />

vinhos <strong>da</strong> art du Vin. Há, ain<strong>da</strong>, pratos


águas cLaRas<br />

emergente<br />

executivos durante a semana (a partir de<br />

R$ 14,90), com cartão fideli<strong>da</strong>de.<br />

com capaci<strong>da</strong>de para até 102 pessoas<br />

senta<strong>da</strong>s, o Santa Brasa tem música ambiente<br />

durante a <strong>noite</strong>. Terça e sábado<br />

são <strong>dia</strong>s de MpB ao vivo com alexandre<br />

prates. Às quintas tem pop-rock ao vivo,<br />

ambiente. E às sextas um lounge. Também<br />

serão promovidos eventos temáticos,<br />

como o <strong>dia</strong> de degustação de vinhos,<br />

com vários rótulos a preço de custo.<br />

Em frente ao prédio está se consoli<strong>da</strong>ndo<br />

uma praça onde serão instalados<br />

quiosques, estacionamento e pista de<br />

corri<strong>da</strong>, o que vai valorizar ain<strong>da</strong> mais o<br />

empreendimento. uma grande vantagem<br />

do lugar é que o prédio tem vagas de estacionamento<br />

que podem ser usa<strong>da</strong>s pelos<br />

clientes. Bem ao lado, segundo Luigi,<br />

será inaugura<strong>da</strong> uma nova Gordeixos.<br />

o All Dublin, na aveni<strong>da</strong> parque<br />

Águas claras, tem ambiente agradável<br />

e bem decorado, com mezanino, salão e<br />

varan<strong>da</strong>. Com música ambiente e boa cerveja,<br />

é excelente escolha para um encontro<br />

com amigos. uma de suas atrações<br />

é a Terça Irlandesa, com música típica,<br />

atrativos especiais e promoção de dez<br />

produtos a R$ 10. Inaugurado em setembro<br />

de 2009, serve, à la carte, filé mignon<br />

grelhado com arroz na manteiga, purê<br />

de batata e sala<strong>da</strong> (para duas pessoas,<br />

R$ 54,90). Dos pratos irlandeses, destaque<br />

para o irish stew, típica carne de<br />

panela (R$ 59,90), para o irish potato,<br />

com recheio de estrogonofe de filé<br />

(R$ 19,50), e os inevitáveis fish & ships<br />

(R$ 35,50) e onion rings (R$ 19,90).<br />

se a preferência é por comi<strong>da</strong> árabe,<br />

Águas claras também tem. É o Empório<br />

árabe, na aveni<strong>da</strong> castanheiras, de proprie<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> jovem Lí<strong>dia</strong> cambuy perides,<br />

de apenas 23 anos. Lí<strong>dia</strong> aprendeu a cozinhar<br />

com a avó, começando pelo carneiro<br />

marroquino, um dos grandes sucessos do<br />

restaurante, inaugurado, na ver<strong>da</strong>de, há<br />

seis anos, em Taguatinga. “a mu<strong>da</strong>nça para<br />

Águas claras veio a pedido dos clientes,<br />

há dois anos, e foi uma ótima opção”,<br />

afirma. Segundo os cálculos de Lí<strong>dia</strong>, a<br />

procura pela casa tem aumentado muito<br />

e já cresceu cerca de 40%.<br />

as sugestões de Lí<strong>dia</strong> são o carneiro<br />

marroquino, desfiado, com nozes, cebola<br />

e cebolinha, acompanhado de arroz com<br />

aletria e batata sauté (R$ 30,50). outra<br />

dica é o filé de cordeiro ao molho de<br />

vinho do porto, acompanhado de arroz<br />

O generoso rodízio de<br />

galeto e o ambiente<br />

rústico e acolhedor são<br />

os principais atrativos<br />

do Bangalô.<br />

Fotos: Divulgação<br />

25


26<br />

águas cLaRas<br />

A tradicional carne de sol do Severina.<br />

com lentilha, <strong>da</strong>masco e farofa de<br />

frutas secas (R$ 37). Também podem<br />

ser comprados ali vários ingredientes <strong>da</strong><br />

gastronomia árabe, como folha de uva,<br />

tahine, semolina e doce de gergelim.<br />

para um cardápio bem brasileiro, o<br />

Severina, também na castanheiras. Há<br />

um ano na ci<strong>da</strong>de, mudou de endereço<br />

recentemente. conhecido dos brasilienses<br />

há mais de 30 anos, é para quem gosta<br />

de comi<strong>da</strong> nordestina, como a tradicional<br />

carne de sol. uma exclusi<strong>da</strong>de de Águas<br />

claras é o café <strong>da</strong> manhã nordestino,<br />

servido aos sábados e aos domingos.<br />

Já o Bangalô, aberto em março deste<br />

ano, foi transformado recentemente em<br />

galeteria. o proprietário, Fabiano Muniz<br />

Brandão, mora em arniqueiras há quatro<br />

anos, vindo <strong>da</strong> asa sul. além de querer<br />

morar em casa, a escolha foi pauta<strong>da</strong> pelo<br />

perfil dos moradores e de Águas Claras:<br />

“população jovem, diferencia<strong>da</strong>, com<br />

grande poder aquisitivo, e uma ci<strong>da</strong>de que<br />

oferece possibili<strong>da</strong>des de crescimento”. No<br />

início, o Bangalô trabalhava com pratos<br />

diversos, mas Fabiano optou há dois<br />

meses pelo galeto, que custa R$ 24,80<br />

por pessoa de segun<strong>da</strong> a sexta-feira e<br />

R$ 28,80 nos finais de semana. “A aceitação<br />

tem sido muito grande. Tem vindo<br />

muita gente até do plano piloto”, comemora<br />

Fabiano. o ambiente é aconchegante,<br />

estilo rústico, com espaço para as<br />

crianças, não só externo, com pula-pula,<br />

mas também interno, com brinquedos,<br />

DVD e uma monitora.<br />

outro ambiente agradável e agregador<br />

de bares e restaurantes é o shopping<br />

Quê!, onde a parte de lazer fica vira<strong>da</strong><br />

para a área externa. Lá estão a Trattoria<br />

Peluso, o Dona Lenha, a Capo<strong>da</strong>nno<br />

Pizze e o Amerincan Prime, especializado<br />

em carnes. No cardápio do american prime,<br />

cortes de gado angus, costelinha de<br />

porco e sobremesas, entre as quais se<br />

destacam o brownie servido em taça banha<strong>da</strong><br />

com chocolate quente e duas bolas<br />

de sorvete e chantilly, além <strong>da</strong>s tortas<br />

de profiteroles e limão.<br />

a “caipirinha” de uísque é um dos<br />

destaques <strong>da</strong> carta de drinques criados<br />

pelo barman Júlio Romário. Projetado pela<br />

arquiteta alessandra Leite, o ambiente exibe<br />

traços retos e contemporâneos, com a<br />

Luís Xavier<br />

utilização de tijolo inglês, viroc<br />

(um painel de cimento, de superfícies<br />

planas e duras), vidro e aço inox.<br />

Águas claras também tem Pizza<br />

César, Grande Muralha, Pizza à<br />

Bessa, Torteria di Lorenza, Sushiloko...<br />

o Sensei é para os aficionados<br />

em temaki. pequeno e agradável, tem<br />

cerveja long neck, saquê e um excelente<br />

temaki envolto em salmão e flambado no<br />

maçarico, o carro-chefe <strong>da</strong> casa. Ótimo<br />

para um lanche rápido e um bate-papo.<br />

Fica na araucárias, no Real Quality, vizinho<br />

ao Johnnie Special Burger, presente<br />

também na asa sul e no sudoeste.<br />

Para se comer um bom hambúrguer,<br />

outra ótima opção é o Cumarim, mais<br />

uma casa na araucárias, aberta em 2008.<br />

o proprietário, José antônio Moreira,<br />

conta que Águas claras aconteceu por<br />

acaso em sua vi<strong>da</strong>. Queria mesmo era<br />

abrir algo no plano piloto, mas o dinheiro<br />

não <strong>da</strong>va, não tinha sócio e não conseguiu<br />

alugar um espaço. aí veio a possi-<br />

Picanha suína com risoto de legumes, do Santa Brasa<br />

Muito em breve Águas claras vai ganhar mais um espaço, desta vez exclusivamente gastronômico. É o Mirante plaza Gourmet,<br />

nas proximi<strong>da</strong>des do Banco do Brasil e <strong>da</strong> Caixa Econômica, próximo à Estação Arniqueiras, na Aveni<strong>da</strong> Araucárias. Um prédio<br />

em L, com espaço livre de convivência, que vai abrigar a cervejaria Devassa, os restaurantes peixe na Rede e Brasil<br />

Vexado, a temakeria Koni store, as lanchonetes Marvin e Marietta, a boutique de carnes Dona picanha e a<br />

Nata de Minas, pa<strong>da</strong>ria e empório, com pães, bolos especiais e embutidos mineiros.<br />

a previsão de inauguração é 10 de novembro, o que não quer dizer que to<strong>da</strong>s as casas serão abertas na<br />

<strong>da</strong>ta, explica Jorge Lessa, um dos sócios do empreendimento. segundo ele, as expectativas são boas.<br />

“Quando criamos o espaço, queríamos, em um só local, boas casas, com boas opções para a ci<strong>da</strong>de.<br />

acho que as chances de sucesso são grandes”, acredita.<br />

Quem vai montar um negócio no Mirante plaza é o jornalista Fernando Luz, em socie<strong>da</strong>de com sua<br />

esposa, Christiane Fleury. Eles optaram por abrir uma filial do Peixe na Rede, marca já consoli<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

no plano piloto e no sudoeste. a escolha, antes de mais na<strong>da</strong>, foi como cliente <strong>da</strong> casa. “conheço<br />

o peixe desde o começo”, diz Fernando, que antes teve a ideia de abrir o restaurante num shopping,<br />

até que surgiu a oportuni<strong>da</strong>de em Águas claras. o casal decidiu, inclusive, se mu<strong>da</strong>r para Águas claras,<br />

para um prédio bem do lado do Mirante. “Temos uma expectativa de sucesso, até porque o peixe na Rede é uma experiência bem-sucedi<strong>da</strong>,<br />

com um público ligado a uma alimentação saudável, mas saborosa. Assim, esperamos replicar to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> empresa”, prevê Fernando<br />

Luz, numa referência aos pratos de baixa caloria do Peixe na Rede, como esse filé de tilápia grelhado com gergelim.


Gril dedo<br />

de moça,<br />

do Cumarim<br />

bili<strong>da</strong>de de começar em Águas claras.<br />

“E só fui perceber que foi a <strong>melhor</strong> coisa<br />

no segundo ano, pois cresci devagar, sem<br />

cometer erros que teria cometido no plano”,<br />

avalia. o negócio deu tão certo que<br />

Águas claras já está recebendo outra loja,<br />

perto do shopping Quê!.<br />

portanto, são muitas as opções para<br />

quem mora em Águas claras ou quer descobrir<br />

a ci<strong>da</strong>de. Quase todos os restaurantes<br />

estão na araucárias e na castanheiras<br />

ou muito próximo a elas. Na ver<strong>da</strong>de, a<br />

ci<strong>da</strong>de gira em torno dessas duas aveni<strong>da</strong>s.<br />

portanto, se for an<strong>da</strong>r por suas ruas,<br />

sempre com fama de complica<strong>da</strong>s, basta<br />

lembrar que, pegando a castanheiras, vai<br />

sair na EpTG. E <strong>da</strong> EpTG desce pela araucárias.<br />

por essas duas vias muito se descobre<br />

sobre essa ci<strong>da</strong>de que ain<strong>da</strong> tem muito<br />

a crescer, mas que já mostra a que veio.<br />

Divulgação<br />

restaurante e pizzaria do rubinho<br />

rua D, Quadra 301, conjunto 1 (3435.3002)<br />

almoço: 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 11h30 às 15h.<br />

Jantar: 3ª a sábado, <strong>da</strong>s 18h às 23h30.<br />

santa brasa<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras – one park mall<br />

(3202.6017). 3ª a 6ª, a partir <strong>da</strong>s 17h; sábados,<br />

domingos e feriados, a partir <strong>da</strong>s 12h.<br />

gordeixos<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 305 – maggiore<br />

shopping (3435.6565). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 18 às<br />

24h; domingos e feriados, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />

al Dublin<br />

Quadra 301, conjunto 4 (3964.6582).<br />

3ª a 6ª e vésperas de feriados, a partir <strong>da</strong>s<br />

17h; sábados, a partir <strong>da</strong>s 12h; domingos<br />

e feriados, a partir <strong>da</strong>s 11h30.<br />

empório árabe<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – edifício villa<br />

mall (3436.0063). Diariamente, <strong>da</strong>s 10 às 24h.<br />

severina<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 980 – edifício áqua<br />

(3027.2767). 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 11 às 16h;<br />

5ª a sábado, até as 22h.<br />

bangalô<br />

Quadra 301, conjunto 6 (3047.2444).<br />

De domingo a 5ª, <strong>da</strong>s 11h30 às 24h; 6ª e<br />

sábado, <strong>da</strong>s 11h30 às 2h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

trattoria peluso<br />

shopping Quê! (3042.2585). 2ª a 5ª, <strong>da</strong>s<br />

16h até o último cliente; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s<br />

12h até o último cliente.<br />

Dona lenha<br />

shopping Quê! (4141.4446). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s<br />

12 às 15h e <strong>da</strong>s 18 às 24h; sábado e<br />

domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />

capo<strong>da</strong>nno pizze<br />

shopping Quê! (3436.2288). 2ª a domingo,<br />

<strong>da</strong>s 18 à 1h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

american prime<br />

shopping Quê! (3042.0888). Diariamente, <strong>da</strong>s<br />

12 às 24h. almoço executivo de 2ª a 6ª feira<br />

(exceto feriados), <strong>da</strong>s 12 às 17h.<br />

pizza césar<br />

shopping Quê! (3352.0500). Diariamente,<br />

<strong>da</strong>s 12 às 15h e <strong>da</strong>s 18 às 24h.<br />

grande muralha<br />

shopping Quê! (3436-7318). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 12 às<br />

15h e <strong>da</strong>s 18 às 22h; sábado, <strong>da</strong>s 12 às 16h e<br />

<strong>da</strong>s 18 às 22h.<br />

pizza à bessa<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 980 – edifício áqua<br />

(3435.8833). Diariamente, <strong>da</strong>s 18 às 24h.<br />

torteria di lorenza<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – edifício villa mall<br />

