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TURISMO IMOBILIÁRIO: QUE RUMO PARA O ... - Vida Imobiliária

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<strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong>:<br />

<strong>QUE</strong> <strong>RUMO</strong> <strong>PARA</strong> O<br />

MERCADO PORTUGUÊS?<br />

Os projetos e as tendências que marcam o setor<br />

Ponto de vista: Miguel Júdice, CEO do Grupo Lágrimas e Presidente da AHP<br />

Opinião de Cristina Siza Vieira, Presidente da Direcção Executiva da AHP<br />

Reportagem: Conferência: «Procurar a Procura para os Escritórios de Lisboa»<br />

EDIÇÃO PORTUGAL<br />

www.vidaimobiliaria.com | nº 168 JULHO 2012


EDITORIAL<br />

A primeira<br />

exportação<br />

imobiliária:<br />

o turismo<br />

A aposta no turismo deveria ser a primeira prioridade<br />

na canalização do investimento público<br />

reprodutivo. É a forma mais imediata de exportação<br />

de serviços e assegura um grande impacto<br />

na proteção do emprego, nomeadamente<br />

onde mais tem sido destruído - na restauração<br />

e pequeno comércio.<br />

O Turismo residencial deveria merecer uma<br />

atenção especial. A expectativa de novos residentes<br />

seniores, com poder aquisitivo de reformas<br />

europeias e tempo disponível, pode representar<br />

um enorme potencial económico.<br />

Portugal tem excelentes condições para ser<br />

uma Flórida à escala europeia, onde muitas famílias<br />

seniores elegem uma nova forma de vida.<br />

Com maior potencial aquisitivo face à diferença<br />

de custo de vida em Portugal, com um clima<br />

agradável, paisagens e cidades culturalmente<br />

muito ricas, fácil conexão à Europa e uma população<br />

fluente na língua inglesa e afável.<br />

Mas temos que nos preparar enquanto indústria,<br />

como cluster, para sermos atrativos,<br />

apresentando e comercializando um conceito<br />

integrado. O trabalho e as questões a<br />

colocar são muitas... não conseguindo ser<br />

exaustivo, mas os nossos empreendimentos<br />

estão adaptados a pequenas famílias seniores?<br />

Existe uma coordenação com a rede de<br />

cuidados hospitalares e clínicos? A oferta de<br />

lazer está adaptada a estes target de idades?<br />

A comunicação do produto de turismo tem algum<br />

eixo de comunicação alinhado para este<br />

segmento?<br />

As exportações nacionais têm sido a âncora<br />

da economia Portuguesa. O imobiliário pode<br />

dar um grande contributo neste esforço, mas<br />

como outros setores já o fizeram com sucesso,<br />

o turismo residencial também tem de ter uma<br />

estratégia!<br />

António Gil Machado<br />

Diretor, <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong><br />

3


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66 |<br />

eDitoriAL<br />

Vi NeWS<br />

ÍNDICE<br />

eVeNtoS<br />

Salão Imobiliário 2012<br />

Expo-Real<br />

Conferência VI: Procurar a Procura no Mercado de Escritórios<br />

de Lisboa<br />

Segunda edição do Prémio André Jordan<br />

PoNto De ViStA<br />

Miguel Júdice, CEO do Grupo Lágrimas Hotels & Emotions<br />

FÓrUM<br />

Quais deverão ser os grandes vetores a presidir uma estratégia de<br />

promoção internacional do turismo residencial português?<br />

DoSSier: tUriSMo iMoBiLiÁrio<br />

Opinião: Len Silverfine, Presidente, THE BIG IDEA CO.<br />

Análise: Associação de Hotelaria de Portugal (AHP)<br />

Opinião: Cristina Siza Vieira, Presidente da Direção Executiva da<br />

Associação de Hotelaria de Portugal<br />

Neoturis<br />

Hotéis & Resorts, os novos projetos<br />

Grupo Altis Hotels<br />

Pestana Troia Eco-Residences<br />

Pine Cliffs Premier Club<br />

Lucios<br />

MAiS QUe iMoBiLiÁrio<br />

Caso Estudo Securitas<br />

eStAtÍSticAS<br />

Lisbon Prime Index<br />

LeGAL & iMoBiLiÁrio<br />

Alterações ao Código do Trabalho<br />

MArKetPLAce<br />

eNtiDADeS citADAS<br />

4<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

Director<br />

António Gil Machado<br />

agil@vidaimobiliaria.com<br />

eDição<br />

Susana ribeiro<br />

scorreia@vidaimobiliaria.com<br />

MArKetiNG & NeW BUSiNeSS<br />

osvaldo Nogueira<br />

onogueira@vidaimobiliaria.com<br />

MArKetiNG & iNterNet<br />

Francisco Antunes<br />

ffantunes@vidaimobiliaria.com<br />

GeStão De cLieNteS<br />

clara Marcos<br />

cmarcos@vidaimobiliaria.com<br />

Marta Brandão<br />

mbrandao@vidaimobiliaria.com<br />

coLABorADoreS<br />

Andreia Gonçalves<br />

agoncalves@vidaimobiliaria.com<br />

Paula Moreira<br />

pmoreira@vidaimobiliaria.com<br />

Marc Barros<br />

Pedro campos<br />

DeSiGN GrÁFico<br />

PMD - Design<br />

www.pmd.pt<br />

DeSiGN eDitoriAL<br />

Brandvalue<br />

iMPreSSão<br />

Uniarte Gráfica<br />

r. Pinheiro de campanhã nº 342<br />

4300-414 Porto<br />

ASSiNAtUrAS<br />

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ProPrietÁrio<br />

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e Multimédia, Lda.<br />

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Assinatura (11 números) = 94 €<br />

Avulso = 10 €<br />

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e ASSiNAtUrAS – Porto<br />

rua Gonçalo cristovão, 185 – 6º<br />

4049-012 Porto<br />

telefone: 222 085 009<br />

Fax: 222 085 010<br />

reDAcção, ADMiNiStrAção<br />

e ASSiNAtUrAS – LiSBoA<br />

Av. Fontes Pereira de Melo nº 6 – 4º andar<br />

1069-106 Lisboa<br />

telefone: 217 970 029<br />

Fax: 217 970 031<br />

registo nº 115734 da entidade<br />

reguladora da comunicação Social


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VI NEWS<br />

Redevco vende Rua<br />

Augusta 247<br />

A Redevco vendeu o nº127 da Rua<br />

Augusta, na Baixa de Lisboa, a um<br />

investidor privado, tendo sido representada<br />

pela CBRE nesta operação.<br />

Localizado numa das mais importantes<br />

artérias comerciais lisboetas, este ativo<br />

destina-se à reabilitação.<br />

Esta operação contempla apenas a área<br />

não comercial do edifício, com a Redevco<br />

a manter a propriedade da loja existente<br />

no rés do chão, considerada um «ativo<br />

estratégico» para a atividade da empresa.<br />

Francisco Sottomayor, Diretor do<br />

Departamento de Promoção da CBRE,<br />

refere que «a localização privilegiada<br />

do edifício e as características que apresenta,<br />

foram fundamentais para a venda<br />

do imóvel num curto espaço de tempo» e<br />

acrescenta que «o imóvel é muito interessante<br />

para o desenvolvimento de um<br />

projeto residencial ou turístico».<br />

8<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

NEGÓCIOS & PROJECTOS<br />

Pine Hill Residences Managed by Pestana inicia<br />

comercialização<br />

Já arrancou a comercialização do Pine Hill<br />

Residences Managed by Pestana, o condomínio<br />

de luxo integrado coração do Vila Sol Spa & Golf<br />

Resort, em Vilamoura, no Algarve.<br />

No total, são 55 os apartamentos colocados no<br />

mercado, disponíveis nas tipologias T1 (109 m²<br />

e uma varanda de 62 m²), T2 (132 m² e uma varanda<br />

de 73 m²) e T3 (155 m² acrescidos de uma<br />

varanda de 106 m² e de um terraço solar com<br />

98 m²).O grupo Pestana é o responsável pela<br />

exploração deste novo empreendimento turístico<br />

de luxo, pautado pela «decoração exclusiva<br />

e contemporânea».<br />

Os clientes do Pine Hill poderão beneficiar da<br />

proximidade ao hotel Pestana Vila Sol, o que<br />

lhes permitirá usufruir do serviço e das facilida-<br />

JULHO 2012<br />

des do cinco estrelas. Este condomínio privado<br />

conta também com estacionamento subterrâneo<br />

e controlo de entrada, «o que proporciona<br />

um ambiente totalmente seguro para crianças e<br />

completamente livre da circulação de carros», remata<br />

a nota de imprensa.<br />

Novo Centro Equestre do Belas Clube de Campo custa<br />

2 milhões de euros<br />

O Belas Clube de Campo vai receber um centro<br />

equestre pela mão da Trotelhorse, que investiu 2<br />

milhões de euros para tornar realidade este projeto.<br />

A nova infraestrutura deverá entrar em funcionamento<br />

em 2014, e constituirá «mais uma<br />

importante valência de um empreendimento que<br />

conhece a sua terceira fase de desenvolvimento»,<br />

refere a Planbelas, em comunicado.<br />

Este equipamento resulta de uma parceria<br />

estabelecida entre a promotora Planbelas e a<br />

Trotelhorse. «Estamos entusiasmados com esta<br />

parceria. Vamos criar e desenvolver um equipamento<br />

de superior qualidade neste centro hípico,<br />

sendo uma mais-valia para todos. Sempre<br />

foi nosso desejo implantar numa localização<br />

privilegiada, como é o Belas Clube de Campo,<br />

um centro equestre como o que vamos desen-<br />

www.vidaimobiliaria.com<br />

volver», explicou Ana Ramires, sócia-gerente<br />

da Trotelhorse.<br />

O novo centro hípico irá albergar um «conjunto<br />

de atividades e serviços que vão desde o ensino<br />

de equitação ao treino de cavalos, formação de<br />

cavaleiros, passando por espaços de convívio e restauração<br />

para os utilizadores e seus convidados»,<br />

disse a responsável.<br />

Actualize todos os dias<br />

as últimas novidades do mercado.


VI NEWS<br />

Fundo luxemburguês<br />

planeia investir em<br />

imobiliário português<br />

O fundo luxemburguês AES Principal<br />

Fund (APF) tem 200 milhões de euros<br />

para investir em Portugal até ao final do<br />

ano. O objetivo é distribuir este capital<br />

em três áreas de investimento: a compra<br />

de ativos imobiliários em incumprimento,<br />

crédito malparado e empresas<br />

em dificuldades nos setores das Pescas<br />

e Agricultura.<br />

A empresa portuguesa Present Value é<br />

a conselheira de investimento do APF,<br />

que detém também parcerias com instituições<br />

como o Banque Privée Edmond<br />

Rothschild Europe, a KPMG e a sociedade<br />

de advogados Loyens & Loeff.<br />

Citado pelo Jornal de Negócios, o presidente<br />

da Present Value, João Costa Reis,<br />

contou que até ao momento o fundo já<br />

alocou 20 milhões de euros no nosso<br />

país, garantindo que a recetividade da<br />

banca para comprar carteiras de crédito<br />

está a aumentar. «Já comprámos três<br />

carteiras de crédito», das quais uma ao<br />

Barclays, outra ao Santander e uma terceira<br />

a uma outra instituição bancária<br />

não especificada, disse.<br />

O objetivo da compartimentação deste<br />

fundo em várias áreas é, precisamente<br />

evitar contaminações. O fundo tem uma<br />

maturidade entre dois e dez anos, e as<br />

suas unidades de participação podem ser<br />

adquiridas por «investidores institucionais<br />

profissionais ou bem informados», disse<br />

João Costa Reis. O investimento mínimo<br />

é de 125.000 euros, e o fundo não garante<br />

o reembolso de capital ou liquidez.<br />

«Não vamos comprar como fizemos<br />

no passado, para fazer volume», frisou<br />

Costa Reis, escusando-se a estabelecer<br />

uma meta para o número de aquisições.<br />

O responsável garante, contudo,<br />

que os contactos para compras já começaram,<br />

revelando que «já indicámos<br />

uma propriedade com cerca de 4.000<br />

hectares no Norte de Portugal».<br />

10<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

NEGÓCIOS & PROJETOS<br />

Imosteel apresenta o condomínio Cais do Cavaco<br />

O Cais do Cavaco é o novo projeto residencial<br />

da marginal fluvial de Vila Nova de Gaia.<br />

Promovido pela Imosteel e comercializado<br />

pela CBRE, o projeto da autoria do arquiteto<br />

João Paulo Loureiro é composto por 40 apartamentos<br />

de diferentes tipologias, do T2 ao<br />

T4.<br />

Em plena marginal fluvial de Vila Nova de Gaia,<br />

entre o Cais de Gaia e a foz do Rio Douro, este<br />

«é um empreendimento com caraterísticas únicas<br />

no mercado, com uma arquitetura diferenciadora<br />

e uma ampla frente sobre o rio», afirma João<br />

Nuno Magalhães, diretor-geral da CBRE Porto<br />

e Responsável da Agência Residencial. Por isso,<br />

JULHO 2012<br />

acrescenta, «estamos muito confiantes no sucesso<br />

deste empreendimento».<br />

Com classificação energética A+, este edifício<br />

«foi concebido para ter baixos custos quer de condomínio,<br />

quer de manutenção e constituiu seguramente<br />

um dos investimentos com melhor relação<br />

qualidade / preço da região do Porto», salientou<br />

José Belo, Diretor Geral da Imosteel.<br />

Passeio das Cardosas vai permitir encaixe de 14<br />

milhões de euros<br />

Um dos maiores projetos em curso e um marco<br />

na reabilitação da Baixa do Porto, o projeto do<br />

Passeio das Cardosas vai permitir um encaixe<br />

de vendas na ordem dos 14 milhões de euros,<br />

prevê a promotora, a Lucios.<br />

A comercialização arrancou oficialmente a 5 de<br />

julho, e nessa data o empreendimento tinha já<br />

de 50% das 19 lojas e oito dos 52 apartamentos<br />

colocados, «pelo que, apesar da conjuntura<br />

económica desfavorável, estimamos comercializar<br />

as restantes lojas em menos de dois anos e<br />

a totalidade dos apartamentos em cerca de três<br />

anos», estima o administrador da Lucios, Filipe<br />

Azevedo.<br />

Na maioria dos casos, quer nas lojas, quer nos<br />

apartamentos, os negócios foram concretizados<br />

junto de investidores privados, que adquiriram<br />

os imóveis com a finalidade de os vir a arrendar.<br />

O responsável sublinha que este «é um sinal dos<br />

tempos que vivemos e uma tendência que se irá<br />

acentuar, pois as dificuldades no acesso ao crédito<br />

e à falta de disponibilidade financeira conduz à retração<br />

dos particulares, sendo natural que surjam<br />

grupos de investidores a adquirir os espaços para<br />

posterior arrendamento dos mesmos».<br />

O responsável realça que «o Passeio das Cardosas<br />

vai trazer para o centro novo comércio de rua, novos<br />

habitantes e uma nova praça pública, gerando<br />

uma nova centralidade, muito procurada pelos turistas<br />

que visitam o Porto».<br />

Para a componente habitacional, o preço de<br />

venda ronda os 2.000 €/m², sendo um produto<br />

que tem como público-alvo as famílias de rendimentos<br />

médios, casais jovens e sem filhos, casais<br />

séniores, profissionais liberais e turistas que<br />

optem por uma segunda residência.<br />

Relativamente à componente de retalho, a estratégia<br />

de vendas passa por atrair lojas âncora<br />

para dinamizar a Praça das Cardosas, isto é, o<br />

espaço que se encontra no interior do quarteirão.<br />

Um objetivo que já está, pelo menos em<br />

parte, assegurado, tendo já garantido a ocupação<br />

de um dos espaços pelo Welcome Center<br />

do Turismo do Porto e do Norte de Portugal.<br />

A Lucios conta com o apoio permanente da<br />

CBRE neste processo de comercialização.


