dia & noite: o melhor da programação cultural da ... - Roteiro Brasília
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<strong>dia</strong> & <strong>noite</strong>: o <strong>melhor</strong> <strong>da</strong> <strong>programação</strong> <strong>cultural</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
Ano XI • nº 209<br />
Outubro de 2012<br />
R$ 5,90
em poucas palavras<br />
Para quem deixou pra trás uma megalópole pontilha<strong>da</strong><br />
de arranha-céus e escolheu viver numa ci<strong>da</strong>de planeja<strong>da</strong>,<br />
verde e cerca<strong>da</strong> de horizonte por todos os lados, foi estranho,<br />
desconfortável até, ver crescer, perto do Plano Piloto, a<br />
ci<strong>da</strong>de de Águas Claras. Afinal, ela é a antítese de tudo que<br />
se concebeu no projeto urbanístico de Lucio Costa para o<br />
Plano Piloto. Prédios com mais (muito mais) de seis an<strong>da</strong>res,<br />
ruas estreitas, endereços sem a lógica <strong>da</strong>s nossas SQSs,<br />
SQNs em sequência numérica... enfim, tudo bem diferente.<br />
Pois Águas Claras se impôs, tomou corpo e já é ocupa<strong>da</strong><br />
por mais de 150 mil moradores que a escolheram, entre<br />
outros motivos, pelo conforto de prédios com excelente<br />
infraestrutura de lazer. Em alguns casos, incluindo até<br />
quadras de tênis, de vôlei de praia, espaços gourmet e muitos<br />
outros atrativos capazes de fazer seu morador chegar perto<br />
<strong>da</strong> ansia<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, conceito tão difundido nas<br />
grandes ci<strong>da</strong>des. Sem ignorar os lados negativos dessa<br />
escolha – como trânsito pesado, falta de arborização e<br />
calça<strong>da</strong>s esburaca<strong>da</strong>s –, esses habitantes de arranha-céus<br />
já se mostram totalmente apaixonados pela nova ci<strong>da</strong>de.<br />
Sensíveis a esse fenômeno de 31,5 km2 localizado a<br />
apenas 19 km do Plano Piloto, resolvemos escalar uma<br />
colaboradora <strong>da</strong> <strong>Roteiro</strong> que, coincidentemente, acaba de se<br />
mu<strong>da</strong>r para lá. Ana Cristina Vilela andou pelas ruas, visitou<br />
restaurantes, bares, conversou com as pessoas e nos conta, a<br />
partir <strong>da</strong> página 16, como é, afinal, viver em Águas Claras.<br />
Entre os pontos positivos destacados por ela está o Parque<br />
Ecológico, “um ver<strong>da</strong>deiro oásis, local de busca de equilíbrio,<br />
de relaxamento, de descarregar as energias e o estresse”.<br />
Outro bom lugar para renovar as baterias, nesta recéminicia<strong>da</strong><br />
primavera, é o Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong>, visitado<br />
por Lúcia Leão, que se encantou com a explosão de cores dos<br />
ipês, flamboyants e orquídeas espalhados pelo cerrado, agora<br />
verde. Bom lugar, aliás, para levar as crianças neste outubro<br />
dedicado a elas (página 40).<br />
E não é só, no que se refere aos pequenos. Selecionamos<br />
outros programas bem espertos para comemorar o <strong>dia</strong>,<br />
a semana, o mês deles. As guloseimas estão na página 11;<br />
o divertimento, nas páginas 38 e 39.<br />
Boa leitura e até novembro,<br />
Maria Teresa Fernandes<br />
Editora<br />
40<br />
éprimavera<br />
Neste início de primavera, o Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong><br />
é uma luxuosa opção de lazer para crianças e adultos.<br />
águanaboca<br />
picadinho<br />
garfa<strong>da</strong>s&goles<br />
pão&vinho<br />
doisespressoseaconta<br />
águasclaras<br />
carta<strong>da</strong>europa<br />
<strong>dia</strong>&<strong>noite</strong><br />
<strong>dia</strong><strong>da</strong>scrianças<br />
graves&agudos<br />
queespetáculo<br />
luzcâmeraação<br />
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação <strong>da</strong> Editora <strong>Roteiro</strong> Lt<strong>da</strong> | SIA – Trecho 17, Rua 20, Lote 90 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira<br />
Endereço eletrônico: revistaroteirobrasilia@gmail.com | Editora Maria Teresa Fernandes | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa André<br />
Sartorelli | Colaboradores Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Ana Cristina Vilela, André Sartorelli, Beth Almei<strong>da</strong>,<br />
Cláudio Ferreira, Elaina Daher, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Melissa Luz, Reynaldo Domingos Ferreira,<br />
Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria, Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira, Sérgio Amaral | Impressão Editora Gráfica<br />
Ipiranga Tiragem: 20.000 exemplares | Para anunciar Rachel Formiga (3234.2472 / 8144.9935 / 9959.9935)<br />
www.roteirobrasilia.com.br facebook.com/roteirobrasilia @roteirobrasilia<br />
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Divulgação
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água Na boca<br />
Copa lombo trufa<strong>da</strong>, do L'Affaire (R$ 24,90) Picanha suína trifolati, do Mercado 153 (R$ 34,90)<br />
Chega de preconceito<br />
por beth almeiDa<br />
Costela suína pururuca com farofa<br />
de couve, lombo com marmelo<br />
Pampulha, paillard de picanha<br />
suína à milanesa com risoto de maçã gorgonzola<br />
e passas, confit de pernil com<br />
arroz de alho e salsa de abacaxi, prime rib<br />
de porco recheado com cogumelos no<br />
vinho marsala, porquinho ralado e porquinho<br />
perneta...<br />
Os palmeirenses não precisam ficar<br />
alarmados, porque não se trata de mandinga<br />
de corintiano para que se concretize<br />
a ameaça de rebaixamento do verdão<br />
no Campeonato Brasileiro deste ano. Na<br />
ver<strong>da</strong>de, esses são alguns dos pratos que<br />
44 restaurantes de <strong>Brasília</strong> vão servir durante<br />
a quarta edição do Festival Sabor<br />
Suíno, de 10 a 31 de outubro.<br />
Iniciativa <strong>da</strong> Associação e do Sindicato<br />
dos Criadores de Suínos do Distrito<br />
Federal, em parceria com o Sebrae, a<br />
Abrasel-DF e o Sindhobar, o festival propõe<br />
aos chefs <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de a criação de pratos<br />
exclusivos à base de cortes suínos de picanha,<br />
alcatra, lombo, prime rib e filé mignon,<br />
a preços promocionais de R$ 24,90<br />
e R$ 34,90.<br />
O objetivo é desmitificar preconceitos<br />
relacionados à carne de porco, alguns<br />
muito antigos, como o de que seria uma<br />
carne muito gordurosa ou pouco saudável.<br />
Com o desenvolvimento e a profissionalização<br />
<strong>da</strong> produção de suínos, boa<br />
parte dessas ideias não passa de mito de<br />
um tempo em que porco era sinônimo<br />
de pernil e pertences de feijoa<strong>da</strong>.<br />
“O festival cresce a ca<strong>da</strong> ano e temos<br />
atingido nosso objetivo, que é combater<br />
os preconceitos e prestar um serviço ao<br />
consumidor, oferecendo um produto versátil,<br />
saudável e extremamente saboroso”,<br />
ressalta o presidente <strong>da</strong> DFSuin, Alexandre<br />
Cenci. Pesquisa realiza<strong>da</strong> pela Associação<br />
Brasileira dos Criadores de Suínos<br />
(ABCS) apontou que 49% dos brasileiros<br />
preferem o sabor <strong>da</strong> carne de porco. Apesar<br />
disso, o país possui um baixo consumo<br />
per capita do produto, de apenas<br />
15,1kg ao ano, mesmo sendo a carne suína<br />
a proteína animal mais consumi<strong>da</strong> em<br />
todo o mundo – 39% do total.<br />
Para aproveitar o festival, é só consultar<br />
o site oficial e escolher o restaurante<br />
e o prato de sua preferência.<br />
4 º Festival sabor suíno<br />
De 10 a 31/10 em 44 restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
(relação completa e descrição dos pratos em<br />
www.saborsuino.com.br).<br />
Fotos: Divulgação
por beth almeiDa<br />
Provado e aprovado<br />
Mais dois brasilienses na Associação <strong>da</strong> Boa Lembrança. Mas, por<br />
enquanto, só o Dom Francisco criou o prato que irá representá-lo.<br />
Bacalhau Prata <strong>da</strong> Casa é o prato<br />
que vai representar a rede Dom<br />
Francisco na Associação dos Restaurantes<br />
<strong>da</strong> Boa Lembrança, na qual<br />
acaba de ser admitido junto com outro<br />
restaurante brasiliense, o Villa Tevere, <strong>da</strong><br />
115 Sul. A receita é comemorativa dos<br />
25 anos que o Dom Francisco completará<br />
em 2013. O bacalhau será servido sobre<br />
cama de cebola com batatas e palmitos,<br />
atolado no azeite e regado ao vinagrete<br />
com pimenta malagueta e alho.<br />
O prato é inspirado no que é servido<br />
na família de um amigo de Francisco Ansiliero,<br />
o português Antônio Saramago.<br />
“Como o bacalhau é uma de nossas especiali<strong>da</strong>des,<br />
decidi a<strong>da</strong>ptar essa receita,<br />
acrescentando o vinagrete e o palmito para<br />
quebrar um pouco o sabor acentuado<br />
do bacalhau”, explica Francisco.<br />
Ficou uma delícia, mas quem já estiver<br />
com água na boca terá que esperar pelo<br />
próximo ano. Por enquanto, quem ex-<br />
perimentou aprovou. Os primeiros, como<br />
acontece com quase todos as criações<br />
gastronômicas de Ansiliero, foram os cerca<br />
de 30 amigos que formam “A Canalha”,<br />
como definiu o consultor gastronômico<br />
Marco Antônio Veronese, um dos<br />
integrantes do grupo que se reúne quase<br />
sempre nas tardes de sábado para degustar<br />
as novi<strong>da</strong>des do chef e colocar a conversa<br />
em <strong>dia</strong>. “Às vezes, eles dizem que<br />
querem ficar com os pratos do cardápio<br />
mesmo, aí eu invento na sala<strong>da</strong>”, revela<br />
Francisco, cujo prazer de cozinhar já fez<br />
com que preparasse para uma edição especial<br />
d’A Canalha na<strong>da</strong> menos que 13<br />
pratos diferentes à base de tartaruga.<br />
Os dois restaurantes brasilienses foram<br />
admitidos na Associação <strong>da</strong> Boa<br />
Lembrança no último congresso <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de,<br />
em agosto passado, em Vitória.<br />
Mas a chef do Villa Tevere, Suzana Leste,<br />
ain<strong>da</strong> não decidiu que prato representará<br />
seu restaurante. Os dois farão companhia<br />
ao Oliver, do Clube de Golfe, que também<br />
estreia prato novo no próximo ano.<br />
Composta por 100 integrantes, a associação<br />
foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1994 pelo italiano<br />
Dânio Braga, que quis estimular<br />
no Brasil o hábito de se levar para casa<br />
uma lembrança depois de uma boa refeição.<br />
O Prato <strong>da</strong> Boa Lembrança, que se<br />
tornou uma espécie de troféu para colecionadores,<br />
leva o desenho <strong>da</strong> receita,<br />
pinta<strong>da</strong> a mão no atelier Cerâmica Van<br />
Erven, em Petrópolis.<br />
São muitas as exigências para entrar<br />
nesse seleto clube. A primeira é uma análise<br />
técnica do restaurante, que deve estar<br />
em funcionamento há no mínimo<br />
três anos. A casa deve seguir à risca normas<br />
de higiene e de manipulação dos alimentos.<br />
Conta ponto o fato de o chef ou<br />
proprietário estar presente na rotina do<br />
estabelecimento, que também deve ter o<br />
reconhecimento de formadores de opinião<br />
e especialistas em gastronomia, entre<br />
outros requisitos. “É muito importante<br />
também que o chef esteja engajado<br />
na divulgação <strong>da</strong> boa comi<strong>da</strong>, sem promoção<br />
pessoal”, acrescenta Francisco.<br />
Divulgação<br />
7
8<br />
água Na boca<br />
Carnes gourmet em casa<br />
por beth almeiDa<br />
Ci<strong>da</strong>de forma<strong>da</strong> por migrantes de<br />
todo o país, <strong>Brasília</strong> tem entre<br />
suas peculiari<strong>da</strong>des o hábito de<br />
receber em casa. E nos encontros de fins<br />
de semana o prato principal é quase sempre<br />
churrasco. Para esse grande público, o<br />
BSB Grill firmou uma parceria com seus<br />
fornecedores e passa a comercializar os<br />
mesmos cortes que são servidos no restaurante<br />
para serem preparados em casa.<br />
“Com o BSB Grill Gourmet nós ampliamos<br />
nossa oferta de serviços, <strong>melhor</strong>amos<br />
nossa margem de negociação com<br />
os fornecedores e ain<strong>da</strong> atendemos a<br />
uma clientela que há tempos queria servir<br />
nossas especiali<strong>da</strong>des em casa”, explica<br />
Issa Attiè, um dos proprietários do<br />
restaurante, que funciona em dois endereços,<br />
na 304 Norte e 413 Sul.<br />
São cortes de carnes seleciona<strong>da</strong>s<br />
que, segundo Issa, não podem ser encontrados<br />
em supermercados, entre outras<br />
razões por terem produção limita<strong>da</strong>.<br />
Uma dessas marcas é a Beef Passion, do<br />
engenheiro Antônio Ricardo Sechis, que<br />
cria gado <strong>da</strong>s raças Aberdeen Angus (australiana)<br />
e Wagyu, mais conhecido no<br />
Brasil como Kobe Beef, em referência à<br />
região japonesa de onde se originou a raça.<br />
“Abatemos menos de 200 cabeças de<br />
gado por mês e, dessas, apenas 20 são<br />
Kobe”, calcula Sechis.<br />
O BSB Grill Gourmet oferece ain<strong>da</strong><br />
cortes de cordeiro (carcaça inteira, paleta,<br />
rack ou picanha), de suínos (costelinha,<br />
lombo, coroa e panceta), uma única opção<br />
de peixe (robalo) e cinco tipos de linguiça.<br />
Para acompanhar, delícias árabes como a<br />
célebre esfiha aberta de massa folha<strong>da</strong>, fabrica<strong>da</strong><br />
por parentes de Issa Atiè e Lucio<br />
Bittar, seu sócio, no município goiano de<br />
Anápolis. Além de carne e frango, as esfihas<br />
podem ser também de escarola ou de<br />
ariche (tipo de queijo árabe, também conhecido<br />
como chancliche).<br />
Outra especiali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> casa disponível<br />
no empório do BSB Grill é a batata<br />
suflê, que, ao contato com o óleo quente,<br />
fica estufa<strong>da</strong> e muito crocante. Uma<br />
ótima pedi<strong>da</strong> para acompanhar a carne.<br />
Com tantas opções, basta fazer a lista de<br />
convi<strong>da</strong>dos ou então preparar essas novi<strong>da</strong>des<br />
para a família, já que as carnes também<br />
são vendi<strong>da</strong>s em porções menores,<br />
me<strong>dia</strong>nte acréscimo de 10% no preço.<br />
bsb grill<br />
304 Norte (3326.0976)<br />
413 sul (3346.0036)<br />
o investimento de Ricardo sechis na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> carne que fornece a alguns<br />
poucos restaurantes do país passa por um projeto de pesquisa em parceria com a<br />
Facul<strong>da</strong>de de Engenharia de alimentos <strong>da</strong> unesp (universi<strong>da</strong>de Estadual paulista).<br />
o projeto começou com um trabalho de controle de quali<strong>da</strong>de dos animais, em<br />
que são verificados os nutrientes <strong>da</strong> carne e a localização e quanti<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s gorduras<br />
insatura<strong>da</strong>s, responsáveis pelo que chamam de “marmoreio”, e testes de sabor e maciez,<br />
cujos primeiros resultados serão apresentados no final deste ano.<br />
Resultados acadêmicos, porque os práticos já podem ser verificados à mesa. Bons<br />
exemplos são os bifes de coxão duro e patinho de Kobe, mais macios do que muita<br />
picanha matura<strong>da</strong> e extremamente saborosos.<br />
De sua fazen<strong>da</strong> em cassilân<strong>dia</strong>, no Mato Grosso do sul, saem cortes selecionados<br />
de carnes para três restaurantes paulistanos – entre eles o D.o.M. do chef alex atala e<br />
os brasilienses BsB Grill, Botarga, oliver e parrilla Madrid.<br />
Fotos: Divulgação
10<br />
picaDiNho<br />
carnes do taypá<br />
o chef Marco Espinoza não deixa por menos.<br />
como se não bastasse ter conquistado para<br />
o Taypá, <strong>da</strong> QI 17 do Lago sul, o título de<br />
<strong>melhor</strong> restaurante de comi<strong>da</strong> peruana do<br />
Brasil, acaba de buscar em Lima um reforço<br />
para seu staff: o jovem camilo Bonafon, de<br />
25 anos, com passagens por restaurantes<br />
ba<strong>da</strong>lados como o italiano pinocco, do chef<br />
piero Bertinoti (duas estrelas no Michelin),<br />
o chileno La Viña Indomita, de oscar Tapia,<br />
e o argentino Fusion, de Rafael piqueras.<br />
Ele mal chegou e o Taypá já anuncia um<br />
bocado de novi<strong>da</strong>des em seu cardápio para<br />
contemplar seus clientes, principalmente<br />
os que não consomem frutos do mar, com<br />
pratos como o filé grelhado com molho de<br />
cogumelos e extrato de ervas, o prime rib<br />
macerado em especiarias e azeite de trufa,<br />
grelhado ao molho de cinco pimentas com<br />
trufa, e o ossobuco confitado e servido com<br />
ravioles de espinafre, ricota e nozes (foto).<br />
lagostas e camarões<br />
saborear, uma após outra, 13 receitas de<br />
lagostas e camarões é uma experiência<br />
realmente fascinante. ain<strong>da</strong> mais se essas<br />
iguarias são as mais pedi<strong>da</strong>s pelos clientes<br />
do La plancha, o mais carioca dentre os<br />
restaurantes brasilienses especializados<br />
em frutos do mar. ao preço de R$ 69,90<br />
são servidos, em sequência, seis entra<strong>da</strong>s<br />
(salpicão, casquinha e pastel de lagosta,<br />
pastel de aipim com camarão, casadinho e<br />
sala<strong>da</strong> de camarão) e sete pratos principais<br />
(paella de lagosta com camarão, lagosta<br />
grelha<strong>da</strong> com ervas, moqueca de lagosta,<br />
bobó de camarão, camarão VG ao sal<br />
grosso, camarão grelhado com ervas e<br />
camarão ao molho branco). o 1º Festival<br />
de Lagosta e camarões do La plancha vai<br />
até 10 de dezembro.<br />
Útil e agradável<br />
aprender espanhol cozinhando é um dos<br />
atrativos do projeto que levará o chef<br />
DUO Fotografia<br />
David Lechtig, do El paso Texas, ao Instituto<br />
cervantes (707/907 sul) no próximo <strong>dia</strong> 30,<br />
a partir <strong>da</strong>s 19h30. Falando espanhol, ele<br />
vai ensinar a preparar salteñas de carne,<br />
prato típico <strong>da</strong> Bolívia – massa com recheio<br />
à base de carne, legumes e condimentos<br />
típicos bolivianos, levemente apimenta<strong>da</strong>.<br />
o objetivo do projeto é valorizar a<br />
gastronomia de diferentes países hispânicos<br />
e, ao mesmo tempo, estimular a prática<br />
do idioma. as aulas mensais custam R$ 50,<br />
podendo participar, de ca<strong>da</strong> vez, até 30<br />
alunos. Inscrições a partir do <strong>dia</strong> 22 pelo<br />
telefone 3242.0603.<br />
Novos cortes<br />
com 40 pontos de ven<strong>da</strong> em todo o país,<br />
a rede Bon Grillê acaba de renovar seu<br />
cardápio com cortes grelhados inéditos<br />
em praças de alimentação. O contra-filé,<br />
a fraldinha e o lombo suíno são algumas <strong>da</strong>s<br />
novi<strong>da</strong>des sintoniza<strong>da</strong>s com o novo conceito<br />
<strong>da</strong> marca, cuja proposta é sugerir que o<br />
cliente monte sua refeição como desejar. para<br />
isso, as lojas oferecem 22 tipos diferentes de<br />
grelhados com 18 acompanhamentos, entre<br />
sala<strong>da</strong>s, risotos e massas.<br />
Fora d'água<br />
Esse belo ravióli de lagosta (R$ 55) é uma<br />
<strong>da</strong>s estrelas do Festival peixe Fora D'Água,<br />
que o restaurante de cozinha franco-italiana<br />
La Tambouille, instalado no Espaço Gourmet<br />
do ParkShopping), promove até o final do<br />
mês. Três entra<strong>da</strong>s (R$ 28 a R$ 38) e sete<br />
pratos principais (R$ 55 a R$ 80) foram<br />
criados a partir de ingredientes frescos<br />
e massas prepara<strong>da</strong>s artesanalmente.<br />
“Tenho o hábito de visitar mercados<br />
gastronômicos brasileiros e estrangeiros<br />
quando viajo. o frescor dos alimentos me<br />
inebria. E aqui não foi diferente. Fiquei<br />
muito bem impressionado com os peixes<br />
encontrados em <strong>Brasília</strong>, que se comparam<br />
aos dos bons mercados do mundo”,<br />
comemora o chef Giancarlo Bolla, um<br />
dos proprietários do restaurante.<br />
Divulgação<br />
terça do risoto<br />
até 19 de dezembro o Babel, <strong>da</strong> 215 sul,<br />
servirá às terças-feiras cinco opções de<br />