(3435.3885). Diariamente, <strong>da</strong>s 9 às 22h.<br />

sushiloko<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />

Quality (3568-3850). De domingo a 5ª, <strong>da</strong>s 12<br />

às 24h; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s 12h à 0h30.<br />

sensei<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />

Quality (3382.1610). Diariamente, <strong>da</strong>s 13 às 2h<br />

<strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

Johnnie special burger<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />

Quality (3383.3900). Diariamente, <strong>da</strong>s 12 à 1h<br />

<strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

cumarim<br />

aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong>s araucárias, lote 305 – maggiore<br />

shopping (3964-5584). Diariamente, <strong>da</strong>s 12h<br />

às 23h30.<br />

27


28<br />

De bar em bar<br />

Faz tempo que era necessário sair de<br />

Águas claras para se divertir. Hoje, a<br />

ci<strong>da</strong>de conta com bares sofisticados,<br />

botecos para a turma to<strong>da</strong>, pubs, cervejarias.<br />

E muita gente tem saído de Taguatinga,<br />

do plano piloto e de outras ci<strong>da</strong>des<br />

vizinhas para descobrir esse roteiro ain<strong>da</strong><br />

novo, incipiente até, mas instigante. Tem<br />

boa música, boa cerveja, ótimos petiscos,<br />

bons drinques e gente bonita. Tudo o que<br />

uma vi<strong>da</strong> noturna precisa.<br />

pode-se começar descendo a aveni<strong>da</strong><br />

araucárias. primeira para<strong>da</strong>: shopping<br />

Quê!, com o já clássico Bar do Ferreira.<br />

apesar de ser um shopping, os bares e os<br />

restaurantes ficam na área externa, ao ar<br />

livre, o que torna o ambiente muito mais<br />

agradável. Fim de tarde pede um chope<br />

bem gelado, <strong>da</strong>queles que só o Bar do<br />

Ferreira tem. Depois, para jantar, é só<br />

atravessar a “rua” e seguir para o american<br />

prime, entre outras opções.<br />

Mas se a ideia é seguir na cerveja, uma<br />

sugestão é pegar a aveni<strong>da</strong> araucárias e<br />

descer até o Edifício Real Quality. Lá tem o<br />

Mestre Cervejeiro, com as básicas cervejas<br />

do mercado e petiscos, entre eles a codorna<br />

imperial, à passarinho, acompanha<strong>da</strong> de<br />

batata frita e de molho de mostar<strong>da</strong> com<br />

mel (R$ 22,90), a costela de porco defuma<strong>da</strong><br />

(R$ 39,90) e a linguiça fina de frango<br />

com mandioca cozi<strong>da</strong> (R$ 23,90).<br />

agora, se a turma for bem grande e<br />

quiser muita gente por perto, o já tradicional<br />

Piratas, na aveni<strong>da</strong> castanheiras, é a<br />

opção para a galera do agito. o espírito do<br />

bar lembra um pouco o do pôr do sol, na<br />

asa Norte. os mais jovens param por ali. a<br />

casa costuma ficar lota<strong>da</strong>, principalmente<br />

nas <strong>noite</strong>s de sábado. Tem torres de cerveja,<br />

chope, cervejas especiais, chope de vinho,<br />

caipirinhas e caipiroskas. Também<br />

tem samba ao vivo com feijoa<strong>da</strong> aos sábados<br />

e transmissão de jogos do Brasileirão.<br />

se a turma preferir um lugar mais so-<br />

fisticado, com boa música e excelentes petiscos,<br />

o endereço certo é o Primeiro Bar,<br />

localizado no shopping one, com suas caipiras<br />

de cachaça, saquê e vodka nacional e<br />

importa<strong>da</strong> (R$ 8,90 a R$ 19,90). Tem de<br />

frutas verdes (kiwi, uva e limão), uva com<br />

manjericão mais picolé de lima, caju e muito<br />

mais. Entre os drinques clássicos, Dry<br />

Martini (R$ 13,90), Manhattan (R$ 15,90)<br />

e uísque (de R$ 9,90 a R$ 13,90). cervejas:<br />

Devassa (R$ 7,90), Baden Baden (R$ 22,90),<br />

Eisebahn (R$ 9,90) e chope (R$ 4,70).<br />

No som, ritmos variados ao vivo: na<br />

terça, mo<strong>da</strong> de viola; na quinta, rock<br />

acústico; sábado à tarde, Rafael Lima e<br />

muita música baiana; à <strong>noite</strong>, pop-rock;<br />

domingo, feijoa<strong>da</strong> rega<strong>da</strong> a samba com


Juliana Carvalho (de preto) e as amigas não perdem as bala<strong>da</strong>s do Eighties. Rita de Cássia (no centro, ao lado <strong>da</strong> filha Júlia) com amigos no Primeiro Bar.<br />

o grupo can<strong>da</strong>ngueros. sexta-feira é <strong>dia</strong><br />

de DJ com músicas diversifica<strong>da</strong>s.<br />

uma <strong>da</strong>s sugestões de petiscos feitas<br />

por João augusto Nicolazzi, gestor <strong>da</strong> casa,<br />

são os <strong>da</strong>dinhos de tapioca, com receita<br />

importa<strong>da</strong> do Mocotó, em são paulo, uma<br />

mistura de tapioca com queijo coalho<br />

(R$ 19,90). E o confusão, que une em um<br />

só prato vários petiscos, entre eles os <strong>da</strong>dinhos,<br />

coxinhas esgarça<strong>da</strong>s, chips de mandioca,<br />

pão de queijo com pernil e costelinhas<br />

black swan (R$ 39,90).<br />

Quem gosta muito <strong>da</strong> casa é a empresária<br />

Rita de cássia, moradora de Águas<br />

claras há oito anos, e seus amigos: a pesquisadora<br />

Kelly Mulder e o marido, o psicólogo<br />

Derrick Mulder, que vivem na ci<strong>da</strong>de<br />

há um ano; Thiago Pires, representante<br />

de cerveja, morador do Guará; e o advogado<br />

alex santos. “Gosto muito <strong>da</strong>qui<br />

e gosto muito de Águas claras, apesar<br />

de que ain<strong>da</strong> precisa <strong>melhor</strong>ar bastante<br />

em vários aspectos”, analisa Rita. E quem<br />

vem de outra ci<strong>da</strong>de, como é o caso de<br />

Thiago pires, vem por quê? “Vim atrás<br />

do bar mesmo”, confessa.<br />

para quem quer mais tranquili<strong>da</strong>de,<br />

uma excelente opção é o All Dublin (na<br />

foto à direita), com Guinness 440 ml no<br />

cardápio (R$ 16,90), além <strong>da</strong> já quase<br />

brasileira stella artois (R$ 6,10) e <strong>da</strong>s<br />

Bohemias Weiss, Escura e confraria, a<br />

(R$ 7,50). De petisco, as sugestões são o<br />

fish cake, bolinho de mandioca recheado<br />

com bacalhau (R$ 20,50) e a costela BBQ,<br />

costelinha suína ao vinho (R$ 33,90).<br />

agora, se a ideia é esticar a <strong>noite</strong> um<br />

pouco mais, o jeito é voltar para a araucárias,<br />

lá do lado do Mestre cervejeiro.<br />

primeiro, o Harém, uma ótima pedi<strong>da</strong><br />

para reunir os amigos. com dois an<strong>da</strong>res,<br />

ambientes com varan<strong>da</strong> e área para fumantes,<br />

o bar se destaca pela arquitetura<br />

moderna e serve diversos drinques e chope<br />

bem gelado, além de oferecer um variado<br />

cardápio, com saborosos petiscos e pratos.<br />

Mas a <strong>melhor</strong> opção para quem quer<br />

ir <strong>noite</strong> adentro é mesmo o Eighties Pub<br />

(finais de semana, R$ 25 para homens e<br />

R$ 15 para mulheres; meio de semana,<br />

R$ 15 e R$ 10, respectivamente). Inaugu-<br />

rado há dois anos e meio, o bar começou<br />

com uma agen<strong>da</strong> mais liga<strong>da</strong> ao pop-rock,<br />

com shows com paulo Miklos, galera do<br />

Kid abelha e Nasi (do Ira!), entre outros.<br />

Mas, segundo o cantor paulo Mesquita,<br />

agenciador <strong>cultural</strong> <strong>da</strong> casa, depois de algum<br />

tempo eles viram que o público pe<strong>dia</strong><br />

diversi<strong>da</strong>de. assim, o Eighties criou uma<br />

<strong>programação</strong> diversifica<strong>da</strong> para os <strong>dia</strong>s <strong>da</strong><br />

semana. Às quartas, rola rock cover clássi-<br />

co; às quintas, sertanejo; às sextas e sábados,<br />

pop-rock. as ban<strong>da</strong>s residentes são a<br />

paulo Mesquita e os Brancos e a satisfaction.<br />

paulo conta que a casa começou muito<br />

bem e assim continua. “Hoje, temos público<br />

não só <strong>da</strong>qui, mas também do plano<br />

piloto”. para ele, Águas claras é uma ci<strong>da</strong>de<br />

jovem, mas já com uma boa movimentação<br />

<strong>cultural</strong>. os clientes, com i<strong>da</strong>de entre 30 e<br />

50 anos, mostram o perfil do morador <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de. para o aniversário de três anos, a<br />

casa terá novamente no palco algum nome<br />

nacional, ain<strong>da</strong> não definido.<br />

as amigas Juliana carvalho, dentista, de<br />

Águas claras, a analista de sistemas Viviane<br />

Araújo, a analista de soluções Vívian Araújo<br />

e a empresária Mirna Lopes, moradoras de<br />

Taguatinga sul, e a empresária christiane<br />

Müller, do Guará II, unem-se sempre para<br />

sair em Águas claras e um dos pontos preferidos<br />

é o Eighties. Juliana mora na ci<strong>da</strong>de<br />

há três anos, vin<strong>da</strong> de anápolis. Escolheu o<br />

29


30<br />

águas cLaRas<br />

local por indicação de uma amiga. “Gosto<br />

muito <strong>da</strong>qui, a ci<strong>da</strong>de está crescendo rapi<strong>da</strong>mente<br />

e você já acha tudo o que quer”.<br />

Mirna diz que Taguatinga tem poucas opções<br />

e que também gosta muito de Águas<br />

claras. “a gente vem sempre para cá, gostamos<br />

muito <strong>da</strong> satisfaction, mas também<br />

vamos a outros bares como o primeiro”,<br />

acrescenta, em consonância com a turma.<br />

Mas a ci<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> tem muito mais<br />

escondido em suas galerias. aos poucos,<br />

novas casas vão surgindo. Na aveni<strong>da</strong><br />

Flamboyant, pertinho <strong>da</strong> unieuro, abriu<br />

recentemente um Chopp Time. E tem<br />

ain<strong>da</strong> o Poizé, na aveni<strong>da</strong> castanheiras.<br />

aqui termina a rota dos bares. ou<br />

começa. Aos que ficaram ocultos pelas<br />

ruas e galerias <strong>da</strong> pequena, porém<br />

fértil Águas claras, continuaremos<br />

nossas buscas. a todos,<br />

vi<strong>da</strong> longa. E que muitos outros<br />

venham, porque, por agora,<br />

as casas estão quase sempre<br />

cheias. Mas o <strong>melhor</strong> de tudo<br />

é que a ci<strong>da</strong>de começa mesmo<br />

a ter uma vi<strong>da</strong> noturna completamente<br />

independente do plano piloto.<br />

sim, há vi<strong>da</strong> noturna além <strong>da</strong>s asas.<br />

bar do Ferreira<br />

shopping Quê! (3042.2585)<br />

Diariamente, <strong>da</strong>s 12 às 3h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

mestre cervejeiro<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, 1325 – ed. real Quality<br />

(3046.2317). Das 10 às 2h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

piratas<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 (3541.9005)<br />

3ª a 5ª, <strong>da</strong>s 16 às 24h; 6ª, <strong>da</strong>s 16 às 2h; sá-<br />

bado, <strong>da</strong>s 12 às 2h; domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />

primeiro bar<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras – one park mall<br />

(3028.4366). 3ª a 5ª, <strong>da</strong>s 18 à 1h; 6ª, <strong>da</strong>s 18<br />

às 2h; sábado, <strong>da</strong>s 12 às 2h; domingo, <strong>da</strong>s<br />

12 às 22h.<br />

al Dublin<br />

Quadra 301 (3964.6582). 3ª a 6ª e vésperas<br />

de feriados, a partir <strong>da</strong>s 17h; sábados, a partir <strong>da</strong>s<br />

12h; domingos e feriados, a partir <strong>da</strong>s 11h30.<br />

harém<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1.445 (3381.0883)<br />

2ª a 5ª, <strong>da</strong>s 18 às 24h; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s 18 às 2h;<br />

domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />

eighties pub<br />

aveni<strong>da</strong> araucárias, 1325 – ed. real Quality<br />

(3382.1719). 4ª a sábado, a partir <strong>da</strong>s 17h30;<br />

domingo, a partir <strong>da</strong>s 15h30.<br />

chopp time<br />

aveni<strong>da</strong> Flamboyant, 24 (3797.0096). 3ª a 6ª, <strong>da</strong>s 16<br />

à 1h; sábado, <strong>da</strong>s 12 à 1h; domingo, <strong>da</strong>s 12 às 22h.<br />

poizé<br />

aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – ed. villa mall<br />

(3036.5437). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 18 às 3h; sábado e<br />

domingo, <strong>da</strong>s 12 às 3h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.


