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Ed. 50 - Revista Analytica

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Ano 9 Nº <strong>50</strong><br />

ISSN 1677-3055 ANO 9 • Nº <strong>50</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011<br />

a revista da instrumentação e controle de qualidade<br />

www.revistaanalytica.com.br Uma publicação Eskalab<br />

Leia nesta edição:<br />

FARMACÊUTICA • ALIMENTÍCIA • QUÍMICA • MINERAÇÃO • COSMÉTICA<br />

PETROQUÍMICA • TINTAS • MEIO AMBIENTE • LIFE SCIENCES<br />

Otimização de Procedimento de Caracterização de<br />

Materiais Catalíticos Empregando Fluorescência de<br />

Raios-X por Energia Dispersiva<br />

Desenvolvimento de Procedimento de Preparo de<br />

Amostras de Leite para Triagem de Organofosforados<br />

por Teste Enzimático e Confirmação por<br />

Cromatografia Gasosa<br />

Emprego de Resíduo de Bagaço Cana de Açúcar<br />

Descartado por Usinas de Álcool como Agente<br />

Removedor de Paracetamol em Meio Aquoso Sob<br />

Agitação<br />

Determinação de Hg(Ii) em Amostras de Água por<br />

Voltametria de Redissolução usando um Eletrodo<br />

de Pasta de Carbono Modificado com Sílica<br />

Organofuncionalizada Contendo o Grupo “Sh”<br />

R$ 13,90


<strong>Ed</strong>itorial<br />

<strong>Analytica</strong><br />

A revista da instrumentação<br />

e controle de qualidade<br />

www.revistaanalytica.com.br<br />

ANO IX - Nº <strong>50</strong><br />

(Dez 2010 / Jan 2011)<br />

Redação e administração:<br />

Av. Paulista, 2.073<br />

<strong>Ed</strong>. Horsa I - cj. 2.315<br />

CEP: 01311-940. São Paulo. SP<br />

Fone: (11) 3171-2190<br />

C.G.C.: 74.310.962/0001-83<br />

Insc. Est.: 113.931.870.114<br />

ISSN 1677-3055<br />

04<br />

Chegar à <strong>50</strong>ª edição para uma revista nos dias de hoje é uma tarefa árdua, e quando esse cenário se restringe<br />

a um mundo completamente específico, no nosso caso o das análises industriais, as dificuldades são<br />

ainda maiores. Nesses cem meses partilhando experiências com centenas de parceiros e colaboradores,<br />

aprendemos e crescemos muito. Graças aos incentivos de todos foi possível chegarmos até aqui.<br />

Assim, iniciamos essa primeira edição do ano cheios de novas perspectivas e expectativas para um<br />

2011 muito produtivo e de bons negócios, como os realizados durante o 4º Congresso Internacional de<br />

Bioprocessos na Indústria de Alimentos (ICBF 2010) e X Encontro Regional Sul de Ciência e Tecnologia de<br />

Alimentos (ERSCTA), que aconteceram em outubro passado em Curitiba. Veja a cobertura em Evento.<br />

Outro evento trazido pela seção é o Enatec Industrial, realizado pela Labsoft, que foi totalmente voltado<br />

às indústrias de diversos segmentos, ao contrário do evento realizado em agosto pela mesma empresa, o<br />

Enatec Ambiental, que foi focado em meio ambiente e saneamento. Confira mais sobre os temas debatidos<br />

e os futuros planos da empresa.<br />

Na Agenda dessa primeira edição do ano já trazemos uma boa parte dos grandes eventos que marcarão o<br />

calendário da área de análises industriais em 2011 para que você possa se programar desde já. Aproveite.<br />

Pesquisadores de renomadas instituições do país apresentam seus trabalhos e resultados desenvolvidos<br />

nos últimos meses, a partir do emprego das mais diversas técnicas analíticas em pesquisas com alimentos,<br />

fármacos e elementos químicos nos Artigos dessa edição. Leia e fique por dentro do que a comunidade<br />

científica vem trabalho.<br />

Para os pesquisadores que tenham interesse em publicar seu trabalho na revista <strong>Analytica</strong>, nos procure<br />

ou entre em nossa home page www.revistaanalytica.com.br e veja as normas para publicação.<br />

Colabore para que continuemos a fazer um trabalho que agrade a todos. Mande suas impressões e<br />

opiniões para o e-mail editoria@revistaanalytica.com.br ou telefone para (11) 3171-2190. E que venham as<br />

próximas <strong>50</strong> edições!<br />

Os editores<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> é uma publicação bimestral<br />

da ESKALAB, com distribuição dirigida a<br />

laboratórios analíticos e de controle de qualidade<br />

dos setores farmacêutico, alimentício,<br />

químico, ambiental, mineração, médico,<br />

cosmético, petroquímico e tintas. Os artigos<br />

assinados são de responsabilidade de seus<br />

autores e não representam, necessariamente,<br />

a opinião da revista.<br />

Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum (revista@revistaanalytica.com.br) (11) 8357-9857<br />

<strong>Ed</strong>itora: Milena Tutumi (Mtb 32.115) (editoria@revistaanalytica.com.br)<br />

Gerente Comercial: Clarisse Kramer Homerich (11) 8357-9849<br />

Contato Publicitário: Daniele Nogueira (11) 8140-8900 (contato1@revistaanalytica.com.br)<br />

Secretaria Publicidade/Redação: Luiza Salomão (publicidade@revistaanalytica.com.br)<br />

Departamento de Assinaturas: Daniela Faria (assinatura@revistaanalytica.com.br)<br />

Conselho <strong>Ed</strong>itorial:<br />

Carla Utescher, Pesquisadora Científica e Chefe da Seção de Controle Microbiológico do Serviço<br />

de Controle de Qualidade do I.Butantan - Cheila Gonçalvez Mothé, Profª. Titular da Escola<br />

de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular<br />

IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Prof. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do<br />

Grupo de Cromatografia (CROMA) do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy,<br />

FEA/Unicamp - Joaquim de Araújo Nóbrega, Depto. de Química da Universidade Federal de<br />

São Carlos - Marcos Eberlin, Prof. de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade<br />

Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas<br />

- Margarete Okazaki, Pesquisadora Científica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos<br />

do Ital - Margareth Marques, U.S.Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de Medeiros,<br />

Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Marina Tavares, Profª. do Instituto<br />

de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes, Pesquisadora Titular em Saúde<br />

Pública do INCQS da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldino Dantas, Diretor Presidente da OSCIP<br />

Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness<br />

Colaboraram nesta edição:<br />

Aldaléa Lopes Brandes Marques, Araceli V. F. N. Ribeiro, Christina Maria Queiroz de Jesus<br />

Morais, Cláudia Melo Moura, Daniele C. Balthazar, <strong>Ed</strong>mar Pereira Marques, Eidi Marcelo Carneiro<br />

Kobayashi, Eliane Rodrigues de Sousa, Joselito N. Ribeiro, Madson G. Pereira, Marciela<br />

Belisário, Márcio Rogério Moraes Borges, Mauro Velho de Castro Faria, Robson Alves Luiz,<br />

Robson Fernandes de Farias, Rodrigo M. Galazzi, Silvana do Couto Jacob<br />

Impressão: Prol Gráfica<br />

<strong>Ed</strong>itoração: Omar Salomão – (11) 9<strong>50</strong>1-1145<br />

Filiada à Anatec<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong><br />

<strong>Ed</strong>ições<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Sumário<br />

06<br />

10<br />

26<br />

04<br />

<strong>Ed</strong>itorial/Expediente<br />

08<br />

Microbiologia em Foco: Microbiologia da água e<br />

sua relação com saúde pública<br />

10<br />

Notícias<br />

24<br />

Informe: PerkinElmer<br />

26<br />

Em Foco<br />

43<br />

Evento<br />

ARTIGOS<br />

45<br />

Desenvolvimento de Procedimento de<br />

Preparo de Amostras de Leite para Triagem<br />

de Organofosforados por Teste Enzimático e<br />

Confirmação por Cromatografia Gasosa: Christina<br />

Maria Queiroz de Jesus Morais, Robson Alves Luiz,<br />

Silvana do Couto Jacob, Cláudia Melo Moura e<br />

Mauro Velho de Castro Faria<br />

43 62<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


54<br />

Emprego de Resíduo de Bagaço Cana de Açúcar<br />

Descartado por Usinas de Álcool como Agente<br />

Removedor de Paracetamol em Meio Aquoso Sob<br />

Agitação: Marciela Belisário, Rodrigo M. Galazzi,<br />

Daniele C. Balthazar, Madson G. Pereira, Araceli V.<br />

F. N. Ribeiro e Joselito N. Ribeiro<br />

62<br />

Otimização de Procedimento de Caracterização<br />

de Materiais Catalíticos Empregando Fluorescência<br />

de Raios-X por Energia Dispersiva: Eidi Marcelo<br />

Carneiro Kobayashi<br />

73<br />

Determinação de Hg(Ii) em Amostras de Água por<br />

Voltametria de Redissolução Usando um Eletrodo<br />

de Pasta de Carbono Modificado com Sílica<br />

Organofuncionalizada Contendo o Grupo “Sh”:<br />

Márcio Rogério Moraes Borges, <strong>Ed</strong>mar Pereira<br />

Marques, Robson Fernandes de Farias,<br />

Aldaléa Lopes Brandes Marques e<br />

Eliane Rodrigues de Sousa<br />

80<br />

Agenda<br />

81<br />

Livraria<br />

82<br />

Anunciantes<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Fale com a gente<br />

Se você quer fazer comentários,<br />

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entre em contato com a gente.<br />

Fone/Fax: (11) 3171-2190, de 2ª a 6ª<br />

feira, das 9h às 12h e das 14 às 18h.<br />

Cartas: Av. Paulista, 2.073<br />

<strong>Ed</strong>ifício Horsa I – 23ºA – cj. 2.315<br />

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Daniela Faria, de 2ª a 6ª feira,<br />

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Solicite ao Departamento de<br />

Assinatura. O valor cobrado será o<br />

mesmo da última edição em vigor.<br />

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com Daniele Nogueira,<br />

ou envie um e-mail para<br />

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www.twitter.com/Rev<strong>Analytica</strong><br />

07


microbiologia<br />

em foco<br />

Microbiologia da água e sua<br />

relação coM saúde pública<br />

*Em função do cenário atual em relação à qualidade das nossas águas, período de chuvas e verão, reeditamos esse material, anteriormente publicado<br />

na ed. 23 (jun/jul 2006)<br />

Um dos mais importantes aspectos da microbiologia da água, de uma perspectiva humana, é o fato de que se adquire numerosas<br />

doenças de micro-organismos encontrados na água. A magnitude da morbidade e mortalidade das doenças infecciosas com origem<br />

na água é deixada aos estudos de vigilância epidemiológica. Algumas destas doenças representam intoxicações, adquiridas pela<br />

ingestão de toxinas microbianas em alimentos. Um tipo de toxina vem das atividades metabólicas de bactérias como as espécies<br />

Proteus e Klebsiella, as quais crescem nas superfícies de alguns peixes e geram histidinas associadas com o envenenamento por certos<br />

peixes. Espécies de dinoflagelados, tais como Gambierdiscus, Gonyaulax e Ptychodiscus são a maior fonte de neurotoxinas, que<br />

podem se tornar biologicamente concentrada em tecidos de peixes em recifes, moluscos e mariscos.<br />

A maioria das doenças humanas associadas com águas contaminadas é, entretanto, de natureza infecciosa e associada a patógenos<br />

que incluem numerosas bactérias, vírus e protozoários. Estes riscos de infecções podem ser caracterizados de acordo com vários<br />

esquemas. Um deles divide os riscos em categorias baseadas nas fontes dos patógenos envolvidos e na rota pela qual reservatórios<br />

humanos entram em contato com os mesmos. Estas categorias de infecções podem ser definidas como seguem:<br />

Oriundas de águas residuais humanas causadas por patógenos que não se adquire diretamente da água, mas pelo contato ou ingestão<br />

de material contaminado presente nela, tal como as fezes. Estes riscos diminuem pelo uso de água limpa para fins domésticos.<br />

Relacionadas a patógenos, adquiridos por picadas em humanos por vetores invertebrados (usualmente mosquitos), cujo ciclo de vida<br />

depende do acesso a águas superficiais ou recipientes abertos. Deste modo, a incidência destas doenças pode aumentar durante os períodos<br />

de chuva.<br />

Causadas por vermes patogênicos que têm parte do seu ciclo de vida dentro de hospedeiros vertebrados ou invertebrados que residem<br />

em ambientes aquáticos. Estas doenças são adquiridas tanto pelo contato físico como pela ingestão inadvertida de animais hospedeiros<br />

intermediários infestados.<br />

De origem na água são reconhecidas como resultado do contato físico com água contaminada, banho e atividades recreacionais, ingestão<br />

de água contaminada, gelo produzido por estas águas ou alimentos que tem contato com águas contaminadas.<br />

Os reservatórios de patógenos encontrados em ambientes aquosos podem ser humanos, animais ou ambientais. Entretanto, comumente<br />

se presume que muitos dos patógenos humanos encontrados em recursos aquáticos se originam de reservatórios humanos. Esta<br />

contaminação pode ocorrer pela defecação ou atividade recreacional na água. Adicionalmente, esgotos domésticos têm importância particular<br />

como contribuinte de contaminantes patogênicos encontrados em ambientes aquáticos, e a atenção no que concerne à saúde pública<br />

tem resultado no desenvolvimento de métodos para estudo e redução dos níveis de patógenos em esgotos.<br />

Esforços no tratamento de esgotos podem ajudar a reduzir a incidência de doenças em banhistas, contaminação de água para ingestão<br />

humana<br />

e consumo de frutos de mar. O tratamento também reduz a contaminação de aqüíferos e em plantações pelo uso de corpos d’água<br />

subterrâneos ou superficiais contaminados.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

© Rita Colwell, autora. Licenciado para uso ASM Microbelibrary<br />

(www.microbelibrary.org)<br />

Vibrio cholerae, patógeno responsável por causar devastadores<br />

surtos de diarreia, ocupa um lugar aparentemente<br />

inócuo no ambiente aquático. Nestes ambientes, a bactéria<br />

frequentemente é comensal de certas espécies de plâncton,<br />

deste modo, torna-se efetivamente invisível por meios comuns<br />

de detecção de bactérias patogênicas. Este comportamento<br />

pode ajudar a explicar porque as epidemias de cólera<br />

frequentemente seguem modelos sazonais com o crescimento<br />

de plâncton.<br />

Em laboratório, observa-se V. cholerae ligado a várias<br />

espécies de partículas comumente encontradas em ambientes<br />

aquáticos. A bactéria tende a se ligar preferencialmente a<br />

exoesqueletos de zooplanctons. A bactéria é mostrada aqui<br />

ligada ao Volvox, um fitoplancton formador de colônia.<br />

Esta imagem mostra como a microscopia de epifluorescência<br />

pode ser usada para diferenciar organismos misturados<br />

em amostras. O fitoplancton Volvox flouresce em vermelho<br />

devido à característica fluorescência natural da clorofila.<br />

O V. cholerae O1 (verde) foi corado com anticorpo monoclonal<br />

anti-O1 e uma fluoresceína conjugada. A ampliação da<br />

imagem é de 1.000x.<br />

Fonte: ASM News, Volume 55, Exemplar 12, Dezembro de 1989.<br />

Esta seção é de responsabilidade da BCQ Consultoria e Qualidade – (11) 5539-6710 – www.bcq.com.br<br />

08 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº <strong>50</strong>


notícias<br />

Glaxosmithkline e<br />

Fiocruz: acordo de<br />

colaboração para P&D<br />

em doenças tropicais<br />

negligenciadas<br />

O laboratório farmacêutico<br />

GlaxoSmithKline e a Fundação<br />

Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram<br />

em meados de novembro um<br />

acordo único de cooperação para<br />

pesquisa e desenvolvimento de<br />

novos medicamentos para o tratamento<br />

de doenças tropicais negligenciadas,<br />

enfermidades que<br />

apresentam maior incidência em<br />

países em desenvolvimento, como<br />

o Brasil. Esta parceria vai permitir<br />

que cientistas da Fiocruz e do<br />

Centro de Pesquisa da GSK em<br />

Tres Cantos, que fica em Madri,<br />

na Espanha – dedicado a doenças<br />

que são prioridade global e a<br />

doenças tropicais negligenciadas<br />

– compartilhem novas pesquisas,<br />

ideias e conhecimentos sobre<br />

estas doenças. As prioridades<br />

iniciais do acordo serão a doença<br />

de Chagas e a Leishmaniose,<br />

em razão da experiência que a<br />

Fiocruz tem nestas áreas e pela<br />

necessidade de intervenções<br />

contra estas doenças.<br />

O projeto prevê que pesquisadores<br />

da FioCruz e da GSK<br />

compartilhem conhecimentos e<br />

estudos em áreas como malária,<br />

tuberculose, doença de Chagas<br />

e leishmanioses.<br />

Este novo acordo amplia a parceria<br />

de 25 anos entre a GSK e a<br />

Fiocruz para a produção de vacinas<br />

consideradas prioritárias para<br />

a saúde pública no Brasil, dentre<br />

elas a poliomelite, sarampo, caxumba,<br />

rubéola, Haemophilus gripe<br />

tipo b (Hib), rotavírus e doença<br />

pneumocócica. A parceria também<br />

tem apoiado o desenvolvimento<br />

de pesquisas e a produção<br />

no país, por meio de transferência<br />

de tecnologia.<br />

Não é a primeira vez que a<br />

GSK trabalha com o conceito de<br />

“inovação aberta”. Um fato que<br />

reforçou esta prática na empresa<br />

foi tornar disponível para a comunidade<br />

científica 13.533 novos<br />

ativos inibidores do parasita da<br />

malária, identificado pela GSK<br />

entre mais de 2 milhões de moléculas<br />

existentes nas bibliotecas<br />

de compostos da companhia.<br />

Com isso, estes compostos ficam<br />

à disposição para outros laboratórios<br />

que queiram prosseguir<br />

no desenvolvimento tecnológico<br />

destes inibidores em medicamentos<br />

antimaláricos.<br />

Abbott, uma das<br />

“Empresas mais verdes<br />

da América”<br />

A Abbott foi escolhida uma<br />

das “Empresas Mais Verdes<br />

da América”, segundo ranking<br />

da revista Newsweek e também<br />

pelo Índice de Inovação<br />

Climática da Maplecroft. O<br />

ranking da publicação mede a<br />

emissão de gases de efeito estufa,<br />

normais ambientais e credibilidade<br />

de cada uma das <strong>50</strong>0<br />

maiores empresas dos Estados<br />

Unidos; a Abbott ficou em 42º.<br />

A lista, que é preparada pela<br />

Newsweek, em parceria com importantes<br />

organizações ambientalistas<br />

e de pesquisa, mede a<br />

emissão de gases efeito estufa<br />

da empresa, suas normas ambientais<br />

e credibilidade.<br />

Já segundo o Índice<br />

de Inovação Climática da<br />

Maplecroft, que reúne as principais<br />

empresas dos EUA em<br />

excelência por inovação relacionada<br />

ao clima e controle de<br />

emissões de carbono, a Abbott<br />

ficou na 38ª posição, entre as<br />

100 maiores empresas avaliadas.<br />

Maplecroft é uma entidade<br />

global de análise de risco.<br />

Parcerias da Embrapa I<br />

A Embrapa e a Braskem dão<br />

início ao convênio de cooperação<br />

científica e tecnológica para<br />

identificar nanofibras de celulose<br />

de diferentes fontes vegetais mais<br />

produtivas, com melhor desempenho<br />

e biodegradáveis para uso<br />

na indústria. O acordo prevê desenvolvimento<br />

de pesquisas que<br />

terão como matéria-prima para<br />

estudo o bagaço de cana, resíduos<br />

de casca de coco, variedades<br />

específicas de algodão colorido,<br />

sisal, curauá e resíduos agrícolas<br />

Com início em 25 de novembro<br />

e prazo para execução de três<br />

anos, o acordo conta com recursos<br />

de R$ <strong>50</strong>0 mil e faz parte do<br />

programa de Apoio à Pesquisa<br />

em Parceria para Inovação<br />

Tecnológica (PITE) da Fapesp,<br />

que vai participar com aporte de<br />

R$ 252 mil; os outros R$ 248 mil<br />

serão investidos pela Braskem.<br />

Esse programa tem como objetivo<br />

apoiar financeiramente projetos<br />

de pesquisa cooperativos a<br />

serem estabelecidos em parcerias<br />

com instituições de ensino superior<br />

e de pesquisa, públicas ou privadas,<br />

do Estado de São Paulo.<br />

O primeiro passo para a realização<br />

desse estudo foi dado<br />

quando a Braskem e a Fapesp<br />

firmaram convênio de cooperação<br />

científica e tecnológica, no âmbito<br />

do Programa PITE. A Braskem,<br />

então, pode selecionar uma instituição<br />

para desenvolver pesquisa<br />

à base de fontes vegetais. A<br />

Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária (Embrapa), por<br />

meio de uma de suas unidades, a<br />

Embrapa Instrumentação, em São<br />

Carlos (SP), é a instituição parceira<br />

nesta pesquisa, com longo histórico<br />

de interações com a indústria.<br />

Para o chefe geral, Luiz<br />

Henrique Capparelli Mattoso,<br />

o convênio é uma importante<br />

10 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


oportunidade de estreitar a relação com a indústria e um desafio para a ciência<br />

em desenvolver tecnologias que possam efetivamente ser empregadas,<br />

de acordo com a necessidade de mercado de produzir novos materiais a<br />

partir de fontes agrícolas.<br />

Para o desenvolvimento de nanofibras estão sendo envolvidos três pesquisadores<br />

e cinco bolsistas da Embrapa Instrumentação, que terão como<br />

matéria-prima para o estudo o bagaço de cana, resíduos de casca de coco,<br />

variedades específicas de algodão colorido, sisal, curauá e resíduos agrícolas.<br />

Todo o material será caracterizado de acordo com as várias técnicas<br />

empregadas pela Embrapa Instrumentação, que já vem há anos estudando<br />

a extração de nanofibras.<br />

Balança comercial de<br />

tintas e vernizes confirma<br />

expectativas de crescimento<br />

Um crescimento de 16% na balança<br />

comercial do setor de tintas e vernizes<br />

é o que aponta o levantamento<br />

do Sitivesp no terceiro trimestre e reforça os resultados positivos para o ano de<br />

2010, também indicando significativa recuperação, tanto no mercado interno,<br />

quanto internacional.<br />

Este é o resultado projetado para 2010 com base nos primeiros nove meses<br />

do ano, comparados ao mesmo período de 2009. As importações totalizaram,<br />

até setembro, US$ 185.838 milhões e<br />

exportações, US$ 117.201 milhões - em ambos<br />

os casos o índice de crescimento, sobre 2009, é<br />

em torno de 16%. Os dados são do Sindicado<br />

da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de<br />

São Paulo (Sitivesp) e confirmam as expectativas<br />

da entidade para o ano.<br />

O levantamento é realizado trimestralmente,<br />

com base no acompanhamento e análise das<br />

informações fornecidas pelo Sistema Alice, da<br />

Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da<br />

Indústria, Comércio e Turismo, que indicam também<br />

a balança comercial do âmbito do Mercosul.<br />

Para os países que compõem o bloco, foram ex-<br />

Foto: Assessoria Sitivesp<br />

portados em torno de 19,6 toneladas de produtos<br />

e as importações somaram 2,3 mil toneladas de tintas e vernizes.<br />

Em relação aos volumes totais, foram importadas, nos nove primeiros meses<br />

de 2010, 32,9 mil toneladas, com expectativa de alcançar, no ano, 43,8 mil<br />

toneladas contra 35,5 mil toneladas de 2009, crescimento de mais de 23%. Até<br />

o mês de setembro, foram exportadas 39,8 mil toneladas, o que projeta para<br />

o ano 53,1 mil toneladas contra 48,8 mil toneladas, de 2009, com perspectiva<br />

de crescimento de aproximadamente 9%, com preço médio passando de US$<br />

2,76/kg para US$ 2,94/kg.<br />

Análise mais detalhada das vendas demonstra que os segmentos que mais<br />

se destacaram no terceiro trimestre de 2010, nas importações, foram as tintas<br />

e vernizes à base de solvente, as tintas para impressão e as tintas artísticas e<br />

educativas. Em relação às vendas externas, demonstraram melhores resultados<br />

as tintas e vernizes à base de solvente, as tintas artísticas e educativas. Os<br />

dados completos da balança comercial do setor poderão ser obtidos no site do<br />

Sitivesp (www.sitivesp.org.br), no link Indicadores.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