risotos ao preço de R$ 37 (com direito<br />
ao pudim de cumari de sobremesa).<br />
Bacalhau, tomate seco, lagostim, carne<br />
seca com abóbora, abobrinha, tomate e<br />
mussarela são os ingredientes <strong>da</strong>s receitas<br />
legitimamente italianas cria<strong>da</strong>s pelo chef<br />
Diego Koppe, prepara<strong>da</strong>s na manteiga<br />
e finaliza<strong>da</strong>s com queijo parmesão.<br />
tintos espanhóis<br />
Dia 23, no Instituto cervantes, degustação<br />
de vinhos espanhóis. o o sommelier Daniel<br />
souza, <strong>da</strong> Vintage Vinhos, coman<strong>da</strong>rá<br />
a partir <strong>da</strong>s 19h30 uma cata de tintos<br />
Lacrimus Roble, Lacrimus crianza e arnegui<br />
Reserva, todos <strong>da</strong> região de La Rioja.<br />
Inscrições a partir do <strong>dia</strong> 15, pelo telefone<br />
3242.0603, ao preço de R$ 70.<br />
espumantes brasileiros<br />
Mais de 100 rótulos <strong>da</strong>s principais vinícolas<br />
nacionais, alguns premiados em concursos<br />
internacionais, poderão ser degustados de<br />
19 a 21 deste mês durante o Brin<strong>da</strong> Brasil<br />
– 2º salão do Espumante de <strong>Brasília</strong>, no<br />
pontão do Lago sul. o ingresso, no valor<br />
de R$ 50, dá direito a uma taça para a<br />
degustação dos vinhos, de vários tipos<br />
de salgados com gordura reduzi<strong>da</strong> e do<br />
chocolate belga <strong>da</strong> Kaebisch schokoladen.<br />
Entre os espumantes, destaque para o<br />
Brut Rosé Gran Legado, que será lançado<br />
durante o evento.<br />
miolo mole<br />
Na casa cor <strong>Brasília</strong> 2012, instala<strong>da</strong> no<br />
antigo colégio Fênix, na QI 19 do Lago sul,<br />
os visitantes poderão se refestelar, até 6 de<br />
novembro, com as guloseimas prepara<strong>da</strong>s<br />
Divulgação
pela chef Isabela oliveira, <strong>da</strong> Joaquina<br />
Gourmet. Entre elas, a grande novi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
brigaderia: o Miolo Mole, preparado com<br />
um recheio envolto por uma casquinha de<br />
chocolate. são três sabores: chocolate ao<br />
leite, meio amargo com Baileys e casadinho<br />
(chocolate ao leite com chocolate branco).<br />
Novo point<br />
Foi durante um passeio de lancha pelo Lago<br />
paranoá que nasceu o mais novo espaço<br />
de gastronomia e lazer do pier 21, o Duetto<br />
Lounge & Bar. "Quando ancoramos a lancha<br />
aqui em frente e nos sentamos na grama,<br />
próximo às palmeiras, percebemos que<br />
No Botequim Informal, <strong>da</strong> 410 sul, a farra <strong>da</strong>s<br />
crianças se estenderá até o final do mês. Na compra<br />
de uma mini-pizza<br />
(R$ 14,90) nos<br />
sabores calabresa,<br />
mussarela ou<br />
presunto com<br />
mussarela, o mini<br />
cliente ganha um<br />
mini brigadeiro de<br />
sobremesa (foto).<br />
Divulgação<br />
aquele era o lugar perfeito para um bar<br />
e restaurante descolado como os que<br />
conhecemos em Ibiza, saint Tropez, punta<br />
del Este e outros lugares ba<strong>da</strong>lados pelo<br />
mundo afora”, conta Hugo caetano,<br />
um dos sete sócios do empreendimento.<br />
o projeto arquitetônico foi encomen<strong>da</strong>do<br />
ao designer de interiores Marcel Bucar e o<br />
cardápio ao chef Marcelo piucco. os 600 m2 do Dueto comportam um bar e uma ampla<br />
varan<strong>da</strong>, no térreo, e um ambiente mais<br />
refinado, com música ambiente, no<br />
segundo an<strong>da</strong>r.<br />
mel de jataí<br />
um dos pratos criados pelo dinamarquês<br />
simon Lau, em seu restaurante aquavit, é o<br />
bacalhau ao molho de mel de jataí. Já virou<br />
um clássico em seus menus-degustação e<br />
será servido novamente ao longo deste mês.<br />
simon confessa que adora usar o mel de<br />
jataí, abelha nativa <strong>da</strong>s américas do sul<br />
e central, pois "além de ter um frescor e<br />
uma acidez incríveis, a abelha parece ser<br />
como de costume, vários restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de bolaram<br />
promoções especiais comemorativas do Dia <strong>da</strong>s crianças<br />
Na Pizzaria Baco e no Parrilla Madrid,<br />
<strong>da</strong> 408 sul, pais e mães poderão tomar<br />
tranquilamente um bom vinho enquanto<br />
a moleca<strong>da</strong> se esbal<strong>da</strong> <strong>dia</strong>nte de seus<br />
olhos, no parquinho infantil. para saciar<br />
a fome <strong>da</strong> turma, as <strong>melhor</strong>es opções<br />
são o filezinho (R$ 17,90), o franguinho<br />
e o nhoque ao molho pomodoro,<br />
ambos a R$ 16,90. além disso, os<br />
dois restaurantes, coman<strong>da</strong>dos por<br />
Gil Guimarães, instalaram um mural<br />
de desenhos para a criança<strong>da</strong> liberar<br />
sua criativi<strong>da</strong>de com lápis coloridos<br />
e giz de cera.<br />
bem mais simpática do que sua prima<br />
europeia dominadora, já que não tem<br />
ferrão". Ele confessa que, infelizmente, tem<br />
sido obrigado a ir à "boca de fumo" para<br />
achar o produto, já que não se encontra<br />
esse mel à ven<strong>da</strong>, por não atender aos<br />
padrões <strong>da</strong> anvisa. "portanto", acrescenta,<br />
"não é reconhecido como mel e não pode<br />
ser comercializado como tal, o que é, no<br />
mínimo, um absurdo." Ele conclama:<br />
"Que o mundo inteiro se lambuze de<br />
original Brazilian Honey, pois, além de<br />
muito gostoso, possui um monte de<br />
quali<strong>da</strong>des medicinais!"<br />
Na duas uni<strong>da</strong>des<br />
brasilienses <strong>da</strong> rede<br />
de hamburguerias<br />
The Fifties (pier 21<br />
e Espaço Gourmet<br />
do parkshopping) o<br />
menu infantil oferece<br />
três combos: Rock<br />
(dois mini cheesebugers<br />
e fritas, a R$ 19,80), pop (dois mini dogs e fritas, a R$ 10,90)<br />
e Dance (seis nuggets e fritas, a R$ 16,50). Todos eles podem ser<br />
combinados com refrigerantes (R$ 4), sucos (R$ 5,50 e R$ 5,80) ou<br />
milk-shakes (R$ 14,50). para a sobremesa, a sugestão é a Taça Kids<br />
(sorvete de chocolate, morango, coco, creme ou flocos, a R$ 8,50).<br />
outro restaurante<br />
do Espaço Gourmet<br />
do parkshopping, o<br />
Barbacoa, oferece<br />
o Menu Kids, com<br />
pratos elaborados<br />
especialmente para<br />
as crianças, todos a<br />
R$ 19,80: mini hambúrguer de picanha com spaghetti ao sugo<br />
e batatinhas smiles, peito de frango grelhado com spaghetti,<br />
manteiga e parmesão, acompanhado de batatinhas smiles,<br />
e mini picanha, arroz branco e batatinhas smiles (foto).<br />
Fotos: Divulgação<br />
saint-clair salles<br />
11
12<br />
LuIz RECENA GRASSI<br />
lrecena@hotmail.com<br />
GARFADAS & GOLES<br />
Águas poucas de setembro<br />
É um sol. É um vento. É uma nuvem, um cúmulo cinzento. É chuva na cara. É o vento. É sol de novo. E vento. Areia fina nos olhos.<br />
E vento. É praia limpa outra vez, com direito ao espetáculo de baleias brincando na linha do horizonte. E como são ágeis e leves,<br />
bailarinas, essas baleias! São muitos, enfim, os tons de setembro abrindo a primavera na orla de Salvador, Bahia. Este é um plágio<br />
pobre. Tom vai perdoar o colunista, que só assim escreveu por ter sau<strong>da</strong>des dele e de suas composições. Tonzinho querido. assim<br />
o poetinha Vinicius chamava o Maestro e assim escreveu-lhe carta do porto de Havre, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> num distante sete de setembro. o<br />
poeta morria de sau<strong>da</strong>des do país, de papos de anjo, do Botafoguinho. com sau<strong>da</strong>des do planalto central, sem talento, mas ain<strong>da</strong><br />
com boa memória, o escriba lembra, lembra e lembra. E informa que a primavera na Bahia é chama<strong>da</strong> de verão e começa quando<br />
chega setembro, justo no <strong>dia</strong> sete. É assim e ponto. ponto!<br />
primeira novi<strong>da</strong>de<br />
A barraca do Gordo nem letreiro tem. Não precisa. Todos sabem<br />
que o Gordo está ali. Beira <strong>da</strong> praia, cerveja geladésima, camarão<br />
de bom, ótimo tamanho. Porção farta, alho-óleo, R$ 25. Praia de<br />
Stella Maris, perto do Grande Hotel. Recomendo.<br />
caranguetchê!<br />
O "Caranguejo do Tchê" é a contradição em si. Só na Bahia<br />
poderia vingar um gaúcho, dono de barraca na praia e, agora,<br />
de um bar grande, na saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> praia, porque, em Salvador,<br />
o prefeito Cabeça de Bíblia destruiu a orla <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Pois o<br />
gauchinho abriu o bar faz três semanas. Tem tudo o que os<br />
outros têm, e duas diferenças: chope Heineken e pitu no bafo.<br />
O chope na tulipa de 300ml custa R$ 5,90. Na promoção<br />
de abertura, bebe duas, ganha uma. O pitu, rari<strong>da</strong>de nestas<br />
ban<strong>da</strong>s, exige R$ 128 por um quilo, com pirão. Serve bem<br />
dois bebedores famintos.<br />
pastel e pessoas<br />
O colunista pediu pastel de camarão. Bom, só bom. Não bate os<br />
concorrentes, que oferecem mais volume de recheio (Beach Stop)<br />
ou de sabor (Le Petit Bar). Por seis reais, a relação quali<strong>da</strong>de/<br />
preço é desfavorável ao cliente, quando compara<strong>da</strong> aos outros.<br />
Ponto alto, na abertura de bar novo, são os atendentes, todos<br />
bem jovens, cheios de gás. Mariza e Paulo Henrique na pista,<br />
Manuela na chopeira, Luiz Sérgio na portaria. Todos bons.<br />
Manuela ficará <strong>melhor</strong> quando aprender a tirar chope com<br />
colarinho, muuuiito colarinho.<br />
pisou na espora<br />
Ou faltou assessoria. Ninguém avisou ao gaúcho que o bar<br />
novo dele está na esquina <strong>da</strong> Rua Pasárga<strong>da</strong>, aquela do poeta<br />
pernambucano Manoel Bandeira. Dizia: "Vou-me embora pra<br />
Pasárga<strong>da</strong>/Lá sou amigo do rei/Lá terei a mulher que quero/<br />
Na cama que escolherei". É um ícone <strong>da</strong> poesia nacional, um<br />
vale de sorte para quem chega. Há tempo para recuperação.<br />
bar pasion<br />
Outro <strong>dia</strong> busquei receitas de cozido. Entre várias, a do dr. Paixão<br />
é destaque. No livro de sua lavra, Receitas que eu gosto, a do cozido<br />
é a cara dele: requinta<strong>da</strong> e farta. Muito farta. Vou aplicar o índice<br />
redutor de Simonsen e... seja o que a panela quiser!<br />
e por falar...<br />
Em paixão... onze em ca<strong>da</strong> dez coqueiros de Itapuã sabem que<br />
o dr. Nenê abrirá novo bar em breve, o que não quer dizer <strong>da</strong>ta<br />
marca<strong>da</strong>. Então, <strong>dia</strong> desses, lendo mais uma vez as memórias<br />
do grande cineasta Luis Buñuel, Mi ultimo suspiro, achei essa<br />
passagem: "Em Nova York, nos anos 1940, amigo de Juan<br />
Legrin, tivemos a ideia de abrir um bar chamado Ao tiro<br />
de Canhão. Seria escan<strong>da</strong>losamente caro, o mais caro do<br />
mundo. Nele só haveria drinques sofisticados, incrivelmente<br />
requintados, dos quatro cantos <strong>da</strong> terra. Bar íntimo, confortável,<br />
de bom gosto inatacável, com apenas dez mesas. Em frente<br />
à porta, justificando o nome, um velho canhão, com pavio e<br />
pólvora preta, que faria um disparo, a qualquer hora do <strong>dia</strong> ou<br />
<strong>da</strong> <strong>noite</strong>, sempre que um cliente gastasse mil dólares. O plano<br />
sedutor, pouco democrático, jamais foi executado. A ideia<br />
é de quem pegar. Mas é interessante imaginar um modesto<br />
funcionário <strong>da</strong> Esplana<strong>da</strong>, num prédio vizinho, acor<strong>da</strong>do às<br />
quatro <strong>da</strong> manhã por um tiro de canhão e dizendo pra mulher<br />
deita<strong>da</strong> a seu lado: "Outro sem vergonha acaba de gastar mil<br />
dólares!".
ALEXANDRE FRANCO<br />
pao&vinho@agenciaalo.com.br Obrigado,<br />
PÃO & VINHO<br />
<strong>Brasília</strong>!<br />
Muito tenho a agradecer a <strong>Brasília</strong> pelos bons amigos<br />
que aí fiz, pelos bons momentos que a ci<strong>da</strong>de sempre me<br />
proporciona e, agora, pelo apoio no lançamento do meu<br />
livro.<br />
antes de tudo, ao Gil Guimarães e ao Rodrigo Freire,<br />
do parrilla Madrid, que promoveram o lançamento, na<br />
<strong>noite</strong> de 26 de setembro, mas ain<strong>da</strong> a to<strong>da</strong> a imprensa<br />
especializa<strong>da</strong> que bem divulgou o evento e ain<strong>da</strong> lá<br />
marcou presença, especialmente a Luciana Barbo, a<br />
Mônica Nóbrega e a Liana sabo, entre tantos outros.<br />
E, é claro, aos muitos amigos que lá compareceram<br />
para me prestigiar, dos quais não posso deixar de citar<br />
ao menos o adriano Lopes de oliveira, o Márcio Mourão<br />
e o Ricardo pedreira.<br />
o evento foi regado ao espumante nacional<br />
Imagination, <strong>da</strong> sozo Vinhos, de lin<strong>da</strong> cor doura<strong>da</strong> e<br />
elegantes aromas de panificação; ao Sauvignon Blanc<br />
<strong>da</strong> aracuri, de muito frescor, aromas levemente cítricos<br />
e ótima tipici<strong>da</strong>de gustativa; e, finalmente, ao Malbec<br />
Gouguenheim importado pela almeria, com boa<br />
estrutura, mas com elegância superior à comum aos<br />
Malbecs argentinos, com fruta vermelha madura e bom<br />
pala<strong>da</strong>r. Todos, enfim, ótimos vinhos cedidos pelos<br />
produtores e importadores para engrandecer a <strong>noite</strong>.<br />
Muito obrigado a eles também.<br />
o livro passou a estar disponível também no parrilla<br />
Madrid, além <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> Del Maipo/Brilho e agora na loja<br />
<strong>da</strong> Zahil. aliás, outra presença marcante foi a do sérgio<br />
Resende, <strong>da</strong> Zahil, que eu visitei no <strong>dia</strong> seguinte e que<br />
muito me impressionou, com uma adega completíssima<br />
numa loja temática muito bonita e bem localiza<strong>da</strong>, na<br />
306 sul, onde acertamos de realizar um novo evento do<br />
livro Cem vinhos, sem frescuras no próximo mês.<br />
Voltando agora ao vinho propriamente dito, não posso<br />
deixar de comentar a pequena feira de vinhos do Alentejo à<br />
qual compareci no <strong>dia</strong> 25 de setembro, em são paulo, onde<br />
pude provar alguns bons exemplares desconhecidos para<br />
mim até então, além, é claro, de velhos amigos como os<br />
vinhos do Mouchão, do grande paulo Laureano, e tantos<br />
outros.<br />
Realiza<strong>da</strong> ao final <strong>da</strong> tarde e cair <strong>da</strong> <strong>noite</strong> no Caesar<br />
park <strong>da</strong> Vila olímpia, a feira reuniu 20 produtores <strong>da</strong>quela<br />
região, que apresentaram mais de cem rótulos aos que lá<br />
marcaram presença. Vale notar que o alentejo já é a região<br />
portuguesa mais presente em nosso mercado de vinhos<br />
e continua crescendo à incrível taxa de 16% ao ano.<br />
Representa hoje 60% dos vinhos portuguesas em terras<br />
brasileiras.<br />
ao menos dois vinhos, <strong>da</strong>queles que eu ain<strong>da</strong> não<br />
conhecia, devo comentar: primeiramente o Inevitável <strong>da</strong><br />
casa de santa Vitória, uma vinícola ain<strong>da</strong> nova mas que<br />
já mostra, com esse vinho, que veio para ficar. Um vinho<br />
de bom corpo, com estrutura equilibra<strong>da</strong> por boa acidez,<br />
aromas a frutas escuras e com toques de chocolate e<br />
tabaco. Boca redon<strong>da</strong>, mas potente, acompanha muito<br />
bem carnes vermelhas e pratos portugueses, inclusive<br />
o também inevitável bacalhau.<br />
E a Quinta do Zambujeiro marcou presença com seu<br />
Terra do Zambujeiro, de cor púrpura, com nariz intenso<br />
a frutas vermelhas maduras, com toque de especiarias,<br />
grande estrutura e final persistente. Mais que tudo<br />
saboroso, com fundo de boca doce. Excelente para<br />
a gastronomia de pratos com "peso de boca", mas<br />
também perfeito para o voo solo, para a meditação.<br />
13
14<br />
CLáuDIO FERREIRA<br />
claudioferreira_64@hotmail.com O<br />
DOIS ESPRESSOS E A CONTA<br />
olho do dono<br />
uma <strong>da</strong>s coisas boas de morar na mesma ci<strong>da</strong>de por<br />
muito tempo é conhecer donos e garçons dos restaurantes<br />
preferidos. É bom chegar para um almoço ou jantar e ser<br />
recebido com um sorriso diferenciado, do comerciante ou<br />
do garçom, que te veem como um cliente bacana, fiel e<br />
disposto a gastar para ter um bom serviço. Na<strong>da</strong> a ver<br />
com privilégios, furar fila para conseguir a <strong>melhor</strong> mesa,<br />
se esmerar no estilo "puxa-saco" ou coisas do tipo. apenas<br />
o reconhecimento de uma relação que, no <strong>melhor</strong> dos<br />
mundos, é boa para os dois lados.<br />
Diz o ditado que o olho do dono é que engor<strong>da</strong> o<br />
gado. Em vários restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, os proprietários<br />
e sócios levam a sabedoria popular à risca. Os irmãos<br />
Rappel, Bruno e Mauro, por exemplo, batem ponto<br />
incansavelmente na casa <strong>da</strong> 210 Norte, sempre atentos<br />
a tudo que acontece e dispostos a um bate-papo com o<br />
cliente. sempre alerta também estão David e Roberto, que<br />
se revezam nas diversas uni<strong>da</strong>des do El paso Texas – de<br />
um sorriso aberto para o cliente, David mu<strong>da</strong> rapi<strong>da</strong>mente<br />
de expressão quando tem que resolver um problema de<br />
última hora. Depois, o sorriso volta como se na<strong>da</strong> tivesse<br />
acontecido.<br />
Alguns donos têm cancha de relações públicas. Marcelo<br />
Melo, do café savana (116 Norte), tem vários olhos:<br />
um na cozinha, outro no caixa e muitos outros no<br />
atendimento aos clientes, dos mais antigos aos recémconquistados.<br />
Nunca faz ar de cansado, tem pique<br />
invejável. Energia inesgotável tem também Joel, sócio do<br />
café Martinica (303 Norte), que parece adivinhar os gostos<br />
dos clientes, anima os desanimados, comemora com os<br />
felizes...<br />
Garçons e garçonetes aju<strong>da</strong>m nessa política de boa<br />
vizinhança. Quando reconhecem os clientes que batem<br />
ponto na mesma casa várias vezes segui<strong>da</strong>s, puxam papo,<br />
contam as novi<strong>da</strong>des do cardápio e dão dicas especiais.<br />
pena que alguns exagerem na intimi<strong>da</strong>de, como a<br />
garçonete que, ao receber uma reclamação sobre um<br />
copo sujo, saiu-se com esta: "pois é, o senhor paga os<br />
olhos <strong>da</strong> cara aqui e ain<strong>da</strong> acontece isso...". a ideia é<br />
aju<strong>da</strong>r o estabelecimento, e não atrapalhar, não é?<br />
Do mesmo modo, não agrega na<strong>da</strong> ao restaurante<br />
ter um dono do tipo "feitor de escravos". Vi um desses<br />
(ou <strong>melhor</strong>, uma dessas) outro <strong>dia</strong>, num self-service <strong>da</strong><br />
asa Norte. a ca<strong>da</strong> 15 segundos ela gritava com um dos<br />
empregados, pedindo uma providência urgente, fazendo<br />
uma pergunta, chamando a atenção de um deles. Todos<br />
corriam para atendê-la, esbaforidos, sem saber o que<br />
fazer. pior para o clima no restaurante, que, pelo menos<br />
para os clientes, não <strong>melhor</strong>ou em na<strong>da</strong>.<br />
o olho do dono, na ver<strong>da</strong>de, tem que ser quase<br />
imperceptível. Entre uma e outra pita<strong>da</strong> de relações<br />
públicas, ele vai observando o comportamento dos<br />
empregados e a deman<strong>da</strong> dos clientes. checa a quali<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> comi<strong>da</strong>, vê o que funciona <strong>melhor</strong> e anota o que<br />
precisa ser <strong>melhor</strong>ado. Dá uma espia<strong>da</strong> na decoração<br />
para detectar exageros, está atento também ao que destoa<br />
no ambiente. Mas não vale lavar roupa suja enquanto<br />
o freguês ain<strong>da</strong> está pagando a conta. a cartilha <strong>da</strong><br />
elegância recomen<strong>da</strong> conversas priva<strong>da</strong>s com garçons,<br />
cozinheiros e cia. Isso pode motivar a equipe a se esforçar<br />
mais, para que, <strong>da</strong> próxima vez que aquele mesmo cliente<br />
voltar, perceba a diferença.
