15.04.2013 Views

2007 Nº 4 - SAERJ

2007 Nº 4 - SAERJ

2007 Nº 4 - SAERJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong>


123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

Editorial<br />

Editorial<br />

Novas diretrizes políticas<br />

Dr. Márcio Pinho<br />

Editor<br />

Calgum<br />

poder público, seja no executivo, legislativo ou<br />

om o intuito de obter respostas públicas sobre questões<br />

que nos afligem, a <strong>SAERJ</strong> em Foco, nesta edição, inicia<br />

uma série de entrevistas com todos aqueles que têm<br />

judiciário. São representantes eleitos pela sociedade, inclusive<br />

por e para nós anestesiologistas. Assim, as autoridades<br />

comprometem-se e se expõem, permitindo-se, portanto,<br />

cobranças futuras.<br />

A <strong>SAERJ</strong> em Foco entrevistou o presidente da Comissão de<br />

Saúde da Câmara de Vereadores do Município do Rio de<br />

Janeiro, Carlos Eduardo de Mattos, que se dispôs a responder<br />

sobre assuntos pertinentes à Anestesiologia e à saúde pública.<br />

Cabe a você, nosso associado e leitor, o papel de concordar<br />

ou discordar, não devendo, porém, esquecer-se das palavras<br />

por ele firmadas, como também por qualquer outro homem<br />

público que por estas lides for convidado. Se as esquecermos,<br />

jamais poderemos dele cobrar o que foi prometido.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 3


456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

Divulgação<br />

Palavra do Presidente<br />

Palavra do Presidente<br />

O valor do nosso trabalho<br />

Dr. Luis Antonio Diego<br />

Aconquista da respeitabilidade<br />

da Anestesiologia<br />

por toda a sociedade civil<br />

e por nossos pares – de outras<br />

especialidades e demais profissionais<br />

de saúde – deve-se à<br />

combatividade de muitos<br />

anestesiologistas que nos antecederam<br />

na vida associativa. Não<br />

foi, entretanto, sem árduo trabalho<br />

e muito discutir que se construiu<br />

a estrutura hoje existente e<br />

que representa os anestesiologistas<br />

brasileiros. Nestes tempos<br />

atuais, em que o egoísmo e<br />

a cobiça cooptaram o fake e o<br />

exibicionismo “midiático”, a defesa<br />

profissional é tarefa cada vez<br />

mais difícil, principalmente para<br />

todos aqueles que se dedicam a<br />

representá-los nas lutas por melhores<br />

honorários ou salários. As<br />

estratégias devem ser mais elaboradas<br />

e requerem certo ama-<br />

4 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

durecimento a fim de surtirem<br />

efeito mais duradouro.<br />

Outra característica de nosso<br />

tempo é a banalização de certas<br />

atividades que na verdade requerem<br />

muita responsabilidade<br />

e atenção, como a nossa. Muitos,<br />

inclusive anestesiologistas,<br />

propagam a anestesia como tarefa<br />

por “demais simples” e “sem<br />

riscos”. Quando não mostramos<br />

o valor do nosso trabalho, quando<br />

não nos apresentamos ao público<br />

em geral como realmente<br />

somos, deixamos com que se criem<br />

imagens e arquétipos<br />

fantasiosos, na maioria longe da<br />

realidade que todos nós bem conhecemos.<br />

Se nos vêem como<br />

meros administradores de uma<br />

“seringa com a anestesia” ou<br />

“uma máscara no nosso rosto”,<br />

e sem saber ao certo se depois,<br />

durante a cirurgia, continuaremos<br />

a cuidar do paciente, torna-se<br />

difícil destacar nosso valor<br />

maior. Assim, caros colegas,<br />

nossa primeira lição de defesa<br />

profissional é a excelência no<br />

exercício profissional, com alicerces<br />

na qualidade e na competência<br />

técnica. A segunda lição<br />

é nos abrirmos para a sociedade<br />

civil.<br />

Deste modo, a <strong>SAERJ</strong> tem<br />

se aproximado do público leigo.<br />

Abrimos área pública em nossa<br />

home page. Nela inserimos a nossa<br />

cartilha sobre as perguntas<br />

mais comuns sobre a nossa especialidade,<br />

distribuímo-la na<br />

Estação Carioca do metrô do Rio<br />

na semana do Dia do Anestesiologista<br />

e prazerosamente constatamos<br />

excelente receptividade.<br />

Este evento proporcionou a participação<br />

da diretoria em programas<br />

televisivos e entrevistas<br />

radiofônicas e assim pudemos<br />

divulgar ainda mais nosso trabalho<br />

como realmente ele é - de<br />

muito estudo, muito cuidar e,<br />

principalmente, muita responsabilidade.<br />

Nosso estado tem características<br />

únicas no sistema público<br />

de saúde, pois são muitas as instituições<br />

oriundas do tempo em<br />

que éramos a capital federal. Assim,<br />

as unidades federais convivem<br />

com tantas outras estaduais<br />

e municipais e apresentam<br />

distorções importantes entre si,<br />

não só salariais, mas também na<br />

carga horária trabalhada, e, principalmente,<br />

na segurança do exercício<br />

profissional.<br />

Neste contexto, a <strong>SAERJ</strong><br />

mantém-se atenta às reivindicações<br />

de todos os anestesiologistas<br />

fluminenses e procura<br />

apresentar-se em todos os níveis<br />

que detêm poder de decisão.<br />

Fazendo-se presente, fortalece<br />

nossa posição como especialidade<br />

forte em seus princípios,<br />

além dos aspectos técnicos<br />

e científicos. A questão salarial<br />

é complexa e requer, portanto,<br />

firmeza, mas também cautela.<br />

É mister estarmos cada vez<br />

mais unidos, respeitando-se a diversidade<br />

de opiniões e a liberdade<br />

de pensamento.


<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 5


456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

456789012345678901<br />

Entrevista<br />

Entrevista<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - Como o senhor<br />

analisa a situação da saúde<br />

no município do Rio de Janeiro,<br />

em relação à Anestesiologia?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Desde o início<br />

do meu mandato, tenho me dedicado<br />

às causas da Saúde Pública.<br />

Em dois anos de mandato, fiz 532<br />

diligências e encontramos as piores<br />

condições para o profissional<br />

de saúde exercer e cumprir o juramento<br />

de salvar vidas, dar conforto<br />

e dignidade às pessoas que procuram<br />

os hospitais públicos.<br />

Em relação especificamente à<br />

anestesia, encontramos carrinhos<br />

anestésicos totalmente desatualizados,<br />

muitos, inclusive, enferrujados,<br />

falta de pilha para iluminar<br />

uma orofaringe para o<br />

anestesiologista intubar. Os procedimentos<br />

mais simples, como<br />

a intubação orotraqueal, são dificultados<br />

porque os laringoscópios<br />

encontram-se estraga-<br />

6 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

Vereador Carlos Eduardo de Mattos<br />

A união da categoria é primordial<br />

Foto: divulgação<br />

Presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos<br />

Vereadores e líder do Partido Socialista Brasileiro<br />

(PSB), Carlos Eduardo de Mattos é cardiologista,<br />

com mestrado e doutorado. Eleito em 2004, o vereador<br />

é responsável pela apresentação de 54 projetos<br />

de lei, dos quais oito foram aprovados. Chefe do<br />

Serviço de Emergência do Hospital Municipal Miguel<br />

Couto, no período de 2001 a 2004, o Dr. Carlos<br />

Eduardo fala sobre as irregularidades do setor da<br />

Saúde Pública e a questão do aumento do ISS.<br />

dos, engatilhados e sem pilha.<br />

A situação é tão grave que encontramos<br />

centro cirúrgico com<br />

temperatura chegando a 25 graus<br />

e cirurgiões suando e despejando<br />

suor na cavidade aberta dos<br />

pacientes.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - O que o senhor<br />

acha que pode ser feito para solucionar<br />

esses problemas?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Eu acho<br />

que a categoria, que já se mostrou<br />

unida em várias ocasiões,<br />

precisa se unir mais ainda e exigir<br />

do Poder Público condições<br />

de trabalho e de remuneração decentes.<br />

Principalmente, no que<br />

tange ao exercício profissional<br />

do anestesiologista, porque o<br />

anestesiologista é como se fosse<br />

um piloto de avião. Ele levanta<br />

o avião e tem que estacionar. Ele<br />

é o último a sair. Ele entrega o<br />

paciente no quarto. Então, ele<br />

tem uma grande responsabilida-<br />

de e não pode exercer a sua especialidade<br />

em centros cirúrgicos<br />

com calor, sujeitos à infecção.<br />

Centros cirúrgicos que usam<br />

furadeiras para abrir o crânio.<br />

Esse binômio, cirurgião e<br />

anestesia, é importante. Não é<br />

necessário só dar condições de<br />

exercer a especialidade do<br />

anestesiologista. É o centro cirúrgico<br />

como um todo. A categoria<br />

tem que se unir e brigar<br />

pelas suas reivindicações.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - Algumas das<br />

reivindicações que afetam o<br />

exercício da profissão são a má<br />

remuneração e o número insuficiente<br />

de profissionais. Como<br />

o senhor analisa isso?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Em relação<br />

aos recursos humanos, nós já<br />

presenciamos um único anestesiologista<br />

tendo que dar conta<br />

da sala vermelha, da maternidade<br />

e do CTI. Os recursos humanos


devem ser adequados para cada<br />

jornada de plantão, senão os profissionais<br />

ficarão estressados.<br />

Aquele que teria que dar saúde<br />

acaba ficando doente, contraindo<br />

uma série de doenças laborativas,<br />

como herpes, síndrome de esgotamento<br />

e hipertensão arterial.<br />

Temos casos de colegas que<br />

infartaram, tiveram AVC durante<br />

o plantão. Então, não é possível<br />

que se deixe anestesiologistas em<br />

número insuficiente no interior de<br />

uma unidade que atende emergência,<br />

que tem dez centros cirúrgicos<br />

e, inclusive, maternidade. Hoje,<br />

nós temos na Zona Oeste, por<br />

exemplo, hospitais que só têm um<br />

anestesiologista de plantão e outros<br />

que não têm nenhum.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - E em relação<br />