11


notícias<br />

Centro com ênfase no<br />

pré-sal<br />

A Universidade Estadual<br />

Paulista (Unesp) e a Petrobras<br />

inauguraram no dia 23 de novembro<br />

no campus de Rio<br />

Claro (SP), o edifício do Centro<br />

de Geociências Aplicadas ao<br />

Petróleo (Unespetro), que atuará<br />

na formação de especialistas e no<br />

desenvolvimento de pesquisas,<br />

com ênfase em rochas carbonáticas<br />

– que formam a camada présal<br />

e outros importantes reservatórios<br />

petrolíferos brasileiros.<br />

Com 2 mil m² de área útil foram<br />

investidos inicialmente R$ 10,5<br />

milhões para construção do prédio<br />

e compra de equipamentos e<br />

mobiliário. Do valor total, cerca de<br />

R$ 9,2 milhões são vinculados à<br />

Rede Tecnológica da Petrobras e<br />

R$ 1,3 milhão corresponde à contrapartida<br />

da Unesp, que responde<br />

também pela contratação de<br />

professores e servidores técnicoadministrativos.<br />

“O Unespetro é o primeiro complexo<br />

de uma universidade brasileira<br />

concebido sob a perspectiva<br />

sistêmica para reunir as principais<br />

ciências que compõem a geologia<br />

sedimentar, tendo como alvo principal<br />

as rochas carbonáticas”, disse<br />

Dimas Dias Brito, coordenador<br />

do centro e professor do Instituto<br />

de Geociências e Ciências Exatas<br />

da Unesp em Rio Claro.<br />

O reitor da Unesp, Herman<br />

Jacobus Cornelis Voorwald, destacou<br />

a importância do novo centro<br />

no âmbito da participação da<br />

instituição nos esforços para o<br />

desenvolvimento científico e tecnológico,<br />

voltado para a melhoria<br />

da qualidade de vida, para a conservação<br />

ambiental e para a superação<br />

das desigualdades sociais.<br />

A criação do Unespetro é uma<br />

das principais iniciativas para o<br />

desenvolvimento do Sistema de<br />

Capacitação, Ciência e Tecnologia<br />

em Carbonatos (SCTC). Esse sistema<br />

é resultado de acordo firmado<br />

em fevereiro entre a Petrobras,<br />

a Unesp e as universidades<br />

Estadual de Campinas (Unicamp),<br />

Estadual do Norte Fluminense<br />

(Uenf), Federal Fluminense (UFF) e<br />

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).<br />

O SCTC visa a avançar o conhecimento<br />

de rochas ainda relativamente<br />

pouco conhecidas pela<br />

indústria e pelo meio acadêmico,<br />

sobretudo em relação aos tipos<br />

ocorrentes no pré-sal.<br />

Mais informações: www.unesp.br<br />

Agência Fapesp<br />

Parcerias da Embrapa II<br />

Nove projetos de pesquisa da<br />

Embrapa, todos voltados para a<br />

agricultura nacional, serão beneficiados<br />

com recursos, na ordem de<br />

R$ 5,9 milhões, destinados pela<br />

Monsanto ao Fundo de Pesquisa<br />

Embrapa-Monsanto. Os valores<br />

são oriundos do compartilhamento<br />

dos direitos de propriedade<br />

intelectual, a título de royalties,<br />

sobre a comercialização de variedades<br />

de soja da Embrapa com<br />

a tecnologia Roundup Ready® na<br />

safra 2009/2010.<br />

Entre as iniciativas apoiadas<br />

estão estudos ligados a culturas<br />

populares no Brasil, como<br />

feijão (obtenção de resistência<br />

ao Mofo Branco via engenharia<br />

genética), arroz (transformação<br />

por genes relacionados<br />

à tolerância à seca e aumento<br />

do potencial produtivo) e canade-açúcar<br />

(prospecção de genes<br />

para melhoramento genético<br />

visando tolerância à seca).<br />

Os valores serão aplicados em<br />

projetos da Embrapa, escolhidos<br />

por meio do comitê gestor<br />

do Fundo de Pesquisa que a<br />

Monsanto mantém em parceria<br />

com a entidade.<br />

A Monsanto já repassou ao<br />

Fundo de Pesquisa, de 2006 até<br />

este ano, mais de R$ 25 milhões<br />

que beneficiaram dezenas de<br />

projetos, em sua maioria em biotecnologia,<br />

de diversas unidades<br />

da Embrapa.<br />

O Fundo de Pesquisa<br />

Embrapa-Monsanto foi criado na<br />

safra 2005/2006 com o objetivo<br />

de financiar projetos de pesquisa<br />

que busquem o desenvolvimento<br />

de soluções sustentáveis para os<br />

agricultores brasileiros.<br />

Linde renova contrato<br />

com Eka Chemicals e<br />

anuncia ampliação da<br />

produção<br />

A Linde Gases continua investindo<br />

na expansão de seu negócio.<br />

Desta vez, a empresa renova<br />

a parceria com a Eka Chemicals<br />

por mais 10 anos e promove, simultaneamente,<br />

a ampliação do<br />

fornecimento de hidrogênio bruto<br />

por parte desta parceira e a duplicação<br />

da capacidade de produção<br />

de sua unidade em Jundiaí/<br />

SP. Para a Linde, esse projetos<br />

valem o investimento de aproximadamente<br />

R$ 9 milhões e devem<br />

ser finalizados em junho de<br />

2011. Parceiras há mais de 15<br />

anos, a Eka Chemicals pertence<br />

ao grupo holandês Akzo Nobel e<br />

é líder mundial e no Brasil no fornecimento<br />

de clorato de sódio, e<br />

a Linde Gases é uma das líderes<br />

mundiais do setor de gases industriais<br />

e medicinais e segunda<br />

maior no Brasil.<br />

O novo acordo entre as<br />

empresas, válido por um prazo<br />

mínimo de 10 anos, prevê<br />

a duplicação no fornecimento<br />

de hidrogênio bruto pela Eka<br />

Chemicals para a Linde e, consequentemente,<br />

a duplicação da<br />

capacidade de produção da unidade<br />

de Jundiaí, em São Paulo.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

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notícias<br />

Coentro e urucum evitam<br />

oxidação e perda de<br />

nutrientes na carne de<br />

pescada<br />

A pescada branca foi a matéria-prima<br />

de duas pesquisas<br />

orientadas pela professora Neura<br />

Bragagnolo, da Faculdade de<br />

Engenharia de Alimentos (FEA).<br />

A partir da adição de condimentos<br />

naturais como o urucum e o<br />

coentro, o primeiro trabalho teve<br />

como foco evitar o processo oxidativo<br />

da carne de peixe, responsável<br />

pela formação dos óxidos<br />

de colesterol. O segundo foi analisar<br />

a perda de ácidos graxos,<br />

principalmente ômega-3, durante<br />

o congelamento e cozimento da<br />

pescada. Para Bragagnolo, os<br />

resultados iniciais são bastante<br />

promissores, uma vez que foi<br />

constatado um retardamento significativo<br />

no processo de oxidação<br />

lipídica no peixe. As pesquisas<br />

resultaram nas dissertações<br />

de mestrado de Fabíola Aliaga de<br />

Lima e Renata Aparecida Soriano<br />

Sancho e tiveram apoio financeiro<br />

da Fundação de Amparo<br />

à Pesquisa do Estado de São<br />

Paulo (Fapesp).<br />

A docente esclareceu que, a<br />

partir de outra pesquisa realizada<br />

em seu laboratório que resultou<br />

na tese de doutorado da aluna<br />

Tatiana Saldanha – também sobre<br />

peixes – foi observado que<br />

houve diminuição dos ácidos<br />

graxos poli-insaturados com concomitante<br />

aumento da formação<br />

de óxidos de colesterol, mesmo<br />

quando estocados no freezer<br />

durante o período de 120 dias.<br />

“O consumidor dificilmente olha<br />

para a data inicial de estocagem<br />

do produto e acaba comprando<br />

um alimento que já perdeu muito<br />

de suas qualidades nutricionais”,<br />

afirmou.<br />

Baseado nestes fatos surgiu<br />

a ideia da adição de condimentos<br />

com o objetivo de verificar se<br />

estes poderiam evitar a oxidação<br />

lipídica. A escolha pelo coentro e<br />

pelo urucum foi feita a partir de<br />

conhecimentos científicos e também<br />

populares. O coentro possui<br />

em sua composição polifenóis<br />

(compostos fenólicos), elementos<br />

cuja estrutura química e modo de<br />

ação os tornam antioxidantes naturais.<br />

Já o urucum é composto<br />

de mais de 80% de bixina, um<br />

carotenoide com propriedades<br />

antioxidantes. Além disso, são<br />

condimentos facilmente encontrados<br />

em supermercados e com<br />

preços acessíveis. “A literatura<br />

relata o uso de urucum em alguns<br />

trabalhos realizados com outros<br />

produtos, como massa, carne de<br />

frango e óleo. Para peixes não<br />

foi encontrada nenhuma publicação”,<br />

revelou a orientadora.<br />

Feita a opção pelos condimentos,<br />

o próximo passo foi decidir<br />

qual espécie de peixe seria<br />

utilizada na pesquisa. A escolha<br />

recaiu sobre a pescada branca<br />

principalmente por ser um peixe<br />

magro. As alunas limparam toda a<br />

pescada, trituraram e separaram<br />

em quatro partes iguais. A primeira<br />

era composta só do peixe<br />

(chamada de amostra controle), a<br />

segunda teve adição de urucum,<br />

a terceira de coentro e a quarta,<br />

adição dos dois condimentos.<br />

Responsável pela análise dos<br />

níveis de ácidos graxos, Sancho<br />

contou que o primeiro passo foi<br />

realizar a extração de lipídeos<br />

do peixe, através de um método<br />

clássico. Após uma preparação<br />

que ocupou boa parte do tempo,<br />

as análises foram realizadas por<br />

cromatografia gasosa (a amostra<br />

foi injetada em um cromatógrafo<br />

a gás), que é uma metodologia<br />

bem estabelecida para ácidos<br />

graxos. “Foram analisadas 72<br />

amostras durante o experimento”,<br />

disse. A pesquisadora observou<br />

que, durante o processo<br />

de cozimento, houve uma perda<br />

de ácidos graxos nas diferentes<br />

amostras e que os antioxidantes<br />

naturais não se mostraram muito<br />

eficientes.<br />

Como num supermercado, as<br />

amostras foram estocadas por<br />

120 dias a uma temperatura de<br />

-18°C. As análises foram feitas<br />

em intervalos de 30 dias e, conforme<br />

o tempo foi passando, foi<br />

constatado que na amostra controle<br />

houve uma perda importante<br />

de ácidos graxos poli-insaturados<br />

e monoinsaturados. “O mais interessante<br />

é que as amostras com<br />

antioxidantes foram mais preservadas”,<br />

constatou Sancho. O<br />

urucum se mostrou mais eficiente<br />

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notícias<br />

do que o coentro no que diz respeito<br />

à preservação dos ácidos<br />

graxos no peixe durante o congelamento,<br />

no entanto, a amostra<br />

que tinha a combinação dos<br />

condimentos forneceu uma proteção<br />

muito maior, confirmando a<br />

hipótese de sinergismo levantada<br />

pela orientadora.<br />

Partindo da mesma amostragem,<br />

Lima analisou os níveis de<br />

colesterol e o produto da oxidação<br />

do mesmo por cromatografia<br />

liquida de alta eficiência (HPLC)<br />

durante o tratamento térmico e<br />

armazenamento sob refrigeração.<br />

Os resultados observados<br />

pela aluna demonstram que os<br />

níveis de colesterol e de óxidos<br />

de colesterol se mantiveram entre<br />

as amostras cruas controle<br />

e condimentadas e as amostras<br />

cozidas. Estes resultados são<br />

interessantes, pois o cozimento<br />

não induziu a formação dos óxidos.<br />

Porém, durante o processo<br />

de armazenamento foi observado<br />

que houve um aumento no nível<br />

de óxidos de colesterol em todas<br />

as amostras, o que indica que<br />

os condimentos não exerceram<br />

proteção nas condições empregadas.<br />

“Embora as amostras adicionadas<br />

de coentro não apresentassem<br />

redução significativa,<br />

apresentaram menores teores de<br />

óxidos formados, sugerindo que<br />

possam prevenir a oxidação do<br />

colesterol em outras condições<br />

em que fossem adicionadas”,<br />

avaliou Lima.<br />

Outro ponto que chamou a<br />

atenção da pesquisadora é que<br />

o número de óxidos de colesterol<br />

relatados na literatura é bastante<br />

grande, no entanto, ela encontrou<br />

na pescada branca apenas<br />

cinco. “Mesmo assim, dois deles<br />

estavam em quantidade muito<br />

pequena e não puderam ser<br />

quantificados”, ressaltou.<br />

No que diz respeito à quantidade<br />

de condimento adicionado,<br />

as amostras de pescada branca,<br />

as alunas disseram que a legislação<br />

só trata do urucum como<br />

corante e não há nada sobre<br />

sua ação como antioxidante em<br />

alimentos. Portanto, a quantidade<br />

escolhida foi feita a partir de<br />

outro trabalho feito no laboratório<br />

da professora Bragagnolo com<br />

frango (trabalho publicado na<br />

revista Food Chemistry). “Neste<br />

caso, fomos adicionando o urucum<br />

até chegarmos próximo da<br />

cor dos produtos encontrados<br />

nos supermercados. Desta forma,<br />

utilizamos a mesma quantidade<br />

para o peixe”, assegurou.<br />

Para ela, essa quantidade tem<br />

influência no resultado final, mas<br />

tudo isso é um campo novo de<br />

pesquisa e pode haver variação.<br />

“No caso do coentro, se tentássemos<br />

usar outras concentrações<br />

Curso de especialização<br />

em tecnologia de<br />

cosméticos em Curitiba<br />

talvez tivéssemos efeito melhor<br />

em relação aos óxidos, mas para<br />

a preservação dos ácidos graxos<br />

essas concentrações foram eficientes.<br />

Eles preservaram muito<br />

os ácidos graxos, principalmente<br />

os poli-insaturados”, afirmou a<br />

docente.<br />

A grande contribuição dessa<br />

pesquisa, segundo Bragagnolo,<br />

é que ela dá um indício do que<br />

possa ser, para a indústria, passar<br />

a oferecer comercialmente o<br />

peixe com esses condimentos<br />

naturais. Além disso, o consumidor<br />

verá essa iniciativa de<br />

maneira mais agradável e terá<br />

uma maior aceitação, com o<br />

esclarecimento de que está<br />

comprando um produto com<br />

antioxidantes naturais. A ideia é<br />

que a indústria possa absorver<br />

esses conhecimentos”, concluiu<br />

a professora.<br />

Jornal da Unicamp<br />

A Associação Brasileira de<br />

Cosmetologia e o Equilibra Instituto<br />

promovem em parceria o Curso de<br />

Especialização Lato sensu em Tecnologia de Cosméticos, em Curitiba<br />

(PR). O curso é credenciado pelo MEC e pelo Conselho Federal de<br />

Farmácia e conta com professores e conteúdo programático da ABC.<br />

O curso tem como objetivo especializar o profissional para atuar no<br />

segmento cosmético industrial, ou do conjunto de setores afins, com<br />

instrumentos e bases tecnológicas que o permitirão adaptar e atualizar<br />

conhecimentos científicos aplicáveis à concepção e produção de cosméticos<br />

e de produtos inovadores.<br />

Pós graduação em parceria com IES, devidamente credenciada ao<br />

MEC – Curso de acordo com a Resolução CNE/CES n°1, de 8 de<br />

junho de 2007<br />

Realização: Equilibra Instituto<br />

Parceria: ABC -www.abc-cosmetologia.org.br<br />

Local: Curitiba (PR)<br />

Carga horária: 378 hs aula<br />

Início: 25 de março de 2011<br />

Inscrições: até 10 de março de 2011<br />

Informações: (41) 3016-4040<br />

www.equilibra.com.br<br />

equilibra@equilibra.com.br<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

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notícias<br />

Laboratório Apsen aproveita<br />

biodiversidade brasileira e<br />

investe em fitoterápicos<br />

Cada vez mais os<br />

fitoterápicos aparecem<br />

como descober-<br />

tas eficientes para o avanço da medicina e o Brasil, com a<br />

maior biodiversidade do mundo, é o palco ideal para essas<br />

descobertas. O laboratório Apsen acredita na parceria entre<br />

instituições de pesquisa e as indústrias farmacêuticas, já que<br />

proporcionam a infraestrutura e suportes necessários durante<br />

o longo e caro processo de desenvolvimento de um novo<br />

medicamento.<br />

Há cinco anos, o laboratório firmou uma parceria com a<br />

Universidade de Ribeirão Preto para estudo e pesquisa de um<br />

fitoterápico a base do barbatimão, uma planta exclusiva do<br />

cerrado brasileiro. O resultado foi o desenvolvimento de uma<br />

pomada cicatrizante com propriedades inéditas, devido à ação<br />

dos taninos presentes na planta.<br />

Conhecido popularmente e utilizado na história e literatura,<br />

o barbatimão apresenta propriedades cicatrizantes muito<br />

específicas, dificilmenteencontradas<br />

em um medicamento<br />

sintético.<br />

Segundo a Dra.<br />

Rita de Cássia<br />

Salhani Ferrari,<br />

médica e pesquisadora<br />

do laboratório<br />

Apsen, estão<br />

nos fitoterápicos a<br />

solução para muitos<br />

problemas na<br />

saúde: “A vantagem<br />

é justamente<br />

no fato de que<br />

estes extratos de<br />

plantas contêm diversas substâncias dentro deles, em concentrações<br />

pequenas, que fazem com que o medicamento<br />

seja eficaz e com uma melhor tolerabilidade (menos efeitos<br />

colaterais) do que os medicamentos sintéticos”, afirma.<br />

No caso do barbatimão, sua presença proporciona ação<br />

três em um: ação anti-inflamatória, que diminui a neovascularização<br />

e o edema da ferida; ação cicatrizante propriamente<br />

dita pela ação dos taninos, responsável pela reepitelização;<br />

e ação antimicrobiana contra algumas bactérias que podem<br />

mais comumente causar infecção na ferida.<br />

“Grande parte das pesquisas de medicamentos que utilizam<br />

recursos naturais do Brasil está nas mãos do capital estrangeiro.<br />

Valorizar a nossa fauna e flora e ainda contar com<br />

investimentos nacionais é um grande passo para o desenvolvimento<br />

da farmacologia e saúde em prol dos brasileiros”, completa<br />

Dra. Rita.<br />

Indústria de petróleo e<br />

gás presta homenagem<br />

aos profissionais de<br />

destaque em 2010<br />

A indústria de petróleo premiou<br />

em dezembro, no Rio de Janeiro,<br />

os profissionais que mais se destacaram<br />

nas atividades do setor ao<br />

longo do ano. Iniciativa conjunta<br />

do Instituto Brasileiro de Petróleo,<br />

Gás e Biocombustíveis (IBP),<br />

Organização Nacional da Indústria<br />

do Petróleo (ONIP) e a Seção Brasil<br />

da Sociedade dos Engenheiros<br />

de Petróleo (SPE-Seção Brasil), o<br />

prêmio “Profissional Destaque da<br />

Indústria de Petróleo e Gás”, visa<br />

reconhecer anualmente o talento e<br />

a dedicação daqueles que ajudam<br />

a fazer da indústria de petróleo e<br />

gás no Brasil um dos motores do<br />

desenvolvimento do país.<br />

Este ano, a seleção dos<br />

agraciados foi feita pelo Comitê<br />

Organizador (formado por profissionais<br />

das entidades idealizadoras<br />

do prêmio) em cinco categorias:<br />

Excelência Técnica; Formação de<br />

Recursos Humanos; Excelência<br />

Empresarial em Fornecimento de<br />

Serviços; Excelência Empresarial<br />

em Fornecimento de Bens de<br />

Capital; e Personalidade do Ano.<br />

Os premiados foram:<br />

Excelência Técnica<br />

Álvaro Maia (Petrobras)<br />

Formação de Recursos<br />

Humanos<br />

Marcelo Gatass (PUC-RJ)<br />

Excelência Empresarial em<br />

Fornecimento de Serviços<br />

Ana Zambelli<br />

(Schlumberger)<br />

Excelência Empresarial em<br />

Fornecimento de Bens de<br />

Capital<br />

Nestor Perini<br />

(Lupatech)<br />

Personalidade do Ano<br />

José Sergio Gabrielli<br />

(Petrobras)<br />

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notícias<br />

Bioagri inaugura unidade<br />

em são Paulo e anuncia<br />

nova marca<br />

No início de dezembro o<br />

Grupo Bioagri inaugurou sua 14ª<br />

unidade, agora na cidade de São<br />

Paulo, reforçando a política de<br />

investimento que tem norteado<br />

todo o trabalho durante os seus<br />

19 anos de atuação no país.<br />

Com um investimento de R$<br />

2 mi, a nova unidade conta com<br />

mais de 1000m², divididos em três<br />

pisos, além de completa estrutura<br />

de laboratório e equipamentos.<br />

De acordo com o presidente dos<br />

Laboratórios Bioagri, Álvaro Vargas,<br />

a ideia é continuar investindo em<br />

estrutura física, profissionais especializados<br />

e tecnologia de última<br />

geração. “Temos um compromisso<br />

com o cliente, então apostamos no<br />

crescimento. Para isso, investimos<br />

na qualidade, segurança e confiabilidade<br />

de nossos trabalhos”, afirma.<br />

A previsão é que a nova unidade<br />

gere mais de 20 empregos.<br />

Para unir todos os seus segmentos<br />

de atuação, o Grupo<br />

apostou em uma marca única e,<br />

a partir de agora, passa a assinar<br />

Laboratórios Bioagri, mostrando<br />

a dimensão da empresa, que<br />

atua nos segmentos ambiental,<br />

Marcos Ceccatto, José Carlos Moretti,<br />

Gustavo Artiaga e Valmir David<br />

Foto: Divulgação<br />

alimentos, agroquímicos, biocombustíveis,<br />

cosméticos, saneantes,<br />

veterinários e fármacos.<br />

“Oferecemos uma solução completa<br />

para o cliente, envolvendo<br />

toda a cadeia da matéria-prima<br />

até o registro do produto e controle<br />

de qualidade”, afirma Vargas.<br />

Em 2010, os Laboratórios<br />

Bioagri ainda ampliaram a matriz<br />

de sua unidade ambiental, em<br />

Piracicaba-SP, que recebeu mais<br />

um prédio de 900 m 2 , divididos em<br />

três andares. A empresa inaugurou,<br />

também, uma unidade para análises<br />

de saneantes e cosméticos,<br />

localizada em Charqueada-SP.<br />

Com a inauguração da unidade<br />

em São Paulo, os Laboratórios<br />

Bioagri passam a contar com 14<br />

unidades distribuídas pelo Brasil, nas<br />

seguintes localidades: Piracicaba-<br />

SP, Paulínia-SP, Charqueada-SP,<br />

São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ,<br />

Belo Horizonte-MG, Uberlândia-MG,<br />

Curitiba-PR, Brasília-DF, Vitória-ES,<br />

Canoas-RS e Parauapebas-PA. No<br />

total, são cerca de 35.000 m 2 de<br />

área útil de laboratórios e mais de<br />

1000 colaboradores.<br />

Poli/UsP inaugura<br />

Laboratório de Controle<br />

de Processos Industriais<br />

A Escola Politécnica da<br />

Universidade de São Paulo (Poli/<br />

USP) inaugurou em dezembro,<br />

em São Paulo, o Laboratório de<br />

Controle de Processos Industriais,<br />

formado basicamente por duas<br />

plantas-piloto que deverão ser usadas<br />

para fins de pesquisa aplicada,<br />

sobretudo entre os alunos de doutorado,<br />

mestrado e iniciação científica<br />

da Poli.<br />

Segundo o coordenador do<br />

Laboratório, o professor Claudio<br />

Garcia, a primeira planta simula<br />

o tratamento de efluentes industriais<br />

a partir de um processo de<br />

neutralização de pH, permitindo<br />

o estudo de algoritmos de controle<br />

e de modelos matemáticos<br />

relacionados ao comportamento<br />

dinâmico do processo.<br />

Essa planta, que emprega softwares<br />

e sistemas de instrumentação<br />

e controle similares aos usados<br />

em refinarias da Petrobras, conta<br />

com uma grande variedade de instrumentos,<br />

incluindo medidores de<br />

vazão, nível, pH, pressão, temperatura<br />

e condutividade. “Ela funciona<br />

de modo semelhante a uma planta<br />

real de tratamento de efluentes que<br />

colhe a água de um rio ou lago, utiliza<br />

essa água em seus processos<br />

que tornam a solução ácida e, antes<br />

de jogá-la novamente no lago ou no<br />

rio, tem que neutralizá-la com o auxílio<br />

de uma base. A planta-piloto do<br />

laboratório fará basicamente esse<br />

trabalho de neutralização do pH da<br />

água”, explica Garcia.<br />

A segunda planta é voltada ao<br />

controle de vazão de água. “Essa<br />

segunda planta é formada essencialmente<br />

por duas válvulas de controle,<br />

com diferentes níveis de atrito,<br />

que buscam controlar a vazão de<br />

fluido em um circuito fechado de<br />

circulação de água”, conta. “As perturbações<br />

na vazão são causadas<br />

por uma terceira válvula de controle,<br />

que opera como um dispositivo de<br />

perturbação. O objetivo é estudar e<br />

avaliar algoritmos para quantificar e<br />

compensar o atrito em válvulas de<br />

controle”, afirma Garcia.<br />

A planta-piloto permite, portanto,<br />

o estudo de como melhorar<br />

a operação de válvulas de controle<br />

que estejam submetidas a atrito<br />

excessivo, situação típica de válvulas<br />

muito antigas ou com problemas<br />

de manutenção. As válvulas<br />

de controle são amplamente<br />

empregadas em plantas de processo<br />

por indústrias químicas, petroquímicas,<br />

de papel e celulose,<br />

de tratamento de água e efluentes,<br />

alimentícias e farmacêuticas.<br />

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notícias<br />

notícias<br />

mercado<br />

Foto: Divulgação<br />

Quando 1 + 1 somam 3<br />

Em um negócio que movimentou<br />

US$ 1,5 bilhão e elevou a<br />

Agilent à principal empresa global<br />

de instrumentos de medição, a<br />

incorporação da Varian agitou o<br />

mercado no mês de novembro,<br />

quando foi anunciada a aquisição,<br />

e as entidades legais passaram a<br />

ser uma só.<br />

Com o encerramento do ano<br />

fiscal em 31 de outubro último, a<br />

Agilent acumulou no período um<br />

faturamento global de US$ 5,4<br />

bi. Com o dobro de funcionários<br />

após a união das empresas e um<br />

aumento significativo em sua linha<br />

de produtos e de serviços oferecidos,<br />

a multinacional americana<br />

estabelece três novas divisões<br />

de produtos, dedicadas à espectroscopia,<br />

produtos de pesquisa e<br />

tecnologia a vácuo; e ainda permitirá<br />

um investimento incremental<br />

em P&D de US$ 75 milhões.<br />

A operação foi conduzida com<br />

sucesso em nível mundial, permitindo<br />

à Agilent incorporar novos<br />

produtos, tecnologias, mercados<br />

e clientes a seu portfólio, informou<br />

Reinaldo M. Castanheira, Gerente<br />

Geral para América do Sul, em<br />

Biociências e Análises Químicas.<br />

A Agilent inicia 2011 com um dos<br />

mais importantes portfólios de produtos<br />

da indústria e novas oportunidades<br />

de negócios. As novas<br />

tecnologias incorporadas incluem:<br />

Espectroscopia Atômica, Novas<br />

Tecnologias em Espectrometria<br />

de Massas, Tecnologias de Alto<br />

Vácuo, Ressonância Magnética<br />

Nuclear, Cristalografia de Raios X,<br />

Cromatografia Líquida Preparativa<br />

e Testes de dissolução.<br />

Sediada em Santa Clara,<br />

Califórnia (EUA), a Agilent conta<br />

com 18.<strong>50</strong>0 funcionários que<br />

estão a serviço de clientes em<br />

mais de 100 países. Para 2011,<br />

a empresa estima um faturamento<br />

global entre US$ 6,1bi e US$<br />

6,3bi, com um crescimento de<br />

13% a 16% sobre os resultados<br />

de 2010.<br />

No Brasil, a Agilent tem apresentado<br />

resultados muito melhores<br />

do que em termos globais,<br />

com crescimento de mais de <strong>50</strong>%<br />

em relação a 2009. Os principais<br />

setores de crescimento são: farmacêutico,<br />

controle de qualidade<br />

de alimentos e bioenergia.<br />

22 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

23


INFORME PerkinElmer<br />

A VEZ DO BRASIL<br />

A PerkinElmer está entre as gigantes companhias<br />

internacionais interessadas em investir na inovação<br />

científica e tecnológica no país<br />

O setor de química analítica vive um<br />

momento de significativo crescimento<br />

no novo mapa econômico do planeta. As<br />

agendas governamentais de países emergentes,<br />

como os que compõem o bloco<br />

BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), passaram<br />

a se preocupar com políticas específicas<br />

e mais rígidas em áreas de controle de<br />

poluentes industriais, segurança ambiental<br />

e saúde da população de regiões antes à<br />

margem das economias globais.<br />

No país, novos investimentos no setor<br />

ganham fôlego ainda maior. A visita<br />

dos executivos da PerkinElmer no Brasil,<br />

no início de dezembro, dimensionou o<br />

interesse - tanto da companhia quanto do<br />

país - em estreitar parcerias no atual cenário<br />

de desenvolvimento econômico. “O<br />

crescimento da PerkinElmer do Brasil é<br />

na faixa dos dois dígitos anuais”, infor-<br />

mou a diretora presidente da subsidiária,<br />

Denise Schwartz.<br />

Para compreender o contexto brasileiro,<br />

a empresa promoveu um encontro<br />

entre o CEO norte-americano, Robert<br />

Friel, e o vice-presidente, Lapo Paladini,<br />

com 35 principais clientes e pesquisadores<br />

brasileiros, no Hotel Renaissance, em<br />

São Paulo. “Entre as economias do BRIC,<br />

a unidade brasileira se destaca com grande<br />

visibilidade”, afirmou a presidente da<br />

empresa, à frente da empresa há 17 anos.<br />

Atualmente, os países emergentes representam<br />

em torno de 20% da receita da<br />

companhia. Estima-se que essa parcela de<br />

contribuição chegue a <strong>50</strong>% nos próximos<br />

anos, segundo Schwartz. “A subsidiária<br />

brasileira tem recebido constantes investimentos<br />

em recursos humanos e infraestrutura”,<br />

declarou a diretora.<br />

Denise Schwartz, presidente da companhia para o Brasil: “nossos clientes são os<br />

maiores ativos”<br />

Adilson José Curtius, professor da<br />

Universidade Federal de Santa Catarina,<br />

é parceiro da PerkinElmer desde a<br />

década de 70<br />

Inovação científica<br />

A fundação da PerkinElmer tem<br />

origem nos anos 30. A companhia contribuiu<br />

com o boom do desenvolvimento<br />

científico no pós-guerra e participou da<br />

trajetória para o grande salto à era digital.<br />

Hoje, é líder global no mercado de<br />

tecnologias voltadas tanto para a saúde<br />

humana quanto para o meio ambiente.<br />

“Trabalho com equipamentos da PerkinElmer<br />

desde a década de 70”, conta o<br />

pesquisador Adilson José Curtius, químico<br />

analítico, professor da Universidade<br />

Federal de Santa Catarina, que trabalha<br />

com espectrometria de absorção atômica<br />

e de massa com plasma indutivamente<br />

acoplado para a determinação de elementos<br />

em amostras biológicas, ambientais,<br />

industriais, geológicas e clínicas. “À<br />

medida que a tecnologia avança, conseguimos<br />

determinar concentrações cada<br />

vez mais baixas dos elementos”, afirmou<br />

Curtius.<br />

Na área de rastreamento de doenças,<br />

a empresa PerkinElmer é reconhecida por<br />

desenvolver softwares específicos, aprimorar<br />

técnicas de obtenção de imagens<br />

e fornecer tecnologias de última geração<br />

para os pesquisadores identificarem biomarcadores<br />

que permitem detectar patologias<br />

importantes em estágios ainda


Marco Aurélio Zezzi Arruda, pesquisador e professor titular do Instituto de Química da<br />

Unicamp: Equipamentos da PerkinElmer permitem suas pesquisas em metalômica<br />

iniciais. O professor titular do Instituto<br />

de Química da Unicamp, Marco Aurélio<br />

Zezzi Arruda, conta que seu grupo trabalha<br />

com importantes pesquisas em uma<br />

nova área conhecida como metalômica,<br />

utilizando equipamentos laboratoriais<br />

da PerkinElmer. “Estudamos a interação<br />

de metais com biomoléculas”. Uma das<br />

linhas de pesquisa da equipe de Zezzi<br />

busca identificar biomarcadores para o<br />

diagnóstico precoce do transtorno bipolar<br />

do humor, um quadro psiquiátrico<br />

que se caracteriza por períodos de depressão<br />

e outros de euforia, e por isso pode<br />

ser alvo de confusão diagnóstica. Nesse<br />

caso, muitos pacientes acabam sendo tratados<br />

exclusivamente como depressivos<br />

ao longo de anos. O diagnóstico equivocado<br />

leva a um tratamento inócuo ou até<br />

mesmo deletério na maioria dos casos.<br />

O grupo de Zezzi pretende transformar<br />

o diagnóstico, hoje feito pela anamnese<br />

do profissional, em um teste laboratorial<br />

que comprove rapidamente a presença do<br />

transtorno.<br />

Saúde pública<br />

Já o grupo de toxicologia de metais,<br />

do campus de Ribeirão Preto, da Universidade<br />

de São Paulo (USP) conta com<br />

a PerkinElmer no quesito aumento de<br />

produtividade. “Trabalhamos com métodos<br />

rápidos, como o sistema de gerenciamento<br />

de amostras, que permite analisar<br />

maior número de amostras, com resultados<br />

confiáveis, em uma velocidade razoável”,<br />

diz o pesquisador Fernando Barbosa<br />

Junior. O laboratório gerencia entre 100<br />

e 1<strong>50</strong> mil amostras por ano e a equipe de<br />

Barbosa é referência mundial nas pesqui-<br />

Robert Friel (Presidente & CEO PerkinElmer) e Lapo Paladini<br />

(Vice Presidente & CMO PerkinElmer)<br />

sas de identificação de metais em fluidos<br />

biológicos.<br />

Exemplar na área de saúde pública,<br />

o Instituto Adolfo Lutz, representado no<br />

encontro pela diretora técnica do centro<br />

de materiais de referência da instituição,<br />

Alice Sakuma, tem dois projetos em curso<br />

para a produção de materiais de referência<br />

para todas as análises biológicas<br />

dos hospitais credenciados pela rede do<br />

SUS (Sistema Único de Saúde). “É muito<br />

importante o controle de qualidade dos<br />

exames porque a maioria dos laboratórios<br />

clínicos do SUS é terceirizada”, explica<br />

Sakuma, que utiliza espectrômetros de<br />

massa com plasma indutivamente acoplado<br />

para esse tipo de trabalho.<br />

Entre os clientes que participaram do<br />

encontro com os executivos da PerkinElmer<br />

estiveram, ainda, a supervisora de laboratório<br />

da SGS do Brasil, Tatiana Matsuma<br />

Araújo, e Juliana Catto, Gerente de<br />

Unidade São Paulo da <strong>Analytica</strong>l Solutions.<br />

Para a presidente da companhia no<br />

Brasil, Denise Schwartz, “os clientes são<br />

os maiores ativos” e afirma que “o contato<br />

pessoal com o CEO da empresa fornece<br />

uma segurança ainda maior de que<br />

a PerkinElmer está comprometida com a<br />

excelência para o cliente e o crescimento<br />

sustentado de ambos”, conclui Schwartz.