16<br />
Viver em<br />
Águas Claras<br />
por aNa cristiNa vilela<br />
Fotos roDrigo oliveira<br />
Do alto, pela janela do avião, à primeira vista a ci<strong>da</strong>de de Águas Claras é apenas um mar<br />
de prédios, 520 já construídos ou em construção. À sua margem norte, um coração verde:<br />
o parque Ecológico. a impressão perdura, porque colide com a imagem do plano piloto,<br />
com seus prédios baixos e suas quadras repletas de verde. Águas claras é uma ci<strong>da</strong>de nova, ain<strong>da</strong><br />
em construção, a 19 quilômetros do plano, ao lado de Taguatinga e do Guará, amplamente atendi<strong>da</strong><br />
pelo metrô. Uma opção sofistica<strong>da</strong> e mais em conta de mora<strong>dia</strong>, escolhi<strong>da</strong> principalmente<br />
por uma geração mais jovem.<br />
ao entrar na ci<strong>da</strong>de pela primeira vez, é praticamente inevitável não se perder, ao menos até<br />
encontrar uma lógica para o seu trânsito e ruas. Mais uma vez, a diferença com a lógica do plano<br />
piloto confunde. Águas claras, com uma área de aproxima<strong>da</strong>mente 31,5 km2 , é um labirinto a<br />
ser desven<strong>da</strong>do calmamente. o primeiro passo é saber que a aveni<strong>da</strong> araucárias, a partir <strong>da</strong> EpTG,<br />
desce, atravessando a ci<strong>da</strong>de. E a Castanheiras sobe. Básico. Essas vias são de mão única desde<br />
janeiro de 2009, bem como os boulervards que margeiam a linha do metrô.
os trilhos do metrô dividem a ci<strong>da</strong>de<br />
em lados sul e norte. as ruas são numera<strong>da</strong>s<br />
seguindo um modelo: ruas 20 sul, 21<br />
sul, 20 Norte, 21 Norte... Já as aveni<strong>da</strong>s,<br />
alame<strong>da</strong>s e praças têm um toque de<br />
poesia, contrapondo-se aos arranha-céus.<br />
São nomes inspirados na flora e na fauna<br />
brasileiras: araucárias, castanheiras, Flamboyant,<br />
Ipê amarelo, Jequitibá, pau-Brasil,<br />
paineiras, pitangueiras, Bem-te-Vi.<br />
a ci<strong>da</strong>de segue paralelamente ao metrô,<br />
que tem três estações em operação:<br />
arniqueiras, Águas claras e concessionárias.<br />
o metrô é opção para muitos, com<br />
ou sem carro, por causa do trânsito pesado<br />
na EpTG nas horas de pico. porém,<br />
17
18<br />
águas cLaRas<br />
infelizmente, o trem vindo de ceilân<strong>dia</strong><br />
segue sempre lotado nessas mesmas horas<br />
de pico e já pede, urgentemente, um reforço.<br />
o mesmo vale para o que segue a<br />
partir de samambaia. Mesmo assim, optar<br />
pelo metrô é evitar o estresse do trânsito e<br />
retirar carros <strong>da</strong>s ruas. Reali<strong>da</strong>de metropolitana,<br />
de ci<strong>da</strong>de com cara de ci<strong>da</strong>de.<br />
o que mais tem o maior canteiro de<br />
obras <strong>da</strong> américa Latina, cuja implantação<br />
foi autoriza<strong>da</strong> em 1992 por lei distrital?<br />
além do metrô, a ci<strong>da</strong>de oferece seus prédios.<br />
sim, os prédios são os grandes atrativos,<br />
pois foi criado em Águas claras um<br />
novo conceito de mora<strong>dia</strong> no Distrito Federal.<br />
academia, piscina, sauna, cozinha<br />
gourmet, salão de festas, churrasqueiras,<br />
às vezes no térreo, às vezes com vista, no<br />
alto, playground, “redário”, área para leitura,<br />
sala de informática, sala de cinema,<br />
quadras de vôlei de praia e de tênis, área<br />
para massagens etc. são sinônimos, hoje,<br />
de conforto e pratici<strong>da</strong>de.<br />
a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, prédios com<br />
apartamentos mais amplos, assim como<br />
suas varan<strong>da</strong>s e vagas na garagem, são<br />
grandes atrativos. o fato de os prédios<br />
terem vagas foi, por exemplo, o que levou<br />
o empresário Ronaldo Luís Gonçalves a<br />
se mu<strong>da</strong>r <strong>da</strong> asa Norte para Águas claras.<br />
Vindo de são paulo, estranhou a falta<br />
de garagens nos prédios do plano piloto:<br />
“Já aqui eles sempre têm garagem”. para<br />
sua esposa, a gerente de ven<strong>da</strong>s Letícia<br />
Gonçalves, a opção foi em<br />
virtude do preço e <strong>da</strong> localização.<br />
“a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />
aqui é <strong>melhor</strong>, valeu a pena.<br />
Quando viemos para cá,<br />
tínhamos que ir ao plano<br />
piloto para fazer muita coisa,<br />
mas hoje não temos mais<br />
necessi<strong>da</strong>de de ir lá para<br />
praticamente na<strong>da</strong>”.<br />
O casal e o filho Pedro<br />
Luís, de 6 anos, moram do<br />
lado do parque, aonde vão<br />
a pé, e onde pedro gosta de<br />
an<strong>da</strong>r de bicicleta e de brincar.<br />
Às vezes, os três param<br />
sob a sombra de uma árvore.<br />
Ronaldo e Letícia relaxam<br />
e se entregam à leitura, enquanto<br />
pedro se diverte com<br />
seus jogos e brinquedos. outras<br />
vezes, vão para o parquinho. Ronaldo<br />
também an<strong>da</strong> de bicicleta no parque to<strong>da</strong>s<br />
as <strong>noite</strong>s. o <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong> do casal e sua<br />
opção são o espelho clássico do que geralmente<br />
leva as pessoas para Águas claras.<br />
a ci<strong>da</strong>de vertical, cheia de arranha-<br />
-céus, orna o parque, criando uma ilha<br />
verde. o comércio geralmente se estabelece<br />
em galerias, sob os prédios, quase o<br />
mesmo princípio do comércio no plano<br />
piloto. Em um mesmo prédio pode-se encontrar<br />
pa<strong>da</strong>ria, frutaria, farmácia, salão<br />
de beleza, lan house, lojas com material<br />
para pequenos reparos e reformas. o<br />
essencial perto de casa, podendo-se ir a<br />
pé. os bares e os restaurantes aumentam<br />
a ca<strong>da</strong> <strong>dia</strong>, criando polos. um deles é o
shopping Quê!, onde estão o armazém<br />
do Ferreira, o Dona Lenha e o american<br />
prime, entre outros.<br />
Luigi Damando, proprietário do restaurante<br />
santa Brasa, ressalta que Águas<br />
claras tem potencial para 200 mil pessoas<br />
<strong>da</strong>s classes a e B, o que mostra sua capaci<strong>da</strong>de<br />
comercial. calcula-se que, hoje,<br />
já sejam mais de 150 mil habitantes. E,<br />
segundo pesquisa Distrital por amostra de<br />
Domicílios (pnad), realiza<strong>da</strong> pela codeplan<br />
em 2010, a ren<strong>da</strong> domiciliar mensal é de<br />
18 salários mínimos, pouco mais de 11<br />
mil reais. Entre 2004 e 2010, a população<br />
de Águas claras saltou de 43.623 para<br />
135.685 habitantes, também segundo<br />
<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Pnad, o que significa uma taxa<br />
de crescimento anual superior a 20%,<br />
contra 2,3% em todo o Distrito Federal.<br />
Morador <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de há três anos e<br />
meio, Luigi sempre estudou e trabalhou<br />
no plano piloto, tendo vivido em Taguatinga<br />
e no park Way. Não foi somente<br />
o potencial econômico de Águas claras<br />
que o conquistou, mas também o custo-<br />
-benefício e a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>: “No meu<br />
prédio tenho quadra e professor de tênis,<br />
piscina, academia, duas vagas na garagem”,<br />
resumiu. porém, também há reclamações<br />
dos moradores: faltam maior zelo,<br />
calça<strong>da</strong>s, arborização, policiamento,<br />
mais transporte, hospitais e delegacias de<br />
polícia efetivamente em funcionamento.<br />
além <strong>da</strong> parte vertical, a ci<strong>da</strong>de também<br />
é composta pelo bairro do areal e<br />
pelo setor Habitacional arniqueiras, que<br />
compreende arniqueiras, Vere<strong>da</strong> <strong>da</strong> cruz<br />
e Vere<strong>da</strong> Grande. pela ci<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> existem<br />
quase 400 lotes vazios. os prédios<br />
chegam a 30 an<strong>da</strong>res, ou mais. Morar no<br />
décimo sexto an<strong>da</strong>r, por exemplo, causa<br />
um estranhamento em quem passou anos<br />
vivendo, no máximo, até o sexto an<strong>da</strong>r.<br />
olhar Taguatinga do alto, suas luzes<br />
to<strong>da</strong>s ao a<strong>noite</strong>cer, escutar ao longe o<br />
barulho do metrô, chegar do trabalho e ir<br />
para a academia, depois entrar na piscina,<br />
marcar um filme com os amigos no cinema<br />
do prédio ou um jantar na cozinha<br />
gourmet, e até se perder no próprio prédio,<br />
são sensações estranhas para quem<br />
se habituou ao plano piloto. Águas claras<br />
é, de fato, uma nova maneira de viver, ao<br />
menos no que se refere ao Distrito Federal.<br />
Ronaldo Luís, Letícia e o filho Pedro Luís: sossego durante o <strong>dia</strong> e ciclismo à <strong>noite</strong> no Parque Ecológico.<br />
No Eigthies Pub, onde predomina o público jovem, a música ao vivo anima as <strong>noite</strong>s de quarta a sábado.<br />
saiba mais<br />
projeta<strong>da</strong> pelo arquiteto e urbanista paulo Zimbres, Águas claras começou a ser<br />
construí<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 1990. Em dezembro de 1992, a Lei nº 385 autorizou a<br />
implantação do Bairro de Águas claras na Região administrativa de Taguatinga<br />
(Ra III) e aprovou o respectivo plano de ocupação. com a criação de novas regiões<br />
administrativas pelo Governo do Distrito Federal, a Lei nº 3.153 transformou Águas<br />
claras em Ra ao desmembrá-la <strong>da</strong> área de Taguatinga, em 6 de maio de 2003.<br />
19
20<br />
águas cLaRas<br />
cercado de prédios, entre os<br />
mais altos de <strong>Brasília</strong>, o parque<br />
Ecológico de Águas claras, com<br />
680 mil metros quadrados, é um recanto<br />
de paz, ativi<strong>da</strong>des físicas, contemplação,<br />
leitura, brincadeiras, reunião de amigos<br />
e familiares. Recebe não somente os<br />
moradores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, mas de regiões<br />
administrativas vizinhas, pois é uma<br />
<strong>da</strong>s poucas opções de lazer ecológico<br />
e ao ar livre por perto. a arborização e<br />
a vegetação nativa criam um ambiente<br />
convi<strong>da</strong>tivo, aconchegante. a opção<br />
de muitos é simplesmente sentar-se<br />
à sombra, tomar uma água de coco<br />
e esquecer o mundo lá fora, o trânsito,<br />
o <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong>, o trabalho.<br />
o contraste <strong>da</strong> natureza com a<br />
barreira de arranha-céus é mais uma<br />
imagem estranha ao mundo no plano<br />
piloto, onde parques e ci<strong>da</strong>de parecem<br />
se misturar, estar um no outro, até<br />
mesmo pela altura dos prédios, que<br />
não criam um muro.<br />
No parque de Águas claras o urbano<br />
fica, de fato, do lado de fora. Como se,<br />
ao entrar no parque, surgisse outro<br />
espaço, isolado, distante. um lugar<br />
Um oásis<br />
entre arranha-céus<br />
completamente à parte, leve, com<br />
crianças sorridentes, pessoas tranquilas,<br />
esportistas com adrenalina lá em cima,<br />
cachorros acompanhados de seus donos,<br />
ciclistas, esqueitistas, casais de idosos à<br />
sombra em suas cadeiras de praia. Tudo o<br />
que há normalmente em outros parques,<br />
porém cercado de uma tranquili<strong>da</strong>de<br />
mais intensa, de certa harmonia.<br />
“o pessoal é muito tranquilo, amo<br />
trabalhar aqui, está ficando ca<strong>da</strong> <strong>dia</strong><br />
<strong>melhor</strong>, e ain<strong>da</strong> tem essas árvores, essa<br />
alegria”, comenta Leia Xavier, moradora<br />
de Taguatinga, proprietária há mais de<br />
dez anos <strong>da</strong> Barraca Verde, onde vende<br />
pastéis e água de coco.<br />
Entre os visitantes, há aqueles que<br />
seguem logo para o vôlei de praia, mas<br />
muitos preferem mesmo é ficar quietos,<br />
batendo um bom papo. É o caso <strong>da</strong><br />
professora Érika Raiol e de sua irmã Vera<br />
Lúcia del Castilo, aposenta<strong>da</strong>, moradoras<br />
de Samambaia. Enquanto a filha de Érika<br />
não se desgru<strong>da</strong> do playground, ela e a<br />
João Eterno e o filho Gabriel se divertem jogando futevôlei quase todos os <strong>dia</strong>s no Parque de Águas Claras.
irmã tomam água de coco e conversam<br />
exatamente sobre o parque. “Estávamos<br />
falando que falta uma opção como essa<br />
para nós em samambaia. Águas claras é<br />
uma ci<strong>da</strong>de vertical, sem outras opções<br />
de mora<strong>dia</strong>, mas aqui há essa liber<strong>da</strong>de.<br />
o parque ganha muito pela arborização”,<br />
declara Érika. Em sua primeira visita, Vera<br />
garante: “Estou amando”.<br />
o parque tem quadras desportivas,<br />
playground, área para praticar ginástica,<br />
churrasqueiras e trilhas para caminha<strong>da</strong><br />
e ciclismo. criado em 2000 por projeto<br />
de lei do GDF, conta, ain<strong>da</strong>, com uma<br />
pequena mata ciliar, que acompanha<br />
os riachos que cruzam a área, e está<br />
repleto de árvores frutíferas planta<strong>da</strong>s por<br />
antigos chacareiros que ali habitavam.<br />
Há também dois lagos onde somente é<br />
permiti<strong>da</strong> a contemplação. porém, com a<br />
seca, ficam desolados. Voltam a encher<br />
no período <strong>da</strong>s chuvas.<br />
uma antiga piscina está abandona<strong>da</strong>.<br />
apenas uma cratera no chão, o que<br />
é uma pena. Faltam também alguns<br />
cui<strong>da</strong>dos com o espaço, algum zelo. Mas<br />
na<strong>da</strong> disso retira a beleza do parque, que<br />
tem uma aura, certo encantamento mais<br />
parecido com o do pequeno, muito bem<br />
cui<strong>da</strong>do e belo parque olhos d’Água,<br />
no final <strong>da</strong> Asa Norte, no Plano Piloto.<br />
a parte que lembra o parque <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong>de (também no plano) é a dos<br />
esportes. É por lá que João Eterno e seu<br />
filho Gabriel, de 10 anos, se divertem<br />
jogando futevôlei juntos. Gabriel, aliás,<br />
corre para confirmar que seu pai é quem<br />
cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa, <strong>da</strong> cozinha etc, enquanto a<br />
mãe trabalha fora. João mora em Águas<br />
claras há cinco anos, vindo de pontalina,<br />
Goiás, de onde se mudou em virtude do<br />
trabalho <strong>da</strong> esposa: “a gente sentiu mais<br />
segurança e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Vamos<br />
trabalhar de metrô, precisa apenas<br />
<strong>melhor</strong>ar em alguns pontos, como o<br />
trânsito”. O filho Gabriel conta que vai<br />
e volta todos os <strong>dia</strong>s de metrô para a<br />
21
22<br />
águas cLaRas<br />
escola, na asa sul. “É rápido”, avalia.<br />
João, que joga futevôlei <strong>dia</strong>riamente, vê<br />
o parque como “a vi<strong>da</strong> de Águas claras”<br />
e garante que se tivessem que se mu<strong>da</strong>r<br />
não sabe para onde iriam.<br />
Mais que adepto do futevôlei e do<br />
parque, onde é frequentador assíduo<br />
há nove anos, é claudevan Ferreira,<br />
mais conhecido como Tapioca, campeão<br />
brasileiro de futevôlei, em 2010, e <strong>melhor</strong><br />
jogador do mundo na Holan<strong>da</strong>, em 2008.<br />
claudevan, que é natural de Maceió,<br />
ensina o esporte nas areias do parque,<br />
pela administração de Águas claras.<br />
“Hoje, percebo que as famílias estão<br />
vindo mais, também cresceu muito a<br />
prática de esportes, corri<strong>da</strong>, bicicleta,<br />
futebol, vôlei.” para ele, um dos<br />
problemas do lugar, que precisa ser<br />
resolvido, é a falta de estacionamento<br />
para quem vai de carro.<br />
Entre pequenos problemas aqui e ali e<br />
encantos vários, o parque de Águas claras<br />
é um ver<strong>da</strong>deiro oásis, local de busca de<br />
equilíbrio, de relaxamento, de descarregar<br />
as energias e o estresse. Desde uma<br />
primeira visita, fica evidente a diferença do<br />
ambiente com outros parques do Distrito<br />
Federal. a vontade é de entrar, sentar e lá<br />
ficar por horas, sob as árvores, lendo,<br />
vendo o tempo passar, assistindo às<br />
brincadeiras de crianças, à movimentação<br />
lenta de quem quer parar um pouco a<br />
correria coti<strong>dia</strong>na. Depois, comer um<br />
pastel na Barraca Verde, tomar uma água<br />
de coco e voltar para casa renovado.<br />
Campeão<br />
brasileiro de<br />
futevôlei<br />
em 2010,<br />
Claudevan<br />
Ferreira,<br />
o Tapioca<br />
(à esquer<strong>da</strong>,<br />
na foto), é<br />
frequentador<br />
assíduo do<br />
parque, onde<br />
ensina a prática<br />
do esporte.