à remuneração?<br />

Dr. Carlos Eduardo - A única<br />

maneira de se fixar profissionais nos<br />

hospitais é dando condições de trabalho<br />

e remuneração digna. Se não,<br />

esse profissional não tem incentivo<br />

para permanecer ali. E, hoje, a falta<br />

de condições de trabalho e a má<br />

remuneração são os fatores que levam<br />

à evasão nas unidades públicas,<br />

perdendo espaço para o setor<br />

privado. Os<br />

principais argumentos<br />

para se<br />

fixar o profissional<br />

nas unidades<br />

públicas são as<br />

condições de<br />

trabalho adequadas,<br />

o incentivo<br />

ao estudo e à<br />

questão salarial.<br />

A anestesiologia<br />

é uma especialidade<br />

cara.<br />

“Aquele que teria que<br />

dar saúde acaba ficando<br />

doente, contraindo<br />

uma série de doenças<br />

laborativas como herpes,<br />

síndrome do esgotamento,hipertensão<br />

arterial. Temos<br />

casos de colegas que<br />

enfartaram, tiveram<br />

um AVC durante o<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - Mudando um<br />

pouco de assunto. Existem muitos<br />

anestesiologistas, em universidades,<br />

trabalhando no campo<br />

de pesquisa com animais. O que<br />

o senhor acha dessa atividade?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Eu e alguns<br />

outros vereadores estivemos<br />

na Fiocruz e observamos que ela<br />

é utilizada dentro de um critério<br />

ético e de respeito aos animais.<br />

Então, a pesquisa com animais,<br />

na fase em que nós estamos vivendo,<br />

ainda se faz necessária para<br />

testar vacinas. Não podemos usar<br />

vacinas sem que elas sejam antes<br />

testadas em animais para saber<br />

se há lotes contaminados ou se<br />

haverá algum efeito adverso. Eu<br />

defendo o uso de animais de maneira<br />

respeitosa, ética, sem sofrimento<br />

e sem causar tortura, para<br />

que a Medicina não retroaja. Nós<br />

ainda temos que usar animais,<br />

mas vai chegar uma época em que<br />

isso não será mais necessário.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - O senhor defendeu<br />

o veto do Decreto nº 28.340,<br />

que modificava a cobrança do ISS<br />

para pessoas jurídicas. O que o<br />

senhor tem a dizer sobre isso?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Isso foi uma<br />

grande vitória<br />

para os profissionais<br />

liberais.<br />

Não só médicos,<br />

mas, também,<br />

dentistas, advogados<br />

e contadores.<br />

Os profissionais<br />

liberais<br />

estavam sendo<br />

severamente<br />

castigados por<br />

um decreto do<br />

prefeito que<br />

mudava a forma de cobrança do<br />

ISS. Resumindo, era mais um imposto<br />

em cima de uma categoria<br />

que já está sacrificada. Isso, inclusive,<br />

poderia causar o fechamento<br />

de vários escritórios, consultórios<br />

e ficaria uma situação muito complicada.<br />

Então, como representante<br />

do setor, fui procurado por uma<br />

série de conselhos e sociedades<br />

para que o meu mandato fosse favorável<br />

à luta e não permitisse que<br />

esse decreto avançasse. Nós tivemos<br />

a oportunidade de convencer<br />

o prefeito Cesar Maia de que o<br />

melhor que ele tinha a fazer era<br />

voltar atrás. Isso é uma vitória das<br />

categorias.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - A hipertemia<br />

maligna é uma doença específica<br />

da anestesiologia. O Poder<br />

Legislativo estaria disposto a<br />

discutir com a Sociedade do Rio<br />

de Janeiro um projeto sobre<br />

essa doença?<br />

Dr. Carlos Eduardo - Eu clamo<br />

aos anestesiologistas para que possamos<br />

chamar as autoridades do<br />

Executivo, os representantes das especialidades<br />

e os membros da sociedade<br />

civil organizada, no intuito<br />

de marcar uma audiência pública e<br />

elaborar um projeto a ser apresentado.<br />

Isso é um compromisso que<br />

eu tenho com os anestesiologistas<br />

e que estarei honrando até o último<br />

dia do meu mandato.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - Como um<br />

anestesiologista pode fazer uma<br />

denúncia de alguma irregularidade?<br />

Dr. Carlos Eduardo – Ele não precisa<br />

nem se identificar. O número<br />

do Disque-Saúde é (21) 2220-1718<br />

e fica aqui no meu gabinete.<br />

plantão”. <br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 7


345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

Eventos<br />

Eventos<br />

40ª Jornada Fluminense de Anestesiologia<br />

Anestesiologistas discutem novas<br />

tecnologias em Macaé<br />

Desenvolvimento econômico da cidade atrai investimentos<br />

e promove avanços na Medicina<br />

undada em 29 de julho de<br />

1813, a cidade petrolífera<br />

de Macaé foi palco da 40ª<br />

FJornada Fluminense de Anestesiologia,<br />

promovida pela <strong>SAERJ</strong> no<br />

dia 6 de outubro, no Hotel Four<br />

Points by Sheraton.<br />

Os diversos treinamentos a<br />

que os anestesiologistas são submetidos<br />

desde sua formação acadêmica<br />

em salas de aulas, centros<br />

de ensino e treinamentos, palestras<br />

e jornadas em diversos cantos<br />

do Estado do Rio de Janeiro e<br />

pelo Brasil afora, têm oferecido,<br />

aos pacientes e a esses profissionais,<br />

uma relação cada vez maior<br />

de segurança e confiabilidade.<br />

Preocupada em intensificar<br />

essa metodologia, a <strong>SAERJ</strong> tem<br />

disponibilizado aos seus associados<br />

e aos médicos do estado uma<br />

variada série de eventos com o<br />

objetivo de aperfeiçoamento e<br />

reciclagem, estendendo essa oportunidade<br />

até mesmo a médicos estrangeiros.<br />

Para os coordenadores<br />

da 40ª Jornada Fluminense de Anestesiologia,<br />

o Dr. Marco Aurélio<br />

Damasceno e a Dra. Alessandra<br />

Domingues, Macaé tem atraído<br />

os anestesiologistas devido ao<br />

crescimento econômico da cidade,<br />

sobretudo na área da Medicina.<br />

8 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

por Wellington Lopes<br />

Dr. Alexandre de Araújo responde às perguntas após a palestra<br />

O início do debate, com base<br />

em reanimação cardiopulmonar,<br />

foi proferido pelos Doutores<br />

Márcio Augusto Lacerda e Deise<br />

Martins Rosa, que alertaram sobre<br />

a importância da massagem<br />

cardíaca prevista no Protocolo de<br />

2005, que, em certos casos, é mais<br />

importante que uma droga aplicada.<br />

“Apesar de a Medicina ter<br />

tido uma grande evolução nos últimos<br />

dois anos, não existe droga<br />

que seja melhor que a massagem<br />

cardíaca”, explicou Márcio<br />

Lacerda. Para chamar a atenção<br />

de como o anestesiologista tem<br />

que agir, sendo o mais atento pos-<br />

Fotos: Ana Carolina<br />

sível e assimilando as experiências<br />

dos debates, Deise Martins<br />

projetou na tela um vídeo real de<br />

um avião fazendo uma aterrissagem<br />

de emergência sem o trem<br />

de pouso. No entanto, graças ao<br />

treinamento intenso em simuladores<br />

ES, o aviador, com muita<br />

perícia, pousou sem danificar nenhuma<br />

parte da aeronave nem ferir<br />

qualquer passageiro.<br />

Na segunda parte pela manhã,<br />

os debates foram centrados<br />

na insuficiência ventricular e nos<br />

antifibrinolíticos em cirurgias<br />

cardíacas, conduzidos respectivamente<br />

pelos médicos Alexan-


Dr. Márcio Pinho expõe a foto de um paciente obeso na sala cirúrgica<br />

dre Fernandes da Silva e Alexandre<br />

de Araújo Pinto. Durante a<br />

exibição de diversos slides demonstrando<br />

procedimentos<br />

adotados em diversas situações<br />

de insuficiência cardíaca, o Dr.<br />

Alexandre Fernandes chamou a<br />

atenção para o alto custo de alguns<br />

medicamentos, principalmente<br />

o Levosimendan, cuja<br />

ampola fica em torno de R$<br />

1.500,00. Posteriormente, o Dr.<br />

Alexandre de Araújo alertou para<br />

um problema que os hospitais e<br />

mais especificamente os pacientes<br />

enfrentam, que é a falta de<br />

sangue. No Brasil, segundo ele,<br />

são gastas 5.500 bolsas sangüíneas<br />

por dia. Apesar disso, o<br />

brasileiro doa mais sangue que<br />

os norte-americanos. “No Brasil<br />

é mais fácil você conseguir doadores<br />

com uma campanha, principalmente<br />

nos serviços militares.<br />

Já nos EUA, essa situação é<br />

difícil pelo fato de o país estar<br />

Anestesiologistas de Macaé e do Rio de Janeiro marcaram presença nas palestras<br />

“Achei o curso<br />

ótimo. Macaé<br />

tem atraído<br />

investimentos,<br />

especialmente na<br />

área de Medicina”<br />

Alessandra Domingues, médica<br />

anestesiologista - Macaé (RJ) -<br />

Coordenadora da jornada<br />

“Macaé cresce a<br />

cada dia e nada<br />

mais justo que<br />

fazer a jornada<br />

na cidade, pois é<br />

um atrativo a<br />

mais para o<br />

profissional”<br />

Marco Aurélio Damasceno,<br />

médico anestesiologista - Rio de<br />

Janeiro (RJ) - Coordenador da jornada<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 9


O anestesiologista Júlio Máximo (em primeiro plano) comentou sobre a importância do<br />

evento na cidade de Macaé<br />

constantemente em guerra, acarretando<br />

a importação de sangue<br />

de outros países e tornando o<br />

serviço caro”, explicou Alexandre,<br />

ressalvando que o sangue<br />

artificial não é a solução para o<br />

problema: “Os estudos estão em<br />

caráter experimental. Para o futuro,<br />

pode ser uma solução, mas<br />

ainda não conseguiram uma molécula<br />

estável que carreie o oxigênio<br />

como a hemoglobina.”<br />

Abrindo as palestras sobre<br />

cirurgia bariátrica, a Dra. Maria<br />

Angélica Abrão apresentou várias<br />

fotos tiradas em centros cirúrgicos<br />

de procedimentos nos<br />

obesos e demonstrou como acomodar<br />

esses pacientes nas mesas<br />

de cirurgias. Segundo Maria<br />

Angélica, as estatísticas de pessoas<br />

obesas vêm aumentando<br />

durante os anos, principalmente<br />

entre a população jovem. Durante<br />

a apresentação dos slides,<br />

Coordenadores da jornada, diretores da<br />

<strong>SAERJ</strong>, palestrantes e participantes no<br />

salão do hotel, após o almoço<br />

10 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

a médica ilustrou os tipos de<br />

obesidade, além de comentar sobre<br />

as dificuldades que o obeso<br />

tem em dormir, devido à dificuldade<br />

respiratória, com isso<br />

aumentando de forma significativa<br />

o risco de acidentes no trânsito.<br />

Já o Dr. Márcio Lacerda ressaltou<br />

os critérios para indicação<br />

de cirúrgica plástica a um<br />

paciente obeso após se submeter<br />

a uma cirurgia bariátrica e<br />

para as mudanças psicológicas<br />

que ocorrem nesse paciente após<br />

uma cirúrgica plástica. “Os pa-<br />

cientes chegam com baixa-estima,<br />

após a redução ponderal, observa-se<br />

nítida mudança no comportamento,<br />

com melhora na<br />

auto-estima, maior propensão a<br />

novos relacionamentos ou mudanças<br />

nas vestimentas”, contou<br />

Márcio, chamando a atenção para<br />

a vaidade de alguns pacientes.<br />

“O importante é o paciente entender<br />

que a cicatriz não é bonita,<br />

mas o excesso de pele é<br />

pior”.<br />

Para o anestesiologista Marcelo<br />

de Nogueira de Moraes, do<br />

Hospital São Lucas, de Macaé,<br />

as jornadas no interior do Estado<br />

do Rio de Janeiro são, sem<br />

dúvida alguma, de suma importância<br />

para que os médicos que<br />

trabalham nessas regiões possam<br />

se reciclar e, com isso, difundir<br />

o aprendizado adquirido nas salas<br />

de aulas dos centros cirúrgicos.<br />

“Para nós, que não podemos<br />

sair da cidade devido aos<br />

nossos compromissos, esses cursos<br />

são importantíssimos. Eu,<br />

que já sou formado há 13 anos,<br />

procuro me aperfeiçoar dessa<br />

forma: participando das jornadas<br />

onde são apresentados novos<br />

temas e ensinamentos”, explicou<br />

Marcelo.