em foco<br />

Nova linha de biorreatores de<br />

laboratório MiniBio – Applikon<br />

Biotechnology<br />

Os novos biorreatores MiniBio da Applikon Biotechnology<br />

(2<strong>50</strong> ml, <strong>50</strong>0 ml e 1000 ml de volume total)<br />

oferecem uma excelente alternativa em biorreatores<br />

de laboratório, podendo ser customizados de acordo<br />

com as demandas de qualquer processo. Compactos<br />

e de baixo custo, os biorreatores MiniBio geram mais<br />

dados em menos tempo, são fáceis de montar e operar,<br />

permitem a cultura utilizando menos meio e menos<br />

espaço do laboratório, geram resultados escaláveis<br />

comparáveis aos tradicionais biorreatores de laboratório,<br />

e ainda permitem o processamento de dados.<br />

O novo sistema de controle my-Control é utilizado<br />

no controle dos reatores de pequena escala, podendo<br />

controlar os biorreatores MiniBio de 2<strong>50</strong> a 1000 ml, e<br />

também biorreatores autoclaváveis de 1 a 3 l, e biorreatores<br />

“single-use” Cellready de 3 l, oferecendo controle<br />

por PID adaptativo e autotuning inteligente (ajuste<br />

automático dos valores do controlador PID), operação<br />

remota sem fio, iPod, iPhone ou iPad, controle de 1<br />

a 32 biorreatores com programação individualizada,<br />

amplificadores integrados para agitação, pH, oxigênio<br />

dissolvido, temperatura, nível / espuma, atuadores<br />

para até seis bombas de velocidade variável ou microválvulas<br />

para adição, até quatro controladores de fluxo<br />

de massa, aquecimento e resfriamento (via Peltier ou<br />

manta de aquecimento), resfriamento do condensador<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 3229-8344<br />

alemmar@alemmar.com.br<br />

Testa Tecnologia Eletrônica inaugura novo laboratório de calibração<br />

Biorreatores MiniBio: compactos e de baixo custo<br />

(Peltier ou água resfriada), entrada / saída digital ou<br />

analógica de reserva com 8 saídas digitais, 4 entradas<br />

analógicas (0 – 10 V), 4 saídas analógicas (0/4 –<br />

20 mA), e conexão USB para biomassa ou pH e<br />

oxigênio dissolvido por fluorescência.<br />

Configuração para cultura microbiana ou de<br />

células: Cultura em batelada (batch), batelada alimentada<br />

(fed-batch), perfusão e contínua; Vaso de<br />

vidro borosilicato; Placa e acessórios em aço inoxidável;<br />

Entradas para sensor de pH, oxigênio dissolvido,<br />

nível / espuma , septo, overlay, quimiostato,<br />

sensor de temperatura, aeração por borbulhamento,<br />

entradas múltiplas de meio, saída para coleta<br />

de amostras, condensador de saída, agitador com<br />

hélices de altura ajustável (tipo Rushton ou Marine,<br />

<strong>50</strong> a 2000 rpm).<br />

A Alem Mar Comercial e Industrial S.A é o representante<br />

exclusivo no Brasil.<br />

A Testa Tecnologia Eletrônica, prestadora de serviços de calibração e manutenção em instrumentação analítica e equipamentos<br />

de laboratório, inaugurou seu novo laboratório de calibração operando na Qualificação, Calibração e Prestação de<br />

Serviços a diversos segmentos laboratoriais em equipamentos de alta complexidade.<br />

Em constante processo de evolução, respeitando as necessidades individuais de seus clientes, parceiros e colaboradores,<br />

a empresa vem se destacando por sua credibilidade, comprometimento e profissionalismo.<br />

A Testatec oferece uma série de serviços aos seus clientes, entre eles:<br />

1- Calibração (Qualificação Operacional de acordo com a norma ISO 17025): Cromatografia a Gás<br />

(GC e GCMS) e Líquida (HPLC); Espectrofotometria: UV-Visível, FTIR e NIR; Espectrofotometria:<br />

Absorção Atômica (Forno, Chama e FIAS)<br />

2- Manutenções Preventivas e Corretivas<br />

3-Contratos de Manutenção<br />

4- Treinamentos Operacionais On Site<br />

Oferece ainda treinamento operacional nas linhas de cromatografia gasosa, líquida de alta efici-<br />

ência e espectrofotometria de infravermelho, e suporte analítico para desenvolvimento<br />

de metodologias analíticas.<br />

Seus clientes estão em todo o Brasil, entre indústrias, universidades e<br />

laboratórios prestadores de serviço.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(51) 3062-7484<br />

testatec@terra.com.br<br />

26 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

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em foco<br />

Equipamento é<br />

baseado no princípio<br />

de ressonância<br />

acústica e tem<br />

aplicação em<br />

diversas áreas<br />

Microbalança de cristal de quartzo<br />

A dpUnion disponibiliza a nova microbalança de cristal de quartzo com<br />

a exclusiva e patenteada tecnologia QCM-D, que permite mais sensibilidade<br />

e rapidez. Baseado no princípio de ressonância acústica, o equipamento é<br />

aplicado em diversas áreas, como proteínas, adsorção, biomateriais tensoativos<br />

etc., com mais de <strong>50</strong>0 publicações.<br />

Disponível em três modelos com vários acessórios: o QCM E-1 está equipado com uma<br />

célula de fluxo; já o QCM E-4, com quatro células de fluxo para medidas simultâneas (em paralelo)<br />

de quatro amostras distintas ou em réplicas (em série); e a versão E-4 Auto com amostrador<br />

automático das amostras. Todos são controlados pelo exclusivo software Q-Soft e Q-Dat. Possui<br />

como acessórios, células para acoplamento a microscópio óptico, módulos<br />

de unidade, módulo com janela de quartzo, módulo eletroquímicos para acoplamento<br />

com vários modelos de potenciostato disponíveis no mercado, além<br />

de diversos tipos de recobrimentos especiais de seus cristais.<br />

Mettler Toledo mira<br />

novos mercados<br />

apresentando linha de<br />

medidores in-line de<br />

oxigênio fase gás<br />

Contemplando variáveis em<br />

atmosferas gasosas, a Mettler Toledo<br />

disponibiliza no mercado<br />

uma nova linha de medidores de<br />

oxigênio fase gás. Assegurar valores<br />

de oxigênio abaixo do LOC<br />

(Concentração no nível de Oxigênio),<br />

além de manter a segurança<br />

dos processos em áreas com risco<br />

de explosão e monitorar e ajustar<br />

o teor de oxigênio para eficiência<br />

de combustão são alguns dos benefícios<br />

gerados pela instalação de<br />

sistemas analíticos in-line (tempo<br />

real) de oxigênio na fase gás da<br />

Mettler Toledo. Amplamente utilizadas<br />

pelas indústrias químicas,<br />

petroquímicas e farmacêuticas, as<br />

medições de oxigênio nesses setores<br />

se tornaram quesito imprescindível<br />

para garantia da segurança<br />

nos procedimentos e proteção<br />

do ambiente.<br />

De acordo com Luiz Aleixo,<br />

gerente da Divisão Processo da<br />

Mettler Toledo, além da aplicação<br />

nos mais diversos campos das in-<br />

dústrias químicas, petroquímicas,<br />

refinarias e farmacêuticas, na cobertura<br />

de nitrogênio (N 2 ), inertização,<br />

monitoramento de gases<br />

residuais, armazenamento em<br />

embalagem, tal como na secagem<br />

e moagem de produtos, os sistemas<br />

de análise de O 2 da Mettler<br />

Toledo têm abrangido, também,<br />

os segmentos de alimentos e bebidas.<br />

“Exemplo dessa aderência<br />

pelos sensores de oxigênio fase<br />

gás são as indústrias cervejeiras,<br />

onde a concentração de O 2 implica<br />

na qualidade do produto final.<br />

Além disso, o sistema analítico<br />

permite a recuperação do CO 2 ,<br />

que é outro quesito importante<br />

para produção da bebida”, exemplifica<br />

o gerente.<br />

Os sensores amperométricos,<br />

baseados na medição de corrente<br />

elétrica que flui quando um<br />

potencial é aplicado entre dois<br />

eletrodos em uma solução, dispensam<br />

a necessidade de um<br />

sistema de condicionamento de<br />

gás para as mais diversas aplicações<br />

e permitem sua instalação<br />

direta no processo, garantindo<br />

maior precisão nos dados<br />

e contribuindo para a redução<br />

de custos com instalação e no<br />

consumo de gás.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 4166-7400<br />

laboratorio@mt.com<br />

(11) <strong>50</strong>79-8411<br />

info@dpunion.com.br<br />

O desenho modular dos sistemas<br />

de medição in-line de<br />

gás de oxigênio da companhia<br />

é composto por três elementos<br />

base: sensor, que pode ser instalado<br />

diretamente no processo,<br />

mesmo em condições agressivas,<br />

sonda (ou conector com o processo)<br />

e transmissor, onde são<br />

informados o valor da medição,<br />

condição do sistema e diagnóstico<br />

do próprio sensor, oferecendo<br />

diferentes opções de comunicação<br />

visual ao operador.<br />

Na medição amperométrica<br />

do oxigênio, o sistema é separado<br />

do gás da atmosfera por uma<br />

membrana permeável resistente<br />

à maioria dos componentes presentes<br />

no processo. No sensor,<br />

o oxigênio é quimicamente medido<br />

como corrente, calculando<br />

a pressão parcial do elemento.<br />

As diferentes comunicações ao<br />

sistema de controle com a base<br />

em protocolos de comunicação<br />

digital ou analógico (de 4<br />

a 20mA) asseguram a integração<br />

entre os processos.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

29


em foco<br />

CLS: Tecnologia<br />

analítica e sistemas de<br />

gestão<br />

Com mais de 25 anos de conhecimento<br />

e experiência, os<br />

sócios proprietários fundaram a<br />

CLS em junho de 1999, atendendo<br />

grandes, médias e pequenas<br />

empresas nos mais variados serviços<br />

para satisfazer as necessidades<br />

nas áreas de controles<br />

analíticos, sistemas de gestão,<br />

terceirização de mão-de-obra,<br />

auditorias e treinamentos.<br />

Seu laboratório de controle<br />

analítico, localizado em Campinas<br />

(SP), possui equipamentos de tec-<br />

nologia avançada e profissionais<br />

altamente capacitados, permitindo<br />

o desenvolvimento de metodologias<br />

e a realização de análises<br />

químicas, físico-químicas e<br />

microbiológicas para os clientes.<br />

A CLS implementa, mantém,<br />

promove melhorias e realiza auditorias<br />

em sistemas de gestão<br />

conforme normas de Qualidade,<br />

Meio Ambiente e Segurança e fornece<br />

mão-de-obra de formação<br />

técnica para trabalho diretamente<br />

nas instalações do cliente.<br />

Em conjunto com o cliente,<br />

a CLS traduz as necessidades da<br />

organização em diversos treinamentos<br />

especializados.<br />

Terceira geração de placas para contagem<br />

microbiológica conquista os laboratórios brasileiros<br />

Desde as tradicionais placas de petri, até as populares placas em filme,<br />

muita coisa evoluiu no dia a dia dos profissionais de laboratório. Agora,<br />

uma nova geração de placas prontas chega ao mercado brasileiro com a<br />

tecnologia COMPACT DRY®. Desenvolvidas para superar as principais<br />

limitações enfrentadas nos laboratórios com outros métodos, as placas<br />

COMPACT DRY® oferecem mais praticidade no preparo e armazenamento,<br />

inoculação mais fácil e segura, além de possibilidade de leitura tridimensional<br />

das colônias, qualidades que lhe garantiram o maior número<br />

de validações junto aos principais órgãos internacionais.<br />

Além de oferecer qualidade e tecnologia superiores, as placas COM-<br />

PACT DRY® representam uma considerável redução de despesas quando<br />

comparadas com o método tradicional ou com as placas em filme.<br />

Por isso, as indústrias de alimentos, laticínios, bebidas, cosméticos, entre<br />

outras, têm rapidamente migrado para o COMPACT DRY® para as suas<br />

análises microbiológicas.<br />

Com distribuição no Brasil feita pela Verus Madasa, o COMPACT DRY®<br />

possui suporte científico especializado para os clientes que optarem pela<br />

COMPACT DRY®: Fácil de usar.<br />

Fácil de ler. Fácil de armazenar.<br />

migração. Uma equipe de mestres e<br />

doutores oferece acompanhamento<br />

técnico permanente e realiza treinamentos<br />

em diversos temas sobre microbiologia,<br />

segurança alimentar e de<br />

técnicas laboratoriais.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 3095-5632<br />

tecnologia@verusmadasa.com.br<br />

CLS traduz as necessidades da<br />

organização em diversos treinamentos<br />

especializados<br />

O Sistema de Gestão da Qualidade,<br />

certificado na NBR ISO<br />

9001:2008 garante a confiabilidade<br />

de seus processos, focados na<br />

satisfação do cliente.<br />

Para 2011, seu grande objetivo<br />

é a acreditação junto ao INMETRO<br />

na NBR ISO/IEC 17025:2005.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(19) 3262-2230<br />

laboratorio@clsqualidade.com.br<br />

Segurança e precisão<br />

estão ao alcance de todos<br />

A presença de endotoxina em produtos não<br />

precisa mais ser motivo de preocupações. Com<br />

experiência de 20 anos no mercado, a Alko do<br />

Brasil atende as indústrias brasileiras com o que<br />

há de mais seguro e preciso para a realização<br />

do teste de LAL (determinação de endotoxina).<br />

Representante exclusiva no Brasil dos reagentes<br />

da Charles River, a empresa fornece aos aos<br />

clientes o que há de mais moderno.<br />

A Alko encara com naturalidade o desafio<br />

de proporcionar as indústrias um teste<br />

mais rápido e seguro sem deixar de lado a<br />

precisão requerida.<br />

Teste de LAL<br />

(determinação<br />

de endotoxina)<br />

com reagentes<br />

Charles River<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(21) 2435-9335<br />

sac@alkodobrasil.com.br<br />

30 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

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em foco<br />

Lançamento do PANsys3000: automação total<br />

na cultura de células por microscopia<br />

O PANsys3000 oferece a automação total de cultura de células, com seis canais aliado a um microscópio<br />

de fluorescência, com a captura de imagem de alta resolução utilizando uma câmera CCD, registrando os<br />

pontos de interesse configurados pelo usuário em todas as seis câmaras paralelas de cultura. Permitindo a<br />

cultura de uma ampla variedade de células e linhagens de células, o PANsys3000 é a inovação tecnológica<br />

ideal para experimentos e pesquisa antes impossíveis de serem realizados.<br />

• Sistema fechado de incubação e suporte (gases, líquidos) totalmente controlado<br />

• Imagem ao vivo de células com microscópio automatizado de alta definição<br />

• Armazenamento, recuperação e documentação de todos os dados relevantes<br />

• Resultados rápidos e eficazes devido às condições ideais para pesquisa de células<br />

• Opção de login remoto seguro permite visualização e manipulação de experimentos.<br />

As câmaras de cultura autoclaváveis têm controle, linhas de entrada de meio e ajuste de fluxo, temperatura<br />

de reator e fluxo de gás independentes, podendo ser configuradas em paralelo ou em série – permitindo<br />

uma grande variedade de experimentos no PANsys3000.<br />

Câmara CCD de alta resolução permite a gravação de imagens da cultura celular.<br />

Aplicações:<br />

PANsys3000 é a inovação tecnológica ideal para<br />

• Teste de citotoxicidade<br />

experimentos e pesquisa nunca antes imaginados<br />

• Simulação de órgãos<br />

• Pesquisa de engenharia de tecidos<br />

• Pesquisa de células-tronco<br />

• Testes de ciclo celular<br />

• Otimização de meios<br />

• Interações célula-célula<br />

• Simulação de pré-produção<br />

• Experimentos de diferenciação e clonagem<br />

• Estudos de transfecção<br />

Sa i b a Ma iS<br />

• Screening de drogas e agentes<br />

A distribuição exclusiva é da Applikon Biotechnology e o representante ex- (11) 3229-8344<br />

clusivo no Brasil é a Alem Mar Comercial e Industrial S.A.<br />

alemmar@alemmar.com.br<br />

Espectrômetro FT-IR Nicolet iS5 – compacto de alto desempenho<br />

A Charis Technologies, representante exclusiva da Thermo Scientific no Brasil para a linha de FT-IR, FT-<br />

NIR e Raman, apresenta seu mais recente espectrômetro FT-IR, o Nicolet iS5.<br />

O Nicolet iS5 veio com muitas qualidades: Um equipamento compacto com desempenho invejável e<br />

resolução espectral de 0,8cm-1 . Robusto, estrutura elaborada em liga de magnésio e ótica selada garante resistência<br />

às adversidades ambientais, incluindo umidade, alta temperatura<br />

e vibrações.<br />

Os projetistas da Charis oferecem toda a tranquilidade aos clientes.<br />

Com a necessidade de manutenção minimizada, a troca da fonte é feita de<br />

maneira rápida e fácil pelo próprio operador e sem que se precise abrir o<br />

banco óptico, proporcionando muito mais proteção ao equipamento.<br />

O software do Nicolet iS5 tem como base a conhecida plataforma OM-<br />

NIC, amigável, de fácil utilização e entendimento.<br />

O Nicolet iS5 pode ser utilizado em extensa gama de aplicações, in-<br />

Equipamento<br />

permite o mínimo<br />

em manutenção<br />

cluindo as áreas: indústrias químicas, petroquímicas,<br />

farmacêuticas, alimentícias.<br />

Para saber mais sobre o produto, basta<br />

contatar a Charis Technologies.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(19) 3836-3110<br />

contato@charistech.com.br<br />

32 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

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em foco<br />

Regulador para cilindro de amostragem:<br />

VMG 100 VC Valmig<br />

Para quem trabalha no mercado de segurança e meio ambiente chegou<br />

o novo regulador VMG 1000 VC fornecido pela Valmig. Este regulador<br />

é ideal na calibração de detectores portáteis e fixos. Apresenta um<br />

fácil manuseio e economia vantajosa no consumo de gás com vazão<br />

constante, sendo as mais utilizadas: 0,3 L/min e 0,5 L/min. É utilizado<br />

especialmente para trabalhos com cilindros descartáveis com gás inerte<br />

ou corrosivo, pois apresenta corpo e capa em inox.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(19) 3865-8603<br />

valmig@valmig.com.br<br />

Inovações da Vetec<br />

Regulador é ideal para o trabalho nas<br />

áreas de segurança e meio ambiente<br />

A Vetec obteve recertificação na ISO 9001:2008 no início do segundo semestre de 2010 e, com isso, veio<br />

o desafio constante de melhorias para a organização que se tornou viável com o resultado junto ao BVC<br />

(certificadora).<br />

A participação crescente da empresa no mercado de reagentes analíticos corrobora com o resultado<br />

deste processo, para o qual fornece, atualmente, cerca de 70 mil unidades de embalagens em diversos<br />

produtos praticados.<br />

A linha de solventes especiais para análises instrumentais via cromatografia gasosa, líquida, espectrofotometria<br />

etc., vem passando por sucessivas ações de melhoria, com introdução de frascos importados com melhor vedação,<br />

boca com borda corta-gota, filtração em membrana de 0,2 µ, além de dispositivos de controle em processo<br />

aumentando frequência de avaliações. Em 2008 e 2009, a ausência de acetonitrila no mercado mundial criou uma<br />

desafiadora situação para essa linha, mas a Vetec, em função de sua política de estoques, pôde atender diversos<br />

clientes com preferência por outras marcas, que neste período utilizaram o produto em graus especiais.<br />

Com atuação voltada exclusivamente ao cliente e sua diversidade de requisi-<br />

tos, a empresa trabalha com a customização de substâncias químicas, atendendo<br />

um elenco de particularidades.<br />

A unidade de fabricação de excipientes farmoquímicos também está sendo<br />

reformada com a inclusão de novos reatores e sistema de secagem por<br />

leito fluidizado, para melhorar o processo produtivo. Novas salas de fracionamento<br />

também estão em andamento.<br />

Foco no cliente e customização de substâncias destacam a Vetec<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 4134-3788<br />

(21) 3125-1920<br />

vetec@vetecquimica.com.br<br />

vendas@vetecquimica.com.br<br />

34 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

35


em foco<br />

Katálysis integra sistemas ERP/MRPs a soluções<br />

LIMS ou instrumentos de laboratórios<br />

A Katálysis Instrumentação<br />

Científica - empresa na área de<br />

serviços, treinamentos de instrumentos<br />

da HP/Agilent, automação<br />

laboratorial (LIMS etc.), fornecedora<br />

de espectrômetros de mas-<br />

sas e equipamentos para cromatografia<br />

gasosa multidimensional<br />

(GCxGC) integra sistemas corporativos<br />

(ERP/MRPs, entre outros)<br />

a soluções LIMS.<br />

A Katálysis, que conta com<br />

soluções LIMS e soluções para integração<br />

de equipamentos de laboratórios<br />

para diversos sistemas,<br />

possibilita uma grande flexibili-<br />

Gehaka apresenta o primeiro lançamento de 2011:<br />

Analisador de Umidade por Infravermelho IV3000<br />

dade e adequação das ferramentas<br />

às necessidades corporativas. Conta<br />

com interfaces certificadas SAP<br />

e também possibilita a integração<br />

com sistemas Oracle, BPCS, JD<br />

<strong>Ed</strong>wards entre outros.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2122-0206<br />

sac@katalysiscientifica.com.br<br />

Para ser utilizado no laboratório, na indústria ou onde se requeiram<br />

rápidas respostas, o novo Determinador Umidade IV3000 apresenta<br />

os teores de umidade ou sólidos totais com rapidez e precisão<br />

em produtos granulados, pós, líquidos e outros.<br />

O equipamento foi idealizado para medir o percentual de umidade<br />

de materiais como: alimentos, sabões, têxteis, papéis, anilinas, pigmentos,<br />

pomadas, materiais plásticos, produtos da indústria farmacêutica,<br />

farelos diversos, rações, carvão, cimento, cal etc. Seus resultados são<br />

obtidos após algumas operações simples e rápidas, fornecendo a leitura<br />

do percentual de umidade em base seca e úmida.<br />

Permite determinar os teores de umidade utilizando quatro modos de<br />

secagem selecionáveis:<br />

1. Tempo: o usuário seleciona um período de tempo entre 1 e 180 minutos<br />

para a secagem, depois de decorrido esse período de tempo o IV3000<br />

finaliza a secagem;<br />

2. Rápido: a amostra será exposta a uma temperatura 30% maior que a programada durante<br />

3 minutos para a primeira secagem grossa e depois baixará a temperatura para o valor pro-<br />

Equipamento<br />

gramado. Recomendada para amostras com teores de umidade maiores que 30%;<br />

determina<br />

3. Suave: será gerada uma rampa de temperatura a partir de <strong>50</strong>ºC até a temperatura pro- teores de<br />

gramada. Este modo se aplica a produtos que formam filmes durante a secagem, como umidade por<br />

balas, tintas e outros;<br />

quatro modos<br />

de secagem<br />

4. Degrau: são programadas duas temperaturas, uma inicial que ocorrerá por 3 minutos e selecionáveis<br />

a final da secagem. É recomendada para amostras que contem produtos com pontos de<br />

ebulição distintos;<br />

A pesagem inicial pode ser monitorada pelo usuário, por ser utilizada uma lâmpada halógena, sua inércia<br />

térmica é baixa e com isso o IV3000 resfria muito rapidamente permitindo a pesagem inicial da amostra.<br />

Possui teclado com seis teclas que permite o total controle do IV3000 de forma simples e intuitiva. A precisão<br />

na leitura de umidade pode ser selecionada com uma ou duas casas decimais.<br />

Possui display de cristal líquido LCD de grandes dimensões que facilita a leitura<br />

dos caracteres alfanuméricos, permitindo a compreensão plena da operacionalidade<br />

do instrumento e dispensando treinamentos específicos. Emite relatórios por uma<br />

impressora opcional, registrando dados referentes à medida efetuada. Gera relatórios<br />

que simplificam a adequação às normas de qualidade tipo ISO, GLP, GMP.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2165-1138<br />

marketing@gehaka.com.br<br />

36 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

37


em foco<br />

GX-274 ASPEC – Sistema<br />

automático para a análise de TPH<br />

fracionado<br />

A alphaCenter lança no<br />

mercado brasileiro o<br />

sistema de remoção in-line<br />

ProTain ® da ZirChrom<br />

A alphaCenter, empresa brasileira<br />

representante das marcas Fortis Technologies,<br />

LabHut, Cronus e com<br />

diversas soluções multimarcas traz<br />

para o país da ZirChrom o sistema de<br />

remoção in-line<br />

ProTain ® . Normalmente,<br />

a análise<br />

por HPLC de moléculas<br />

pequenas em matrizes contendo<br />

proteínas é árdua tendo em vista<br />

a baixa resolução do analito de referência,<br />

ação de material incrustante e<br />

detritos na coluna. O sistema de remoção<br />

in-line ProTain ® da ZirChrom,<br />

que é usado nessas análises aumenta<br />

a eficiência dessas análises devido a<br />

sua fase - constituída de zircônia e a<br />

adsorção desses materiais.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2122-0206<br />

vendas@alphacenter.com.br<br />

Nova tecnologia de Automação do Fracionamento de Extratos de<br />

Hidrocarbonetos do Petróleo (TPH)<br />

A Analítica apresenta o GX-274 ASPEC da Gilson, um novo sistema de automação da<br />

extração em fase sólida (SPE) capaz de processar até quatro amostras em paralelo. Com eluição<br />

por pressão positiva, este instrumento opera com a tecnologia inovadora Sealing Cap da<br />

Gilson, com a qual cada cartucho é selado e monitorado individualmente. Duas bombas 406<br />

Dual Syringe permitem ao usuário transferir líquidos e monitorar cada fluxo individualmente,<br />

aumentando a produtividade e a eficiência das aplicações de SPE.<br />

O sistema automático GX-274 ASPEC foi empregado em um estudo que teve por objetivo<br />

avaliar a confiabilidade da automação da SPE no fracionamento de hidrocarbonetos do petróleo<br />

extraídos de água e solo contaminados. Os métodos de determinação de hidrocarbonetos<br />

fracionados (TPH) prescrevem uma extração por solvente e o fracionamento do extrato sobre<br />

sílica gel, em hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos. O estudo realizado revelou altas taxas<br />

de recuperação e maior repetibilidade. A automação deste procedimento contribui consideravelmente<br />

para a otimização dos resultados e para um aumento da produtividade do laborató-<br />

rio em comparação aos procedimentos manuais.<br />

O protocolo de automação do fracionamento de hidrocarbonetos<br />

aromáticos e alifáticos e as especificações técnicas do GX-<br />

274 ASPEC estão disponíveis em analiticaweb.com.br/revista<br />

Consumíveis e acessórios PerkinElmer: as melhores<br />

soluções para aplicações<br />

A PerkinElmer do Brasil acredita que<br />

os consumíveis são elementos fundamentais<br />

para garantir a melhor performance de<br />

equipamentos e, focados neste ideal, trabalha<br />

para desenvolver soluções completas e<br />

de qualidade para o seu laboratório.<br />

Com o objetivo de melhoria contínua<br />

no atendimento aos clientes, a PerkinElmer<br />

do Brasil disponibiliza, através do seu website,<br />

revistas individualizadas de consumíveis<br />

com informações atuais sobre os con-<br />

sumíveis utilizados em equipamentos das linhas de Cromatografia (GC,GCMS,<br />

LC), Caracterização de Materiais (FTIR, UV-Vis, Análise Térmica e Elementar) e<br />

Espectroscopia Atômica (AA, ICP OES, ICPMS).<br />

Através desta ferramenta é possível manter o laboratório atualizado em relação<br />

aos lançamentos e diferenciais de consumíveis e acessórios para as diversas<br />

linhas de equipamentos.<br />

Nas edições 2010/11 das revistas de consumíveis são encontrados, entre outros:<br />