24<br />
Um mercado<br />
gastronômico<br />
O baby back ribs e<br />
as caipiroskas do<br />
American Prime.<br />
Fotos: Divulgação<br />
as expectativas para o futuro gastronômico<br />
de Águas claras são<br />
muitas, tanto que a ci<strong>da</strong>de será a<br />
sede do escritório <strong>da</strong> associação Brasileira<br />
de Bares e Restaurantes-DF sul, que inclui<br />
Águas claras, Taguatinga, Vicente pires,<br />
ceilân<strong>dia</strong>, samambaia e park Way. a associação<br />
acredita em um novo polo gastronômico,<br />
com grande capaci<strong>da</strong>de de desenvolvimento,<br />
cujo centro é Águas claras.<br />
a ideia inicial, segundo o presidente<br />
<strong>da</strong> abrasel-DF sul, Ruben Ferreira <strong>da</strong><br />
costa, era criar uma associação de bares<br />
e restaurantes em Águas claras, mas,<br />
ao final, optou-se pela Abrasel, já conso-<br />
li<strong>da</strong><strong>da</strong> e com grande força de atuação.<br />
a associação estará funcionando a partir<br />
do <strong>dia</strong> 15. “a região como um todo,<br />
tanto Águas claras quanto Taguatinga,<br />
tem muitas casas abrindo. É, sim, um<br />
novo polo”, enfatiza.<br />
Rubinho, como é conhecido, não foi<br />
escolhido presidente por um acaso. Ele<br />
é proprietário, há sete anos, de um dos<br />
mais antigos restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, batizado<br />
com seu nome. a especiali<strong>da</strong>de do<br />
Restaurante e Pizzaria do Rubinho é<br />
o filé à parmegiana, mas também serve<br />
pizzas, massas, carnes e peixes. o chef<br />
Ruben costa é formado em artes culinárias<br />
pela sheri<strong>da</strong>n Technical center, <strong>da</strong><br />
Flóri<strong>da</strong> (Eua), que atua no ramo de alimentação<br />
desde 1991. o restaurante,<br />
simples e com ambiente mais “família”,<br />
está sempre cheio.<br />
No shopping one, na aveni<strong>da</strong> castanheiras,<br />
fica o Santa Brasa, franquia de<br />
uberaba já em funcionamento também<br />
em Londrina e Goiânia e prestes a inaugurar<br />
novas uni<strong>da</strong>des em uberlân<strong>dia</strong> e são<br />
paulo. aberto há seis meses, mudou<br />
de dono há dois. Agora, tem à frente<br />
Luigi Damando, e a cozinha está sob o<br />
comando do chef Bené Reis. o destaque<br />
<strong>da</strong> casa são as carnes nobres como o bife<br />
ancho e o bife de chorizo. Mas, para atender<br />
a uma deman<strong>da</strong> de família, foram<br />
criados pratos para quatro pessoas, servidos<br />
aos domingos. um dos exemplos é a<br />
paleta de cordeiro, assa<strong>da</strong> com minicebola<br />
em seu próprio molho com hortelã, acompanha<strong>da</strong><br />
de mini-batata, espaguete com<br />
brócolis ao alho e óleo (R$ 135,90). outro<br />
é o filé de pesca<strong>da</strong> amarela, grelhado, ao<br />
molho de camarão (R$ 62,90). para beber,<br />
vinhos <strong>da</strong> art du Vin. Há, ain<strong>da</strong>, pratos
águas cLaRas<br />
emergente<br />
executivos durante a semana (a partir de<br />
R$ 14,90), com cartão fideli<strong>da</strong>de.<br />
com capaci<strong>da</strong>de para até 102 pessoas<br />
senta<strong>da</strong>s, o Santa Brasa tem música ambiente<br />
durante a <strong>noite</strong>. Terça e sábado<br />
são <strong>dia</strong>s de MpB ao vivo com alexandre<br />
prates. Às quintas tem pop-rock ao vivo,<br />
ambiente. E às sextas um lounge. Também<br />
serão promovidos eventos temáticos,<br />
como o <strong>dia</strong> de degustação de vinhos,<br />
com vários rótulos a preço de custo.<br />
Em frente ao prédio está se consoli<strong>da</strong>ndo<br />
uma praça onde serão instalados<br />
quiosques, estacionamento e pista de<br />
corri<strong>da</strong>, o que vai valorizar ain<strong>da</strong> mais o<br />
empreendimento. uma grande vantagem<br />
do lugar é que o prédio tem vagas de estacionamento<br />
que podem ser usa<strong>da</strong>s pelos<br />
clientes. Bem ao lado, segundo Luigi,<br />
será inaugura<strong>da</strong> uma nova Gordeixos.<br />
o All Dublin, na aveni<strong>da</strong> parque<br />
Águas claras, tem ambiente agradável<br />
e bem decorado, com mezanino, salão e<br />
varan<strong>da</strong>. Com música ambiente e boa cerveja,<br />
é excelente escolha para um encontro<br />
com amigos. uma de suas atrações<br />
é a Terça Irlandesa, com música típica,<br />
atrativos especiais e promoção de dez<br />
produtos a R$ 10. Inaugurado em setembro<br />
de 2009, serve, à la carte, filé mignon<br />
grelhado com arroz na manteiga, purê<br />
de batata e sala<strong>da</strong> (para duas pessoas,<br />
R$ 54,90). Dos pratos irlandeses, destaque<br />
para o irish stew, típica carne de<br />
panela (R$ 59,90), para o irish potato,<br />
com recheio de estrogonofe de filé<br />
(R$ 19,50), e os inevitáveis fish & ships<br />
(R$ 35,50) e onion rings (R$ 19,90).<br />
se a preferência é por comi<strong>da</strong> árabe,<br />
Águas claras também tem. É o Empório<br />
árabe, na aveni<strong>da</strong> castanheiras, de proprie<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> jovem Lí<strong>dia</strong> cambuy perides,<br />
de apenas 23 anos. Lí<strong>dia</strong> aprendeu a cozinhar<br />
com a avó, começando pelo carneiro<br />
marroquino, um dos grandes sucessos do<br />
restaurante, inaugurado, na ver<strong>da</strong>de, há<br />
seis anos, em Taguatinga. “a mu<strong>da</strong>nça para<br />
Águas claras veio a pedido dos clientes,<br />
há dois anos, e foi uma ótima opção”,<br />
afirma. Segundo os cálculos de Lí<strong>dia</strong>, a<br />
procura pela casa tem aumentado muito<br />
e já cresceu cerca de 40%.<br />
as sugestões de Lí<strong>dia</strong> são o carneiro<br />
marroquino, desfiado, com nozes, cebola<br />
e cebolinha, acompanhado de arroz com<br />
aletria e batata sauté (R$ 30,50). outra<br />
dica é o filé de cordeiro ao molho de<br />
vinho do porto, acompanhado de arroz<br />
O generoso rodízio de<br />
galeto e o ambiente<br />
rústico e acolhedor são<br />
os principais atrativos<br />
do Bangalô.<br />
Fotos: Divulgação<br />
25
26<br />
águas cLaRas<br />
A tradicional carne de sol do Severina.<br />
com lentilha, <strong>da</strong>masco e farofa de<br />
frutas secas (R$ 37). Também podem<br />
ser comprados ali vários ingredientes <strong>da</strong><br />
gastronomia árabe, como folha de uva,<br />
tahine, semolina e doce de gergelim.<br />
para um cardápio bem brasileiro, o<br />
Severina, também na castanheiras. Há<br />
um ano na ci<strong>da</strong>de, mudou de endereço<br />
recentemente. conhecido dos brasilienses<br />
há mais de 30 anos, é para quem gosta<br />
de comi<strong>da</strong> nordestina, como a tradicional<br />
carne de sol. uma exclusi<strong>da</strong>de de Águas<br />
claras é o café <strong>da</strong> manhã nordestino,<br />
servido aos sábados e aos domingos.<br />
Já o Bangalô, aberto em março deste<br />
ano, foi transformado recentemente em<br />
galeteria. o proprietário, Fabiano Muniz<br />
Brandão, mora em arniqueiras há quatro<br />
anos, vindo <strong>da</strong> asa sul. além de querer<br />
morar em casa, a escolha foi pauta<strong>da</strong> pelo<br />
perfil dos moradores e de Águas Claras:<br />
“população jovem, diferencia<strong>da</strong>, com<br />
grande poder aquisitivo, e uma ci<strong>da</strong>de que<br />
oferece possibili<strong>da</strong>des de crescimento”. No<br />
início, o Bangalô trabalhava com pratos<br />
diversos, mas Fabiano optou há dois<br />
meses pelo galeto, que custa R$ 24,80<br />
por pessoa de segun<strong>da</strong> a sexta-feira e<br />
R$ 28,80 nos finais de semana. “A aceitação<br />
tem sido muito grande. Tem vindo<br />
muita gente até do plano piloto”, comemora<br />
Fabiano. o ambiente é aconchegante,<br />
estilo rústico, com espaço para as<br />
crianças, não só externo, com pula-pula,<br />
mas também interno, com brinquedos,<br />
DVD e uma monitora.<br />
outro ambiente agradável e agregador<br />
de bares e restaurantes é o shopping<br />
Quê!, onde a parte de lazer fica vira<strong>da</strong><br />
para a área externa. Lá estão a Trattoria<br />
Peluso, o Dona Lenha, a Capo<strong>da</strong>nno<br />
Pizze e o Amerincan Prime, especializado<br />
em carnes. No cardápio do american prime,<br />
cortes de gado angus, costelinha de<br />
porco e sobremesas, entre as quais se<br />
destacam o brownie servido em taça banha<strong>da</strong><br />
com chocolate quente e duas bolas<br />
de sorvete e chantilly, além <strong>da</strong>s tortas<br />
de profiteroles e limão.<br />
a “caipirinha” de uísque é um dos<br />
destaques <strong>da</strong> carta de drinques criados<br />
pelo barman Júlio Romário. Projetado pela<br />
arquiteta alessandra Leite, o ambiente exibe<br />
traços retos e contemporâneos, com a<br />
Luís Xavier<br />
utilização de tijolo inglês, viroc<br />
(um painel de cimento, de superfícies<br />
planas e duras), vidro e aço inox.<br />
Águas claras também tem Pizza<br />
César, Grande Muralha, Pizza à<br />
Bessa, Torteria di Lorenza, Sushiloko...<br />
o Sensei é para os aficionados<br />
em temaki. pequeno e agradável, tem<br />
cerveja long neck, saquê e um excelente<br />
temaki envolto em salmão e flambado no<br />
maçarico, o carro-chefe <strong>da</strong> casa. Ótimo<br />
para um lanche rápido e um bate-papo.<br />
Fica na araucárias, no Real Quality, vizinho<br />
ao Johnnie Special Burger, presente<br />
também na asa sul e no sudoeste.<br />
Para se comer um bom hambúrguer,<br />
outra ótima opção é o Cumarim, mais<br />
uma casa na araucárias, aberta em 2008.<br />
o proprietário, José antônio Moreira,<br />
conta que Águas claras aconteceu por<br />
acaso em sua vi<strong>da</strong>. Queria mesmo era<br />
abrir algo no plano piloto, mas o dinheiro<br />
não <strong>da</strong>va, não tinha sócio e não conseguiu<br />
alugar um espaço. aí veio a possi-<br />
Picanha suína com risoto de legumes, do Santa Brasa<br />
Muito em breve Águas claras vai ganhar mais um espaço, desta vez exclusivamente gastronômico. É o Mirante plaza Gourmet,<br />
nas proximi<strong>da</strong>des do Banco do Brasil e <strong>da</strong> Caixa Econômica, próximo à Estação Arniqueiras, na Aveni<strong>da</strong> Araucárias. Um prédio<br />
em L, com espaço livre de convivência, que vai abrigar a cervejaria Devassa, os restaurantes peixe na Rede e Brasil<br />
Vexado, a temakeria Koni store, as lanchonetes Marvin e Marietta, a boutique de carnes Dona picanha e a<br />
Nata de Minas, pa<strong>da</strong>ria e empório, com pães, bolos especiais e embutidos mineiros.<br />
a previsão de inauguração é 10 de novembro, o que não quer dizer que to<strong>da</strong>s as casas serão abertas na<br />
<strong>da</strong>ta, explica Jorge Lessa, um dos sócios do empreendimento. segundo ele, as expectativas são boas.<br />
“Quando criamos o espaço, queríamos, em um só local, boas casas, com boas opções para a ci<strong>da</strong>de.<br />
acho que as chances de sucesso são grandes”, acredita.<br />
Quem vai montar um negócio no Mirante plaza é o jornalista Fernando Luz, em socie<strong>da</strong>de com sua<br />
esposa, Christiane Fleury. Eles optaram por abrir uma filial do Peixe na Rede, marca já consoli<strong>da</strong><strong>da</strong><br />
no plano piloto e no sudoeste. a escolha, antes de mais na<strong>da</strong>, foi como cliente <strong>da</strong> casa. “conheço<br />
o peixe desde o começo”, diz Fernando, que antes teve a ideia de abrir o restaurante num shopping,<br />
até que surgiu a oportuni<strong>da</strong>de em Águas claras. o casal decidiu, inclusive, se mu<strong>da</strong>r para Águas claras,<br />
para um prédio bem do lado do Mirante. “Temos uma expectativa de sucesso, até porque o peixe na Rede é uma experiência bem-sucedi<strong>da</strong>,<br />
com um público ligado a uma alimentação saudável, mas saborosa. Assim, esperamos replicar to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> empresa”, prevê Fernando<br />
Luz, numa referência aos pratos de baixa caloria do Peixe na Rede, como esse filé de tilápia grelhado com gergelim.
Gril dedo<br />
de moça,<br />
do Cumarim<br />
bili<strong>da</strong>de de começar em Águas claras.<br />
“E só fui perceber que foi a <strong>melhor</strong> coisa<br />
no segundo ano, pois cresci devagar, sem<br />
cometer erros que teria cometido no plano”,<br />
avalia. o negócio deu tão certo que<br />
Águas claras já está recebendo outra loja,<br />
perto do shopping Quê!.<br />
portanto, são muitas as opções para<br />
quem mora em Águas claras ou quer descobrir<br />
a ci<strong>da</strong>de. Quase todos os restaurantes<br />
estão na araucárias e na castanheiras<br />
ou muito próximo a elas. Na ver<strong>da</strong>de, a<br />
ci<strong>da</strong>de gira em torno dessas duas aveni<strong>da</strong>s.<br />
portanto, se for an<strong>da</strong>r por suas ruas,<br />
sempre com fama de complica<strong>da</strong>s, basta<br />
lembrar que, pegando a castanheiras, vai<br />
sair na EpTG. E <strong>da</strong> EpTG desce pela araucárias.<br />
por essas duas vias muito se descobre<br />
sobre essa ci<strong>da</strong>de que ain<strong>da</strong> tem muito<br />
a crescer, mas que já mostra a que veio.<br />
Divulgação<br />
restaurante e pizzaria do rubinho<br />
rua D, Quadra 301, conjunto 1 (3435.3002)<br />
almoço: 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 11h30 às 15h.<br />
Jantar: 3ª a sábado, <strong>da</strong>s 18h às 23h30.<br />
santa brasa<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras – one park mall<br />
(3202.6017). 3ª a 6ª, a partir <strong>da</strong>s 17h; sábados,<br />
domingos e feriados, a partir <strong>da</strong>s 12h.<br />
gordeixos<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 305 – maggiore<br />
shopping (3435.6565). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 18 às<br />
24h; domingos e feriados, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />
al Dublin<br />
Quadra 301, conjunto 4 (3964.6582).<br />
3ª a 6ª e vésperas de feriados, a partir <strong>da</strong>s<br />
17h; sábados, a partir <strong>da</strong>s 12h; domingos<br />
e feriados, a partir <strong>da</strong>s 11h30.<br />
empório árabe<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – edifício villa<br />
mall (3436.0063). Diariamente, <strong>da</strong>s 10 às 24h.<br />
severina<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 980 – edifício áqua<br />
(3027.2767). 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 11 às 16h;<br />
5ª a sábado, até as 22h.<br />
bangalô<br />
Quadra 301, conjunto 6 (3047.2444).<br />
De domingo a 5ª, <strong>da</strong>s 11h30 às 24h; 6ª e<br />
sábado, <strong>da</strong>s 11h30 às 2h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
trattoria peluso<br />
shopping Quê! (3042.2585). 2ª a 5ª, <strong>da</strong>s<br />
16h até o último cliente; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s<br />
12h até o último cliente.<br />
Dona lenha<br />
shopping Quê! (4141.4446). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s<br />
12 às 15h e <strong>da</strong>s 18 às 24h; sábado e<br />
domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />
capo<strong>da</strong>nno pizze<br />
shopping Quê! (3436.2288). 2ª a domingo,<br />
<strong>da</strong>s 18 à 1h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
american prime<br />
shopping Quê! (3042.0888). Diariamente, <strong>da</strong>s<br />
12 às 24h. almoço executivo de 2ª a 6ª feira<br />
(exceto feriados), <strong>da</strong>s 12 às 17h.<br />
pizza césar<br />
shopping Quê! (3352.0500). Diariamente,<br />
<strong>da</strong>s 12 às 15h e <strong>da</strong>s 18 às 24h.<br />
grande muralha<br />
shopping Quê! (3436-7318). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 12 às<br />
15h e <strong>da</strong>s 18 às 22h; sábado, <strong>da</strong>s 12 às 16h e<br />
<strong>da</strong>s 18 às 22h.<br />
pizza à bessa<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 980 – edifício áqua<br />
(3435.8833). Diariamente, <strong>da</strong>s 18 às 24h.<br />
torteria di lorenza<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – edifício villa mall<br />
(3435.3885). Diariamente, <strong>da</strong>s 9 às 22h.<br />
sushiloko<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />
Quality (3568-3850). De domingo a 5ª, <strong>da</strong>s 12<br />
às 24h; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s 12h à 0h30.<br />
sensei<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />
Quality (3382.1610). Diariamente, <strong>da</strong>s 13 às 2h<br />
<strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
Johnnie special burger<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1325 – edifício real<br />
Quality (3383.3900). Diariamente, <strong>da</strong>s 12 à 1h<br />
<strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
cumarim<br />
aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong>s araucárias, lote 305 – maggiore<br />
shopping (3964-5584). Diariamente, <strong>da</strong>s 12h<br />
às 23h30.<br />
27
28<br />
De bar em bar<br />
Faz tempo que era necessário sair de<br />
Águas claras para se divertir. Hoje, a<br />
ci<strong>da</strong>de conta com bares sofisticados,<br />
botecos para a turma to<strong>da</strong>, pubs, cervejarias.<br />
E muita gente tem saído de Taguatinga,<br />
do plano piloto e de outras ci<strong>da</strong>des<br />
vizinhas para descobrir esse roteiro ain<strong>da</strong><br />
novo, incipiente até, mas instigante. Tem<br />
boa música, boa cerveja, ótimos petiscos,<br />
bons drinques e gente bonita. Tudo o que<br />
uma vi<strong>da</strong> noturna precisa.<br />
pode-se começar descendo a aveni<strong>da</strong><br />
araucárias. primeira para<strong>da</strong>: shopping<br />
Quê!, com o já clássico Bar do Ferreira.<br />
apesar de ser um shopping, os bares e os<br />
restaurantes ficam na área externa, ao ar<br />
livre, o que torna o ambiente muito mais<br />
agradável. Fim de tarde pede um chope<br />
bem gelado, <strong>da</strong>queles que só o Bar do<br />
Ferreira tem. Depois, para jantar, é só<br />
atravessar a “rua” e seguir para o american<br />
prime, entre outras opções.<br />
Mas se a ideia é seguir na cerveja, uma<br />
sugestão é pegar a aveni<strong>da</strong> araucárias e<br />
descer até o Edifício Real Quality. Lá tem o<br />
Mestre Cervejeiro, com as básicas cervejas<br />
do mercado e petiscos, entre eles a codorna<br />
imperial, à passarinho, acompanha<strong>da</strong> de<br />
batata frita e de molho de mostar<strong>da</strong> com<br />
mel (R$ 22,90), a costela de porco defuma<strong>da</strong><br />
(R$ 39,90) e a linguiça fina de frango<br />
com mandioca cozi<strong>da</strong> (R$ 23,90).<br />
agora, se a turma for bem grande e<br />
quiser muita gente por perto, o já tradicional<br />
Piratas, na aveni<strong>da</strong> castanheiras, é a<br />
opção para a galera do agito. o espírito do<br />
bar lembra um pouco o do pôr do sol, na<br />
asa Norte. os mais jovens param por ali. a<br />
casa costuma ficar lota<strong>da</strong>, principalmente<br />
nas <strong>noite</strong>s de sábado. Tem torres de cerveja,<br />
chope, cervejas especiais, chope de vinho,<br />
caipirinhas e caipiroskas. Também<br />
tem samba ao vivo com feijoa<strong>da</strong> aos sábados<br />
e transmissão de jogos do Brasileirão.<br />
se a turma preferir um lugar mais so-<br />
fisticado, com boa música e excelentes petiscos,<br />
o endereço certo é o Primeiro Bar,<br />
localizado no shopping one, com suas caipiras<br />
de cachaça, saquê e vodka nacional e<br />
importa<strong>da</strong> (R$ 8,90 a R$ 19,90). Tem de<br />
frutas verdes (kiwi, uva e limão), uva com<br />
manjericão mais picolé de lima, caju e muito<br />
mais. Entre os drinques clássicos, Dry<br />
Martini (R$ 13,90), Manhattan (R$ 15,90)<br />
e uísque (de R$ 9,90 a R$ 13,90). cervejas:<br />
Devassa (R$ 7,90), Baden Baden (R$ 22,90),<br />
Eisebahn (R$ 9,90) e chope (R$ 4,70).<br />
No som, ritmos variados ao vivo: na<br />
terça, mo<strong>da</strong> de viola; na quinta, rock<br />
acústico; sábado à tarde, Rafael Lima e<br />
muita música baiana; à <strong>noite</strong>, pop-rock;<br />
domingo, feijoa<strong>da</strong> rega<strong>da</strong> a samba com
Juliana Carvalho (de preto) e as amigas não perdem as bala<strong>da</strong>s do Eighties. Rita de Cássia (no centro, ao lado <strong>da</strong> filha Júlia) com amigos no Primeiro Bar.<br />
o grupo can<strong>da</strong>ngueros. sexta-feira é <strong>dia</strong><br />
de DJ com músicas diversifica<strong>da</strong>s.<br />
uma <strong>da</strong>s sugestões de petiscos feitas<br />
por João augusto Nicolazzi, gestor <strong>da</strong> casa,<br />
são os <strong>da</strong>dinhos de tapioca, com receita<br />
importa<strong>da</strong> do Mocotó, em são paulo, uma<br />
mistura de tapioca com queijo coalho<br />
(R$ 19,90). E o confusão, que une em um<br />
só prato vários petiscos, entre eles os <strong>da</strong>dinhos,<br />
coxinhas esgarça<strong>da</strong>s, chips de mandioca,<br />
pão de queijo com pernil e costelinhas<br />
black swan (R$ 39,90).<br />
Quem gosta muito <strong>da</strong> casa é a empresária<br />
Rita de cássia, moradora de Águas<br />
claras há oito anos, e seus amigos: a pesquisadora<br />
Kelly Mulder e o marido, o psicólogo<br />
Derrick Mulder, que vivem na ci<strong>da</strong>de<br />
há um ano; Thiago Pires, representante<br />
de cerveja, morador do Guará; e o advogado<br />
alex santos. “Gosto muito <strong>da</strong>qui<br />
e gosto muito de Águas claras, apesar<br />
de que ain<strong>da</strong> precisa <strong>melhor</strong>ar bastante<br />
em vários aspectos”, analisa Rita. E quem<br />
vem de outra ci<strong>da</strong>de, como é o caso de<br />
Thiago pires, vem por quê? “Vim atrás<br />
do bar mesmo”, confessa.<br />
para quem quer mais tranquili<strong>da</strong>de,<br />
uma excelente opção é o All Dublin (na<br />
foto à direita), com Guinness 440 ml no<br />
cardápio (R$ 16,90), além <strong>da</strong> já quase<br />
brasileira stella artois (R$ 6,10) e <strong>da</strong>s<br />
Bohemias Weiss, Escura e confraria, a<br />
(R$ 7,50). De petisco, as sugestões são o<br />
fish cake, bolinho de mandioca recheado<br />
com bacalhau (R$ 20,50) e a costela BBQ,<br />
costelinha suína ao vinho (R$ 33,90).<br />
agora, se a ideia é esticar a <strong>noite</strong> um<br />
pouco mais, o jeito é voltar para a araucárias,<br />
lá do lado do Mestre cervejeiro.<br />
primeiro, o Harém, uma ótima pedi<strong>da</strong><br />
para reunir os amigos. com dois an<strong>da</strong>res,<br />
ambientes com varan<strong>da</strong> e área para fumantes,<br />
o bar se destaca pela arquitetura<br />
moderna e serve diversos drinques e chope<br />
bem gelado, além de oferecer um variado<br />
cardápio, com saborosos petiscos e pratos.<br />
Mas a <strong>melhor</strong> opção para quem quer<br />
ir <strong>noite</strong> adentro é mesmo o Eighties Pub<br />
(finais de semana, R$ 25 para homens e<br />
R$ 15 para mulheres; meio de semana,<br />
R$ 15 e R$ 10, respectivamente). Inaugu-<br />
rado há dois anos e meio, o bar começou<br />
com uma agen<strong>da</strong> mais liga<strong>da</strong> ao pop-rock,<br />
com shows com paulo Miklos, galera do<br />
Kid abelha e Nasi (do Ira!), entre outros.<br />
Mas, segundo o cantor paulo Mesquita,<br />
agenciador <strong>cultural</strong> <strong>da</strong> casa, depois de algum<br />
tempo eles viram que o público pe<strong>dia</strong><br />
diversi<strong>da</strong>de. assim, o Eighties criou uma<br />
<strong>programação</strong> diversifica<strong>da</strong> para os <strong>dia</strong>s <strong>da</strong><br />
semana. Às quartas, rola rock cover clássi-<br />
co; às quintas, sertanejo; às sextas e sábados,<br />
pop-rock. as ban<strong>da</strong>s residentes são a<br />
paulo Mesquita e os Brancos e a satisfaction.<br />
paulo conta que a casa começou muito<br />
bem e assim continua. “Hoje, temos público<br />
não só <strong>da</strong>qui, mas também do plano<br />
piloto”. para ele, Águas claras é uma ci<strong>da</strong>de<br />
jovem, mas já com uma boa movimentação<br />
<strong>cultural</strong>. os clientes, com i<strong>da</strong>de entre 30 e<br />
50 anos, mostram o perfil do morador <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong>de. para o aniversário de três anos, a<br />
casa terá novamente no palco algum nome<br />
nacional, ain<strong>da</strong> não definido.<br />
as amigas Juliana carvalho, dentista, de<br />
Águas claras, a analista de sistemas Viviane<br />
Araújo, a analista de soluções Vívian Araújo<br />
e a empresária Mirna Lopes, moradoras de<br />
Taguatinga sul, e a empresária christiane<br />
Müller, do Guará II, unem-se sempre para<br />
sair em Águas claras e um dos pontos preferidos<br />
é o Eighties. Juliana mora na ci<strong>da</strong>de<br />
há três anos, vin<strong>da</strong> de anápolis. Escolheu o<br />
29
30<br />
águas cLaRas<br />
local por indicação de uma amiga. “Gosto<br />
muito <strong>da</strong>qui, a ci<strong>da</strong>de está crescendo rapi<strong>da</strong>mente<br />
e você já acha tudo o que quer”.<br />
Mirna diz que Taguatinga tem poucas opções<br />
e que também gosta muito de Águas<br />
claras. “a gente vem sempre para cá, gostamos<br />
muito <strong>da</strong> satisfaction, mas também<br />
vamos a outros bares como o primeiro”,<br />
acrescenta, em consonância com a turma.<br />
Mas a ci<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> tem muito mais<br />
escondido em suas galerias. aos poucos,<br />
novas casas vão surgindo. Na aveni<strong>da</strong><br />
Flamboyant, pertinho <strong>da</strong> unieuro, abriu<br />
recentemente um Chopp Time. E tem<br />
ain<strong>da</strong> o Poizé, na aveni<strong>da</strong> castanheiras.<br />
aqui termina a rota dos bares. ou<br />
começa. Aos que ficaram ocultos pelas<br />
ruas e galerias <strong>da</strong> pequena, porém<br />
fértil Águas claras, continuaremos<br />
nossas buscas. a todos,<br />
vi<strong>da</strong> longa. E que muitos outros<br />
venham, porque, por agora,<br />
as casas estão quase sempre<br />
cheias. Mas o <strong>melhor</strong> de tudo<br />
é que a ci<strong>da</strong>de começa mesmo<br />
a ter uma vi<strong>da</strong> noturna completamente<br />
independente do plano piloto.<br />
sim, há vi<strong>da</strong> noturna além <strong>da</strong>s asas.<br />
bar do Ferreira<br />
shopping Quê! (3042.2585)<br />
Diariamente, <strong>da</strong>s 12 às 3h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
mestre cervejeiro<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, 1325 – ed. real Quality<br />
(3046.2317). Das 10 às 2h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />
piratas<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 (3541.9005)<br />
3ª a 5ª, <strong>da</strong>s 16 às 24h; 6ª, <strong>da</strong>s 16 às 2h; sá-<br />
bado, <strong>da</strong>s 12 às 2h; domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />
primeiro bar<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras – one park mall<br />
(3028.4366). 3ª a 5ª, <strong>da</strong>s 18 à 1h; 6ª, <strong>da</strong>s 18<br />
às 2h; sábado, <strong>da</strong>s 12 às 2h; domingo, <strong>da</strong>s<br />
12 às 22h.<br />
al Dublin<br />
Quadra 301 (3964.6582). 3ª a 6ª e vésperas<br />
de feriados, a partir <strong>da</strong>s 17h; sábados, a partir <strong>da</strong>s<br />
12h; domingos e feriados, a partir <strong>da</strong>s 11h30.<br />
harém<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, lote 1.445 (3381.0883)<br />
2ª a 5ª, <strong>da</strong>s 18 às 24h; 6ª e sábado, <strong>da</strong>s 18 às 2h;<br />
domingo, <strong>da</strong>s 12 às 24h.<br />
eighties pub<br />
aveni<strong>da</strong> araucárias, 1325 – ed. real Quality<br />
(3382.1719). 4ª a sábado, a partir <strong>da</strong>s 17h30;<br />
domingo, a partir <strong>da</strong>s 15h30.<br />
chopp time<br />
aveni<strong>da</strong> Flamboyant, 24 (3797.0096). 3ª a 6ª, <strong>da</strong>s 16<br />
à 1h; sábado, <strong>da</strong>s 12 à 1h; domingo, <strong>da</strong>s 12 às 22h.<br />
poizé<br />
aveni<strong>da</strong> castanheiras, 1060 – ed. villa mall<br />
(3036.5437). 2ª a 6ª, <strong>da</strong>s 18 às 3h; sábado e<br />
domingo, <strong>da</strong>s 12 às 3h <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.
