entrevista | <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong> Foco em grandes clientes 6 Desde que assumiu a diretoria executiva da corretora de seguros, no ano passado, o executivo busca expandir as operações da empresa para além do eixo Rio-São Paulo e abocanhar grandes projetos e clientes com operações complexas, oferecendo especialização em diversas linhas de negócios Jamille Niero
APÓLICE: Quais produtos oferecem mais oportunidades de crescimento no Brasil? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Acredito que o foco do momento no Brasil são riscos de engenharia e garantia, devido à grande quantidade de obras de infraestrutura. É o negócio que temos feito mais. APÓLICE: Vocês levam alguma demanda dos seus clientes para as seguradoras, para formatar novos produtos? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Nós fi camos de olho no mercado internacional, por meio da nossa matriz, e vemos o que existe lá e não tem aqui. Buscamos trazer novas soluções para o mercado brasileiro. Em operações mais complexas, é preciso fazer o seguro se adequar à realidade de cada cliente. APÓLICE: Houve mudanças na equipe para atender a demanda? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Sim. Nós aumentamos a estrutura da corretora e buscamos a especialização. Temos uma equipe dedicada para cada linha de negócio (riscos de engenharia, garantia, transportes, property, energia etc). Temos uma pessoa que conhece o negócio tanto quanto o próprio cliente, mas com a base do seguro. Isso proporciona con- forto e uma ideia mais abrangente para buscar coberturas. A mão de obra é local, treinada aqui, mas também mandamos nossos funcionários para a matriz, em Londres. Ainda trazemos do exterior os nossos especialistas para seminários, discussões e fóruns. APÓLICE: O presidente mundial da JLT, Dominic Burke, esteve no Brasil em março. Qual foi o resultado dessa visita? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: A América Latina e a Ásia são as regiões que mais crescem no grupo. A Ásia cresce mais de 30% ao ano e a América Látina mais de 20%. O Brasil é a menina dos olhos do Grupo. A meta para a operação brasileira é de crescimento sólido, rápido e com especialização. Hoje, o País é visto pelo Grupo como um dos principais em termos de crescimento. APÓLICE: Quanto vocês pretendem crescer este ano? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Pretendemos crescer de 35 a 40% ao ano. APÓLICE: Qual será o foco da JLT para alcançar essa expansão? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Nosso foco são os grandes negócios corporativos. Fizemos o seguro de Belo Monte e Expansão e oportunidades Jirau, dois grandes projetos de engenharia, e a apólice de garantia de um aeroporto em São Paulo. Estamos de olho nas oportunidades que necessitem dessa especialização profunda, desde um cliente com uma operação logística complexa até uma grande obra de infraestrutura. Recentemente ganhamos a concorrência para o seguro de um satélite brasileiro. São duas apólices, uma cobre o lançamento e outra quando estiver em órbita. Na parte de seguro aeroespacial somos muito fortes também e temos buscado clientes nessa modalidade. APÓLICE: A JLT terá outra novidade para este ano, além da inauguração de novas fi liais? <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong>: Estamos trabalhando em um produto novo, de transportes. Já tivemos algumas cotações e já fechamos nosso segundo contrato. É o stock through put. A cobertura vai desde a matéria-prima, quando o cliente assume a responsabilidade, até o produto fi nal. Dá cobertura para toda a cadeia produtiva, incluindo o transporte e armazenagem. Hoje, o mercado tem restrição para o tempo que a mercadoria fi ca armazenada, por exemplo. Com o stock through put não. Quando <strong>Alvaro</strong> <strong>Daudt</strong> <strong>Eyler</strong> assumiu a diretoria executiva da JLT Corretora de Seguros, uma das principais ideias foi tentar fugir do eixo Rio-São Paulo, mercado muito competitivo. Segundo o executivo, como o Brasil está se desenvolvendo muito nas outras regiões, com grandes investimentos, é interessante expandir a corretora geografi camente. “É importante ter representantes locais para dar suporte aos nossos clientes e prospectar negócios em cada região”, afi rma. O objetivo é, daqui a dois anos, ter pelo menos 15 fi liais espalhadas pelo Brasil. As quatro primeiras já foram inauguradas: Curitiba, Recife, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro. O responsável pelas fi liais é o executivo Christian Wellisch. De acordo com Wellisch, a JLT abrirá pelo menos mais três fi liais este ano. “Estamos estudando abrir em Vitória, Belo Horizonte e Salvador ou Fortaleza. Acreditamos muito nessas regiões”, explica. No Nordeste, principalmente em Pernambuco e no Ceará, há grandes investimentos. “Nos próximos anos essas duas regiões serão as principais em termos de investimento em infraestrutura e a JLT quer estar lá”, completa <strong>Daudt</strong>. 7