• A nova linha de colunas da Série Velocity para cromatografia gasosa;<br />

• A nova coluna da Série Brownlee pH-ex C18;<br />

• Os consumíveis para a linha SMS 100 - Analisador de mercúrio;<br />

• Informações adicionais sobre equipamentos como, por exemplo, o FTIR<br />

Spectrum65.<br />

O download é gratuito e<br />

pode ser realizado através do site<br />

www.perkinelmer.com/supplies<br />

Sa i b a Ma iS<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2162-8091<br />

revista@novanalitica.com.br<br />

Website disponibiliza revistas<br />

individualizadas com informações<br />

diversas sobre consumíveis<br />

(11) 3868-6200<br />

vendas.analitica@perkinelmer.com<br />

38 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

39


em foco<br />

PLC 2020 – novo sistema de<br />

purificação por HPLC e Flash-HPLC<br />

A Analítica apresenta o novo sistema PLC 2020<br />

da Gilson, uma plataforma de purificação compacta<br />

desenvolvida para atender a crescente demanda por<br />

procedimentos simples e rápidos sem comprometimento<br />

da precisão.<br />

Projetado para se adequar às necessidades específicas<br />

do usuário, o PLC 2020 oferece características<br />

técnicas inovadoras, como:<br />

• Sistema semipreparativo, preparativo e Flash em<br />

uma única plataforma.<br />

• Purificação por HPLC em fase normal e reversa,<br />

capaz de coletar frações com fluxos de 1 a 100<br />

mL/min com pressões de até 4060 psi.<br />

• Capacidade para conter até cinco reservatórios<br />

de 1 litro de solvente e escolha entre cinco diferentes<br />

solventes de eluição.<br />

• Células de fluxo intercambiáveis, que permitem<br />

uma ampla variedade de aplicações.<br />

• Detector UV/Vis com comprimento de onda variável<br />

entre 190 e 700 nm.<br />

Purelab Flex – novo ultrapurificador de água<br />

Sistema possui<br />

tecnologia de ponta<br />

para atender as mais<br />

diversas aplicações<br />

de laboratório<br />

A Analítica traz ao Brasil o novo lançamento<br />

da ELGA, marca especializada em sistemas de<br />

purificação e ultrapurificação de água: o Purelab<br />

Flex. Aliado à tradicional confiabilidade e<br />

qualidade dos produtos ELGA, possui um design<br />

inovador e tecnologia de ponta para atender<br />

as mais diversas aplicações de laboratório.<br />

Suas características são: monitoramento de<br />

TOC (Carbono Orgânico Total) em tempo real,<br />

produção de água ultrapura a 18,2 MΩcm,<br />

dispensa manual e volumétrica com<br />

dispensador móvel e flexível, display no<br />

próprio dispensador que exibe volume<br />

e qualidade da água e entrada USB para<br />

captura de dados.<br />

Mais informações sobre o novo Purelab<br />

Flex estão em www.analiticaweb.com.br<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2162-8080<br />

analitica@novanalitica.com.br<br />

• Bomba com cabeçotes intercambiáveis, o que<br />

permite selecionar a faixa ótima de fluxo.<br />

• Modificações do gradiente e rastreamento da<br />

amostra em tempo real.<br />

• Coleta de frações em até<br />

dois canais de detecção,<br />

condicionada a qualquer<br />

combinação de slope e/ou<br />

nível.<br />

• Impressão e exportação<br />

automáticas de relatórios<br />

no final da corrida.<br />

• Teclado touchscreen integrado<br />

que elimina a necessidade<br />

de um PC dedicado.<br />

As especificações técnicas<br />

do PLC 2020 estão disponíveis<br />

em analiticaweb.com.br/revista<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2162-8091<br />

revista@novanalitica.com.br<br />

Las do Brasil:<br />

sob o aval da USP<br />

PLC 2020 é o<br />

novo Sistema de<br />

Purificação da Gilson<br />

Da necessidade de adequação documental,<br />

mediante exigência do mercado,<br />

surgiu a Las do Brasil, uma empresa<br />

goiana que atua desde julho de 2004<br />

no segmento de insumos para Indústria<br />

Farmacêutica, Cosmética, Veterinária e<br />

de Alimentos.<br />

A farmacopeia americana (USP), referência<br />

em insumos de alta qualidade<br />

nos Estados Unidos, concedeu em primeiro<br />

de julho do ano passado a distribuição<br />

única no Brasil para a Las do<br />

Brasil.<br />

Atualmente distribui de forma exclusiva<br />

as marcas Scharlau, Chromadex e<br />

PGS. Mais informações podem ser obtidas<br />

no site www.lasdobrasil.com.br<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(62) 3094-5552<br />

camila@lasdobrasil.com.br<br />

40 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

41


em foco<br />

Portas SL EC Dânica<br />

LabWare aposta na<br />

capacitação dos clientes<br />

O grande sucesso da LabWare<br />

no Brasil e no mundo se traduz na<br />

sua extraordinária taxa de retenção<br />

de clientes. O elevado nível de funcionalidades<br />

incorporado no sistema<br />

básico aliado ao potencial de<br />

configurabilidade do LabWare LIMS<br />

permitiu à LabWare desenvolver<br />

metodologia própria de implantação<br />

de projetos, conhecida como<br />

Metodologia GOLD (Goal Oriented<br />

LIMS Delivery).<br />

A metodologia GOLD é uma<br />

evolução das metodologias de<br />

prototipagem evolutiva e tem<br />

como um de seus objetivos prin-<br />

cipais a transferência de conhecimento<br />

para a equipe de projeto<br />

do cliente. Esse processo de capacitação<br />

permite que o cliente<br />

tenha não só total controle sob<br />

o processo de implantação, mas<br />

principalmente, explore o conjunto<br />

completo de funcionalidades<br />

do LabWare LIMS em todo<br />

o seu potencial. O sistema cresce<br />

dentro da empresa junto com<br />

as necessidades e demandas de<br />

seus usuários.<br />

Hoje são mais de 600 implementações<br />

através desta<br />

metodologia, minimizando interferências<br />

e maximizando a<br />

colaboração entre a equipe LabWare<br />

e seus clientes.<br />

A Dânica vem sempre inovando em seus produtos. As novas portas SL EC Dânica incorporam o que há de mais moderno<br />

em tecnologia de materiais e sistemas eletrônicos a um design sofisticado, totalmente limpo e inovador. A nova linha de portas<br />

para Salas Limpas Dânica chega ao mercado aliando beleza, eficiência e funcionalidade, enquadrando-se nas mais rígidas<br />

normas e Boas Práticas de Fabricação (GMP).<br />

Todos os produtos e processos da Dânica se destacam pela tecnologia e materiais utilizados em sua produção, baseados<br />

em alta tecnologia européia, atendendo as normas e procedimentos de GMP (Good Manufacturing Practice), exigidos pelo<br />

FDA (Food and Drug Administration) e Anvisa (Associação Nacional de Vigilância Sanitária), satisfazendo assim necessidades<br />

específicas de cada cliente.<br />

As portas SL EC Dânica são 100% planas, isentas de arestas e reentrâncias e<br />

dispensam a utilização de silicone como vedante.<br />

Algumas características:<br />

• Isolamento interno em PUR, PIR;<br />

• Folha na espessura padrão 54mm ou 34mm;<br />

• Revestimento em chapa de aço liso, galvalume e pré-pintado 0,65 na cor branca<br />

RAL 9003 ou aço inoxidável 0,80mm (outras cores sob consulta);<br />

• Batente com perfil especial em alumínio e pintura eletrostática na cor branca<br />

RAL 9003;<br />

• Folha e batente possuem cantos arredondados facilitando a higienização;<br />

• Acessórios em aço inoxidável;<br />

As portas SL EC Dânica são 100%<br />

• Sistema de fechamento por fecho elétrico ou mecânico (com cilindro de mestraplanas,<br />

isentas de arestas e reentrâncias<br />

gem ou não), possibilitando também a utilização de comando de acesso por boto-<br />

e dispensam a utilização de silicone<br />

como vedante<br />

eira de pressão touch-less, leitor de cartão ou sensor de acesso;<br />

• Fiação do sistema elétrico embutida;<br />

• Visor com vidro duplo pressurizado com gás inerte;<br />

• Novo canto de batente e folha sem encontros 45º;<br />

• Aprimoramento das junções de perfil, evitando arestas e reduzindo pontos de<br />

contaminação.<br />

Dentre os principais pontos<br />

do projeto, os workshops e treinamentos<br />

permitem que a metodologia<br />

GOLD seja efetiva e contribua<br />

decisivamente para o seu<br />

sucesso. O foco na preparação do<br />

cliente permite o domínio total da<br />

ferramenta e a capacidade em implementar<br />

suas necessidades evolutivas,<br />

com dependência mínima<br />

do fornecedor.<br />

Para conhecer melhor o LabWare<br />

LIMS, entre em contato<br />

com a ICR3 Científica.<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 2931-6969<br />

srodrigues@icr3.com.br<br />

Sa i b a Ma iS<br />

(11) 3043-7879<br />

vendasspdsl@danica.com.brv<br />

42 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


evento<br />

4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE<br />

BIOPROCESSOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS E<br />

X ENCONTRO REGIONAL SUL DE CIÊNCIA E<br />

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS<br />

Dos dias 5 a 8 de outubro,<br />

Curitiba foi palco de dois<br />

grandes eventos na área de alimentos,<br />

que reuniram profissionais<br />

de renome internacional: o<br />

4º Congresso Internacional de<br />

Bioprocessos na Indústria de Alimentos<br />

(ICBF 2010) e o X Encontro<br />

Regional Sul de Ciência e Tecnologia<br />

de Alimentos (ERSCTA).<br />

Promovidos pela Universidade<br />

Federal do Paraná (UFPR) e<br />

Sociedade Brasileira de Ciência<br />

e Tecnologia de Alimentos Regional<br />

Paraná (sbCTA-PR), os<br />

eventos contaram com 67 palestrantes,<br />

sendo 38 internacionais e<br />

29 nacionais. “São cientistas de<br />

renome e que apresentaram inovações<br />

em tecnologias na área<br />

de ciência, tecnologia, engenharia<br />

e biotecnologia de alimentos”,<br />

avalia a presidente da sbCTA-PR,<br />

Sônia C. Stertz.<br />

O público formado por cientistas,<br />

professores, estudantes, pro-<br />

Feira de Inovação da Indústria Agroalimentar:<br />

novidade aproximou cientistas e empresários<br />

fissionais e interessados na área<br />

de Ciência, Biotecnologia, Engenharia<br />

e Tecnologia de Alimentos<br />

ficou em torno de 830 participantes,<br />

que vieram de diversas partes<br />

do Brasil, além de países como<br />

Alemanha, Argentina, China, Estados<br />

Unidos, França, Índia, Itália,<br />

México, Portugal e Suíça.<br />

Durante o encontro desse ano,<br />

foi realizada a Feira de Inovação<br />

da Indústria Agroalimentar (FIIA<br />

2010), com apoio da Rede de Inovação<br />

da UFPR e realização do<br />

C2i (Centro de Inovação da FIEP<br />

- Federação das Indústrias do Estado<br />

do Paraná). Em um formato<br />

diferenciado, a feira aproximou<br />

cientistas e empresários com cruzamento<br />

prévio de interesses. No<br />

total, foram realizadas 101 rodadas<br />

de negócios, que devem surtir<br />

resultados em breve.<br />

Assim como nas edições passadas,<br />

houve a entrega do Prêmio<br />

sbCTA-PR de Incentivo à Pesquisa<br />

“Renato João Sossela de Freitas”,<br />

neste ano entregue ao trabalho<br />

vencedor “Análise da Viabilidade<br />

Técnica do Processo de Microfiltração<br />

Tangencial como Etapa<br />

de Pré-Concentação de Soluções<br />

Aquosas de Pectina”, dos pesquisadores<br />

Fabiane Hamerski; Vítor<br />

Renan da Silva; Agnes de Paula<br />

Schee, todas da UFPR - Universidade<br />

Federal do Paraná (PPGTA -<br />

Programa de Pós-Graduação em<br />

Tecnologia de Alimentos).<br />

Mais quatro trabalhos também<br />

foram premiados e houve premiação<br />

de dois trabalhos por categoria.<br />

Foram cinco as categorias,<br />

divididas em embalagem, método<br />

analítico, microbiologia e micotoxicologia,<br />

processo e desenvolvimento<br />

de produto e resíduo<br />

agroindustrial e meio ambiente.<br />

Já nas premiações do 4º ICBF<br />

2010, o trabalho vencedor foi<br />

“Screening of Biopolymeric Matrices<br />

for Phage Encapsulation<br />

Against Enterohemorrhagic E.<br />

coli”, de Cecilia Dini; German A.<br />

Islan; Guillermo R. Castro; Patricio<br />

J. de Urraza. UNLP – Facultad<br />

de Ciencias Exactas, Cátedra de<br />

Microbiología/ CONICET – CIDCA<br />

(ARGENTINA)/ TUFTS University,<br />

Dept. of Biomedical Engineering –<br />

BME (USA).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong> 43<br />

Fotos: Divulgação<br />

Público de mais de 800 participantes<br />

atentos aos palestrantes nacionais e<br />

internacionais<br />

*Com a colaboração da assessoria de<br />

comunicação da sbCTA-PR


ENATEC Industrial<br />

E m sua segunda edição, o<br />

Enatec – Encontro Nacional<br />

de Tecnologia, realizado pela Labsoft<br />

em novembro passado, no<br />

Hotel Dan Inn Anhanguera (Campinas-SP),<br />

foi totalmente voltado<br />

às indústrias de diversos segmentos.<br />

Com uma criteriosa seleção<br />

de palestrantes, os participantes<br />

puderam aproveitar o evento e todos<br />

os benefícios oferecidos pela<br />

organização e pelo hotel.<br />

A primeira palestra foi realizada<br />

pelo diretor presidente da empresa<br />

eVOLVE, José Santacruz<br />

Jimenez, que discutiu sobre o<br />

tema “Como o conhecimento dos<br />

processos agrega valor para as<br />

organizações”, abordando pontos<br />

como BPM - Gerenciamento dos<br />

Processos de Negócio, benefícios<br />

e ferramentas em software.<br />

Georgio Raphaelli, diretor técnico<br />

da Labsoft, tratou do tema<br />

“Otimização de processos laboratoriais<br />

e de controle de qualidade<br />

industrial”. Foram apresentadas<br />

tecnologias para aumento da qualidade<br />

e produtividade em laboratórios<br />

de controle de qualidade,<br />

além de considerações sobre os<br />

processos laboratoriais atuais,<br />

demonstrando os benefícios dos<br />

sistemas LIMS, sua arquitetura,<br />

retornos diretos e indiretos no investimento,<br />

cases e outros.<br />

O sócio diretor da empresa Six<br />

Sigma Brasil, Clóvis Bergamo Filho,<br />

fez a apresentação seguinte<br />

explorando o tema “Gerenciamento<br />

de projetos e sua contribuição<br />

44<br />

evento<br />

Foto: Labsoft<br />

Evento reuniu cerca de 80 pessoas em Campinas (SP), entre diretores,<br />

gestores, gerentes e analistas de indústrias<br />

para o sucesso”, que tratou sobre<br />

benchmarking, futuro do gerenciamento<br />

de projetos e como os<br />

profissionais devem se preparar.<br />

Roberto de Lima Campos, diretor<br />

da Maxmes, encerrou o evento<br />

falando sobre “Sistemas de controle<br />

e gerenciamento de produção<br />

para o aumento da eficiência<br />

e produtividade nas indústrias”,<br />

em que tratou de KPIs e como eles<br />

podem ser definidos de forma organizada,<br />

usando-se o modelo de<br />

operações da manufatura proposto<br />

pela Norma ISA-95 e como os<br />

softwares MES podem contribuir<br />

para extrair e mostrar os resultados<br />

em tempo real.<br />

A aprovação dos participantes<br />

foi geral: “Enatec Industrial foi o<br />

palco ideal para discussão de temas<br />

atuais e para o relacionamento<br />

entre empresas e indústrias”,<br />

disse Luiz W. Pace – Nalco. Para<br />

Maria de Fátima Martins Pinhel,<br />

gerente técnica do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento,<br />

foi “um evento interessante<br />

para difundir a inovação tecnológica<br />

aplicada a processos, planejamento<br />

estratégico e projetos”.<br />

Em agosto de 2010 a Labsoft<br />

realizou o Enatec Ambiental, voltado<br />

às áreas de meio ambiente<br />

e saneamento; o Enatec Industrial<br />

foi uma extensão do primeiro<br />

evento. Para 2011 o plano é realizar<br />

o ENATEC Laboratorial, esse<br />

terceiro encontro abordará novas<br />

tecnologias para automação como<br />

forma de atingir novos patamares<br />

de qualidade, produtividade e reduzidos<br />

custos operacionais.<br />

Todas as palestras, fotos e vídeo<br />

encontram-se na página oficial do<br />

evento: www.enatecindustrial.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Artigo<br />

DESENVOLVIMENTO DE PROCEDIMENTO DE<br />

PREPARO DE AMOSTRAS DE LEITE PARA<br />

TRIAGEM DE ORGANOFOSFORADOS POR<br />

TESTE ENZIMÁTICO E CONFIRMAÇÃO POR<br />

CROMATOGRAFIA GASOSA<br />

RESUMO<br />

Um método para a detecção de resíduos de organofosforados em leite bovino, que<br />

utiliza um kit baseado na inibição da enzima acetilcolinesterase, é apresentado.<br />

Para isso, uma nova técnica de extração de organofosforados em leite bovino, que<br />

também pode ser utilizado na quantificação de tais compostos por cromatografia<br />

gasosa, foi desenvolvida. Amostras de leite UHT orgânico foram fortificadas com<br />

0,005 a 0,1 µg/ mL de parationa-metílica e clorpirifós. O limite de detecção calculado<br />

para ambos os compostos foi de 0,005 µg/ mL. A metodologia provou ser<br />

adequada para a adoção em programas de monitoramento que visam o controle<br />

de qualidade do leite bovino.<br />

Palavras-chave: Agrotóxicos Organofosforados. Leite Bovino. Enzima Acetilcolinesterase.<br />

SUMMARY<br />

A method for detection of organophosphate residues in bovine milk, using a kit based<br />

on the inhibition of acetylcholinesterase, is presented. For this purpose, a new<br />

technique for extracting organophosphorus in bovine milk, which can also be used<br />

in the quantification of such compounds by gas chromatography, was developed.<br />

This extraction method can also be used in the quantification of such compounds<br />

by gas chromatography. Samples of UHT organic milk were fortified with 0,005 to<br />

0.1 µg/mL of parathion-methyl and chlorpyrifos. The calculated detection limit for<br />

both coumpounds was 0,005 µg/mL. The methodology proved to be suitable for<br />

adoption in programs aiming the monitoring of bovine milk quality.<br />

Keywords: Organophosphorus Pesticides. Bovine Milk. Acetylcholinesterase.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Muito se tem dito e proposto sobre a proteção do<br />

trabalhador do campo diretamente exposto à intoxicação<br />

aguda pelos agrotóxicos que são, quase sempre,<br />

inadequadamente manuseados (1-3). O mesmo não<br />

ocorre, no entanto, quanto à proteção das populações<br />

humanas e de organismos vivos em geral, indiretamente<br />

expostos através da contaminação do ar, da água e<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Christina Maria Queiroz de Jesus<br />

Morais¹*,<br />

Robson Alves Luiz¹,<br />

Silvana do Couto Jacob¹,<br />

Cláudia Melo Moura² e<br />

Mauro Velho de Castro Faria²<br />

¹departamento de Química,<br />

Instituto Nacional de Controle de<br />

Qualidade em Saúde - INCQS,<br />

Fundação Oswaldo Cruz-<br />

FIOCRUZ<br />

²departamento de Biologia<br />

Celular, Instituto de Biologia,<br />

Universidade do Estado do Rio de<br />

Janeiro - UERJ<br />

*Correspondência:<br />

christina.morais@incqs.fiocruz.br<br />

de alimentos que contém níveis, às vezes perigosos, de<br />

resíduos de agrotóxicos (4,5).<br />

É indiscutível a importância de uma avaliação continuada<br />

(monitoramento) da presença, em níveis indesejáveis,<br />

de resíduos dos contaminantes químicos em<br />

alimentos. No entanto, nenhum teste isoladamente<br />

preenche todos os requisitos analíticos requeridos (6).<br />

45


Artigo<br />

O desenvolvimento de um sistema integrado que empregue<br />

ensaios de triagem e de confirmação parece ser<br />

crucial para assegurar que os alimentos contendo contaminantes<br />

em níveis superiores aos limites máximos<br />

de resíduos (LMR), estabelecidos pelas regulamentações<br />

vigentes, sejam introduzidos na cadeia alimentar<br />

(7). de fato, a conjugação de métodos de triagem com<br />

métodos de confirmação físico-químicos multirresíduos<br />

é a atual tendência nos países desenvolvidos. A validação<br />

de métodos rápidos, de execução simples, de<br />

baixo custo e com exatidão conhecida é, portanto, de<br />

grande valia na detecção de níveis perigosos de agrotóxicos<br />

nos alimentos destinados ao consumo humano<br />

(8,9). Tais métodos, se usados como ferramenta de triagem,<br />

detectando amostras positivas, facilitariam grandemente<br />

o trabalho da análise instrumental.<br />

O leite é um dos alimentos mais completos, sendo<br />

importante fonte de carboidratos (lactose principalmente),<br />

gorduras, proteínas (caseína), sais minerais (cálcio)<br />

e vitaminas em diferentes estados de dispersão na<br />

água. No Brasil, deve-se enfatizar a importância do setor<br />

leiteiro como gerador de renda (3º lugar na formação<br />

da renda bruta agropecuária) e como fixador de mãode-obra<br />

no campo, onde trabalham 2,5 milhões de produtores<br />

e seus familiares (10). No entanto, devido ao<br />

clima favorável, o crescimento de pragas é considerável,<br />

dentre as quais o carrapato (Boophilus microplus),<br />

que acomete preferencialmente o rebanho bovino. O<br />

uso intensivo de inseticidas é a principal estratégia em<br />

seu combate, contribuindo para tornar nosso país o líder<br />

mundial em consumo de agrotóxicos (11). A presença<br />

desses resíduos no leite pode ocorrer, também,<br />

mediante a contaminação de rações e pastagens. No<br />

entanto, poucos trabalhos de monitoramento de leite<br />

bovino têm aqui sido realizados (12,13). Vale notar que<br />

Rangel (14), ao analisar a presença de organoclorados<br />

em vinte amostras de leite “longa vida”, detectou resíduos<br />

do organofosforado clorpirifós-etil em 75% das<br />

amostras. A quantidade encontrada variou entre 0,182<br />

e 2,846 mg/kg, valores bem acima do limite máximo de<br />

resíduos (LMR), que é de 0,01 mg/kg (15) .<br />

Considerando o acima exposto, desenvolveu-se um<br />

método de extração de resíduos de agrotóxicos organofosforados<br />

(OFs) em leite bovino para a detecção desta<br />

classe de substâncias através da inibição da atividade<br />

da enzima acetilcolinesterase (AChE) e posterior confirmação<br />

por cromatografia gasosa (CG). O kit utilizado<br />

foi desenvolvido pelo Laboratório de Toxicologia Enzimática<br />

(ENZITOX) da Universidade do Estado do Rio de<br />

Janeiro (UERJ), sendo próprio para análise de OFs em<br />

água, sendo por nós adaptado para a detecção de OFs<br />

em leite bovino. A AChE, enzima presente nas sinapses<br />

do sistema nervoso central e periférico (16-21) é, em<br />

princípio, muito sensível aos OF que possuem em sua<br />

estrutura química o grupamento P=O, mas pouco sensível<br />

aos mais comuns (parationa metílica, fenitrotiona,<br />

malationa etc.) que apresentam o grupamento P=S.<br />

Tais compostos, normalmente, precisam ser ativados<br />

previamente, formando seus análogos oxon (P=O), processo<br />

que é normalmente realizado pelas enzimas oxidases<br />

mixtas presentes em órgãos como o fígado. No<br />

entanto, a preparação de AChE do kit acima citado é<br />

capaz de ativá-los, sendo necessário apenas uma incubação<br />

por 120 min, o que permite seu uso na detecção<br />

de todos os OF (17, 22).<br />

Na presente comunicação descrevemos a metodologia<br />

de extração desenvolvida bem como o uso do kit<br />

de AChE na detecção de OFs em leite. dessa forma,<br />

pretendemos contribuir para a realização de um programa<br />

nacional de monitoramento de resíduos de agrotóxicos<br />

em leite, que poderá ser somado aos demais<br />

programas visando a prevenção e controle dos riscos<br />

à saúde humana decorrente do consumo de alimentos<br />

contaminados (23-26).<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Amostras<br />

As análises foram realizadas em 2 lotes diferentes<br />

de uma marca de leite UHT integral orgânico adquirida<br />

no mercado varejista da cidade do Rio de Janeiro e de<br />

São Paulo. Essas amostras foram inicialmente testadas<br />

pelo kit enzimático para verificação da presença ou não<br />

de algum inibidor de AChE. Todas as amostras de leite<br />

foram fortificadas com soluções dos padrões de clorpirifós<br />

e parationa metílica em concentrações entre 5<br />

e 100 ng/mL. A utilização de leite orgânico deveu-se a<br />

inexistência de material de referência certificado (MRC),<br />

na época das análises.<br />

Kit enzimático<br />

• Frasco com preparação liofilizada de acetilcolinesterase<br />

obtida a partir de cérebro de rato, com a propriedade<br />

de ativação de agrotóxicos tiofosforados,<br />

e preparada conforme CUNHA BASTOS et al (17)<br />

LIMA et al (22) e CASTRO FARIA (27). A preparação<br />

é suspensa em volume de água destilada indicado<br />

no rótulo do frasco, perfazendo uma concentração<br />

final de proteína igual a 20 mg/mL;<br />

• Frasco com o reagente ditionitrobenzoato tamponado<br />

(solução 1,0 mM de dTNB em tampão de fosfato<br />

de sódio 0,5 M);<br />

46 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


• Frasco com o substrato iodeto de acetiltiocolina<br />

(dessecado, sob vácuo ou atmosfera de nitrogênio)<br />

e dissolvido no volume de água destilada indicado<br />

no rótulo para fazer uma solução 1,25 mM de acetiltiocolina<br />

• A validade do kit é de seis meses.<br />

Método enzimático<br />

O método de detecção enzimática foi concebido,<br />

primeiramente, para análise de água (17). Por isso, foi<br />

pesquisado e desenvolvido um novo e eficiente método<br />

de extração de organofosforados da matriz leite<br />

bovino que pode ser usado não só como preparação<br />

prévia para o método qualitativo (enzimático), mas também<br />

para o método quantitativo de cromatografia a gás<br />

(confirmação da presença da substância).<br />

Extração<br />

O método de extração foi realizado em amostras<br />

de leite UHT orgânico integral. Para isso, extratos das<br />

amostras foram inicialmente testadas quanto à presença<br />

de inibidores da AChE e, caso negativo, fortificadas<br />

com parationa metílica (agrotóxico referência para o kit<br />

enzimático) e clorpirifós que, segundo as monografias da<br />

ANVISA (15), é permitido na gordura do leite como resíduo<br />

não intencional na concentração de 0,01 µg/mL.<br />

A 10 mL de leite, adicionou-se 10 mL de acetonitrila<br />

(grau HPLC), agitou-se fortemente por 30s e centrifugouse<br />

a 3.000 rpm por 10 min para a remoção das proteínas<br />

do leite (28). Em seguida, transferiu-se o sobrenadante<br />

para tubo limpo e acrescentou-se 10 mL de acetato de<br />

etila (grau HPLC) e 8g de sulfato de sódio anidro, para<br />

retirada da água. Agitou-se fortemente por pelo menos<br />

1 min e centrifugou-se a 3.000 rpm por 15 min, para a<br />

perfeita separação das fases. Coletou-se 1 0mL da fase<br />

acetato de etila (superior) e evaporou-se até à secura<br />

(35ºC). O resíduo foi dissolvido em n-hexano (5 mL)<br />

e extraído com duas porções de 10 mL de acetonitrila<br />

saturada com n-hexano (29). Adicionou-se, então, sob<br />

agitação, 8g de sulfato de sódio anidro. Após filtração<br />

em papel de filtro qualitativo (30), o extrato foi evaporado<br />

em corrente de nitrogênio até a completa secagem, em<br />

banho-maria com temperatura ajustada entre 35 e 40ºC.<br />

Foram também preparados controles nos quais a amostra<br />

de leite foi substituída por 10 mL de água pura.<br />

Dosagem da acetilcolinesterase<br />

Utilizou-se uma modificação do método de Ellman<br />

(16), conforme descrito a seguir. O resíduo de evaporação<br />

do solvente foi dissolvido em 0,25mL da preparação<br />

enzimática convenientemente diluída conforme<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

instruções do kit. Agitou-se fortemente e incubou-se<br />

durante 120min a 37ºC. À preparação incubada, adicionou-se<br />

0,5mL da solução do reagente de cor ditionitrobenzoato<br />

(dTNB) e, em seguida, 0,5mL da solução<br />

do substrato acetiltiocolina. Após a mistura, a solução<br />

foi imediatamente transferida para cubeta de 1,0mL de<br />

espectrofotômetro (Shimadzu mod. 160 A), procedendo-se<br />

à leitura da absorvância em 412nm no módulo<br />

cinético por 3 min. A atividade enzimática foi expressa<br />

em variação da absorvância por min (ΔA/min). Os controles<br />

(100% de atividade) foram preparados a partir de<br />

extratos de leite previamente identificados como não<br />

contaminados por inibidores da AChE e apresentaram<br />

atividades em torno de 0,1 ΔA/min, que se mostraram<br />

iguais às obtidas quando a extração é feita diretamente<br />

a partir de água pura.<br />

Método cromatográfico<br />

As condições cromatográficas foram estabelecidas<br />

pelo laboratório de Resíduos de Agrotóxicos do INCQS<br />

que constam do POP nº 65.3120.081 (31) e estão transcritas<br />

nesse manuscrito. Foi utilizado o cromatógrafo a<br />

gás 14A (shimadzu), equipado com o detector fotométrico<br />

de chama (FPd- Flame Photometric Detector) modelo<br />

14B - Shimadzu, seletivo para análises de substâncias<br />

contendo enxofre e/ou fósforo, com sistema de<br />

injeção automático. As temperaturas do detector e do<br />

injetor foram de 290ºC e 230ºC, respectivamente. Foi<br />

usada a coluna capilar dB-5MS com 30m de comprimento,<br />

0,25 mm de diâmetro e 0,25 µm de espessura<br />

do filme. A vazão foi mantida constante em 1 mL/min,<br />

usando-se como gás de arraste o Hélio. Programação<br />

de temperatura do forno: 170ºC, 1min (25ºC/min);<br />

180ºC, 1min (1ºC/min); 230ºC, 0min (1ºC/min); 260ºC,<br />

5min (5ºC/min); 280ºC, 5min (20ºC/min). O extrato seco<br />

proveniente da evaporação do combinado de acetonitrila<br />

descrito anteriormente (método de extração) foi<br />

dissolvido em 0,25mL de acetato de etila. desse volume,<br />

transferiu-se uma alíquota de 0,1 mL para “vial”<br />

de vidro com “insert”. Foram aplicados 2,5 µL dessa<br />

alíquota na coluna cromatográfica.<br />

Validação do método e avaliação dos critérios de<br />

desempenho<br />

A validação do método de extração e detecção<br />

baseou-se em vários documentos encontrados na literatura<br />

científica (32-40). A norma ABNT-NBR ISO/IEC<br />

17025 (36) define validação de método como “a confirmação,<br />

mediante exame e o fornecimento de provas<br />

cabais de que são respeitados os requisitos específicos<br />

para uma determinada utilização pretendida”.<br />

47


Artigo<br />

Segundo a EURACHEM (32), os parâmetros de desempenho<br />

para métodos qualitativos que devem ser<br />

avaliados são a confirmação da identificação, a sensibilidade,<br />

a seletividade/especificidade e a precisão.<br />

O limite de detecção do método proposto foi determinado<br />

em amostras de leite orgânico contendo, progressivamente,<br />

quantidades menores dos agrotóxicos<br />

(parationa metílica e clorpirifós) até que não se conseguisse<br />

mais detectar, de modo confiável, a presença<br />

dos mesmos. Os valores obtidos de atividade enzimática<br />

(ΔA/min a 412nm) foram avaliados quanto à presença<br />

de valores aberrantes “outliers”, pela aplicação do<br />

teste de Grubbs (G calculado < G tabelado ).<br />

O estudo da recuperação de parationa metílica e<br />

clorpirifós em amostras de leite fortificadas por diferentes<br />

concentrações dessas substâncias permitiu a determinação<br />

da exatidão do método, pela comparação<br />

entre concentração real adicionada com aquela obtida<br />

experimentalmente. A recuperação para cada nível de<br />

fortificação foi calculada através da seguinte equação:<br />

Recuperação (%) =<br />

Equação 1<br />

Onde: C exp. = concentração determinada experimentalmente<br />

e<br />

C real = concentração de fortificação da amostra.<br />

A precisão foi medida sob condições repetitivas para<br />

cada concentração<br />

estudada e expressa pelo coeficiente de variação (CV%)<br />

calculado através da equação:<br />

CV%= (s/ x ) x 100 Equação 2<br />

Onde: x = média das atividades obtidas (ΔA/min) para<br />

cada concentração S= desvio padrão<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