O Natal<br />

Natal recebe o 54º CBA<br />

Cursos, eleição e confraternização são destaques no congresso<br />

chegou mais cedo no<br />

Rio Grande do Norte, pelo<br />

menos é o que dizia o<br />

slogan do 54º Congresso Brasileiro<br />

de Anestesiologia (CBA), realizado<br />

entre os dias 10 e 14 de novembro<br />

em Natal, capital potiguar.<br />

O sucesso do evento se deveu<br />

à Comissão Organizadora do<br />

54º CBA, especialmente ao Dr. Monte<br />

Neto, presidente do congresso,<br />

que no discurso de abertura ressaltou<br />

o sonho e as dificuldades em<br />

realizar o CBA em Natal.<br />

Apesar das dificuldades<br />

apontadas pelo presidente, houve<br />

uma grande procura pelo evento,<br />

principalmente para o curso<br />

de Suporte Avançado de Vida em<br />

Anestesiologia<br />

(SAVA), o que fez<br />

com que houvesse<br />

a necessidade<br />

de abertura de<br />

uma segunda turma.<br />

Entre os cursos<br />

do SAVA, os<br />

workshops de<br />

Arritmia Cardíaca<br />

e Via Aérea Difícil<br />

foram os mais<br />

destacados e elogiados<br />

pelos participantes.<br />

Outro<br />

curso que chamou a atenção foi<br />

o de via aérea difícil (VAD), devido<br />

ao grande material que possibilitou<br />

treinamento prático em seis<br />

estações, com diversos dispositivos<br />

para controle da via aérea.<br />

O tema do congresso agregou<br />

o 4º Congresso de Dor e o<br />

3º Congresso de Ressuscitação e<br />

Reanimação da SBA. Durante o<br />

evento, a <strong>SAERJ</strong> lançou o livro<br />

“Anestesia Fora do Centro Cirúr-<br />

“O 54 o CBA<br />

proporcionou<br />

inesquecíveis<br />

momentos de<br />

congraçamento aos<br />

anestesiologistas”<br />

Dra. Ana Cristina Pinho,<br />

primeira secretária da <strong>SAERJ</strong><br />

gico”, com apoio da Cristália,<br />

Produtos Químicos Farmacêuticos<br />

LTDA.<br />

Na assembléia geral realizada<br />

no CBA, foram apurados os votos<br />

da eleição da nova diretoria da SBA<br />

e de membros do Conselho Fiscal.<br />

Abaixo, a relação dos nomes:<br />

Jurandir Turazzi (SC), presidente;<br />

Luiz Vane (SP), vice-presidente;<br />

Carlos Eduardo Nunes (RJ),<br />

secretário geral; Henri Braunstein<br />

(RJ), tesoureiro; José Mariano<br />

Moraes (MG), diretor do Departamento<br />

de Defesa Profissional;<br />

Airton Bagatini (RS), diretor do<br />

Departamento Administrativo e<br />

Nádia Duarte (PE), diretora do Departamento<br />

Científico.<br />

A programação<br />

social foi<br />

intensa com destaque<br />

para a festa<br />

de confraternização<br />

animada pela<br />

cantora Margareth<br />

Menezes, que<br />

agradou os congressistas<br />

com um<br />

show eclético,<br />

reunindo músicas<br />

de várias regiões<br />

do país. Fazendo<br />

comentários bemhumorados<br />

sobre os anestesiologistas,<br />

o ator Paulo Goulart também<br />

marcou presença na abertura<br />

do CBA.<br />

A <strong>SAERJ</strong> parabeniza a todos<br />

os integrantes da Comissão<br />

Organizadora do 54º CBA pelas<br />

instalações, acomodações e, sobretudo,<br />

pelo sucesso do congresso,<br />

que proporcionou novas<br />

oportunidades de aperfeiçoamen-<br />

to aos anestesiologistas.<br />

<br />

SBA apresenta<br />

nova tabela do SUS<br />

e proposta de<br />

questionário sobre<br />

Resolução CFM<br />

nº 1802<br />

A Comissão de Defesa Profissional<br />

da Sociedade Brasileira de<br />

Anestesiologia (SBA) promoveu<br />

uma reunião durante o 54º CBA.<br />

Da pauta constou a apresentação<br />

da nova tabela do SUS, que vigorará<br />

a partir de janeiro de 2008. A<br />

nova tabela apresenta substancial<br />

aumento na alta-complexidade (até<br />

22%) e uma média de 12% nos procedimentos<br />

de média e baixa complexidade.<br />

A Comissão de Defesa Profissional<br />

também apresentou proposta<br />

de envio de novo questionário sobre<br />

o cumprimento da Resolução<br />

CFM nº 1802 às instituições de<br />

saúde de todo o território nacional,<br />

através dos Conselhos Regionais<br />

de Medicina. O objetivo é obter<br />

informações sobre a situação<br />

da aplicação da Resolução, dentre<br />

elas a obrigatoriedade de encaminhamento<br />

do paciente à SRPA, consentimento<br />

informado e o emprego<br />

de capnografia em anestesia<br />

geral.<br />

As regionais devem, portanto, solicitar<br />

aos Conselhos Regionais que<br />

enviem correspondência aos hospitais<br />

para que preencham o questionário e<br />

o devolvam para posterior análise.<br />

Ficou claro, portanto, que a SBA<br />

acredita no ganho de qualidade que<br />

a Resolução CFM 1802 trouxe<br />

para o bom exercício da anestesia.<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 11


345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

Dia do Anestesiologista<br />

Dia do Anestesiologista<br />

Tirando dúvidas<br />

<strong>SAERJ</strong> realiza palestra gratuita na Tijuca, promovendo<br />

contato direto do anestesiologista com a população<br />

A<br />

proximar o médico anestesiologista<br />

do paciente.<br />

Este foi o lema do evento<br />

realizado na manhã do último dia<br />

16 de outubro, no auditório da<br />

Drogaria Venâncio, na rua Conde<br />

de Bonfim, na Tijuca. No comando,<br />

o Dr. Luiz Carlos Bastos Salles,<br />

anestesiologista da Comissão Científica<br />

da <strong>SAERJ</strong>. Na platéia, dezenas<br />

de pessoas interessadas em<br />

tirar dúvidas e aprender um pouco<br />

sobre anestesia e a profissão<br />

do médico anestesiologista.<br />

Começando por um breve<br />

histórico, o Dr. Luiz Carlos traçou<br />

uma linha de acontecimentos<br />

desde o dia 16 de outubro de<br />

1846 – data da realização da primeira<br />

anestesia da História – até<br />

o presente momento. Ele contou<br />

detalhadamente a experiência do<br />

dentista William Thomas Green<br />

Morton, que utilizou um aparelho<br />

inalador para anestesiar com<br />

éter um paciente que seria operado<br />

para a extirpação de um tumor<br />

pelo cirurgião Dr. John<br />

Collins Warren. A invenção de<br />

Morton revolucionou a Medicina,<br />

pois, até então, a insensibilidade<br />

total durante o ato cirúrgico era<br />

considerada uma utopia nos meios<br />

acadêmicos.<br />

A partir daí, realizou-se uma<br />

pequena viagem ao longo do tempo<br />

com comentários sobre a evo-<br />

12 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

por Flávio Dilascio<br />

Cerca de 30 pessoas assistiram à palestra no auditório da Drogaria Venâncio<br />

lução da anestesia e o papel do<br />

anestesiologista, até chegarmos<br />

ao momento atual. Foi feito um<br />

paralelo com a evolução das técnicas<br />

cirúrgicas, os avanços científicos<br />

e a evolução dos equipamentos.<br />

Terminada a parte inicial da<br />

palestra, começou a tão esperada<br />

sessão de perguntas. As principais<br />

dúvidas da platéia eram<br />

como saber se o paciente é alérgico<br />

à anestesia, se a anamnese<br />

deve ser feita mesmo em pequenas<br />

cirurgias, se é o médico ou o<br />

paciente que escolhe o tipo de<br />

anestesia a fazer e as diferenças<br />

entre os diversos tipos de<br />

anestesias. O Dr. Luiz Carlos foi<br />

categórico ao responder todas as<br />

Fotos: Sidiney Parraro<br />

perguntas e ressaltou a maior luta<br />

dos anestesiologistas no atual momento:<br />

“Estamos brigando para<br />

conseguir a obrigatoriedade de<br />

vermos o nosso paciente com antecedência.<br />

Nos hospitais públicos,<br />

temos dificuldade nisso, pois<br />

são poucos especialistas para<br />

atender a muitos pacientes. No<br />

futuro, porém, a tendência é que<br />

os anestesiologistas façam consultório<br />

para melhor avaliarem o<br />

paciente”, previu. Ele afirmou,<br />

ainda, que o médico anestesiologista,<br />

quando se compromete<br />

a fazer uma anestesia,<br />

compromete-se também a curar<br />

o paciente, não deixá-lo sentir<br />

dor e estar o tempo todo ao seu<br />

lado.