32<br />

carta Da europa<br />

Os Borgonhas<br />

por silio boccaNera, De loNDres<br />

Que se cuidem os fãs de vinhos <strong>da</strong><br />

Borgonha encantados por leilões<br />

de garrafas preciosas que supostamente<br />

contêm o produto de safras bem<br />

sucedi<strong>da</strong>s em passado recente ou remoto.<br />

Especialistas denunciam que as falsificações<br />

dominam o mercado. A enganação<br />

resulta de ativi<strong>da</strong>de profissional de quem<br />

sabe forjar rótulos, recolocar rolhas e encher<br />

as garrafas com produtos bons mas<br />

nem tanto, porém capazes de enganar<br />

até especialistas. Ou seja, os golpistas não<br />

enchem as garrafas com vinho vagabundo<br />

e barato e sim com produtos de quali<strong>da</strong>de,<br />

mas distantes do original, sobretudo<br />

no preço.<br />

O respeitado produtor francês Laurent<br />

Ponsot, que se deu ao trabalho de investigar<br />

o assunto, afirma que 80% dos Borgonhas<br />

pré-1980 à ven<strong>da</strong> em leilões hoje são<br />

falsos. Um dos casos mais escan<strong>da</strong>losos<br />

resultou na prisão este ano, pelo FBI, de<br />

um conhecido colecionador, Rudy Kur-<br />

do Dr. Conti<br />

niawan, chamado no métier de Dr. Conti,<br />

devido à sua preferência pelo renomado<br />

Romanée-Conti. De origem chinesa e<br />

indonésia, Rudy morava em Los Angeles<br />

com a mãe, em elegante mansão compra<strong>da</strong><br />

com a ren<strong>da</strong> dos falsos Borgonhas vendidos<br />

em leilões, mas na ver<strong>da</strong>de se chamava<br />

Zhen Wang Huang e era imigrante<br />

ilegal, alvo de ordem de deportação emiti<strong>da</strong><br />

pelo governo americano. Ele ignorou a<br />

decisão oficial e trocou de identi<strong>da</strong>de.<br />

A fascinação de Rudy ou Zhen pelos<br />

vinhos surgiu depois, quando ele conheceu<br />

alguns enófilos <strong>da</strong> Califórnia que o<br />

apresentaram a produtos raros e caros.<br />

Aperfeiçoou seu conhecimento e desenvolveu<br />

o pala<strong>da</strong>r, até aos poucos descobrir<br />

os caminhos escusos de ganhar dinheiro<br />

na compra e ven<strong>da</strong> de garrafas admira<strong>da</strong>s.<br />

Aproveitou-se <strong>da</strong> febre de leilões povoados<br />

de nouveaux riches querendo se exibir<br />

com a compra de produtos caros. Rudy<br />

comprou e vendeu vinhos, criou um nome<br />

no mercado, tornou-se presença regular<br />

em degustações e nos grandes leilões,<br />

sobretudo em Nova York.<br />

Segundo pessoas próximas, Rudy<br />

chegou a gastar um milhão de dólares<br />

por mês em sua ativi<strong>da</strong>de de provadorcomprador-vendedor<br />

de vinho. Dava festas<br />

nababescas, inclusive uma pelo aniversário<br />

de 60 anos de sua mãe, no caríssimo<br />

restaurante Mélisse, de Los Angeles, regado<br />

a vinhos de sua coleção. Vestia ternos<br />

Hermés, dirigia uma Ferrari e um Bentley.<br />

Segundo um participante, Rudy organizou<br />

um evento no também caríssimo<br />

restaurante Cru, de Nova York, onde até<br />

hoje se realizam leilões de vinhos raros.<br />

Durante quatro <strong>dia</strong>s, ele e alguns convi<strong>da</strong>dos<br />

consumiram vasta quanti<strong>da</strong>de de vinhos<br />

famosos, inclusive Mouton Roth-<br />

child 1945, Jaboulet Hermitage La Chapelle<br />

1961, La Tâche 1971, Romanée-<br />

Conti 1964, Guigal Côte-Rôtie La Mouline<br />

1978. A conta atingiu 250 mil dólares<br />

e foi paga por Rudy com um cartão American<br />

Express Preto (sem limite de uso).<br />

Um detalhe que chamou a atenção<br />

do restaurante foi o pedido de Rudy para


que lhe enviassem to<strong>da</strong>s as garrafas vazias.<br />

Ele viria a repetir esse pedido to<strong>da</strong> vez que<br />

bebia no Cru, e o restaurante admite ter<br />

despachado várias caixas de garrafas vazias<br />

para a casa dele em Los Angeles. Mas como<br />

eram vinhos bebidos e pagos por ele,<br />

o Cru atendeu o pedido durante algum<br />

tempo, até tomar a decisão, manti<strong>da</strong> até<br />

hoje, de simplesmente destruir garrafas<br />

consumi<strong>da</strong>s.<br />

Num leilão de 2006, em Nova York,<br />

Rudy vendeu 35 milhões de dólares em vinhos.<br />

Dois anos depois, preten<strong>dia</strong> vender<br />

268 garrafas de Borgonhas produzidos<br />

por casas conceitua<strong>da</strong>s como Armand<br />

Rousseau, George Roumier e Laurent<br />

Ponsot, mas este último resolveu ir ao leilão<br />

em pessoa, porque desconfiou <strong>da</strong> autentici<strong>da</strong>de<br />

de algumas garrafas de sua maison<br />

anuncia<strong>da</strong>s para ven<strong>da</strong> naquele <strong>dia</strong>.<br />

O que mais despertou suspeita em<br />

Ponsot foi a presença de alguns grand<br />

crus (a designação de mais alta quali<strong>da</strong>de)<br />

levados por Rudy, com safras de anos em<br />

que a casa não os tinha produzido. Uma<br />

garrafa de 1929 era de um vinho só fabricado<br />

ali depois de 1934. Outras 38 garrafas<br />

eram do grand cru Clos Saint-Denis<br />

de 1945 a 1971, mas Ponsot só começou<br />

a produzi-los em 1980.<br />

A suspeita foi suficiente para que<br />

aqueles produtos fossem retirados do leilão,<br />

que seguiu em frente com outros vinhos,<br />

mas até então Rudy era apenas visto<br />

como vítima de terceiros, talvez uma rede<br />

internacional de golpistas mais profissionais.<br />

Laurent Ponsot decidiu investigar o<br />

assunto a fundo e, aos poucos, chegou à<br />

conclusão de que a origem <strong>da</strong> pilantragem<br />

era o próprio Rudy. Apesar de tornar pública<br />

sua acusação, Ponsot não obteve providências,<br />

e Rudy continuou em ação.<br />

Finalmente, a polícia federal americana,<br />

FBI, entrou no circuito e enviou um<br />

agente à França para falar com Ponsot.<br />

Convencidos <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de de Rudy<br />

no golpe, os americanos o prenderam<br />

em Arca<strong>dia</strong>, subúrbio de Los Angeles.<br />

Uma busca em sua casa revelou equipamento<br />

para realizar o engodo, desde garrafas<br />

vazias de vinhos raros ver<strong>da</strong>deiros<br />

até máquinas para criar rótulos falsos.<br />

Ele importava por atacado <strong>da</strong> França<br />

grandes quanti<strong>da</strong>des de Borgonhas dos<br />

anos-chave, repassados na ocasião pelos<br />

chateaux a negociantes locais autorizados<br />

a vender misturas do produto, sem as<br />

marcas de prestígio. Essa prática foi interrompi<strong>da</strong><br />

em 1970, mas os negociantes<br />

menores ain<strong>da</strong> têm estoques antigos. Rudy<br />

então os comprava, enchia com esse<br />

vinho as garrafas vazias que ele mesmo<br />

recolhia de restaurantes após consumir<br />

os produtos originais. Ou colava etiquetas<br />

falsas em garrafas mais novas.<br />

A semelhança de pala<strong>da</strong>r do produto<br />

genérico que ele comprava por atacado<br />

com o vinho raro <strong>da</strong> mesma safra enganava<br />

muitos especialistas em rituais de degustação,<br />

para nem falar dos inocentes<br />

úteis que levavam suas fortunas aos leilões<br />

para comprar artigos de prestígio, que outros<br />

garantiam ser legítimos e caros.<br />

Os indícios apontam o caso de Rudy<br />

como um dos maiores golpes no mercado<br />

de vinhos, com a ven<strong>da</strong> de milhões de<br />

dólares de produtos falsificados, enrolando<br />

alguns dos maiores colecionadores<br />

do mundo. Muitos deles ain<strong>da</strong> buscam<br />

descarregar a mercadoria falsa em regiões<br />

menos atentas a escân<strong>da</strong>los, como a Ásia.<br />

Pode se tornar o caso mais grave de falsificação<br />

de vinhos na história, com estigma<br />

de corrupção agora impregnado no mercado<br />

de vinhos antigos e raros.<br />

Não vai parar aí, alerta Ponsot, o<br />

principal responsável por desven<strong>da</strong>r a<br />

fraude de Rudy, mas convencido de que<br />

O falsificador Rudy Kurniawan – ou Zhen Wang Huang – e o vinho adulterado que acabou por levá-lo à prisão<br />

Fotos: divulgação<br />

O produtor francês Laurent Ponsot garante que 80%<br />

dos Borgonhas vendidos em leilões são falsificados.<br />

outras de tipo parecido se desenrolam<br />

no comércio de Borgonhas, abalando a<br />

reputação de produtores sérios como ele.<br />

Há poucas semanas foram presos quatro<br />

executivos de uma <strong>da</strong>s maiores empresas<br />

produtoras <strong>da</strong> região, a Labouré-Roi,<br />

sob suspeita de usar etiquetas falsas em<br />

milhares de garrafas de vinho. A Labouré-<br />

Roi vende 10 milhões de uni<strong>da</strong>des por<br />

ano, e a maior parte é exporta<strong>da</strong>. O golpe<br />

se <strong>da</strong>va quando algum comprador fazia<br />

encomen<strong>da</strong> numerosa de garrafas de um<br />

ano particularmente valorizado, mas em<br />

falta no estoque do grupo. Simplesmente<br />

pegavam garrafas de um ano próximo,<br />

mas sem o mesmo valor, e trocavam as<br />

etiquetas.<br />

Diferente do caso Rudy, não envolviam<br />

vinhos antigos, raros e muito caros,<br />

pois li<strong>da</strong>vam com safras mais recentes, porém<br />

lucravam no volume, devido às grandes<br />

quanti<strong>da</strong>des encomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s. E também<br />

ao contrário do caso Rudy nos Estados<br />

Unidos, esta fraude ocorria na própria<br />

região produtora, com sérias consequências<br />

para a reputação <strong>da</strong> Borgonha.<br />

Tanto que a organização que representa<br />

quatro mil produtores <strong>da</strong> região juntou-<br />

-se ao processo judicial contra a Labouré-<br />

-Roi, preocupa<strong>da</strong> com o abalo à imagem<br />

do vinho <strong>da</strong> Borgonha, exportado para<br />

mais de 150 países. “Qualquer suspeita<br />

de prática desonesta que possa abalar a reputação<br />

de nossos vinhos não pode ser tolera<strong>da</strong>”,<br />

declarou o vice-presidente Michel<br />

Bal<strong>da</strong>ssini ao jornal local Le Bien Public.<br />

33


34<br />

Divulgação<br />

Dia & Noite<br />

situaçõesbrasília<br />

De 15 a 28 deste mês, o Museu <strong>da</strong> República vai abrigar<br />

o maior salão de artes visuais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. A exposição,<br />

com premiação e lançamento de catálogo, reúne<br />

25 artistas contemporâneos, 20 deles selecionados<br />

numa relação de 500 inscritos de todo o Brasil, entre<br />

eles o paulista Ivan Grilo (foto), e cinco especialmente<br />

convi<strong>da</strong>dos – Laura Lima e Paula Trope (RJ), Marcelo<br />

Silveira (PE), Pedro Motta (MG) e Milton Marques<br />

(DF). O Situações <strong>Brasília</strong> foi concebido e coordenado<br />

pelo artista plástico, designer gráfico e produtor <strong>cultural</strong><br />

Evandro Salles. A realização é <strong>da</strong> produtora Dani Estrella. A curadoria conta também com Cristiana Tejo, curadora do projeto Made<br />

in mirrors, e Wagner Barja, curador e diretor do Museu <strong>da</strong> República. De terça a domingo, <strong>da</strong>s 9h às 18h30, com entra<strong>da</strong> franca.<br />

Divulgação<br />

umbrasilencantado<br />

Boto, curupira e outros personagens menos<br />

conhecidos do folclore brasileiro serviram de<br />

inspiração para a escultora Marcella Ferreira em<br />

suas figuras de papel maché, colagem, desenho,<br />

pintura e bor<strong>da</strong>do misturados. Mais de 30<br />

peças, entre pequenas esculturas, móbiles,<br />

quadros e dioramas (caixas com cenas em três<br />

dimensões)estão expostas na mostra Um Brasil<br />

encantado, em cartaz na galeria do 10º an<strong>da</strong>r<br />

<strong>da</strong> Câmara dos Deputados até 25 de outubro.<br />

De acordo com o curador, Tiago<br />

Botelho,“Marcella cultiva especial<br />

estima pela dimensão fantástica.<br />

Suas peças em papel maché<br />

nascem de um jogo entre o<br />

real e o onírico e exalam<br />

sensuali<strong>da</strong>de e doçura”.<br />

De segun<strong>da</strong> a sextafeira,<br />

<strong>da</strong>s 9 às 17h.<br />

Entra<strong>da</strong> franca.<br />

João Milet Meirelles<br />

brasilimpério<br />

A mostra Debret - Viagem ao sul do Brasil reúne<br />

desenhos e aquarelas do francês Jean-Baptiste Debret,<br />

com destaque para os trabalhos produzidos em sua<br />

viagem ao sul do Brasil, em 1827. Dividi<strong>da</strong> em duas<br />

partes, a exposição traz também um conjunto de<br />

aquarelas produzi<strong>da</strong>s no Rio de Janeiro. Numa crônica<br />

do coti<strong>dia</strong>no urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, as obras retratam a vi<strong>da</strong><br />

na Corte, <strong>da</strong> pompa do Império ao <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong> dos escravos.<br />

Até 18 de novembro, de terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às<br />

21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />

transit<br />

A maior coleção de arte contemporânea africana está na Fun<strong>da</strong>ção<br />

Sindika Dokolo, de Angola. É parte desse acervo que poderá ser<br />

visto na Caixa Cultural até 18 de novembro. Com curadoria do<br />

angolano Fernando Alvim e do baiano Daniel Rangel, a exposição<br />

Transit apresenta 26 instalações, pinturas, gravuras, fotografias e<br />

vídeos produzidos por 15 artistas africanos, um norte-americano e<br />

um europeu. Essa mesma coleção serviu de base para a montagem<br />

do primeiro pavilhão africano na Bienal de Veneza, em 2007.<br />

De terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />

Divulgação


Divulgação<br />

aterravistadocéu<br />

Há 20 anos, o fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand viaja pelos cinco<br />

continentes retratando, do alto de um balão, de um helicóptero ou<br />

de um avião, paisagens inusita<strong>da</strong>s do planeta, como esse imenso<br />

Coração de Voh clicado em 1990, na Nova Caledônia, Oceania. Até 4<br />

de novembro os brasilienses poderão conhecer <strong>melhor</strong> o trabalho do<br />

fotógrafo na mostra A Terra vista do céu. 130 fotografias de Bertrand<br />

estão expostas na área externa do Museu <strong>da</strong> República. Ca<strong>da</strong> painel, de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente três metros de altura, tem o propósito de revelar ao<br />

público um planeta incrivelmente belo e, ao mesmo tempo, frágil <strong>dia</strong>nte<br />

<strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção causa<strong>da</strong> pelas ações do homem. Vista por mais de 120<br />

milhões de pessoas em 110 países, é a segun<strong>da</strong> vez que a exposição<br />

chega a uma capital brasileira. Entre maio e junho deste ano, 1 milhão<br />

de pessoas a visitaram no Rio de Janeiro, durante a Rio+20.<br />

tocantins<br />

“Inspiração é viver. Quando estou no sertão, na<br />

beira de um rio, de uma praia, embarcado numa<br />

canoa ou numa janga<strong>da</strong>, proseando com os velhos<br />

vaqueiros e pescadores, não me falta inspiração;<br />

na ver<strong>da</strong>de, muitas vezes me falta o tempo...”.<br />

A afirmação é do artista plástico Otoniel Fernandes,<br />

que homenageia os 24 anos de criação do Estado do<br />

Tocantins com a mostra Tocantins - A Mesopotâmia<br />

brasileira. São 36 quadros pintados a óleo expostos<br />

no Salão Branco <strong>da</strong> Câmara dos Deputados até<br />

o <strong>dia</strong> 28. O nome <strong>da</strong> mostra é uma alusão à localização geográfica de Tocantins, na bacia hidrográfica Araguaia-Tocantins, semelhante<br />

à <strong>da</strong> antiga Mesopotâmia, situa<strong>da</strong> entre os rios Tigre e Eufrates. De segun<strong>da</strong> a sexta-feira, <strong>da</strong>s 9 às 18h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />

Divulgação<br />

multimí<strong>dia</strong><br />

Compositor, cantor e, mais recentemente, inventor <strong>da</strong> caxirola, o instrumento musical que vai<br />

substituir a vuvuzela na Copa do Mundo aqui no Brasíl. Só isso? Isso e um pouco mais, pois<br />

Carlinhos Brown também aproveitou esse bom momento para revelar seu lado pintor. Ele fez<br />

o show de reabertura <strong>da</strong> Caixa Cultural, que passou por reformas, e também abriu a mostra<br />

O olhar que ouve, com curadoria de Matilde Matos. Da lembrança do trabalho do pai, pintor<br />

de paredes, Brown viu nas telas uma forma de expressão além <strong>da</strong> música. Ele conta que<br />

fez seus primeiros quadros de forma intuitiva, aplicando as cores de maneira espontânea.<br />

São 25 telas e cinco instalações com movimento e energia, suas marcas também na música.<br />

Até 2 de dezembro, de terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />

culturapopular<br />

De 10 a 21 deste mês, o Museu <strong>da</strong> República e algumas ci<strong>da</strong>des satélites<br />

servirão de palco para o Festival <strong>Brasília</strong> de Cultura Popular. Criado há<br />

oito anos pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro para comemorar o<br />

nascimento do filho do Sol e <strong>da</strong> Terra – o Calango Voador –, o festival<br />

reúne cerca de 30 mil espectadores, além de brincantes de vários Estados<br />

brasileiros. Neste ano, a novi<strong>da</strong>de é o Espaço Eco Tradições, onde estão<br />

marcados vários debates sobre meio ambiente. Na <strong>programação</strong>, Boi de Seu<br />

Teodoro, Folia do Divino de Planaltina e Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.<br />

Mais informações em www.seuestrelo.art.br.<br />

Divulgação<br />

Yann arthus- Bertrand<br />

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Divulgação<br />

36<br />

sylvio coutinho<br />

Dia & Noite<br />

talmãe...<br />

Águas de março e O bêbado e a equilibrista, dois megassucessos de Elis Regina, estão<br />

também no repertório de sua filha Maria Rita, que vem a <strong>Brasília</strong> para apresentação<br />

única de seu show Redescobrir, uma homenagem à sua mãe. Será no <strong>dia</strong> 13, às 21h, em<br />

estrutura monta<strong>da</strong> no estacionamento do Shopping Iguatemi. A turnê <strong>da</strong> cantora faz<br />

parte do projeto Nívea Viva Elis, para marcar os 30 anos de sua morte. O repertório,<br />

arranjos, figurino e cenário são resultado de uma pesquisa realiza<strong>da</strong> por Maria Rita em<br />

parceria com sua ban<strong>da</strong>, composta pelos músicos Thiago Costa, Sylvinho Mazzucca,<br />

Davi Moraes e Cuca Teixeira. Ao todo, a cantora interpreta 25 grandes sucessos <strong>da</strong> mãe.<br />

O show já foi apresentado em cinco capitais – Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte,<br />

São Paulo e Rio de Janeiro – e teve público de 270 mil pessoas. Os ingressos custam<br />

entre R$ 90 e R$ 200 e estão à ven<strong>da</strong> próximo à praça central do shopping.<br />

orkestrarumpilezz<br />

Atabaques, surdos, timbaús, caixa, agogô, pandeiro e<br />

caxixi se juntam a trompetes, trombones, saxes e tuba.<br />

Está formado o grupo de sopro e percussão criado há<br />

oito anos pelo maestro Letieres Leite. Conheci<strong>da</strong> por<br />

<strong>da</strong>r uma nova roupagem harmônica à percussão<br />

baiana, a Orkestra Rumpilezz gravou seu primeiro<br />

álbum em 2010 e ganhou o Prêmio Bravo de Música<br />

Brasileira nas categorias <strong>melhor</strong> grupo instrumental<br />

e revelação do ano. Tanto as composições como os<br />

arranjos têm inspiração em grandes agremiações<br />

percussivas, como o Ilê Aiyê, Olodum, Sambas do<br />

Recôncavo, com influência do Candomblé. Eles se apresentam na Caixa Cultural,<br />

nos <strong>dia</strong>s 20 e 21. Sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />

4tempos<br />

Tubos de PVC, cabaças, borrachas, placas de vidro e metais, apitos e ro<strong>da</strong>s de bicicleta<br />

são alguns dos instrumentos musicais criados por Marco Antônio Guimarães ao longo<br />

de 33 anos de trabalho. E são eles que compõem o som do grupo instrumental mineiro<br />

Uakti, formado por Paulo Santos, Artur Andrés e Décio Ramos. No espetáculo 4 Tempos,<br />

em cartaz <strong>dia</strong>s 18 e 19 na Caixa Cultural, eles farão uma síntese dos últimos quatro<br />

trabalhos do grupo e uma referência aos ciclos <strong>da</strong> natureza, às fases <strong>da</strong> lua, às quatro<br />

estações e também às várias i<strong>da</strong>des por que passa um grupo musical. Quinta e sextafeira,<br />

às 20h, com ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />

hamiltondeholan<strong>da</strong><br />

Sau<strong>da</strong>des de <strong>Brasília</strong>, A marcha dos can<strong>da</strong>ngos<br />

e JK proibido são algumas <strong>da</strong>s faixas do CD<br />

Brasilianos 3, inspirado em grandes nomes <strong>da</strong><br />

música brasileira, como Pixinguinha, Jacob do<br />

Bandolim, Baden Powell e Egberto Gismonti.<br />

É esse trabalho que o multipremiado bandolinista<br />

brasiliense Hamilton de Holan<strong>da</strong> vai mostrar nos<br />

shows dos <strong>dia</strong>s 29 e 30 deste mês, às 20h, na Caixa<br />

Cultural. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />

Filipe cartaxo<br />

memóriapop<br />

O produtor e ex-bateria dos Titãs<br />

Charles Gavin traz a <strong>Brasília</strong> o projeto<br />

Histórias & memórias <strong>da</strong> música<br />

pop brasileira, que passa em revista<br />

nomes que escreveram a história <strong>da</strong><br />

nossa música pop. Nesse resgate <strong>da</strong><br />

memória <strong>da</strong> MPB, ele apresenta, <strong>dia</strong><br />

16, o compositor Hyldon, autor de<br />

sucessos como As dores do mundo<br />

e Na rua, na chuva, na fazen<strong>da</strong>,<br />

para uma conversa sobre momentos<br />

que marcaram sua carreira. No <strong>dia</strong><br />

seguinte, o convi<strong>da</strong>do é o cantor,<br />

compositor e arranjador Danilo<br />

Caymmi. Nas duas apresentações, os<br />

encontros terminam com um pocket<br />

show com o convi<strong>da</strong>do. Na Caixa<br />

Cultural, às 20h, com ingressos<br />

a R$ 20 e R$ 10.<br />

Divulgação<br />

Divulgação


Débora amorim<br />

Marcus Ligocki<br />

óperainglesa<br />

De 1º a 4 de novembro, <strong>Brasília</strong> receberá um espetáculo inédito. Artistas e músicos locais <strong>da</strong>rão<br />

vi<strong>da</strong> aos personagens <strong>da</strong> ópera Albert Herring, escrita em 1947 pelo compositor inglês Benjamin<br />

Britten. Em três atos, será regido pelo maestro e diretor musical Deyvison Miran<strong>da</strong> e terá direção<br />

artística de Francisco Frias. Os cantores escalados já participaram do 2º Festival de Ópera de<br />

<strong>Brasília</strong>, ocorrido recentemente, entre eles o tenor Roney Calazans, a soprano Gandhia Brandão,<br />

a soprano Janette Dornellas (foto) e o barítono Marlon Maia, além do barítono Hermógenes<br />

Correia. Dias 1º e 2, às 20h, na Sala Martins Penna. Dia 3, no Teatro <strong>da</strong> Praça,<br />

em Taguatinga, às 20h. Dia 4, no Teatro <strong>da</strong> Praça novamente, com sessões às 16 e 19h, esta<br />

exclusiva para estu<strong>da</strong>ntes. Ingressos a R$ 15. Mais informações: 3325.6239.<br />

carcaçasenta<strong>da</strong>noabismo<br />

Seres humanos, animais e objetos são representados de forma distorci<strong>da</strong> e desfigura<strong>da</strong> na obra do<br />

pintor irlandês Francis Bacon(1909/1992). Segundo definiu o filósofo francês Gilles Deleuze, em<br />

seu livro Lógica <strong>da</strong> sensação, o ser pintado por Bacon está sempre na “zona de indiscernibili<strong>da</strong>de”,<br />

entre o humano, o animalesco e o monstruoso. Foi exatamente essa característica <strong>da</strong> obra de Bacon<br />

que inspirou o coreógrafo Édi Oliveira a conceber o espetáculo Carcaça senta<strong>da</strong> no abismo, um solo<br />

interpretado pelo bailarino Leandro Menezes. De 23 a 28 deste mês, no Teatro Goldoni (EQS 208/209).<br />

De terça a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Mais informações: 3224.0016.<br />

circuitoalternativo<br />

Jorge tem 45 anos e ain<strong>da</strong> vive<br />

com seus pais. Nos últimos 25<br />

anos trabalhou nos arquivos <strong>da</strong><br />

Cinemateca de Montevidéu, onde<br />

montava a <strong>programação</strong> de filmes.<br />

Só que, de um <strong>dia</strong> para o outro,<br />

perdeu o emprego e passou a<br />

procurar um trabalho ligado à<br />

essa paixão. Jorge percebe então<br />

que são justamente os filmes que<br />

irão ajudá-lo a sobreviver. Assim é La vi<strong>da</strong> útil, do uruguaio Fererico Veiroj, um dos 14<br />

filmes do circuito alternativo em cartaz no CCBB até o <strong>dia</strong> 21, com entra<strong>da</strong> franca,<br />

me<strong>dia</strong>nte retira<strong>da</strong> de senha na bilheteria com uma hora de antecedência.<br />

rockbrasília<br />

O documentário do cineasta brasiliense<br />

Vladimir Carvalho está entre os seis<br />

finalistas <strong>da</strong> categoria documentário<br />

de longa-metragem no XI Grande<br />

Prêmio do Cinema Brasileiro.<br />

O público brasiliense poderá<br />

aju<strong>da</strong>r o filme a vencer votando em<br />

http://academiabrasileiradecinema.<br />

com.br/gp2012/br/votacao/. No link,<br />

os internautas terão a chance de<br />

Os irmãos Flávio e Fê Lemos, no filme de Vladimir Carvalho<br />

escolher também o <strong>melhor</strong> longametragem<br />

de ficção e o <strong>melhor</strong> longa-metragem estrangeiro. A votação popular<br />

termina durante a final, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, <strong>dia</strong> 15, às 21h.<br />

Divulgação<br />

frágil<br />

As relações com o tempo, com o<br />

outro e consigo mesmo, investiga<strong>da</strong>s<br />

dentro <strong>da</strong> perspectiva emocional.<br />

Essa é a proposta do diretor Cléber<br />

Lopes para o espetáculo Frágil,<br />

em cartaz somente até o <strong>dia</strong> 13<br />

na Administração Regional de<br />

Ceilân<strong>dia</strong> e de 19 de outubro a 4 de<br />

novembro no Teatro Caleidoscópio<br />

(102 Sudoeste). Fruto de criação<br />

coletiva, o espetáculo parte<br />

de uma investigação sobre as<br />

vulnerabili<strong>da</strong>des humanas, com foco<br />

na perspectiva emocional. No elenco<br />

estão Áurea Lis, Giselle Ziviank,<br />

Gleide Firmino, Magno Telles e<br />

Ricardo César. Entra<strong>da</strong> franca para a<br />

tempora<strong>da</strong> de Ceilân<strong>dia</strong> e ingressos<br />

a R$ 10, às quintas-feiras, e R $20<br />

nos demais <strong>dia</strong>s, no Sudoeste.<br />

Ricardo albertini<br />

Divulgação<br />

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38<br />

Fotos: Divulgação<br />

Dia Das criaNças<br />

Pequeno Ci<strong>da</strong>dão<br />

Formado por pais e filhos, o grupo<br />

vai apresentar ao público do projeto<br />

Criança é show um repertório que<br />

canta a vi<strong>da</strong> do ponto de vista infantil<br />

Música, diversão e muita alegria<br />

deverão estar presentes neste<br />

domingo, 14, na quarta apresentação<br />

do projeto Criança é show, no<br />

Taguatinga Shopping. A atração, desta<br />

vez, será o grupo Pequeno Ci<strong>da</strong>dão, formado<br />

em 2008 por Edgard Scandurra<br />

(<strong>da</strong> extinta ban<strong>da</strong> Ira!), Antônio Pinto e<br />

Taciana Barros, além de seus filhos.<br />

Acompanhado pelos músicos Daniel<br />

Scandurra e Naná Rizinni, o Pequeno<br />

Ci<strong>da</strong>dão apresentará um repertório de<br />

músicas infantis cuja inspiração vem dos<br />

próprios filhos, de sua experiência como<br />

pais e <strong>da</strong>s lembranças de infância.<br />

Com diverti<strong>da</strong>s coreografias e canções<br />

pop/rock, o grupo apresentará seus<br />

maiores sucessos, cujas letras, ritmos e<br />

acordes contam as experiências infantis<br />

de seus integrantes. As canções abor<strong>da</strong>m<br />

temas comuns como amor, a hora de lar-<br />

gar a chupeta, futebol e animais, tudo em<br />

uma mistura que vai do pop/rock ao forró.<br />

Os pequenos espectadores certamente<br />

ficarão encantados com a miscelânea<br />

de instrumentos musicais, como guitarra,<br />

piano e bateria, além de malabares, fantasias,<br />

diversas brincadeiras e um telão.<br />

O repertório do show é composto pelas<br />

músicas lança<strong>da</strong>s no CD que leva o<br />

nome do grupo e que se transformou em<br />

um DVD dirigido por Fábio Mendonça,<br />

com 14 clipes, ca<strong>da</strong> um feito por um estúdio<br />

de animação diferente. As técnicas<br />

usa<strong>da</strong>s são as mais diversas, como stop<br />

motion, 3D, rotoscopia e o story- board<br />

tradicional. Atualmente em estúdio, trabalhando<br />

no seu segundo CD, o Pequeno<br />

Ci<strong>da</strong>dão apresenta em seus shows<br />

uma prévia do novo projeto – as músicas<br />

Ficar estranho e Pirou na batatinha.<br />

O Taguatinga Shopping investiu cer-<br />

ca de R$ 500 mil no projeto Criança é<br />

show, que deverá receber, no total, um<br />

público estimado em 10 mil pessoas, e<br />

provavelmente terá uma nova tempora<strong>da</strong><br />

em 2013. A superintendente do shopping,<br />

Eliza Ferreira, explica a importância<br />

desse tipo de evento para o público:<br />

“Queremos receber as famílias e entretê-<br />

-las com o que há de <strong>melhor</strong> na cultura<br />

brasileira, sempre tão rica e varia<strong>da</strong>. É<br />

um momento de encontro para <strong>da</strong>nçar,<br />

cantar e se divertir. Dessa forma, esperamos<br />

contribuir para a democratização<br />

desses espetáculos numa região carente<br />

de iniciativas como essa”.<br />

show <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> pequeno ci<strong>da</strong>dão<br />