C exp.<br />

C real<br />

X 100<br />

A vantagem do uso de métodos de triagem em programas<br />

de monitoramento de contaminantes químicos no<br />

leite já foi demonstrada no trabalho realizado pelo INCQS<br />

e a VISA municipal do Rio de Janeiro, em que a presença<br />

de resíduos de antibióticos (betalactâmicos, tetraciclinas e<br />

estreptomicina) foi avaliada em 57 amostras de leite pasteurizado<br />

e, em 37 delas, detectou-se a presença de antibióticos<br />

diversos. Os resultados mostraram a necessidade<br />

da implementação de um programa de monitoramento de<br />

resíduos de medicamentos veterinários nas diferentes formas<br />

de apresentação do leite bovino (41).<br />

dentre os trabalhos publicados sobre a detecção<br />

da presença de organofosforados em leite bovino<br />

(13,28-30,42-47), alguns envolvem o monitoramento<br />

do leite consumido (13, 29, 43, 45, 47), os restantes<br />

são estudos de métodos de extração e quantificação<br />

de OFs que não utilizam solventes tóxicos (45) ou<br />

envolvem análises rápidas e simples (28, 30, 42, 43).<br />

No entanto, todos os trabalhos citados utilizaram<br />

análises quantitativas feitas através da cromatografia<br />

em fase gasosa ou líquida, que envolvem longo<br />

tempo nas etapas iniciais de preparação das amostras,<br />

maior quantidade de reagentes e instrumentação<br />

dispendiosa, o que eleva substancialmente o<br />

custo final das análises.<br />

Na busca de biomarcadores para serem usados<br />

como indicadores de contaminação ambiental, ocupacional<br />

e alimentar, a atividade da enzima AChE<br />

é considerada como um dos mais antigos (48). Os<br />

agrotóxicos OFs e os carbamatos são compostos<br />

conhecidamente anticolinesterásicos. Outras classes,<br />

como o organoclorado endosulfano (48,49) e o<br />

piretroide deltametrina (<strong>50</strong>) também foram avaliados<br />

quanto a essa característica, sem que diferenças<br />

significativas de inibição da AChE fossem encontradas,<br />

corroborando a especificidade dessa enzima<br />

em relação aos OF e carbamatos.<br />

O ensaio enzimático aqui proposto, primeiramente<br />

desenvolvido para análise de água, frutas e hortaliças,<br />

foi adaptado para análise de organofosforados<br />

em leite, matriz que contém uma proporção de<br />

gorduras bem maior do que aquelas já testadas. Os<br />

resultados obtidos demonstraram que, para o leite<br />

integral, o método é sensível e capaz de detectar,<br />

com segurança, a partir do nível de 5ng/mL tanto<br />

a parationa metílica quanto o clorpirifós, como demonstrado<br />

na Figura 1 e na Tabela 1.<br />

Observando-se as recuperações calculadas na<br />

Tabela 2, verifica-se que, para o clorpirifós, foram<br />

obtidos valores superiores aos 120% de recuperação,<br />

limite recomendado pelo documento do dG<br />

SANCO (40), apenas para a concentração de 5ng/<br />

mL, que se situa abaixo do LMR para esse agrotóxico.<br />

Portanto, o método demonstrou ser preciso,<br />

exato e adequado para o clorpirifós. Considerando<br />

a parationa metílica, valores de recuperação superiores<br />

aos 120% e coeficientes de variação acima de<br />

20% foram encontrados para as concentrações de<br />

fortificação de 10 e 100ng/mL, demonstrando que,<br />

para esse agrotóxico, o método foi pouco preciso e<br />

pouco exato, embora tenha apresentado o indicador<br />

de desempenho (sensibilidade) apropriado.<br />

48 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Tabela 1. Percentagem de inibição da enzima AChE pela parationa metílica e clorpirifós em leite orgânico integral<br />

Conc.<br />

(ng/ml)<br />

<br />

% inibição<br />

da AChE por<br />

parationa<br />

metílica *<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

% inibição<br />

da AChE por<br />

clorpirifós*<br />

0 0 0<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

log<br />

conc.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

log conc. (calculado)<br />

parationa metílica**<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

log conc. (calculado)<br />

clorpirifós**<br />

Conc. Calculada<br />

Parationa<br />

metílica (ng/ml)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Conc.<br />

calculada<br />

clorpirifós<br />

(ng/ml)<br />

5 30,4 24,5 0,698 0,599 0,787 3,97 6,1<br />

10 56,2 37,7 1,0 1,118 1,0346 13,1 10,8<br />

25 X 59,2 1,397 x 1,437 x 27,4<br />

<strong>50</strong> 85,4 75,6 1,698 1,704 1, 744 <strong>50</strong>.6 55.5<br />

100 97,1 88 2,0 1,939 1,976 87 94,7<br />

* Média de três diferentes experimentos.<br />

** os log conc. calculados foram obtidos aplicando-se as equações da figura 1B.<br />

Figura 1. Curva de inibição da AChE por parationa metílica e clorpirifós em leite. Amostras de leite orgânico integral fortificadas com esses<br />

agrotóxicos foram avaliadas, após extração, quanto a inibição da atividade da AChE. As concentrações dos pesticidas indicadas no gráfico A<br />

(em ng/ml) correspondem às concentrações de fortificação. O gráfico B representa as determinações das equações das retas a partir desses<br />

mesmos dados e dos IC <strong>50</strong> para parationa metílica e clorpirifós, que foram iguais a 9,8 e 18ng/mL, respectivamente. Cada ponto representa a<br />

média de 3 diferentes experimentos<br />

Tabela 2. Recuperações e coeficientes de variação calculados para leite orgânico integral após fortificação com parationa metílica e clorpirifós*<br />

Agrotóxico Fortificação (ng/ml) Recuperação (%) CV (%)<br />

Parationa metílica (n=3)<br />

Clorpirifós (n=3)<br />

5 112,2 8,1<br />

10 261,7 29,7<br />

100 384,5 25<br />

5 127,7 4,5<br />

10 73,1 2,8<br />

25 109,4 5,1<br />

<strong>50</strong> 108,5 8,2<br />

100 91,4 19,3<br />

49


Artigo<br />

O clorpirifós somente foi detectado por cromatografia<br />

gasosa a partir de 10ng/mL, o que, dada a concentração<br />

de 40 vezes efetuada durante a extração, corresponde<br />

a uma concentração injetada entre 300 e 1100<br />

mV<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

mV0<br />

4<br />

20 40 60 80<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

0 20 40 60 80<br />

ng/mL, ou seja, dentro da faixa de calibração utilizada<br />

pelo método cromatográfico desenvolvido e validado<br />

pelo Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos do departamento<br />

de Química do INCQS (31) (Figuras 2 e 3).<br />

Atten:2<br />

mV<br />

Atten:2<br />

4<br />

Figura 2. Sobreposição dos cromatogramas da amostra branco de leite e amostra branco de leite fortificada com parationa<br />

metílica e clorpirifós a 10 ng/ml<br />

mV<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Amostra Branco de Leite<br />

Amostra Branco de Leite<br />

Fortificada com Parationa Metílica<br />

mV0 20 40 60 80 min<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Padrão Clorpirifós<br />

em água 10 ng/ml<br />

Branco de água<br />

Tempo de<br />

Retenção =<br />

38,607 min<br />

Figura 3. Sobreposição dos cromatogramas de branco de água e branco de solvente fortificados com clorpirifós a 10 ng/ml<br />

Atten:2<br />

<strong>50</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

0<br />

mV<br />

4<br />

20 40<br />

Amostra Branco de Leite<br />

60 80 min<br />

3<br />

Fortificada com Clorpirifós<br />

2<br />

1<br />

0<br />

mV<br />

1.0<br />

0.5<br />

Amostra Branco de Leite<br />

0 20 40 60 80 min<br />

0 20 40 60 80 min<br />

mV<br />

1.0<br />

0.5<br />

0 20 40 60 80 min 0 20 40 60 80 min<br />

0<br />

0<br />

Padrão Clorpirifós em<br />

acetato de etila 10 ng/ml<br />

Branco de solvente<br />

Tempo de<br />

Retenção =<br />

38,463 min<br />

Atten:0


No teste enzimático, seja qual for o agrotóxico inibidor<br />

presente na amostra de leite, o resultado deve<br />

ser expresso em “equivalentes” (ng/mL) de clorpirifós,<br />

escolhido como o organofosforado de referência,<br />

não só devido ao seu desempenho nessa matriz,<br />

mas também por atender à legislação brasileira, que<br />

definiu um LMR para esse OF no leite bovino. O laboratório<br />

que desejar utilizar o método em amostras<br />

desconhecidas de leite deverá construir, inicialmente,<br />

uma curva padrão de inibição por clorpirifós similar<br />

a mostrada na figura 1. As amostras que apresentarem<br />

resultados positivos (concentração igual ou<br />

maior que o LMR) poderão ser encaminhadas para<br />

confirmação por análise cromatográfica.<br />

CONCLUSÕES<br />

No presente trabalho, o principal objetivo atingido foi<br />

o de verificar a viabilidade da utilização da atividade da<br />

AChE como biomarcador em programas de monitoramento<br />

da qualidade de um alimento gorduroso, o leite bovino.<br />

Foi possível desenvolver um procedimento de preparo de<br />

amostra que permitiu a triagem de organofosforados em<br />

leite utilizando o kit desenvolvido originalmente para análise<br />

de água. Além disso, o método de extração desenvolvido<br />

pode ser empregado, também, para confirmação de<br />

resultados por cromatografia.<br />

O kit de inibição enzimática demonstrou ser apropriado<br />

para utilização em programas de monitoramento quanto à<br />

R E F E R ê N C I A S<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

presença de agrotóxicos OFs no leite, permitindo a avaliação<br />

de grande número de amostras. Esse kit também<br />

pode ser utilizado como ferramenta para normatização<br />

dos limites de tolerância dos resíduos de agrotóxicos desse<br />

grupo químico para o leite bovino, já que a Instrução<br />

Normativa 51 (IN 51) (51) não regulamenta essa classe de<br />

substâncias, referindo-se, apenas, às análises físico-químicas,<br />

microbiológicas, CCS e de resíduos de antibióticos<br />

com enfoque nas perdas industriais (52).<br />

Os métodos propostos de extração e detecção<br />

apresentaram eficiência e sensibilidade adequadas<br />

para o monitoramento de resíduos do organofosforado<br />

clorpirifós no leite bovino sendo apropriados quanto<br />

à seletividade, já que outras classes de agrotóxicos,<br />

como organoclorados e piretroides, não inibem significativamente<br />

a atividade dessa enzima.<br />

O limite de detecção (LOd) de 5ng/mL obtido para<br />

clorpirifós etil, mostrou que o teste é sensível por ter<br />

um LOd abaixo do LMR de 10 ng/mL previsto na legislação<br />

brasileira.<br />

Os valores de recuperação e de CV(%) calculados<br />

para o clorpirifós estão de acordo com o estabelecido<br />

pelo documento dG SANCO (40), demonstrando a<br />

adequação do método a sua finalidade. O método se<br />

mostrou em concordância com o estabelecido pela organização<br />

internacional AOAC (39), o guia EURACHEM<br />

(32) e a norma ABNT-NBR ISO/IEC 17025 (36), para as<br />

análises qualitativas do agrotóxico organofosforado<br />

clorpirifós em leite.<br />

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51


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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

53


Artigo<br />

EMPREGO DE RESÍDUO DE BAGAÇO CANA DE<br />

AÇÚCAR DESCARTADO POR USINAS DE ÁLCOOL<br />

COMO AGENTE REMOVEDOR DE PARACETAMOL<br />

EM MEIO AQUOSO SOB AGITAÇÃO<br />

RESUMO<br />

A frequente contaminação dos recursos hídricos com fármacos poluentes estimula<br />

o desenvolvimento de metodologias para a remoção destas substâncias do ambiente<br />

aquático. O paracetamol, uma substância hepatotóxica, tem sido encontrada<br />

com frequência em águas de abastecimento. Entre os processos de descontaminação<br />

um dos que mais de destacam é a adsorção empregando adsorventes naturais<br />

ou sintéticos. Neste trabalho, investigou-se a capacidade do bagaço de cana<br />

de açúcar em remover paracetamol presente em soluções aquosas sob condições<br />

de agitação. Os dados obtidos, somados à grande disponibilidade e baixo custom<br />

deste adsorvente, sugerem o mesmo como uma possível alternativa para remoção<br />

de paracetamol presente nos recursos hídricos em concentrações de ng/L.<br />

Palavras-chave: Bagaço de Cana de Açúcar. Paracetamol. Adsorção.<br />

SUMMARY<br />

The frequent contamination of water resources with drugs stimulates the development<br />

of methodologies aimed at removing these compounds in the environment.<br />

Paracetamol an analgesic widely used and commonly found in aquatic environments,<br />

can cause liver injury, nephrotoxicity, gastrointestinal complications and<br />

hepatitis. Among the decontamination procedures that most stands out for being<br />

an efficient and economical method is adsoption usind bioadsorbents. This study<br />

investigated the ability of sugar cane bagasse (SCB) to remove paracetamol present<br />

in under agitation aqueous medium. The results suggest the SCB as a possible<br />

alternative for removal of paracetamol (ng/L) from water supply under conditions of<br />

agitation.<br />

Keywords: Sugar Cane Bagasse. Paracetamol. Adsorption.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A contaminação dos recursos hídricos com antibióticos<br />

(1,2) hormônios, psicotrópicos (3), analgésicos<br />

(4) , antipiréticos (5) e anti-inflamatórios (6) tem atraído<br />

grande atenção para os impactos gerados (7) e potenciais<br />

efeitos adversos para a saúde humana (8,9).<br />

A maioria dos poluentes farmacêuticos é introduzida no<br />

meio ambiente aquático através dos esgotos domésticos<br />

(10,4), efluentes de indústrias (11), hospitais (12) e postos<br />

Marciela Belisário 1 ,<br />

Rodrigo M. Galazzi 1,3 ,<br />

Daniele C. Balthazar 1 ,<br />

Madson G. Pereira 2 ,<br />

Araceli V. F. N. Ribeiro 1,3 e<br />

Joselito N. Ribeiro 1*<br />

1* Laboratório de Pesquisa<br />

em Química Aplicada-LPQA,<br />

Departamento de Ciências<br />

Fisiológicas, Núcleo de<br />

Biotecnologia, Universidade<br />

Federal do Espírito Santo,<br />

Campus Maruípe<br />

2 Departamento de Ciências<br />

Exatas e da Terra - Universidade<br />

Estadual da Bahia, Campus<br />

Salvador-BA<br />

3 Instituto Federal do Espírito<br />

Santo, Campus Vitória-ES<br />

*Correspondência:<br />

nariber@ig.com.br<br />

de saúde (13). Normalmente esses fármacos estão presentes<br />

em concentrações na natureza na ordem de µg L -1<br />

ou ng L -1 (6). No entanto, mesmo doses pequenas destas<br />

substâncias podem causar efeitos colaterais inesperados<br />

(14). A ausência de procedimentos eficazes para a remoção<br />

desses compostos nas estações de tratamento de<br />

água torna constante a presença dos mesmos nas águas<br />

de consumo doméstico (15,16).<br />

54 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Entre as classes de medicamentos mais utilizadas<br />

pela população brasileira, os analgésicos e anti-inflamatórios<br />

são os que mais se destacam, sendo amplamente<br />

consumidos, com ou sem prescrição médica<br />

(17). Entre eles, o paracetamol destaca-se em função<br />

de sua considerável toxicidade para o homem (18,19).<br />

Essa crescente preocupação com o impacto de fármacos<br />

sobre o meio ambiente tem levado órgãos fiscalizadores<br />

do governo brasileiro a propor formas de manipulação<br />

e de descarte dos resíduos advindos dos serviços de saúde.<br />

No entanto estas medidas quase nunca são empregadas<br />

e, além disso, os esgotos domésticos costumam<br />

não receber tratamentos adequados para a eliminação de<br />

fármacos (4). Diante desta realidade faz-se necessária a<br />

busca por procedimentos eficientes e economicamente viáveis<br />

para a descontaminação de ambientes poluídos com<br />

este tipo de substância (20,21).<br />

Dentre os processos de descontaminação mais promissores<br />

para emprego em meios aquáticos, destacase<br />

o uso de bioadsorventes (22) tais como serragem<br />

de madeira (23), bagaço de cana (24), sabugo de milho<br />

(25), plantas aquáticas (26), esponja vegetal (27), mesocarpo<br />

do côco (28) e casca de banana (23).<br />

Este trabalho teve como finalidade avaliar a capacidade<br />

do bagaço de cana de açúcar (BCA) em adsorver<br />

paracetamol presente em soluções aquosas sob condição<br />

de leito sob agitação (LSA). Esta avaliação foi realizada<br />

através da determinação da capacidade máxima<br />

adsortiva do BCA em LSA (CMA LSA ). A condição de LSA<br />

simula as etapas de mistura rápida e floculação em uma<br />

estação de tratamento de água para consumo doméstico.<br />

Nestas etapas, a água permanece sob agitação<br />

constante onde se sugere a aplicação do BCA como<br />

agente removedor do paracetamol (29).<br />

O BCA possui ampla disponibilidade no Brasil, estimando-se<br />

uma produção anual de 5 a 12 milhões de toneladas<br />

(30). Assim, este trabalho objetiva não só a remoção de paracetamol<br />

em estações de tratamento de água, mas também<br />

um destino alternativo para a grande quantidade de<br />

BCA produzida, evitando seu acúmulo no meio ambiente.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Materiais<br />

O BCA foi obtido da usina de álcool DISA, situada<br />

ao norte do Estado do Espírito Santo no Município de<br />

Conceição da Barra. O paracetamol foi obtido da Farma<br />

Derm (Vitória-ES, Brasil), o ácido clorídrico foi obtido<br />

da Vetec (Duque de Caxias-RJ, Brasil) e o hidróxido<br />

de sódio da Dinâmica (Diadema-SP, Brasil).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Os equipamentos utilizados foram: Balança analítica<br />

(Shimadzu Modelo AY 220), espectrofotômetro UV/Vis<br />

(Biospectro Modelo SP-220), pHmetro (PHTEK), agitador<br />

magnético (Nova Ética e Biomixer), estufa (Quimis Modelo<br />

Q-317 B), liquidificador industrial (FAET), ultrassom<br />

(Ultracleaner 1400), microscópio eletrônico de varredura<br />

(SHIMADZU, modelo SSX 5<strong>50</strong>), metalizador (SHIMADZU,<br />

modelo IC-<strong>50</strong> Ion Coarter), instrumento automático de fisissorção<br />

(Autosorb-1, Quantachrome Instruments), e peneiras<br />

de granulometrias específicas (Granutest).<br />

Métodos<br />

Preparo do adsorvente<br />

Para a remoção da maior quantidade possível de interferentes<br />

no BCA, o mesmo foi lavado em água (pH<br />

7,0) com posterior secagem em estufa (60°C) durante<br />

15 horas. Em seguida, o BCA foi triturado em liquidificador<br />

industrial para obtenção de partículas com granulometria<br />

≤ 1,19 mm. O armazenamento foi realizado<br />

em recipientes de polietileno.<br />

Micrografias eletrônicas de varredura<br />

Para esta etapa, amostras de BCA foram recobertas<br />

por uma fina camada de ouro, por meio de metalizador, e<br />

posteriormente analisadas no microscópio eletrônico de<br />

varredura (MEV). Nesta análise, empregou-se um feixe<br />

de elétrons de 10 KV, o qual possibilitou a obtenção de<br />

micrografias da estrutura física da superfície do BCA.<br />

Determinação da área superficial e porosidade (ASP) do BCA<br />

Amostras de BCA foram analisadas pela isoterma<br />

de adsorção/dessorção de N 2 a 77 K em diferentes<br />

tempos, mediante o uso de instrumento automático<br />

de fisissorção. Este equipamento operou com um programa<br />

para cálculo da área superficial do material e do<br />

tamanho médio dos poros, de acordo com Brunauer-<br />

Emmett-Teller, BET (31).<br />

Estudo de adsorção em LSA<br />

Esta etapa teve como objetivo avaliar a capacidade<br />

de adsorção de paracetamol por BCA em LSA em escala<br />

laboratorial. Dois exemplos LSA em estações de<br />

tratamento de água são: etapa de mistura rápida e de<br />

floculação. Em tais etapas poderia haver a possibilidade<br />

do emprego de BCA.<br />

Nesta etapa foram avaliadas as influências dos seguintes<br />

fatores na adsorção de paracetamol por BCA:<br />

pH da solução de paracetamol, tempo de agitação da<br />

solução de paracetamol contendo BCA, massa do BCA<br />

e concentração de paracetamol. A quantificação do<br />

55


Artigo<br />

paracetamol adsorvido, em todas as etapas, foi realizada,<br />

indiretamente, através da análise de absorbância<br />

(λ = 2<strong>50</strong> nm) do paracetamol não adsorvido, presente<br />

no sobrenadante, após eliminação de BCA por filtração<br />

empregando-se papel de filtro quantitativo. Os dados<br />

fornecidos por estas análises permitiram a obtenção da<br />

CMA LSA . Para o cálculo da mesma empregou-se a Isoterma<br />

de Langmuir (32).<br />

Influência do pH<br />

Para este procedimento foi adicionado 1 g de BCA<br />

em 100 mL de soluções aquosas contendo paracetamol<br />

5 μM em diferentes pHs (4, 7 e 10). Este sistema<br />

foi mantido sob agitação magnética durante 20 min a<br />

200 rpm. Em seguida determinou-se a porcentagem de<br />

paracetamol adsorvido como descrito anteriormente.<br />

Influência do tempo de agitação<br />

Para este procedimento foi adicionado 1 g de BCA<br />

em 100 mL de soluções aquosas contendo paracetamol<br />

5 μM em pH 7,0. Este sistema foi mantido sob agitação<br />

magnética, a 200 rpm, em diferentes intervalos de tempo<br />

(1, 5, 10, 20, 30 e 40 min). Em seguida determinouse<br />

a porcentagem de paracetamol adsorvido.<br />

Influência da massa do bioadsorvente<br />

Para otimização da massa adicionaram-se 0,05; 0,5;<br />

1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0 g de BCA em 100 mL da solução<br />

de paracetamol 5 μM (pH 7,0). Este sistema foi mantido<br />

sob agitação magnética (200 rpm), durante 20 min.<br />

Posteriormente determinou-se a porcentagem de paracetamol<br />

adsorvido.<br />

A<br />

Influência da concentração de paracetamol<br />

Nesta etapa adicionou-se 1 g de BCA em 100 mL da<br />

solução de paracetamol em diferentes concentrações<br />

(1 ; 5; 20; 40; 60; 80 e 100 μM) do mesmo. Posteriormente<br />

manteve-se o sistema sob agitação magnética<br />

(200 rpm), durante 20 min. Em seguida determinou-se a<br />

porcentagem de paracetamol adsorvido.<br />

Determinação da CMA LSA<br />

Empregando-se os dados obtidos na etapa de influência<br />

da concentração construiu-se a isoterma para<br />

a adsorção do paracetamol em BCA seguindo-se o<br />

Modelo Matemático de Langmuir. A construção da isoterma<br />

possibilitou verificar graficamente a quantidade<br />

máxima de matéria do adsorbato (paracetamol) que foi<br />

adsorvida em uma dada massa do adsorvente (BCA).<br />

Esta quantidade é representada pela CMA LSA (33).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Análises de BCA por MEV e ASP<br />

As imagens de BCA obtidas por MEV (Figura 1) revelam<br />

que a superfície de BCA apresenta-se lisa e com poros de<br />

aproximadamente 1 µm de diâmetro (macroporos).<br />

Assim como a morfologia, a área superficial e a<br />

porosidade do material adsortivo podem estar associadas<br />

à sua eficiência na remoção de poluentes. A<br />

acessibilidade das moléculas do adsorbato aos poros<br />

do adsorvente está diretamente ligada ao tamanho<br />

e forma desses poros (34) que, segundo a IUPAC<br />

(International Union of Pure and Applied Chemistry),<br />

Figura 1. Micrografias eletrônicas de varredura da superfície do BCA (partículas ≤ 1,19 mm). A e B correspondem ao aumento de <strong>50</strong>0 e 3000<br />

vezes, respectivamente<br />

56 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

B


são classificados em: microporos (diâmetro < 2 nm),<br />

mesoporos (diâmetro de 2 a <strong>50</strong> nm) e macroporos<br />

(diâmetro > <strong>50</strong> nm) (35).<br />

As análises por ASP do BCA apresentaram os resultados<br />

de 1,49 m 2 g -1 para a área superficial e distribuição<br />

de poros em forma de macroporos (poros ><br />

<strong>50</strong> nm). A área superficial do BCA pode ser considerada<br />

baixa quando comparada à do carvão ativado,<br />

que possui em média de 30 a 1487 m 2 g -1 de área superficial<br />

(36). No entanto, Yurtsever e Sengil (2009),<br />

utilizando resinas contendo taninos na remoção de<br />

Pb (II), demonstraram que tais resinas apresentaram<br />

altas CMAs mesmo com áreas superficiais baixas.<br />

A razão destes resultados pode estar associada às<br />

interações dos íons chumbo com grupos funcionais<br />

das resinas e não somente com a deposição deste<br />

poluente nos poros do adsorvente.<br />

Apesar de apresentar baixa área superficial e poros<br />

distribuídos principalmente na forma de macroporos,<br />

os resultados apresentados a seguir revelam<br />

que as partículas de BCA exibem considerável potencial<br />

adsortivo. Isto se deve provavelmente à formação<br />

de monocamadas do poluente na superfície<br />

do material, em virtude principalmente do possível<br />

grande número de grupos funcionais que favorecem<br />

a adsorção. Isto porque adsorventes como o BCA<br />

são biopolímeros naturais constituídos principalmente<br />

de celulose, hemicelulose e lignina em proporções<br />

variadas, dependentes das propriedades<br />

do solo e, principalmente da maturidade da planta.<br />

Segundo Meza e colaboradores, 2006, a cana-deaçúcar<br />

é composta de cerca de <strong>50</strong>% celulose, 25%<br />

hemicelulose e 25% lignina (39). Análises de infravermelho,<br />

destes biopolímeros revelaram que os<br />

mesmos possuem grupamentos importantes na interação<br />

com adsorbatos como: C=O, -C-H n , OH e<br />

anéis aromáticos (40,41). Observando-se a estrutura<br />

do paracetamol (Figura 2), sugere-se que o mesmo<br />

possa interagir fracamente com os grupos funcionais<br />

presentes nos biopolímeros que compõem o BCA.<br />

HO<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

H<br />

Figura 2. Estrutura molecular do paracetamol<br />

N C<br />

O<br />

CH 3<br />

Estudo de adsorção em LSA<br />

Influência do pH<br />

O pH é um dos parâmetros que mais afeta ao processo<br />

adsortivo, isso porque está diretamente relacionado<br />

à carga da superfície do adsorvente e ao grau de<br />

ionização das espécies do adsorbato (42). Sendo assim,<br />

a captura do poluente depende da propriedade ácidobase,<br />

dos grupos funcionais presentes na superfície do<br />

material adsortivo e do adsorbato (43).<br />

O pH ótimo em um processo adsortivo está sujeito<br />

tanto ao tipo de poluente quanto ao adsorvente em estudo<br />

(44) . Devido a isso, o valor de pH ótimo para a adsorção<br />

do paracetamol em BCA foi determinado. A adsorção<br />

de paracetamol em BCA em função do pH está<br />

representada na Figura 3. Observa-se que as maiores<br />

adsorções de paracetamol ocorreram nos pHs 4,0 e<br />

7,0. Sabendo-se que a faixa de pH aceitável para águas<br />

de abastecimento está entre 6,0 a 9,5 (45), adotou-se o<br />

pH 7,0 em todas as etapas desta investigação.<br />

Adsorção de Paracetamol em BCA (%)<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

4 7 10<br />

pH<br />

Figura 3. Porcentagem de adsorção de paracetamol em BCA<br />

em função do pH<br />

Influência do tempo de agitação<br />

O tempo de agitação está relacionado à distribuição<br />

do soluto no processo adsortivo. Em um tempo de agitação<br />

adequado, obtém-se uma mistura uniforme entre<br />

o adsorbato e o adsorvente de modo a atingir o equilíbrio<br />

de adsorção (46). Sugere-se então, caso um dado<br />

adsorvente seja aplicado em uma etapa de agitação na<br />

estação de tratamento de água, que o tempo de agitação<br />

seja levado em consideração.<br />

57


Artigo<br />

A adsorção do paracetamol por BCA (Figura 4) aumenta<br />

com o aumento do tempo de agitação e torna-se<br />

constante a partir de 20 min. Presume-se que nesse<br />

tempo, o equilíbrio de adsorção do paracetamol tenha<br />

sido atingido.<br />

Adsorção de Paracetamol em BCA (%)<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />

Tempo de agitação (min)<br />

Figura 4. Porcentagem de adsorção de paracetamol em BCA em<br />

função do tempo de agitação<br />

Estudos utilizando o BCA na remoção de pesticidas<br />

demonstraram que aumentando-se o tempo de contato<br />

entre o adsorbato e o adsorvente, aumenta-se a porcentagem<br />

de remoção dos poluentes, até que o equilíbrio<br />

seja atingido e a porcentagem de remoção tornase<br />

constante (47).<br />

Arruda e Tarley, 2003, em estudos utilizando esponja<br />

vegetal na remoção de metais pesados, avaliaram a<br />

influência dos tempos de 20, 35 e <strong>50</strong> min no processo<br />

adsortivo, optando pela utilização do tempo de agitação<br />

de 20 min para realização dos testes de adsorção,<br />

uma vez que a partir desse tempo não observaram alterações<br />

significativas na adsorção dos metais (33).<br />

Influência da massa do bioadsorvente<br />

De acordo com os resultados expostos na Figura 5,<br />

o aumento da massa de BCA acarretou em um aumento<br />

na porcentagem de remoção de paracetamol. O melhor<br />

dado de adsorção foi obtido empregando-se 1,0 g<br />

de BCA. A partir deste ponto o aumento da massa do<br />

bioadsorvente não influenciou na taxa de remoção do<br />

fármaco. Segundo Mall e colaboradores tal fato poder<br />

ser explicado, pois, aumentando-se a massa do adsorvente<br />

há um aumento na área de superfície e nos sítios<br />

ativos do mesmo. Isto favorece um aumento na porcentagem<br />

de adsorção do poluente. No entanto, este<br />

aumento ocorre até que um equilíbrio seja estabelecido<br />

e o aumento da massa do adsorvente não influencie<br />

mais na taxa de adsorção (48).<br />

Figura 5. Adsorção de paracetamol por BCA em função da massa do<br />

bioadsorvente<br />

Influência da concentração de paracetamol<br />

O efeito da concentração do paracetamol em sua<br />

adsorção por BCA foi investigado com os parâmetros<br />

pH, tempo de agitação e massa do adsorvente otimizados.<br />

Nessa etapa observou-se que o aumento da concentração<br />

de paracetamol diminui a porcentagem de<br />

remoção desse fármaco por BCA (Figura 6). De acordo<br />

com alguns autores, uma provável explicação para este<br />

evento é o fato de que concentrações elevadas do poluente<br />

podem resultar na formação de agregados moleculares<br />

do mesmo (dímeros, trímeros entre outros). Esta<br />

Figura 6. Adsorção de paracetamol em BCA em<br />

função de sua concentração<br />

58 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Adsorção de Paracetamol em BCA (%)<br />

Adsorção de Paracetamol em BCA (%)<br />

80<br />

70<br />

60<br />

<strong>50</strong><br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0<br />

Massa de BCA (g)<br />

0<br />

0 10 20 30 40 <strong>50</strong> 60 70 80 90 100 110<br />

Concentração de Paracetamol (μM)


agregação modificaria as interações entre poluente e<br />

adsorvente, reduzindo a eficiência do processo adsortivo.<br />

Logo, para alguns poluentes, monômeros interagem<br />

melhor com o adsorvente do que agregados (14,49).<br />

Obtenção da CMA LSA<br />

A isoterma de adsorção é a relação entre a quantidade<br />

adsorvida do adsorbato e a sua concentração<br />

inicial. A partir da mesma, pode-se obter a CMA LSA , ou<br />

seja, a quantidade máxima de adsorbato adsorvida por<br />

grama do adsorvente em leito sob agitação (<strong>50</strong>).<br />

Para a construção da isoterma de adsorção, os resultados<br />

obtidos com a adsorção do paracetamol em diferentes<br />

concentrações do mesmo, foram tratados de acordo<br />

com o modelo matemático de Langmuir (Equação 1) (32):<br />

q = a x b x C eq x (1 + a x C eq ) (1)<br />

onde q é a quantidade adsorvida de paracetamol no<br />

adsorvente (μg g -1 ), a é a constante relacionada com a<br />

energia de adsorção, b é a capacidade máxima adsortiva<br />

(µg g -1 ) e C eq é a concentração de paracetamol em<br />

equilíbrio (μg L -1 ), respectivamente.<br />

Este modelo é freqüentemente utilizado na construção<br />

de isotermas de adsorção para aplicação em tratamento<br />

de águas e efluentes (51,52). A isoterma de adsorção de<br />

paracetamol em BCA está demonstrada na Figura 7.<br />

A linearização da isoterma de Langmuir (Figura 8) resultou<br />

na Equação 2. Tal equação permitiu a obtenção<br />

da CMA LSA (32).<br />

q Paracetamol (mg/g)<br />

0,07<br />

0,06<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,01<br />

C eq /q = (a x b) -1 + (b) -1 x C eq<br />

0 1 2 3 4 5<br />

Ceq Paracetamol (mg/L)<br />

6 7 8<br />

Figura 7. Isoterma de Langmuir para a adsorção de paracetamol<br />

em BCA sob condições de LSA<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

(2)<br />

Ceq/q Paracetamol (g/L)<br />

200<br />

1<strong>50</strong><br />

100<br />

<strong>50</strong><br />

0<br />

Figura 8. Isoterma de Langmuir Linearizada – LSA<br />

Deve-se ressaltar que (b) -1 , o inverso do coeficiente<br />

angular foi utilizado para calcular a CMA LSA de BCA<br />

obtendo-se o valor de 59,7 μg/g. Este valor pode ser<br />

considerado relevante, uma vez que a concentração de<br />

paracetamol encontrada em águas de abastecimento<br />

está na ordem de ng/L (7,53).<br />

De acordo com o resultado encontrado na obtenção<br />

da CMA LSA , o BCA não se mostrou tão eficiente em<br />

remover fármacos poluentes, quando comparado com<br />

o carvão ativado. No entanto, sua alta eficiência em remover<br />

outros poluentes orgânicos tem sido constatada<br />

por nosso e outros grupos (22,24). Isto revela que sua<br />

baixa porosidade e presença de macroporos não são<br />

fatores que se revelam como impedimento para o processo<br />

adsortivo, uma vez que este bioadsorvente é rico<br />

em grupamentos químicos capazes de interagir com<br />

adsorbatos poluentes (39,40,41). Além disso, o valor de<br />

CMA LSA = 59,7 μg/g obtido para o BCA em relação ao<br />

paracetamol pode ser considerado relevante. Isto porque<br />

a concentração deste fármaco poluente encontrada<br />

em águas de abastecimento está na ordem de ng/L<br />

(7,53). Outro fator de extrema relevância é o baixo custo<br />

e a alta disponibilidade do BCA (30).<br />

CONCLUSÃO<br />

y= a+bx<br />

y= 10,08815 + 16,73398 x<br />

CMA LSA = 59,7 μg/g<br />

0 2 4 6 8 10<br />

Ceq Paracetamol (mg/L)<br />

Diante dos dados apresentados neste trabalho, a<br />

grande disponibilidade e o baixo custo são fatores que<br />

sugerem o BCA como uma possível alternativa de adsorvente<br />

para remoção de paracetamol, em ng/L, de<br />

águas de abastecimento, em condições de agitação.<br />

12<br />

59


Artigo<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Ao Prof. Dr. Antonio Alberto Fernandes do Departamento<br />

de Física da UFES pelas análises de MEV.<br />

Ao Prof. Dr. Luciano Menini do IFES de Vitória-ES<br />

pelas análises de superfície e porosidade. À Fundação<br />

de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FA-<br />

R E f E R ê N C I A S<br />

PES) e à Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia<br />

do Município de Vitória-ES (FACITEC) pelo apoio financeiro<br />

ao Projeto de pesquisa do LPQA. A CESAN<br />

pelas amostras de efluente real e carvão ativado. À<br />

Usina de Álcool DISA e aos produtores da Região<br />

Central do Espírito Santo pelas amostras de BCA e<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

61


Artigo<br />

OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE<br />

CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS CATALÍTICOS<br />

EMPREGANDO FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X POR<br />

ENERGIA DISPERSIVA<br />

RESUMO<br />

O discernimento preciso das propriedades físico-químicas de um material catalítico<br />

é crucial para a sua utilização. Quando um catalisador é sintetizado, este deve<br />

passar por uma etapa de caracterização química, a fim de se realizar correlações<br />

entre a sua atividade catalítica e a sua estrutura. Dessa forma é possível determinar<br />

qual propriedade do catalisador permitiu o resultado esperado. Para análise e<br />

identificação dessas propriedades foi escolhido neste trabalho a fluorescência de<br />

raios-x por energia dispersiva, já que esta técnica de caracterização química permite<br />

análises não destrutivas de diversos tipos de amostras, além de sua alta acuidade<br />

e rapidez. Neste trabalho são apresentadas análises de diferentes tipos de<br />

catalisadores sujeitos a interferências comuns dessa técnica (tanto físicas quanto<br />

químicas), além do uso desta técnica de caracterização como uma ferramenta para<br />

o acompanhamento da coprecipitação, possibilitando desta forma, o conhecimento<br />

das melhores condições desses processos.<br />

Palavras-chave: Caracterização. Catalisadores. Fluorescências de Raios-X.<br />

SUMMARY<br />

The exact discernment of the physical-chemical properties of a catalytic material<br />

is crucial to it’s use. When a catalyst is synthesized, it needs a chemical characterization,<br />

to perform correlations between its catalytic activity and structure. In that<br />

way, it’s possible to determine the catalyst’s property that allowed the expected<br />

result. For analysis and identification of these properties, the x-ray fluorescence by<br />

dispersive energy’s technique was chosen in this work, once this technique allows<br />

non-destructive analysis of various types of samples, beyond it’s high accuracy and<br />

speed. In this work analysis of different samples are presented, all subject to normal<br />

interferences of this technique (both physical and chemical), beyond the use of this<br />

characterization technique as a tool to study the coprecipitation and the catalyst<br />

washing, so that allowing, the knowledge of the best process conditions.<br />

Keywords: Characterization. Catalysts. X-Ray. Fluorescence.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Para um controle de qualidade eficiente, é necessária<br />

uma avaliação precisa do produto, a fim de que este esteja<br />

dentro das especificações requisitadas e atenda adequadamente<br />

ao seu propósito. Caso os métodos utilizados na<br />

Eidi Marcelo Carneiro Kobayashi*<br />

Universidade Salvador – UNIFACS<br />

*Correspondência:<br />

eidi.marcelo@hotmail.com<br />

avaliação do material não possuam um alto grau de precisão<br />

e erros de análises insignificantes, toda a cadeia posterior<br />

à fabricação do produto será prejudicada. Neste trabalho<br />

em questão, o produto analisado foi diversos tipos<br />

62 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


de catalisadores. Estes são definidos como uma substância<br />

que, sem ser consumida durante a reação, aumenta a<br />

sua velocidade (RUSSELL, 2004).<br />

Pela larga utilização mundial e a grande importância<br />

para os processos em todas as áreas da indústria,<br />

os catalisadores são ferramentas indispensáveis para<br />

os processos atuais. Por este motivo, estes precisam<br />

passar por uma série de caracterizações que permitam<br />

estabelecer as suas características físico-químicas, e<br />

assim ter um controle nas propriedades do material assegurando<br />

a sua confiabilidade, para obtenção de produtos<br />

com alto valor agregado.<br />

Para análise e caracterização dos catalisadores foi<br />

realizado o estudo da influência de parâmetros físicos<br />

e químicos de amostras de catalisadores silicoaluminofosfatos<br />

e catalisadores óxidos preparados no Laboratório<br />

de Catálises III da UNIFACS. Pretende-se a<br />

otimização da caracterização de catalisadores (como<br />

ADZ-1, NaY, SAPO-5, SAPO-11, SAPO-Nb, e catalisadores<br />

a base de ferro), através da técnica de caracterização<br />

por EDX (Espectrômetro de energia dispersiva<br />

de raios-x), com o intuito de eliminar os possíveis erros<br />

provenientes da preparação das amostras, escolhas da<br />

matrizes e escolha adequada da curva de calibração,<br />

de forma a utilizar esta técnica como uma ferramenta<br />

de otimização na preparação de materiais catalíticos.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Materiais utilizados<br />

Foram utilizados três tipos de catalisadores para<br />

análise: Zeólitas, SAPO’s e óxidos mistos. Para a caracterização<br />

foi utilizado o equipamento espectrômetro<br />

de fluorescência de raios-x por energia dispersiva<br />

(EDX). Os mesmo estão descritos a seguir.<br />

Zeólitas<br />

Apresentados na Figura 1, os zeólitos são aluminossilicatos<br />

perfeitamente cristalinos, geralmente apresentam<br />

a fórmula M , Al O , zSiO , onde n é a valência do<br />

2/n 2 3 2<br />

cátion M e z pode variar entre dois e o infinito. Em relação<br />

a sua estrutura, esses catalisadores são polímeros<br />

cristalinos definidos num arranjo tridimensional de te-<br />

- traedros TO (SiO ou AlO ) ligados pelos seus átomos<br />

4 4 4<br />

de oxigênio para formar subunidades e, finalmente,<br />

enormes redes constituídas por blocos idênticos chamadas<br />

malhas elementares (1).<br />

A fórmula estrutural dos zeólitos e a composição<br />

das malhas elementares é:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

M x/n (AlO2) x (SiO2) y<br />

onde n é a valência do cátion M, x + y o número total<br />

- de tetraedros SiO e AlO por malhar elementar e y/x a<br />

4 4<br />

razão atômica Si/Al (1).<br />

Neste trabalho as zeólitas analisadas foram a ADZ-1<br />

e a NaY a fim de se conhecer as suas composições.<br />

Figura 1. Zeólita Faujasita (1)<br />

SAPO’s<br />

Estes tipos de catalisadores funcionam como peneiras<br />

moleculares por possuírem canais de diversos<br />

diâmetros que permitem a passagem de compostos<br />

adequados ao tamanho dos canais. O nome SAPO (Figura<br />

2) deriva da presença de silício, alumínio e fósforo<br />

na matriz do material. Sua estrutura é constituída por<br />

unidades tetraédricas de [SiO 2 ], [AlO 2 ] - e [PO 2 ] + através<br />

do compartilhamento de suas arestas. As unidades tetraédricas<br />

formam um arranjo tridimensional apresen-<br />

Figura 2. Ilustração de uma molécula de SAPO (2)<br />

63


Artigo<br />

tando canais e cavidades com dimensões moleculares.<br />

Os canais apresentam aberturas formadas por anéis de<br />

4, 6, 8, 10 e 12 membros. A composição da estrutura<br />

pode ser representada pela fórmula geral:<br />

mR (SixAlyPz)O 2<br />

onde R é o direcionador de estrutura; x, y, z e m são as<br />

frações molares do silício, alumina e fosfato e do direcionador<br />

de estrutura (2).<br />

Óxidos mistos<br />

Este tipo de catalisador possui seus retículos formados<br />

por metais ligados com átomos de oxigênio. A<br />

magnetita é um exemplo de um componente amplamente<br />

utilizado nesses catalisadores para reações de<br />

conversão de CO (juntamente com vapor) em CO 2 e H 2 .<br />

A magnetita possui uma estrutura, com os átomos de<br />

oxigênio, que formam pacotes cúbicos, onde os cátions<br />

são dispostos em sítios tetraédricos e octaédricos (3).<br />

Neste trabalho, foram caracterizados catalisadores<br />

á base de ferro e cobre com metais trocados, como<br />

cério, magnésio, cobalto e alumínio.<br />

Figura 3. Ilustração de catalisador óxido misto (4)<br />

EDX – Espectrômetro de fluorescência<br />

de energia dispersiva de raios-x<br />

Este equipamento de análise química determina<br />

quantitativamente e semiquantitativamente os elementos<br />

presentes em uma determinada amostra. A caracterização<br />

ocorre mediante a aplicação de raios-X na<br />

superfície da amostra e a posterior análise dos fluorescentes<br />

raios-X emitidos. A técnica de fluorescência de<br />

raios-X é não-destrutiva para todos os tipos de amostras,<br />

incluindo sólidos, líquidos, pó e discos. Desta forma,<br />

a técnica de fluorescência de raios-X é utilizada<br />

para pesquisa e controle de qualidade em uma ampla<br />

área de atuação, a qual inclui universidades, instituições<br />

de pesquisa, indústrias petroquímicas, indústrias<br />

farmacêuticas, metalurgia, mineração, cimento, dentro<br />

outros. O EDX é ilustrado na Figura 4.<br />

Figura 4. Espectrômetro de fluorescência de raio-x por<br />

energia dispersiva (Shimadzu modelo EDX-800)<br />

O espectrômetro de fluorescência de energia dispersiva<br />

de raios-x utilizado neste trabalho possui capacidade<br />

para dezesseis amostras conforme a Figura 5.<br />

Desta forma, dezesseis amostras podem ser caracterizadas<br />

sequencialmente por análises multielementares,<br />

reduzindo o tempo de análise.<br />

Figura 5. Bandeja de amostras do EDX-800<br />

64 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Pelo fato do EDX realizar análises na superfície da<br />

amostra, e as reações químicas dependerem da área superficial<br />

dos materiais catalíticos, este equipamento tornase<br />

interessante para a caracterização desses materiais.<br />

As análises quantitativas foram realizadas mediante<br />

curvas de calibração para determinação das concentrações<br />

de metais pré-conhecidos nos catalisadores. Em<br />

amostras onde os elementos constituintes da matriz<br />

não eram conhecidos foi utilizada a análise semiquantitativa<br />

para determinação dos elementos químicos e<br />

suas concentrações estimadas.<br />

Análises quantitativas<br />

Este tipo de caracterização não detecta quais elementos<br />

estão presentes na amostra e sim às concentrações<br />

dos elementos já conhecidos. A utilização de amostras<br />

padrões é imprescindível para a determinação das concentrações.<br />

Ao ter conhecimento que um material possui<br />

ferro e cobre, por exemplo, deve se obter padrões de ferro<br />

e cobre (sintetizando ou comprado) para a análise. Quando<br />

o EDX analisa os padrões, este constrói uma curva de<br />

calibração. Esta curva é usada para posteriormente calcular<br />

as concentrações das amostras que são caracterizadas<br />

posteriormente. Na Figura 6 está demonstrada uma curva<br />

de calibração de zinco diluído com ácido bórico. Pode-se<br />

notar que existem quatro pontos na curva, demonstrando<br />

que foram utilizadas quatro amostras padrões de diferentes<br />

concentrações de zinco e ácido bórico para sua<br />

construção (Tabela 1). A abscissa do gráfico demonstra a<br />

concentração, a ordenada e a intensidade.<br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

120,0<br />

100,0<br />

80,0<br />

60,0<br />

40,0<br />

20,0<br />

0,04<br />

0,0<br />

y = 0,2179x + 0,6977<br />

R 2 = 0,9926<br />

0,03<br />

0,02<br />

Figura 6. Curva de calibração de zinco<br />

0,01<br />

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0<br />

Valor padrão (%)<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Como diluente para o zinco foi escolhido ácido<br />

bórico pelo mesmo ser inerte e não reagir com este<br />

metal e possuir baixa massa molecular. Estas características<br />

são essenciais para diluentes a fim de não<br />

interferir na análise.<br />

Tabela 1. Concentrações dos padrões de zinco<br />

Padrões<br />

Concentração em massa (%)<br />

Zinco Ácido bórico<br />

1 0,0 100,0<br />

2 10,0 90,0<br />

3 15,0 85,0<br />

4 27,5 72,5<br />

Como os padrões possuem concentrações determinadas,<br />

são geradas intensidades na análise marcando<br />

os pontos no gráfico e construindo a curva. Em seguida<br />

as amostra em questão são inseridas no EDX. Ao serem<br />

analisados são geradas intensidades para cada analito.<br />

Com a curva de calibração é possível obter-se as<br />

concentrações dos analitos através da interseção das<br />

intensidades das amostras com a curva.<br />

Análise semiquantitativa<br />

O EDX realiza análises semiquantitativas onde basicamente<br />

não é utilizada uma curva de calibração<br />

na análise e as concentrações obtidas são resultados<br />

aproximados. Desta forma, este tipo de análise tornase<br />

interessante quando padrões não estão disponíveis,<br />

ou pela dificuldade de síntese das mesmas ou por não<br />

se conhecer os elementos químicos das amostras. O<br />

somatório das concentrações por esse tipo de análise<br />

sempre resultarão em 100% o que pode causar erros<br />

de aproximação nas concentrações reais. Porém, essa<br />

análise é dita como qualitativa uma vez que ela identifica<br />

os elementos químicos na amostra através de seus<br />

raios-x característicos. Essa quantificação é uma estimativa<br />

obtida pela equação (5):<br />

Px = Ps.Wx (1)<br />

onde Px é a intensidade relativa da linha medida em<br />

termos de número de contagens em um período determinado<br />

e Wx é a fração em peso do elemento em<br />

questão na amostra. O fator Ps é a intensidade relativa<br />

da linha que poderia ser observada em idênticas condições<br />

de contagem se Wx fosse unitário.<br />

65


Artigo<br />

PARTE EXPERIMENTAL<br />

Um dos grandes problemas de interferência nas análises<br />

com EDX é o efeito matriz. Este pode ocorre a nível<br />

atômico ou devido à organização física da amostra.<br />

No efeito matriz atômico a interferência é causada pelo<br />

fato de elementos com maior número atômico intensificarem<br />

elementos com menor número. Já elementos com<br />

menor número atômico provocam absorção nos de maior.<br />

Isto decorre do fato dos fótons produzidos por elementos<br />

químicos mais pesados possuírem energia suficiente<br />

para excitarem outro elemento químico de menor número<br />

atômico. Este tipo de interferência ocorre tanto na análise<br />

Quantitativa como Semiquantitativa.<br />

Para o efeito matriz decorrente da estrutura física das<br />

amostras, o desvio deriva da dependência desse método<br />

por uma curva de calibração, onde a amostra será quantificada<br />

através da curva levantada pelos padrões. Caso os<br />

padrões e as amostras possuam diferentes formas físicas<br />

como tamanho de grãos, diferentes elementos inclusos na<br />

matriz e diferentes métodos de síntese, a utilização da curva<br />

torna-se inviável, já que é incoerente utilizar-se uma curva<br />

constituída de padrões de diferente matriz das amostras.<br />

Interferência Física<br />

Para o estudo do efeito matriz devido à forma física, foi<br />

realizado um ensaio analisando-se catalisadores comerciais<br />

para reação de Water-Gas-Shift, de concentrações<br />

desconhecidas de ferro e cobre. Para tanto, utilizou-se o<br />

método quantitativo para análise das amostras.<br />

Foram sintetizadas amostras padrões contendo ferro e<br />

cobre para se obter a curva de calibração de cada elemento<br />

químico no laboratório de Catálise III da UNIFACS.<br />

Pela composição do catalisador comercial em sua<br />

totalidade não ser conhecida, o elemento ferro foi escolhido<br />

para sintetizar os padrões para leitura desse<br />

catalisador, pois é conhecido na literatura que este elemento<br />

está presente na estrutura de catalisadores de<br />

Water-Gas-Shift (6). A composição para cada padrão<br />

sintetizado está disposto na Tabela 2, a seguir.<br />

Utilizando-se concentrações mais altas de ferro (Tabela<br />

2) baseadas na literatura (3), realizou-se a homogeneização<br />

de cada padrão, utilizando almofariz com<br />

pistilho de porcelana, promovendo a mistura homogênea<br />

de um analito em outro. Neste caso não foi utilizado<br />

diluente e os analitos foram diluídos entre si.<br />

O padrão foi levado à prensa e submetido a uma<br />

pressão de vinte toneladas durante dez segundos para<br />

garantia de uma boa compactação da amostra. Assim,<br />

a mesma foi transformada em pastilha para análise (7).<br />

Tabela 2. Padrões para análise de catalisador industrial<br />

Padrão<br />

O cobre foi utilizado na síntese dos padrões a fim de se<br />

identificar à existência do mesmo nesses materiais, descobrindo<br />

a sua concentração pelo método quantitativo.<br />

Os padrões obtidos foram analisados pelo método<br />

quantitativo. Neste método de análises deve-se<br />

utilizar a mesma matriz entre as amostras e os padrões.<br />

Desta forma, procurou-se evidenciar a interferência<br />

pela diferença entre os elementos presentes<br />

na matriz da amostra desconhecida com a matriz<br />

dos padrões utilizados e a forma de sínteses de ambas<br />

as matrizes (8).<br />

Interferência a nível atômico<br />

Concentração dos elementos (%)<br />

Ferro Cobre<br />

1 100 0<br />

2 95 5<br />

3 90 10<br />

4 85 15<br />

5 80 20<br />

6 75 25<br />

7 70 30<br />

Para realização do teste deste da interferência<br />

causada pelo efeito matriz a nível atômico foram utilizados<br />

catalisadores óxidos mistos, com composição<br />

definida de ferro e cobre. Foram realizadas duas<br />

análises para cada amostra: uma com a correção da<br />

interferência mediante método presente no programa<br />

do equipamento (EDX) para o efeito matriz, e outra<br />

sem correção deste programa.<br />

Essa correção consiste em um ajuste não linear com<br />

regressões múltiplas da concentração com a intensidade<br />

obtida de padrões (9). A mesma previne o efeito<br />

matriz atômico.<br />

Desta forma é possível conhecer o grau de erro<br />

provocado por este efeito nas leituras. Para ambas as<br />

análises utilizaram-se padrões para a detecção dos elementos<br />

químicos ferro e cobre com as concentrações<br />

apresentadas na Tabela 3.<br />

Os padrões sintetizados foram obtidos através da<br />

síntese de ferro e cobre separadamente. Estes foram<br />

secos, peneirados a 14-35 MESH, misturados conforme<br />

a Tabela 3 com almofariz com pistilho para diluição<br />

do óxido de ferro e do óxido de cobre.<br />

66 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Tabela 3. Padrões utilizados na análise com e sem correção do efeito<br />

matriz atômico<br />

Padrão<br />

Influência da disposição física<br />

das amostras nas leituras no EDX<br />

Concentração (%)<br />

Ferro Cobre<br />

1 100 0<br />

2 95 5<br />

3 90 10<br />

4 85 15<br />

5 80 20<br />

6 75 25<br />

7 70 30<br />

Neste ensaio foram analisados o catalisador industrial<br />

ICI-15 e silicoaluminofosfatos (SAPO) com nióbio<br />

incorporado. Foram sintetizados padrões de Fe com<br />

diluente para o catalisador ICI-15 e análise semiquantitativa<br />

para os SAPOs. A forma física das amostras para<br />

análise foi em pó, peneiradas e prensadas.<br />

A precisão dos resultados de espectrometria de fluorescência<br />

de energia dispersiva de raios-x depende<br />

da forma física em que as amostras são encaminhadas<br />

para análise. Uma amostra com uma grande granulometria<br />

gera uma menor reprodutibilidade nas medidas.<br />

Isto ocorre pela perda de intensidade dos raios-x característicos<br />

emitidos da amostra. Maiores grãos geram<br />

espaços maiores na amostra, possibilitando que<br />

os raios-x provenientes do equipamento penetrem<br />

mais profundamente pelos espaços e incidam, no seu<br />

retorno, em moléculas da amostra. Quando os raios-x<br />

característicos deixam o analito, estes podem perder<br />

intensidade ao se chocarem com a estrutura da amostra<br />

durante seu caminho até o detector (10).<br />

Na Figura 7 é possível analisar a influência do tamanho<br />

das partículas com a intensidade produzida para os<br />

elementos molibdênio, cobre, ferro, chumbo e alumínio<br />

em suas respectivas linhas de análise que proporcionam<br />

uma melhor transição de elétrons, onde estão dispostos<br />

os comprimentos de onda das mesmas.<br />

Pode-se observar na figura que a medida em que o<br />

tamanho das partículas atinge no máximo 30 μm, a intensidade<br />

relativa dos respectivos elementos químicos apresentados<br />

está no seu ponto ótimo, intensidade relativa<br />

(100%). Porém, a partir de 30 μm, a intensidade de cada<br />

analito sofre um decaimento devido à influência causada<br />

pelo aumento das partículas e perda de intensidade.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

100<br />

INTENSIDADE<br />

RELATIVA<br />

Foi realizada uma análise quantitativa do catalisador<br />

ICI-15. Desta forma, padrões forma sintetizados com as<br />

composições apresentadas na Tabela 4.<br />

Tabela 4. Padrões para construção da curva de calibração<br />

Padrão Elementos Concentração (%)<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

10<br />

RAIOS-X<br />

0 30 100 1000<br />

TAMANHO DE PARTÍCULA μm<br />

Figura 7. Influência do tamanho dos grãos (10)<br />

Ferro 100<br />

Ácido bórico 0<br />

Ferro 95<br />

Ácido bórico 5<br />

Ferro 90<br />

Ácido bórico 10<br />

Ferro 85<br />

Ácido bórico 15<br />

Ferro 80<br />

Ácido bórico 20<br />

Ferro 75<br />

Ácido bórico 25<br />

Ferro 70<br />

Ácido bórico 30<br />

LINHA<br />

Mo K α<br />

Cu K α<br />

Fe K α<br />

Ph L α<br />

Al K α<br />

Acompanhamento da coprecipitação com EDX<br />

λ (Å)<br />

0,71<br />

1,54<br />

1,94<br />

1,18<br />

8,64<br />

Este estudo foi realizado a fim de se encontrar as condições<br />

ideais de precipitação do catalisador óxido composto<br />

de ferro, cobre e cobalto, mediante o conhecimento<br />

do pH de precipitação dos respectivos elementos. Desta<br />

forma, foi possível determinar a concentração em solução<br />

dos elementos químicos em função da variação de pH.<br />

67


Artigo<br />

Para o estudo foi realizado o acompanhamento do<br />

processo através da análise de alíquotas retiradas da<br />

solução de coprecipitação à medida que o pH era alterado<br />

por conta da adição do agente precipitante.<br />

A solução de coprecipitação constava dos elementos<br />

ferro, cobre e cobalto na forma de nitrato, contidos<br />

em um béquer. A variação do pH era derivada da adição<br />

de um agente precipitante (hidróxido de potássio)<br />

que era gotejado na mistura a partir de uma bureta.<br />

Não processo de coprecipitação estudada, as alíquotas<br />

foram retiradas à medida que a alcalinidade do<br />

meio ia crescendo. As mesmas foram filtradas e posteriormente<br />

analisadas. Desta forma os elementos presentes<br />

na mistura devem apresentar uma redução em<br />

sua concentração, já que os analitos estavam passando<br />

da fase aquosa para a forma de precipitado.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Interferência física<br />