Dr. Luiz Carlos Bastos comandou a<br />

palestra na Drogaria Venâncio<br />

Respondendo a uma das perguntas<br />

da platéia, o médico afirmou<br />

que uma das maiores dificuldades<br />

dos anestesiologistas é a<br />

imprevisibilidade de reações alérgicas,<br />

algo que ainda preocupa<br />

médicos e pacientes. Por isso, há<br />

a necessidade de se acompanhar<br />

o paciente desde antes da cirurgia<br />

até ele levantar da cama em seu<br />

estado normal. “O anestesiologista<br />

tem de acompanhar o paciente<br />

desde a avaliação pré-cirúrgica até<br />

o momento em que ele retoma todas<br />

suas funções normais”, explicou<br />

Luiz Carlos. “É nossa função<br />

observar todo e qualquer tipo de<br />

reação e dedicar-se ao estudo do<br />

quadro do referido paciente. O<br />

médico anestesiologista não pode<br />

fazer duas anestesias ao mesmo<br />

tempo.”<br />

Luiz Carlos respondeu, ainda,<br />

que a anamnese do paciente<br />

deve ser feita em todos os casos,<br />

mesmo em pequenas cirurgias, e<br />

que é o anestesiologista quem<br />

deve escolher o tipo de anestesia<br />

a fazer, embora exista a possibilidade<br />

de negociação satisfazendo<br />

a preferência do paciente,<br />

além de mostrar o custo-benefício<br />

de alguns tipos de anestesias.<br />

Encerrada a palestra, o público<br />

mostrou-se bastante satisfeito<br />

com o evento de aproximação<br />

entre o médico e a população,<br />

público este formado por<br />

pessoas de diferentes faixas<br />

etárias, profissões e interesses<br />

sobre o assunto. Técnicos de enfermagem,<br />

professores, estudantes<br />

de Medicina, aposentados,<br />

farmacêuticos ou vendedores, todos<br />

queriam saber algo que não<br />

sabiam sobre o universo da<br />

Anestesiologia ou mesmo tirar<br />

dúvidas e esclarecer experiências<br />

vividas por eles mesmos. “Fui<br />

operada de uma apendicite sendo<br />

hipertensa. Fui para a sala de<br />

cirurgia com pressão 24 por 18.<br />

Felizmente correu tudo bem e hoje<br />

estou aqui. A anestesia foi eficaz<br />

e perfeita. Méritos da equipe<br />

médica, que soube trabalhar<br />

numa operação de alto risco”,<br />

elogiou a aposentada Marília<br />

Corrêa da Silva, moradora da<br />

Tijuca, que foi operada há cerca<br />

Os participantes<br />

tiraram os mais<br />

variados tipos de<br />

dúvidas com o<br />

Marília Corrêa da Silva creditou o sucesso<br />

da sua cirurgia ao anestesiologista<br />

de um ano na clínica Santa<br />

Terezinha.<br />

Marília foi à palestra acompanhada<br />

da filha enfermeira e<br />

achou o evento muito válido e<br />

esclarecedor. Para ela, conversar<br />

com um anestesiologista dá uma<br />

maior segurança, pois sempre há<br />

um receio da anestesia durante<br />

o ato cirúrgico: “Achei a palestra<br />

excelente, pois esclareceu<br />

muita coisa que eu queria saber.<br />

Vim aqui depois que vi uma nota<br />

no jornal e aproveitei para trazer<br />

a minha filha, que é enfermeira.<br />

Sempre tive medo de<br />

anestesia. No meu último parto,<br />

tive medo da peridural. Recentemente,<br />

fiz uma videolaparoscopia<br />

e esta operação me<br />

deu mais confiança, pois correu<br />

tudo bem. Gostei muito de conversar<br />

com o médico hoje. É<br />

muito legal essa aproximação<br />

deles com o público”, completou<br />

entusiasmada.<br />

Se a população achava o<br />

assunto anestesia muito erudito,<br />

a distância pôde ser quebrada na<br />

palestra do dia 16. E foi essa a<br />

missão prometida pela <strong>SAERJ</strong> na<br />

comemoração de mais um Dia do<br />

Anestesiologista. O cidadão comum<br />

agradece.<br />

anestesiologista <br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 13


Painéis informavam sobre procedimentos e técnicas de anestesia, bem como contavam um pouco da história da especialidade<br />

Um pouco mais de informação<br />

Exposição “Tudo o que você gostaria de saber sobre anestesia”<br />

foi a atração na estação de metrô Carioca nos dias 15 e 16 de outubro<br />

O<br />

utro evento que marcou<br />

o ciclo de atividades do<br />

Dia do Anestesiologista<br />

deste ano foi a exposição “Tudo<br />

o que você gostaria de saber sobre<br />

anestesia”. Realizada na estação<br />

de metrô da Carioca, a mostra<br />

chamou a atenção das pessoas<br />

que circulavam pelo local das 9h<br />

às 18h30min dos dias 15 e 16 de<br />

outubro. Com diversos painéis informativos,<br />

localizados próximos<br />

à saída para a Avenida República<br />

do Chile, o transeunte pôde saber<br />

um pouco mais sobre anestesia e<br />

a profissão do anestesiologista,<br />

além de receber uma cartilha informativa.<br />

Médicos também marcaram<br />

presença no local, fazendo<br />

mais uma aproximação com a<br />

população e esclarecendo as dúvidas<br />

do público, como foi o caso<br />

do Dr. Marcelo Sampaio Duran,<br />

segundo secretário da <strong>SAERJ</strong>, que<br />

esteve presente na manhã do dia<br />

16. “Trabalho em um quiosque<br />

aqui em frente e achei a exposi-<br />

14 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

por Flávio Dilascio<br />

ção bem legal. Assim que cheguei,<br />

na segunda-feira, fui lá olhar<br />

os painéis. Nunca tinha visto algo<br />

semelhante aqui no metrô. Deu<br />

para aprender algumas coisas sobre<br />

anestesia, pois já fiz muitas<br />

cirurgias, mas nunca me aprofundei<br />

no assunto”, elogiou a<br />

vendedora Sandra Helena Yazigi<br />

de Jesus, de 43 anos, funcionária<br />

do quiosque de bijuterias Casual<br />

Chic, localizado<br />

bem em frente ao<br />

ponto reservado<br />

para a exposição.<br />

E não foi<br />

apenas de populares<br />

e curiosos o<br />

público participante<br />

da mostra.<br />

Estudantes de<br />

Medicina e residentes<br />

em Anestesia<br />

também deram<br />

uma passada<br />

pela estação<br />

para conferir a<br />

novidade, após lerem notas sobre<br />

o evento na imprensa. Eles<br />

não pouparam elogios à profissão<br />

e falaram sobre o futuro.<br />

“Sou estudante do quinto período<br />

de Medicina e tenho interesse<br />

em me tornar um anestesiologista.<br />

Vim à exposição para saber um<br />

pouco mais sobre a minha futura<br />

profissão. Escolhi a anestesia porque<br />

acho interessante controlar a<br />

dor, os sinais vitais<br />

e a intervenção<br />

cirúrgica”,<br />

revelou Felipe<br />

Rangel, aluno da<br />

Uni-Rio, que<br />

compareceu acompanhado<br />

da<br />

amiga Sheila Sil-<br />

Fotos: Marcelo Conde<br />

Detalhe do painel<br />

sobre a<br />

necessidade de<br />

qualificação do<br />

anestesiologista


Equipe de promoção distribui a cartilha na Estação Carioca: aceitação da população, durante os dois dias, foi muito boa<br />

va dos Santos, que pretende fazer<br />

vestibular para Medicina.<br />

Nada se compara, porém, ao<br />

interesse na exposição por parte<br />

da população mais idosa. Com<br />

mais tempo disponível e mais experiências<br />

vivenciadas no assunto<br />

em pauta, muitos paravam por<br />

algum tempo diante dos painéis.<br />

Eles liam com calma e conversavam<br />

com o médico ou com a própria<br />

equipe de promoção, relatando<br />

casos vividos ou mesmo<br />

descobrindo alguma informação<br />

nova. A satisfação também foi<br />

muito grande e a importância da<br />

profissão do anestesiologista também<br />

foi ressaltada. “A anestesia<br />

é algo de extrema responsabilidade.<br />

Muito se noticia que pessoas<br />

morrem por causa da<br />

anestesia, como aconteceu com<br />

a cantora Clara Nunes. Eu, graças<br />

a Deus, nunca tive problemas<br />

com anestésicos em meus 70<br />

anos de vida”, afirmou a aposentada<br />

Carmen dos Santos Ferreira,<br />

que passava pela estação por<br />

volta das 15h de terça-feira.<br />

Sheila dos Santos,<br />

que pretende fazer<br />

vestibular para<br />

Medicina,<br />

aproveitou para<br />

conferir a<br />

exposição<br />

Os transeuntes mostraram<br />

uma boa receptividade à cartilha.<br />

Com a pressa do dia a dia corrido,<br />

alguns não puderam parar<br />

para ler os murais, mas levaram<br />

consigo um pequeno manual com<br />

um breve histórico da anestesia,<br />

além de respostas às dúvidas mais<br />

freqüentes da população<br />

sobre os<br />

procedimentos<br />

médicos. Na<br />

cartilha, explicava-se<br />

como o paciente<br />

deve se<br />

preparar para a<br />

anestesia, se deve<br />

suspender todo e<br />

qualquer tipo de<br />

medicação antes<br />

do ato anestésico,<br />

quais os tipos de<br />

anestesia existentes,<br />

se todo procedimentocirúrgico<br />

necessita de<br />

anestesia e se o paciente pode<br />

escolher o tipo de anestesia, dentre<br />

outras perguntas de interesse<br />

comum da população.<br />

E parece que o público leigo<br />

gostou de aprender um pouco<br />

sobre essa área tão importante da<br />

Medicina. Pelo menos no que diz<br />

respeito à linguagem, não houve<br />

nenhuma dúvida nem nada de difícil<br />

compreensão. Os termos<br />

médicos, muitas vezes incompre-<br />

Cartilha distribuída durante os eventos<br />

endidos por alguns, deram lugar<br />

a palavras e frases de simples assimilação.<br />

“Nunca vi uma anestesia<br />

e nem sei como é isso. Estou aqui<br />

vendo a exposição por curiosidade<br />

e estou achando bem legal. Ela<br />

nos passa alguma idéia do que<br />

seja o assunto, embora nunca tenha<br />

vivido uma<br />

experiência do<br />

tipo” declarou a<br />

empregada doméstica<br />

Bartira<br />

Tavares Ferreira,<br />

que passava pela<br />

estação com a família<br />

e não resistiu<br />

à curiosidade<br />

de saber do que<br />

se tratava o evento.<br />

Após a intensa<br />

distribuição<br />

de cartilhas e dois<br />

dias de exibição<br />

de painéis, deuse<br />

por encerrada mais uma atividade<br />

comemorativa do Dia do<br />

Anestesiologista. A intenção de<br />

promover um contato direto com<br />

a população contribuiu, certamente,<br />

para a integração médico-paciente.<br />

Quem sabe, a partir<br />

de agora, esse entrosamento<br />

passe a se tornar uma realidade<br />

no Rio de Janeiro e no Brasil.<br />

Pelo menos é isso o que deseja<br />

a <strong>SAERJ</strong> daqui para a frente. <br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 15


Fotos: Marcelo Conde<br />

Fórum de Consentimento<br />

Informado em Anestesia<br />

E<br />

m continuação às comemorações<br />

do Dia do<br />

Anestesiologista, a Câmara<br />

Técnica de Anestesiologia<br />

do CREMERJ promoveu no<br />

dia 16 de outubro o Fórum de<br />

Consentimento Informado em<br />

Anestesia. Apoiado pela <strong>SAERJ</strong>,<br />

o evento reuniu cerca de 70 pessoas<br />

no auditório do Centro Empresarial<br />

Rio, em Botafogo, e<br />

proporcionou uma grande discussão<br />

sobre as questões éticas e jurídicas<br />

que envolvem o Consentimento<br />

Informado.<br />

16 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

por Bárbara Castro<br />

Dr. Luis Antonio Diego, presidente da <strong>SAERJ</strong>; Dr. Marcos Botelho da Fonseca Lima, conselheiro responsável pela Câmara Técnica de Anestesiologia<br />

do CREMERJ; Dr. Roberto Tolomei, membro da Comissão Profissional da <strong>SAERJ</strong> e Dr. Luiz Fernando Saubermann, membro da Câmara Técnica<br />