32<br />
carta Da europa<br />
Os Borgonhas<br />
por silio boccaNera, De loNDres<br />
Que se cuidem os fãs de vinhos <strong>da</strong><br />
Borgonha encantados por leilões<br />
de garrafas preciosas que supostamente<br />
contêm o produto de safras bem<br />
sucedi<strong>da</strong>s em passado recente ou remoto.<br />
Especialistas denunciam que as falsificações<br />
dominam o mercado. A enganação<br />
resulta de ativi<strong>da</strong>de profissional de quem<br />
sabe forjar rótulos, recolocar rolhas e encher<br />
as garrafas com produtos bons mas<br />
nem tanto, porém capazes de enganar<br />
até especialistas. Ou seja, os golpistas não<br />
enchem as garrafas com vinho vagabundo<br />
e barato e sim com produtos de quali<strong>da</strong>de,<br />
mas distantes do original, sobretudo<br />
no preço.<br />
O respeitado produtor francês Laurent<br />
Ponsot, que se deu ao trabalho de investigar<br />
o assunto, afirma que 80% dos Borgonhas<br />
pré-1980 à ven<strong>da</strong> em leilões hoje são<br />
falsos. Um dos casos mais escan<strong>da</strong>losos<br />
resultou na prisão este ano, pelo FBI, de<br />
um conhecido colecionador, Rudy Kur-<br />
do Dr. Conti<br />
niawan, chamado no métier de Dr. Conti,<br />
devido à sua preferência pelo renomado<br />
Romanée-Conti. De origem chinesa e<br />
indonésia, Rudy morava em Los Angeles<br />
com a mãe, em elegante mansão compra<strong>da</strong><br />
com a ren<strong>da</strong> dos falsos Borgonhas vendidos<br />
em leilões, mas na ver<strong>da</strong>de se chamava<br />
Zhen Wang Huang e era imigrante<br />
ilegal, alvo de ordem de deportação emiti<strong>da</strong><br />
pelo governo americano. Ele ignorou a<br />
decisão oficial e trocou de identi<strong>da</strong>de.<br />
A fascinação de Rudy ou Zhen pelos<br />
vinhos surgiu depois, quando ele conheceu<br />
alguns enófilos <strong>da</strong> Califórnia que o<br />
apresentaram a produtos raros e caros.<br />
Aperfeiçoou seu conhecimento e desenvolveu<br />
o pala<strong>da</strong>r, até aos poucos descobrir<br />
os caminhos escusos de ganhar dinheiro<br />
na compra e ven<strong>da</strong> de garrafas admira<strong>da</strong>s.<br />
Aproveitou-se <strong>da</strong> febre de leilões povoados<br />
de nouveaux riches querendo se exibir<br />
com a compra de produtos caros. Rudy<br />
comprou e vendeu vinhos, criou um nome<br />
no mercado, tornou-se presença regular<br />
em degustações e nos grandes leilões,<br />
sobretudo em Nova York.<br />
Segundo pessoas próximas, Rudy<br />
chegou a gastar um milhão de dólares<br />
por mês em sua ativi<strong>da</strong>de de provadorcomprador-vendedor<br />
de vinho. Dava festas<br />
nababescas, inclusive uma pelo aniversário<br />
de 60 anos de sua mãe, no caríssimo<br />
restaurante Mélisse, de Los Angeles, regado<br />
a vinhos de sua coleção. Vestia ternos<br />
Hermés, dirigia uma Ferrari e um Bentley.<br />
Segundo um participante, Rudy organizou<br />
um evento no também caríssimo<br />
restaurante Cru, de Nova York, onde até<br />
hoje se realizam leilões de vinhos raros.<br />
Durante quatro <strong>dia</strong>s, ele e alguns convi<strong>da</strong>dos<br />
consumiram vasta quanti<strong>da</strong>de de vinhos<br />
famosos, inclusive Mouton Roth-<br />
child 1945, Jaboulet Hermitage La Chapelle<br />
1961, La Tâche 1971, Romanée-<br />
Conti 1964, Guigal Côte-Rôtie La Mouline<br />
1978. A conta atingiu 250 mil dólares<br />
e foi paga por Rudy com um cartão American<br />
Express Preto (sem limite de uso).<br />
Um detalhe que chamou a atenção<br />
do restaurante foi o pedido de Rudy para
que lhe enviassem to<strong>da</strong>s as garrafas vazias.<br />
Ele viria a repetir esse pedido to<strong>da</strong> vez que<br />
bebia no Cru, e o restaurante admite ter<br />
despachado várias caixas de garrafas vazias<br />
para a casa dele em Los Angeles. Mas como<br />
eram vinhos bebidos e pagos por ele,<br />
o Cru atendeu o pedido durante algum<br />
tempo, até tomar a decisão, manti<strong>da</strong> até<br />
hoje, de simplesmente destruir garrafas<br />
consumi<strong>da</strong>s.<br />
Num leilão de 2006, em Nova York,<br />
Rudy vendeu 35 milhões de dólares em vinhos.<br />
Dois anos depois, preten<strong>dia</strong> vender<br />
268 garrafas de Borgonhas produzidos<br />
por casas conceitua<strong>da</strong>s como Armand<br />
Rousseau, George Roumier e Laurent<br />
Ponsot, mas este último resolveu ir ao leilão<br />
em pessoa, porque desconfiou <strong>da</strong> autentici<strong>da</strong>de<br />
de algumas garrafas de sua maison<br />
anuncia<strong>da</strong>s para ven<strong>da</strong> naquele <strong>dia</strong>.<br />
O que mais despertou suspeita em<br />
Ponsot foi a presença de alguns grand<br />
crus (a designação de mais alta quali<strong>da</strong>de)<br />
levados por Rudy, com safras de anos em<br />
que a casa não os tinha produzido. Uma<br />
garrafa de 1929 era de um vinho só fabricado<br />
ali depois de 1934. Outras 38 garrafas<br />
eram do grand cru Clos Saint-Denis<br />
de 1945 a 1971, mas Ponsot só começou<br />
a produzi-los em 1980.<br />
A suspeita foi suficiente para que<br />
aqueles produtos fossem retirados do leilão,<br />
que seguiu em frente com outros vinhos,<br />
mas até então Rudy era apenas visto<br />
como vítima de terceiros, talvez uma rede<br />
internacional de golpistas mais profissionais.<br />
Laurent Ponsot decidiu investigar o<br />
assunto a fundo e, aos poucos, chegou à<br />
conclusão de que a origem <strong>da</strong> pilantragem<br />
era o próprio Rudy. Apesar de tornar pública<br />
sua acusação, Ponsot não obteve providências,<br />
e Rudy continuou em ação.<br />
Finalmente, a polícia federal americana,<br />
FBI, entrou no circuito e enviou um<br />
agente à França para falar com Ponsot.<br />
Convencidos <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de de Rudy<br />
no golpe, os americanos o prenderam<br />
em Arca<strong>dia</strong>, subúrbio de Los Angeles.<br />
Uma busca em sua casa revelou equipamento<br />
para realizar o engodo, desde garrafas<br />
vazias de vinhos raros ver<strong>da</strong>deiros<br />
até máquinas para criar rótulos falsos.<br />
Ele importava por atacado <strong>da</strong> França<br />
grandes quanti<strong>da</strong>des de Borgonhas dos<br />
anos-chave, repassados na ocasião pelos<br />
chateaux a negociantes locais autorizados<br />
a vender misturas do produto, sem as<br />
marcas de prestígio. Essa prática foi interrompi<strong>da</strong><br />
em 1970, mas os negociantes<br />
menores ain<strong>da</strong> têm estoques antigos. Rudy<br />
então os comprava, enchia com esse<br />
vinho as garrafas vazias que ele mesmo<br />
recolhia de restaurantes após consumir<br />
os produtos originais. Ou colava etiquetas<br />
falsas em garrafas mais novas.<br />
A semelhança de pala<strong>da</strong>r do produto<br />
genérico que ele comprava por atacado<br />
com o vinho raro <strong>da</strong> mesma safra enganava<br />
muitos especialistas em rituais de degustação,<br />
para nem falar dos inocentes<br />
úteis que levavam suas fortunas aos leilões<br />
para comprar artigos de prestígio, que outros<br />
garantiam ser legítimos e caros.<br />
Os indícios apontam o caso de Rudy<br />
como um dos maiores golpes no mercado<br />
de vinhos, com a ven<strong>da</strong> de milhões de<br />
dólares de produtos falsificados, enrolando<br />
alguns dos maiores colecionadores<br />
do mundo. Muitos deles ain<strong>da</strong> buscam<br />
descarregar a mercadoria falsa em regiões<br />
menos atentas a escân<strong>da</strong>los, como a Ásia.<br />
Pode se tornar o caso mais grave de falsificação<br />
de vinhos na história, com estigma<br />
de corrupção agora impregnado no mercado<br />
de vinhos antigos e raros.<br />
Não vai parar aí, alerta Ponsot, o<br />
principal responsável por desven<strong>da</strong>r a<br />
fraude de Rudy, mas convencido de que<br />
O falsificador Rudy Kurniawan – ou Zhen Wang Huang – e o vinho adulterado que acabou por levá-lo à prisão<br />
Fotos: divulgação<br />
O produtor francês Laurent Ponsot garante que 80%<br />
dos Borgonhas vendidos em leilões são falsificados.<br />
outras de tipo parecido se desenrolam<br />
no comércio de Borgonhas, abalando a<br />
reputação de produtores sérios como ele.<br />
Há poucas semanas foram presos quatro<br />
executivos de uma <strong>da</strong>s maiores empresas<br />
produtoras <strong>da</strong> região, a Labouré-Roi,<br />
sob suspeita de usar etiquetas falsas em<br />
milhares de garrafas de vinho. A Labouré-<br />
Roi vende 10 milhões de uni<strong>da</strong>des por<br />
ano, e a maior parte é exporta<strong>da</strong>. O golpe<br />
se <strong>da</strong>va quando algum comprador fazia<br />
encomen<strong>da</strong> numerosa de garrafas de um<br />
ano particularmente valorizado, mas em<br />
falta no estoque do grupo. Simplesmente<br />
pegavam garrafas de um ano próximo,<br />
mas sem o mesmo valor, e trocavam as<br />
etiquetas.<br />
Diferente do caso Rudy, não envolviam<br />
vinhos antigos, raros e muito caros,<br />
pois li<strong>da</strong>vam com safras mais recentes, porém<br />
lucravam no volume, devido às grandes<br />
quanti<strong>da</strong>des encomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s. E também<br />
ao contrário do caso Rudy nos Estados<br />
Unidos, esta fraude ocorria na própria<br />
região produtora, com sérias consequências<br />
para a reputação <strong>da</strong> Borgonha.<br />
Tanto que a organização que representa<br />
quatro mil produtores <strong>da</strong> região juntou-<br />
-se ao processo judicial contra a Labouré-<br />
-Roi, preocupa<strong>da</strong> com o abalo à imagem<br />
do vinho <strong>da</strong> Borgonha, exportado para<br />
mais de 150 países. “Qualquer suspeita<br />
de prática desonesta que possa abalar a reputação<br />
de nossos vinhos não pode ser tolera<strong>da</strong>”,<br />
declarou o vice-presidente Michel<br />
Bal<strong>da</strong>ssini ao jornal local Le Bien Public.<br />
33
34<br />
Divulgação<br />
Dia & Noite<br />
situaçõesbrasília<br />
De 15 a 28 deste mês, o Museu <strong>da</strong> República vai abrigar<br />
o maior salão de artes visuais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. A exposição,<br />
com premiação e lançamento de catálogo, reúne<br />
25 artistas contemporâneos, 20 deles selecionados<br />
numa relação de 500 inscritos de todo o Brasil, entre<br />
eles o paulista Ivan Grilo (foto), e cinco especialmente<br />
convi<strong>da</strong>dos – Laura Lima e Paula Trope (RJ), Marcelo<br />
Silveira (PE), Pedro Motta (MG) e Milton Marques<br />
(DF). O Situações <strong>Brasília</strong> foi concebido e coordenado<br />
pelo artista plástico, designer gráfico e produtor <strong>cultural</strong><br />
Evandro Salles. A realização é <strong>da</strong> produtora Dani Estrella. A curadoria conta também com Cristiana Tejo, curadora do projeto Made<br />
in mirrors, e Wagner Barja, curador e diretor do Museu <strong>da</strong> República. De terça a domingo, <strong>da</strong>s 9h às 18h30, com entra<strong>da</strong> franca.<br />
Divulgação<br />
umbrasilencantado<br />
Boto, curupira e outros personagens menos<br />
conhecidos do folclore brasileiro serviram de<br />
inspiração para a escultora Marcella Ferreira em<br />
suas figuras de papel maché, colagem, desenho,<br />
pintura e bor<strong>da</strong>do misturados. Mais de 30<br />
peças, entre pequenas esculturas, móbiles,<br />
quadros e dioramas (caixas com cenas em três<br />
dimensões)estão expostas na mostra Um Brasil<br />
encantado, em cartaz na galeria do 10º an<strong>da</strong>r<br />
<strong>da</strong> Câmara dos Deputados até 25 de outubro.<br />
De acordo com o curador, Tiago<br />
Botelho,“Marcella cultiva especial<br />
estima pela dimensão fantástica.<br />
Suas peças em papel maché<br />
nascem de um jogo entre o<br />
real e o onírico e exalam<br />
sensuali<strong>da</strong>de e doçura”.<br />
De segun<strong>da</strong> a sextafeira,<br />
<strong>da</strong>s 9 às 17h.<br />
Entra<strong>da</strong> franca.<br />
João Milet Meirelles<br />
brasilimpério<br />
A mostra Debret - Viagem ao sul do Brasil reúne<br />
desenhos e aquarelas do francês Jean-Baptiste Debret,<br />
com destaque para os trabalhos produzidos em sua<br />
viagem ao sul do Brasil, em 1827. Dividi<strong>da</strong> em duas<br />
partes, a exposição traz também um conjunto de<br />
aquarelas produzi<strong>da</strong>s no Rio de Janeiro. Numa crônica<br />
do coti<strong>dia</strong>no urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, as obras retratam a vi<strong>da</strong><br />
na Corte, <strong>da</strong> pompa do Império ao <strong>dia</strong> a <strong>dia</strong> dos escravos.<br />
Até 18 de novembro, de terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às<br />
21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />
transit<br />
A maior coleção de arte contemporânea africana está na Fun<strong>da</strong>ção<br />
Sindika Dokolo, de Angola. É parte desse acervo que poderá ser<br />
visto na Caixa Cultural até 18 de novembro. Com curadoria do<br />
angolano Fernando Alvim e do baiano Daniel Rangel, a exposição<br />
Transit apresenta 26 instalações, pinturas, gravuras, fotografias e<br />
vídeos produzidos por 15 artistas africanos, um norte-americano e<br />
um europeu. Essa mesma coleção serviu de base para a montagem<br />
do primeiro pavilhão africano na Bienal de Veneza, em 2007.<br />
De terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />
Divulgação
Divulgação<br />
aterravistadocéu<br />
Há 20 anos, o fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand viaja pelos cinco<br />
continentes retratando, do alto de um balão, de um helicóptero ou<br />
de um avião, paisagens inusita<strong>da</strong>s do planeta, como esse imenso<br />
Coração de Voh clicado em 1990, na Nova Caledônia, Oceania. Até 4<br />
de novembro os brasilienses poderão conhecer <strong>melhor</strong> o trabalho do<br />
fotógrafo na mostra A Terra vista do céu. 130 fotografias de Bertrand<br />
estão expostas na área externa do Museu <strong>da</strong> República. Ca<strong>da</strong> painel, de<br />
aproxima<strong>da</strong>mente três metros de altura, tem o propósito de revelar ao<br />
público um planeta incrivelmente belo e, ao mesmo tempo, frágil <strong>dia</strong>nte<br />
<strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção causa<strong>da</strong> pelas ações do homem. Vista por mais de 120<br />
milhões de pessoas em 110 países, é a segun<strong>da</strong> vez que a exposição<br />
chega a uma capital brasileira. Entre maio e junho deste ano, 1 milhão<br />
de pessoas a visitaram no Rio de Janeiro, durante a Rio+20.<br />
tocantins<br />
“Inspiração é viver. Quando estou no sertão, na<br />
beira de um rio, de uma praia, embarcado numa<br />
canoa ou numa janga<strong>da</strong>, proseando com os velhos<br />
vaqueiros e pescadores, não me falta inspiração;<br />
na ver<strong>da</strong>de, muitas vezes me falta o tempo...”.<br />
A afirmação é do artista plástico Otoniel Fernandes,<br />
que homenageia os 24 anos de criação do Estado do<br />
Tocantins com a mostra Tocantins - A Mesopotâmia<br />
brasileira. São 36 quadros pintados a óleo expostos<br />
no Salão Branco <strong>da</strong> Câmara dos Deputados até<br />
o <strong>dia</strong> 28. O nome <strong>da</strong> mostra é uma alusão à localização geográfica de Tocantins, na bacia hidrográfica Araguaia-Tocantins, semelhante<br />
à <strong>da</strong> antiga Mesopotâmia, situa<strong>da</strong> entre os rios Tigre e Eufrates. De segun<strong>da</strong> a sexta-feira, <strong>da</strong>s 9 às 18h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />
Divulgação<br />
multimí<strong>dia</strong><br />
Compositor, cantor e, mais recentemente, inventor <strong>da</strong> caxirola, o instrumento musical que vai<br />
substituir a vuvuzela na Copa do Mundo aqui no Brasíl. Só isso? Isso e um pouco mais, pois<br />
Carlinhos Brown também aproveitou esse bom momento para revelar seu lado pintor. Ele fez<br />
o show de reabertura <strong>da</strong> Caixa Cultural, que passou por reformas, e também abriu a mostra<br />
O olhar que ouve, com curadoria de Matilde Matos. Da lembrança do trabalho do pai, pintor<br />
de paredes, Brown viu nas telas uma forma de expressão além <strong>da</strong> música. Ele conta que<br />
fez seus primeiros quadros de forma intuitiva, aplicando as cores de maneira espontânea.<br />
São 25 telas e cinco instalações com movimento e energia, suas marcas também na música.<br />
Até 2 de dezembro, de terça-feira a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 21h. Entra<strong>da</strong> franca.<br />
culturapopular<br />
De 10 a 21 deste mês, o Museu <strong>da</strong> República e algumas ci<strong>da</strong>des satélites<br />
servirão de palco para o Festival <strong>Brasília</strong> de Cultura Popular. Criado há<br />
oito anos pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro para comemorar o<br />
nascimento do filho do Sol e <strong>da</strong> Terra – o Calango Voador –, o festival<br />
reúne cerca de 30 mil espectadores, além de brincantes de vários Estados<br />
brasileiros. Neste ano, a novi<strong>da</strong>de é o Espaço Eco Tradições, onde estão<br />
marcados vários debates sobre meio ambiente. Na <strong>programação</strong>, Boi de Seu<br />
Teodoro, Folia do Divino de Planaltina e Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.<br />
Mais informações em www.seuestrelo.art.br.<br />
Divulgação<br />
Yann arthus- Bertrand<br />
35
Divulgação<br />
36<br />
sylvio coutinho<br />
Dia & Noite<br />
talmãe...<br />
Águas de março e O bêbado e a equilibrista, dois megassucessos de Elis Regina, estão<br />
também no repertório de sua filha Maria Rita, que vem a <strong>Brasília</strong> para apresentação<br />
única de seu show Redescobrir, uma homenagem à sua mãe. Será no <strong>dia</strong> 13, às 21h, em<br />
estrutura monta<strong>da</strong> no estacionamento do Shopping Iguatemi. A turnê <strong>da</strong> cantora faz<br />
parte do projeto Nívea Viva Elis, para marcar os 30 anos de sua morte. O repertório,<br />
arranjos, figurino e cenário são resultado de uma pesquisa realiza<strong>da</strong> por Maria Rita em<br />
parceria com sua ban<strong>da</strong>, composta pelos músicos Thiago Costa, Sylvinho Mazzucca,<br />
Davi Moraes e Cuca Teixeira. Ao todo, a cantora interpreta 25 grandes sucessos <strong>da</strong> mãe.<br />
O show já foi apresentado em cinco capitais – Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte,<br />
São Paulo e Rio de Janeiro – e teve público de 270 mil pessoas. Os ingressos custam<br />
entre R$ 90 e R$ 200 e estão à ven<strong>da</strong> próximo à praça central do shopping.<br />
orkestrarumpilezz<br />
Atabaques, surdos, timbaús, caixa, agogô, pandeiro e<br />
caxixi se juntam a trompetes, trombones, saxes e tuba.<br />
Está formado o grupo de sopro e percussão criado há<br />
oito anos pelo maestro Letieres Leite. Conheci<strong>da</strong> por<br />
<strong>da</strong>r uma nova roupagem harmônica à percussão<br />
baiana, a Orkestra Rumpilezz gravou seu primeiro<br />
álbum em 2010 e ganhou o Prêmio Bravo de Música<br />
Brasileira nas categorias <strong>melhor</strong> grupo instrumental<br />
e revelação do ano. Tanto as composições como os<br />
arranjos têm inspiração em grandes agremiações<br />
percussivas, como o Ilê Aiyê, Olodum, Sambas do<br />
Recôncavo, com influência do Candomblé. Eles se apresentam na Caixa Cultural,<br />
nos <strong>dia</strong>s 20 e 21. Sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />
4tempos<br />
Tubos de PVC, cabaças, borrachas, placas de vidro e metais, apitos e ro<strong>da</strong>s de bicicleta<br />
são alguns dos instrumentos musicais criados por Marco Antônio Guimarães ao longo<br />
de 33 anos de trabalho. E são eles que compõem o som do grupo instrumental mineiro<br />
Uakti, formado por Paulo Santos, Artur Andrés e Décio Ramos. No espetáculo 4 Tempos,<br />
em cartaz <strong>dia</strong>s 18 e 19 na Caixa Cultural, eles farão uma síntese dos últimos quatro<br />