Para estudo do efeito matriz devido à forma física das<br />

amostras, realizou-se uma análise Quantitativa onde se<br />

faz necessário o uso de amostras padrões. Os gráficos<br />

de curvas de calibração gerados com estas amostras de<br />

concentração pré-determinada foram obtidos utilizando<br />

atmosfera de ar dentro da câmara de análise do EDX. A<br />

partir das leituras dos padrões que compõem cada uma<br />

destas curvas foram obtidas as Figuras 8 e 9.<br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

300,0<br />

2<strong>50</strong>,0<br />

200,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

9,0<br />

0,0<br />

y = 4,0571 x - 82,286<br />

R 2 = 0,9752<br />

0,06<br />

0,07<br />

0,04<br />

0,05<br />

Figura 8. Curva de calibração para o elemento Ferro<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,01<br />

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0<br />

Valor padrão (%)<br />

Figura 9. Curva de calibração para o elemento Cobre<br />

Uma vez obtidas, as curvas de calibração foram<br />

analisadas em triplicata às amostras dos catalisadores<br />

comerciais Haldor Topsoe e ICI-15, obtendo-se um<br />

desvio na terceira casa decimal. O valor apresentado<br />

corresponde à média dos valores obtidos. Os resultados<br />

obtidos para estas amostras encontram-se apresentados<br />

na Tabela 5.<br />

Tabela 5. Resultados das leituras dos catalisadores<br />

Haldor Topsoe e ICI-15<br />

Amostra<br />

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0<br />

Valor padrão (%)<br />

Método de<br />

análise<br />

Haldor Topsoe Quantitativo<br />

ICI-15 Quantitativo<br />

Elemento Concentração<br />

em massa (%)<br />

Ferro 53,555<br />

Cobre -0,121<br />

Ferro 55,790<br />

Cobre -0,982<br />

Para ambos catalisadores estudados, Haldor Topsoe<br />

e ICI-15, as concentrações obtidas do elemento<br />

ferro encontram-se coerentes dentro do resultado esperado<br />

(11). Já para o elemento cobre obteve-se uma<br />

concentração em massa negativa em relação ao elemento<br />

cobre.<br />

Este resultado indica a inexistência de cobre na<br />

amostra, o que resultaria em uma concentração em<br />

massa igual a zero. Porém, uma concentração negativa<br />

do elemento foi obtida. Isto demonstra a interferência<br />

causada pelo efeito matriz físico gerado pelas diferenças<br />

nas matrizes entre os padrões e o catalisador.<br />

68 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

120,0<br />

100,0<br />

80,0<br />

60,0<br />

40,0<br />

20,0<br />

0,0<br />

y = 4,0893 x - 0,7679<br />

0,01<br />

R 2 = 0,9767<br />

0,02<br />

0,03<br />

0,04<br />

0,05<br />

0,06<br />

0,07


Neste caso é desconhecida a composição do catalisador<br />

industrial em sua totalidade. Desta forma os<br />

padrões sintetizados para a análise do mesmo não continham<br />

todos os elementos químicos da matriz do catalisador,<br />

porém, é entendido que estes possuem ferro<br />

em sua estrutura (6). Ainda assim, a curva de calibração<br />

utilizada, foi gerada por padrões com uma matriz diferente<br />

da matriz das amostras, gerando um erro na análise<br />

tal como um resultado negativo do cobre ao invés<br />

de uma concentração igual a zero.<br />

Interferência a nível atômico<br />

As análises foram realizadas pelo método quantitativo<br />

com atmosfera de ar, onde foram obtidas duas curvas<br />

de calibração a partir das concentrações dos padrões<br />

apresentados anteriormente. Uma para o elemento ferro<br />

e outra para o elemento cobre (Figuras 10 e 11).<br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

300,0<br />

2<strong>50</strong>,0<br />

200,0<br />

1<strong>50</strong>,0<br />

100,0<br />

<strong>50</strong>,0<br />

y = 4,0571 x - 82,286<br />

R 2 = 0,9752<br />

0,0<br />

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0<br />

Valor padrão (%)<br />

0,06<br />

0,07<br />

0,04<br />

0,05<br />

Figura 10. Curva de calibração para o elemento Ferro<br />

0,02<br />

0,03<br />

0,01<br />

As amostras para esse estudo de caso foram sintetizadas<br />

com concentrações em massa acima de <strong>50</strong>%<br />

para o elemento ferro. Por este fato, a curva (Figura 10)<br />

obtida para este analito possui altas concentrações e<br />

consequentemente não quantificando concentrações<br />

menores que 20%.<br />

A curva do elemento cobre (Figura 11) condiz com<br />

a concentração desse analito nas amostras. Durante a<br />

síntese das mesmas, o cobre foi calculado para baixas<br />

concentrações, justificando as os valores abrangidos<br />

pela curva.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

Figura 11. Curva de calibração para o elemento Cobre<br />

Neste estudo para determinação da interferência<br />

provocada pelo efeito matriz de nível atômico foram<br />

realizadas análises utilizando a correção para a interferência<br />

e outra análise sem correção. Na Tabela 6 encontram-se<br />

dispostos os resultados obtidos.<br />

Tabela 6. Análise de amostras com e sem correção de efeito matriz<br />

atômico<br />

Amostra<br />

R01<br />

RD01<br />

4 CA C<br />

5 CA C<br />

6 CA C<br />

HTS 01<br />

120,0<br />

100,0<br />

80,0<br />

60,0<br />

40,0<br />

20,0<br />

0,0<br />

0,01<br />

y = 4,0893 x - 0,7679<br />

R 2 = 0,9767<br />

0,02<br />

0,03<br />

Sem correção de<br />

efeito matriz<br />

0,04<br />

Elementos Concentração<br />

(%)<br />

0,05<br />

0,06<br />

0,07<br />

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0<br />

Valor padrão (%)<br />

Com correção de<br />

efeito matriz<br />

Elementos Concentração<br />

(%)<br />

Ferro 84,629 Ferro 88,449<br />

Cobre 5,769 Cobre 6,832<br />

Ferro 83,038 Ferro 84,291<br />

Cobre 6,188 Cobre 7,016<br />

Ferro 75,012 Ferro 76,587<br />

Cobre 7,754 Cobre 8,574<br />

Ferro 88,280 Ferro 88,714<br />

Cobre 8,248 Cobre 9,002<br />

Ferro 82,804 Ferro 81,613<br />

Cobre 7,997 Cobre 8,527<br />

Ferro 76,876 Ferro 80,141<br />

Cobre 9,884 Cobre 10,559<br />

69


Artigo<br />

A partir da teoria proposta, elementos com maior<br />

número atômico intensificam elementos de menor<br />

número atômico. Como consequência, os elementos<br />

com maior número atômico sofrem uma perda de intensidade,<br />

e consequentemente, de concentração.<br />

Na Tabela 5, nota-se que a correção do efeito matriz<br />

para o cobre condiz com a teoria. As concentrações<br />

deste analito estavam reduzidas na análise das amostras<br />

sem correção por conta da absorção gerada pelo<br />

ferro. Quando as mesmas amostras foram submetidas<br />

a uma análise com correção, a concentração do cobre<br />

aumentou, demonstrando que o efeito de absorção<br />

provocada pelo ferro foi corrigido.<br />

Para o elemento ferro, praticamente não houve<br />

uma relação coerente com a teoria, no entanto, é<br />

conhecido que à medida que a diferença entre os<br />

números atômicos aumentam, menor é a interferência<br />

causada pelo efeito matriz atômico pela menor<br />

influência dos raios-x de um elemento sobre o outro<br />

(8). Desta forma a correção não proporcionou um aumento<br />

na concentração do ferro.<br />

Influência da disposição física das<br />

amostras nas leituras no EDX<br />

Através da leitura dos padrões de ferro para análise<br />

do catalisador comercial, foi obtida a respectiva curva<br />

de calibração na Figura 12.<br />

O catalisador industrial ICI-15 foi analisado pelo método<br />

Quantitativo. Este foi disposto em duas formas<br />

Intensidade medida (cps/uA)<br />

300,0<br />

2<strong>50</strong>,0<br />

200,0<br />

1<strong>50</strong>,0<br />

100,0<br />

<strong>50</strong>,0<br />

0,0<br />

y = 3,8229 x - 66,219<br />

R 2 = 0,9793<br />

0,06<br />

0,07<br />

Figura 12. Curva de Calibração do elemento ferro<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,01<br />

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0<br />

Valor padrão (%)<br />

para leitura, em pó e peneirado a 14-35 MESH. Os resultados<br />

estão demonstrados na Tabela 7.<br />

Tabela 7. Análise do catalisador ICI-15 na forma em pó e peneirado a<br />

14-35 MESH<br />

Catalisador ICI-15<br />

Concentração (%)<br />

Pó Peneirado 14-35<br />

MESH<br />

Analito<br />

78,773 69,613 Ferro<br />

Nota-se que a maior concentração de ferro foi resultante<br />

da amostra na forma em pó (onde o tamanho<br />

de grãos é menor). Esta diferença na quantificação demonstra<br />

como a análise é afetada pela disposição física<br />

da amostra. Como sugerido na metodologia deste<br />

trabalho, à medida que o tamanho de grãos aumenta,<br />

há uma redução da intensidade relativa pela perda dos<br />

raios-x característicos justificando uma menor concentração<br />

de ferro no catalisador peneirado, já que a forma<br />

em pó possui um menor tamanho de grãos.<br />

Para realização do teste com os catalisadores silicoaluminofosfatos<br />

a análise foi realizada pelo método<br />

semiquantitativo em atmosfera de hélio, evitando-se<br />

assim, a absorção dos raios-x de elementos leves e,<br />

consequentemente, uma interferência na análise. As<br />

amostras foram dispostas na forma em pó e prensada.<br />

Os resultados estão apresentados na Tabela 8.<br />

Observando a Tabela 8 é possível notar que nos resultados<br />

na forma de pastilha, existe um aumento na<br />

concentração obtida do alumínio, fósforo e silício (para<br />

a amostra R041), o que indica uma otimização na intensidade<br />

emitida pela amostra, por conta da superfície<br />

plana e regular formada por conta da prensagem, possibilitando<br />

uma emissão homogênea dos raios-x carac-<br />

Tabela 8. Análise do catalisador silicoaluminofosfato<br />

com nióbio incorporado<br />

R041 R013<br />

Concentração (%)<br />

Pó Pastilha Pó Pastilha<br />

Analito<br />

30.401 43.939 41.217 47.495 Alumínio<br />

5.136 6.715 5.116 5.046 Silício<br />

31.471 38.976 46.738 44.838 Fósforo<br />

32.992 10.370 6.536 2.456 Nióbio<br />

- - 0,393 0,165 Bromo<br />

70 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


terísticos ao longo da amostra. Além disso, a grande<br />

concentração de nióbio encontrada é reduzida, indicando<br />

uma possível redistribuição do analito no material.<br />

No catalisador R013 existe uma mínima redução<br />

na concentração do silício, praticamente conferindo a<br />

mesma concentração deste elemento na amostra prensada.<br />

Nessa mesma amostra foi encontrado bromo em<br />

baixa concentração, sendo o mesmo, proveniente de<br />

interferências causadas pela energia de fluorescência<br />

do bromo na camada eletrônica L ser parecida com a<br />

energia de fluorescência do alumínio na camada K.<br />

Acompanhamento da coprecipitação com EDX<br />

Utilizando análises com método Quantitativo e atmosfera<br />

de ar dentro da câmara de análise do equipamento,<br />

acompanhou-se o processo de coprecipitação<br />

à medida que o pH aumentava por conta da adição de<br />

um agente precipitante. Alíquotas foram retiradas ao<br />

longo do processo enquanto a redução da acidez no<br />

meio provocava a precipitação de compostos com ferro,<br />

cobre e cobalto na sua estrutura.<br />

Na Tabela 9 segue as concentrações obtidas dos<br />

elementos ferro e cobre à medida que ambos precipitavam.<br />

Utilizou-se as curvas de calibração obtidas no<br />

estudo de caso do efeito matriz devido a forma física<br />

das amostras.<br />

A partir dos dados obtidos foram construídos gráficos<br />

para o acompanhamento da a variação da concentração<br />

dos analitos na solução de coprecipitação. As Figuras<br />

13 e 14 demonstram os gráficos das concentrações do<br />

cobre e do ferro em solução com a variação do pH.<br />

Analisando-se as Figuras 13 e 14, observa-se uma<br />

faixa de precipitação dos elementos estudados. O ferro<br />

começa a precipitar a baixos potenciais hidrogeniônicos,<br />

aproximadamente entre uma faixa de pH de 1,8<br />

a 5,3. A precipitação do cobre tem início no pH 3,4. O<br />

mesmo tem sua a concentração reduzida até o pH 6,3<br />

na qual, posteriormente, precipita totalmente.<br />

O aumento inicial da concentração do analito cobre<br />

no pH aproximadamente igual a 1, seguido de um<br />

decréscimo no pH 3,2, deriva da interferência causada<br />

pelo efeito matriz, onde em um menor pH foi obtido um<br />

menor concentração de cobre na solução precipitante,<br />

por conta das diferenças físicas entre a amostra (forma<br />

líquida) e os padrões utilizados na análise (prensadas).<br />

Comparando-se o comportamento das curvas de<br />

precipitação do ferro e do cobre, nota-se que a curva<br />

de precipitação do cobre possui um decaimento mais<br />

suave. Isto demonstra que a precipitação do ferro é<br />

mais acentuada que a do cobre, já que para qualquer<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

pH observado na curva, a concentração de cobre em<br />

solução é maior que a concentração de ferro em solução,<br />

significando que houve uma maior precipitação do<br />

ferro. A análise deste gráfico está sujeito a interferências<br />

por conta do efeito matriz físico ter gerado resultados<br />

acima de 100% e abaixo de 0%.<br />

Tabela 9. Alíquotas de solução de coprecipitação do ferro, cobre e<br />

cobalto<br />

Concentração (%)<br />

Amostra<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

Alíquota da<br />

solução de<br />

coprecipitação<br />

do catalisador<br />

Fe/Cu/Co<br />

180.000<br />

160.000<br />

140.000<br />

120.000<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

0<br />

0<br />

pH<br />

Método de<br />

análise<br />

0,87 Quantitativo<br />

2,13 Quantitativo<br />

3,36 Quantitativo<br />

4,13 Quantitativo<br />

5,25 Quantitativo<br />

6,38 Quantitativo<br />

Concentração de cobre x pH<br />

Elemento Concentração<br />

em massa (%)<br />

Ferro 99.085<br />

Cobre 128.103<br />

Ferro 90.599<br />

Cobre 152.747<br />

Ferro 41.303<br />

Cobre 143.936<br />

Ferro 38.956<br />

Cobre 89.540<br />

Ferro -5,667<br />

Cobre 26.614<br />

Ferro -5.727<br />

Cobre 3.045<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

Figura 13. Gráfico concentração mássica do cobre versus pH<br />

pH<br />

71


Artigo<br />

Concentração (%)<br />

120.000<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

0<br />

0<br />

Para uma minimização dessa interferência seria necessária<br />

a síntese de padrões através do método de coprecipitação,<br />

onde os padrões seriam retirados da solução de<br />

copretipitação à medida que o material fosse precipitando.<br />

No entanto, seria inviável sintetizar esses padrões com as<br />

concentrações desejadas, já que não existe uma precisão<br />

de quanto material dos analitos encontram-se em solução<br />

a medida que precipitam. Dessa forma seria necessária<br />

uma análise posterior dessas amostras padrões para determinação<br />

das concentrações reais dos analitos presentes<br />

nos mesmos, para então utilizá-los como padrões.<br />

CONCLUSÃO<br />

Concentração de ferro x pH<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

Figura 14. Gráfico concentração mássica do ferro versus pH<br />

Pode-se concluir com este trabalho que as análises realizadas<br />

foram de grande importância para a otimização<br />

de procedimento de caracterização de materiais catalíticos<br />

empregando-se fluorescência de raios-x por energia<br />

dispersiva.<br />

Demonstrou-se que o efeito matriz é uma interferência<br />

muito comum nas análises por fluorescência de raios-x<br />

por energia dispersiva. A mesma pode ser divida em dois<br />

subgrupos: efeito matriz devido à forma física e efeito matriz<br />

a nível atômico. Ambos podem causar aumento ou<br />

perda de intensidade nas análises provocando erros que<br />

podem gerar concentrações negativas ou acima de 100%<br />

para um analito.<br />

O efeito matriz físico aparece apenas em análises quantitativas<br />

e o mesmo pode ser minimizado ou até mesmo<br />

evitado utilizando-se padrões com a mesma matriz das<br />

amostras. Já o efeito matriz atômico afeta tanto a análise<br />

quantitativa como a semiquantitativa. A mesma pode ser<br />

evitada através de métodos de correções existentes no<br />

próprio equipamento.<br />

Como sugerido na parte experimental, quanto maior<br />

o tamanho dos grãos, menor é a intensidade obtida. Isto<br />

deriva-se do fato do raios-x provenientes do equipamento<br />

pH<br />

penetrarem mais na amostra. Quando os raios-x característicos<br />

são gerados, estes encontram-se mais profundamente<br />

na amostra, conseqüentemente chocam-se um<br />

maior número de vezes com a própria amostra até chegarem<br />

ao detector do aparelho, logo perdendo intensidade e<br />

reduzindo a concentração dos elementos.<br />

Por fim, o acompanhamento do processo de coprecipitação<br />

através do EDX-800 mostrou-se viável. Através da<br />

análise de alíquotas da solução de precipitação é possível<br />

detectar o quanto do material não há precipitado continuando<br />

em solução. Entretanto, notou-se que o efeito matriz<br />

físico pode causar fortes interferências na análise quantitativa,<br />

ao realizar a leitura destas amostras, pelo que deve-se<br />

utilizar então a análise semiquantitativa.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

O autor agradece às empresas: UNIFACS que disponibilizou<br />

os laboratórios e os equipamentos para esse trabalho<br />

e a FAPESB pelo financiamento. Agradecimentos<br />

também a Maritza Montoya Urbina pela orientação.<br />

R E f E R ê N C I A S<br />

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Wisconsin, 1985.<br />

72 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


Artigo<br />

DETERMINAÇÃO DE Hg(II) EM AMOSTRAS DE ÁgUA<br />

POR VOLTAMETRIA DE REDISSOLUÇÃO USANDO UM<br />

ELETRODO DE PASTA DE CARBONO MODIFICADO<br />

COM SÍLICA ORgANOFUNCIONALIZADA CONTENDO<br />

O gRUPO SH``<br />

RESUMO<br />

No presente trabalho, um eletrodo de pasta de carbono quimicamente modificado<br />

(EPCQM) pela espécie mercaptopropilssiloxano foi avaliado na determinação quantitativa<br />

de íons Hg (II) em água utilizando como técnica analítica a voltametria de<br />

redissolução anódica. Parâmetros experimentais como eletrólito suporte, pH, concentração,<br />

composição da pasta de carbono e faixa de potencial foram otimizados.<br />

Íons Hg (II) foram pré-concentrados e reduzidos na superfície do eletrodo modificado<br />

em -600 mV. Uma melhor resposta voltamétrica foi obtida para um tempo de préconcetração<br />

de 120 s; uma amplitude de pulso de 75 mV e velocidade de varredura<br />

de 25 mV.s -1 . Nessas condições foi avaliada a possibilidade de determinar íons Hg(II)<br />

em água de poços próximo a garimpos. O limite de detecção foi de 1,9x10 -8 mol L -1 .<br />

A faixa de linearidade ficou compreendida entre 1,0 x 10 -7 a 1,25x10 -6 mol L -1 . Na<br />

avaliação estatística, os resultados de Desvio Padrão Relativo (DPR) indicaram uma<br />

boa reprodutibilidade, 7,5%, no teste de recuperação de Hg(II).<br />

Palavras-chave: Mercúrio. Eletrodo de Pasta de Carbono. Voltametria de Redissolução<br />

Anódica.<br />

SUMMARY<br />

``<br />

In the present work some voltammetric studies were carried out in order to determine<br />

the analytical potentialities of a carbon paste electrode chemically modified with<br />

mercaptopropilssiloxane species (EPCQM) in the quantitative determination of Hg(II).<br />

Several experimental parameters were optimized such as supporting electrolyte, pH,<br />

concentration, the modifier composition in carbon paste electrode and potential range.<br />

After a voltammetric initial study the EPCQM was submitted to an optimization of<br />

the experimental parameters for the mercury determination by stripping voltammetry<br />

technique. The Anodic Stripping Voltammetry in the pulse differential mode was used<br />

to preconcentrate and determine Hg(II) at trace level. The best obtained conditions<br />

were the following: preconcentration potential: -600 mV; preconcentration time: 120<br />

sec, pulse amplitude: 75 mV, scan rate: 25 mV s -1 . The procedure was evaluated<br />

determining Hg(II) in water samples of a well close to mines. The detection limit was<br />

1.9 x 10 -8 mol L -1 and the linear range was 1.0 x 10 -7 to 1.25 x 10 -6 mol L -1 . The results<br />

from the statistical evaluation showed a Relative Standard Deviation (SDR) of 7.5%<br />

that indicated a good reproducibility for Hg(II) determination.<br />

Keywords: Mercury. Carbon Paste Electrode. Anodic Stripping Voltammetry.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Márcio Rogério Moraes Borges 1 ,<br />

<strong>Ed</strong>mar Pereira Marques 1* ,<br />

Robson Fernandes de Farias 2 ,<br />

Aldaléa Lopes Brandes Marques 1<br />

e Eliane Rodrigues de Sousa 3 .<br />

1 Laboratório de Pesquisa em<br />

Química Analítica, Universidade<br />

Federal do Maranhão<br />

2 Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Norte, Centro de<br />

Ciências Exatas, Departamento<br />

de Química<br />

3 Instituto Federal de <strong>Ed</strong>ucação,<br />

Ciência e Tecnologia do<br />

Maranhão (IFMA) / Campus<br />

Maracanã<br />

*Correspondência:<br />

edmarmarques@superig.com.br<br />

73


Artigo<br />

INTRODUÇÃO<br />

Concentrações de mercúrio (Hg) têm sido intensamente<br />

determinadas em uma variedade de amostras<br />

ambientais (1). Grande parte dos estudos tem se concentrado<br />

em mercúrio inorgânico e na sua forma mais<br />

tóxica, metilmercúrio (MeHg) (2). Elevadas concentrações<br />

de mercúrio em águas subterrâneas têm sido associadas<br />

à contaminação industrial ou atividades de<br />

mineração (3) e raramente a fontes naturais (4). Devido<br />

ao seu efeito tóxico à saúde humana, a determinação<br />

de mercúrio é necessária e urgente. Dessa forma, sua<br />

determinação a níveis de traço no meio ambiente tem<br />

atraído a atenção de pesquisadores (5).<br />

As técnicas comumente utilizadas para a determinação<br />

de mercúrio são espectrometria de absorção atômica<br />

(AAS), espectrometria de emissão atômica com<br />

plasma indutivamente acoplado (ICP-AES) e espectrometria<br />

de massa (MS). Estas técnicas possuem a vantagem<br />

de excelente sensibilidade, boa seletividade e uma<br />

ampla faixa de linearidade (5). Por outro lado, os métodos<br />

eletroquímicos quando comparados às técnicas<br />

mencionadas acima oferecem várias vantagens quanto<br />

ao custo e simplicidade. Análise de redissolução é considerada<br />

a técnica eletroanalítica mais sensível devido<br />

ao passo de pré-concentração, em que traços de metais<br />

são acumulados na superfície do eletrodo. A determinação<br />

de mercúrio utilizando como técnica eletroanalítica<br />

a voltametria de redissolução tem sido investigada<br />

por uma grande variedade de eletrodos quimicamente<br />

modificados. Dentre eles podemos destacar os eletrodos<br />

de pasta de carbono quimicamente modificados<br />

(5-8) e eletrodos de carbono vítreo (9-10). O eletrodo<br />

de pasta de carbono foi inventado no final dos anos<br />

<strong>50</strong> por Adams (11). A base dos eletrodos de pasta de<br />

carbono modificados é geralmente uma mistura de um<br />

pó de grafite, um aglutinante não condutor e um agente<br />

modificador (12). A busca por novos modificadores na<br />

preparação dos eletrodos quimicamente modificados<br />

tem sido tema de vários trabalhos de pesquisa (5,6).<br />

Dentre os modificadores podemos destacar: compostos<br />

orgânicos (13), zeólitas (14), resinas de troca iônica<br />

(15) e sílicas organofuncionalizadas (16). A sílica organofuncionalizada<br />

encontra aplicações principalmente<br />

como fase estacionária para cromatografia ou suporte<br />

para materiais com propriedades catalíticas. Outra destacada<br />

aplicação da sílica organofuncionalizada consiste<br />

na sua utilização como agente sequestrante para<br />

metais (17). Dentre os agentes sililantes mais simples,<br />

o 3-mercaptopropiltrimetoxissilano é muito utilizado na<br />

adsorção de cátions (18-19). A sílica organofunciona-<br />

lizada com o grupo mercaptopropil mostra-se capaz<br />

de adsorver íons Ag + , Co 2+ , Co 3+ , Cu 2+ , Ni 2+ , Zn 2+ , Cd 2+ ,<br />

Hg 2+ , Pb 2+ e Fe 3+ , sendo constatada a seletividade frente<br />

aos íons Hg 2+ (17). No presente trabalho é descrito<br />

o uso da sílica organofuncionalizada modificada com<br />

mercaptopropilssiloxano na preparação do eletrodo de<br />

pasta de carbono para determinação de mercúrio.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Reagentes<br />

Todas as soluções foram preparadas utilizando reagentes<br />

de pureza analítica e água deionizada em sistema<br />

NANOPURE, modelo 04741 (BARNSTEAD). O eletrólito<br />

suporte usado em todos os experimentos foi solução<br />

de HCl 0,1 mol.L -1 . Solução estoque 1,0 x 10 -2 mol.L -1 de<br />

Hg (II) foi preparada pela dissolução de uma quantidade<br />

apropriada de Hg(NO 3 ) 2 em ácido clorídrico.<br />

Equipamentos<br />

As medidas voltamétricas foram realizadas em um<br />

sistema analisador voltamétrico BAS, modelo CV-<strong>50</strong>W.<br />

Foi utilizada uma célula eletroquímica com três eletrodos,<br />

sendo o eletrodo de referência um eletrodo de Ag/AgCl<br />

(KCl saturado), o eletrodo auxiliar um fio de platina e o<br />

eletrodo de trabalho o eletrodo de pasta de carbono.<br />

Preparação dos eletrodos de pasta de carbono<br />

(EPC) modificados<br />

Os eletrodos de pasta de carbono modificados foram<br />

preparados cuidadosamente pela mistura do pó de grafite<br />

com a sílica organofuncionalizada (mercaptoproprilssiloxano)<br />

em várias proporções (5, 10 15, 20, 30 e 40% m/m). Em<br />

exatamente 1 g dessa mistura foram subsequentemente<br />

adicionados 0,35 mL de óleo mineral. Finalmente a pasta<br />

foi homogeneizada por 30 minutos em um almofariz. A<br />

pasta de carbono foi então embutida em um suporte para<br />

eletrodo, que consistia em uma seringa de plástico com<br />

capacidade de 1 mL contendo em seu interior um fio de<br />

cobre responsável pelo contato elétrico. A renovação da<br />

superfície foi realizada friccionando-se o eletrodo em uma<br />

folha de papel até que a superfície ficasse lisa.<br />

Procedimento<br />

As amostras de água de poço utilizadas nas análises<br />

foram submetidas a digestão nítrico-perclórico<br />

(20). Após esse pré-tratamento uma alíquota de 5 mL<br />

74 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


da amostra foi adicionada em uma célula eletroquímica,<br />

sendo aplicado um potencial de pré-concentração<br />

de -600 mV com agitação constante durante 120 s. O<br />

teor de Hg (II) nessas amostras foi determinado por três<br />

adições sucessivas de uma solução padrão de Hg (II)<br />

1x10 -4 mol.L -1 . Os parâmetros otimizados para determinação<br />

de Hg (II) em amostras de água de poço foram:<br />

faixa de potencial de -600 mV a 900 mV (vs. SCE); amplitude<br />

de pulso de 75 mV; velocidade de varredura de<br />

25 mV.s -1 e tempo de pré-deposição de 120 s. Todas as<br />

medidas foram realizadas em soluções deaeradas por<br />

borbulhamento de gás Argônio durante 10 minutos.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Comportamento voltamétrico de Hg(II) em<br />

eletrodo de pasta de carbono modificado<br />

Na Figura 1 são vistos os voltamogramas obtidos<br />

com eletrodo de pasta de carbono modificado<br />

com sílica organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano)<br />

e o não modificado. O voltamograma A, na<br />

Corrente, μA<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

-200<br />

-400<br />

-600<br />

-800<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

ausência de Hg(II), B e C na presença de 1,0 x 10 -3<br />

mol L -1 de Hg(II). Os voltamogramas foram obtidos<br />

em meio HCl 0,1 mol.L -1 e na faixa de potencial de<br />

–1200 a 1<strong>50</strong>0 mV. Quando o potencial é variado nas<br />

mesmas condições, porém na presença de mercúrio,<br />

observa-se o aparecimento de um pico em torno de<br />

200 mV (Voltamogramas B e C da Figura 1). O voltamograma<br />

em B foi obtido na presença de mercúrio<br />

com eletrodo de pasta de carbono modificado pela<br />

sílica organofucionalizada (mercaptopropilssiloxano),<br />

enquanto que o voltamograma C foi obtido nas mesmas<br />

condições de B, porém o eletrodo de pasta de<br />

carbono não continha a espécie modificadora. O aumento<br />

na corrente de pico anódica usando o eletrodo<br />

modificado frente ao não modificado demonstra que<br />

a sílica organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano)<br />

têm um papel importante no processo de acumulação<br />

de Hg(II) na superfície do eletrodo, sendo que<br />

este processo pode ser explorado sistematicamente<br />

pela Voltametria de Redissolução Anódica no modo<br />

pulso diferencial com alguma vantagem em se tratando<br />

de sensibilidade.<br />

<br />

-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5<br />

Potencial (V)<br />

Figura 1. Voltamogramas obtidos com eletrodo de pasta de carbono: A – EPC modificado com 10% da sílica organofuncionalizada<br />