Na abertura do fórum, o Dr.<br />

Luis Antonio dos Santos Diego,<br />

presidente da <strong>SAERJ</strong>, falou sobre<br />

a importância da divulgação das<br />

atividades de Anestesiologia para<br />

a sociedade de modo geral, como<br />

o lançamento da cartilha “Tudo<br />

que você gostaria de saber sobre<br />

anestesia” e a exposição realizada<br />

na estação do metrô da Carioca.<br />

Ele observou ainda que eventos<br />

de educação continuada de<br />

forma presencial, como o Fórum<br />

de Consentimento Informado, são<br />

muito importantes para a forma-<br />

ção e aperfeiçoamento dos médicos<br />

anestesiologistas.<br />

Em seguida, o Dr. Marcos<br />

Botelho da Fonseca Lima, conselheiro<br />

do CREMERJ, destacou os<br />

aspectos jurídicos do Consentimento<br />

Informado, ressaltando os<br />

princípios da dignidade humana<br />

e da autonomia da vontade. Segundo<br />

ele, “a relação estabelecida<br />

entre médico e paciente envolve<br />

um contrato tácito que não necessariamente<br />

precisa ser formalizado<br />

por escrito”. Marcos Botelho<br />

afirmou que em qualquer circuns-


tância o médico jamais pode eximir-se<br />

da responsabilidade por<br />

seus atos e que o paciente tem o<br />

direito de ser informado sobre todos<br />

os procedimentos e riscos que<br />

poderão decorrer de uma cirurgia.<br />

Finalizando, o Dr. Marcos Botelho<br />

relacionou algumas características<br />

que os médicos devem ter para<br />

que o Consentimento Informado<br />

seja feito da melhor forma possível,<br />

como perspicácia, experiência<br />

e bom senso.<br />

Analisando os aspectos<br />

bioéticos, o Dr. Roberto Tolomei,<br />

membro da Comissão de Defesa<br />

Profissional e pós-graduado em<br />

Bioética pela PUC/RJ, fez um breve<br />

histórico sobre os primórdios<br />

da ética médica e sobre o<br />

surgimento e a importância da<br />

bioética. O Dr. Tolomei relatou que<br />

até a década de 70 a ética médica<br />

só contava com os princípios básicos<br />

do bonum facere (fazer o<br />

bem) e do primun non nocere<br />

(pelo menos, não fazer o mal).<br />

Nesse contexto, o paciente era<br />

visto de forma passiva e seus direitos<br />

eram ignorados. Com o desenvolvimento<br />

das ciências biológicas<br />

e sociais, principalmente em relação<br />

aos direitos humanos, começaram<br />

a ser alterados alguns<br />

paradigmas da ética médica, surgindo,<br />

então, a bioética. Segundo<br />

Roberto Tolomei, o advento da<br />

bioética, a partir de 1970, provocou<br />

uma revolução na ética médica, que<br />

passou a considerar a autonomia dos<br />

pacientes e seus direitos morais.<br />

Para ele, no Consentimento Informado<br />

“a pessoa autônoma tem o<br />

direito de consentir ou recusar propostas<br />

de caráter preventivo, diagnóstico<br />

ou terapêutico que afetem<br />

ou venham afetar sua integridade<br />

física, psíquica e social”. Ressaltou<br />

também que o atendimento ao princípio<br />

da autonomia do paciente requer<br />

um consentimento livre e esclarecido,<br />

não podendo haver coerção<br />

por parte dos médicos.<br />

Na última parte do fórum, o<br />

Dr. Luis Antonio dos Santos Diego<br />

apresentou um roteiro prático<br />

para a obtenção do Consentimento<br />

Informado. Nesse roteiro, o Dr.<br />

Luis Diego elencou alguns critérios<br />

que precisam ser avaliados pelo<br />

médico. O primeiro critério seria<br />

uma análise das pré-condições do<br />

paciente, como sua capacidade de<br />

entender e decidir e a voluntariedade<br />

da decisão. Em seguida,<br />

o médico deve considerar os elementos<br />

de informação: riscos e<br />

benefícios; recomendação da alternativa<br />

mais adequada e<br />

certificação, por parte do médico,<br />

sobre a compreensão do paciente<br />

do que foi explicado. Nessa<br />

etapa, é fundamental que o<br />

médico dê a conhecer todos os<br />

procedimentos que podem ser<br />

adotados, bem como os riscos,<br />

desconfortos, benefícios e impli-<br />

Dr. Mauro Pereira de Azevedo,<br />

participante do fórum<br />

cações econômicas que envolvem<br />

a anestesia cirúrgica. É preciso,<br />

ainda, considerar os elementos de<br />

consentimento – decisão do<br />

paciente entre, no mínimo, duas<br />

propostas e autorização.<br />

Terminando o evento, foi<br />

aberto ao público presente espaço<br />

para esclarecimento de dúvidas<br />

e perguntas. As principais<br />

questões levantadas foram sobre<br />

problemas práticos para a obtenção<br />

do Consentimento Informado<br />

e suas implicações jurídicas. <br />

No auditório do Centro Empresarial Rio, diversos médicos participaram do fórum<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 17


56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

56789012345678901<br />

Cursos<br />

Cursos<br />

Fotos: Marcelo Conde<br />

Prontos para o TSA!<br />

<strong>SAERJ</strong> realiza 31º curso preparatório para o TSA<br />

em uma semana de aulas e palestras ministradas<br />

pelos melhores especialistas da cidade<br />

D esde<br />

Alunos atentos a uma das 29 aulas oferecidas pela <strong>SAERJ</strong><br />

1966 preparando médicos<br />

para as provas do<br />

TSA (Título Superior de A-<br />

nestesiologia), a <strong>SAERJ</strong> manteve a<br />

tradição promovendo mais um curso<br />

neste ano. A edição <strong>2007</strong>, realizada<br />

na semana de 24 a 29 de setembro,<br />

teve uma novidade a mais:<br />

pela primeira vez, as aulas foram<br />

ministradas na sede da entidade,<br />

na Rua Paulo Barreto, em Botafogo.<br />

Até então, a <strong>SAERJ</strong> alugava um espaço<br />

diferente a cada ano para o<br />

seu tão tradicional curso preparatório.<br />

Desta vez, montou-se toda<br />

uma estrutura específica na própria<br />

sede, com sala de aula refrigerada<br />

e projetor eletrônico de<br />

slides conectado direto a um<br />

notebook. Os professores traziam<br />

os conteúdos em power point e<br />

Por Flavio Dilascio<br />

18 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

davam suas aulas apresentando os<br />

assuntos mais freqüentes e atuais<br />

do universo da Anestesiologia.<br />

O curso teve uma carga horária<br />

de 46 horas, divididas pelos<br />

seis dias. No decorrer do evento,<br />

os alunos tiveram contato com as<br />

mais variadas disciplinas e, no último<br />

dia, levaram para casa uma<br />

prova simulada do TSA. No total,<br />

foram 49 aulas diferentes ministradas<br />

por anestesiologistas selecionados<br />

pela Comissão Científica<br />

da <strong>SAERJ</strong>. Encabeçaram o<br />

projeto a Dra. Elizabeth Bessadas<br />

Penna Firme e a Dra. Maria Helena<br />

Neiva de Almeida. Colaboraram<br />

também na coordenação,<br />

os Doutores Márcio Augusto<br />

Lacerda, Luiz Carlos Bastos Salles,<br />

Marco Aurélio Damasceno Silva,<br />

Dr. Paulo Assis Mello<br />

Alexandre de Araújo Pinto e Maria<br />

Luiza Madalena.<br />

Na turma, alunos de diversas<br />

partes do país com objetivos<br />

distintos. Um grupo empenhavase<br />

em prestar atenção nas aulas<br />

como preparação para os exames<br />

escrito e oral do tão almejado TSA.<br />

Já outra parte vinha interessada<br />

em atualizar-se na profissão e fazer<br />

uma reciclagem de conceitos,<br />

pois o curso preparatório da<br />

<strong>SAERJ</strong> é uma forma de congregar<br />

profissionais da mais alta qualidade<br />

da anestesiologia fluminense.<br />

“Tenho o TSA há 21 anos e vim<br />

aqui para fazer uma reciclagem,<br />

além de realizar uma confirmação<br />

das minhas condutas e uma<br />

reafirmação profissional. O curso<br />

foi muito bom para saber que estou<br />

na prática correta da profissão.<br />

Foi uma grande troca, pois<br />

também aprendi muita coisa”, disse<br />

o anestesiologista Mário Tadeu<br />

Waltrick Rodrigues, que veio de<br />

Joinville (SC) especialmente para<br />

as aulas na <strong>SAERJ</strong>.<br />

Mário Tadeu foi apenas um<br />

dos alunos que vieram de outras<br />

partes do Brasil para participar do<br />

curso. Todos eles escolheram o Rio


de Janeiro pelo fato de o estado<br />

possuir uma sociedade de<br />

anestesiologistas de respeito dentro<br />

do universo da Medicina brasileira.<br />

A <strong>SAERJ</strong>, segundo os alunos, é uma<br />

instituição de referência dentro da<br />

profissão e, na maioria das vezes,<br />

o único meio de alguns anestesiologistas<br />

estarem em contato<br />

com colegas de trabalho. “Moro em<br />

Santo Antônio de Pádua, no interior<br />

do Estado do Rio de Janeiro, e lá<br />

só há três anestesiologistas, contando<br />

comigo. Participar dos eventos<br />

da <strong>SAERJ</strong> é a única forma de<br />

estar em contato com outros colegas.<br />

Não há congressos e cursos na<br />

minha cidade”, explicou o Dr. Mário<br />

Guilherme Gonçalves, que mostrou-se<br />

satisfeito com a renovação<br />

científica que o curso lhe proporcionou,<br />

apesar de não poder aplicar<br />

muita coisa nos hospitais de sua<br />

cidade por falta de estrutura.<br />

Paralelo a isto, muitos médicos<br />

procuraram a <strong>SAERJ</strong> com o intuito<br />

de se prepararem para o TSA.<br />

O exame - que aconteceu este ano<br />

no dia 10 de novembro na forma<br />

escrita e três dias antes na forma<br />

oral – é visto por muitos apenas<br />

como um desafio pessoal, uma vez<br />

que o título não traz benefício fi-<br />

nanceiro algum para o anestesiologista,<br />

pelo menos no Estado do Rio<br />

de Janeiro. O TSA, além da realização<br />

pessoal, proporciona ao médico<br />

o direito de ministrar aulas em<br />

cursos e congressos e participar de<br />

diretorias da <strong>SAERJ</strong> e da SBA.<br />

Para alcançar este objetivo,<br />

o anestesiologista tem que passar<br />

primeiro pela prova escrita e, um<br />

ano depois, pela prova oral. Ambos<br />

os exames são “provas de<br />

fogo” para o conhecimento do<br />

profissional, o que aumenta o tom<br />

de desafio. Por este raciocínio,<br />

muitos alunos do curso têm se<br />

dedicado à preparação para a prova,<br />

intensificando os estudos a<br />

partir do presente momento. “Encaro<br />

o TSA mais como um desafio<br />

pessoal e um estímulo a me<br />

manter atualizada na profissão,<br />

estudando e fazendo reciclagem<br />

de conceitos”, contou a Dra.<br />

Beatriz Cathalá Esberard, formada<br />

em Anestesiologia em janeiro<br />

deste ano pela UERJ. “Quero muito<br />

obter este título, apesar de hoje<br />

não significar muita coisa em nível<br />

financeiro. Aproveito o curso<br />

para intensificar os meus estudos<br />

até novembro, apesar de eu andar<br />

muito sem tempo.”<br />

Outro motivo que leva alguns<br />

alunos a obterem o TSA é<br />

o fato de ele ser visto como uma<br />

distinção na Anestesiologia brasileira.<br />

Contudo, não passa pela<br />

cabeça da maioria dos candidatos<br />

atuar no corpo docente de<br />

cursos e palestras, pelo menos<br />

no momento, como afirma outra<br />

aluna do curso, a Dra. Paula<br />

Aderne Pozes Waineraich, também<br />

formada anestesiologista<br />

este ano pela UERJ e que trabalha<br />

no Hospital da Lagoa: “Vejo<br />

o TSA como uma graduação máxima<br />

dentro da minha especialidade<br />

e acho muito importante<br />

atingirmos o patamar mais alto<br />

na profissão. Mesmo obtendo o<br />

título, pretendo continuar atuando<br />

apenas como médica, isto é,<br />

não passa pela minha cabeça dar<br />

aulas nem agora, nem futuramente.”<br />

Curso teve alto grau de<br />

satisfação entre os alunos<br />

Dra. Simone Soares Leite Alunos candidatos ao TSA aproveitaram cada minuto do intensivo<br />