14/10, às 17h, no estacionamento e3a,<br />

com entra<strong>da</strong> pelo 2º piso do taguatinga<br />

shopping. entra<strong>da</strong> gratuita, conforme<br />

disponibili<strong>da</strong>de de espaço (no máximo 2.000<br />

pessoas). classificação indicativa: livre. mais<br />

informações: 3451.6000.


crianças no espaço<br />

Assim foi batiza<strong>da</strong> a homenagem que o<br />

Pátio Brasil vai fazer às crianças que forem<br />

ao shopping no seu <strong>dia</strong>, 12 de outubro, às<br />

15h. Lá estará Marcos Pontes, o primeiro<br />

astronauta brasileiro que contará detalhes de<br />

sua experiência espacial. Durante a visita, as<br />

crianças poderão tirar fotos, fazer perguntas<br />

e pedir autógrafos. Marcos Pontes foi o<br />

primeiro brasileiro a participar de uma<br />

missão ao espaço, há seis anos. Enquanto<br />

aguar<strong>da</strong> nova viagem, o astronauta, que<br />

também é tenente-coronel e engenheiro do<br />

Instituto Tecnológico <strong>da</strong> Aeronáutica (ITA),<br />

trabalha como pesquisador e professor,<br />

escreve livros e faz palestras. Para as crianças<br />

que sonham em ser astronautas, ele dá a<br />

dica: “Esse não é um sonho impossível. Basta<br />

estu<strong>da</strong>r, ter formação acadêmica em ciências<br />

exatas ou biológicas, trabalhar, sonhar e ser<br />

persistente”. No Módulo lunar e terrestre,<br />

montado até 31 de outubro, crianças de seis<br />

a dez anos poderão experimentar algumas<br />

<strong>da</strong>s sensações desses profissionais e saber<br />

um pouco mais sobre as descobertas<br />

espaciais. Diariamente, <strong>da</strong>s 12 às 20h,<br />

com entra<strong>da</strong> franca.<br />

Quarteto do cerrado<br />

um tamanduá-bandeira, um lobo-guará,<br />

uma ema e uma jaguatirica estão fugindo<br />

<strong>da</strong>s queima<strong>da</strong>s, do desmatamento, <strong>da</strong><br />

construção de rodovias, e resolvem se unir<br />

com um objetivo muito nobre: buscar um<br />

novo lar. O lugar escolhido é a ci<strong>da</strong>de, onde<br />

acabam se envolvendo em diversas<br />

confusões. O jeito é juntar forças e tentar<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

vencer os novos desafios. O espetáculo<br />

infantil estará no palco do Espaço Mosaico<br />

(714/715 Norte) de 13 a 28 deste mês,<br />

somente aos sábados e domingos, a partir<br />

<strong>da</strong>s 16h. Com direção de Luana Proença,<br />

pretende chamar a atenção <strong>da</strong> criança<strong>da</strong>,<br />

com muita música e humor, para a<br />

importância de preservar os animais em<br />

extinção e a natureza. Ingressos a R$ 15 e<br />

R$ 7,50, à ven<strong>da</strong> na bilheteria do Espaço<br />

Mosaico.<br />

a tartaruga e a lebre<br />

Esse é o nome de uma <strong>da</strong>s peças infantis que<br />

serão apresenta<strong>da</strong>s às crianças, entre os <strong>dia</strong>s<br />

12 e 14, no Pier 21. Também estão na<br />

<strong>programação</strong> os espetáculos Quem vai se<br />

casar com a princesa sabidinha e A joaninha<br />

limpinha. Contação de histórias tradicionais,<br />

como A cigarra e a formiga, bem como cama<br />

elástica e piscina de bolinhas, são atrações<br />

do shopping. Os espetáculos teatrais<br />

começam às 16h e a contação de histórias às<br />

18h. Os brinquedos podem ser utilizados<br />

entre 12h30 e 20h30. Mais informações:<br />

3251.2121.<br />

o sono do bebê<br />

Quem se apressar ain<strong>da</strong> poderá visitar a<br />

mostra A singela arte de fotografar recémnascidos,<br />

que a fotógrafa Érika Muniz<br />

apresenta só até esta quinta-feira, 11,<br />

também no Pier 21, com entra<strong>da</strong> franca.<br />

Estão expostas mais de 20 fotos do acervo<br />

profissional <strong>da</strong> fotógrafa, cuja intenção é<br />

“mostrar os momentos sublimes dos<br />

primeiros <strong>dia</strong>s de vi<strong>da</strong> dos bebês e os<br />

encantos que essa fase proporciona a todos,<br />

pois não há quem não de se ren<strong>da</strong> às graças<br />

dos bebês, com seus sorrisos e olhares<br />

meigos”. Segundo Érika, fotografar recémnascidos<br />

é uma tarefa muito mais complexa<br />

do que pode parecer. A imagem ideal é<br />

aquela capta<strong>da</strong> no período entre cinco a 15<br />

<strong>dia</strong>s de vi<strong>da</strong>. Isso porque, quanto mais novo,<br />

mais profundo é o sono do bebê, o que gera<br />

menos estresse durante a sessão.<br />

Érika Muniz<br />

lê pra mim?<br />

Termina também no <strong>dia</strong> 12 o projeto Lê pra<br />

mim?, no Museu dos Correios, com a<br />

participação de artistas, jornalistas e<br />

escritores – entre eles Françoise Forton,<br />

Malvino Salvador, Ana Botafogo, Abaetê<br />

Queiróz, Paola Oliveira, Alexandre Garcia,<br />

Cristiana Lobo, Fabio William, Giulieny Matos<br />

e Tino Freitas. O projeto de incentivo à<br />

leitura consiste em convi<strong>da</strong>r personali<strong>da</strong>des a<br />

lerem livros infantis brasileiros para crianças<br />

de escolas públicas e instituições<br />

filantrópicas. Ao final de ca<strong>da</strong> encontro<br />

literário, as crianças levam para casa um<br />

livro. Iniciado em janeiro de 2010 no Rio de<br />

Janeiro, o projeto já teve dez edições, no Rio,<br />

em Salvador e em São Paulo. A sala de<br />

apresentações comporta 90 crianças de 4 a<br />

10 anos que ficam acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s em<br />

almofa<strong>da</strong>s em formato de livros gigantes. A<br />

ca<strong>da</strong> apresentação, há um intérprete de<br />

Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) que<br />

faz a leitura simultânea para crianças com<br />

necessi<strong>da</strong>des especiais auditivas.<br />

Informações em www.lepramim2010.<br />

blogspot.com.<br />

o barbeiro de ervilha<br />

Livremente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> ópera O barbeiro de<br />

Sevilha, de Giácomo Rossini, essa comé<strong>dia</strong><br />

musical infantil conta a história de uma<br />

trupe mambembe de come<strong>dia</strong>ntes que se<br />

apresenta na pequena vila de Ervilha do<br />

Norte. Com direção de Daniel Herz, o musical<br />

leva a história do barbeiro Fígaro para o<br />

sertão nordestino, com as artimanhas e<br />

astúcias de um tipo bem brasileiro. Na Caixa<br />

Cultural, às 17h, somente até domingo, <strong>dia</strong><br />

14. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.<br />

Divulgação Divulgação<br />

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40<br />

é pRIMaVERa<br />

Vê, estão voltando as flores...<br />

por lÚcia leão<br />

Na primavera de <strong>Brasília</strong>, o verso<br />

<strong>da</strong> canção conta uma meia ver<strong>da</strong>de.<br />

Se a nova estação trouxe a<br />

benvin<strong>da</strong> chuva e a explosão de cores<br />

dos ipês e flamboyants pela ci<strong>da</strong>de, o cerrado,<br />

agora verde, perde o colorido sutil<br />

<strong>da</strong>s pequenas flores que pontilharam o<br />

marrom <strong>da</strong> vegetação na seca – uma <strong>da</strong>s<br />

peculiari<strong>da</strong>des do nosso bioma tão peculiar.<br />

Mas ver<strong>da</strong>de inteira, seja aonde for,<br />

é que a primavera convi<strong>da</strong> à contemplação<br />

e ao convívio do homem com a natureza.<br />

Sorte dos brasilienses que podem,<br />

nesses e em todos os <strong>dia</strong>s, ter um Jardim<br />

Botânico onde passear.<br />

Destinado à conservação e pesquisa<br />

do cerrado e à manutenção de coleções<br />

de espécies botânicas exóticas (nativas<br />

de outras plagas), ameaça<strong>da</strong>s ou não, para<br />

a população de <strong>Brasília</strong> o Jardim Botânico<br />

é, mais do que tudo, uma luxuosa<br />

opção de lazer. Dos seus 5.000 hectares<br />

de área total, 526 são abertos à visitação<br />

e podem ser percorridos a pé ou de bicicleta,<br />

por pequenas vias, trilhas ou pica<strong>da</strong>s.<br />

Na medi<strong>da</strong> certa para quem gosta<br />

de se exercitar na calma do ar livre, para<br />

aventureiros urbanos e atletas só um<br />

pouco radicais, são caminhos seguros, sinalizados<br />

e cercados por plantas devi<strong>da</strong>mente<br />

identifica<strong>da</strong>s que percorrem diversas<br />

fisionomias do cerrado. Com um<br />

pouco de atenção é fácil distinguir campos<br />

limpos, matas de galeria, matas ciliares<br />

e trechos de cerradão. E com alguma<br />

sorte avistar seriemas, capivaras, cotias e<br />

outros seres que lá habitam.<br />

Uma dessas trilhas, cheia de surpresas<br />

ao longo de quase quatro quilôme-<br />

tros de vegetação nativa, leva ao Mirante,<br />

o ponto mais alto do Jardim Botânico e<br />

de onde se pode avistar to<strong>da</strong> <strong>Brasília</strong>.<br />

Um outro caminho, menos inóspito,<br />

passeia entre bosques plantados. Um de<br />

baobás ain<strong>da</strong> em formação (exemplares<br />

<strong>da</strong> majestosa árvore africana que pode viver<br />

milênios foram planta<strong>da</strong>s há quatro<br />

anos), outro de ipês e um terceiro, o Bosque<br />

Kyoto, de espécies diversas, originárias<br />

de todos os continentes e planta<strong>da</strong>s<br />

em homenagem à assinatura do protocolo<br />

<strong>da</strong> ONU pela preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

do ar e de combate ao efeito estufa.<br />

No meio dos bosques, uma arena<br />

acústica, o Anfiteatro Márcio Montarroyos,<br />

batizado em homenagem ao trompetista<br />

carioca que costumava se refugiar<br />

no Jardim Botânico para ensaios solitários<br />

sempre que passava por <strong>Brasília</strong>.<br />

Nos arredores do Centro de Visitantes,<br />

onde está a biblioteca e um espaço para<br />

ativi<strong>da</strong>des de educação ambiental, ficam<br />

o Jardim Japonês, o canteiro de cheiros<br />

– uma coleção de quase cem espécies de<br />

ervas aromáticas – e as vedetes deste e de<br />

quaisquer jardins ao redor do mundo: as<br />

orquídeas.<br />

Confirmando o fascínio milenar que


essas flores exercem sobre os homens – a<br />

Rainha de Sabá teria preparado um buquê<br />

delas para presentear o Rei Salomão<br />

e até Confúcio comentaria em seus escritos<br />

que elas exalavam “perfume de reis”<br />

– o Espaço Guido Pabst é o mais visitado<br />

do Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong>. Batiza<strong>da</strong><br />

em homenagem ao botânico pioneiro na<br />

identificação de orquídeas brasileiras, a<br />

estufa, de dois pisos, abriga centenas de<br />

espécies de orquídeas e bromélias. E ain<strong>da</strong><br />

este mês a coleção vai crescer, com doa-<br />

ções feitas por Roberto Menescal. Ele<br />

mesmo, o músico, cantor e compositor<br />

de Barquinho, Nós e o mar, Rio e outras pérolas<br />

<strong>da</strong> bossa nova, e que é também um<br />

dos maiores produtores de bromélias do<br />

Brasil. No viveiro Bossa Nova Bromélias,<br />

no Rio de Janeiro, ele reproduz diferentes<br />

varie<strong>da</strong>des de quase 300 espécies e espalha<br />

sua grande paixão pelo mundo.<br />

Além de tudo o que oferece pela própria<br />

natureza, o Jardim Botânico mantém<br />

ain<strong>da</strong> uma <strong>programação</strong> <strong>cultural</strong> regular,<br />