(mercaptopropilssiloxano) em HCl 0,1 mol L -1 ; B – Nas mesmas condições de A porém, na presença de 1,0 x 10 -3 mol L -1 de Hg(II); C – Nas<br />

mesmas condições de B porém, o EPC não foi modificado. Somente sentido anódico da varredura (positivo)<br />

<br />

75


Artigo<br />

Posteriormente foram avaliados os parâmetros experimentais<br />

que ofereçam o melhor desempenho analítico,<br />

como o tipo de eletrólito suporte, pH, percentagem<br />

de agente modificador na pasta de carbono e efeito de<br />

interferentes.<br />

Efeito do tipo de eletrólito e pH<br />

O eletrólito suporte e o pH podem afetar fortemente<br />

na resposta voltamétrica do mercúrio. O comportamento<br />

voltamétrico do eletrodo de pasta de carbono modificado<br />

foi verificado em diferentes eletrólitos suporte tais<br />

como: HCl, HNO 3 , HClO 4 , H 2 SO 4 , e KCl, sendo todos<br />

0,1 mol L -1 , além do tampão Britton-Robinson. Entre os<br />

diferentes tipos de eletrólitos suportes testados HCl 0,1<br />

mol L -1 foi observado uma melhor resolução do voltamograma<br />

e uma corrente de pico anódica maior.<br />

A influência do pH na resposta voltamétrica do eletrodo<br />

de pasta de carbono modificado com 10% de<br />

sílica organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano)<br />

foi estudada na faixa de pH entre 0,5 e 4,0 em uma<br />

solução de Hg(II) de 8,0 x 10 -4 mol L -1 em HCl 0,1 mol<br />

L -1 . A corrente de pico aumentou com a diminuição do<br />

pH até 1,0, pois em pH < 1,0 houve novamente uma<br />

queda na corrente de pico. O aumento da corrente de<br />

pico é provavelmente devido ao aumento da formação<br />

de um complexo mais estável de mercúrio com a sílica<br />

organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano) na superfície<br />

do eletrodo com a diminuição do pH até 1,0. A<br />

diminuição da corrente de pico ocorreu possivelmente,<br />

devido ao fato de que em pH < 1,0, o enxofre do grupo<br />

mercaptopropil ter sido protonado e em pH > 1,0, a<br />

hidrolise do Hg(II) pode ter interferido na acumulação<br />

de mercúrio na superfície do eletrodo (21). No presente<br />

trabalho HCl 0,1 mol.L -1 e pH 1,0 foram selecionados<br />

nas determinações.<br />

Efeito da concentração de HCl<br />

O efeito da concentração de HCl na resposta voltamétrica<br />

do EPC modificado com 10% de sílica organofuncionalizada<br />

(mercaptoproplissiloxano) foi estudada<br />

na faixa de 0,05 a 0,5 mol L -1 em uma solução contendo<br />

6,0. 10 -4 mol L -1 de Hg(II). Na faixa de concentração entre<br />

0,05 e 0,15 mol L -1 , houve um aumento de corrente<br />

bastante considerável até 0,1 mol L -1 , sendo que de<br />

0,1 a 0,15 mol L -1 foi observada uma queda brusca da<br />

corrente, isto se deve provavelmente à diminuição da<br />

sensibilidade em função da protonação no átomo de<br />

enxofre (S) no grupo do mercaptopropilssiloxano (21).<br />

Para a faixa de concentração entre 0,15 a 0,5 mol L -1 a<br />

corrente de pico anódica apresentou uma pequena diminuição.<br />

Dessa forma, HCl com concentração 0,1 mol<br />

L -1 foi empregada, em estudos subsequentes.<br />

Influência da percentagem do<br />

modificador na composição da pasta<br />

Quanto à influência da percentagem do modificador<br />

na composição da pasta na resposta voltamétrica, a<br />

corrente de pico anódica aumentou com a quantidade<br />

do modificador na pasta até 20% (m/m). Para quantidades<br />

superiores a 20% (sílica modificada, m/m), a corrente<br />

diminuiu significantemente. Isto provavelmente<br />

aconteceu devido a uma diminuição na área condutiva<br />

(partículas de carbono) na superfície do eletrodo (22).<br />

Consequentemente, um eletrodo contendo 20% de<br />

modificador foi empregado em todos os experimentos.<br />

Influência do potencial e do tempo<br />

de pré-concentração<br />

O efeito do potencial de pré-concentração na corrente<br />

de pico anódica foi estudado variando o potencial<br />

na faixa de –200 a –800 mV. A corrente de pico máxima<br />

foi obtida em –600 mV. Quando o potencial se torna<br />

mais negativo, uma diminuição na corrente de pico<br />

anódica é observada em virtude da redução ineficiente<br />

da espécie Hg(II) para Hg(0) na superfície do eletrodo.<br />

Consequentemente o potencial –600 mV foi escolhido<br />

para os demais experimentos subsequentes. O tempo<br />

de pré-concentração é um dos parâmetros mais importantes<br />

em técnicas de redissolução. Ele define a<br />

faixa de linearidade (concentração) e está diretamente<br />

relacionado com o limite de detecção. A corrente de<br />

pico anódica aumentou linearmente com o tempo de<br />

pré-concentração entre 60 e 300 s, em tempos maiores<br />

não se observou variação significativa na resposta<br />

voltamétrica, o que sugere a saturação da superfície do<br />

eletrodo (23,24). O tempo de 120 segundos foi escolhido,<br />

pois tempos maiores causaram distorções dos<br />

voltamogramas quando os mesmos foram registrados.<br />

Otimização da amplitude de pulso<br />

e velocidade de varredura<br />

Para melhorar a sensibilidade na determinação<br />

por voltametria de redissolução anódica, parâmetros<br />

como amplitude de pulso e velocidade de varredura<br />

foram investigados.<br />

A corrente de pico está diretamente relacionada<br />

com a concentração da espécie eletroativa e<br />

76 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


também com a amplitude de pulso (25), sendo que<br />

a escolha da amplitude deve ser um compromisso<br />

entre o aumento da sensibilidade e a perda de<br />

resolução. Este efeito foi verificado variando-se<br />

a amplitude de pulso de 25 a 100 mV. No estudo<br />

observou-se um aumento de corrente até um máximo<br />

na amplitude de 75 mV. Desse modo, uma<br />

amplitude de 75 mV foi selecionada para as determinações<br />

práticas.<br />

A influência causada pela velocidade de varredura<br />

foi investigada numa faixa de 5 até 30 mVs -1 . Quando<br />

se usa a Voltametria de Redissolução no modo<br />

pulso diferencial a velocidade de varredura é baixa,<br />

pois velocidades altas causam etapas de potenciais<br />

muito longas acarretando na perda da resolução do<br />

pico ou até mesmo, esse pico poderá não ser registrado<br />

(25). Com base nos resultados observou-se um<br />

aumento da corrente de pico anódica até uma velocidade<br />

de 25 mVs -1 , portanto para velocidades maiores,<br />

a corrente de pico caiu bruscamente em função<br />

das etapas de potencial serem muito longas. Desta<br />

forma, escolheu-se a velocidade de 25 mVs -1 como<br />

a melhor velocidade de varredura para as determinações<br />

de mercúrio usando o EPCQM.<br />

Estudo da interferência dos íons de metais<br />

Os cátions avaliados neste trabalho foram Pb(II),<br />

Cd(II), Zn(II), Cu(II) e Fe(III), devido ao fato de poderem<br />

interferir na determinação de Hg(II) uma vez que<br />

são passíveis de acumulação na superfície do EP-<br />

CQM e seus potenciais encontram-se próximos ao<br />

do mercúrio. Na Tabela 1 constam os resultados da<br />

interferência em função de diferentes razões entre<br />

os metais interferentes e o analito. A interferência<br />

acontece devido à formação de complexo na superfície<br />

do eletrodo e por possuírem seus potenciais de<br />

oxidação próximo do Hg(II). Dos resultados obtidos<br />

para investigação de interferentes, os mesmos mostram<br />

que adições de Pb(II), Cd(II) e Zn(II) não influenciaram<br />

no sinal analítico do mercúrio (Ipa) quando<br />

suas concentrações foram dez e cem vezes maiores<br />

do que a concentração do Hg(II), respectivamente.<br />

Dentre os cinco íons metálicos, somente o Fe(III) e<br />

o Cu(II) mostraram influência bastante significativa<br />

quando os mesmos tinham uma concentração acima<br />

de <strong>50</strong> vezes maior em relação a concentração do<br />

Hg(II), provavelmente devido a reação competitiva<br />

dos cátions dos metais pelo o átomo de enxofre (S)<br />

contido no modificador (mercaptopropilssiloxano) na<br />

superfície do eletrodo (21).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

Curva analítica<br />

A Figura 2 mostra os voltamogramas obtidos com<br />

o EPCQM para várias concentrações de mercúrio (1,0;<br />

2,5; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5 x 10 -7 mol L -1 ). A faixa linear<br />

desta curva analítica esta compreendida entre 1,0 x 10 -7<br />

a 12,5 x 10 -7 mol L -1 , pois a partir desta concentração<br />

houve a saturação da superfície do eletrodo e consequentemente<br />

o desvio da linearidade. O limite de detecção<br />

(L.D) foi calculado a partir da seguinte equação: L.<br />

D = 3 x S B / m, onde S B é o desvio padrão das correntes<br />

de pico do branco e m é o coeficiente angular da curva<br />

analítica. O valor encontrado do limite de detecção foi<br />

de 1,9 x 10 -8 mol L -1 , este valor foi calculado segundo a<br />

equação, utilizando os valores de 1,55 x 10 -7 para o S B<br />

e 24,7 para o m.<br />

Determinação de Hg(II) em águas subterrâneas<br />

O procedimento desenvolvido foi aplicado para determinação<br />

de Hg(II) em amostra de água de poço próxima<br />

de garimpo. A quantidade de Hg(II) encontrado foi<br />

de (2,7 ± 0,2) x 10 -7 mol L -1 (limite de confiança de 95%)<br />

e o estudo de reprodutibilidade das cinco determinações<br />

apresentou um desvio padrão relativo de 5,5%. O<br />

Tabela 1. Efeito da interferência dos íons na resposta<br />

voltamétrica do Hg(II)<br />

Íon C M / C Hg Sinal<br />

Fe(III)<br />

Pb(II)<br />

Cd(II)<br />

Zn(II)<br />

Cu(II)<br />

10 vezes maior Não interfere<br />

<strong>50</strong> vezes maior interfere<br />

100 vezes maior interfere<br />

10 vezes maior Não interfere<br />

100 vezes maior Não interfere<br />

10 vezes maior Não interfere<br />

100 vezes maior Não interfere<br />

10 vezes maior Não interfere<br />

100 vezes maior Não interfere<br />

10 vezes maior Não interfere<br />

<strong>50</strong> vezes maior interfere<br />

100 vezes maior interfere<br />

77


Artigo<br />

Corrente, µA<br />

40<br />

32<br />

24<br />

16<br />

8<br />

0<br />

0 0,1 0,2 0,3 0,4<br />

Potencial, V<br />

Ip(A)<br />

3,5x10 -5<br />

2,8x10 -5<br />

2,1x10 -5<br />

1,4x10 -5<br />

7,0x10 -6<br />

0,0 4,0x10 -7<br />

8,0x10 -7<br />

1,2x10 -6<br />

78 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

0,0<br />

Y = A + B * X<br />

A = -1 , 3 6 6 6 E - 6<br />

B = 2 4 , 6 9 9 1 2<br />

R = 0 , 9 9 6 7 1<br />

[ Hg ( II) ] / m o l L -1<br />

Figura 2. Curva analítica referente à determinação por VRA de Hg(II): (Hg(II)) de 1,0 x 10 -7 a 1,25 x 10 -6 mol L -1 ; HCl 0,1 mol L -1 ; E pré = -600 mV;<br />

T pré = 120 s; V.V = 25 mVs -1 ; sens. = 100 µA/V; Ef = 900 mV<br />

valor da concentração encontrada pelo presente estudo<br />

foi de 2,7 x 10 -7 mol L -1 , valor próximo ao encontrado<br />

na mesma amostra utilizando FIA (Análise por Injeção<br />

em Fluxo), que foi de 3,0 x 10 -7 mol L -1 (26).<br />

Para avaliar a exatidão do novo método foi utilizado<br />

teste de recuperação de mercúrio em águas de poço.<br />

A percentagem de recuperação variou de 96,7 a 115%,<br />

apresentando um valor médio de 101,8 ± 9,5 e desvio<br />

padrão relativo de 7,5% (Tabela 2). A repetibilidade<br />

para medidas voltamétricas foram avaliadas para cinco<br />

varredura sucessivas de 1,0 x 10 -7 mol L -1 de Hg(II)<br />

Tabela 2. Teste de recuperação de Hg(II) usando o EPCQM com sílica<br />

organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano)<br />

Amostras<br />

de água de<br />

poço<br />

Hg(II)<br />

adicionado<br />

(mol L -1 )<br />

Hg(II)<br />

recuperado<br />

(mol L -1 )<br />

% de<br />

recuperação<br />

1 1,0 x 10 -7 0,98 x 10 -7 98,0<br />

2 2,0 x 10 -7 2,3 x 10 -7 115,0<br />

3 3,0 x 10 -7 2,9 x 10 -7 96,7<br />

4 4,0 x 10 -7 3,9 x 10 -7 97,5<br />

5 5,0 x 10 -7 5,1 x 10 -7 102,0<br />

S 101,8 ± 9,5<br />

DPR 7,5<br />

em HCl 0,1 mol L -1 no eletrodo de pasta de carbono<br />

modificado com sílica organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano),<br />

usando as condições ótimas sem<br />

regeneração da superfície do eletrodo entre sucessivas<br />

varreduras. A média da corrente de pico anódica para<br />

estas determinações foi de (2,6 ± 0,4) x 10 -6 A, com um<br />

desvio padrão relativo de 11,1%. Pode-se dizer que o<br />

procedimento e o sinal analítico apresentaram uma boa<br />

repetibilidade.<br />

CONCLUSÃO<br />

No presente estudo, o EPC modificado com sílica<br />

organofuncionalizada (mercaptopropilssiloxano)<br />

mostrou-se sensível para determinação de Hg (II) em<br />

amostras de água. A avaliação estatística do método<br />

confirma a utilização do EPC modificado com sílica organofuncionalizada<br />

como uma alternativa interessante<br />

na determinação eletroanalítica de Hg (II) em águas de<br />

poços. Além disso, exatidão e sensibilidade na determinação<br />

de Hg (II) podem ser alcançadas através da<br />

Voltametria de Redissolução Anódica, um método relativamente<br />

barato e de fácil aplicação.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Ao Laboratório de Pesquisa em Química Analítica<br />

(LPQA) e a CAPES pelo apoio financeiro.


R E f E R ê N C I A S<br />

SILVA, g. S.; BISINOTI, M. C.; MAgARELI, g.; JARDIM, W. F.; FOSTIER, A. H. Major aspects of the mercury cycle in the Negro River basin,<br />

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CAI, X.; kALCHER, k.; LINTSCHINgER, J.; NEUHOLD, C. Stripping voltammetric determination of trace amounts of mercury using a carbonpaste<br />

electrode modified with 2-mercapto-4(3h)-quinazolinone. Mikrochimica Acta. 112(1-4): 135-146, 1993.<br />

CAI, X.; kALCHER, k.; DIEWALD, W.; NEUHOLD, C.; MAgEE, R. J. Voltammetric determination of trace amounts of mercury with a carbon<br />

paste electrode modified with an anion-exchanger. Fresenius Journal of <strong>Analytica</strong>l Chemistry. 345 (1): 25-31, 1993.<br />

LU, J.; HE, X., ZENg, X.; WANB, Q; ZHANg, Z. Voltammetric determination of mercury (II) in aqueous media using glassy carbon electrodes<br />

modified with novel calix(4)arene. Talanta. 59(1): 553-560, 2003.<br />

SOUSA, M. F.; BERTAZZOLI, R. Preconcentration and Voltammetric Determination of Mercury(II) at a Chemically Modified glassy Carbon<br />

Electrode. Anal. Chem. 68 (7): 1258–1261, 1996.<br />

ADAMS, R. N. Carbon Paste Electrodes. Anal. Chem. 30:1576–1576, 1958.<br />

kALCHER, k. Chemically modified carbon paste electrodes in voltammetric analysis. Electroanal. 2: 419-433, 1990.<br />

ZHANg, X.; LU, Q.; ZHU, k. M.; WANg, Z. H.; kANg, J. W. Voltammetric detection of traces of copper using a carbon paste electrode modified<br />

with tetraphenylporphyrin. Anal. Lett. 35: 369-381, 2002.<br />

BINg, C.; kRygER, L. Accumulation and voltammetric determination of complexed metal ions at zeolite-modified sensor electrodes. Talanta.<br />

43 (1): 153-160, 1996.<br />

AgRAZ, R.; SEVILHA, M. T.; HERNÁNDEZ, L. Chemically modified electrode for the simultaneous determination of trace metals and speciation<br />

analysis Anal. Chim. Acta. 273(1-2): 205-212, 1993.<br />

MARINO, g.; BERgAMINI, M. F.; TEIXEIRA, M. F. S.; CAVALHEIRO, E. T. g. Evaluation of a carbon paste electrode modified with organofunctionalized<br />

amorphous silica in the cadmium determination in a differential pulse anodic stripping voltammetric procedure. Talanta. 59: 1021-1028, 2003.<br />

AIROLDI, C.; FARIAS, R. F. O uso de sílica gel organofuncionalizada como agente sequestrante para metais. Quim. Nova. 23(4): 496-<strong>50</strong>3, 2000.<br />

SANTOS, M. R. M. C.; AIROLDI, C. Urea Derivatives Anchored on Silica gel. J. Colloid Interface Sci., 183(1): 416-423, 1996.<br />

CESTARI, A. R.; AIROLDI, C. Thiol-Anchored Silica And Its Oxidized Form - Some Divalent Cations Chemisorbed In Aqueous And Non-Aqueous<br />

Solvents. J. Braz. Chem. Soc. 6(3): 291-296, 1995.<br />

BARBEIRA, D. J. S.; MAZO, J.; STRADIOTTO, N. R. Determination of trace amounts of zinc, lead and copper in sugar cane spirits by anodic<br />

stripping voltammetry. Analyst. 120:1647 - 16<strong>50</strong>, 1995.<br />

BAES Jr, C. F.; MESMER, R. E. The Hydrolysis of Cations, Wiley, New york, 301-312, 1976.<br />

MARINO, g.; CAVALHEIRO, E. T. g.; BERgAMINI, M. F.; TEIXEIRA, M. F. S. Evaluation of a Carbon Paste Electrode Modified with<br />

Organofunctionalized Amorphous Silica in the Cadmium Determination in Differential Pulse Stripping Voltammetry Procedure. Talanta,<br />

59(5): 1021-1028, 2003.<br />

INAM, R.; SOMER, g. A Direct Method for the Determination of Selenium and Lead in Cows Milk by Differential-Pulse Stripping Voltammetry.<br />

Food Chem. 69(3): 345-3<strong>50</strong>, 2000.<br />

yOkOI, k.; yAMAgUCHI, A.; MIZUMACHI, M.; kOIDE, T.; Direct determination of trace concentrations of lead in fresh water samples by adsorptive<br />

cathodic stripping voltammetry of a lead-Calcein Blue complex. Anal. Chim. Acta, 316, 363-369, 1995.<br />

WANg, J. Stripping Analysis Principles, Instrumentation and Applications, VCH Publishers, 1985, Deerfield Beach, 1985.<br />

MARTINIANO, L. C.; MARQUES, A. L. B.; FERNANDES, E. N.; FERNANDES, R. N.; MARQUES, E. P.; BEZERRA, C. W. B.; SOUSA, A. g.; SILVA,<br />

g. S. Determinação Espectrofotométrica de Hg(II) em águas com 2 Mercapto 5 Metilbenzimidazol (MMBI). <strong>Analytica</strong>, 37: 84-92, 2008.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong><br />

79


agenda<br />

analytica<br />

Curso: Resultados Fora de<br />

Especificação – Rastreabilidade<br />

de Medicamentos<br />

Dias: 19 e 26 de fevereiro<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

Curso: VMA – Validação de<br />

Métodos Analíticos (Físico-<br />

Químico) Básico<br />

Dias: 25 e 26 de fevereiro<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

Pittcon 2011<br />

De: 13 a 18 de março<br />

Local: Georgia World Congress<br />

Center – Atlanta. USA<br />

Informações adicionais:<br />

www.pittcon.org<br />

Curso: BPL – Boas Práticas de<br />

Laboratório<br />

Dias: 18 e 19 de março<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

Curso: Estudos de Degradação<br />

no Desenvolvimento Analítico<br />

Dia: 22 de março<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

80<br />

Curso: Validação de Protocolos<br />

de Microbiologia<br />

Dias: 23 e 24 de março<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

Curso: Estabilidade de<br />

Medicamentos<br />

Dia: 26 de março<br />

Local: São Paulo. SP (consultar<br />

outras localidades)<br />

Inscrições: (11) <strong>50</strong>53-9755<br />

info@cepcursos.com.br<br />

XL Reunião Anual da Sociedade<br />

Brasileira de Bioquímica e<br />

Biologia Molecular - SBBq<br />

De: 30 de abril a 3 de maio<br />

Local: Centro de Convenções –<br />

Foz do Iguaçu. PR<br />

Inscrições: congress@iq.usp.br<br />

Informações: www.sbbq.org.br<br />

Curso Teórico-Prático Fungos e<br />

Micotoxinas em Alimentos<br />

De: 09 a 13 de maio<br />

Coordenação: Marta Taniwaki e<br />

Beatriz Iamanaka<br />

Fone: (19) 3743-1784<br />

Inscrições: www.ital.sp.gov.br/ccqa<br />

Informações:<br />

eventosccqa@ital.sp.gov.br<br />

34ª Reunião Anual da Sociedade<br />

Brasileira de Química<br />

De: 23 a 26 de maio<br />

Local: Centro de Convenções do<br />

Costão do Santinho – Florianópolis. SC<br />

Fone: (11) 3032-2299<br />

diretoria@sbq.org.br<br />

Informações: www.sbq.org.br/34ra<br />

Confira também programação de cursos em diversas áreas de interesse em:<br />

FCE Pharma e FCE Cosmetique<br />

De: 24 a 26 de maio<br />

Local: Transamerica Expo Center –<br />

São Paulo. SP<br />

Fone: (11) 3205-<strong>50</strong>00<br />

Informações: www.fcepharma.<br />

com.br e www.fcecosmetique.<br />

com.br<br />

Curso: Vitaminas em Alimentos:<br />

Análise e Interpretação de<br />

Resultados<br />

Dia: 26 de maio<br />

Coordenação: Marta Gomes e<br />

Paulo Carvalho<br />

Fone: (19) 3743-1784<br />

Inscrições: www.ital.sp.gov.br/ccqa<br />

Informações:<br />

eventosccqa@ital.sp.gov.br<br />

Curso Teórico-Prático métodos<br />

de Análises Microbiológicas em<br />

Alimentos<br />

De: 27 de junho a 1 de julho<br />

Coordenação: Margarete M.<br />

Okazaki, Maristela Nascimento,<br />

Neliane Ferraz de A. Silveira e<br />

Valéria C. A. Junqueira<br />

Fone: (19) 3743-1784<br />

Inscrições: www.ital.sp.gov.br/ccqa<br />

Informações:<br />

eventosccqa@ital.sp.gov.br<br />

Analitica Latin America<br />

De: 20 a 22 de setembro<br />

Local: Transamerica Expo Center –<br />

São Paulo. SP<br />

Fone: (11) 3205-<strong>50</strong>00<br />

Informações:<br />

www.analiticanet.com.br<br />

www.cepcursos.com • www.expolabor.com.br • http://eventos.fundepag.br/ • www.isolalabcursos.com.br<br />

www.ispe.org.br • www.katalysiscientifica.com.br • www.shimadzu.com.br/analitica/noticias/cursos/<br />

*Os cursos apresentados são de responsabilidade das entidades sugeridas<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>


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Autores: Visenteiner /<br />

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Eletroforese de Proteínas<br />

Autor: José Godinho<br />

da Silva Jr.<br />

126 páginas<br />

R$ 35,00<br />

Práticas de Química<br />

Analítica<br />

Autor: Flávio Leite<br />

1<strong>50</strong> páginas<br />

R$ 30,00<br />

Análise Instrumental<br />

Autores: Freddy<br />

Cienfuegos e Delmo<br />

Vaitsman<br />

606 páginas<br />

R$ 107,00<br />

Extração em Fase Sólida<br />

Autor: Fernando M.<br />

Lanças<br />

96 páginas<br />

R$ 30,00<br />

Técnicas de<br />

Caracterização de<br />

Polímeros<br />

Autor: Sebastião V.<br />

Canevaloro Jr.<br />

448 páginas<br />

R$ 126,00<br />

Amostragem Fora e<br />

Dentro do Laboratório<br />

Autor: Flávio Leite<br />

98 página<br />

R$ 25,00<br />

Gestão de Qualidade<br />

em Laboratórios<br />

Autor: Igor Renato Bertoni<br />

Olivares<br />

100 páginas<br />

R$ 25,00<br />

Toxicologia de Alimentos<br />

Autores: Antonio Flavio<br />

Midio e Deolinda Izumida<br />

Martins<br />

295 páginas<br />

R$ 86,00<br />

Atlas de Microscopia<br />

Alimentar<br />

Autora: Márcia Regina<br />

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R$ 40,00<br />

Introdução à Química<br />

Forense<br />

Autor: Robson Fernandes<br />

de Faria<br />

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Tratamento de Resíduos<br />

Químicos – Guia Prático<br />

para a Solução dos<br />

Resíduos Químicos em<br />

Instituições de Ensino<br />

Superior<br />

Autores: Leny B.A.<br />

Alberguini, Luis Carlos<br />

ds Silva e Maria O.O.<br />

Rezende<br />

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Biossegurança em<br />

Biotecnologia<br />

Autor: Pedro C. Binsfeld<br />

(org.)<br />

368 páginas<br />

R$ 58,00<br />

Manual de Métodos de<br />

Análise Microbiológica de<br />

Alimentos e Água – 4ªed.<br />

Autores: Neusely/Valéria/<br />

Neliane<br />

Páginas: 624 / R$ 275,00<br />

Reologia e Escoamento<br />

de Fluidos<br />

Autor: José Carlos Vieira<br />

Machado<br />

258 páginas<br />

R$ 60,00<br />

Boas Práticas Químicas<br />

em Biossegurança<br />

Autor: Paulo Roberto de<br />

Carvalho<br />

132 páginas<br />

R$ 39,00<br />

Manual do Laboratório de<br />

Química de Alimentos<br />

Autores: Florinda Orsatti<br />

Bobbio e Paulo A.Bobbio<br />

136 páginas<br />

R$ 36,00<br />

Reologia e Reometria –<br />

Fundamentos Teóricos e<br />

Práticos<br />

Autor: Gebhard Schramm<br />

Tradução e adaptação:<br />

Cheila G. Mothé, Denise<br />

Z. Correia, Hans M. Petri,<br />

Michelle Gonçalves e Tatiana<br />

Carestiato<br />

240 páginas<br />

R$ 69,00<br />

Cromatografia de<br />

Proteínas – Guia Teórico<br />

e Prático<br />

Autor: José Godinho Jr<br />

128 páginas<br />

R$ 35,00<br />

Microbiologia dos<br />

Alimentos<br />

Autores: Bernadette Dora<br />

Gombossy de Melo Franco<br />

e Mariza Landgraf<br />

196 páginas / R$ 59,00<br />

Validação em Análise<br />

Química<br />

Autor: Flávio Leite<br />

357 páginas<br />

R$ 80,00<br />

Cromatografia Líquida<br />

Moderna<br />

Autor: Fernando M.<br />

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Microbiologia dos<br />

Processos Alimentares<br />

Autores: Visenteiner/<br />

Franco<br />

120 páginas<br />

R$ 113,00<br />

Validação de Métodos<br />

Cromatográficos de<br />

Análise<br />

(+ software Validate –<br />

standard version)<br />

Autor: Fernando M.<br />

Lanças<br />

62 páginas<br />

R$ 30,00<br />

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Razão Social / Nome:<br />

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Cidade: Estado: CEP.:<br />

Fone: ( ) E-mail:<br />

Esses preços são válidos até a publicação da próxima edição (nº 51) ou final do estoque. Todos os preços estão sujeitos a alteração.<br />

Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e Grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro.<br />

OBS: Feito o depósito, favor enviar o comprovante de pagamento juntamente com essa ficha preenchida para o fax (11) 3171-2190.<br />

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Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>. Horsa 1. Cj. 2315. CEP: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191 - E-mail: assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong> 81


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82 <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> • Dezembro 2010/Janeiro 2011 • Nº<strong>50</strong>

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