VI NEWS<br />

Aguirre Newman<br />

fecha com a<br />

GSC|Advogados<br />

nas Amoreiras<br />

O departamento de escritórios da<br />

Aguirre Newman fechou com a<br />

GCS|Advogados para a instalação<br />

dos seus escritórios na Torre 2 das<br />

Amoreiras, em Lisboa.<br />

O GCS|Advogados é resultado de uma<br />

parceria entre advogados portugueses<br />

e angolanos, instalando-se na praça com<br />

uma forte vocação internacional, sobretudo<br />

na relação com o mundo da lusofonia,<br />

tendo como principais áreas de atuação<br />

o direito comercial e das sociedades,<br />

direito imobiliário e do urbanismo e,<br />

ainda, o direito fiscal na relação com as<br />

operações de investimento privado.<br />

Asics/Onitsuka Tiger<br />

inaugura loja no<br />

Freeport<br />

Com a recente inauguração da loja<br />

Asics / Onitsuka Tiger, o outlet Freeport<br />

de Alcochete vê assim reforçada a<br />

sua oferta comercial no segmento de<br />

Desporto, que já inclui espaços de marcas<br />

como a Adidas, Reebok, Sportzone,<br />

Converse, Nike e Puma, entre outras.<br />

Com uma área de 237 m², a nova loja<br />

da marca japonesa disponibiliza cerca<br />

de 190 modelos diferentes de sapatos<br />

desportivos, além de artigos têxtil e<br />

acessórios de desporto.<br />

Recentemente o outlet de Alcochete<br />

acolheu a inauguração também de<br />

outras duas marcas de referências: a<br />

12<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

NEGÓCIOS & PROJETOS<br />

Worx coloca 1000 m² de escritórios em Lisboa<br />

A Worx fechou recentemente novas<br />

operações de ocupação de<br />

escritórios nos edifícios Camilo<br />

Castelo Branco 44, Arcis e Alto das<br />

Amoreiras que, conjuntamente, totalizaram<br />

os 1.000 m² no mercado<br />

de Lisboa.<br />

Localizado junto ao Marquês de<br />

Pombal, no Edifício Camilo Castelo<br />

Branco 44, propriedade da AXA, a<br />

consultora fechou o arrendamento<br />

da totalidade do sétimo piso. Por seu turno,<br />

a Survey Monkey , líder mundial na oferta de<br />

JULHO 2012<br />

questionários online, é a nova<br />

inquilina do Edifício Arcis, onde<br />

ocupa o lado esquerdo do terceiro<br />

piso, uma fração detida pelo FII<br />

Imogest.<br />

Na operação de arrendamento<br />

dos novos escritórios da<br />

Vasconcelos Arruda Advogados,<br />

a Worx intercedeu pelo cliente,<br />

colocando-o no sétimo piso do<br />

Edifício Alto das Amoreiras, detido<br />

por um dos fundos imobiliários geridos<br />

pela Norfin.<br />

C&W instala primeira loja da Amorino em Portugal<br />

A cadeia de gelados Amorino acaba de abrir<br />

a sua primeira loja em Portugal, localizada<br />

no nº109 da Rua Augusta, em plena Baixa de<br />

Lisboa. A gelataria ocupa uma área de 160<br />

m², tendo sido assessorada pela Cushman &<br />

Wakefield na operação de arrendamento do<br />

espaço, e que foi também a consultora responsável<br />

pela introdução da marca no mercado<br />

português.<br />

Fundada em 2002 por Cristiano Sereni e Paolo<br />

Benassi, a Amorino abriu a sua primeira loja em<br />

Paris. Hoje conta com 78 lojas, a maioria localizadas<br />

na Europa. Trata-se de um conceito pre-<br />

Logica TI Portugal arrenda 4.000 m²<br />

no Sintra Business Park<br />

A Lógica TI Portugal, que opera na área dos<br />

serviços de tecnologia e gestão, arrendou<br />

uma área de 4.000 m² no Sintra Business<br />

Park, através da área de negócios Corporate<br />

Solutions da Chamartín <strong>Imobiliária</strong>, a detentora<br />

do ativo.<br />

Trata-se de uma das maiores operações de arrendamento<br />

concluídas em 2012 em Portugal,<br />

contemplando a ocupação da totalidade de um<br />

dos edifícios deste empreendimento que conta<br />

com uma área bruta locável (ABL) superior a<br />

50.0000 m², na zona de Sintra.<br />

A Chamartín <strong>Imobiliária</strong> é detentora de um<br />

dos maiores portfólios de ativos imobiliários<br />

na área dos escritórios no nosso país, que totalizam<br />

uma ABL de aproximadamente 175.000<br />

m², correspondentes a 180 contratos de arren-<br />

Chicco e a Geox. www.vidaimobiliaria.com<br />

mium que aposta na qualidade dos seus produtos<br />

e no ambiente acolhedor das lojas.<br />

damento sob gestão. Fazem parte do portefólio<br />

sob gestão imóveis de referência como as Torres<br />

de Lisboa, Monumental, Sintra Business Park,<br />

Escritórios do Tejo, Edifício Pessoa, Miraflores<br />

Office Center, República 43, República 81,<br />

Duque d’Ávila 114, Ouro 242, Campo Grande 6<br />

e Edifício Arrábida.


VI NEWS<br />

Square Asset<br />

Management<br />

conquista prémio<br />

ibérico do IPD<br />

À semelhança de 2011, este ano Portugal<br />

voltou a conquistar o prémio ibérico para<br />

o Melhor Portfólio Generalista, nos IPD<br />

European Property Investment Awards.<br />

A distinção foi atribuída ao Fundo CA<br />

Património Crescente, gerido pela Square<br />

Asset Management, por apresentar a<br />

melhor performance a três anos (com<br />

referência a 31 de dezembro de 2011) de<br />

entre os fundos generalistas analisados<br />

pelo IPD em Portugal e Espanha.<br />

Na categoria de Fundos Especializados,<br />

a distinção ibérica coube a Espanha,<br />

com o portfólio gerido pela Zurich.<br />

Os European Property Investment<br />

Awards reconhecem a melhor performance<br />

a três anos dos portfólios imobiliários<br />

analisados pelo IPD nos diversos<br />

mercados europeus.<br />

Sika Portugal aposta<br />

no segmento dos<br />

particulares<br />

A Sika Portugal já definiu a sua estratégia<br />

para os próximos cinco anos no mercado<br />

nacional, a qual passará por disponibilizar<br />

soluções profissionais ao consumidor<br />

final, no âmbito da sua cada vez maior<br />

proximidade com este público-alvo.<br />

Com esta nova abordagem, a filial portuguesa<br />

da multinacional suíça, especializada<br />

em produtos químicos para as<br />

áreas de construção e indústria, pretende<br />

que o consumidor final venha a representar<br />

pelo menos 20% do volume<br />

de faturação, duplicando o valor atual.<br />

«A nova gama de tintas, lançada há cerca<br />

de dois meses, foi mais um passo para<br />

esta abordagem direcionada ao público<br />

final, a qual pretendemos replicar em<br />

mais produtos e serviços prestados pela<br />

marca», explica o diretor-geral da filial<br />

portuguesa, José Soares.<br />

14<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

EMPRESAS & MERCADOS<br />

Uría Menendez distinguida<br />

na IFLR Indian Awards 2011<br />

A sociedade de advogados Uría Menendez<br />

foi premiada nos International Financial Law<br />

Review (IFLR) Indian Awards 2011, na categoria<br />

«Opertação de Infraestruturas e Imobiliário do<br />

Ano», pela assessoria prestada ao Grupo Isolux.<br />

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu<br />

em Bombaim, na Índia, tendo o galardão sido<br />

Absorção de escritórios no primeiro semestre<br />

mais forte<br />

A área de escritórios contratada no primeiro<br />

semestre de 2012 totalizou os 36.030 m², um<br />

valor superior em 17% ao registado no período<br />

homólogo de 2011 (30.801 m²), revela a Aguirre<br />

Newman.<br />

Contudo, olhando para a área colocada no<br />

passado mês de junho (4.622 m²), observa-se<br />

um decréscimo de 25% face à performance de<br />

igual período do ano passado (6.150 m²). No<br />

último mês do primeiro semestre de 2012, o<br />

maior número de operações (42) verificou-se<br />

no Corredor Oeste (Zona 6). No extremo oposto,<br />

encontra-se a Zona Secundária (Zona 4) com<br />

apenas um registo.<br />

Em relação às perspetivas para 2012, Eduardo<br />

Fonseca, diretor do departamento de escritórios<br />

da Aguirre Newman Portugal, afirma que «apesar<br />

do número de operações ser inferior, a área contratada<br />

é superior em 6.000m², o que nos faz antever,<br />

com elevado grau de probabilidade, um final de<br />

ano com uma absorção superior à de 2011».<br />

Portugal Ventures promove o nosso país<br />

Portugal Ventures é a designação<br />

da nova Sociedade de<br />

Capital de Risco que resulta da<br />

fusão das sociedades AICEP<br />

Capital Global, da InovCapital<br />

e da Turismo Capital. O novo<br />

branding, de leitura universal,<br />

foi criado pela Once Upon a<br />

Brand e pela GBNT.<br />

Rodrigo Rodrigues, partner<br />

da Once Upon a Brand, refere<br />

que «a marca Portugal Ventures remete para o<br />

ambiente empresarial, graficamente enquadrada<br />

e focada no crescimento e na internacionaliza-<br />

JULHO 2012<br />

entregue a Jorge Martí, sócio responsável da<br />

Uría. Acompanhando o crescimento da atividade<br />

de empresas ibéricas na Índia, há alguns<br />

anos que a Uría Menendez criou uma equipa<br />

especializada naquele mercado, formada por<br />

advogados dos seus escritórios na Europa,<br />

América Latina e Ásia.<br />

ção das empresas portuguesas,<br />

através da assinatura e da<br />

projeção do elemento ‘G’ e da<br />

assinatura “Growing.Global».<br />

O posicionamento da<br />

Portugal Ventures concentra<br />

dois aspetos essenciais:<br />

a Sociedade de Capital de<br />

Risco que incentiva o empreendedorismo,<br />

promovendo<br />

o investimento para o crescimento<br />

das empresas, e a revitalização do tecido<br />

empresarial português na perspetiva de inovação<br />

e internacionalização.


VI NEWS<br />

Portugal é o 28º<br />

mercado imobiliário<br />

mais transparente<br />

Portugal é o 28º mercado imobiliário<br />

mais transparente, a nível global,<br />

de acordo com o ranking elaborado<br />

pela Jones Lang LaSalle e pela LaSalle<br />

Investment Management. No topo<br />

da tabela, que analisa 97 mercados<br />

em todo o mundo, estão os Estados<br />

Unidos, Reino Unido e Austrália, considerados<br />

os mercados mais transparentes<br />

a nível mundial.<br />

Para o diretor-geral da Jones Lang<br />

LaSalle Portugal, Pedro Lancastre, «é<br />

reconfortante notar que apesar das dificuldades<br />

que o mercado imobiliário<br />

português está a enfrentar, conseguimos<br />

manter um nível de transparência<br />

cada vez mais alto. Isto reflete o profissionalismo<br />

crescente deste setor e<br />

ajuda a dar confiança aos investidores<br />

sobre os novos investidores internacionais<br />

que estão a analisar o país».<br />

Este ano, Angola entrou pela primeira<br />

vez no índice apurado pela Jones<br />

Lang LaSalle, entrando para o 95º lugar,<br />

posicionando-se como um mercado<br />

«opaco».<br />

De acordo com o Global Real Estate<br />

Transparency Index de 2012, os mercados<br />

imobiliários em recuperação<br />

deram um ânimo renovado à evolução<br />

em termos de transparência, depois<br />

de um abrandamento no progresso<br />

deste indicador durante a crise financeira<br />

em 2008 e 2009. Cerca de 90%<br />

dos mercados registaram avanços na<br />

transparência do setor imobiliário durante<br />

os últimos dois anos, impulsionados<br />

pela evolução nos dados referentes<br />

aos fundamentais do mercado<br />

e às medidas de performance, combinados<br />

com uma melhor governança<br />

de veículos cotados.<br />

16<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

EMPRESAS & MERCADOS<br />

REMAX regista aumento de 38% no arrendamento<br />

Nos primeiros seis meses do<br />

ano, a RE/MAX registou um<br />

aumento de 11% no número<br />

de transações efetuadas face<br />

ao período homólogo do ano<br />

passado, com destaque para<br />

o arrendamento que cresceu<br />

38%.<br />

Para a REMAX Portugal estes<br />

números são positivos, pois<br />

«apesar da crise económica, a<br />

REMAX conseguiu no primeiro<br />

semestre de 2012 superar o<br />

número de transações do mesmo<br />

período do ano passado», sublinha Beatriz<br />

Rúbio, CEO da REMAX Portugal.<br />

As tipologias mais comercializadas continuam<br />

a ser os T2, responsáveis por 40% das vendas e<br />

43% dos arrendamentos, enquanto os imóveis<br />

T3 foram responsáveis por 33% das vendas e<br />

IMI aumenta 25% já em 2013<br />

O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) vai aumentar<br />

cerca de 25% em 2013, revelou a Comissão<br />

Europeia. De acordo com o relatório completo da<br />

quarta avaliação a Portugal redigido por Bruxelas,<br />

a avaliação de cinco milhões de propriedades em<br />

2012 poderá conduzir «a um aumento de receita<br />

do imposto de propriedade [IMI] de cerca de 250<br />

milhões de euros em 2013, que será usado pelos municípios<br />

para a consolidação dos seus orçamentos».<br />

JULHO 2012<br />

26% dos arrendamentos; e os<br />

T1 por 17% das vendas e 24%<br />

dos arrendamentos.<br />

A média de valor das vendas<br />

realizadas é de 153.661 euros,<br />

com a média dos T3 a ser transacionada<br />

por 140.788 euros.<br />

O valor médio dos arrendamentos<br />

é de 644 euros, com<br />

os T3 a serem arrendados a<br />

uma média de 605 euros.<br />

Lisboa foi a zona onde ocorreu<br />

a maioria das transações, com<br />

26% das vendas e 23% dos arrendamentos.<br />

Em segundo e terceiro lugares,<br />

Sintra e Cascais foram as zonas com maior expressividade<br />

nos dois tipos de transação.<br />

Atualmente, a rede imobiliária tem 60.000 imóveis<br />

disponíveis para comercialização: 50.617<br />

imóveis para venda e 9.383 para arrendamento.<br />

Imobiliário português é um investimento seguro,<br />

diz a Property Guide<br />

Comparando o mercado imobiliário<br />

português e o restante<br />

mercado europeu, a Property<br />

Guide conclui que Portugal<br />

é «um porto seguro para o investimento,<br />

interno e externo, e<br />

contraria a falsa ideia da existência,<br />

entre nós, de uma bolha<br />

imobiliária».<br />

Este ranking compara casas<br />

com cerca de 120 m², localizadas<br />

nos centros das cidades<br />

mais importantes de cada país<br />

estudado e mostra que os valores<br />

praticados em Portugal são<br />

muito inferiores aos praticados<br />

em todos os países da Europa<br />

Ocidental.<br />

Em Portugal, o preço da habitação<br />

por m² ronda os 2230 €.<br />

Em Espanha, por exemplo, este<br />

valor quase dobra: 4 022 €/m2.<br />

É de referir também os 15 187 €<br />

praticados no Reino Unido, os<br />

13 380€ na França e os 3.704€<br />

na Alemanha.<br />

A receita global deste imposto ronda os mil<br />

milhões de euros anuais. O aumento de 250<br />

milhões traduz-se assim num agravamento de<br />

25%.<br />

Com esta reforma da tributação do imobiliário,<br />

Bruxelas prevê que «o aumento de receitas previsto<br />

será próximo de 700 milhões de euros (para<br />

um total de 1,9 mil milhões de euros) no final do<br />

período de transição de três anos».