trabalhos do grupo e uma referência aos ciclos <strong>da</strong> natureza, às fases <strong>da</strong> lua, às quatro<br />
estações e também às várias i<strong>da</strong>des por que passa um grupo musical. Quinta e sextafeira,<br />
às 20h, com ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />
hamiltondeholan<strong>da</strong><br />
Sau<strong>da</strong>des de <strong>Brasília</strong>, A marcha dos can<strong>da</strong>ngos<br />
e JK proibido são algumas <strong>da</strong>s faixas do CD<br />
Brasilianos 3, inspirado em grandes nomes <strong>da</strong><br />
música brasileira, como Pixinguinha, Jacob do<br />
Bandolim, Baden Powell e Egberto Gismonti.<br />
É esse trabalho que o multipremiado bandolinista<br />
brasiliense Hamilton de Holan<strong>da</strong> vai mostrar nos<br />
shows dos <strong>dia</strong>s 29 e 30 deste mês, às 20h, na Caixa<br />
Cultural. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.<br />
Filipe cartaxo<br />
memóriapop<br />
O produtor e ex-bateria dos Titãs<br />
Charles Gavin traz a <strong>Brasília</strong> o projeto<br />
Histórias & memórias <strong>da</strong> música<br />
pop brasileira, que passa em revista<br />
nomes que escreveram a história <strong>da</strong><br />
nossa música pop. Nesse resgate <strong>da</strong><br />
memória <strong>da</strong> MPB, ele apresenta, <strong>dia</strong><br />
16, o compositor Hyldon, autor de<br />
sucessos como As dores do mundo<br />
e Na rua, na chuva, na fazen<strong>da</strong>,<br />
para uma conversa sobre momentos<br />
que marcaram sua carreira. No <strong>dia</strong><br />
seguinte, o convi<strong>da</strong>do é o cantor,<br />
compositor e arranjador Danilo<br />
Caymmi. Nas duas apresentações, os<br />
encontros terminam com um pocket<br />
show com o convi<strong>da</strong>do. Na Caixa<br />
Cultural, às 20h, com ingressos<br />
a R$ 20 e R$ 10.<br />
Divulgação<br />
Divulgação
Débora amorim<br />
Marcus Ligocki<br />
óperainglesa<br />
De 1º a 4 de novembro, <strong>Brasília</strong> receberá um espetáculo inédito. Artistas e músicos locais <strong>da</strong>rão<br />
vi<strong>da</strong> aos personagens <strong>da</strong> ópera Albert Herring, escrita em 1947 pelo compositor inglês Benjamin<br />
Britten. Em três atos, será regido pelo maestro e diretor musical Deyvison Miran<strong>da</strong> e terá direção<br />
artística de Francisco Frias. Os cantores escalados já participaram do 2º Festival de Ópera de<br />
<strong>Brasília</strong>, ocorrido recentemente, entre eles o tenor Roney Calazans, a soprano Gandhia Brandão,<br />
a soprano Janette Dornellas (foto) e o barítono Marlon Maia, além do barítono Hermógenes<br />
Correia. Dias 1º e 2, às 20h, na Sala Martins Penna. Dia 3, no Teatro <strong>da</strong> Praça,<br />
em Taguatinga, às 20h. Dia 4, no Teatro <strong>da</strong> Praça novamente, com sessões às 16 e 19h, esta<br />
exclusiva para estu<strong>da</strong>ntes. Ingressos a R$ 15. Mais informações: 3325.6239.<br />
carcaçasenta<strong>da</strong>noabismo<br />
Seres humanos, animais e objetos são representados de forma distorci<strong>da</strong> e desfigura<strong>da</strong> na obra do<br />
pintor irlandês Francis Bacon(1909/1992). Segundo definiu o filósofo francês Gilles Deleuze, em<br />
seu livro Lógica <strong>da</strong> sensação, o ser pintado por Bacon está sempre na “zona de indiscernibili<strong>da</strong>de”,<br />
entre o humano, o animalesco e o monstruoso. Foi exatamente essa característica <strong>da</strong> obra de Bacon<br />
que inspirou o coreógrafo Édi Oliveira a conceber o espetáculo Carcaça senta<strong>da</strong> no abismo, um solo<br />
interpretado pelo bailarino Leandro Menezes. De 23 a 28 deste mês, no Teatro Goldoni (EQS 208/209).<br />
De terça a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Mais informações: 3224.0016.<br />
circuitoalternativo<br />
Jorge tem 45 anos e ain<strong>da</strong> vive<br />
com seus pais. Nos últimos 25<br />
anos trabalhou nos arquivos <strong>da</strong><br />
Cinemateca de Montevidéu, onde<br />
montava a <strong>programação</strong> de filmes.<br />
Só que, de um <strong>dia</strong> para o outro,<br />
perdeu o emprego e passou a<br />
procurar um trabalho ligado à<br />
essa paixão. Jorge percebe então<br />
que são justamente os filmes que<br />
irão ajudá-lo a sobreviver. Assim é La vi<strong>da</strong> útil, do uruguaio Fererico Veiroj, um dos 14<br />
filmes do circuito alternativo em cartaz no CCBB até o <strong>dia</strong> 21, com entra<strong>da</strong> franca,<br />
me<strong>dia</strong>nte retira<strong>da</strong> de senha na bilheteria com uma hora de antecedência.<br />
rockbrasília<br />
O documentário do cineasta brasiliense<br />
Vladimir Carvalho está entre os seis<br />
finalistas <strong>da</strong> categoria documentário<br />
de longa-metragem no XI Grande<br />
Prêmio do Cinema Brasileiro.<br />
O público brasiliense poderá<br />
aju<strong>da</strong>r o filme a vencer votando em<br />
http://academiabrasileiradecinema.<br />
com.br/gp2012/br/votacao/. No link,<br />
os internautas terão a chance de<br />
Os irmãos Flávio e Fê Lemos, no filme de Vladimir Carvalho<br />
escolher também o <strong>melhor</strong> longametragem<br />
de ficção e o <strong>melhor</strong> longa-metragem estrangeiro. A votação popular<br />
termina durante a final, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, <strong>dia</strong> 15, às 21h.<br />
Divulgação<br />
frágil<br />
As relações com o tempo, com o<br />
outro e consigo mesmo, investiga<strong>da</strong>s<br />
dentro <strong>da</strong> perspectiva emocional.<br />
Essa é a proposta do diretor Cléber<br />
Lopes para o espetáculo Frágil,<br />
em cartaz somente até o <strong>dia</strong> 13<br />
na Administração Regional de<br />
Ceilân<strong>dia</strong> e de 19 de outubro a 4 de<br />
novembro no Teatro Caleidoscópio<br />
(102 Sudoeste). Fruto de criação<br />
coletiva, o espetáculo parte<br />
de uma investigação sobre as<br />
vulnerabili<strong>da</strong>des humanas, com foco<br />
na perspectiva emocional. No elenco<br />
estão Áurea Lis, Giselle Ziviank,<br />
Gleide Firmino, Magno Telles e<br />
Ricardo César. Entra<strong>da</strong> franca para a<br />
tempora<strong>da</strong> de Ceilân<strong>dia</strong> e ingressos<br />
a R$ 10, às quintas-feiras, e R $20<br />
nos demais <strong>dia</strong>s, no Sudoeste.<br />
Ricardo albertini<br />
Divulgação<br />
37
38<br />
Fotos: Divulgação<br />
Dia Das criaNças<br />
Pequeno Ci<strong>da</strong>dão<br />
Formado por pais e filhos, o grupo<br />
vai apresentar ao público do projeto<br />
Criança é show um repertório que<br />
canta a vi<strong>da</strong> do ponto de vista infantil<br />
Música, diversão e muita alegria<br />
deverão estar presentes neste<br />
domingo, 14, na quarta apresentação<br />
do projeto Criança é show, no<br />
Taguatinga Shopping. A atração, desta<br />
vez, será o grupo Pequeno Ci<strong>da</strong>dão, formado<br />
em 2008 por Edgard Scandurra<br />
(<strong>da</strong> extinta ban<strong>da</strong> Ira!), Antônio Pinto e<br />
Taciana Barros, além de seus filhos.<br />
Acompanhado pelos músicos Daniel<br />
Scandurra e Naná Rizinni, o Pequeno<br />
Ci<strong>da</strong>dão apresentará um repertório de<br />
músicas infantis cuja inspiração vem dos<br />
próprios filhos, de sua experiência como<br />
pais e <strong>da</strong>s lembranças de infância.<br />
Com diverti<strong>da</strong>s coreografias e canções<br />
pop/rock, o grupo apresentará seus<br />
maiores sucessos, cujas letras, ritmos e<br />
acordes contam as experiências infantis<br />
de seus integrantes. As canções abor<strong>da</strong>m<br />
temas comuns como amor, a hora de lar-<br />
gar a chupeta, futebol e animais, tudo em<br />
uma mistura que vai do pop/rock ao forró.<br />
Os pequenos espectadores certamente<br />
ficarão encantados com a miscelânea<br />
de instrumentos musicais, como guitarra,<br />
piano e bateria, além de malabares, fantasias,<br />
diversas brincadeiras e um telão.<br />
O repertório do show é composto pelas<br />
músicas lança<strong>da</strong>s no CD que leva o<br />
nome do grupo e que se transformou em<br />
um DVD dirigido por Fábio Mendonça,<br />
com 14 clipes, ca<strong>da</strong> um feito por um estúdio<br />
de animação diferente. As técnicas<br />
usa<strong>da</strong>s são as mais diversas, como stop<br />
motion, 3D, rotoscopia e o story- board<br />
tradicional. Atualmente em estúdio, trabalhando<br />
no seu segundo CD, o Pequeno<br />
Ci<strong>da</strong>dão apresenta em seus shows<br />
uma prévia do novo projeto – as músicas<br />
Ficar estranho e Pirou na batatinha.<br />
O Taguatinga Shopping investiu cer-<br />
ca de R$ 500 mil no projeto Criança é<br />
show, que deverá receber, no total, um<br />
público estimado em 10 mil pessoas, e<br />
provavelmente terá uma nova tempora<strong>da</strong><br />
em 2013. A superintendente do shopping,<br />
Eliza Ferreira, explica a importância<br />
desse tipo de evento para o público:<br />
“Queremos receber as famílias e entretê-<br />
-las com o que há de <strong>melhor</strong> na cultura<br />
brasileira, sempre tão rica e varia<strong>da</strong>. É<br />
um momento de encontro para <strong>da</strong>nçar,<br />
cantar e se divertir. Dessa forma, esperamos<br />
contribuir para a democratização<br />
desses espetáculos numa região carente<br />
de iniciativas como essa”.<br />
show <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> pequeno ci<strong>da</strong>dão<br />
14/10, às 17h, no estacionamento e3a,<br />
com entra<strong>da</strong> pelo 2º piso do taguatinga<br />
shopping. entra<strong>da</strong> gratuita, conforme<br />
disponibili<strong>da</strong>de de espaço (no máximo 2.000<br />
pessoas). classificação indicativa: livre. mais<br />
informações: 3451.6000.
crianças no espaço<br />
Assim foi batiza<strong>da</strong> a homenagem que o<br />
Pátio Brasil vai fazer às crianças que forem<br />
ao shopping no seu <strong>dia</strong>, 12 de outubro, às<br />
15h. Lá estará Marcos Pontes, o primeiro<br />
astronauta brasileiro que contará detalhes de<br />
sua experiência espacial. Durante a visita, as<br />
crianças poderão tirar fotos, fazer perguntas<br />
e pedir autógrafos. Marcos Pontes foi o<br />
primeiro brasileiro a participar de uma<br />
missão ao espaço, há seis anos. Enquanto<br />
aguar<strong>da</strong> nova viagem, o astronauta, que<br />
também é tenente-coronel e engenheiro do<br />
Instituto Tecnológico <strong>da</strong> Aeronáutica (ITA),<br />
trabalha como pesquisador e professor,<br />
escreve livros e faz palestras. Para as crianças<br />
que sonham em ser astronautas, ele dá a<br />
dica: “Esse não é um sonho impossível. Basta<br />
estu<strong>da</strong>r, ter formação acadêmica em ciências<br />
exatas ou biológicas, trabalhar, sonhar e ser<br />
persistente”. No Módulo lunar e terrestre,<br />
montado até 31 de outubro, crianças de seis<br />
a dez anos poderão experimentar algumas<br />
<strong>da</strong>s sensações desses profissionais e saber<br />
um pouco mais sobre as descobertas<br />
espaciais. Diariamente, <strong>da</strong>s 12 às 20h,<br />
com entra<strong>da</strong> franca.<br />
Quarteto do cerrado<br />
um tamanduá-bandeira, um lobo-guará,<br />
uma ema e uma jaguatirica estão fugindo<br />
<strong>da</strong>s queima<strong>da</strong>s, do desmatamento, <strong>da</strong><br />
construção de rodovias, e resolvem se unir<br />
com um objetivo muito nobre: buscar um<br />
novo lar. O lugar escolhido é a ci<strong>da</strong>de, onde<br />
acabam se envolvendo em diversas<br />
confusões. O jeito é juntar forças e tentar<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
vencer os novos desafios. O espetáculo<br />
infantil estará no palco do Espaço Mosaico<br />
(714/715 Norte) de 13 a 28 deste mês,<br />
somente aos sábados e domingos, a partir<br />
<strong>da</strong>s 16h. Com direção de Luana Proença,<br />
pretende chamar a atenção <strong>da</strong> criança<strong>da</strong>,<br />
com muita música e humor, para a<br />
importância de preservar os animais em<br />
extinção e a natureza. Ingressos a R$ 15 e<br />
R$ 7,50, à ven<strong>da</strong> na bilheteria do Espaço<br />
Mosaico.<br />
a tartaruga e a lebre<br />
Esse é o nome de uma <strong>da</strong>s peças infantis que<br />
serão apresenta<strong>da</strong>s às crianças, entre os <strong>dia</strong>s<br />
12 e 14, no Pier 21. Também estão na<br />
<strong>programação</strong> os espetáculos Quem vai se<br />
casar com a princesa sabidinha e A joaninha<br />
limpinha. Contação de histórias tradicionais,<br />
como A cigarra e a formiga, bem como cama<br />
elástica e piscina de bolinhas, são atrações<br />
do shopping. Os espetáculos teatrais<br />
começam às 16h e a contação de histórias às<br />
18h. Os brinquedos podem ser utilizados<br />
entre 12h30 e 20h30. Mais informações:<br />
3251.2121.<br />
o sono do bebê<br />
Quem se apressar ain<strong>da</strong> poderá visitar a<br />
mostra A singela arte de fotografar recémnascidos,<br />
que a fotógrafa Érika Muniz<br />
apresenta só até esta quinta-feira, 11,<br />
também no Pier 21, com entra<strong>da</strong> franca.<br />
Estão expostas mais de 20 fotos do acervo<br />
profissional <strong>da</strong> fotógrafa, cuja intenção é<br />
“mostrar os momentos sublimes dos<br />
primeiros <strong>dia</strong>s de vi<strong>da</strong> dos bebês e os<br />
encantos que essa fase proporciona a todos,<br />
pois não há quem não de se ren<strong>da</strong> às graças<br />
dos bebês, com seus sorrisos e olhares<br />
meigos”. Segundo Érika, fotografar recémnascidos<br />
é uma tarefa muito mais complexa<br />
do que pode parecer. A imagem ideal é<br />
aquela capta<strong>da</strong> no período entre cinco a 15<br />
<strong>dia</strong>s de vi<strong>da</strong>. Isso porque, quanto mais novo,<br />
mais profundo é o sono do bebê, o que gera<br />
menos estresse durante a sessão.<br />
Érika Muniz<br />
lê pra mim?<br />
Termina também no <strong>dia</strong> 12 o projeto Lê pra<br />
mim?, no Museu dos Correios, com a<br />
participação de artistas, jornalistas e<br />
escritores – entre eles Françoise Forton,<br />
Malvino Salvador, Ana Botafogo, Abaetê<br />
Queiróz, Paola Oliveira, Alexandre Garcia,<br />
Cristiana Lobo, Fabio William, Giulieny Matos<br />
e Tino Freitas. O projeto de incentivo à<br />
leitura consiste em convi<strong>da</strong>r personali<strong>da</strong>des a<br />
lerem livros infantis brasileiros para crianças<br />
de escolas públicas e instituições<br />
filantrópicas. Ao final de ca<strong>da</strong> encontro<br />
literário, as crianças levam para casa um<br />
livro. Iniciado em janeiro de 2010 no Rio de<br />
Janeiro, o projeto já teve dez edições, no Rio,<br />
em Salvador e em São Paulo. A sala de<br />
apresentações comporta 90 crianças de 4 a<br />
10 anos que ficam acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s em<br />
almofa<strong>da</strong>s em formato de livros gigantes. A<br />
ca<strong>da</strong> apresentação, há um intérprete de<br />
Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) que<br />
faz a leitura simultânea para crianças com<br />
necessi<strong>da</strong>des especiais auditivas.<br />
Informações em www.lepramim2010.<br />
blogspot.com.<br />
o barbeiro de ervilha<br />
Livremente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> ópera O barbeiro de<br />
Sevilha, de Giácomo Rossini, essa comé<strong>dia</strong><br />
musical infantil conta a história de uma<br />
trupe mambembe de come<strong>dia</strong>ntes que se<br />
apresenta na pequena vila de Ervilha do<br />
Norte. Com direção de Daniel Herz, o musical<br />
leva a história do barbeiro Fígaro para o<br />
sertão nordestino, com as artimanhas e<br />
astúcias de um tipo bem brasileiro. Na Caixa<br />
Cultural, às 17h, somente até domingo, <strong>dia</strong><br />
14. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.<br />
Divulgação Divulgação<br />
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40<br />
é pRIMaVERa<br />
Vê, estão voltando as flores...<br />
por lÚcia leão<br />
Na primavera de <strong>Brasília</strong>, o verso<br />
<strong>da</strong> canção conta uma meia ver<strong>da</strong>de.<br />
Se a nova estação trouxe a<br />
benvin<strong>da</strong> chuva e a explosão de cores<br />
dos ipês e flamboyants pela ci<strong>da</strong>de, o cerrado,<br />
agora verde, perde o colorido sutil<br />
<strong>da</strong>s pequenas flores que pontilharam o<br />
marrom <strong>da</strong> vegetação na seca – uma <strong>da</strong>s<br />
peculiari<strong>da</strong>des do nosso bioma tão peculiar.<br />
Mas ver<strong>da</strong>de inteira, seja aonde for,<br />
é que a primavera convi<strong>da</strong> à contemplação<br />
e ao convívio do homem com a natureza.<br />
Sorte dos brasilienses que podem,<br />
nesses e em todos os <strong>dia</strong>s, ter um Jardim<br />
Botânico onde passear.<br />
Destinado à conservação e pesquisa<br />
do cerrado e à manutenção de coleções<br />
de espécies botânicas exóticas (nativas<br />
de outras plagas), ameaça<strong>da</strong>s ou não, para<br />
a população de <strong>Brasília</strong> o Jardim Botânico<br />
é, mais do que tudo, uma luxuosa<br />
opção de lazer. Dos seus 5.000 hectares<br />
de área total, 526 são abertos à visitação<br />
e podem ser percorridos a pé ou de bicicleta,<br />
por pequenas vias, trilhas ou pica<strong>da</strong>s.<br />
Na medi<strong>da</strong> certa para quem gosta<br />
de se exercitar na calma do ar livre, para<br />
aventureiros urbanos e atletas só um<br />
pouco radicais, são caminhos seguros, sinalizados<br />
e cercados por plantas devi<strong>da</strong>mente<br />
identifica<strong>da</strong>s que percorrem diversas<br />
fisionomias do cerrado. Com um<br />
pouco de atenção é fácil distinguir campos<br />
limpos, matas de galeria, matas ciliares<br />
e trechos de cerradão. E com alguma<br />
sorte avistar seriemas, capivaras, cotias e<br />
outros seres que lá habitam.<br />
Uma dessas trilhas, cheia de surpresas<br />
ao longo de quase quatro quilôme-<br />
tros de vegetação nativa, leva ao Mirante,<br />
o ponto mais alto do Jardim Botânico e<br />
de onde se pode avistar to<strong>da</strong> <strong>Brasília</strong>.<br />
Um outro caminho, menos inóspito,<br />
passeia entre bosques plantados. Um de<br />
baobás ain<strong>da</strong> em formação (exemplares<br />
<strong>da</strong> majestosa árvore africana que pode viver<br />
milênios foram planta<strong>da</strong>s há quatro<br />
anos), outro de ipês e um terceiro, o Bosque<br />
Kyoto, de espécies diversas, originárias<br />
de todos os continentes e planta<strong>da</strong>s<br />
em homenagem à assinatura do protocolo<br />
<strong>da</strong> ONU pela preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
do ar e de combate ao efeito estufa.<br />
No meio dos bosques, uma arena<br />
acústica, o Anfiteatro Márcio Montarroyos,<br />
batizado em homenagem ao trompetista<br />
carioca que costumava se refugiar<br />
no Jardim Botânico para ensaios solitários<br />
sempre que passava por <strong>Brasília</strong>.<br />
Nos arredores do Centro de Visitantes,<br />
onde está a biblioteca e um espaço para<br />
ativi<strong>da</strong>des de educação ambiental, ficam<br />
o Jardim Japonês, o canteiro de cheiros<br />
– uma coleção de quase cem espécies de<br />
ervas aromáticas – e as vedetes deste e de<br />
quaisquer jardins ao redor do mundo: as<br />
orquídeas.<br />
Confirmando o fascínio milenar que
essas flores exercem sobre os homens – a<br />
Rainha de Sabá teria preparado um buquê<br />
delas para presentear o Rei Salomão<br />
e até Confúcio comentaria em seus escritos<br />
que elas exalavam “perfume de reis”<br />
– o Espaço Guido Pabst é o mais visitado<br />
do Jardim Botânico de <strong>Brasília</strong>. Batiza<strong>da</strong><br />
em homenagem ao botânico pioneiro na<br />
identificação de orquídeas brasileiras, a<br />
estufa, de dois pisos, abriga centenas de<br />
espécies de orquídeas e bromélias. E ain<strong>da</strong><br />