como os Concertos no Parque,<br />

projeto em parceria com a Escola de Música.<br />

Os concertos são realizados nas tardes<br />

<strong>da</strong>s quartas-feiras, destinados especialmente<br />

a grupos de crianças de escolas<br />

públicas e abertos a to<strong>da</strong> a população.<br />

No próximo <strong>dia</strong> 17, o programa é ópera.<br />

Na semana seguinte, <strong>dia</strong> 24, o repertório<br />

é de Luiz Gonzaga.<br />

Entre tantas opções de fazer, o Jardim<br />

Botânico também é o <strong>melhor</strong> lugar<br />

para o “não fazer”, segundo seu diretor,<br />

Jeanitto Gentilini: “Estender uma rede,<br />

ouvir o barulho do vento, simplesmente<br />

contemplar! Todo mundo precisa um<br />

pouco disso. E aqui é o lugar perfeito”.<br />

Jardim botânico de brasília<br />

smDb, conjunto 12, lago sul.<br />

aberto de 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 17h.<br />

ingresso : r$ 2.<br />

Fotos: Divulgação<br />

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42<br />

42<br />

graves & aguDos<br />

O Robert Plant<br />

por heitor meNezes<br />

Primeiro, um aviso. Quem for à<br />

apresentação de Robert Plant, <strong>dia</strong><br />

25, no Ginásio Nilson Nélson, esperando<br />

ver algo parecido com um show<br />

do Led Zeppelin, pode esquecer. Ok, os<br />

concertos atuais têm, salvo engano, Black<br />

dog, Whole lotta love e Gallows pole, colhi<strong>da</strong>s<br />

do repertório do velho Zeppelin, mas<br />

o cerne <strong>da</strong> coisa é outro.<br />

Conforme anunciado na coletiva de<br />

lançamento do filme Celebration <strong>da</strong>y, no<br />

mês passado, em Londres, Plant e os remanescentes<br />

do lendário grupo britânico,<br />

Jimmy Page e John Paul Jones, disse-<br />

que <strong>Brasília</strong> vai ver<br />

ram não ter mais interesse em retomar a<br />

carreira como Led Zeppelin. Melhor assim,<br />

pois o Led é a len<strong>da</strong> dos nossos sonhos<br />

rock’n’roll e len<strong>da</strong>s não podem ser<br />

macula<strong>da</strong>s com coisas menores, como o<br />

dinheiro. Não é isso, Mick Jagger?<br />

Vamos ao que interessa: Robert<br />

Plant ao vivo entre nós é algo realmente<br />

surpreendente. Um evento único, aliás.<br />

O homem que conduziu com a precisão<br />

de um trovão aquelas maravilhosas canções<br />

há muito conseguiu, afinal, o que<br />

queria. Tal qual dito na letra de Immigrant<br />

song, o Led Zeppelin virou ban<strong>da</strong><br />

residente do Valhala, fazendo sorrir o<br />

deus Odin e convivas <strong>da</strong> não menos ma-<br />

ravilhosa len<strong>da</strong> nórdica. O Robert Plant<br />

de 2012 não é mesmo de 1973, óbvio.<br />

Pesam os anos, a voz mais grave, o fim<br />

<strong>da</strong> indústria fonográfica, as voltas que<br />

este mundo deu, mas resta uma coisa intacta:<br />

a imensa quali<strong>da</strong>de musical.<br />

Plant nos visita com o grupo Sensational<br />

Space Shifters, com o qual dá seguimento<br />

aos experimentos dos últimos<br />

anos, uma fabulosa mistura <strong>da</strong>s raízes<br />

musicais que envolve o delta do Mississipi,<br />

o delta do Nilo e o imaginário <strong>da</strong>s bala<strong>da</strong>s<br />

anglo-saxônicas. Traduzindo: um<br />

som envolvente, mistura de blues, rock,<br />

raízes africanas e folk music, algo que já<br />

vimos no Led Zeppelin, ora vejam, mas<br />

Heitor Menezes


que na carreira solo de Plant tomou outro<br />

significado, qual seja o de perseguir<br />

uma raiz universal, a ancestrali<strong>da</strong>de,<br />

cuja resposta mais eloquente se encontra<br />

na África, pra variar.<br />

Já vimos isso antes? Sim, claro. Os álbuns<br />

Led Zeppelin III (1970), aquele que<br />

tem That’s the way, e Phisycal graffitti<br />

(1975), o que tem Kashmir, mostraram<br />

um Led Zeppelin antenado, para além do<br />

compasso básico do rock. Em 1994, o<br />

projeto No quarter, com Jimmy Page, voltou<br />

ao tema. Digamos que Plant esteja comungando<br />

<strong>da</strong> ideia do eterno retorno, difundi<strong>da</strong><br />

por um certo Friedrich Nietszche.<br />

Ao que consta, o Sensational Space<br />

Shifters não conta com a presença de Patty<br />

Griffin, cantora e namora<strong>da</strong>, que faz<br />

um lindo contraponto vocal com Plant<br />

no disco Band of joy (2010). Tudo bem.<br />

Quem deve roubar a cena é o multi-instrumentista<br />

<strong>da</strong> Gâmbia Juldeh Camara<br />

ou o excelente guitarrista Justin A<strong>da</strong>ms.<br />

Aliás, os músicos que acompanham Plant,<br />

que fique claro, não são emuladores dos<br />

velhos companheiros de Led Zeppelin.<br />

De resto, não peçam para ele cantar<br />

Stairway to heaven. Os tempos são outros<br />

e este não é um show para saudosistas.<br />

robert plant – sensational space shifters<br />

25/10, às 22h, no ginásio Nilson Nelson.<br />

ingressos: r$ 80 a r$ 180 (meia), à ven<strong>da</strong><br />

na Fnac do parkshopping, central<br />

de ingressos do brasília shopping e<br />

www.ingressorapido.com.br.<br />

Yanni<br />

Simple Plan<br />

Muito embora o termo boy band<br />

esteja amarrado àquela formação musical<br />

na qual rapazes cantam e <strong>da</strong>nçam,<br />

tipo New Kids on The Block e<br />

congêneres, é possível estender o título,<br />

sem ferir os sentimentos de ninguém,<br />

a outros combos, como a ban<strong>da</strong><br />

canadense Simple Plan.<br />

O grupo pop punk de Montreal<br />

nos visita, <strong>dia</strong> 16, no Orla Clube de<br />

Engenharia, e deve provocar uma<br />

inun<strong>da</strong>ção de seu público favorito,<br />

meninos e meninas ávidos por diversão<br />

de primeira. O Simple Plan fez<br />

uma <strong>da</strong>s apresentações mais concorri<strong>da</strong>s<br />

do festival SWU, ano passado,<br />

em São Paulo, e ain<strong>da</strong> colhe os frutos<br />

do álbum Get your heart on!, lançado<br />

em 2011.<br />

O grego Yanni Hryssomallis, ou simplesmente Yanni, é um fenômeno musical que<br />

transcende fronteiras. O cara contabiliza 35 anos de carreira, 19 discos lançados, 20<br />

milhões de cópias vendi<strong>da</strong>s no mundo, mais de 35 discos de platina e ouro e shows<br />

que excursionaram por mais de 20 países, com um público superior a três milhões de<br />

espectadores.<br />

Classificado inicialmente como um artista new age, Yanni ocupa a lacuna deixa<strong>da</strong><br />

pelo compatriota Vangelis, com um som predominantemente instrumental, resultado<br />

<strong>da</strong> fusão de gêneros como a música clássica, o jazz, o rock e a world music.<br />

Yanni live at the Acropolis, álbum lançado em 1993 que também resultou em<br />

vídeo homônimo, arremessou o instrumentista, compositor, maestro e produtor ao<br />

estrelato mun<strong>dia</strong>l. O material em questão é considerado o segundo vídeo musical<br />

mais vendido no mundo, atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson. O CD continua<br />

até hoje entre os mais mais, coisa difícil de explicar.<br />

Pois os brasilienses terão a oportuni<strong>da</strong>de de embarcar no mundo de Yanni graças<br />

à apresentação prevista para o <strong>dia</strong> 18, no Centro de Convenções ulysses Guimarães.<br />

Os ingressos são salgadíssimos, mas isso é detalhe. Para quem se apresentou em<br />

lugares espetaculares como a Acrópole grega, o Taj Mahal, na Ín<strong>dia</strong>, ou a Ci<strong>da</strong>de<br />

Proibi<strong>da</strong>, na China, não seria na<strong>da</strong> mal vê-lo de forma grandiosa, e sob as estrelas,<br />

na Esplana<strong>da</strong> dos Ministérios. Fica para a próxima.<br />

Não há na<strong>da</strong> demais em dizer que<br />

o Simple Plan segue os passos iniciados<br />

pelo Green Day, o de misturar a<br />

energia do punk rock a melo<strong>dia</strong>s<br />

vapt-vupt. Interessante notar que o<br />

grupo liderado pelo vocalista Pierre<br />

Bouvier tem uns 15 anos de estra<strong>da</strong>.<br />

Chega uma hora em que o amadurecimento<br />

já não combina com o clima<br />

Nickelodeon, mas isso fica pra mais<br />

tarde. Em todo caso, um programaço<br />

que deve agra<strong>da</strong>r em cheio aos fãs de<br />

Blink-182, Sum 41, Yellowcard, Good<br />

Charlotte e Fall-Out Boy.<br />

simple plan<br />

16/10, às 21h, no orla clube de engenharia<br />

(sces, trecho 2). ingressos: r$ 40 a r$ 180<br />

(meia), à ven<strong>da</strong> na Fnac do parkshopping,<br />

central de ingressos do brasília shopping<br />

e www.ingressorapido.com.br.<br />

an evening with Yanni under the stars<br />

18/10, às 20h30, no centro de convenções<br />

ulysses guimarães. ingressos: r$ 200 a r$ 400<br />

(meia), à ven<strong>da</strong> em www.ticketsforfun.com.br.<br />

Jaimie Milbum<br />

Divulgação<br />

43


44<br />

Que EspETÁcuLo<br />

Diverti<strong>da</strong> tragé<strong>dia</strong><br />

Deus <strong>da</strong> carnificina, uma comé<strong>dia</strong> sem juízo, <strong>da</strong> francesa<br />

Yasmina Reza, estará na Sala Villa-Lobos nos <strong>dia</strong>s 13 e 14<br />

acredito que o ser humano<br />

seja pacífico. Penso que<br />

“Não<br />

ele não evolui desde a I<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> Pedra e que o verniz social que o protege<br />

<strong>da</strong> selvageria é inquietantemente suave<br />

e sempre a ponto de estourar”. Quem afirma<br />

isso é a autora <strong>da</strong> peça Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />

uma comé<strong>dia</strong> sem juízo, a francesa<br />

Yasmina Reza, que há 25 anos escreve textos<br />

para teatro cujo ponto em comum é a<br />

presença de personagens em confrontos<br />

beirando o cômico, quase sempre imersas<br />

numa crise de nervos e loucas de vontade<br />

de chegar às vias de fato.<br />

Na montagem brasileira, dirigi<strong>da</strong> por<br />

Emílio de Mello, os atores Paulo Betti,<br />

Júlia Lemmertz, Deborah Evelyn e Orã<br />

Figueiredo protagonizam dois casais<br />

“adultos e civilizados” que se encontram<br />

na casa de um deles para resolver um incidente<br />

envolvendo seus filhos pequenos:<br />

um quebrou dois dentes do outro numa<br />

briga. Na<strong>da</strong> que os pais não possam resolver<br />

com calma e bom senso, mas, conforme<br />

admite a própria autora, às vezes o<br />

verniz social que protege os adultos <strong>da</strong> selvageria<br />

se quebra e a polidez civiliza<strong>da</strong> dá<br />

lugar a um campo de batalha, onde tudo<br />

pode acontecer.<br />

Yasmina produz um teatro de tensão<br />

“porque as tensões nos governam”, se-<br />

gundo suas próprias palavras. Por essa razão,<br />

seus personagens “são pessoas educa<strong>da</strong>s<br />

que pretendem manter a compostura”.<br />

Mas como são também impulsivos,<br />

não conseguem manter as regras<br />

que impuseram a si mesmos. É precisamente<br />

essa luta o foco de interesse <strong>da</strong> autora,<br />

que reconhece: “Minhas obras sempre<br />

foram considera<strong>da</strong>s comé<strong>dia</strong>s, mas<br />

penso que são tragé<strong>dia</strong>s diverti<strong>da</strong>s”.<br />

A peça já passou por Rio e São Paulo,<br />

onde atraiu grande público e elogios <strong>da</strong><br />

crítica. Júlia Lemmertz ganhou o Prêmio<br />

APTR (Associação de Produtores de Teatro<br />

do Rio de Janeiro) na categoria de<br />

atriz protagonista e o Prêmio Quem de<br />

<strong>melhor</strong> atriz de teatro. O espetáculo também<br />

foi indicado ao Prêmio Shell – direção<br />

e ator (Paulo Betti) –, ao Prêmio Contigo!,<br />

na categoria espetáculo de comé<strong>dia</strong>,<br />

e ao Prêmio APTR nas categorias espetáculo<br />

e iluminação (Renato Machado).<br />

Desde que foi encena<strong>da</strong> pela primeira<br />

vez, em 2006, em Zurique, Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />

uma comé<strong>dia</strong> sem juízo coleciona<br />

elogios <strong>da</strong> crítica internacional e prêmios<br />

pelo mundo. Na Broadway, a montagem,<br />

que teve no elenco Jeff Daniels, James<br />

Gandolfini, Hope Davis e Marcia Gay<br />

Harden, ganhou em 2009 três prêmios<br />

Tony, considerado o Oscar do teatro, nas<br />

categorias espetáculo, direção e atriz. A<br />

montagem em Londres, em 2008, no<br />

Teatro Gieguld, contou com Ralph Fiennes<br />

no elenco e levou o prêmio Laurence<br />

Olivier Award (The Society of London<br />

Theatre) de <strong>melhor</strong> comé<strong>dia</strong>. No mesmo<br />

ano, a encenação parisiense, no Teatro<br />

Antoine, foi estrela<strong>da</strong> por Isabelle Hup-<br />

pert e dirigi<strong>da</strong> pela própria Yasmina Reza.<br />

Em 2011, o polêmico diretor franco-<br />

-polonês Roman Polanski reuniu elenco<br />

de peso para <strong>da</strong>r sua versão cinematográfica<br />

do texto de Yasmine. Os casais em litígio<br />

foram protagonizados por ninguém<br />

menos que Jodie Foster, John Reilly, Kate<br />

Winslet e Christoph Waltz.<br />

O texto de Yasmine e a montagem brasileira<br />

serão fruto de discussão no projeto<br />

Debates Vivo EnCena – A Inovadora Dramaturgia<br />

Contemporânea, que terá a participação<br />

de Paulo Betti e a me<strong>dia</strong>ção do<br />

curador do projeto e pesquisador em gestão<br />

<strong>cultural</strong> Expedito Araújo.<br />

Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />

uma comé<strong>dia</strong> sem juízo<br />

13/10, às 21h, e 14/10, às 19h30, na sala<br />

villa-lobos do teatro Nacional cláudio<br />

santoro. ingressos a r$ 80 e r$ 40.<br />

classificação indicativa: 14 anos.<br />

mais informações: 3325.6239.<br />

Debates vivo encena<br />

14/10, às 15h30, na sala villa-lobos<br />

do teatro Nacional. entra<strong>da</strong> franca.<br />

Guga Melgar


Cinco anos com Marilyn<br />

Peça autobiográfica de Arthur Miller faz estreia nacional em <strong>Brasília</strong><br />