VI NEWS<br />

Primeiras casas<br />

do Mercado Social<br />

de Arrendamento<br />

entregues em agosto<br />

As primeiras nove casas do Mercado<br />

Social de Arrendamento, lançado em<br />

junho, serão entregues em agosto nos<br />

concelhos de Sintra, Barreiro, Matosinhos<br />

e Gaia, anunciou secretário de Estado da<br />

Solidariedade e Segurança Social, Marco<br />

António Costa.<br />

Neste momento, o Mercado Social de<br />

Arrendamento tem disponíveis 795<br />

imoveis, a maioria da banca (636), havendo<br />

também imóveis do Instituto de<br />

Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU)<br />

e do Instituto de Gestão Financeira da<br />

Segurança Social.<br />

Através da página na internet www.mercadosocialarrendamento.msss.pt<br />

é possível<br />

conhecer os imóveis e apresentar candidaturas.<br />

Segundo Marco António Costa, o<br />

portal já teve mais de 50 mil visitas.<br />

Até agora, os serviços já contabilizaram<br />

«428 candidaturas formais», estando «286<br />

candidaturas em avaliação» por parte das<br />

autarquias. O responsável sublinhou que,<br />

neste momento, já aderiram ao programa<br />

«mais de 60 municípios».<br />

O ministro da Segurança Social, Pedro<br />

Mota Soares, manifestou disponibilidade<br />

para alargar o programa a espaços comerciais<br />

para criação de emprego para<br />

jovens. De acordo com Mota Soares, até<br />

ao final do ano, o programa deverá ter<br />

2.000 imóveis disponíveis.<br />

O Mercado Social de Arrendamento foi<br />

anunciado pelo Governo em fevereiro<br />

como um programa que disponibiliza<br />

casas com rendas 30% abaixo das praticadas<br />

no mercado livre.<br />

18<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

EMPRESAS & MERCADOS<br />

EPUL sorteia primeiras casas das Residências<br />

do Martim Moniz<br />

Das 145 candidaturas aprovadas pela EPUL,<br />

no passado dia 21 de julho foram sorteados<br />

40 apartamentos do empreendimento<br />

Residências do Martim Moniz, pela Empresa<br />

Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL).<br />

Ao todo, a EPUL recebeu 313 inscrições, das<br />

quais 145 foram formalizadas através do pagamento<br />

da respetiva caução, para a compra dos<br />

40 apartamentos EPUL Jovem em venda. Os<br />

apartamentos EPUL Jovem do empreendimento<br />

Residências Martim Moniz têm tipologias T1<br />

JULHO 2012<br />

a T3 e áreas a partir de 54 m², todos com estacionamento<br />

em cave.<br />

No mesmo dia foi lançado o Concurso nº 177 para<br />

licitação (mercado livre) de 37 apartamentos no<br />

empreendimento Residências do Martim Moniz.<br />

Neste caso, estão em causa frações T1 a T3, com<br />

áreas de 56 m² a 161 m², terraços e varandas,<br />

arrecadação e estacionamento em cave.<br />

Para setembro está previsto o lançamento dos<br />

concursos para venda das 8 coberturas de tipologia<br />

T2 e T3, alguns são duplex, com cozinhas<br />

equipadas, arrecadação e dois a três lugares de<br />

estacionamento em cave. Estes apartamentos<br />

têm terraços panorâmicos de 65 m² a 120 m².<br />

A obra do Empreendimento Residências do<br />

Martim Moniz fica pronta este ano e as escrituras<br />

começam a ser feitas a partir do próximo<br />

mês de setembro.<br />

Mais de metade dos trabalhadores portugueses trabalha fora do escritório<br />

Mais de metade dos trabalhadores portugueses (57%) trabalham remotamente,<br />

revela o mais recente inquérito encomendado pela Regus, fornecedor<br />

global de locais de trabalho flexíveis, e que considerou a opinião<br />

de mais de 16 000 profissionais em mais de 80 países.<br />

Estes profissionais têm a liberdade de trabalhar fora das localizações<br />

dos escritórios principais da empresa durante metade da semana ou<br />

mais, o que os ajuda a reduzir o tempo total gasto em deslocações<br />

casa-trabalho.<br />

Este estudo refere ainda que 57% dos funcionários também trabalharia<br />

mais, beneficiando a empresa, se pudessem reduzir as deslocações casa-trabalho.<br />

O estudo da Regus perguntou aos profissionais portugue-<br />

Número de imóveis entregues aos bancos diminui no 2ºT<br />

O número de imóveis entregues em dação<br />

em pagamento diminuiu no segundo trimestre<br />

deste ano o que, contudo, não impediu o<br />

aumento do volume total de imóveis entregues<br />

ao longo do primeiro semestre, revela a<br />

APEMIP.<br />

De acordo com as estimativas da associação,<br />

entre abril e junho de 2012 foram entregues<br />

1.000 imóveis, contra os 1.300 entregues no<br />

primeiro trimestre. Uma evolução considerada<br />

«um sinal positivo do setor financeiro», diz Luís<br />

Lima, presidente da APEMIP.<br />

Todavia, no primeiro semestre os portugueses<br />

entregaram um total de 3.300 imóveis<br />

aos bancos, o que representa um aumento de<br />

8,9% em relação ao ano de 2011. E, segundo<br />

o estudo da associação, é possível concluir<br />

que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto<br />

concentram 34,6% das ocorrências relativas a<br />

imóveis entregues em dação.<br />

Dos 10 municípios mais penalizados em termos<br />

nacionais, apenas três pertencem a estas duas<br />

unidades territoriais (Valongo, Vila Nova de Gaia<br />

e Sintra) pertencendo as restantes a zonas distintas<br />

do país (Coimbra, Entroncamento, Funchal,<br />

Guimarães, Lagos, Santa Cruz – Madeira, e Silves).<br />

ses como utilizariam o tempo poupado em deslocações casa-trabalho.<br />

Mais tempo dedicado à família (70%), mais tempo dedicado ao desporto<br />

(68%), mais tempo dedicado a dormir (64%) e mais tempo dedicado<br />

ao trabalho (57%) foram as respostas dos inquiridos.<br />

Este estudo revela também um aspeto importante: se as empresas aumentassem<br />

as práticas de trabalho flexíveis para os seus colaboradores,<br />

não só veriam aumentar a moral, saúde e lealdade dos colaboradores,<br />

mas também a produtividade, visto que trabalhariam mais, confirmando<br />

assim o estudo anterior da Regus que revelava que, a nível global, 72%<br />

das empresas viram aumentar a produtividade em consequência direta<br />

de práticas de trabalho flexíveis.


VI NEWS<br />

Governo paga 286<br />

M€ pelos terrenos do<br />

Aeroporto<br />

O presidente da Câmara de Lisboa,<br />

António Costa, anunciou que o<br />

Governo vai pagar 286 milhões à autarquia<br />

para resolver um contencioso judicial<br />

relativo aos terrenos do aeroporto<br />

que se arrasta há décadas. O acordo vai<br />

permitir ao município reduzir 43% da<br />

sua dívida aos bancos, disse o autarca.<br />

Além deste, que reconhece a propriedade<br />

do Estado sobre os terrenos do perímetro<br />

do aeroporto de Lisboa, o acordo<br />

contempla ainda a transferência da gestão<br />

urbana do Parque das Nações para o<br />

município de Lisboa.<br />

Ainda no âmbito das negociações com<br />

o Governo o município vai vender ao<br />

Estado os terrenos onde se encontram<br />

os cinco módulos do Centro Cultural de<br />

Belém por seis milhões.<br />

Dívida das autarquias<br />

aos bancos recua para<br />

o valor mais baixo<br />

desde 2009<br />

Em maio, as autarquias portuguesas<br />

conseguiram baixar as dívidas aos bancos<br />

pelo 13º mês consecutivo, caindo<br />

para o valor mais baixo desde agosto<br />

de 2009. O boletim estatístico do Banco<br />

de Portugal observa que a dívida da administração<br />

local à banca ascendia aos<br />

4.930 milhões de euros naquele mês.<br />

A dívida das autarquias à banca atingiu<br />

um máximo histórico em abril de 2011,<br />

no valor de 5.440 milhões de euros, mas<br />

desde então tem vindo a reduzir-se todos<br />

os meses, diz a Lusa. Já a dívida da administração<br />

regional subiu ligeiramente em<br />

maio, para os 1.533 milhões de euros.<br />

Segundo o Banco de Portugal, os depósitos<br />

da administração local na banca<br />

subiram consideravelmente de abril<br />

para maio, passando dos 1.010 milhões<br />

de euros para os 1.356 milhões de euros.<br />

Trata-se do valor mais elevado para<br />

este indicador desde outubro de 2010.<br />

20<br />

CIDADES<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

Setúbal altera PDM na área do Parque Industrial<br />

Sapec Bay<br />

A Câmara Municipal de Setubal aprovou uma<br />

alteração ao Plano Diretor Municipal da nárea<br />

da Mitrena, referente ao Parque Industrial<br />

Sapec Bay. O leque de alterações, num total de<br />

quatro medidas, tem como objetivo «fazer um<br />

aproveitamento racional do espaço dotado de<br />

um conjunto de infraestruturas relevantes para o<br />

acolhimento de atividades económicas», além de<br />

assegurar maior rentabilidade «da proximidade<br />

e interoperacionalidade entre elementos essenciais<br />

do sistema logístico do Concelho», em particular<br />

do porto, e as respetivas ligações às vias<br />

rodo e ferroviárias.<br />

As alterações no PDM incluem, entre outros, a<br />

reformulação da delimitação dos espaços ver-<br />

JULHO 2012<br />

des de proteção e enquadramento, que passam<br />

de 84,05 ha para os 68,16 ha. Além disso, um<br />

total de 29,76 ha de espaços industriais vão ser<br />

reconvertidos em áreas de terciário T2.<br />

No total, o Parque Industrial da Sapec Bay ocupa<br />

uma área com 3.606.499 m 2 .<br />

Tavira assina protocolo com New Jersey Institute<br />

of Technology<br />

A Câmara Municipal de Tavira assinou um<br />

protocolo de cooperação com o New Jersey<br />

Institute of Technology (NJIT), escola norte-<br />

-americana de gestão e engenharia a que pertence<br />

uma das mais reputadas incubadoras de<br />

empresas tecnológicas dos EUA.<br />

Este acordo tem como objetivo transferir conhecimento,<br />

reforçar a atratividade territorial e<br />

colocar o município do sotavento algarvio nas<br />

redes mundiais de cooperação entre universidades,<br />

territórios e empresas. Neste âmbito<br />

será implantado uma incubadora de empresas<br />

de «tecnologia verde» e «inovadoras nos processos<br />

e produtos» no Parque Empresarial de Tavira.<br />

O objetivo é que esta incubadora possa ser aproveitada<br />

tanto pela Universidade do Algarve (UAlg),<br />

como pelo Instituto Andaluz de Tecnologia (IAT) e<br />

pela Associação Nacional de Jovens Empresários<br />

(ANJE), também parceiros da autarquia.<br />

A criação da incubadora representa «uma<br />

aposta estratégica do município», e é um dos<br />

objetivos do projeto de dinamização da economia<br />

local, Ativar Tavira. Lembre-se que na<br />

apresentação do projeto Ativar Tavira, a 26 de<br />

junho, o presidente da Câmara de Tavira confirmou<br />

a eliminação da derrama municipal no<br />

próximo ano, acrescentando que a «redução<br />

www.vidaimobiliaria.com<br />

significativa» do IMT (Imposto Municipal sobre<br />

as Transmissões Onerosas de Imóveis) e de «algumas<br />

taxas municipais» (publicidade, ligação<br />

de águas e esgotos e outras) para as empresas<br />

que se instalem no novo Parque Empresarial da<br />

Tavira também estão a ser estudadas.<br />

«A nossa opção é enfrentar a crise pelo crescimento<br />

e pela criação de emprego, adorando uma<br />

agenda própria de um município que pretende<br />

ser um facilitador do investimento, tanto de pequenas<br />

empresas ou de agentes da economia<br />

social como de grandes multinacionais. Afirmar<br />

uma nova centralidade económica na região e no<br />

país é a melhor forma de assegurar o futuro e a<br />

sustentabilidade aos tavirenses e à cidade», afirma<br />

o autarca.<br />

Actualize todos os dias<br />

as últimas novidades<br />

do mercado.


DESSO AirMaster® A alcatifa que limpa o ar<br />

A qualidade do ar interior desempenha um papel importante na nossa saúde e bem estar,<br />

tendo em conta que passamos mais de 90% do tempo em espaços interiores. Um estudo<br />

extensivo do Organização Mundial de Saúde indica que a maioria das cidades dos países<br />

desenvolvidos em todo o mundo têm uma qualidade do ar interior que resulta em graves<br />

riscos para a saúde humana, em grande parte causados pela presença de poeiras finas no<br />

ar.<br />

A DESSO AirMaster®, com a sua tecnologia patenteada patenteada, foi desenvolvida especialmente<br />

para remover as poeiras finas do ar mais eficazmente que outras soluções de pavimentos.<br />

Aliás, é 8 vezes mais eficaz em capturar e reter poeiras finas que soluções de<br />

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EVENTOS SALÃO <strong>IMOBILIÁRIO</strong> DE LISBOA<br />

Principal evento do setor imobiliário<br />

terá lugar de 9 a 14 de outubro<br />

SIL 2012 apresenta<br />

«Clube de Investidores<br />

Estrangeiros»<br />

O SIL – Salão Imobiliário de Portugal, está de volta em 2012. A decorrer de 9 a 14<br />

de outubro, na FIL, o principal evento do setor imobiliário nacional apresenta uma<br />

novidade este ano: a criação do Espaço Clube de Investidores Estrangeiros.<br />

Para este ano, a organização do SIL tem como<br />

objetivo «reafirmar a dinâmica do salão com novos<br />

espaços de negócios e atividades para a internacionalização<br />

das empresas», pelo que «o investimento<br />

estrangeiro será um dos destaques».<br />

E, é nesse sentido que surge o Espaço Clube<br />

de Investidores Estrangeiros, que tem como<br />

missão «potenciar contactos e a criação de networking<br />

entre os profissionais e investidores internacionais,<br />

reforçando a política de internacionalização<br />

do salão para a Europa (com destaque<br />

especial para França), África e Brasil».<br />

No âmbito deste espaço serão também promovidas<br />

visitas a projetos imobiliários dos expositores<br />

presentes no SIL «e com potencial para<br />

Objetivo é atingir os 55.000 visitantes<br />

As metas para o salão já foram traçadas pela organização, e o objetivo é<br />

manter a ocupação do certame em linha com a edição de 2011, estimando<br />

a presença de cerca de 150 expositores e a visita de mais de 55.000<br />

pessoas durante os seis dias de feira.<br />

No ano que comemora a 15ª edição, o SIL volta a realizar-se em<br />

simultâneo com a Intercasa Concept. Esta realização simultânea<br />

visa «potenciar a intensa complementaridade que existe entre ambas<br />

22<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

atração de investimento estrangeiro». Outra das<br />

iniciativas agendadas é uma conferência sobre<br />

o mercado brasileiro, organizada pela <strong>Vida</strong><br />

<strong>Imobiliária</strong>.<br />

Prémios SiL e Maior Leilão imobiliário<br />

de Portugal estão de volta<br />

Iniciativas como os Prémios SIL ou o Maior<br />

Leilão Imobiliário de Portugal estão de volta<br />

este ano, ambos com algumas novidades.<br />

O Maior Leilão Imobiliário de Portugal tem<br />

como novidade a realização de Leilões Hora a<br />

Hora, o que, acredita a organização, «permitirá<br />

criar uma maior dinâmica de comercialização de<br />

imóveis dentro do salão».<br />

JULHO 2012<br />

Reforçando a aposta «no reconhecimento<br />

das melhores empresas, pessoas e projetos»,<br />

os Prémios SIL do Imobiliário celebram a<br />

sua 4ª edição, e contam em 2012 com duas<br />

novas categorias: «Fundos de Investimento<br />

Imobiliário» e «Distinção CPLP».A estas<br />

juntam-se as já habituais categorias:<br />

Arrendamento, Autarquias, Construção<br />

Sustentável, Eficiência Energética,<br />

Desenvolvimento Urbano, Investigação &<br />

Desenvolvimento, Reabilitação Urbana e<br />

Empreendimento Imobiliário de Comércio<br />

e Serviços, Obras Públicas, Escritórios,<br />

Turismo, Habitação, Indústria e Logística, e<br />

as Distinções de Excelência SIL 2012 e Melhor<br />

Projeto Internacional.<br />

as feiras, fortalecer a produção nacional, permitindo a interação dos<br />

agentes económicos ligados ao setor do imobiliário e dos produtos<br />

no âmbito da fileira da casa e reforçar a capacidade de mobilização<br />

e o aumento do número de visitantes e potenciais compradores, reunindo<br />

num único espaço, toda a oferta de compra e arrendamento<br />

de habitação, com a decoração de interiores e exteriores», explica a<br />

organização.


Transformamos o seu ambiente<br />

num espaço de comunicação<br />

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EVENTOS EXPO-REAL<br />

Em associação com a <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong><br />

EXPO-REAL fomenta laços<br />

de investimento entre o Brasil<br />

e a Europa<br />

A maior feira internacional de investimento em imobiliário comercial, a Expo-Real<br />

está apostada em fomentar os laços entre os investidores brasileiros e europeus.<br />

Por isso, associou-se à <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>, para que de 8 a 10 de outubro a feira de<br />

Munique seja o ponto de encontro das melhores oportunidades de investimento dos<br />

dois lados do Atlântico.<br />

«A América do Sul, e particularmente o Brasil, é um<br />

mercado promissor e com grande potencial para o<br />

setor imobiliário. Quer no segmento residencial, quer<br />

para o imobiliário comercial, por exemplo, há muita<br />

pressão na procura. E os projetos existentes são muito<br />

interessantes para os investidores, incluindo os<br />

europeus», salienta a diretora da Expo Real, Claudia<br />

Boymanns.<br />

Acompanhando a tendência de crescente importância<br />

do Brasil no mercado global de investimento imobiliário,<br />

este ano Expo-Real coloca o país em destaque, e<br />

tem como objetivo não só atrair um maior número de<br />

profissionais brasileiros à feira, bem como contribuir<br />

para incrementar o fluxo de negócios entre aquele país<br />

e a Europa. «E, um dos primeiros passos para a concretização<br />

dessa meta, foi a cooperação desenvolvida com a <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>,<br />

no âmbito da qual estão a ser organizadas várias iniciativas para fomentar<br />

o contacto entre os investidores brasileiros e os profissionais europeus»,<br />

incluindo debates e uma missão de investidores à feira, afirma a<br />

responsável.<br />

Assim, «o Investment & Locations Fórum irá integrar dois painéis de debate<br />

sobre o mercado imobiliário brasileiro, nos quais contaremos com figuras de<br />

topo profundamente conhecedoras da realidade imobiliária do Brasil irão<br />

apresentar aquele mercado e o contexto de investimento, o que é para nós,<br />

uma grande honra». Agendados para terça-feira, 9 de outubro, «um dos<br />

painéis irá estar focado nas caraterísticas especiais do mercado imobiliário,<br />

ao passo que o outro estará mais direcionado para o mercado de investimento<br />

no país». E, acrescenta a responsável, «estamos muito satisfeitos por<br />

conseguir trazer para o debate oradores como Sílvio Leal, Head of Direct Real<br />

24<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

Cláudia Boymanns,<br />

Diretora da Expo-Real<br />

JULHO 2012<br />

Estate no PREVI, representando um dos maiores fundos<br />

de pensões latino-americanos».<br />

Além disso, diz Claudia Boymanns, e também em parceria<br />

com a <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>, «estamos agora a trabalhar<br />

na organização de uma Missão de Investidores Brasileiros<br />

à Expo-Real, composta por representantes de investidores<br />

institucionais, fundos de pensões e companhias imobiliárias<br />

de topo no Brasil».<br />

«World Hospitality»<br />

O setor do turismo também estará em foco na edição<br />

deste ano da feira. «Pelo segundo ano consecutivo,<br />

a Expo-Real volta a contar com o pavilhão «World of<br />

Hospitality», liderado por companhias e empresas hoteleiras líderes internacionais.<br />

Além disso, logo no primeiro dia da feira, 8 de outubro, e no âmbito<br />

do Special Real Estate Forum, haverá também uma conferência dedicada<br />

ao tema dos hotéis, intitulada “Hospitality Industry Dialogue”», contou a<br />

diretora.<br />

Claudia Boymanns refere que «embora ainda não seja possível avançar<br />

com os dados finais, pois ainda está a decorrer a fase de comercialização,<br />

as nossas previsões apontam para uma estabilização do número de participantes<br />

face ao ano passado. Esperamos cerca de 1.600 expositores, o equivalente<br />

a 2011. Em termos de visitas, estamos confiantes que voltaremos a dar<br />

as boas-vindas a cerca de 37.000 visitantes em Munique».<br />

➝ Saiba mais sobre a próxima a Expo Real 2012 no site da <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>, onde<br />

publicamos a versão completa desta entrevista exclusiva com a diretora da feira.