este mês a coleção vai crescer, com doa-<br />
ções feitas por Roberto Menescal. Ele<br />
mesmo, o músico, cantor e compositor<br />
de Barquinho, Nós e o mar, Rio e outras pérolas<br />
<strong>da</strong> bossa nova, e que é também um<br />
dos maiores produtores de bromélias do<br />
Brasil. No viveiro Bossa Nova Bromélias,<br />
no Rio de Janeiro, ele reproduz diferentes<br />
varie<strong>da</strong>des de quase 300 espécies e espalha<br />
sua grande paixão pelo mundo.<br />
Além de tudo o que oferece pela própria<br />
natureza, o Jardim Botânico mantém<br />
ain<strong>da</strong> uma <strong>programação</strong> <strong>cultural</strong> regular,<br />
como os Concertos no Parque,<br />
projeto em parceria com a Escola de Música.<br />
Os concertos são realizados nas tardes<br />
<strong>da</strong>s quartas-feiras, destinados especialmente<br />
a grupos de crianças de escolas<br />
públicas e abertos a to<strong>da</strong> a população.<br />
No próximo <strong>dia</strong> 17, o programa é ópera.<br />
Na semana seguinte, <strong>dia</strong> 24, o repertório<br />
é de Luiz Gonzaga.<br />
Entre tantas opções de fazer, o Jardim<br />
Botânico também é o <strong>melhor</strong> lugar<br />
para o “não fazer”, segundo seu diretor,<br />
Jeanitto Gentilini: “Estender uma rede,<br />
ouvir o barulho do vento, simplesmente<br />
contemplar! Todo mundo precisa um<br />
pouco disso. E aqui é o lugar perfeito”.<br />
Jardim botânico de brasília<br />
smDb, conjunto 12, lago sul.<br />
aberto de 3ª a domingo, <strong>da</strong>s 9 às 17h.<br />
ingresso : r$ 2.<br />
Fotos: Divulgação<br />
41
42<br />
42<br />
graves & aguDos<br />
O Robert Plant<br />
por heitor meNezes<br />
Primeiro, um aviso. Quem for à<br />
apresentação de Robert Plant, <strong>dia</strong><br />
25, no Ginásio Nilson Nélson, esperando<br />
ver algo parecido com um show<br />
do Led Zeppelin, pode esquecer. Ok, os<br />
concertos atuais têm, salvo engano, Black<br />
dog, Whole lotta love e Gallows pole, colhi<strong>da</strong>s<br />
do repertório do velho Zeppelin, mas<br />
o cerne <strong>da</strong> coisa é outro.<br />
Conforme anunciado na coletiva de<br />
lançamento do filme Celebration <strong>da</strong>y, no<br />
mês passado, em Londres, Plant e os remanescentes<br />
do lendário grupo britânico,<br />
Jimmy Page e John Paul Jones, disse-<br />
que <strong>Brasília</strong> vai ver<br />
ram não ter mais interesse em retomar a<br />
carreira como Led Zeppelin. Melhor assim,<br />
pois o Led é a len<strong>da</strong> dos nossos sonhos<br />
rock’n’roll e len<strong>da</strong>s não podem ser<br />
macula<strong>da</strong>s com coisas menores, como o<br />
dinheiro. Não é isso, Mick Jagger?<br />
Vamos ao que interessa: Robert<br />
Plant ao vivo entre nós é algo realmente<br />
surpreendente. Um evento único, aliás.<br />
O homem que conduziu com a precisão<br />
de um trovão aquelas maravilhosas canções<br />
há muito conseguiu, afinal, o que<br />
queria. Tal qual dito na letra de Immigrant<br />
song, o Led Zeppelin virou ban<strong>da</strong><br />
residente do Valhala, fazendo sorrir o<br />
deus Odin e convivas <strong>da</strong> não menos ma-<br />
ravilhosa len<strong>da</strong> nórdica. O Robert Plant<br />
de 2012 não é mesmo de 1973, óbvio.<br />
Pesam os anos, a voz mais grave, o fim<br />
<strong>da</strong> indústria fonográfica, as voltas que<br />
este mundo deu, mas resta uma coisa intacta:<br />
a imensa quali<strong>da</strong>de musical.<br />
Plant nos visita com o grupo Sensational<br />
Space Shifters, com o qual dá seguimento<br />
aos experimentos dos últimos<br />
anos, uma fabulosa mistura <strong>da</strong>s raízes<br />
musicais que envolve o delta do Mississipi,<br />
o delta do Nilo e o imaginário <strong>da</strong>s bala<strong>da</strong>s<br />
anglo-saxônicas. Traduzindo: um<br />
som envolvente, mistura de blues, rock,<br />
raízes africanas e folk music, algo que já<br />
vimos no Led Zeppelin, ora vejam, mas<br />
Heitor Menezes
que na carreira solo de Plant tomou outro<br />
significado, qual seja o de perseguir<br />
uma raiz universal, a ancestrali<strong>da</strong>de,<br />
cuja resposta mais eloquente se encontra<br />
na África, pra variar.<br />
Já vimos isso antes? Sim, claro. Os álbuns<br />
Led Zeppelin III (1970), aquele que<br />
tem That’s the way, e Phisycal graffitti<br />
(1975), o que tem Kashmir, mostraram<br />
um Led Zeppelin antenado, para além do<br />
compasso básico do rock. Em 1994, o<br />
projeto No quarter, com Jimmy Page, voltou<br />
ao tema. Digamos que Plant esteja comungando<br />
<strong>da</strong> ideia do eterno retorno, difundi<strong>da</strong><br />
por um certo Friedrich Nietszche.<br />
Ao que consta, o Sensational Space<br />
Shifters não conta com a presença de Patty<br />
Griffin, cantora e namora<strong>da</strong>, que faz<br />
um lindo contraponto vocal com Plant<br />
no disco Band of joy (2010). Tudo bem.<br />
Quem deve roubar a cena é o multi-instrumentista<br />
<strong>da</strong> Gâmbia Juldeh Camara<br />
ou o excelente guitarrista Justin A<strong>da</strong>ms.<br />
Aliás, os músicos que acompanham Plant,<br />
que fique claro, não são emuladores dos<br />
velhos companheiros de Led Zeppelin.<br />
De resto, não peçam para ele cantar<br />
Stairway to heaven. Os tempos são outros<br />
e este não é um show para saudosistas.<br />
robert plant – sensational space shifters<br />
25/10, às 22h, no ginásio Nilson Nelson.<br />
ingressos: r$ 80 a r$ 180 (meia), à ven<strong>da</strong><br />
na Fnac do parkshopping, central<br />
de ingressos do brasília shopping e<br />
www.ingressorapido.com.br.<br />
Yanni<br />
Simple Plan<br />
Muito embora o termo boy band<br />
esteja amarrado àquela formação musical<br />
na qual rapazes cantam e <strong>da</strong>nçam,<br />
tipo New Kids on The Block e<br />
congêneres, é possível estender o título,<br />
sem ferir os sentimentos de ninguém,<br />
a outros combos, como a ban<strong>da</strong><br />
canadense Simple Plan.<br />
O grupo pop punk de Montreal<br />
nos visita, <strong>dia</strong> 16, no Orla Clube de<br />
Engenharia, e deve provocar uma<br />
inun<strong>da</strong>ção de seu público favorito,<br />
meninos e meninas ávidos por diversão<br />
de primeira. O Simple Plan fez<br />
uma <strong>da</strong>s apresentações mais concorri<strong>da</strong>s<br />
do festival SWU, ano passado,<br />
em São Paulo, e ain<strong>da</strong> colhe os frutos<br />
do álbum Get your heart on!, lançado<br />
em 2011.<br />
O grego Yanni Hryssomallis, ou simplesmente Yanni, é um fenômeno musical que<br />
transcende fronteiras. O cara contabiliza 35 anos de carreira, 19 discos lançados, 20<br />
milhões de cópias vendi<strong>da</strong>s no mundo, mais de 35 discos de platina e ouro e shows<br />
que excursionaram por mais de 20 países, com um público superior a três milhões de<br />
espectadores.<br />
Classificado inicialmente como um artista new age, Yanni ocupa a lacuna deixa<strong>da</strong><br />
pelo compatriota Vangelis, com um som predominantemente instrumental, resultado<br />
<strong>da</strong> fusão de gêneros como a música clássica, o jazz, o rock e a world music.<br />
Yanni live at the Acropolis, álbum lançado em 1993 que também resultou em<br />
vídeo homônimo, arremessou o instrumentista, compositor, maestro e produtor ao<br />
estrelato mun<strong>dia</strong>l. O material em questão é considerado o segundo vídeo musical<br />
mais vendido no mundo, atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson. O CD continua<br />
até hoje entre os mais mais, coisa difícil de explicar.<br />
Pois os brasilienses terão a oportuni<strong>da</strong>de de embarcar no mundo de Yanni graças<br />
à apresentação prevista para o <strong>dia</strong> 18, no Centro de Convenções ulysses Guimarães.<br />
Os ingressos são salgadíssimos, mas isso é detalhe. Para quem se apresentou em<br />
lugares espetaculares como a Acrópole grega, o Taj Mahal, na Ín<strong>dia</strong>, ou a Ci<strong>da</strong>de<br />
Proibi<strong>da</strong>, na China, não seria na<strong>da</strong> mal vê-lo de forma grandiosa, e sob as estrelas,<br />
na Esplana<strong>da</strong> dos Ministérios. Fica para a próxima.<br />
Não há na<strong>da</strong> demais em dizer que<br />
o Simple Plan segue os passos iniciados<br />
pelo Green Day, o de misturar a<br />
energia do punk rock a melo<strong>dia</strong>s<br />
vapt-vupt. Interessante notar que o<br />
grupo liderado pelo vocalista Pierre<br />
Bouvier tem uns 15 anos de estra<strong>da</strong>.<br />
Chega uma hora em que o amadurecimento<br />
já não combina com o clima<br />
Nickelodeon, mas isso fica pra mais<br />
tarde. Em todo caso, um programaço<br />
que deve agra<strong>da</strong>r em cheio aos fãs de<br />
Blink-182, Sum 41, Yellowcard, Good<br />
Charlotte e Fall-Out Boy.<br />
simple plan<br />
16/10, às 21h, no orla clube de engenharia<br />
(sces, trecho 2). ingressos: r$ 40 a r$ 180<br />
(meia), à ven<strong>da</strong> na Fnac do parkshopping,<br />
central de ingressos do brasília shopping<br />
e www.ingressorapido.com.br.<br />
an evening with Yanni under the stars<br />
18/10, às 20h30, no centro de convenções<br />
ulysses guimarães. ingressos: r$ 200 a r$ 400<br />
(meia), à ven<strong>da</strong> em www.ticketsforfun.com.br.<br />
Jaimie Milbum<br />
Divulgação<br />
43
44<br />
Que EspETÁcuLo<br />
Diverti<strong>da</strong> tragé<strong>dia</strong><br />
Deus <strong>da</strong> carnificina, uma comé<strong>dia</strong> sem juízo, <strong>da</strong> francesa<br />
Yasmina Reza, estará na Sala Villa-Lobos nos <strong>dia</strong>s 13 e 14<br />
acredito que o ser humano<br />
seja pacífico. Penso que<br />
“Não<br />
ele não evolui desde a I<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> Pedra e que o verniz social que o protege<br />
<strong>da</strong> selvageria é inquietantemente suave<br />
e sempre a ponto de estourar”. Quem afirma<br />
isso é a autora <strong>da</strong> peça Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />
uma comé<strong>dia</strong> sem juízo, a francesa<br />
Yasmina Reza, que há 25 anos escreve textos<br />
para teatro cujo ponto em comum é a<br />
presença de personagens em confrontos<br />
beirando o cômico, quase sempre imersas<br />
numa crise de nervos e loucas de vontade<br />
de chegar às vias de fato.<br />
Na montagem brasileira, dirigi<strong>da</strong> por<br />
Emílio de Mello, os atores Paulo Betti,<br />
Júlia Lemmertz, Deborah Evelyn e Orã<br />
Figueiredo protagonizam dois casais<br />
“adultos e civilizados” que se encontram<br />
na casa de um deles para resolver um incidente<br />
envolvendo seus filhos pequenos:<br />
um quebrou dois dentes do outro numa<br />
briga. Na<strong>da</strong> que os pais não possam resolver<br />
com calma e bom senso, mas, conforme<br />
admite a própria autora, às vezes o<br />
verniz social que protege os adultos <strong>da</strong> selvageria<br />
se quebra e a polidez civiliza<strong>da</strong> dá<br />
lugar a um campo de batalha, onde tudo<br />
pode acontecer.<br />
Yasmina produz um teatro de tensão<br />
“porque as tensões nos governam”, se-<br />
gundo suas próprias palavras. Por essa razão,<br />
seus personagens “são pessoas educa<strong>da</strong>s<br />
que pretendem manter a compostura”.<br />
Mas como são também impulsivos,<br />
não conseguem manter as regras<br />
que impuseram a si mesmos. É precisamente<br />
essa luta o foco de interesse <strong>da</strong> autora,<br />
que reconhece: “Minhas obras sempre<br />
foram considera<strong>da</strong>s comé<strong>dia</strong>s, mas<br />
penso que são tragé<strong>dia</strong>s diverti<strong>da</strong>s”.<br />
A peça já passou por Rio e São Paulo,<br />
onde atraiu grande público e elogios <strong>da</strong><br />
crítica. Júlia Lemmertz ganhou o Prêmio<br />
APTR (Associação de Produtores de Teatro<br />
do Rio de Janeiro) na categoria de<br />
atriz protagonista e o Prêmio Quem de<br />
<strong>melhor</strong> atriz de teatro. O espetáculo também<br />
foi indicado ao Prêmio Shell – direção<br />
e ator (Paulo Betti) –, ao Prêmio Contigo!,<br />
na categoria espetáculo de comé<strong>dia</strong>,<br />
e ao Prêmio APTR nas categorias espetáculo<br />
e iluminação (Renato Machado).<br />
Desde que foi encena<strong>da</strong> pela primeira<br />
vez, em 2006, em Zurique, Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />
uma comé<strong>dia</strong> sem juízo coleciona<br />
elogios <strong>da</strong> crítica internacional e prêmios<br />
pelo mundo. Na Broadway, a montagem,<br />
que teve no elenco Jeff Daniels, James<br />
Gandolfini, Hope Davis e Marcia Gay<br />
Harden, ganhou em 2009 três prêmios<br />
Tony, considerado o Oscar do teatro, nas<br />
categorias espetáculo, direção e atriz. A<br />
montagem em Londres, em 2008, no<br />
Teatro Gieguld, contou com Ralph Fiennes<br />
no elenco e levou o prêmio Laurence<br />
Olivier Award (The Society of London<br />
Theatre) de <strong>melhor</strong> comé<strong>dia</strong>. No mesmo<br />
ano, a encenação parisiense, no Teatro<br />
Antoine, foi estrela<strong>da</strong> por Isabelle Hup-<br />
pert e dirigi<strong>da</strong> pela própria Yasmina Reza.<br />
Em 2011, o polêmico diretor franco-<br />
-polonês Roman Polanski reuniu elenco<br />
de peso para <strong>da</strong>r sua versão cinematográfica<br />
do texto de Yasmine. Os casais em litígio<br />
foram protagonizados por ninguém<br />
menos que Jodie Foster, John Reilly, Kate<br />
Winslet e Christoph Waltz.<br />
O texto de Yasmine e a montagem brasileira<br />
serão fruto de discussão no projeto<br />
Debates Vivo EnCena – A Inovadora Dramaturgia<br />
Contemporânea, que terá a participação<br />
de Paulo Betti e a me<strong>dia</strong>ção do<br />
curador do projeto e pesquisador em gestão<br />
<strong>cultural</strong> Expedito Araújo.<br />
Deus <strong>da</strong> carnificina,<br />
uma comé<strong>dia</strong> sem juízo<br />
13/10, às 21h, e 14/10, às 19h30, na sala<br />
villa-lobos do teatro Nacional cláudio<br />
santoro. ingressos a r$ 80 e r$ 40.<br />
classificação indicativa: 14 anos.<br />
mais informações: 3325.6239.<br />
Debates vivo encena<br />
14/10, às 15h30, na sala villa-lobos<br />
do teatro Nacional. entra<strong>da</strong> franca.<br />
Guga Melgar
Cinco anos com Marilyn<br />
Peça autobiográfica de Arthur Miller faz estreia nacional em <strong>Brasília</strong><br />
Durante cinco anos, entre 1956 e<br />
1961, Arthur Miller esteve casado<br />
com a musa Marilyn Monroe,<br />
que morreu em 1962. Sobre ela, o escritor<br />
nunca escondeu o que pensava: “Tinha<br />
um perfil autodestrutivo”. Do convívio<br />
com a atriz surgiu a peça Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong>,<br />
claramente inspira<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong> do autor. O<br />
texto é todo baseado nas reflexões de<br />
Quentin, alter ego de Miller, um advogado<br />
nova-iorquino que decide reexaminar sua<br />
vi<strong>da</strong> para decidir se deve ou não se casar<br />
com seu mais recente amor.<br />
Em ação estrutura<strong>da</strong> com recursos expressionistas<br />
e narrativa não linear, Miller<br />
alterna cenas do passado e do presente,<br />
mantendo sempre um clima de mistério.<br />
Quentin (vivido pelo ator Lucas Gouvêa)<br />
é apresentado como um homem consciente,<br />
subjetivo, mais de pensamento do<br />
que de ação. Maggie (Simone Spoladore),<br />
ao contrário, é pura inconsciência, intuição,<br />
impulsivi<strong>da</strong>de.<br />
A montagem atual estreia 48 anos<br />
depois <strong>da</strong> primeira. Em 1964, o diretor<br />
paulista Flávio Rangel assistiu à peça<br />
After the fall, em Nova York, e ficou tão<br />
apaixonado pelo texto que realizou no<br />
mesmo ano, no Brasil, a primeira montagem<br />
de Miller fora dos Estados Unidos.<br />
Depois dessa lendária encenação, protagoniza<strong>da</strong><br />
por Paulo Autran e Maria Della<br />
Costa, o texto nunca mais ganhou a cena<br />
brasileira.<br />
Felipe Vi<strong>da</strong>l, diretor e também tradutor<br />
do espetáculo que estreia <strong>dia</strong> 18, pretende<br />
proporcionar ao público brasileiro<br />
o contato com uma peça-chave <strong>da</strong> obra de<br />
Miller. Na montagem de Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong><br />
ele aproveitou boa parte do elenco e <strong>da</strong><br />
equipe técnica de um trabalho anterior,<br />
Rock’n’roll, de Tom Stoppard, realizado<br />
em 2009, e também repetiu a parceria<br />
com a atriz Simone Spoladore, que em<br />
2012 interpretou Louise Brooks, outro<br />
ícone do cinema internacional, no espetáculo<br />
solo Louise Valentina.<br />
Agora, a atriz encarna a personagem<br />
Maggie, alter ego de Marilyn Monroe, segun<strong>da</strong><br />
mulher do dramaturgo. O texto<br />
Daniele Ávila<br />
Marilyn Monroe picture Gallery<br />
foi escrito em 1964, apenas dois anos<br />
após a morte de Marilyn, ocorri<strong>da</strong> há 50<br />
anos. No elenco estão ain<strong>da</strong> Gabriela<br />
Carneiro <strong>da</strong> Cunha, José Karini, Paulo<br />
Giardini, Thais Tedesco, Leandro Daniel<br />
Colombo, Talita Fontes, Paula Tolentino<br />
e Luciano Moreira.<br />
Lucas Gouvêa e<br />
Simone Spoladore<br />
interpretam<br />
Quentin e Maggie,<br />
alter egos de<br />
Arthur Miller e<br />
Marilyn Monroe,<br />
vistos na foto ao<br />
lado durante a<br />
fase mais feliz de<br />
seu casamento.<br />
De <strong>Brasília</strong>, Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong> segue para<br />
o Rio de Janeiro, onde faz tempora<strong>da</strong><br />
de 16 de novembro a 17 de dezembro.<br />
Depois <strong>da</strong> que<strong>da</strong><br />
De 18/10 a 11/11, de 6ª domingo, às 20h,<br />
no ccbb. ingressos: r$ 6 e r$ 3. mais<br />
informações: 3108.7600.<br />
45
46<br />
Que EspETÁcuLo<br />
Noite eterna<br />
no subsolo do Conic<br />
Texto de Álvares de Azevedo vira “peça-festa” nas mãos do Grupo Liquidificador<br />
por melissa luz<br />
Liquidificar significa liquefazer,<br />
fundir. Em sua segun<strong>da</strong> montagem,<br />
o Grupo Liquidificador levou<br />
seu nome mais a sério do que nunca.<br />
Ultra-Romântico, em cartaz no subsolo<br />
do Conic até 4 de novembro, nasceu <strong>da</strong>s<br />
histórias do livro Noite na taverna, de Álvares<br />
de Azevedo, soma<strong>da</strong>s a referências<br />
estéticas e conceituais dos movimentos<br />
punk, clubber e beatnik e às percepções<br />
pessoais dos integrantes do grupo. O resultado<br />
é um inovador formato de peça-<br />
-festa no centro abandonado e marginalizado<br />
de <strong>Brasília</strong>, tendo a <strong>noite</strong> como personagem<br />
principal.<br />
Ultra-Romântico é o segundo capítulo<br />
<strong>da</strong> trilogia, inicia<strong>da</strong> em A cartomante, resultante<br />
de uma pesquisa de linguagem<br />
contemporânea de encenação que parte<br />
<strong>da</strong> narrativa literária. O espetáculo funde<br />
numa única história as aventuras de<br />
amor, idealismo, boemia, morte, loucura<br />
e crime conta<strong>da</strong>s no livro pelos personagens<br />
Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius<br />
Hermann e Johann. O que se vê em<br />
cena não é uma a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s páginas<br />
para o palco, mas uma leitura muito particular<br />
e conceitual do grupo a respeito<br />
<strong>da</strong> trama de Álvares de Azevedo e <strong>da</strong> escola<br />
literária que ela representa, a segun-<br />
<strong>da</strong> fase o romantismo, ou Ultra-Romântico,<br />
como também é conheci<strong>da</strong>.<br />
Depois de exercícios de improvisação<br />
e muitas pesquisas, conversas, estudos e<br />
discussões, Fernan<strong>da</strong> Alpino, Fernando<br />
Carvalho (que novamente assina a direção),<br />
Glauber Carvalho, Iza Cavanellas,<br />
Kael Stu<strong>da</strong>rt, Karinne Ribeiro e Tiago<br />
Medeiros criaram coletivamente uma história<br />
de situações intensas vivi<strong>da</strong>s no limite<br />