Diferenças à parte, todos os<br />

alunos tornaram-se iguais ao entrarem<br />

na sala de aula. Isto porque<br />

a vontade de estudar e aprender<br />

era visível nos olhos dos partici-<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 19


pantes. Muitos vieram de longe,<br />

enfrentaram horas de viagem e<br />

passaram dias sem a família. Outros<br />

desmarcaram compromissos<br />

profissionais e pessoais para estarem<br />

presentes às aulas.<br />

Mas parece que o esforço<br />

valeu a pena. Ao fim das aulas,<br />

os comentários eram sempre positivos<br />

e as conversas nos intervalos<br />

giravam em torno de discussões<br />

profissionais e trocas de experiências<br />

com colegas de turma<br />

e professores do curso. “Achei o<br />

curso muito bom, pois os professores<br />

tinham uma didática excelente,<br />

além de apresentarem um<br />

bom conteúdo e uma boa interação<br />

com os alunos. A coisa mais difícil<br />

seria escolher o melhor professor<br />

e a melhor aula”, disse, entusiasmado,<br />

o Dr. Mário Tadeu<br />

Waltrick Rodrigues, aluno que esteve<br />

presente em todos os dias de<br />

aula, assim como a maioria da<br />

turma.<br />

Para outros, o curso serviu<br />

como uma forma de rever os conceitos<br />

aprendidos na faculdade e<br />

na residência, e assim, dar um estímulo<br />

para estudar com mais afinco<br />

para o exame, que se aproxi-<br />

20 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

Mário Guilherme Gonçalves (esq.) é médico anestesiologista na Casa de Saúde Santa<br />

Mônica e no Hospital Municipal Hélio Montezano, em Santo Antônio de Pádua (RJ)<br />