Patrocínio<br />

EVENTOS CONFERÊNCIA VIDA IMOBILIÁRIA<br />

organização Apoio<br />

Conferência «Procurar a Procura no Mercado de Escritórios de Lisboa»<br />

Posicionar Portugal como destino<br />

internacional de negócios<br />

Para captar novos ocupantes internacionais para o mercado de escritórios de Lisboa<br />

há que apostar forte na promoção internacional das potencialidades do nosso país<br />

enquanto destino de negócios. Este foi o grande tema em debate na conferência<br />

«Procurar a Procura no Mercado de Escritórios de Lisboa», coorganizada pela <strong>Vida</strong><br />

<strong>Imobiliária</strong> e pela Aguirre Newman no passado dia 5 de julho.<br />

O evento teve lugar no auditório sede da Garrigues, em Lisboa, e reuniu<br />

uma audiência de cerca de 70 pessoas. Contou com o patrocínio da<br />

Urbanos, Schmitt+Sohn Elevadores, Castelhano e Ferreira, Armstrong e<br />

Securitas, e com o apoio da Garrigues e da Zoom’O’Foco.<br />

comunicar Lisboa como uma cidade criativa<br />

Para levar a bom porto o objetivo de «tornar Lisboa uma das cidades mais<br />

competitivas da Europa», a Câmara Municipal de Lisboa está empenhada<br />

em apostar na sua promoção internacional, estando agora a «comunicá-<br />

-la como uma cidade criativa», explicou Paulo Carvalho, Diretor Municipal<br />

de Economia e Inovação. A ideia, explica, «é que sejamos capazes de captar<br />

mais empresas e talentos».<br />

O responsável reconhece que «ao nível da promoção externa, Lisboa ainda<br />

tem um longo trabalho pela frente», estando ainda muito atrás comparativamente<br />

a outros destinos concorrentes, como Barcelona. Mas, isso não<br />

será impedimento, dadas as potencialidades que a cidade encerra, como<br />

a sua vantagem estratégica no eixo atlântico, o parque universitário, entre<br />

várias outras.<br />

De acordo com os dados apresentados por Paulo Carvalho, atualmente<br />

existem na zona de Lisboa cerca de 70 instituições de ensino superior,<br />

totalizando cerca de 150.000 estudantes universitários, sendo estes «números<br />

idênticos aos de Boston, por exemplo». E, esta é uma realidade que<br />

convém comunicar lá fora, defende.<br />

26<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012<br />

Da esquerda para a direita: João Leal Barreto, Paulo Silva,<br />

Miguel Marques dos Santos e Luís carita<br />

A fatura imobiliária<br />

A competitividade de Lisboa enquanto destino de negócios, e os custos<br />

associados à fatura imobiliária foram um dos grandes temas em<br />

foco. De acordo com António Gil Machado, diretor do IPD Portugal e<br />

Brasil, «a fatura imobiliária, em termos de ocupação de espaço, é extremamente<br />

elevada», disse, revelando que, neste âmbito, no nosso país


António Gil Machado, iPD Paula Sequeira, Aguirre Newman<br />

a «anualmente, a função imobiliária vale provavelmente 40% a 70% do<br />

vencimento de um posto de trabalho». Sendo que a componente de rendas<br />

só representa cerca de 40% a 50% do que são os custos associados<br />

ao imobiliário.<br />

Citando dados da Jones Lang LaSalle, o responsável salientou que, em<br />

termos de rendas, Portugal concorre essencialmente com as cidades<br />

secundárias da Europa e com a Europa de Leste. Ainda que, de acordo<br />

com o último European Cities Monitor, da Cushman & Wakefield,<br />

«Portugal bata de forma clara as cidades da Europa de Leste». A maioria<br />

dos gestores inquiridos para este estudo tem a perceção de que<br />

«Lisboa disponibiliza escritórios com um bom value for Money» o que,<br />

adianta António Gil Machado, mostra que «não é preciso baixar mais<br />

os preços».<br />

Technip, uma empresa que veio para ficar<br />

De origem brasileira, a empresa fornecedora<br />

de serviços de engenharia Technip é uma<br />

das mais recentes «aquisições» do nosso<br />

país, e veio para ficar. Em setembro de 2011,<br />

a empresa abriu escritório no nosso país<br />

(uma área de 917 m² na Torre Ocidente, em<br />

Lisboa), exportando serviços, com um plano<br />

de contratação de 60 pessoas.<br />

Como contou Franz Kaltner, gerente de<br />

engenharia onshore / offshore, «o plano<br />

inicial era esse». Mas, «em maio de 2012 começou<br />

uma nova fase de crescimento, com<br />

o arrendamento da restante área do piso<br />

onde estamos instalados (mais 592 m²) e um<br />

programa de recrutamento de mais 65 colaboradores.<br />

Ou seja, neste momento o nosso<br />

objetivo é atingir os 120 colaboradores até<br />

ao final do ano, o que é praticamente o do-<br />

Portugal, um Hub do Atlântico<br />

bro do que inicialmente tínhamos previsto»,<br />

explica.<br />

O responsável afirma que «a facilidade de integração<br />

foi uma das mais-valias para a seleção<br />

de Lisboa e para este crescimento». Além<br />

disso, «a Technip é uma empresa diferenciada<br />

no mercado global e, esteja onde estiver, trabalha<br />

sempre com mão de obra local», sendo<br />

que em Portugal «há um excedente de pessoas<br />

talentosas na área da engenharia, fruto<br />

de uma boa qualidade de ensino e da pouca<br />

pressão do mercado de trabalho. E isso é uma<br />

vantagem para a nossa empresa».<br />

Reconhecendo que «a engenharia só é barata<br />

se for eficiente», Franz Kaltner sublinhou que<br />

«ao trabalhar com uma rede global de fornecedores,<br />

a Technip tem uma visão clara dos custos<br />

em diferentes mercados. E, pela natureza da<br />

Franz Kaltner, technip<br />

Paulo carvalho,<br />

câmara Municipal de Lisboa<br />

Outra das ideias debatidas nesta sessão foi a de encarar Lisboa como Hub<br />

do Atlântico. Paulo Carvalho lembrou mesmo um estudo desenvolvido<br />

por Richard Florida, no qual este economista da criatividade identificou<br />

40 mega-regiões mundiais com capacidade de se projetar internacional<br />

e, uma delas, era precisamente Lisboa, entendida como toda a faixa desde<br />

Sines até à Galiza.<br />

E, Luís Carita, responsável da Banif <strong>Imobiliária</strong>, não tem dúvidas que<br />

essa é «a visão correta para o futuro do mercado de escritórios de Lisboa».<br />

O responsável considera que, «do ponto de vista estratégico, faz mais<br />

sentido posicionarmo-nos internacionalmente como um Hub Atlântico,<br />

beneficiando da proximidade à Europa, América e África, do que tentarmo-<br />

nossa atividade, um dos principais custos da<br />

nossa empresa reside atualmente na área da<br />

Tecnologias de Informação [TI], mais até mesmo<br />

do que nos salários», salientando que a oferta<br />

de boas infraestruturas nesta área foi outra<br />

das mais-valias encontradas em Portugal.<br />

Na sua opinião, «não faz sentido que uma<br />

empresa como a nossa decida instalar-se num<br />

país apenas pelo custo baixo da fatura imobiliária.<br />

Até porque os ciclos de mercado não<br />

são eternos, pelo contrário». Por isso, remata,<br />

é preciso que o destino ofereça muito mais,<br />

com uma oferta competitiva ao nível também<br />

de TI, recursos-humanos, fiscalidade,<br />

acesso aos mercados, entre vários outros. E, é<br />

por tudo isto que «o projeto Lusotecnhip tem<br />

potencial para se tornar um grande centro de<br />

serviços da Technip».<br />

27


EVENTOS CONFERÊNCIA VIDA IMOBILIÁRIA<br />

-nos posicionar como destino de excelência para os Centros Internacionais<br />

de Serviços Partilhados. Pois, nesse último caso, teríamos de competir com<br />

mercados asiáticos ou similares, para os quais não temos capacidade de<br />

competir em termos de custos».<br />

A ocupação dos centros de serviços partilhados<br />

António Gil Machado notou que, «olhando para os dados LPI, nos últimos<br />

três anos, os Centros de Serviços Partilhados têm sido os maiores ocupantes<br />

em Lisboa», salientando «o potencial deste tipo de infraestrutura para<br />

o take-up». Por seu turno, João Leal Barreto, administrador da Chamartín<br />

<strong>Imobiliária</strong>, considera que «esta é uma realidade indiscutível: os Centros de<br />

Caso de estudo: Segurança no Edifício República 25<br />

Os serviços de Vigilância Humana, responsáveis pela proteção de<br />

instalações com as mais variadas características, têm-se tornado<br />

mais sofisticados na última década, seguindo as necessidades<br />

cada vez mais exigentes do mercado. Efetivamente, a preparação<br />

dos vigilantes tem de obedecer a critérios que satisfaçam as reais<br />

necessidades de cada cliente. Cada caso é um caso, e a oferta de<br />

serviços de segurança tem, portanto, que passar pela especialização<br />

e pela segmentação. A Securitas lidera estes processos, começando<br />

desde logo pela seleção e formação de vigilantes com um<br />

perfil próprio para cada segmento de mercado. Só assim se pode<br />

assegurar um serviço de qualidade, que vá de encontro às expectativas<br />

do cliente.<br />

Naturalmente que os sistemas de segurança eletrónica, complementares<br />

da vigilância humana, têm um papel muito importante para<br />

garantir que as soluções de segurança implementadas sejam mais<br />

eficazes e mais vantajosas para o Cliente.<br />

É precisamente a conjugação entre as componentes humana e técnica<br />

que a Securitas privilegia para os Edifícios de Escritórios, como<br />

é o caso do Edifício República 25, situado na Av. da República em<br />

Lisboa, onde decorreu recentemente a Conferência do Mercado de<br />

Escritórios, promovida pela <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>.<br />

Neste caso, para além do serviço de vigilância humana, a Securitas<br />

instalou um sistema de CCTV (circuito fechado de TV), que abrange<br />

todas as áreas de acesso e circulação do Edifício.<br />

A partir de um único ponto - a Receção - o vigilante da Securitas gere<br />

a segurança de todo o Edifício. Para além do controlo de entradas<br />

e saídas das pessoas que trabalham no Edifício e dos visitantes, o<br />

vigilante controla também, através de monitores colocados na sua<br />

secretária, o que se passa nas zonas comuns e na área da garagem.<br />

Esta solução vai de encontro à otimização de recursos, com significativas<br />

vantagens no binómio custo/benefício, o que, como se sabe,<br />

é da maior relevância nos tempos atuais. A Securitas identificou de<br />

28<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012<br />

Serviços Partilhados são uma das soluções para o mercado de escritórios de<br />

Lisboa e não só, também no Porto». E a razão, diz, é simples: «porque nós<br />

temos todos os fatores básicos de atração deste tipo de ocupação».<br />

Embora reconheça esta realidade, Luís Carita considera que este tipo de ocupação<br />

«desvaloriza um pouco mais aquele que já é um mercado desvalorizado,<br />

na medida em que exerce uma enorme pressão sobre os preços das rendas».<br />

E esse é um dos maiores desafios do presente, em que «o que está a<br />

acontecer no mercado de escritórios de Lisboa é uma destruição de valor»,<br />

acrescentou Paulo Silva, diretor-geral da Aguirre Newman. E, explica:<br />

Segurança na receção do edifício república 25<br />

forma clara as necessidades do Cliente e, de seguida, propôs uma solução<br />

«à medida».<br />

Conforme já referido, cada caso é um caso, não havendo soluções de<br />

segurança lineares, aplicáveis em todas as situações.<br />

Nos edifícios de maiores dimensões, é comum, hoje em dia, que todos<br />

os equipamentos/sistemas ligados à gestão dos mesmos possam ser<br />

geridos a partir de uma Central de Monitorização, onde os Vigilantes<br />

se responsabilizam, entre outros, pelos Sistemas de Incêndio,<br />

Intrusão, CCTV, Controlo de Acessos, Deteção de Gás, Controlo de<br />

CO2, Comunicações, e Energia (Geradores).<br />

Naturalmente que a Assistência Técnica aos sistemas de segurança<br />

instalados é absolutamente essencial, para garantir que o<br />

investimento feito tem resposta em qualquer altura, mas principalmente<br />

em situações de emergência, evitando assim surpresas<br />

desagradáveis.


«os negócios que se fazem passam pelos descontos através da atribuição<br />

de benefícios e mais-valias para os ocupantes. E este não é o que deve ser o<br />

caminho de futuro para um mercado sustentável», remata.<br />

empresas em mudança, o exemplo da Garrigues<br />

Há apenas alguns meses, a Garrigues protagonizou um dos maiores negócios<br />

de arrendamento de escritórios em Lisboa, ao transferir as suas instalações<br />

e sede das Amoreiras para o Edifício República 25, na avenida da<br />

República, onde ocupa agora 3.708 m².<br />

Miguel Marques dos Santos, sócio da sociedade de advogados, contou<br />

que «anteriormente as nossas instalações estavam nas Amoreiras. Mas, fomos<br />

crescendo em termos de necessidade de área e fomo-nos dispersando<br />

em vários pontos do edifício. E, esse modelo não era bom para nós, pois por<br />

questões de eficiência, precisamos de estar instalados em andares contíguos»,<br />

acrescentando que um dos requisitos na procura da nova sede<br />

era ter uma área mínima de 500 m² por piso. Mas não só: «as condições<br />

técnicas de um edifício são um elemento essencial para uma empresa ocu-<br />

AF_VI_225x140.pdf 1 7/2/12 12:23 PM<br />

Veja os videos da conferência no canal<br />

da <strong>Vida</strong> imobiliária no You tube:<br />

www.youtube.com/<strong>Vida</strong>imobiliaria<br />

pante, e a oferta nem sempre corresponde às necessidades e, em edifícios<br />

antigos como o que ocupávamos, muitas vezes constituem um handicap,<br />

por estarem desadequadas às soluções tecnológicas de telecomunicações<br />

disponíveis no mercado».<br />

Note-se que a necessidade de área foi, de acordo com Paula Sequeira,<br />

do departamento de research da Aguirre Newman, um dos maiores fatores<br />

de decisão para a mudança de escritórios em Lisboa. Os dados<br />

apresentados pela responsável confirmam que 35% das 205 transações<br />

realizadas em 2011 correspondem a um incremento de área ocupada<br />

face à ocupação anterior, ou sejam mais de um terço do número de transações<br />

foram mudanças de escritórios mais pequenos para escritórios<br />

maiores. Além disso, ao analisar-se a procura, verificou-se igualmente<br />

uma «apetência por zonas contíguas na deslocação de empresas em<br />

Lisboa no período 2010/2011, nomeadamente no que concerne Às zonas<br />

1, 2 e 3». Para a responsável, «esta realidade poderá ser explicada devido<br />

ao facto de estas três zonas constituírem um contínuo geográfico dentro<br />

da cidade de Lisboa, onde os níveis de acessibilidade e serviços disponíveis<br />

são de algum modo comparáveis».