sob a proteção de uma <strong>noite</strong> idealiza<strong>da</strong><br />
como eterna. É ela, a <strong>noite</strong>, a força<br />
motora para o início de to<strong>da</strong> a jorna<strong>da</strong>. É<br />
ela que liberta o jovem romântico do <strong>dia</strong><br />
cheio de tédio e burocracias, e lhe permite<br />
se colocar à prova a todo custo. Para<br />
impedir o fim dessa <strong>noite</strong> e criar um ciclo<br />
interminável de aventuras, as sessões dos<br />
sábados de “Ultra-Romântico” se desdobram<br />
em festas com DJs e ban<strong>da</strong>s convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />
no formato batizado pelo Grupo<br />
Liquidificador como peça-festa.<br />
O subsolo do Conic, onde até pouco<br />
tempo atrás ficavam entulhos do Teatro<br />
Dulcina, transformou-se em uma taverna<br />
do Século XXI para receber, por entre<br />
suas paredes grafita<strong>da</strong>s e seu ar soturno,<br />
essa trama que flerta fortemente com os<br />
preceitos dos punks ingleses e brasileiros,<br />
dos clubbers dos anos 90 e dos beatniks do<br />
final dos anos 50.<br />
O personagem central de “Ultra-Ro-<br />
mântico” é interpretado por todos no<br />
elenco, não importando o sexo, seguindo<br />
o conceito de queer, difundido nos<br />
anos 90 por uma parte do movimento<br />
punk, no qual gêneros e sexuali<strong>da</strong>des não<br />
se encaixam na socie<strong>da</strong>de heteronormativa<br />
vigente. Esse herói é conduzido na<br />
história pelas palavras e ações de Ângela,<br />
personagem que foi sendo desenha<strong>da</strong><br />
nas improvisações durante os ensaios como<br />
sendo a personificação <strong>da</strong> musa idealiza<strong>da</strong><br />
do jovem romântico.<br />
“Nós condensamos os cinco heróis<br />
do livro em apenas um, no espetáculo.<br />
Depois, dividimos esse herói em cinco<br />
de novo, entre os intérpretes do grupo.<br />
Essa linha de dramaturgia que seguimos<br />
é, de certa forma, uma homenagem a Álvares<br />
de Azevedo, que, apesar de ter escrito<br />
histórias tão fortes, de vi<strong>da</strong>s tão intensas,<br />
morreu jovem, sem ter experimentado<br />
muito”, explica a atriz Karinne<br />
Ribeiro, que assina o roteiro final.<br />
peça-festa ultra-romântico<br />
até 4/11 no subsolo do conic, no setor de<br />
Diversões sul. sextas e sábados, às 21h;<br />
domingos, às 20h. ingressos a r$ 20 e r$ 1<br />
(quem assistir ao espetáculo em qualquer um<br />
dos três <strong>dia</strong>s terá direito a convite para a festa<br />
realiza<strong>da</strong> sempre aos sábados, a partir <strong>da</strong>s<br />
23h. ingressos <strong>da</strong> festa: <strong>da</strong>s 23 às 24h, r$ 10;<br />
<strong>da</strong>s 24 à 1h, r$ 15. classificação indicativa:<br />
16 anos. informações para o público:<br />
9633.8711/8544.2928/ 8301.2905<br />
Rafael Godoy
luz câMERa ação<br />
Memória<br />
musical<br />
brasiliense<br />
Documentário registra a<br />
trajetória de zé Mulato e<br />
Cassiano, Clodo Ferreira,<br />
Renato Matos e Liga Tripa<br />
Sob o olhar tranquilo de JK, na grama<br />
verde que cerca seu memorial,<br />
Zé Mulato e Cassiano metem os<br />
dedos na viola e iniciam os acordes de Juriti.<br />
Na sequência, entram Clodo Ferreira<br />
e Renato Matos, cantando esse hino<br />
alternativo de <strong>Brasília</strong>. O Liga Tripa, a<br />
mais antiga trupe de músicos de rua <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong>de, incorpora-se então ao grupo e todos,<br />
cantando, caminham na direção <strong>da</strong><br />
câmera. Sonho? Não. Cenas finais do documentário<br />
4, sobre a vi<strong>da</strong> e a carreira<br />
desses quatro representantes <strong>da</strong> música<br />
brasiliense.<br />
O filme foi produzido como parte do<br />
projeto <strong>Brasília</strong> Outros 50, <strong>da</strong> organização<br />
não governamental Casa <strong>da</strong> Vila, iniciado<br />
na comemoração do cinquentenário<br />
<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e só agora finalizado, devido<br />
aos velhos e conhecidos problemas<br />
burocráticos. Com depoimentos, imagens<br />
e canções, o documentário, que<br />
tem direção e roteiro do poeta Vicente<br />
Sá, fala <strong>da</strong> importância desses artistas para<br />
a cultura de <strong>Brasília</strong>. “A intenção foi<br />
registrar e divulgar a arte musical cria<strong>da</strong><br />
no Distrito Federal ao longo de seus 50<br />
anos e mostrá-la para uma população<br />
com pouco acesso ao cinema. Como chamariz,<br />
fizemos os shows com os mesmos<br />
músicos que são mostrados no filme”,<br />
explica Kleber Moraes, um dos idealizadores<br />
do projeto.<br />
Os primeiros a se apresentar foram<br />
Zé Mulato e Cassiano, em Sobradinho<br />
II, no final de julho, para uma plateia de<br />
mais de três mil pessoas. Para a dupla caipira,<br />
foi uma beleza o filme ser passado<br />
antes do show. “Assim, eles escolhem como<br />
gostam mais de nós, ao vivo ou na tela”,<br />
brinca Zé Mulato.<br />
Sérgio Duboc, do grupo Liga Tripa,<br />
que se apresentou em Planaltina, também<br />
gostou muito de ter participado do<br />
projeto e realça a importância <strong>da</strong> preservação<br />
<strong>da</strong> memória musical <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />
“<strong>Brasília</strong> está começando a se reconhecer<br />
em seus artistas e esse filme de Vicente<br />
Sá, que conhece bem de perto todos nós,<br />
é um dos bons caminhos para manter viva<br />
a alma <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de”, diz o músico.<br />
O cantor e compositor Renato Matos,<br />
que já trabalhou em filmes como<br />
Loucos por cinema e Sagrado segredo (ambos<br />
dirigidos por André Luiz Oliveira), também<br />
gostou <strong>da</strong> experiência: “É importan-<br />
te porque nesse filme eu sou eu mesmo e<br />
posso contar várias histórias de <strong>Brasília</strong>.<br />
O que foi o Concerto Cabeças, como começou,<br />
quem estava lá... e assim a vi<strong>da</strong><br />
não se perde”.<br />
Clodo Ferreira, que encerrou o projeto<br />
com um show na Vila Planalto,<br />
acompanhado do instrumentista Manassés,<br />
destaca a importância do registro<br />
com esses artistas ain<strong>da</strong> em ativi<strong>da</strong>de:<br />
“Pelo fato de <strong>Brasília</strong> ter pouco mais de<br />
50 anos, ain<strong>da</strong> é possível gravar, filmar<br />
esses artistas que são, de certo modo, formadores<br />
<strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de”.<br />
A Casa <strong>da</strong> Vila pretende <strong>da</strong>r sequência<br />
ao projeto e, em 2013, produzir mais<br />
um documentário com outros quatro<br />
grandes nomes <strong>da</strong> música de <strong>Brasília</strong>. “A<br />
ideia é ir, pouco a pouco, registrando esses<br />
grandes artistas para montar uma espécie<br />
de videoteca <strong>da</strong> música brasiliense”,<br />
completa Zelito Passos, outro idealizador<br />
do projeto, que está buscando patrocínio<br />
para, ain<strong>da</strong> este ano, fazer cópias<br />
do DVD e distribuir em escolas públicas<br />
do DF. Por enquanto, o filme poderá<br />
ser baixado do YouTube ou do site<br />
www.casa<strong>da</strong>vila.org.br.<br />
Divulgação<br />
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48<br />
luz câMERa ação<br />
Um sonho com os pés descalços, de Tae-Gyun Kim,<br />
concorreu ao Oscar de <strong>melhor</strong> filme estrangeiro.<br />
Visões <strong>da</strong> Coreia hoje<br />
Mostra do CCBB exibirá cinco novos filmes de cineastas coreanos<br />
por sérgio moricoNi<br />
Nem popularesco nem cinema cabeça.<br />
Realiza<strong>da</strong> com o suporte<br />
<strong>da</strong> Embaixa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Coreia, a mostra<br />
de filmes coreanos contemporâneos<br />
do CCBB apresenta produções que tiveram<br />
boa distribuição no mercado doméstico<br />
e internacional, entre elas Um sonho<br />
com os pés descalços, de Tae-Gyun Kim,<br />
que concorreu ao Oscar de <strong>melhor</strong> filme<br />
estrangeiro em 2011, e Velho amigo, de<br />
Chan-Wook Park, um cult, também conhecido<br />
como Oldboy, título do distribuidor<br />
norte-americano.<br />
Os outros filmes programados apostam<br />
na comé<strong>dia</strong> e também num público<br />
jovem. Fabricantes de escân<strong>da</strong>los, de Hyeong-Cheol<br />
Kang, conta a história de um<br />
DJ boêmio que tem sua vi<strong>da</strong> vira<strong>da</strong> de<br />
cabeça para baixo, quando uma menina<br />
bate à sua porta dizendo que é sua filha,<br />
e Le grand chef, de Yun-Su Jeon, é sobre<br />
uma querela interminável entre um chef<br />
e o filho do dono do restaurante onde<br />
ele trabalhava. Pacemaker, de Dal-Jong<br />
Kim, ao contrário, é um drama enfocando<br />
um maratonista de futuro que se vê<br />
constrangido a abandonar seus sonhos.<br />
Um sonho com os pés descalços e Velho<br />
amigo conseguiram grande reconhecimento<br />
por diferentes motivos. O primeiro,<br />
claro, pela indicação ao Oscar, mas<br />
também por ter sabido se aproveitar <strong>da</strong><br />
circunstância de ser lançado – premedita<strong>da</strong>mente<br />
pelos produtores – durante a<br />
Copa do Mundo de futebol <strong>da</strong> África do<br />
Sul. O enredo trata de um velho e deca-<br />
dente jogador <strong>da</strong> seleção <strong>da</strong> Coreia que,<br />
depois de tentar se virar de várias maneiras<br />
como aposentado, resolve se fixar no<br />
Timor Leste. Abre um loja de equipamentos<br />
esportivos imaginando ganhar<br />
muito dinheiro. Ledo engano. Como ele<br />
mesmo observa no parque próximo à região<br />
onde mora, os jovens praticam o velho<br />
esporte bretão descalços! Kim-Wong<br />
Kang, o velho jogador, logo percebe que<br />
não vai conseguir na<strong>da</strong> com aqueles pobres<br />
(pobres de recursos, bem entendido)<br />
jogadores.<br />
A indicação <strong>da</strong> obra de Tae-Gyun<br />
Kim ao Oscar é absolutamente compreensível.<br />
Assim como Pacemaker, Um sonho<br />
com os pés descalços é um filme de redenção.<br />
Kim-Wong Kang se envolve com<br />
os meninos, forma um time organizado,
Velho amigo, de Chan-Wook Park.<br />
torna-se seu técnico. Os desdobramentos<br />
já estão insinuados no título <strong>da</strong> obra.<br />
Muito diferentemente, Velho amigo é cinema<br />
de gênero, um thriller noir, um amedrontador<br />
ensaio sobre os limites e consequencias<br />
<strong>da</strong> vingança. Existe aqui e ali<br />
uma influência do cinema de Hong<br />
Kong. O diretor Chan-Wook Park evita<br />
como pode o clichê “violência gera violência”,<br />
“violência não leva a lugar nenhum”<br />
ou coisa pareci<strong>da</strong>. Bem, o filme<br />
não causou repulsa nem quando passou<br />
em Cannes, apesar de uma de sua cenas<br />
provocar um ver<strong>da</strong>deiro choque <strong>cultural</strong>.<br />
Seria conveniente descrevê-la aqui? A<br />
passagem tem a ver com uma certa tradição<br />
coreana de comer animais ain<strong>da</strong> vivos.<br />
Como tradição é tradição, não há<br />
registro (pelo menos até agora) de protesto<br />
de nenhuma enti<strong>da</strong>de de proteção<br />
dos animais, muito menos de algumas<br />
<strong>da</strong>s personali<strong>da</strong>des presentes a Cannes.<br />
Note-se: o presidente do prestigioso festival<br />
francês na ocasião era Quentin Tarantino,<br />
admirador confesso de Park.<br />
Não é de hoje que o cinema coreano<br />
vem atraindo a atenção de críticos e público<br />
no mundo todo. Durante anos e<br />
anos esquecidos em seu próprio país, os<br />
cineastas <strong>da</strong> Coreia emergiram do limbo<br />
Fabricante de escân<strong>da</strong>los, de Hyeong-Cheol Kang.<br />
apenas nos anos 80, depois que Man<strong>da</strong>la<br />
(1981), de Im Kwon-Taek, causou frisson<br />
em festivais europeus. Havia uma certa<br />
ironia nesse reconhecimento tardio. Afinal<br />
de contas, Kwon-Taek estava na ativa<br />
desde 1962, embora sua atenção, no<br />
início <strong>da</strong> carreira, estivesse volta<strong>da</strong> apenas<br />
para filmes B de crime e de ação repleta<br />
de lutas com espa<strong>da</strong>s. As razões para<br />
o renascimento <strong>da</strong> cinematografia coreana<br />
em outras bases, mais volta<strong>da</strong> para<br />
temas relevantes e que refletissem os<br />
problemas contemporâneos de sua socie<strong>da</strong>de,<br />
são históricas e políticas. Depois<br />
de anos de guerra com a Coreia do<br />
Norte e de censura, onde prevaleceram<br />
os filmes de kung fu e de propagan<strong>da</strong><br />
anticomunista, o cenário mu<strong>da</strong> abruptamente<br />
com o assassinato do ditador Park<br />
Chung-Hee, em 1979. As leis marciais<br />
que restringiam o raio de ação dos<br />
realizadores locais são finalmente liberaliza<strong>da</strong>s<br />
em 1985.<br />
A partir de então surge uma nova geração<br />
de promissores realizadores, quase<br />
todos desligados <strong>da</strong> antiga tradição, hegemônica<br />
nos anos 50, de filmes de ação<br />
B, destinados ao público masculino, e<br />
melodramáticas novelas românticas, volta<strong>da</strong>s<br />
para o público feminino. A ética<br />
dos 80 é inteiramente diversa. Nomes<br />
como o de Jang Sun-Woo, próximo esteticamente<br />
do japonês Nagisa Oshima e<br />
do francês Jean-Luc Go<strong>da</strong>rd, estão muito<br />
mais preocupados em passar a limpo a<br />
muitas vezes trágica história social do país.<br />
Temas como o abuso sexual, a ética<br />
capitalista <strong>da</strong> moderna Coreia, a religião<br />
budista, o materialismo consumista etc<br />
são recorrentes nos trabalhos de Sun-<br />
-Woo e de companheiros de geração, como<br />
Park Kwang-Su e Hong Sang-Soo.<br />
Por mais incrível que possa parecer, esse<br />
florescimento de uma cinematografia excitante<br />
e dinâmica já no fim do século<br />
passado fez com que muitos pesquisadores<br />
voltassem o interesse para o resgate<br />
do obscuro cinema realizado na Coreia<br />
nas primeiras déca<strong>da</strong>s do século passado:<br />
um período amador em que os atores faziam<br />
seus trabalhos em troca de sacos de<br />
arroz! Eram os anos 20, a era dos filmes<br />
mudos. Esses atores, quando se tornavam<br />
famosos, eram rotulados de “homens<br />
dos seis sacos anuais”!<br />
mostra de Filmes coreanos 2012<br />
De 30/10 a 4/11 no ccbb (sces, trecho 2).<br />
entra<strong>da</strong> franca, com retira<strong>da</strong> de senhas uma<br />
hora antes de ca<strong>da</strong> sessão. mais informações:<br />
3108.7600.<br />
Fotos: Divulgação<br />
49
50<br />
luz câMERa ação<br />
A filha<br />
do pai<br />
por reYNalDo DomiNgos Ferreira<br />
Talvez o título em português, A filha<br />
do pai, não exprima bem o sentido<br />
poético que o renomado ator<br />
Daniel Auteil, em sua estreia como diretor,<br />
desejou extrair <strong>da</strong> crônica de costumes<br />
interioranos feita pelo romancista<br />
Marcel Pagnol, responsável também pela<br />
primeira versão cinematográfica (1940)<br />
de sua obra literária.<br />
O principal objetivo de Auteil, ao<br />
realizar essa refilmagem de um dos romances<br />
mais populares <strong>da</strong> literatura<br />
francesa, foi certamente o de prestar homenagem<br />
a seu autor, primeiro cineasta<br />
eleito para a Academia Francesa de Letras.<br />
A ele Auteil deve a oportuni<strong>da</strong>de<br />
de se tornar mun<strong>dia</strong>lmente conhecido<br />
por suas inesquecíveis atuações em Jean<br />
de Florette (1986) como o jovem Ugolin<br />
e, na sequência, Manon des sources, películas<br />
<strong>da</strong> mesma forma ambienta<strong>da</strong>s no<br />
meio rural.<br />
O cenário é o <strong>da</strong> Provence, reproduzi<strong>da</strong><br />
em imagens de Jean-François Robin.<br />
A história, que se passa antes <strong>da</strong> I Guerra<br />
Mun<strong>dia</strong>l, é a de uma jovem de 18 anos,<br />
Patricia Amoretti (Astrid Bergès-Frisbey),<br />
filha de um cavador de poços, Pascal<br />
Amoretti (Daniel Auteil), já prometi<strong>da</strong><br />
em casamento ao aju<strong>da</strong>nte dele, Felipe<br />
Rambert (Kad Merad). Vez por outra,<br />
Felipe faz as refeições na casa do patrão,<br />
que, abandonado pela mulher, cria,<br />
além de Patricia, mais cinco filhos, um<br />
deles ain<strong>da</strong> de colo.<br />
Certo <strong>dia</strong>, Patricia, bonita, de gestos<br />
finos, pois foi cria<strong>da</strong> num colégio em Paris,<br />
ao levar ao campo a comi<strong>da</strong> do pai e<br />
a de Felipe conhece Jacques Mazel (Nicolas<br />
Duvauchelle), um rapaz de 26 anos,<br />
igualmente vistoso e de boas maneiras. A<br />
despeito <strong>da</strong> recusa dela, ele a sustém em<br />
seus braços para transpor as águas de um<br />
riacho, além do qual Pascal e Felipe trabalham<br />
na perfuração de um poço.<br />
Alguns <strong>dia</strong>s depois, no vilarejo, Patricia<br />
vai saber que Jacques é aviador e filho<br />
único do rico casal M. Mazel (Jean-<br />
-Pierre Darroussin) e Mme. Mazel (Sabine<br />
Azèma). Com a far<strong>da</strong> <strong>da</strong> Aeronáutica,<br />
ele demonstra suas habili<strong>da</strong>des, pilotando<br />
um monomotor e fazendo, sob o<br />
aplauso <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e ao som de<br />
uma ban<strong>da</strong> de música, ousa<strong>da</strong>s piruetas<br />
no céu. Então, tudo acontece. Ao ser leva<strong>da</strong><br />
para casa por Jacques, de moto, em<br />
<strong>noite</strong> de luar, Patricia se rende às suas investi<strong>da</strong>s.<br />
Fica grávi<strong>da</strong>, enquanto ele parte<br />
para a guerra. O conflito <strong>da</strong> honra a ser<br />
repara<strong>da</strong> se transfere para o âmbito dos<br />
pais. Os de Jacques se mostram irascíveis<br />
ante o pedido de Pascal, que vai procurá-<br />
-los, acompanhado de Patricia e dos outros<br />
filhos. Eles dizem que não querem<br />
saber <strong>da</strong> criança que vai nascer.<br />
O melodrama de Marcel Pagnol está<br />
de prazo vencido, ou en retard ao contexto<br />
social dos <strong>dia</strong>s atuais. Os 60 anos de-<br />
corridos pesaram muito sobre a vali<strong>da</strong>de<br />
do texto, problema que nem a a<strong>da</strong>ptação<br />
nem a mise en scène de Daniel Auteil, infelizmente,<br />
consegue contornar. O estilo<br />
de narrativa do estreante diretor é, nesse<br />
sentido, bastante antiquado ou de patética<br />
alienação a tudo o que se faz atualmente<br />
em termos de reconstituição de<br />
temas já batidos pela ação do tempo.<br />
De qualquer forma, porém, além do<br />
paisagismo, a película tem como atrativos<br />
uma trilha sonora como sempre brilhante<br />
de Alexandre Desplat, em que se<br />
destaca a canção napolitana Cuore ingrato,<br />
e interpretações de muito bom nível.<br />
Auteil confere digni<strong>da</strong>de a Pascal Amoretti,<br />
interpretado, na versão original,<br />
por Fernandel. Kad Merad faz de Felipe<br />
Rambert uma figura interiorana muito<br />
característica. Jean-Pierre Darroussin e<br />
Sabine Azèma, no desempenho do casal<br />
Mazel, recriam duas criaturas aze<strong>da</strong>s e<br />
cheias de empáfia. Nicolas Duvauchelle<br />
encarna com discrição Jacques Mazel,<br />
que mol<strong>da</strong> suas atitudes pela mesma disciplina<br />
com que atua na vi<strong>da</strong> militar. Astrid<br />
BergèsFrisbey, como Patricia Amoretti,<br />
parece mais uma boneca de biscuit,<br />
frágil e indefesa ante as surpresas<br />
<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
a filha do pai (La fille du puisatier)<br />
França/2011, 147min. Direção: Daniel auteil.<br />
roteiro: Daniel auteil e marcel pagnol.<br />
com Daniel auteil, Kad merad, Jean-pierre<br />
Darroussin, sabine azèma, astrid bergès-<br />
Frisbay e Nicolas Duvauchelle.<br />
Divulgação