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reflexos na prática interpretativa

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Ao mesmo tempo, estas peças antigas [n.t.-So<strong>na</strong>ta op. 4, Variações op. 2 e os dois concertos<br />

op. 21 e 11] são como que um Janus de dupla-face olhando para trás para a herança de Bach e,<br />

como veremos, para a frente para o futuro de Liszt/Wagner e Debussy (quase à revelia das<br />

próprias intenções do compositor). A imersão de Chopin num modo contrapontístico de pensar<br />

inspirado por Bach é, então, tanto um estímulo como uma âncora. (Eigeldinger in Rink/Samson<br />

2006: 119) 34<br />

E, de facto, encontram-se evidências desta dupla influência (Bach/Chopin) em<br />

Claude-Achille Debussy (1862-1918) e Alexander Scriabin (1872-1915), as quais se<br />

encontram ilustradas no capítulo intitulado ‘Práticas <strong>interpretativa</strong>s <strong>na</strong> actualidade’ <strong>na</strong><br />

alínea ‘Papel <strong>na</strong> produção musical do séc. XX’.<br />

1.2.1 Chopin e os seus predecessores<br />

Chopin, como testemunha o seu pupilo Mikuli, para além das suas obras, tocava<br />

também peças de alguns dos seus predecessores próximos:<br />

Naturalmente Beethoven estava também perto do seu coração. Chopin tinha particular prazer<br />

em tocar as obras de Weber, particularmente o Concertstück e as So<strong>na</strong>tas em lá bemol maior e<br />

mi menor; a Fantasia de Hummel, Septeto e Concertos; o Concerto em lá bemol maior de Field<br />

e os seus Nocturnos, para os quais ele improvisava as mais belas Fioritures. (Eigeldinger 2010:<br />

276) 35<br />

Chopin, como está patente <strong>na</strong> sua correspondência, sempre procurou <strong>na</strong>s obras dos<br />

mestres do passado, em particular nos provenientes do espaço cultural germânico,<br />

orientação e modelos. Para além de Bach, outros exemplos existem da influência de<br />

compositores que o precederam, nomeadamente <strong>na</strong> tríade Bach-Mozart-Beethoven. Um<br />

exemplo da influência de W. A. Mozart são as Variações op. 2 sobre o tema de Lá ci<br />

dàrem la mano; e a de Beethoven pode ser encontrada <strong>na</strong> estrutura da So<strong>na</strong>ta op. 35 e<br />

também <strong>na</strong> utilização de uma secção do primeiro andamento do Trio op. 97 ‘Archduke’.<br />

O interesse pela música barroca por parte de Chopin, <strong>na</strong> fase fi<strong>na</strong>l da sua vida, pode<br />

34 At the same time, these early pieces are like a two-faced Janus looking backward to the heritage of Bach and, as we shall see,<br />

forward to the future of Liszt/Wagner and Debussy (almost despite the composer’s own intentions). Chopin’s immersion in a<br />

contrapuntal, Bach-inspired mode of thought is thus both a stimulus and an anchor. (Eigeldinger in Rink /Samson 2006: 119)<br />

35 Naturally, Beethoven was also close to his heart. Chopin took particular pleasure in playing the Works of Weber, particularly the<br />

Concertstück and the So<strong>na</strong>tas in A flat major and E minor; Hummel’s Fantasy, Septet and concertos; Field’s Concerto in A flat major<br />

and his Nocturnes, to which he would improvise the most beautiful Fioritures. (Eigeldinger 2010: 276)<br />

36

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