EVENTOS PRÉMIO ANDRÉ JORDAN<br />

Segunda edição do Prémio André Jordan<br />

Articular imobiliário e turismo<br />

é via para sair da crise<br />

O imobiliário e turismo como via de saída da crise estiveram em destaque na<br />

cerimónia de entrega do Prémio André Jordan, que, pela segunda vez, voltou<br />

a distinguir os melhores trabalhos académicos na investigação nacional em<br />

economia do imobiliário.<br />

A 2 de julho, a sala José Saramago, no Palácio Galveias, acolheu mais de uma<br />

centena de convidados para a cerimónia de entrega da segunda edição do<br />

Prémio André Jordan, uma iniciativa da Confidencial Imobiliário em conjunto<br />

com o grupo André Jordan. Foi também apresentada a 3ª edição deste<br />

galardão, que regressa em 2014.<br />

Sandra Marques Pereira, do ISCTE, foi a investigadora distinguida na classe<br />

de Tese de Doutoramento / Artigos Científicos, graças ao trabalho intitulado<br />

«Casa e mudança social: uma leitura das transformações da sociedade portuguesa<br />

através da casa». Um estudo que visa entender as relações estabelecidas<br />

entre os modelos habitacionais disponibilizados pelo mercado e a<br />

sociedade que os produz.<br />

O prémio para a melhor Dissertação de Mestrado foi para Manuel Caldeira<br />

Pais (ISEG). Intitulado «Valorização do Ativo Imobiliário dos Fundos de<br />

Investimento Imobiliário Portugueses e as suas Caraterísticas», o seu trabalho<br />

tem como objetivo promover a discussão no que concerne à metodologia e<br />

regulamentação em torno do tema.<br />

Presente na cerimónia, o empresário André Jordan congratulou os galardoados,<br />

desejando que estes trabalhos «tenham reflexos no desenvolvimento<br />

dos setores do imobiliário em Portugal, e sirva de exemplo a outros<br />

investigadores, para que se produza entre nós mais conhecimento de mais<br />

inovação nestas áreas».<br />

Manuel caldeira Pais, do iSeG,<br />

premiado na classe de melhor<br />

Dissertação de Mestrado<br />

30<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012<br />

criar estratégias mais fortes de promoção<br />

e de comercialização…<br />

André Jordan voltou a salientar a importância estratégica de encarar «imobiliário<br />

turístico como exportação». Mas, para que possamos crescer nesse<br />

âmbito, inevitavelmente teremos que «entrar numa estratégia muito mais<br />

forte de promoção e de comercialização» a nível internacional, sobretudo<br />

na Europa.<br />

André Jordan<br />

Da esquerda para a direita: ricardo Guimarães<br />

(confidencial imobiliário), Sandra Marques<br />

Pereira (iScte e vencedora do prémio para a<br />

melhor tese de doutoramento), André Jordan<br />

(Grupo Jordan), Manuel Salgado (cML) e Augusto<br />

Mateus (iSeG)


Por isso, o empresário deixou o conselho: «temos que deixar de pensar que<br />

somos um mercado à parte e tentarmos integrar-nos num mercado mundial,<br />

global, e, em particular, no mercado europeu. Temos que atrair residentes e<br />

turistas numa escala muito maior e temos condições para isso em termos de<br />

preço e atratividade do país».<br />

… para criar ainda mais valor para o país<br />

Cada vez mais é preciso pensar «na articulação entre o imobiliário e turismo,<br />

pelo seu enorme efeito gerador e agregador de valor acrescentado»,<br />

salientou Augusto Mateus, presidente do júri e um dos intervenientes<br />

do debate que se seguiu à entrega dos prémios. Uma opinião partilhada<br />

pelos restantes membros do painel. O especialista considera que «o<br />

imobiliário deve ser encarado como uma das soluções para a saída da crise»,<br />

salientando «os efeitos multiplicadores que gera ao nível do investimento».<br />

Debruçando-se sobre a nova realidade deste mercado, o professor nota<br />

que «estamos a construir um novo paradigma no imobiliário, o qual requer<br />

muito mais cultura, muito mais talento, muito mais criatividade. Em suma:<br />

muito mais criação de valor, que passará inevitavelmente pela criação e desenvolvimento<br />

da cidade». Neste sentido, «o novo paradigma do imobiliário<br />

vai ter que ver com a reabilitação, arrendamento, sustentabilidade, mas<br />

também e sobretudo, com a criação de cidades inteligentes, mais amigas<br />

dos cidadãos e das empresas, e maiores geradoras de riqueza».<br />

Mas, para que isso tenha, efetivamente, o efeito desejado «requer-se uma<br />

nova conceção da política pública», além de que «será necessário reduzir<br />

vários desequilíbrios que vêm da desorganização pública».<br />

Futuro do imobiliário passa pela criação de cidades<br />

Para os intervenientes no debate, parecem não restar dúvidas de que «o<br />

grande futuro do mercado imobiliário estará ligado ao desenvolvimento de<br />

grandes cidades e novas áreas metropolitanas, nas quais a geração de valor<br />

e de qualidade de vida estará diretamente ligada à incorporação de imobiliário<br />

e de lazer».<br />

A materialização da reabilitação é, neste contexto, fundamental, para atrair<br />

investimento para as cidades. Até porque, como notou Rui Peixoto Duarte,<br />

da Abreu Advogados, «Portugal é um dos países que consigna menos recursos<br />

à reabilitação urbana, o que nos mostra que há uma boa margem para<br />

crescer neste campo». Por isso, é com bons olhos que o responsável olha<br />

para as medidas legislativas que recentemente têm sido introduzidas neste<br />

âmbito, contribuindo para que «finalmente, estejam criadas as condições<br />

para que a reabilitação finalmente possa avançar em Portugal».<br />

Isto será também muito importante para que se possam atrair novos<br />

residentes para as cidades portuguesas, nomeadamente estrangeiros.<br />

«Lisboa e Porto são muito importantes do ponto de vista turístico, e têm uma<br />

enorme capacidade para atrair novos residentes estrangeiros. E não estamos<br />

apenas a falar de cidadãos aposentados, mas também aquela faixa da população<br />

ativa que já não tem filhos a seu cargo, e que procuram um local<br />

aprazível em conta para viver», considera o CEO, Gilberto Jordan.<br />

Como financiar o futuro?<br />

O mercado imobiliário só poderá arrancar novamente em força quando<br />

se encontrarem novas soluções de financiamento e um sistema<br />

fiscal mais apelativo, reforçou Jorge Figueiredo, da PwC. «As fontes de<br />

capital mais «clássicas» estão esgotadas e /ou em recuperação. Por isso,<br />

não restam dúvidas de que terão de surgir novas formas de investimento<br />

e novas categorias de investidores. Continuam a haver projetos de grande<br />

interesse e altamente sustentáveis. A questão, a saber, é quem os irá<br />

financiar? Esta é uma questão fundamental», deixa a questão?


32<br />

PONTO VISTA<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Com um percurso notável<br />

no setor, Miguel Júdice<br />

é hoje um dos rostos<br />

mais emblemáticos do<br />

panorama hoteleiro<br />

nacional. Marcando a<br />

diferença em cada um<br />

dos projetos onde está<br />

envolvido, encontrou na<br />

hotelaria a sua vocação e<br />

é, desde 2003, o CEO do<br />

Grupo Lágrimas Hotels &<br />

Emotions, associando com<br />

sucesso o investimento e<br />

a criatividade.<br />

Uma gestão criativa<br />

a marcar a diferença<br />

na hotelaria nacional<br />

Miguel Júdice<br />

CEO do Grupo Lágrimas Hotels & Emotions


O gestor confessa que «a hotelaria é, sem dúvida uma vocação, ainda que não<br />

tenha aparecido imediatamente assim que comecei a trabalhar». E, foi «com o<br />

projeto de transformar a propriedade da minha família em hotel [a emblemática<br />

Quinta das Lágrimas, em Coimbra] que tudo surgiu», conta. «Comecei a tomar<br />

gosto por esta área e gradualmente fui-me embrenhando mais, ao ponto<br />

de hoje em dia já não me ver a trabalhar sem ser nela».<br />

E, passados vários anos, Miguel Júdice é hoje uma referência no mercado<br />

nacional, acumulando as funções executivas no Grupo Lágrimas com<br />

a Presidência da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e, mais recentemente,<br />

com a coordenação executiva das Licenciaturas, Mestrados e<br />

Doutoramentos do ISLA Campus Lisboa na área do Turismo. Licenciado em<br />

Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e com Mestrado<br />

em Hospitality Management pela Cornell University, é também um participante<br />

ativo em inúmeros fóruns ligados à atividade turística no nosso país.<br />

reinvenção é palavra de ordem<br />

Ao longo da última década, o Grupo Lágrimas tem vindo a desenvolver um<br />

caminho de sucesso no turismo português, marcando pelas suas propostas<br />

diferenciadas quer ao nível da hotelaria, quer ao nível da restauração. Um<br />

sucesso que o CEO atribui «a alguma capacidade de inovação, criatividade e<br />

rapidez de atuação que nós temos, e que nos permitem ir reinventando permanentemente<br />

a nossa forma de trabalhar, limando arestas menos positivas e consolidado<br />

os pontos em que somos mais fortes».<br />

Hoje e cada vez mais o consumidor de turismo procura mais do que um serviço,<br />

«procura essencialmente uma experiência de estadia num local ou num<br />

espaço que lhe desperta curiosidade», ou seja, «quer e exige mais», pelo que é<br />

preciso prestar um valor acrescentado.<br />

Sinergias potenciam crescimento sustentável<br />

Crescer, mas de forma sustentável. Este pode ser o mote do Lágrimas Hotels<br />

& Emotions que, além dos investimentos próprios na área da hotelaria e<br />

restauração, aposta forte também na criação de sinergias com parceiros do<br />

ramo, para que juntos ganhem uma maior força no mercado.<br />

E, foi com isto em vista que no início do ano o Grupo assinou um acordo<br />

de entendimento com o Grupo Alexandre Almeida, contemplando a fusão<br />

operacional dos dois grupos hoteleiros portugueses, agrupando mais de<br />

700 quartos de hotel. Um processo que «está concluído em termos da junção<br />

das equipas, estando agora em fase de criação de uma marca comum», contou<br />

Miguel Júdice.<br />

Neste acordo estão englobados os hotéis detidos pelo grupo Lágrimas - Vila<br />

Monte (Algarve), Hotel da Estrela (Lisboa), Quinta das Lágrimas (Coimbra),<br />

Hotel Infante Sagres (Porto) e Marmoris Hotel & Spa (com abertura prevista<br />

para setembro, em Évora) – bem como os hotéis Alexandre Almeida - Curia<br />

Palace (Curia), o Jerónimos 8 (Lisboa), o Praia Mar (Carcavelos), o hotel Astória<br />

(Coimbra), o hotel Metrópole (Lisboa) e o Bussaco Palace Hotel (Bussaco).<br />

Recorde-se que o grupo Lágrimas está também presente no resort L’And<br />

Vineyards, em Montemor, fruto de uma parceria com a Sousa Cunhal Turismo.<br />

Com este acordo, o grupo liderado por Miguel Júdice dá assim mais um passo<br />

para a consolidação da sua presença no mercado português. Até porque, refere<br />

o responsável, uma das aspirações é, precisamente, «ter uma presença nos<br />

principais destinos turísticos nacionais, fortalecendo a nossa proposta de rede».<br />

Já a expansão da marca para outros mercados além-fronteiras «não faz, pelo<br />

menos de forma ativa, parte dos planos neste momento», afirma o CEO do<br />

Lágrimas Hotels & Resorts. Ainda assim, reconhece, «temos disso abordados<br />

para projetos em Angola e no Brasil, algo que não descartamos completamente».<br />

2012, um ano de stress para as empresas do setor<br />

Para o grupo Lágrimas, e à semelhança do que é o cenário generalizado no<br />

setor, «este está a ser um ano complicado, fruto da crise da procura, da má imagem<br />

que Portugal está a ter no estrangeiro, das greves anunciadas e desconvocadas<br />

tarde de mais, do aumento brutal dos impostos (nomeadamente o IVA) e dos<br />

custos de contexto do setor (energia, essencialmente), para além das situações que<br />

dizem respeito ao estado do setor financeiro. Tudo isto causa um stress muito grande<br />

nas empresas deste setor, vital para a nossa economia», afirma Miguel Júdice.<br />

Olhando em perspetiva, o responsável não duvida que «este ano, sobretudo<br />

a época baixa, vai ser muito difícil para o setor hoteleira», sendo que «o cenário<br />

é muito semelhante de norte a sul do país, sendo as zonas mais dependentes<br />

do mercado ibérico as que estão a sofrer mais, pois este mercado (Portugal e<br />

Espanha) está a cair muito». Os hotéis de cidade, especialmente em Lisboa,<br />

«com posicionamento consolidado e com uma estrutura de financiamento mais<br />

equilibrada» são aqueles que exibem uma melhor resistência à crise.<br />

Nesta fase, o mercado continua «a pressionar os preços para baixo, o que vai<br />

inevitavelmente conduzir à deterioração da qualidade das prestações de serviços<br />

hoteleiros em Portugal». «Preços médios baixo, desequilíbrio da oferta e da<br />

procura, e aumento do custos de produção» são tendências que se prolongam<br />

há já vários meses, e que «se irão refletir num, talvez necessário, refrear do investimento<br />

no setor que, espero, possa contribuir para reequilibrar o mesmo».<br />

Urgente criar oportunidades de negócio<br />

nos mercados internacionais<br />

Tudo isto torna ainda mais urgente a necessidade de termos «uma presença<br />

mais forte e consertada nos mercados internacionais, para levantar oportunidades<br />

e dinamizar negócio», realça. Na sua opinião, e com vista a atrair mais turistas<br />

internacionais, «deveremos concentrar-nos nos mercados emissores que<br />

já são uma certeza, nomeadamente a Europa, Brasil e Estados Unidos». Embora<br />

«também devamos ter uma estratégia para os mercados que ainda são mais<br />

marginais, como a Rússia, a Polónia, o México, a Índia e a China».<br />

Em todo o caso, considera, «o Governo precisa de dar mais foco a este setor que,<br />

se apoiado e acarinhado, tem condições para ajudar o país a sair da crise em que<br />

estamos. Portugal pode e deve atingir o seu potencial turístico total, algo que, a<br />

meu ver, não está a fazer», afirma. Basta lembrar que «este é um setor muito<br />

exportador, que traz divisas extraordinariamente necessárias a Portugal e que<br />

poderia ter mais impacto do que está a ter. É um setor onde estão investidos biliões<br />

de euros, que nunca se poderão deslocalizar, e que dão emprego a centenas<br />

de milhares de portugueses, direta e indiretamente».<br />

Por tudo isto, conclui, «o setor merece mais atenção, mais foco, mais medidas<br />

positivas e menos medidas que prejudiquem de tal forma a performance económico-financeira<br />

das empresas que as vão levar gradualmente, umas mais rapidamente<br />

que outras, a uma situação potencialmente insustentável».<br />

33


34<br />

FÓRUM<br />

«Quais deverão ser os grandes<br />

vetores a presidir uma estratégia<br />

de promoção internacional do<br />

turismo residencial português?»<br />

Reforçar a promoção internacional do turismo residencial português é,<br />

mais do que uma prioridade, uma necessidade.<br />

Para o Fórum deste mês, a <strong>Vida</strong> imobiliária consultou um painel de especialistas para saber quais<br />

são, na sua opinião, os vetores que devem presidir essa estratégia de promoção internacional.<br />

José roquette<br />

Grupo Pestana, Administrador<br />

No atual momento, não existem soluções<br />

“milagrosas”, nem faz sentido inverter/anular<br />

totalmente todo um trabalho de promoção<br />

implementado ao longo de décadas. A estratégia<br />

deve passar por manter presença nos<br />

mercados tradicionais, sobretudo RU, espe-<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

eduardo Abreu<br />

Neoturis, Sócio<br />

A promoção do turismo residencial deve centrar-se<br />

em dois pilares complementares; por um<br />

lado, a qualidade intrínseca do destino [onde se<br />

inclui o clima, a segurança, a proximidade/acesso,<br />

a sua maturidade ou o custo de vida competitivo],<br />

e dos projetos existentes [masterplan,<br />

equipamentos e serviços ou o assegurar da ma-<br />

rando o momento da retoma económica e<br />

– em paralelo – fazer testes em novos mercados,<br />

explorando a ideia de Portugal como destino<br />

seguro e competitivo no preço, com boas<br />

ligações aéreas e com uma oferta alargada e<br />

diversificada de animação turística (golf etc).<br />

raul Martins<br />

Grupo Altis, Administrador<br />

Como estratégia terão de ser criadas condições<br />

especiais de caráter fiscal para os investidores<br />

e residentes estrangeiros, à semelhança do que<br />

já existe em países da Europa e EUA. Aumentar<br />

o número de voos para os aeroportos por-<br />

JULHO 2012<br />

nutenção/qualidade no médio e longo prazo].<br />

Por outro, a competitividade/clareza e segurança<br />

fiscal e vantagens associadas à aquisição de<br />

um imóvel em Portugal (ex. visto de residente).<br />

Neste segundo aspeto, a reflexão que está a ser<br />

feita pelo Governo constituirá uma peça importante<br />

para o posicionamento de Portugal.<br />

tugueses, valorizar o património histórico e<br />

monumental, divulgar o turismo da natureza,<br />

promover a gastronomia nacional e organizar<br />

eventos com dimensão, são outros dos vetores<br />

a considerar.