Durante cinco anos, entre 1956 e<br />

1961, Arthur Miller esteve casado<br />

com a musa Marilyn Monroe,<br />

que morreu em 1962. Sobre ela, o escritor<br />

nunca escondeu o que pensava: “Tinha<br />

um perfil autodestrutivo”. Do convívio<br />

com a atriz surgiu a peça Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong>,<br />

claramente inspira<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong> do autor. O<br />

texto é todo baseado nas reflexões de<br />

Quentin, alter ego de Miller, um advogado<br />

nova-iorquino que decide reexaminar sua<br />

vi<strong>da</strong> para decidir se deve ou não se casar<br />

com seu mais recente amor.<br />

Em ação estrutura<strong>da</strong> com recursos expressionistas<br />

e narrativa não linear, Miller<br />

alterna cenas do passado e do presente,<br />

mantendo sempre um clima de mistério.<br />

Quentin (vivido pelo ator Lucas Gouvêa)<br />

é apresentado como um homem consciente,<br />

subjetivo, mais de pensamento do<br />

que de ação. Maggie (Simone Spoladore),<br />

ao contrário, é pura inconsciência, intuição,<br />

impulsivi<strong>da</strong>de.<br />

A montagem atual estreia 48 anos<br />

depois <strong>da</strong> primeira. Em 1964, o diretor<br />

paulista Flávio Rangel assistiu à peça<br />

After the fall, em Nova York, e ficou tão<br />

apaixonado pelo texto que realizou no<br />

mesmo ano, no Brasil, a primeira montagem<br />

de Miller fora dos Estados Unidos.<br />

Depois dessa lendária encenação, protagoniza<strong>da</strong><br />

por Paulo Autran e Maria Della<br />

Costa, o texto nunca mais ganhou a cena<br />

brasileira.<br />

Felipe Vi<strong>da</strong>l, diretor e também tradutor<br />

do espetáculo que estreia <strong>dia</strong> 18, pretende<br />

proporcionar ao público brasileiro<br />

o contato com uma peça-chave <strong>da</strong> obra de<br />

Miller. Na montagem de Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong><br />

ele aproveitou boa parte do elenco e <strong>da</strong><br />

equipe técnica de um trabalho anterior,<br />

Rock’n’roll, de Tom Stoppard, realizado<br />

em 2009, e também repetiu a parceria<br />

com a atriz Simone Spoladore, que em<br />

2012 interpretou Louise Brooks, outro<br />

ícone do cinema internacional, no espetáculo<br />

solo Louise Valentina.<br />

Agora, a atriz encarna a personagem<br />

Maggie, alter ego de Marilyn Monroe, segun<strong>da</strong><br />

mulher do dramaturgo. O texto<br />

Daniele Ávila<br />

Marilyn Monroe picture Gallery<br />

foi escrito em 1964, apenas dois anos<br />

após a morte de Marilyn, ocorri<strong>da</strong> há 50<br />

anos. No elenco estão ain<strong>da</strong> Gabriela<br />

Carneiro <strong>da</strong> Cunha, José Karini, Paulo<br />

Giardini, Thais Tedesco, Leandro Daniel<br />

Colombo, Talita Fontes, Paula Tolentino<br />

e Luciano Moreira.<br />

Lucas Gouvêa e<br />

Simone Spoladore<br />

interpretam<br />

Quentin e Maggie,<br />

alter egos de<br />

Arthur Miller e<br />

Marilyn Monroe,<br />

vistos na foto ao<br />

lado durante a<br />

fase mais feliz de<br />

seu casamento.<br />

De <strong>Brasília</strong>, Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong> segue para<br />

o Rio de Janeiro, onde faz tempora<strong>da</strong><br />

de 16 de novembro a 17 de dezembro.<br />

Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong><br />

De 18/10 a 11/11, de 6ª domingo, às 20h,<br />

no ccbb. ingressos: r$ 6 e r$ 3. mais<br />

informações: 3108.7600.<br />

45


46<br />

Que EspETÁcuLo<br />

Noite eterna<br />

no subsolo do Conic<br />

Texto de Álvares de Azevedo vira “peça-festa” nas mãos do Grupo Liquidificador<br />

por melissa luz<br />

Liquidificar significa liquefazer,<br />

fundir. Em sua segun<strong>da</strong> montagem,<br />

o Grupo Liquidificador levou<br />

seu nome mais a sério do que nunca.<br />

Ultra-Romântico, em cartaz no subsolo<br />

do Conic até 4 de novembro, nasceu <strong>da</strong>s<br />

histórias do livro Noite na taverna, de Álvares<br />

de Azevedo, soma<strong>da</strong>s a referências<br />

estéticas e conceituais dos movimentos<br />

punk, clubber e beatnik e às percepções<br />

pessoais dos integrantes do grupo. O resultado<br />

é um inovador formato de peça-<br />

-festa no centro abandonado e marginalizado<br />

de <strong>Brasília</strong>, tendo a <strong>noite</strong> como personagem<br />

principal.<br />

Ultra-Romântico é o segundo capítulo<br />

<strong>da</strong> trilogia, inicia<strong>da</strong> em A cartomante, resultante<br />

de uma pesquisa de linguagem<br />

contemporânea de encenação que parte<br />

<strong>da</strong> narrativa literária. O espetáculo funde<br />

numa única história as aventuras de<br />

amor, idealismo, boemia, morte, loucura<br />

e crime conta<strong>da</strong>s no livro pelos personagens<br />

Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius<br />

Hermann e Johann. O que se vê em<br />

cena não é uma a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s páginas<br />

para o palco, mas uma leitura muito particular<br />

e conceitual do grupo a respeito<br />

<strong>da</strong> trama de Álvares de Azevedo e <strong>da</strong> escola<br />

literária que ela representa, a segun-<br />

<strong>da</strong> fase o romantismo, ou Ultra-Romântico,<br />

como também é conheci<strong>da</strong>.<br />

Depois de exercícios de improvisação<br />

e muitas pesquisas, conversas, estudos e<br />

discussões, Fernan<strong>da</strong> Alpino, Fernando<br />

Carvalho (que novamente assina a direção),<br />

Glauber Carvalho, Iza Cavanellas,<br />

Kael Stu<strong>da</strong>rt, Karinne Ribeiro e Tiago<br />

Medeiros criaram coletivamente uma história<br />

de situações intensas vivi<strong>da</strong>s no limite<br />

sob a proteção de uma <strong>noite</strong> idealiza<strong>da</strong><br />

como eterna. É ela, a <strong>noite</strong>, a força<br />

motora para o início de to<strong>da</strong> a jorna<strong>da</strong>. É<br />

ela que liberta o jovem romântico do <strong>dia</strong><br />

cheio de tédio e burocracias, e lhe permite<br />

se colocar à prova a todo custo. Para<br />

impedir o fim dessa <strong>noite</strong> e criar um ciclo<br />

interminável de aventuras, as sessões dos<br />

sábados de “Ultra-Romântico” se desdobram<br />

em festas com DJs e ban<strong>da</strong>s convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

no formato batizado pelo Grupo<br />

Liquidificador como peça-festa.<br />

O subsolo do Conic, onde até pouco<br />

tempo atrás ficavam entulhos do Teatro<br />

Dulcina, transformou-se em uma taverna<br />

do Século XXI para receber, por entre<br />

suas paredes grafita<strong>da</strong>s e seu ar soturno,<br />

essa trama que flerta fortemente com os<br />

preceitos dos punks ingleses e brasileiros,<br />

dos clubbers dos anos 90 e dos beatniks do<br />

final dos anos 50.<br />

O personagem central de “Ultra-Ro-<br />

mântico” é interpretado por todos no<br />

elenco, não importando o sexo, seguindo<br />

o conceito de queer, difundido nos<br />

anos 90 por uma parte do movimento<br />

punk, no qual gêneros e sexuali<strong>da</strong>des não<br />

se encaixam na socie<strong>da</strong>de heteronormativa<br />

vigente. Esse herói é conduzido na<br />

história pelas palavras e ações de Ângela,<br />

personagem que foi sendo desenha<strong>da</strong><br />

nas improvisações durante os ensaios como<br />

sendo a personificação <strong>da</strong> musa idealiza<strong>da</strong><br />

do jovem romântico.<br />

“Nós condensamos os cinco heróis<br />

do livro em apenas um, no espetáculo.<br />

Depois, dividimos esse herói em cinco<br />

de novo, entre os intérpretes do grupo.<br />

Essa linha de dramaturgia que seguimos<br />

é, de certa forma, uma homenagem a Álvares<br />

de Azevedo, que, apesar de ter escrito<br />

histórias tão fortes, de vi<strong>da</strong>s tão intensas,<br />

morreu jovem, sem ter experimentado<br />

muito”, explica a atriz Karinne<br />

Ribeiro, que assina o roteiro final.<br />

peça-festa ultra-romântico<br />

até 4/11 no subsolo do conic, no setor de<br />

Diversões sul. sextas e sábados, às 21h;<br />

domingos, às 20h. ingressos a r$ 20 e r$ 1<br />

(quem assistir ao espetáculo em qualquer um<br />

dos três <strong>dia</strong>s terá direito a convite para a festa<br />

realiza<strong>da</strong> sempre aos sábados, a partir <strong>da</strong>s<br />

23h. ingressos <strong>da</strong> festa: <strong>da</strong>s 23 às 24h, r$ 10;<br />

<strong>da</strong>s 24 à 1h, r$ 15. classificação indicativa:<br />

16 anos. informações para o público:<br />

9633.8711/8544.2928/ 8301.2905<br />

Rafael Godoy


luz câMERa ação<br />

Memória<br />

musical<br />

brasiliense<br />

Documentário registra a<br />

trajetória de zé Mulato e<br />

Cassiano, Clodo Ferreira,<br />

Renato Matos e Liga Tripa<br />

Sob o olhar tranquilo de JK, na grama<br />

verde que cerca seu memorial,<br />

Zé Mulato e Cassiano metem os<br />

dedos na viola e iniciam os acordes de Juriti.<br />

Na sequência, entram Clodo Ferreira<br />

e Renato Matos, cantando esse hino<br />

alternativo de <strong>Brasília</strong>. O Liga Tripa, a<br />

mais antiga trupe de músicos de rua <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de, incorpora-se então ao grupo e todos,<br />

cantando, caminham na direção <strong>da</strong><br />

câmera. Sonho? Não. Cenas finais do documentário<br />

4, sobre a vi<strong>da</strong> e a carreira<br />

desses quatro representantes <strong>da</strong> música<br />

brasiliense.<br />

O filme foi produzido como parte do<br />

projeto <strong>Brasília</strong> Outros 50, <strong>da</strong> organização<br />

não governamental Casa <strong>da</strong> Vila, iniciado<br />

na comemoração do cinquentenário<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e só agora finalizado, devido<br />

aos velhos e conhecidos problemas<br />

burocráticos. Com depoimentos, imagens<br />

e canções, o documentário, que<br />

tem direção e roteiro do poeta Vicente<br />

Sá, fala <strong>da</strong> importância desses artistas para<br />

a cultura de <strong>Brasília</strong>. “A intenção foi<br />

registrar e divulgar a arte musical cria<strong>da</strong><br />

no Distrito Federal ao longo de seus 50<br />

anos e mostrá-la para uma população<br />

com pouco acesso ao cinema. Como chamariz,<br />

fizemos os shows com os mesmos<br />

músicos que são mostrados no filme”,<br />

explica Kleber Moraes, um dos idealizadores<br />

do projeto.<br />

Os primeiros a se apresentar foram<br />

Zé Mulato e Cassiano, em Sobradinho<br />

II, no final de julho, para uma plateia de<br />

mais de três mil pessoas. Para a dupla caipira,<br />

foi uma beleza o filme ser passado<br />

antes do show. “Assim, eles escolhem como<br />

gostam mais de nós, ao vivo ou na tela”,<br />

brinca Zé Mulato.<br />

Sérgio Duboc, do grupo Liga Tripa,<br />

que se apresentou em Planaltina, também<br />

gostou muito de ter participado do<br />

projeto e realça a importância <strong>da</strong> preservação<br />

<strong>da</strong> memória musical <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />

“<strong>Brasília</strong> está começando a se reconhecer<br />

em seus artistas e esse filme de Vicente<br />

Sá, que conhece bem de perto todos nós,<br />

é um dos bons caminhos para manter viva<br />

a alma <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de”, diz o músico.<br />