ma a cada dia: “O curso me ajudou<br />

bastante, pois antes dele eu<br />

não estava me preparando para o<br />

TSA com muita determinação. As<br />

aulas me ajudaram a rever conceitos<br />

e me deram um estímulo<br />

para estudar com vontade”, afirmou<br />

a Dra. Beatriz Cathalá, que<br />

trabalha no hospital Pedro Ernesto<br />

e no Hospital da Lagoa e que tirou<br />

um tempo para fazer o curso<br />

da <strong>SAERJ</strong>.<br />

Assim como a maioria dos<br />

outros alunos, a Dra. Paula Aderne<br />

Pozes Waineraich também mostrou-se<br />

extremamente satisfeita com<br />

o 31º Curso Preparatório para o<br />

TSA. Seguindo o exemplo da<br />

inseparável amiga Beatriz Esberard,<br />

Paula Aderne também começou a<br />

se dedicar ao estudo para a prova<br />

somente depois do curso: “Estou<br />

começando a estudar a partir do<br />

curso da <strong>SAERJ</strong>. Até aqui, eu não<br />

estava estudando de forma intensa<br />

e agora estou focada na prova escrita<br />

de novembro. As aulas me<br />

ajudaram muito, pois gostei da<br />

maioria dos professores e fiz uma<br />

reciclagem do que aprendi na re-<br />

Dr. Mário Tadeu Waltrick Rodrigues, de<br />

Joinville (SC)<br />

sidência”, completou a médica, que<br />

aguarda agora o exame escrito de<br />

novembro, para em 2008 poder fazer<br />

a prova oral.<br />

Fim das aulas, fim de mais<br />

uma jornada promovida pela<br />

<strong>SAERJ</strong> com o intuito de aumentar<br />

a qualidade profissional dos<br />

anestesiologistas do Estado do Rio<br />

de Janeiro e de outras partes do<br />

país. Fica agora a torcida por<br />

aqueles que vão fazer a prova e<br />

a satisfação por ter ajudado profissional<br />

e pessoalmente aqueles<br />

que participaram do curso somente<br />

para aprender. E em 2008<br />

recomeça tudo de novo. <br />

Confira a relação de aprovados do<br />

Rio de Janeiro no quadro abaixo:<br />

Relação de<br />

aprovados no TSA<br />

Prova Escrita<br />

Claudio Luis da Fonseca<br />

Paula Aderne Pozes Waineraich<br />

Rodrigo Otavio Lami Pereira<br />

Rogerio Cavalheiro<br />

Prova Oral<br />

Rafael Mercante Linhares


123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

123456789012345678<br />

Notícias<br />

Notícias<br />

Médico brasileiro recebe prêmio da<br />

Sociedade Americana de Anestesiologistas<br />

É a primeira vez que um brasileiro é agraciado com a honraria<br />

Foto: Patrícia Sá Rêgo/Globo Online<br />

Dr. Marcos Francisco Vidal Melo<br />

O anestesiologista<br />

e engenheiro<br />

Dr. Marcos Francisco<br />

Vidal Melo foi agracia-<br />

do com o Presidential<br />

Scholar Award. O prêmio da Sociedade<br />

Americana de Anestesiologistas<br />

é uma referência no meio<br />

médico-científico internacional e<br />

esta é a primeira vez que é conferido<br />

a um brasileiro. Com a colaboração<br />

de sua equipe no Massachusetts<br />

General Hospital (MGH),<br />

em Boston (EUA), Vidal Melo desenvolveu<br />

um método inédito para<br />

quantificar e visualizar, de forma<br />

precisa e imediata, o funcionamento<br />

do pulmão e calcular com exatidão<br />

a quantidade de oxigênio carregado<br />

no sangue e a de gás<br />

carbônico eliminado.<br />

Para o presidente da <strong>SAERJ</strong>,<br />

Luis Antonio Diego, a entidade<br />

se sente honrada pela premiação<br />

do brasileiro: “A <strong>SAERJ</strong> sente-se<br />

muito orgulhosa em ter um<br />

anestesiologista fluminense, de<br />

São Gonçalo, em tão importante<br />

instituição como o MGH, berço<br />

da Anestesiologia. Mais ainda, por<br />

tão bem exercer a nossa especialidade,<br />

mostrando-se empreendedor<br />

e altamente qualificado”.<br />

Com a descoberta de Vidal<br />

Melo, a vida de um paciente com<br />

embolia pulmonar pode ser salva<br />

através da indicação de procedimentos<br />

que podem ser utilizados<br />

no combate à doença. No caso de<br />

quem sofre de asma, ao concluir<br />

que apenas pequenas áreas do<br />

pulmão são afetadas durante uma<br />

crise asmática, o estudo pode levar<br />

a tratamentos alternativos para<br />

melhorar a vida dos enfermos.<br />

Nascido em São Gonçalo, no<br />

Rio de Janeiro, Marcos Francisco é<br />

Doutor em Cirurgia Experimental<br />

pela Universidade de Heidelberg,<br />

na Alemanha, Mestre em Engenharia<br />

Biomédica pela Coordenação de<br />

Programas de Pós-Graduação da<br />

Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />

(COPPE/UFRJ) e, desde 2003,<br />

é diretor do departamento de Pesquisa<br />

em Anestesia Cardíaca do<br />

Massachusetts General Hospital. Em<br />

entrevista ao GLOBO ONLINE,<br />

Vidal Melo falou sobre a sua pesquisa,<br />

os eventos que oferece aos<br />

brasileiros no MGH, as jornadas que<br />

participa no Brasil e o combate<br />

prioritário às doenças com o tratamento:<br />

“Mantenho contato por meio<br />

de projetos conjuntos, participação<br />

em eventos no Brasil, recebendo<br />

profissionais, estudantes e residentes<br />

de anestesia no MGH, e em encontros<br />

e discussões ocasionais durante<br />

congressos internacionais.<br />

Agora mesmo, em junho passado,<br />

apresentei algumas palestras na Jornada<br />

de Anestesia Cardíaca do Instituto<br />

Nacional de Cardiologia, em<br />

Laranjeiras, no Rio”.<br />

“O Rio de Janeiro teve a satisfação<br />

de receber a visita de Marcos<br />

Vidal Melo na nossa jornada,<br />

onde nos brindou com uma palestra<br />

sobre transplante cardíaco, além<br />

de importante atualização sobre<br />

inflamação e circulação extra-<br />

corpórea. Na ocasião, pôde também<br />

conversar com diversos colegas<br />

interessados em anestesia para<br />

cirurgia cardíaca e mostrou-se receptivo<br />

em recebê-los em visita ao<br />

MGH”, comentou Dr. Diego.<br />

A pesquisa de Vidal Melo<br />

usou conhecimentos médicos e de<br />

engenharia para desenvolver métodos<br />

visando medir de forma<br />

acurada a quantidade de ar e de<br />

sangue em diferentes regiões pulmonares,<br />

determinar o que se altera<br />

em diferentes formas de doenças<br />

pulmonares e cardiovasculares<br />

e estudar métodos de tratamento<br />

de algumas dessas doenças.<br />

Para medição do ar e sangue<br />

nos pulmões, foi utilizada a técnica<br />

de Tomografia com Emissão de<br />

Pósitrons (PET, na sigla em inglês).<br />

Com esse método, pôde-se medir<br />

o ar e o sangue pulmonar em regiões<br />

bem pequenas, aproximadamente<br />

mil regiões em um volume<br />

de um litro. Isso mostrou que um<br />

pulmão adulto pode ser estudado<br />

com o nível de detalhe de milhares<br />

de regiões individuais. Com o uso<br />

de uma substância respirada ou injetada<br />

em uma veia, foram feitas<br />

medições da concentração dessa<br />

substância no pulmão. Análises<br />

baseadas em modelos matemáticos<br />

das medições forneceram ao final<br />

os valores do ar e sangue pulmonares.<br />

Vidal Melo foi além dessa<br />

etapa e, utilizando equações adicionais,<br />

calculou a quantidade de oxigênio<br />

absorvido pelo sangue e a<br />

de gás carbônico eliminado.<br />

Foram estudadas diversas<br />

doenças pulmonares em pacientes<br />

e em animais. Os focos principais<br />

foram insuficiência pulmonar<br />

aguda, síndrome de angústia<br />

respiratória, asma, doença pulmonar<br />

obstrutiva crônica e<br />

embolia pulmonar.<br />

<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 21


CREMERJ lança<br />

“Quanto vale o médico?”<br />

Campanha é divulgada em diversos veículos de comunicação<br />

O<br />

CREMERJ lançou no<br />

dia 2 de outubro<br />

passado, em diversos<br />

veículos de comunicação,<br />

a campanha “Quanto vale o<br />

médico?”, com o objetivo de<br />

alertar a população para a<br />

realidade dos médicos na<br />

saúde pública do país.<br />

O lançamento da campanha<br />

foi no Colégio Brasileiro<br />

de Cirurgiões (CBC), em<br />

Botafogo. O evento reuniu<br />

médicos de diversas especialidades<br />

para debaterem a atual<br />

realidade da saúde brasileira e<br />

com isso determinar as diretrizes<br />

para a valorização da categoria.<br />

A presidente do CREMERJ,<br />

Dra. Márcia Rosa de Araújo, comentou<br />

sobre a omissão e a transferência<br />

de responsabilidade aos<br />

médicos por parte dos gestores<br />

públicos e, além disso, chamou a<br />

atenção especialmente para a falta<br />

de perspectivas dos jovens em relação<br />

ao mercado de trabalho.<br />

“Estamos vivenciando uma situação<br />

crítica na saúde e queremos<br />

que os governos deixem de se<br />

omitir e nos culpar por tudo aquilo<br />

que não conseguimos fazer, porque<br />

não temos a mínima infra-estrutura<br />

necessária”, criticou a Dra.<br />

Márcia. “Juntos poderemos fortalecer<br />

nossas iniciativas e alcançar<br />

condições de trabalho adequadas<br />

22 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

Ilustração: site do CREMERJ<br />

Selo da campanha do CREMERJ<br />

e salários dignos. Os novos colegas<br />

entram na rede e não ficam<br />

porque os salários são absurdamente<br />

baixos. Levamos muitos anos<br />

estudando e nos dedicando à Medicina<br />

e não somos valorizados.<br />

Hoje não enxergamos nenhuma<br />

perspectiva positiva, mas não vamos<br />

ficar calados diante disso”.<br />

Para o Dr. Aloísio Tibiriçá<br />

Miranda, conselheiro do<br />

CREMERJ e do Conselho Federal<br />

de Medicina (CFM), a valorização<br />

do médico e do serviço público<br />

são fundamentais, mas a<br />

valorização do médico no serviço<br />

público também é de suma<br />

importância. “Agora demos o<br />

pontapé inicial, mas esse movimento<br />

é para um caminho longo”,<br />

ressaltou o Dr. Aloísio.<br />

Durante o encontro, representantes<br />

de diversas entidades<br />

de Medicina destacaram<br />

a importância da campanha<br />

e colaboraram com idéias<br />

para unir a sociedade na luta<br />

contra o descaso. “Precisamos<br />

reverter esta situação. Cansamos<br />

de nos reunir com secretários<br />

de saúde, prefeitos, governadores<br />

e ministros e só<br />

ficarmos em promessas. Vamos<br />

agir e mostrar para a<br />

população quem são os verdadeiros<br />

responsáveis pela<br />

falta de leitos nos hospitais,<br />

pela falta de medicamentos, pelas<br />

enormes filas de espera nas emergências”,<br />

assegurou a Dra. Márcia.<br />

A campanha, nas ruas desde<br />

30 de setembro através de várias<br />

peças publicitárias, como<br />

outdoors e propagandas em jornal,<br />

televisão e rádio, ainda conta<br />

com uma página na internet<br />

(www.quantovaleomedico.com.br)<br />

para debate e adesão a um abaixo-assinado<br />

em prol de justas<br />

condições de salário e de trabalho<br />

para os médicos.<br />

No endereço também podem<br />

ser conferidas a agenda da campanha,<br />

as estatísticas dos problemas<br />

de saúde e notícias relacionadas<br />

ao tema.<br />

<br />

Fonte: site do CREMERJ


Presidente da <strong>SAERJ</strong> recebe homenagem pelos<br />

10 anos no Serviço de Anestesiologia do INC<br />

Em homenagem aos seus 10 anos à frente<br />

do Serviço de Anestesiologia do Instituto<br />

Nacional de<br />

Cardiologia (INC),<br />

o presidente da<br />

<strong>SAERJ</strong>, Dr. Luis Antonio<br />

Diego, recebeu<br />

uma placa comemorativa<br />

com<br />

os seguintes dizeres:<br />

“Dr. Luis Antonio<br />

Diego, sua valorosa<br />

contribuição<br />

à frente do serviço<br />

durante 10<br />

anos nos tornou<br />

melhores. Sua humildade<br />

e sabedo-<br />

Os Doutores Cláudia Airoza e Sérgio Vieira brindaram à homenagem<br />

ao presidente da <strong>SAERJ</strong><br />

ria, somadas a uma conduta da mais alta<br />

qualidade, nortearão nossos futuros. Agradecemos<br />

por tudo e desejamos felicidades<br />

em todas as etapas de sua vida. Ser-<br />

viço de Anestesiologia do Instituto Nacional<br />

de Cardiologia”. Além do coordenador<br />

hospitalar (diretor-<br />

Foto: divulgação<br />

médico) do INC, Dr.<br />

Marcos Antônio<br />

Mattos, cerca de<br />

40 pessoas prestigiaram<br />

o evento,<br />

realizado no dia 3<br />

de outubro no Espaço<br />

Brasa Leblon.<br />

A partir de agora,<br />

o Dr. Diego assume<br />

a Assessoria<br />

de Qualidade da<br />

Coordenação Hospitalar,<br />

cujo objetivo<br />

é coordenar as ações de gerenciamento<br />

da qualidade nos setores<br />

assistenciais subordinados à coordenação<br />

do Instituto.<br />

Veja o novo<br />

visual do site<br />

da <strong>SAERJ</strong>!<br />

www.saerj.org.br<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 23


4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

4567890123456789012<br />

Casos Clínicos<br />

Casos Clínicos<br />

Troca de experiências<br />

<strong>SAERJ</strong> promove série de debates sobre procedimentos em anestesia<br />

C<br />

ompartilhar conhecimentos,<br />

debater casos clínicos<br />

e até mesmo fazer uma<br />

networking. Esses foram os motivos<br />

que levaram cerca de 50<br />

anestesiologistas e residentes ao<br />

Centro de Estudos da Casa de Saúde<br />

São José, no último dia 28 de<br />

novembro, para acompanharem<br />

mais um debate promovido pela<br />

<strong>SAERJ</strong>. O Dr. Gustavo Cossich de<br />

Holanda Sales, ME 3 do CET do<br />

Hospital do Andaraí, apresentou<br />

o caso clínico sobre despertar prolongado<br />

após anestesia venosa<br />

total. Acompanhados pelo diretor<br />

da equipe, Dr. Afonso Lugliane,<br />

os residentes debateram com o público<br />

durante uma hora e meia,<br />

24 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

por Flávio Dilascio<br />

Dr. Gustavo Cossich apresentou procedimento realizado no hospital do Andaraí, acompanhado do diretor<br />