Joana Fonseca<br />

Worx, Consultoria & Research<br />

Os grandes vetores de promoção do turismo<br />

residencial português estão muito<br />

relacionados com o que o país tem para<br />

oferecer como um todo nomeadamente, segurança,<br />

bom clima, gastronomia, hospitalidade,<br />

boas praias, grande oferta de campos<br />

de golfe bem como boa infraestruturação<br />

e acessibilidade. Estes fatores são por si só<br />

convidativos mas importa igualmente enfatizar<br />

o produto imobiliário que se está a<br />

promover: a grande qualidade da maioria<br />

dos projetos, a proximidade ao mar, a integração<br />

com projetos de golfe, a tentativa<br />

de diferenciação e a oferta de um produto<br />

único com elevada qualidade de serviço a<br />

par de um bom investimento.<br />

Numa época em que Portugal atravessa grandes<br />

dificuldades e em que a nossa imagem<br />

no exterior se encontra fragilizada, o ênfase<br />

na segurança do turismo residencial enquanto<br />

investimento é um dos grandes cernes da<br />

questão e por isso algo a que a promoção<br />

internacional deste segmento não se deve<br />

alhear. Importa perceber de que modo nos<br />

posicionamos face à concorrência exterior,<br />

perceber os nossos pontos fortes e as oportu-<br />

nidades que o turismo residencial representa<br />

para deste modo ter a capacidade de através<br />

de uma correta divulgação, o tornar novamente<br />

apetecível.


DOSSIER<br />

<strong>TURISMO</strong><br />

<strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

36<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012


O turismo é um dos setores de maior potencial para a retoma da economia portuguesa,<br />

mas também para a atividade imobiliária.<br />

Por um lado, assume-se como um importante setor exportador, atraindo divisas para o<br />

nosso país. Por outro lado, o crescimento dos setores hoteleiro e de segunda habitação é<br />

uma peça chave para o mercado imobiliário, essencial para a atração de investidores e para<br />

a dinamização da atividade das empresas nacionais que operam neste universo.<br />

E, a tudo isto, tem ainda de se incluir o efeito multiplicador da atividade turística, promovendo<br />

o desenvolvimento das economias locais e dos produtos nacionais.<br />

Embora a um ritmo mais lento do que acontecia há apenas alguns anos, um pouco por<br />

todo o país vão surgindo e sendo anunciados novos projetos de resorts, hotéis e outras<br />

infraestruturas de lazer. De olhos postos no futuro, a oferta continua a modernizar-se e a<br />

fortalecer-se, para que estejam criadas as condições para receber mais turistas aquando<br />

da retoma.<br />

Sendo um setor muito dependente do investimento estrangeiro e dos turistas internacionais,<br />

tem sofrido os revezes da crise económico-financeira que se instalou na Europa. E, a<br />

compra de segunda habitação por estrangeiros abrandou nos anos recentes, obrigando<br />

a uma reflexão mais profunda sobre a estratégia internacional de promoção de Portugal<br />

como destino de segunda habitação na Europa.<br />

Se queremos crescer neste campo e multiplicar as vendas de segunda residência a estrangeiros<br />

– e, temos o potencial para o fazer -, temos de fazer uma promoção ativa do turismo<br />

residencial. E isso obrigará a reinvenção dessa promoção, com uma estratégia forte, pensada<br />

e, sobretudo, partilhada, na qual quer as entidades públicas, quer as privadas terão um<br />

papel a desempenhar.<br />

créditos: espaço Amoreiras, the edge Group / Foto: Ana Lemos<br />

37


38<br />

DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Len Silverfine, Presidente, THE BIG IDEA CO. *<br />

“Portugal tem que ter êxito”<br />

Este artigo resume o workshop liderado por Len Silverfine e organizado<br />

pela VIVA IN, no Hotel da Estrela, a 22 de maio.<br />

Quando realizo workshops, gosto, primeiro,<br />

de comunicar a minha filosofia de marketing,<br />

e depois apresentar a sua aplicação com histórias<br />

concretas. Finalmente, gosto de passar<br />

uma mensagem, normalmente um apelo à<br />

ação, à minha audiência. Este foi o formato do<br />

workshop da VIVA IN. E, a minha mensagem foi<br />

certamente um apelo à ação à indústria e ao<br />

Turismo de Portugal. Quando escrevo este artigo,<br />

a crise da Zona Euro está agravar-se, e ninguém<br />

sabe o que irá acontecer nos próximos<br />

meses. Tudo o que podemos ver neste momento<br />

são nuvens cinzentas.<br />

Lembro-me de ouvir algures que “uma crise não<br />

pode ser desperdiçada.” Acredito que existe sabedoria<br />

nesse ditado. O Turismo de Portugal<br />

enfrenta uma crise existencial. A situação pode<br />

ser transformada em vantagem, se a indústria<br />

conseguir dar passos arrojados, mobilizar, investir<br />

e decidir sair da crise mais forte do que<br />

quando esta começou. Eis como olho para isso...<br />

Devemos, em primeiro lugar, reconhecer os<br />

demónios sempre presentes a sussurrar-nos<br />

aos ouvidos. São eles: a Inércia, a Presunção e<br />

o Oportunismo. Inibem a nossa capacidade de<br />

agir de forma ousada, de considerar estratégias<br />

inovadoras, de alcançar o sucesso face a mercados<br />

mais limitados ou a uma competição<br />

mais feroz. Portugal mostrou ao mundo no século<br />

XV que sabia ser audaz e deve lembrar-se<br />

dessa herança para voltar a fazê-lo. Afastem os<br />

demónios!<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Consideremos agora os bons rapazes, aos quais<br />

chamarei o meu panteão de deuses. São uma<br />

inspiração quando enfrento um problema de<br />

marketing. O primeiro deus é um matemático<br />

chamado Benoit Mandelbrot. Fundou a<br />

Geometria Fractal. Na sua introdução, afirma:<br />

“As nuvens não são esferas, as montanhas não<br />

são cones, as linhas costeiras não são círculos,<br />

um som não é plano, nem a luz viaja numa linha<br />

reta”. Eu acrescentaria: “Os mercados não são<br />

uniformes. Podem parecer a 30.000 m, contudo<br />

num olhar mais próximo, a 3.000 ou 300 m, exibem<br />

padrões complexos, diferenças não visíveis<br />

de longe”. Então, Mandelbrot aplicado ao marketing<br />

sugere: “Cada mercado oferece oportunidades<br />

se olharmos para eles com uma lupa de<br />

aumentar”. Em resumo, se usarmos a mesma<br />

lupa que os nossos concorrentes, não temos<br />

vantagem. Para termos êxito, temos que...TER<br />

UMA LUPA MAIS PODEROSA!<br />

Agora, o segundo deus; um economista italiano.<br />

Todos conhecemos o Principio de Pareto, de<br />

acordo com a qual 80% das consequências são<br />

geradas por 20% das causas, e ao qual agradecemos<br />

a Alfredo Pareto. Considerem o seguinte:<br />

se tivermos 1.000 clientes e vendas totais<br />

de 1 milhão de euros, dizemos que 200 destes<br />

clientes são responsáveis por 800.000 € das<br />

vendas. Assim sendo, 40 clientes geram vendas<br />

de 640.000 €. Obviamente que, ao fazermos as<br />

contas, concluímos que existem clientes muito<br />

mais importantes que outros. Se conseguirmos<br />

identificar esses clientes, e focarmos os nossos<br />

esforços neles, seremos bem-sucedidos, Se não<br />

ganharmos entre estes clientes, não podemos<br />

ganhar o jogo! O simples axioma deve conduzir<br />

todos os esforços de marketing. É surpreendente<br />

como apenas poucos marketeers da indústria<br />

da hospitalidade e resorts seguem esta regra.<br />

Mandelbrot e Pareto ensinam-nos lições importantes.<br />

1) olhe de perto para discernir oportunidade<br />

de mercado; 2) Nesses mercados dentro<br />

dos mercados, identifique os indivíduos que<br />

desempenham o papel mais importante, os<br />

que têm um efeito desproporcional; 3)Depois,<br />

concentre todos os seus recursos em conquistá-los.<br />

Tudo isto leva, claro, à necessidade de<br />

melhor informação de mercado do que a que<br />

existe atualmente (outra forma de dizer “Uma<br />

lupa mais poderosa”).<br />

O nosso próximo deus é Malcolm Gladwell, o<br />

autor de “THE TIPPING POINT”, um livro sobre a<br />

propagação de doenças... e de produtos. Parece<br />

que se espalham da mesma maneira..., desde<br />

que infetemos as pessoas certas. Gladwell definiu<br />

estas pessoas como os “portadores”, no<br />

caso das doenças, e como “conectores”, “peritos”<br />

e “vendedores”, no caso dos produtos.<br />

Individualmente ou coletivamente, estas características<br />

são cruciais para alargar a exposição,<br />

convencendo muitas pessoas em círculos diferentes.<br />

A combinação certa permite ir mais longe<br />

e cresce até que se atinge um ponto de viragem<br />

(tipping point). Depois, a doença torna-se<br />

epidémica, ou no ponto de vista do produto, a


história do produto vira o mercado a seu favor.<br />

Os portadores e difusores de Gladwell estão entre<br />

os 20% de Pareto. De facto, no caso de novos<br />

produtos, são muito mais importantes que<br />

os clientes porque são uma forte alavancagem<br />

quando mais precisamos dela.<br />

A alavancagem leva-nos ao nosso próximo<br />

deus. Todos nos lembramos do homem que disse:<br />

“ Deem-me uma vara suficientemente longa e<br />

um bom local para me apoiar... e conseguirei mover<br />

a terra”. Arquimedes aplicado ao marketing<br />

é: “DEEM-ME UM PASSA PALAVRA SUFICIENTE<br />

E MOVEREI O MERCADO EM MEU FAVOR”. Sem<br />

a aplicação desta alavancagem, os custos de<br />

marketing disparam e o tempo para execução<br />

irá muito além do que a maioria dos produtos<br />

suporta.<br />

Assim, o marketing, de acordo com os nosso<br />

primeiros quatro deuses, é: 1) inspecionar os<br />

mercado de perto; 2) identificar os elementos<br />

vitais – os tais 20% ; 3) conectar todos os esforços<br />

para os conquistar; 4) garantir que as más<br />

estórias são minimizadas e transformadas em<br />

boas estórias; e que 5) as boas estórias nascem<br />

para serem contadas aos amigos em festas. Se<br />

está a pensar que esta não é a abordagem que a<br />

maioria dos marketeers no nosso negocio têm,<br />

está certo!.<br />

Agora o deus mais importante: Alexandre, o<br />

Grande. E porquê Alexandre? Porque em Isso,<br />

em 333 A.C., enfrentou talvez o maior desafio<br />

que alguém já enfrentou. E em poucas horas,<br />

o seu rival Dário abandonou o campo de batalha.<br />

Alexandre conquistou a coroa de Dário<br />

e o seu epiteto, que ficou para todo o sempre<br />

como Alexandre “O Grande”. Como é que conseguiu<br />

superar as probabilidades e tornar-se o<br />

líder incontestado do mundo conhecido? Tinha<br />

o ADN essencial para o sucesso: conhecimento<br />

superior, melhores ferramentas e um processo<br />

racional e disciplinado Estas são as qualidades<br />

necessárias para superar qualquer grande desafio,<br />

incluindo os que hoje se apresentam à indústria<br />

portuguesa de resorts e hospitalidade.<br />

No Workshop , analisámos 6 ou 7 casos que ilustravam<br />

a aplicação destes princípios da melhor<br />

forma que era então necessária para superar<br />

o conhecimento convencional no momento<br />

(aqueles demónios que falei inicialmente). No<br />

final da primeira hora, coloquei a questão em<br />

relação ao Turismo de Portugal: “O que faria<br />

Alexandre, o Zé Ninguém?”<br />

A minha resposta é a de que Alexandre saberia<br />

que necessitaria de um Conhecimento Superior<br />

na forma da capacidade para:<br />

1. discernir mercados dentro dos mercados<br />

(por Mandelbrot)<br />

2. Identificar os mais importantes (por<br />

Pareto)<br />

3. Criar uma epidemia da estória do turismo<br />

em Portugal com os conectores, peritos e<br />

vendedores (Gladwell)<br />

4. Utilizar a alavancagem através da prevenção<br />

de más estórias e encorajando as boas<br />

estórias (Arquimedes)<br />

Alexandre saberia que isto significava que necessitaria<br />

de Melhores Ferramentas na forma de:<br />

1. uma base de dados de conhecimento universal,<br />

mais poderosa e acessível que os<br />

nossos concorrentes;<br />

2. Relatórios em tempo real e online 24/7;<br />

3. A capacidade dos gestores em costumizar<br />

relatórios que preencham as suas<br />

necessidades;<br />

4. Monitorizar a performance, para planear,<br />

estar informado atempadamente para<br />

adaptar e ser bem sucedido;<br />

5. Indicadores claros “no tablier” para alertar<br />

os gestores dos problemas, bem como das<br />

oportunidades.<br />

E Alexandre saberia que necessitaria de um<br />

Processo Sólido na forma de uma abordagem<br />

disciplinada e racional ao planeamento com...<br />

1. Objetivos claramente estabelecidos e<br />

atingíveis;<br />

2. Estratégias desenhadas e plenamente racionalizadas<br />

(apoiada) para alcançar os<br />

objetivos;<br />

3. Mitigação do risco que se relacione<br />

com o planeamento de contingência e<br />

responsabilização.<br />

(Não aceitaríamos o trabalho de um arquiteto<br />

sem plantas detalhadas e rigorosas. Porque<br />

aceitaremos menos de um marketeer?)<br />

Com este fim, recomendo que a indústria de<br />

turismo portuguesa mobilize as suas principais<br />

partes interessadas (Turismo de Portugal,<br />

promotores, bancos e investidores) com o reconhecimento<br />

comum de que é necessária uma<br />

solução integrada e estrutural. Esta é uma tarefa<br />

demasiado grande para apenas uma instituição.<br />

(evidenciei isto à DARPA, uma iniciativa<br />

dos EUA criada em resposta ao lançamento do<br />

Sputnik da USRR em 1958 e que foi a percursora<br />

da internet).<br />

A solução deveria focar-se em:<br />

1. Desenvolver uma plataforma nacional de<br />

inteligência para o turismo, disponível<br />

para todos com um preço modesto que<br />

permitisse elevar o conhecimento da indústria<br />

acima dos seus concorrentes no<br />

Mediterrâneo.<br />

2. Crescer a partir desta plataforma, de forma<br />

a promotores e o marketing pudessem<br />

ter módulos customizados que informem<br />

e capacitem estratégias vencedoras nos<br />

seus negócios concretos.<br />

3. Institucionalizar um planeamento sólido<br />

de marketing e processos de responsabilização<br />

através de formações online e<br />

workshops, com custos modestos.<br />

Se deseja discutir algum aspeto deste artigo,<br />

enviar feedback, ou tem alguma questão, não<br />

hesite em contactar-me no email len@lensilverfine.com.<br />

Obrigado.<br />

* LeN SiLVerFiNe<br />

Len Silverfine tem mais de 40 anos de experiência<br />

profissional e académica. A sua empresa, THE BIG<br />

IDEA CO., trabalha de perto com promotores nos<br />

Estados Unidos, Europa, Ásia e Austrália para dirigir<br />

e supervisionar marketing e vendas. Len é um ávido<br />

proponente do “CORE-CENTRIC MARKETING” para<br />

uma crescente efetividade e eficiência, e desenvolveu<br />

o INTELLIGENCE SUITE para apoiar os esforços<br />

de marketing e disponibilizar responsabilização pela<br />

performance.<br />

O seu percurso começou na Procter & Gamble, na<br />

General Foods e na Revlon. Desenvolveu depois um<br />

curso de marketing na McGill UNiversty (Ontario) e<br />

na Universidade de Vermont. Em 1978, criou a THE<br />

BIG IDEA CO. , que criou campanhas de comunicação<br />

premiadas e eventos de âmbito mundial para a<br />

Revlon, Swissôtels, Wilson Sporting Goods, Princess<br />

Hotels, CBS TV e outros clientes de referência (www.<br />

lensilverfine.com)<br />

Em 1991, começou a prestar consultoria à Intrawest<br />

Resorts, apoiando na aquisição e promoção de novos<br />

projetos. Integrou a empresa como VP Marketing<br />

& Sales em 2000 para lançar o Storied Places Private<br />

Residence Club. Criou o Resort OnCall da Intrawest,<br />

um programa de fidelização de clientes bastante bem<br />

sucedido, que estabeleceu máximos históricos de satisfação<br />

e recomendações de clientes, bem como o<br />

Asset Tracking Model da Playground, que melhorou a<br />

responsabilização nas vendas.<br />

Atualmente Len Silverfine dirige a componente de<br />

marketing da SAIP Turismo, um dos maiores promotores<br />

imobiliários de Portugal. Está também ativo<br />

com o ASUTRALIAN RESORT PROJECTOS PTY, em<br />

Queensland . Presta consultoria a outros promotores<br />

no México e em Portugal , e continua a dirigir o desenvolvimento<br />

do INTELLGIGENCE SUITE. Len é orador e<br />

intervém em diversas conferências de formam regular,<br />

realiza workshops como parte da sua série Best<br />

Practices, e publica diversos artigos sobre marketing<br />

estratégico. Email: len@lensilverfoine.com<br />

39


Créditos: Aquapura Douro Valley<br />

40<br />

DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Cristina Siza Vieira, Presidente da Direção Executiva da AHP,<br />

em entrevista<br />

Pressão sobre os preços da<br />

hotelaria portuguesa continua<br />

A hotelaria portuguesa enfrenta um período desafiante, sofrendo os efeitos da<br />

crise que atravessa o nosso país e a Europa. Os últimos dados da AHP não deixam<br />

margem para dúvidas, confirmando não só a tendência de queda dos proveitos da<br />

hotelaria, bem como a continuação da pressão sobre os preços. Uma tendência que<br />

a oferta procura contrariar, apostando na agregação de valor, através de ofertas.<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Cristina Siza Vieira, Presidente da Direção<br />

Executiva da Associação de Hotelaria de Portugal<br />

(AHP) falou com a <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>, fazendo uma<br />

leitura dos últimos dados do Hotel Monitor da<br />

AHP e das tendências que marcam este setor.<br />

«O que temos verificado ao longo destes meses, e<br />

que os dados relativos a maio vieram confirmar,<br />

é que no geral as receitas totais da hotelaria portuguesa<br />

têm descido. Além da pressão verificada<br />

sobre os preços médios por quarto vendido, as<br />

pessoas também estão a gastar cada vez menos<br />

nos restantes serviços oferecidos pelos hotéis<br />

(restaurantes, bares, spas, ginásios, etc), o que faz<br />

com que o TrevPar [Total Revenue per Available<br />

Room] médio também tenha baixado bastante<br />

nos últimos meses», nota a responsável.<br />

E, para responder a este declínio nos consumos<br />

da hotelaria, a oferta tem vindo a reforçar a<br />

apostar «na agregação de valor, com ofertas suplementares<br />

à dormida, procurando assim evitar<br />

a descida dos preços. Ou seja, paga-se o mesmo<br />

preço, mas tem-se direito a uma oferta maior, que<br />

pode incluir o usufruto do spa ou uma refeição,<br />

por exemplo».<br />

combater a sazonalidade<br />

e diversificar novos mercados<br />

emissores<br />

Não obstante a importância do turismo interno,<br />

a rota de crescimento da hotelaria portuguesa<br />

terá de passar inevitavelmente por «diversificar<br />

os principais mercados internacionais emissores<br />

de turistas e por combater e atenuar os efeitos<br />

da sazonalidade nas zonas consolidadas como o<br />

Algarve».<br />

O que, considera a responsável da AHP, implicará<br />

recorrer «à inovação», mas também «a uma<br />

maior cooperação e articulação entre as entidades<br />

públicas do turismo e os privados, para que<br />

haja uma participação mais ativa destes últimos<br />

que permita incrementar o reconhecimento internacional<br />

do país e do destino Portugal».