O cantor e compositor Renato Matos,<br />

que já trabalhou em filmes como<br />

Loucos por cinema e Sagrado segredo (ambos<br />

dirigidos por André Luiz Oliveira), também<br />

gostou <strong>da</strong> experiência: “É importan-<br />

te porque nesse filme eu sou eu mesmo e<br />

posso contar várias histórias de <strong>Brasília</strong>.<br />

O que foi o Concerto Cabeças, como começou,<br />

quem estava lá... e assim a vi<strong>da</strong><br />

não se perde”.<br />

Clodo Ferreira, que encerrou o projeto<br />

com um show na Vila Planalto,<br />

acompanhado do instrumentista Manassés,<br />

destaca a importância do registro<br />

com esses artistas ain<strong>da</strong> em ativi<strong>da</strong>de:<br />

“Pelo fato de <strong>Brasília</strong> ter pouco mais de<br />

50 anos, ain<strong>da</strong> é possível gravar, filmar<br />

esses artistas que são, de certo modo, formadores<br />

<strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de”.<br />

A Casa <strong>da</strong> Vila pretende <strong>da</strong>r sequência<br />

ao projeto e, em 2013, produzir mais<br />

um documentário com outros quatro<br />

grandes nomes <strong>da</strong> música de <strong>Brasília</strong>. “A<br />

ideia é ir, pouco a pouco, registrando esses<br />

grandes artistas para montar uma espécie<br />

de videoteca <strong>da</strong> música brasiliense”,<br />

completa Zelito Passos, outro idealizador<br />

do projeto, que está buscando patrocínio<br />

para, ain<strong>da</strong> este ano, fazer cópias<br />

do DVD e distribuir em escolas públicas<br />

do DF. Por enquanto, o filme poderá<br />

ser baixado do YouTube ou do site<br />

www.casa<strong>da</strong>vila.org.br.<br />

Divulgação<br />

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48<br />

luz câMERa ação<br />

Um sonho com os pés descalços, de Tae-Gyun Kim,<br />

concorreu ao Oscar de <strong>melhor</strong> filme estrangeiro.<br />

Visões <strong>da</strong> Coreia hoje<br />

Mostra do CCBB exibirá cinco novos filmes de cineastas coreanos<br />

por sérgio moricoNi<br />

Nem popularesco nem cinema cabeça.<br />

Realiza<strong>da</strong> com o suporte<br />

<strong>da</strong> Embaixa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Coreia, a mostra<br />

de filmes coreanos contemporâneos<br />

do CCBB apresenta produções que tiveram<br />

boa distribuição no mercado doméstico<br />

e internacional, entre elas Um sonho<br />

com os pés descalços, de Tae-Gyun Kim,<br />

que concorreu ao Oscar de <strong>melhor</strong> filme<br />

estrangeiro em 2011, e Velho amigo, de<br />

Chan-Wook Park, um cult, também conhecido<br />

como Oldboy, título do distribuidor<br />

norte-americano.<br />

Os outros filmes programados apostam<br />

na comé<strong>dia</strong> e também num público<br />

jovem. Fabricantes de escân<strong>da</strong>los, de Hyeong-Cheol<br />

Kang, conta a história de um<br />

DJ boêmio que tem sua vi<strong>da</strong> vira<strong>da</strong> de<br />

cabeça para baixo, quando uma menina<br />

bate à sua porta dizendo que é sua filha,<br />

e Le grand chef, de Yun-Su Jeon, é sobre<br />

uma querela interminável entre um chef<br />

e o filho do dono do restaurante onde<br />

ele trabalhava. Pacemaker, de Dal-Jong<br />

Kim, ao contrário, é um drama enfocando<br />

um maratonista de futuro que se vê<br />

constrangido a abandonar seus sonhos.<br />

Um sonho com os pés descalços e Velho<br />

amigo conseguiram grande reconhecimento<br />

por diferentes motivos. O primeiro,<br />

claro, pela indicação ao Oscar, mas<br />

também por ter sabido se aproveitar <strong>da</strong><br />

circunstância de ser lançado – premedita<strong>da</strong>mente<br />

pelos produtores – durante a<br />

Copa do Mundo de futebol <strong>da</strong> África do<br />

Sul. O enredo trata de um velho e deca-<br />

dente jogador <strong>da</strong> seleção <strong>da</strong> Coreia que,<br />

depois de tentar se virar de várias maneiras<br />

como aposentado, resolve se fixar no<br />

Timor Leste. Abre um loja de equipamentos<br />

esportivos imaginando ganhar<br />

muito dinheiro. Ledo engano. Como ele<br />

mesmo observa no parque próximo à região<br />

onde mora, os jovens praticam o velho<br />

esporte bretão descalços! Kim-Wong<br />

Kang, o velho jogador, logo percebe que<br />

não vai conseguir na<strong>da</strong> com aqueles pobres<br />

(pobres de recursos, bem entendido)<br />

jogadores.<br />

A indicação <strong>da</strong> obra de Tae-Gyun<br />

Kim ao Oscar é absolutamente compreensível.<br />

Assim como Pacemaker, Um sonho<br />

com os pés descalços é um filme de redenção.<br />

Kim-Wong Kang se envolve com<br />

os meninos, forma um time organizado,


Velho amigo, de Chan-Wook Park.<br />

torna-se seu técnico. Os desdobramentos<br />

já estão insinuados no título <strong>da</strong> obra.<br />

Muito diferentemente, Velho amigo é cinema<br />

de gênero, um thriller noir, um amedrontador<br />

ensaio sobre os limites e consequencias<br />

<strong>da</strong> vingança. Existe aqui e ali<br />

uma influência do cinema de Hong<br />

Kong. O diretor Chan-Wook Park evita<br />

como pode o clichê “violência gera violência”,<br />

“violência não leva a lugar nenhum”<br />

ou coisa pareci<strong>da</strong>. Bem, o filme<br />

não causou repulsa nem quando passou<br />

em Cannes, apesar de uma de sua cenas<br />

provocar um ver<strong>da</strong>deiro choque <strong>cultural</strong>.<br />

Seria conveniente descrevê-la aqui? A<br />

passagem tem a ver com uma certa tradição<br />

coreana de comer animais ain<strong>da</strong> vivos.<br />

Como tradição é tradição, não há<br />

registro (pelo menos até agora) de protesto<br />

de nenhuma enti<strong>da</strong>de de proteção<br />

dos animais, muito menos de algumas<br />

<strong>da</strong>s personali<strong>da</strong>des presentes a Cannes.<br />

Note-se: o presidente do prestigioso festival<br />

francês na ocasião era Quentin Tarantino,<br />

admirador confesso de Park.<br />

Não é de hoje que o cinema coreano<br />

vem atraindo a atenção de críticos e público<br />

no mundo todo. Durante anos e<br />

anos esquecidos em seu próprio país, os<br />

cineastas <strong>da</strong> Coreia emergiram do limbo<br />

Fabricante de escân<strong>da</strong>los, de Hyeong-Cheol Kang.<br />

apenas nos anos 80, depois que Man<strong>da</strong>la<br />

(1981), de Im Kwon-Taek, causou frisson<br />

em festivais europeus. Havia uma certa<br />

ironia nesse reconhecimento tardio. Afinal<br />

de contas, Kwon-Taek estava na ativa<br />

desde 1962, embora sua atenção, no<br />

início <strong>da</strong> carreira, estivesse volta<strong>da</strong> apenas<br />

para filmes B de crime e de ação repleta<br />

de lutas com espa<strong>da</strong>s. As razões para<br />

o renascimento <strong>da</strong> cinematografia coreana<br />

em outras bases, mais volta<strong>da</strong> para<br />

temas relevantes e que refletissem os<br />

problemas contemporâneos de sua socie<strong>da</strong>de,<br />

são históricas e políticas. Depois<br />

de anos de guerra com a Coreia do<br />

Norte e de censura, onde prevaleceram<br />

os filmes de kung fu e de propagan<strong>da</strong><br />

anticomunista, o cenário mu<strong>da</strong> abruptamente<br />

com o assassinato do ditador Park<br />

Chung-Hee, em 1979. As leis marciais<br />

que restringiam o raio de ação dos<br />

realizadores locais são finalmente liberaliza<strong>da</strong>s<br />

em 1985.<br />

A partir de então surge uma nova geração<br />

de promissores realizadores, quase<br />

todos desligados <strong>da</strong> antiga tradição, hegemônica<br />

nos anos 50, de filmes de ação<br />

B, destinados ao público masculino, e<br />

melodramáticas novelas românticas, volta<strong>da</strong>s<br />

para o público feminino. A ética<br />

dos 80 é inteiramente diversa. Nomes<br />

como o de Jang Sun-Woo, próximo esteticamente<br />

do japonês Nagisa Oshima e<br />

do francês Jean-Luc Go<strong>da</strong>rd, estão muito<br />

mais preocupados em passar a limpo a<br />

muitas vezes trágica história social do país.<br />

Temas como o abuso sexual, a ética<br />

capitalista <strong>da</strong> moderna Coreia, a religião<br />

budista, o materialismo consumista etc<br />

são recorrentes nos trabalhos de Sun-<br />

-Woo e de companheiros de geração, como<br />

Park Kwang-Su e Hong Sang-Soo.<br />

Por mais incrível que possa parecer, esse<br />

florescimento de uma cinematografia excitante<br />

e dinâmica já no fim do século<br />

passado fez com que muitos pesquisadores<br />

voltassem o interesse para o resgate<br />

do obscuro cinema realizado na Coreia<br />

nas primeiras déca<strong>da</strong>s do século passado:<br />

um período amador em que os atores faziam<br />

seus trabalhos em troca de sacos de<br />

arroz! Eram os anos 20, a era dos filmes<br />

mudos. Esses atores, quando se tornavam<br />

famosos, eram rotulados de “homens<br />

dos seis sacos anuais”!<br />

mostra de Filmes coreanos 2012<br />

De 30/10 a 4/11 no ccbb (sces, trecho 2).<br />

entra<strong>da</strong> franca, com retira<strong>da</strong> de senhas uma<br />

hora antes de ca<strong>da</strong> sessão. mais informações:<br />

3108.7600.<br />

Fotos: Divulgação<br />

49


50<br />

luz câMERa ação<br />

A filha<br />

do pai<br />

por reYNalDo DomiNgos Ferreira<br />

Talvez o título em português, A filha<br />

do pai, não exprima bem o sentido<br />

poético que o renomado ator<br />

Daniel Auteil, em sua estreia como diretor,<br />

desejou extrair <strong>da</strong> crônica de costumes<br />

interioranos feita pelo romancista<br />

Marcel Pagnol, responsável também pela<br />

primeira versão cinematográfica (1940)<br />

de sua obra literária.<br />

O principal objetivo de Auteil, ao<br />

realizar essa refilmagem de um dos romances<br />

mais populares <strong>da</strong> literatura<br />

francesa, foi certamente o de prestar homenagem<br />

a seu autor, primeiro cineasta<br />

eleito para a Academia Francesa de Letras.<br />

A ele Auteil deve a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de se tornar mun<strong>dia</strong>lmente conhecido<br />

por suas inesquecíveis atuações em Jean<br />

de Florette (1986) como o jovem Ugolin<br />

e, na sequência, Manon des sources, películas<br />

<strong>da</strong> mesma forma ambienta<strong>da</strong>s no<br />

meio rural.<br />

O cenário é o <strong>da</strong> Provence, reproduzi<strong>da</strong><br />

em imagens de Jean-François Robin.<br />

A história, que se passa antes <strong>da</strong> I Guerra<br />

Mun<strong>dia</strong>l, é a de uma jovem de 18 anos,<br />

Patricia Amoretti (Astrid Bergès-Frisbey),<br />

filha de um cavador de poços, Pascal<br />

Amoretti (Daniel Auteil), já prometi<strong>da</strong><br />

em casamento ao aju<strong>da</strong>nte dele, Felipe<br />

Rambert (Kad Merad). Vez por outra,<br />

Felipe faz as refeições na casa do patrão,<br />

que, abandonado pela mulher, cria,<br />

além de Patricia, mais cinco filhos, um<br />

deles ain<strong>da</strong> de colo.<br />

Certo <strong>dia</strong>, Patricia, bonita, de gestos<br />

finos, pois foi cria<strong>da</strong> num colégio em Paris,<br />

ao levar ao campo a comi<strong>da</strong> do pai e<br />

a de Felipe conhece Jacques Mazel (Nicolas<br />

Duvauchelle), um rapaz de 26 anos,<br />

igualmente vistoso e de boas maneiras. A<br />

despeito <strong>da</strong> recusa dela, ele a sustém em<br />

seus braços para transpor as águas de um<br />

riacho, além do qual Pascal e Felipe trabalham<br />

na perfuração de um poço.<br />

Alguns <strong>dia</strong>s depois, no vilarejo, Patricia<br />

vai saber que Jacques é aviador e filho<br />

único do rico casal M. Mazel (Jean-<br />

-Pierre Darroussin) e Mme. Mazel (Sabine<br />

Azèma). Com a far<strong>da</strong> <strong>da</strong> Aeronáutica,<br />

ele demonstra suas habili<strong>da</strong>des, pilotando<br />

um monomotor e fazendo, sob o<br />

aplauso <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e ao som de<br />

uma ban<strong>da</strong> de música, ousa<strong>da</strong>s piruetas<br />

no céu. Então, tudo acontece. Ao ser leva<strong>da</strong><br />

para casa por Jacques, de moto, em<br />

<strong>noite</strong> de luar, Patricia se rende às suas investi<strong>da</strong>s.<br />

Fica grávi<strong>da</strong>, enquanto ele parte<br />

para a guerra. O conflito <strong>da</strong> honra a ser<br />

repara<strong>da</strong> se transfere para o âmbito dos<br />

pais. Os de Jacques se mostram irascíveis<br />

ante o pedido de Pascal, que vai procurá-<br />

-los, acompanhado de Patricia e dos outros<br />

filhos. Eles dizem que não querem<br />

saber <strong>da</strong> criança que vai nascer.<br />

O melodrama de Marcel Pagnol está<br />

de prazo vencido, ou en retard ao contexto<br />

social dos <strong>dia</strong>s atuais. Os 60 anos de-<br />

corridos pesaram muito sobre a vali<strong>da</strong>de<br />

do texto, problema que nem a a<strong>da</strong>ptação<br />

nem a mise en scène de Daniel Auteil, infelizmente,<br />

consegue contornar. O estilo<br />

de narrativa do estreante diretor é, nesse<br />

sentido, bastante antiquado ou de patética<br />

alienação a tudo o que se faz atualmente<br />

em termos de reconstituição de<br />

temas já batidos pela ação do tempo.<br />

De qualquer forma, porém, além do<br />

paisagismo, a película tem como atrativos<br />

uma trilha sonora como sempre brilhante<br />

de Alexandre Desplat, em que se<br />

destaca a canção napolitana Cuore ingrato,<br />

e interpretações de muito bom nível.<br />

Auteil confere digni<strong>da</strong>de a Pascal Amoretti,<br />

interpretado, na versão original,<br />

por Fernandel. Kad Merad faz de Felipe<br />

Rambert uma figura interiorana muito<br />

característica. Jean-Pierre Darroussin e<br />

Sabine Azèma, no desempenho do casal<br />

Mazel, recriam duas criaturas aze<strong>da</strong>s e<br />

cheias de empáfia. Nicolas Duvauchelle<br />

encarna com discrição Jacques Mazel,<br />

que mol<strong>da</strong> suas atitudes pela mesma disciplina<br />

com que atua na vi<strong>da</strong> militar. Astrid<br />

BergèsFrisbey, como Patricia Amoretti,<br />

parece mais uma boneca de biscuit,<br />

frágil e indefesa ante as surpresas<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

a filha do pai (La fille du puisatier)<br />

França/2011, 147min. Direção: Daniel auteil.<br />

roteiro: Daniel auteil e marcel pagnol.<br />

com Daniel auteil, Kad merad, Jean-pierre<br />

Darroussin, sabine azèma, astrid bergès-<br />

Frisbay e Nicolas Duvauchelle.<br />

Divulgação

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