trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
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QUINZENA CD' TRABALHADORES<br />
A paralisação total <strong>de</strong> categorias estra-<br />
tégicas dos principais centros do país, uma<br />
intensa repressão que culminou com a prisão<br />
<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30 sindicalistas, atos públicos e<br />
passeatas marcaram a greve geral, ontem,<br />
em todo o pa(s. Ãs 20 horas, o Comando<br />
Nacional <strong>de</strong> Greve divulgou o seguinte<br />
quadro:<br />
SAO PAULO<br />
Apesar da provocação aos trabalha-<br />
dores e da repressío, a cida<strong>de</strong> funcionou<br />
como se estivesse em pleno feriado. O metrô<br />
parou c os ônibus circularam normalmente<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um acordo feito pelo prefeito<br />
Jânio Quadros, que prometeu um aumento<br />
salarial <strong>de</strong> 70 por cento aos motoristas.<br />
Mosmo assim, circularam vazios. A industria<br />
parou parcialmente e a Polícia Fe<strong>de</strong>ral<br />
efetuou varias prisões, entre elas a do presi-<br />
<strong>de</strong>mo tio Sindicato dos Bancários. Adauto<br />
Ueriivcgna c a do <strong>de</strong>putado estadual eleito<br />
pelo PT, Roberto Gouveia.<br />
Km S3o Bernardo, a paralisação foi<br />
lutai Os sindicatos organizaram caravanas<br />
que orculavam pela cida<strong>de</strong> convocando a<br />
populaçío para o ato público no Paço Muni-<br />
cipal Houve prisões <strong>de</strong> diretores do Sindica-<br />
to dos Metalúrgicos e <strong>de</strong> dois vereadores do<br />
PT. Os vereadores foram acusados <strong>de</strong> portar<br />
bombas <strong>de</strong> fabricação caseira. Em Itaquera<br />
no interior do Estado, também foram<br />
presas tres pessoas sob a mesma alegaçffo.<br />
A Polida Militar abriu inquérito por danos<br />
ao patrimônio.<br />
RIO DE JANEIRO<br />
As barcas, que transportam 500 mil<br />
pessoas por dia do Rio para Niterói, pararam<br />
por completo. O metrô também parou,<br />
mas os ônibus das empresas particulares<br />
circularam em sua maioria. Os ônibus da<br />
companhia estadual, CMTC, não circularam<br />
até às 8:30. Depois disso, meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les<br />
P^SSQM 3 funcionatr, mai precariamente.<br />
A PMUSAÇÂO NO Mfe<br />
O Exército ocupou a Central do Brasü, e<br />
embora os trens estivessem funcionando,<br />
havia poucos passageiros.<br />
Em Volta Redonda, os transportes<br />
c o comércio permaneceram parados. Houve<br />
um lulmuto quando tropas do Exército<br />
passaram a cercar a Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica<br />
Nacional e a populaçío começou a atirar<br />
predas nos soldados. Em Petropólis, cerca <strong>de</strong><br />
20 pessoas foram presas sem motivo aparen-<br />
te. Em lodo o inteior houve uma série <strong>de</strong><br />
manifestações.<br />
BELO HORIZONTE<br />
A paralisaçlo foi parcial, üs ônibus<br />
circularam normalmente, mas algumas indús-<br />
trias e órgãos públicos pararam. Havia<br />
policiamento ostensivo era toda a cida<strong>de</strong>.<br />
PERNAMBUCO<br />
Os transportes não funcionaram, üs<br />
lelelonitos a<strong>de</strong>riram micgrulmeiuc. assim<br />
como os funcionários públicos e os professo-<br />
res. Não há notícia <strong>de</strong> prisões.<br />
RIO GRANDE DO NORTE<br />
A paralisação foi <strong>de</strong> 80 a 90 por cento<br />
em várias categorias, mas os transportes<br />
funcionaram normalmente. Na noite <strong>de</strong><br />
quinta-feira, durante uma reunião da CUT.<br />
CGT c sindicatos foram <strong>de</strong>scobertos dois<br />
policiais infiltrados. Estavam armados e os<br />
sindicalistas obrigaram-nos a retirar-se. Do<br />
lado <strong>de</strong> fora. um Chevottc chapa fria aguar-<br />
dava pelos policiais.<br />
CEARÁ<br />
Os rodoviários pararam completamen-<br />
te. Os eletricitários e bancários pararam par-<br />
dalmenle Os metalúrgicos não pararam<br />
porque os donos das fábricas anunciaram o<br />
pagamento do J3o. salário integral, durante<br />
todo o dia <strong>de</strong> ontem. Cerca <strong>de</strong> 70 por cento<br />
do comércio parou<br />
RIO GRANDE DO SUL<br />
Pararam apenas 20 por cento dos<br />
rodoviários, mas o metrô não funcionou.<br />
Há notídas <strong>de</strong> que houve intervenção no<br />
Sindicato, e, à tar<strong>de</strong>, os metroviários teriam<br />
realizado uma assembléia geral para resolver<br />
o problema. Em Canoas, os rodoviários e<br />
metalúrgicos a<strong>de</strong>riram em massa. Em Santo<br />
Claro, 40 mil <strong>trabalhadores</strong> rurais cruzaram<br />
os braços. Em Santa Cruz e São Leopoldo<br />
a paralisação foi <strong>de</strong> 80 por' cento dos<br />
<strong>trabalhadores</strong>.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do Sindicato dos Bancá-<br />
rios foi preso, por indtamente à greve.<br />
Durante tudo o dia, passeatas ocuparam<br />
parte do centro comercial <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />
Uma manifestação marcada para frente do<br />
Palácio do Govemo não pô<strong>de</strong> se realizar<br />
porque a Polida Militar cercou o prédio.<br />
A Assembléia Legislativa foi fechada.<br />
BAHIA<br />
A paralisação foi total. Os transportes,<br />
o comércio, os bancos, tudo fechou. Em<br />
função disso, o Pólo Industrial não fundo-<br />
nou. Foram presos três diretores do Sindi-<br />
cato dos Metalúrgicos. Um <strong>de</strong>les. Salvador<br />
Brito, foi violentamente espancado pela<br />
Polida Militar e teve a perna quebrada.<br />
A comissão formada para negociar junto à<br />
Polida foi impedida <strong>de</strong> fornecer assistência<br />
jurídica aos <strong>de</strong>f.dus. Com a interferênda da<br />
OAB, os sindicahstas foram soltos à noite.<br />
MATO GROSSO<br />
Houve atos públicos em Cuiabá, Dia-<br />
mantina e Rondonópolís. A repressão foi<br />
muito gran<strong>de</strong>. O' rodoviários, apesar disso,<br />
pararam por completo<br />
ALAGOAS<br />
O presi<strong>de</strong>me do Sindicato dos Rodo-<br />
viários foi à telev.são para convocar à popu-<br />
lação a não a<strong>de</strong>rir a greve, Com isco, os