HoteL MoNitor<br />

Destinos turísticos - Portugal (todos)<br />

tx ocup Quarto Average room rate (Arr) revPAr GMtH estadia Média treVPAr<br />

2011 2012 Var 2011 2012 Var 2011 2012 Var 2011 2012 Var 2011 2012 Var 2011 2012 Var<br />

% € € % € € %<br />

MAio<br />

€ € % % € € %<br />

64,58 63,14 -2,23 64,15 65,20 1,64 41,43 41,17 -0,63 109,00 107,00 -1,83 1,91 1,94 1,57 64,42 62,12 -3,57<br />

JANeiro-MAio<br />

49,10 48,48 -1,26 60,14 60,42 0,47 29,53 29,29 -0,81 102,00 101,00 -0,98 1,88 1,94 3,19 46,60 44,91 -3,63<br />

Fonte: Hotel Monitor (AHP) 25-07-2012<br />

Olhando para 2013, «as perspetivas não são as<br />

mais animadoras, e prevemos que se coloquem<br />

problemas sérios à hotelaria visto que a economia<br />

portuguesa continuará em recessão e os<br />

nossos principais mercados emissores, isto é as<br />

classes médias dos mercados espanhol e inglês,<br />

também vão estar em forte contenção».<br />

Por isso, diz Cristina Siza Vieira, «convém olhar<br />

mais atentamente para outros mercados internacionais:<br />

temos um espaço bastante grande para<br />

ocupar no mercado alemão, além do mercado<br />

francês, que tem tido um crescimento interessante<br />

em Portugal. E, em relação a outras geografias,<br />

temos também mercados emergentes, como o<br />

Brasil, Angola e Rússia, sobre os quais convém<br />

realmente perceber quais são as suas motivações<br />

de procura, para que possamos estar mais orientados<br />

para eles, conquistando mais turistas destas<br />

nacionalidades».<br />

Ainda assim, no entender da AHP «a sazonalidade<br />

é uma das principais ameaças ao turismo<br />

no Algarve, e poderá acentuar-se ainda mais<br />

no curto prazo». E, «embora o verão de 2012<br />

esteja a revelar uma performance razoável,<br />

mesmo esta será insuficiente para anular os<br />

maus resultados que a hotelaria algarvia registou<br />

no inverno, os quais vieram acentuar essa<br />

necessidade urgente que temos em conseguir<br />

atenuar a sazonalidade na região, alargando<br />

também o que se considera ser época média e<br />

alta».<br />

Ganhar escala pela via das<br />

associações e parcerias<br />

No cenário atual, é importante que os grupos<br />

hoteleiros se tornem cada vez mais competitivos.<br />

E, neste contexto, «os empresários estão<br />

mais conscientes da importância de ganhar<br />

escala, para melhorar a eficiência da comercialização<br />

dos produtos nos mercados externos.<br />

Quando se associam entre si, ou se juntam a<br />

uma marca ou selo internacional, os hotéis<br />

ganham reforçam a capacidade de colocar os<br />

seus produtos nas redes de distribuição», nota<br />

Cristina Siza Vieira.<br />

Unidos, os hoteleiros tornam-se mais fortes, é<br />

um facto. Mas «não existe apenas uma só formula<br />

ganhar essa escala tão ambicionada, havendo<br />

sim vários modelos de gestão partilhada que podem<br />

ser adotados mediante as necessidades ou<br />

objetivos das empresas em causa».<br />

E, a responsável da AHP cita alguns dos exemplos<br />

possíveis: «podem ser operações de geometria<br />

variável – em que dois ou mais grupos hoteleiros<br />

se associam, definindo linhas mestras de gestão<br />

comuns e retirando sinergias em determinados<br />

mercados e segmentos; pode ser a inclusão numa<br />

cadeia hoteleira internacional ou a adoção de um<br />

selo internacional (como o dos The Leading Hotels<br />

of the World). Estes dois últimos casos, comportam<br />

mais-valias a nível da sua promoção internacional,<br />

assegurando a entrada do produto num mercado<br />

muito mais vasto graças à inclusão dos hotéis nos<br />

canais de distribuição próprios dessas marcas».<br />

41


Cristina Siza Vieira<br />

42<br />

DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Presidente da Direção Executiva da Associação de Hotelaria de Portugal<br />

Oferta e procura da hotelaria<br />

em Portugal: mind the gap!<br />

A comemorar o seu centenário, a AHP- Associação<br />

da Hotelaria de Portugal afirma-se hoje em vários<br />

planos: como uma associação de empregadores<br />

que defende e representa os interesses das<br />

empresas turísticas e do Turismo junto de várias<br />

instâncias; como uma Associação que promove<br />

o reconhecimento e prestígio de um setor sócio-<br />

económico fundamental para o País e como uma<br />

Associação prestadora de serviços aos seus quase<br />

500 associados.<br />

A par da formação e da partilha de informação,<br />

a análise estatística e económica da performance<br />

dos hotéis em Portugal é um dos serviços mais<br />

utilizados e apreciados da AHP. Foi com o objetivo<br />

de estimular a análise comparativa entre<br />

atividades turísticas, por regiões, que se criaram<br />

os “Tourism Monitors”, instrumentos de análise<br />

sobre os principais Indicadores da Operação,<br />

com base no princípio “give & get”, cujos dados<br />

são colocados diretamente pelos empresários<br />

numa plataforma online e partilhados com todos<br />

aqueles que contribuem com os dados do<br />

seu empreendimento. Os monitores da AHP são,<br />

atualmente, uma ferramenta de gestão essencial<br />

para quem trabalha em Turismo.<br />

De todos destaco o “Hotel Monitor”, existente<br />

há oito anos e largamente difundido no setor,<br />

que compara indicadores da performance dos<br />

hotéis: indicadores operacionais, financeiros e<br />

comerciais.<br />

Esta utilíssima ferramenta, e a recolha e análise<br />

de dados provenientes de outras fontes, levou<br />

a AHP a realizar um estudo sobre “A hotelaria<br />

na cidade de Lisboa – estudo de uma década”<br />

(2000/10). Este estudo permite compreender alguns<br />

factos na atual conjuntura e explicar o agravamento<br />

das condições de operação que a hote-<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

laria está a ultrapassar pelo desfasamento entre<br />

a oferta - medida em quartos disponíveis - e a<br />

procura turística – medida em quartos ocupados.<br />

Os dados são reveladores e conduzem-nos exatamente<br />

ao centro das preocupações de muitos<br />

empresários do turismo: existe um gap entre a<br />

oferta e a procura em Lisboa.<br />

Este gap é muitas vezes agudizado com o tempo<br />

que baliza as opções de investimento e a concretização<br />

desses investimentos (há futuros hotéis<br />

que vão abrir em plena crise). Chega a existir desadequação<br />

de tendências de procura.<br />

Em 10 anos, entre 2000 e 2010, a oferta de quartos<br />

em unidades de 2, 3, 4 e 5 estrelas na cidade<br />

de Lisboa cresceu 51%, à taxa média anual de<br />

4,2%. O aumento em termos absolutos foi de<br />

5.164 quartos. Este valor não é irrelevante se juntarmos<br />

o crescimento da década anterior: 127%,<br />

de 1990 a 2000, com mais 8.552 quartos no parque<br />

hoteleiro.<br />

Um parêntesis: este aumento na evolução da<br />

oferta hoteleira de Lisboa, na década de 2000,<br />

esteve em linha com o aumento de 51,9% na<br />

evolução da oferta nacional em igual período.<br />

O Algarve, principal destino turístico nacional,<br />

também acompanhou o resultado com um crescimento<br />

de 52,9%.<br />

Este crescimento acelerado da oferta não foi<br />

acompanhado pela procura. O gap entre a oferta<br />

e a procura que se tem vindo a acentuar com<br />

a crise, já era indicativo no estudo. Era evidente<br />

que a situação se iria acentuar. A previsão de<br />

evolução da hotelaria entre 2010 e 2013 era de<br />

crescimento de 14,2%, com mais 2.173 quartos.<br />

E no período de 2000 a 2010 existia já um dese-<br />

quilíbrio entre a evolução da oferta – medida em<br />

quartos disponíveis - e da procura.<br />

Em 2010, o desempenho que se verificou foi inferior<br />

ao do ano 2000. A taxa de ocupação quarto<br />

nunca voltou a ter valores iguais aos de 2000<br />

(74,4%), chegando a 2010 com uma redução de<br />

8,8 pp.<br />

Mas na análise feita é possível ver que os gaps<br />

existentes também se refletem no rendimento<br />

do próprio negócio. A mesma análise a preços<br />

constantes ou a preços correntes agrava os resultados.<br />

A diferença é significativa. Em 2000, o<br />

preço médio por quarto disponível a preços correntes<br />

era 57,3€ e desceu para 48,69€ em 2010,<br />

uma redução de -15,3% no RevPAR. Se fizermos<br />

a mesma análise a preços constantes passamos<br />

a ter 57,3€, em 2000 e 37,59€ em 2010. O RevPAR<br />

regista assim um decréscimo de -34,4%. Além da<br />

inflação, que dita a diferença de valores em análise,<br />

os fatores que influenciam o preço são a descida<br />

da taxa de ocupação, cruzada com a quebra<br />

do Average Room Rate (ARR) para -25,7% a preços<br />

constantes.<br />

O estudo revela ainda que, embora a preços<br />

correntes, o volume de negócios da hotelaria<br />

em Lisboa aumentou cerca de 32%/ano em<br />

2000/2010. Porém, a preços constantes este valor<br />

reduz para apenas 1,6%... De facto, a análise<br />

a preços constantes revela variações negativas<br />

em todos os indicadores no período 2000/2010,<br />

à exceção do volume de negócios ano com os<br />

referidos 1,6%.<br />

Em conclusão: é verdade que o mundo mudou.<br />

Que a hotelaria sofre com a crise. Mas o gap entre<br />

a oferta e a procura de hotéis, como este estudo<br />

revela, agrava o contexto de mercado.


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Estratégia para os novos<br />

padrões de consumo no<br />

Turismo Residencial<br />

Toda a Europa, Portugal incluído, está hoje a sofrer um período de profundas<br />

transformações, inclusive no que toca aos padrões de consumo no turismo<br />

residencial. Para vencer este desafio será preciso inovar também ao nível do produto<br />

do turismo residencial, e da forma como este é comercializado. Mas, de que forma?<br />

Eduardo Abreu, partner da Neoturis, diz que «ainda é cedo para ter certezas<br />

sobre esse tema. Mas diria que as grandes questões que se colocam<br />

hoje são (1) se a dimensão do imóvel pode ser, em média, mais pequena que<br />

no período pré-crise (2) como financiar a construção num mercado que não<br />

venderá ao consumidor final produto em planta, ou empreendimentos que<br />

ainda não iniciaram o seu desenvolvimento e (3) quais os desafios para destinos<br />

que não são ainda sequer turísticos e se querem posicionar ao mesmo<br />

tempo no mercado tradicional e de turismo residencial».<br />

No que se refere à comercialização, «é natural a necessidade de maior<br />

alocação de recursos financeiros (em % das vendas) à vertente marketing &<br />

vendas, refletir sobre o produto fractional assim como na relação objetiva<br />

entre turismo residencial e hotelaria tradicional ao nível do produto e serviço<br />

oferecido», alerta o responsável.<br />

evolução do setor para os próximos meses<br />

Partindo do «pressuposto que neste segundo semestre serão clarificadas as<br />

interrogações relacionadas com a economia europeia e o euro, poderemos<br />

antecipar para 2013 algum incremento da procura. Mas longe, muito longe,<br />

do que se registou em 2006 ou 2007. E o programa a ser preparado pelo<br />

Governo terá também um impacto importante na maior ou menos velocidade<br />

deste incremento»», diz Eduardo Abreu<br />

Do lado da oferta, o cenário deverá ficar marcado por «poucos projetos a<br />

iniciar a construção, outros – intervencionados ou não – a receberem alguma<br />

injeção de liquidez que permita concluir fases que permitam gerar cash<br />

flow [vendas, mas também exploração turística tradicional]».<br />

44<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Além disto, considera o especialista, os próximos meses corresponderão<br />

a «um período de negociações importantes, que já decorrem, entre promotores<br />

nacionais, investidores estrangeiros e instituições financeiras no sentido<br />

da entrada de capital estrangeiro na promoção de empreendimentos de<br />

dimensão mais significativa; também dos referidos veículos de recuperação<br />

se forem criadas as condições para que tal aconteça».<br />

➝ Versão Reduzida. Leia a entrevista completa em www.vidaimobiliaria.com<br />

Públicos e Privados, que papel na estratégia promocional de Portugal?<br />

O setor exige uma promoção ativa do turismo<br />

residencial português além-fronteiras, numa<br />

estratégia que deve ser conjuntamente trabalhada<br />

por públicos e privados.<br />

Aos agentes privados, cabe «o desenvolvimento<br />

do produto de acordo com as tendências da<br />

procura (desde a fase de seleção de terrenos e<br />

definição de conceito, até à montagem da operação<br />

financeira, comercialização do produto<br />

e manutenção do empreendimento). Importa<br />

manter as instituições públicas informadas<br />

destas tendências, pois suportarão a produção<br />

/ alteração do enquadramento legal do setor,<br />

assim como a sua promoção», explica Eduardo<br />

Abreu. Por seu turno, o setor público, além<br />

de disponibilizar «condições fiscais e vantagens<br />

dadas ao investidor estrangeiro em imobiliário<br />

em Portugal, deve ser um agente ativo<br />

na promoção umbrella do destino Portugal»,<br />

cabendo-lhe também «flexibilizar, sempre que<br />

Praia D’el rey (Óbidos)<br />

necessário, os processos que conduzam às necessárias<br />

alterações do projeto de acordo com<br />

o mercado (ex. redução/alteração de tipologias,<br />

faseamento distinto, entre outros)».<br />

Além disto, «naturalmente que deve existir uma<br />

promoção coordenada entre os promotores<br />

privados e o Turismo de Portugal no sentido de<br />

maximizar os meios disponíveis com uma mensagem<br />

coerente e dirigida ao mercados-alvo<br />

identificados como prioritários», remata.