da equipe, Dr. Afonso Lugliane<br />

respondendo a diversos questionamentos<br />

levantados pela platéia.<br />

Dr. Gustavo Cossich começou<br />

sua apresentação fazendo<br />

uma rápida análise sobre o tema<br />

de seu caso: o despertar prolongado<br />

em anestesia venosa<br />

para total para artrodese de coluna.<br />

Auxiliado pelo Dr. Lugliane,<br />

o residente em Anestesiologia<br />

passou ao público as características<br />

físicas do paciente,<br />

que tinha 1,85m de altura,<br />

30 de IMC e 37 anos de idade.<br />

Depois, foi feito um detalhamento<br />

da anestesia proposta<br />

para, em seguida, falar da<br />

indução anestésica.<br />

Após tudo<br />

isso, Gustavo descreveu<br />

o ato operatório<br />

para chegar ao tema<br />

central do debate,<br />

aquele que levantaria<br />

diversas perguntas e<br />

comentários dos presentes:<br />

o despertar<br />

prolongado do paciente.<br />

O final da primeira<br />

parte do debate<br />

terminou com uma<br />

explanação sobre o<br />

tratamento e a apresentação<br />

de todas as<br />

planilhas referentes<br />

ao caso, planilhas essas<br />

que serviriam de<br />

base à etapa das perguntas<br />

e comentários, que estava<br />

prestes a começar.<br />

A equipe do Andaraí foi<br />

questionada, primeiramente, pelo<br />

grupo do Hospital Antônio<br />

Pedro, que foi convidado a sentar-se<br />

à mesa, representado pelos<br />

residentes Dr. Bruno Emanoel<br />

Veloso Silva e Dra. Clarice Peraldo<br />

Crespo. Começando por uma<br />

análise detalhada dos procedimentos<br />

apresentados por<br />

Gustavo, Clarice comentou as<br />

ações e questionou a dose de<br />

Propofol ministrada no despertar<br />

prolongado. “Eu não teria feito o<br />

mesmo”, frisou a Doutora. Bruno<br />

acompanhou as opiniões da<br />

colega de equipe e ainda fez


adendos aos comentários emitidos.<br />

A equipe do Andaraí justificou-se<br />

e Gustavo teve de defender-se<br />

das perguntas, que surgiam<br />

das mais diversas partes da platéia.<br />

Segundo a opinião de muitos,<br />

o bicarbonato de sódio poderia<br />

ter sido usado para ajudar<br />

o paciente a acordar e houve uma<br />

precipitação na extubação.<br />

Gustavo chegou a admitir que<br />

houve um equívoco ao extubar o<br />

paciente após a intervenção gástrica.<br />

O residente falou também<br />

das limitações do Hospital do<br />

Andaraí, grande dificultador dos<br />

bons procedimentos.<br />

Quase todos que tomavam<br />

a palavra justificavam-se apresentando<br />

casos específicos de<br />

seu dia-a-dia. Esses casos levantavam<br />

novos assuntos e, a partir<br />

daí, o debate ia abrangendo<br />

diversos ramos científicos da<br />

Anestesiologia. Outro questionamento<br />

feito foi a não-realização<br />

de uma tomografia no paciente.<br />

Dr. Márcio Pinho, da Comissão<br />

Científica da <strong>SAERJ</strong>, fez<br />

uma longa análise sobre o despertar<br />

prolongado e teceu diversas<br />

críticas ao procedimento<br />

analisado. “Um erro grotesco<br />

dos anestesiologistas cariocas é<br />

ter o monitor e não usá-lo”, comentou.<br />

Para Márcio, não pode<br />

haver pressa para se extubar o<br />

paciente. Tal observação, inclusive,<br />

foi um consenso entre os<br />

médicos e residentes presentes<br />

no Centro de Estudos da Casa<br />

de Saúde São José. Segundo a<br />

opinião da maioria, houve uma<br />

certa impaciência por parte da<br />

equipe do Andaraí em extubar<br />

o paciente. Daí até o final, os<br />

assuntos mais comentados foram<br />

o despertar prolongado e a<br />

tão polêmica extubação, temas<br />

que renderam muitas conversas<br />

e trocas de experiências até o<br />

final da segunda parte do evento.<br />

Fechando o debate, Gustavo<br />

apresentou um resumo do<br />

caso para sua equipe e a platéia<br />

tirarem suas conclusões finais<br />

do estudo, baseadas nas<br />

dissertações apresentadas ao<br />

longo da noite, que foram ganhando<br />

novos ingredientes após<br />

cada comentário. Foi concluído<br />

que deu-se um “tiro” na acidose<br />

e acabou-se acertando indiretamente<br />

a causa, o que ajudou no<br />

tratamento do edema cerebral do<br />

paciente.<br />

Terminada a sessão, o espírito<br />

de confraternização tomou<br />

conta do local. Residentes e<br />

anestesiologistas puderam conhecer<br />

outros profissionais e trocar<br />

experiências sobre condutas do<br />

dia-a-dia. Tanto os mais experientes<br />

quanto os ainda em formação<br />

aprovaram o evento e pretendem<br />

voltar no próximo.<br />

“Achei o debate muito proveitoso.<br />

A discussão foi boa em<br />

relação a todos os assuntos.<br />

Gostaria que esse tipo de debate<br />

acontecesse mais vezes”, elogiou<br />

o residente Dr. Bruno<br />

Cariello Felix, que trabalha no<br />

Hospital da Polícia Militar e estava<br />

na platéia atento a todas<br />

as discussões.<br />

Com o fim de mais um<br />

evento, a <strong>SAERJ</strong> espera ter contribuído<br />

para a melhoria das condutas<br />

dos anestesiologistas do Rio<br />

de Janeiro. Nesta difícil especialização<br />

da Medicina, todo e qualquer<br />

tipo de troca de experiências<br />

é muito válida. A pluralidade<br />

de opiniões e a argumentação baseada<br />

no conhecimento levam o<br />

anestesiologista a dar passos largos<br />

em sua vida intelectual, acadêmica<br />

e profissional. Que muitos<br />

outros debates sejam feitos.<br />

Pelo menos, é isso que desejam<br />

todos os médicos anestesiologistas<br />

do nosso estado.<br />

Dr. Márcio Pinho (em pé) coordenou a sessão de perguntas da platéia de médicos e<br />

residentes em anestesia<br />

<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 25


345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

345678901234567890<br />

Notícias da Coopanest<br />

Notícias da Coopanest<br />

M<br />

ais uma vez o ano se<br />

aproxima do seu final e<br />

chegamos novamente naqueles<br />

momentos de reflexão, do<br />

fechamento do balanço: o saldo<br />

foi positivo, negativo ou andamos<br />

de lado? O que nós, anestesiologistas,<br />

fizemos pela nossa classe?<br />

Perseguimos metas estabelecidas<br />

no início do ano ou ficamos<br />

parados, vendo o tempo passar,<br />

esperando que alguém faça<br />

alguma coisa por nós? Lutar sozinho<br />

contra um adversário poderoso<br />

é muito difícil. Temos nossas<br />

instituições já formadas e com longos<br />

anos de atuação, nos representando<br />

com correção e desprendimento.<br />

Lá estão a Coopanest-Rio,<br />

a <strong>SAERJ</strong> e a SBA. Elas não existiriam<br />

sem a participação de nossos<br />

colegas anestesiologistas.<br />

Precisamos cada vez mais<br />

nos aglutinar, reunir forças, sempre<br />

em busca de objetivos claramente<br />

delineados, buscando preceitos<br />

éticos do cooperativismo.<br />

Com os pés no chão, sem promessas<br />

utópicas, pois ninguém é<br />

ingênuo. Impossível acreditar que,<br />

num passe de mágica, estaremos<br />

vivendo em um país onde a saúde<br />

é de primeiro mundo e que<br />

nos depararemos na nossa consulta<br />

pré-anestésica com um paciente<br />

bem-nutrido, bem-instruído,<br />

que responderá às nossas perguntas<br />

com clareza. Promessas de<br />

ganhos salariais acima da nossa<br />

realidade é brincar com a nossa<br />

inteligência. Lutar por valores justos<br />

a serem pagos pelo nosso trabalho,<br />

pelo ato cooperativo, só se<br />

consegue traçando metas, objetivos<br />

e os perseguindo, com apoio<br />

26 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />

A hora é de união<br />

logístico das instituições que nos<br />

representam, tendo credibilidade<br />

tanto no meio médico, como também<br />

junto à população em geral.<br />

Aventureiros que aparecem de<br />

uma hora para outra, sem respaldo<br />

de ninguém e oferecendo um<br />

milagre é algo que causa a todos<br />

nós, bons observadores, uma certa<br />

estranheza. Por que não nos procuram<br />

para dialogar? Possuímos<br />

sede fixa, com endereço conhecido<br />

pelo mundo médico. Se têm<br />

boas idéias, por que não vêm<br />

trazê-las para que possam ser<br />

discutidas? Ou, então, estão procurando<br />

dividir a nossa categoria,<br />

enfraquecendo-a.<br />

Em <strong>2007</strong>, a Coopanest-Rio<br />

conseguiu renegociar contratos e<br />

obter melhora nos ganhos que são<br />

repassados integralmente ao<br />

cooperado, pois esse é um dos<br />

princípios básicos do cooperativismo.<br />

Claro que nem tudo são<br />

glórias. Há contratos que não conseguimos<br />

evoluir, não porque ficamos<br />

parados, mas porque, numa<br />

mesa de negociação, muitas vezes<br />

precisamos ceder alguma<br />

coisa para obtermos um ganho<br />

futuro maior. Essa união não ocorre<br />

somente dentro do estado onde<br />

atuamos, mas também em nível<br />

nacional, com a Federação Brasileira<br />

de Cooperativas de<br />

Anestesiologistas (Febracan), onde<br />

conseguimos melhorar contratos<br />

que valem para todas as federadas.<br />

O movimento cooperativista<br />

só se solidifica seguindo os preceitos<br />

básicos do cooperativismo,<br />

que na sua essência maior é o caráter<br />

democrático, ou seja, não<br />

possui um dono. Cada associado<br />

tem direito a um voto e isso é o<br />

que há de mais grandioso dentro<br />

do cooperativismo: o princípio da<br />

igualdade.<br />

Como vivemos num país<br />

democrático, todos os<br />

anestesiologistas têm acesso à<br />

cooperativa, bastando somente<br />

que sejam filiados à <strong>SAERJ</strong> e à<br />

SBA. Na Coopanest, não há dificuldade<br />

para se ingressar, basta<br />

somente o colega querer entrar.<br />

Esse é mais um dos princípios<br />

do cooperativismo: a livre escolha<br />

- ele entra e sai quando achar<br />

que lhe é conveniente.<br />

Por que a Coopanest-Rio não<br />

é tão forte quanto as suas coirmãs<br />

de outros estados? Porque somos<br />

poucos associados. Com todos<br />

juntos, o nosso poder de pressão<br />

será muito maior. Se nos dividirmos,<br />

seremos fracos nas negociações<br />

e é nisso que os planos de<br />

saúde apostam para continuarem<br />

a reembolsar o que bem entendem.<br />

Sem um contrato pré-assinado,<br />

vamos argüir a quem? Ao<br />

paciente, que de antemão avisa<br />

não poder cobrir a diferença do<br />

reembolso? Assim, vamos continuar<br />

“engolindo sapos”. Precisamos<br />

ser como pilotos de caças<br />

voando em formação para alcançarmos<br />

os nossos objetivos.<br />

Temos que implantar a<br />

CBHPM com valores justos. Se<br />

for vontade dos cooperados, negociaremos<br />

com os serviços públicos<br />

de saúde, mas dentro de<br />

uma realidade, sem promessas de<br />

ganhos fantasiosos, pois isso nunca<br />

irá acontecer.<br />

Caro colega, a hora é de<br />

união, nunca de divisão. A


Coopanest-Rio, a <strong>SAERJ</strong> e a SBA<br />

são as suas casas. Lá você encontrará<br />

os seus pares. Compareça às<br />

reuniões, às assembléias. Leve suas<br />

críticas e sugestões. As diretorias<br />

estarão sempre abertas a novas e<br />

boas idéias. O cooperativismo é a<br />

democracia no seu esplendor.<br />

A diretoria da Coopanest-Rio<br />

agradece a todos que, de uma maneira<br />

ou de outra, colaboraram<br />

conosco neste ano e deseja a todos<br />

um Feliz Natal e um grande<br />

2008.<br />

<br />

Albertino G. Henrique<br />

Presidente Coopanest-Rio<br />

Coopanest-Rio<br />

20 anos<br />

No dia 17 de dezembro a<br />

Coopanest-Rio completa<br />

20 anos de existência.<br />

Ao longo desses anos, todas<br />

as diretorias que por<br />

aqui passaram dedicaram<br />

o seu máximo para implementar<br />

todas as políticas<br />

do cooperativismo dentro<br />

de nossa classe.<br />

Foi muito trabalho, muita<br />

doação de todos e dedicação<br />

dos nossos funcionários,<br />

o que propiciou à cooperativa<br />

oferecer aos seus<br />

associados um serviço de<br />

excelente qualidade.<br />

A Coopanest-Rio quer parabenizar<br />

todos os colegas<br />

cooperados, que ao longo<br />

desses anos colaboraram<br />

com a nossa cooperativa,<br />

fazendo-a crescer, tornando-a<br />

mais forte e unida.<br />

Parabéns a todos.<br />

A diretoria<br />

Avisos Administrativos<br />

1 - Com a implementação das guias TISS, passamos a ter<br />

dados a preencher que não constam das nossas CPSAs,<br />

tais como:<br />

• Horário inicial e horário final da cirurgia/exame<br />

• Procedimento convencional ou por vídeo<br />

• Procedimento ambulatorial, day clinic ou internação<br />

• No caso de procedimento ambulatorial – o nome do<br />

médico solicitante e seu CRM<br />

Assim sendo, pedimos que coloque estas informações em<br />

qualquer campo da CPSA, esclarecendo que estamos<br />

providenciando novo modelo da mesma.<br />

2 - Como as guias estão sendo enviadas para os<br />

contratantes através de meio magnético, qualquer erro<br />

na senha ou matrícula impossibilita o envio de cobrança.<br />

Preencha a CPSA de maneira completa (códigos,<br />

descrição, vias de acesso, etc) clara e legível para evitar<br />

devoluções.<br />

3 - Verifique no site as tabelas utilizadas para cada<br />

contratante (CBHPM ou AMB).<br />

4 - Verifique no site os valores pagos por cada contratante.<br />

5 - Não atrase a entrega de sua cobrança. Se o procedimento<br />

tiver sido há mais de 30 dias, poderá ter o pagamento<br />

negado pelo contratante.<br />

6 - As consultas têm que estar, obrigatoriamente, assinadas,<br />

assim como os outros procedimentos.<br />

7 - Só podemos cobrar consultas do mesmo paciente, na<br />

mesma internação, com intervalo mínimo de 30 dias.<br />

Filie-se ao PLANO DE AUXÍLIO MÚTUO FEBRACAN<br />

VISITE O NOSSO SITE:<br />

www.coopanest-rio.org.br<br />

<strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong> - 27


Feliz 2008<br />

A <strong>SAERJ</strong> <strong>SAERJ</strong> deseja deseja<br />

a todos os associados<br />

um 2008 repleto repleto de saúde, saúde,<br />

paz e muitas realizações!

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!