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Oferta continua a modernizar-se<br />

Hotéis & Resorts,<br />

os novos projetos<br />

Embora a um ritmo mais lento do que acontecia há apenas alguns anos, um pouco<br />

por todo o país vão surgindo anúncios de novos investimentos em projetos de<br />

resorts, hotéis e outras infraestruturas de lazer.<br />

Apesar da incerteza face à concretização e<br />

viabilização de boa parte dos projetos de<br />

resorts anunciados no passado – recorde-se<br />

que num estudo realizado em 2010, a <strong>Vida</strong><br />

<strong>Imobiliária</strong> contabilizou 80 projetos de resorts<br />

integrados em pipeline no mercado português<br />

-, muitos promotores mantêm as suas<br />

intenções, havendo algumas atualizações<br />

neste campo.<br />

Portugal ganha conrad<br />

em setembro<br />

No primeiro dia de setembro vai finalmente<br />

abrir o primeiro resort da Conrad Hotels<br />

& Resorts na Europa. A Quinta do Lago, no<br />

Algarve, foi o local escolhido pela cadeia<br />

de luxo. Recorde-se que a inauguração da<br />

unidade, que resulta de um investimento<br />

de 150 milhões de euros, estava inicialmen-<br />

Quinta da Ombria vai avançar, mas com metade do número de quartos<br />

A Quinta da Ombria, o resort de cinco estrelas<br />

projetado para Querença (Algarve) vai<br />

avançar, mas com apenas 100 quartos, isto é,<br />

metade do número de quartos inicialmente<br />

previstos (200). Uma decisão justificada pela<br />

necessidade de elevar a qualidade da oferta,<br />

evitando repetir no interior a massificação<br />

existente no litoral.<br />

Representando um investimento na ordem<br />

dos 200 milhões de euros, este projeto en-<br />

46<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

globa um hotel de cinco estrelas e cem quartos,<br />

envolvido por um campo de golfe, e 32<br />

lotes para a construção de vivendas. Está implantado<br />

numa propriedade com 160 hectares,<br />

dos quais 60 ha reservados para a defesa<br />

integral de espécies locais.<br />

O arranque deste projeto tem sido alvo de<br />

sucessivos atrasos, motivados sobretudo<br />

pela necessidade de se ajustar às exigências<br />

ambientais impostas pelo aquífero<br />

conrad Algarve<br />

Monte Nabo – Hotel resort & Spa<br />

Querença-Silves, onde parte do empreendimento<br />

se localiza. E, devido a isto, não<br />

foi ainda possível fechar o contrato com a<br />

marca hoteleira sue o irá explorar. «Temos<br />

três interessados de grande prestígio internacional,<br />

mas todos nos perguntam quando<br />

podem começar, e a verdade é que não podemos<br />

dar certezas», disse Hélder Martins, diretor<br />

da Quinta da Ombria, em declarações<br />

à imprensa.


te prevista para 2010 e, mais tarde, para<br />

julho deste ano, estando agora confirmada<br />

para o início de setembro. «Não acreditamos<br />

em soft opening, queremos abrir preparados<br />

para receber os clientes», afirmou Alessandro<br />

Cabella, diretor geral do Cluster Algarve da<br />

Hilton Worldwide.<br />

O objetivo do Conrad é o de proporcionar<br />

aos visitantes uma «experiência de luxo com<br />

base num serviço personalizado e atento, que<br />

privilegia a privacidade e o conforto». «Não<br />

é o luxo material, mas sim a experiência e o<br />

serviço que vão marcar a diferença desta unidade»,<br />

sublinhou o diretor. Os mercados alvo<br />

que o hotel espera captar não se restringem<br />

aos «britânicos e alemães, já históricos», mas<br />

pretende também alcançar outros mercados<br />

internacionais menos explorados no<br />

Algarve.<br />

A uma distância de 20 minutos do aeroporto<br />

internacional de Faro, conta com 134 quartos<br />

deluxe e grand deluxe, além de dez residências<br />

privativas, que só começam a ser comercializadas<br />

após a abertura do hotel.<br />

Finialgarve investe 234 M€ no<br />

resort Praia Grande, em Silves<br />

Também para o Algarve, mas no concelho de<br />

Silves, foi anunciado um investimento de 234 milhões,<br />

liderado pela Finalgarve (Grupo Galilei), a<br />

aplicar na primeira fase do resort da Praia Grande.<br />

Abrangendo uma área de 247 hectares na freguesia<br />

de Pera, prevê cinco fases de desenvolvimento<br />

e a criação de 1.416 postos de trabalho.<br />

A Unidade de Execução 1 (correspondente à primeira<br />

fase) irá concretizar a realização de todas as<br />

infraestruturas gerais, e contempla três hotéis de<br />

quatro e cinco estrelas e dois aldeamentos turísticos,<br />

num total de 1.594 camas, além de uma área<br />

comercial e de um campo de golfe de 18 buracos.<br />

Em declarações à imprensa, o responsável pela<br />

comunicação do grupo disse que as obras deverão<br />

arrancar em 2013, prevendo-se a conclusão<br />

do projeto num prazo de oito a dez anos. Se<br />

tudo correr como o previsto, o objetivo é que o<br />

primeiro turista possa entrar no resort em 2015,<br />

data estimada para o término das infraestruturas<br />

e do primeiro hotel. A assinatura do contrato<br />

de desenvolvimento urbano foi assinada<br />

no final de junho, entre a Câmara Municipal de<br />

Silves e entidades promotoras.<br />

Almodôvar recebe investimento de 24 M€<br />

2013 deverá marcar o arranque da construção do maior empreendimento turístico de Almodôvar,<br />

no Alentejo. Representando um investimento de 24 milhões de euros, o Monte Nabo – Hotel<br />

Resort & Spa irá incluir um hotel de 4 estrelas, aldeamento turístico (40 moradias T1 e T2, num<br />

total de 90 quartos e 180 camas) e equipamentos de animação revelou o promotor, à Lusa.<br />

Paulo Campos, responsável pelo projeto e acionista da Resorts Camp, explicou que o processo<br />

de licenciamento deverá ficar concluído até ao final do ano, e a construção deverá<br />

arrancar em janeiro de 2013 e prolongar-se por mais dois anos.<br />

O resort será construído numa área de 53 hectares do Monte Nabo, a cerca de 3 km da vila<br />

de Almodôvar, criando 50 postos de trabalho diretos. Será financiado em 65% por fundos<br />

comunitários, sendo os restantes 35% assegurados por capitais próprios da Resorts Camp.<br />

Trata-se de um «eco resort» que aposta no turismo de natureza como um «produto alternativo»<br />

ao «modelo sol e praia», explicou Paulo Campos, frisando que o empreendimento vai<br />

ter “um impacto considerável” na economia do concelho de Almodôvar.<br />

O impacto irá dever-se sobretudo aos postos de trabalho que serão criados e à prestação<br />

de serviços e ao fornecimento de produtos ao empreendimento por empresas locais.<br />

ECS Capital decide<br />

destino do Colombo’s<br />

Resort<br />

De acordo com as últimas informações<br />

avançadas pelo administrador da insolvência<br />

do Colombo’s Resort, no Porto<br />

Santo, até agora «não houve qualquer<br />

proposta para a aquisição» do projeto,<br />

pelo que «a partir deste momento, será o<br />

credor garantido, a ECS Capital, que tem<br />

a hipoteca sobre o imóvel, que irá tomar<br />

a decisão que considerar mais conveniente».<br />

A informação foi revelada por<br />

Jorge Calvete à Lusa, em meados deste<br />

mês de julho.<br />

Através do Fundo de Lazer Imobiliário e<br />

Turismo, a ECS Capital adquiriu os créditos<br />

da empresa insolvente junto da<br />

banca. Perante a ausência de interessados<br />

na aquisição do empreendimento,<br />

e «como o projeto em si tem potencial,<br />

a ECS Capital assume a sua gestão e vai<br />

continuá-lo», disse à Lusa fonte ligada<br />

ao processo.<br />

Avaliado em 120 milhões de euros, o<br />

Colombo’s Resort foi apresentado em<br />

2005 como o maior investimento privado<br />

na ilha de Porto Santo. Projetado<br />

pelo arquiteto Ricardo Boffil, previa<br />

a construção de dois hotéis (um dos<br />

quais de luxo, cuja exploração chegou a<br />

ser atribuída à Starwood), cinco núcleos<br />

de apartamentos turísticos com 193<br />

unidades, 12 villas turísticas de luxo,<br />

uma área central de animação com piscinas,<br />

restaurantes, bares e lojas, spa,<br />

zona de lazer e um casino. O projeto era<br />

promovido pela Sociedade <strong>Imobiliária</strong><br />

e Turistica do Campo de Baixo, detida<br />

maioritariamente pelo Grupo Siram, e<br />

que no final de 2009 teve de parar as<br />

obras devido a dificuldades financeiras.<br />

O BCP, o Banif e a Construtora Casais<br />

constam entre os principais credores.<br />

47


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Hotéis em pipeline e com abertura prevista para 2012-2014<br />

(inclui unidades inauguradas no primeiro semestre)<br />

Nome Localização categoria<br />

48<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Promotor /<br />

Hoteleiro<br />

Alojamento Valor (M€)<br />

Abertura<br />

(previsão)<br />

Fontecruz Lisboa Lisboa ***** Fontecruz 72 quartos 20 Fevereiro 2012<br />

Douro 41 Castelo de Paiva **** Eurostars 42 quartos sd Fevereiro 2012<br />

Carmo’s Boutique Hotel Ponte de Lima **** Investidores locais 15 quartos 2,2 Março 2012<br />

Ibis Budget Porto Gaia Gaia 95 quartos Março 2012<br />

Carris Hotel Ribeira Porto **** Caris Hotels 90 quartos 14 Março 2012<br />

Pousada de Cascais Cascais ***** Pestana 42 quartos Março 2012<br />

Sintra Boutique Hotel Sintra **** SBH Group 20 quartos<br />

Abril / maio<br />

2012<br />

Monte Filipe Hotel & Spa Nisa **** R.G Lopes 50 quartos Maio 2012<br />

Rossio Hotel Portalegre **** Seconfral 18 quartos 2 Maio 2012<br />

Europa Plaza Lisboa **** 3K 140 quartos 20 Junho 2012<br />

Alentejo Marmoris Hotel & Spa Vila Viçosa ***** Jardimagistic<br />

Conrad Algarve Palácio da Quinta Qta. Lago, Algarve ***** Hilton<br />

Myriad by Sana Lisboa (Pq Nações) ***** Sana<br />

Tapada da Mata Eco-Resort & Spa Évora **** Policarpo Turismo<br />

42 quartos e 3<br />

suítes<br />

134 quartos, 20<br />

suítes e 10 residências<br />

privativas<br />

176 quartos e 10<br />

suítes<br />

56 suítes bungallows<br />

6,5 Setembro 2012<br />

150 Setembro 2012<br />

Setembro 2012<br />

2ºSem 2012<br />

Aqua Ria Faro *** 32 quartos 2ºSem 2012<br />

LA Hotel Lisboa Lanidor 26 quartos 10 4ºT 2012<br />

Ibis Lisboa Expo Lisboa 120 quartos Dezembro 2012<br />

Hotel Portugal Lisboa **** Hotel Mundial 57 quartos Dezembro 2012<br />

Hotel Tryp Aeroporto Lisboa **** Hoti Hotéis 170 quartos 17 1ºT 2013<br />

Real Abadia Congress & Spa Alcobaça **** 32 quartos 3,1 1ºT 2013<br />

Hotel 03 Faro *** 50 quartos 1ºSem 2013<br />

Memmo Alfama Lisboa, Alfama **** Memmo Hotels 43 quartos 6,5 Maio 2013<br />

Aerotel Faro Faro, Aeroporto *** Tavfer 90 quartos 6,2 3ºT 2013<br />

Evidência Belverde Atitude Aroeira **** Evidência 71 quartos 2013<br />

Epic Sana Lisboa Lisboa, Amoreiras **** Sana<br />

Epic Sana Algarve Albufeira, Falésia **** Sana<br />

Radisson Portimão<br />

Portimão,<br />

Autódromo<br />

Indigo Lisbon Old Town Lisboa, Baixa ****<br />

Memmo Príncipe Real<br />

Fonte: <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong><br />

Lisboa, Príncipe<br />

Real<br />

***** Parkalgar<br />

Corpus Christi REIT<br />

/ Intercontinental<br />

291 quartos e 20<br />

suítes<br />

162 quartos, 24<br />

suítes e 43 apartamentos<br />

192 quartos, 24<br />

suítes e 43 apartamentos<br />

2013<br />

2013<br />

1ºSem 2014<br />

139 quartos 1º T 2014<br />

**** Memmo Hotels sd 6 2014


www.lagrimashotels.com


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Oportunidades no Brasil e em Angola também estão a ser estudadas<br />

Grupo Altis Hotels tem<br />

em carteira três novos<br />

projetos em Lisboa<br />

Com cinco hotéis em operação, o Grupo Altis Hotels tem três novos projetos em<br />

carteira para Lisboa, estando também a estudar oportunidades em mercados<br />

internacionais como Brasil e Angola, revelou o administrador, Raúl Martins.<br />

No valor de 10 milhões de euros, a ampliação do<br />

Altis Avenida Hotel, um boutique hotel de cinco<br />

estrelas na Praça dos Restauradores, inaugurado<br />

em março de 2010, será o primeiro a arrancar. «O<br />

projeto de ampliação já está aprovado para mais<br />

40 quartos, suítes e fitness room e um Bar com vista<br />

panorâmica para a Praça do Rossio. Esperamos<br />

arrancar com a obra ainda este ano, para que em<br />

2013 o hotel passe a dispor de 110 quartos e espaços<br />

públicos», contou Raúl Martins.<br />

Para 2015 está prevista a abertura de um hotel<br />

design de quatro estrelas, localizado na avenida<br />

24 de Julho, no Santos Design District. Com<br />

27 quartos e um bar/ lounge, o administrador<br />

do Grupo Altis explica que o projeto assenta<br />

«num conceito arrojado, pensado para um target<br />

que valoriza o design e a animação que esta zona<br />

de Lisboa proporciona».<br />

Já o Altis Marquês, será «um Conference &<br />

Business Hotel de cinco estrelas, com cerca de<br />

240 quartos, restaurantes, salas de reunião e<br />

spa. Ficará localizado entre a avenida António<br />

Augusto de Aguiar e a Avenida Fontes Pereira de<br />

Melo, e tem abertura prevista para 2016».<br />

50<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

O crescimento da marca Altis poderá fazer-<br />

-se também através da internacionalização.<br />

«Estamos a estudar opções para o Brasil e Angola»,<br />

diz Raúl Martins, acrescentando que nestes casos,<br />

«a nossa preferência será para contratos de<br />

gestão ou parcerias».<br />

Mais de 7,5 milhões investidos em<br />

obras de remodelação desde 2010<br />

Fundado em 1973, «nos últimos anos o grupo<br />

tem investido na abertura de novos hotéis, assim<br />

como na remodelação e atualização das<br />

suas unidades iniciais», diz o administrador. Em<br />

2010, foram inauguradas duas novas unidades<br />

– Altis Avenida e Altis Prime -, tendo também<br />

sido investidos 2,5 milhões de euros na remodelação<br />

do Altis Park Hotel, resultado da renovação<br />

dos seus 180 quartos, suítes e auditório.<br />

«No ano passado foi a vez do Hotel Altis, que em<br />

setembro de 2011 terminou a primeira fase da<br />

sua maior remodelação de sempre, um investimento<br />

de cerca de cinco milhões de euros, que renovou<br />

200 quartos e o hall de entrada, incluindo<br />

um novo bar – o Lobby Bar.<br />

Altis Prime aposta no turismo residencial<br />

Uma das unidades mais recentes, o Altis Prime apresenta «um conceito<br />

inovador, que combina a comodidade de uma casa com serviço de hotel<br />

de luxo». São 78 apartamentos T1, T2 e T3, equipados e com áreas de 52<br />

a 195 m² disponibilizando serviço de receção e room service 24 horas,<br />

sundeck com lounge e jacuzzi, business corner, garagem privativa, sala de<br />

reunião e vários outros serviços.<br />

«O Altis Prime é um Hotel de apartamentos com uma vertente de turismo<br />

residencial que o torna a morada ideal para quem deseje viver no centro de<br />

Lisboa ou pretenda investir na Hotelaria, obtendo um rendimento anual de<br />

Altis Avenida<br />

Altis Belém<br />

6%», realça Raúl Martins. E, «nestes dois primeiros anos de atividade, tem<br />

tido uma excelente aceitação no mercado, registando resultados operacionais<br />

acima do previsto, mesmo no estudo económico anterior a 2009»,<br />

acrescenta.<br />

Fazendo o balanço da operação em 2012, com o grupo a registar um<br />

acréscimo de vendas de 22,8% face ao período homólogo de 2011, Raúl<br />

Martins realça que «o Altis Prime foi o Hotel do Grupo com maior aumento<br />

percentual de vendas, com 116%, seguido do Altis suítes, com 37,9%, sendo<br />

notório o aumento de interesse do mercado pelos hotéis de apartamentos».


Portugueses são os principais compradores<br />

Primeira fase do Pestana Troia<br />

Eco-Residences já está concluída<br />

Pouco mais de um ano após o arranque oficial das obras, a primeira fase do Pestana<br />

Troia Eco-Residences está concluída, tendo já vendido cerca de 80% da sua oferta,<br />

revelou o administrador do grupo Pestana, José Roquette.<br />

Localizado numa das zonas mais preservadas<br />

da Península de Troia, mas beneficiando da<br />

proximidade ao Troia Resort e a todas as infraestruturas<br />

ali incluídas, este projeto de mais de<br />

90 milhões de euros é a mais recente aposta do<br />

Grupo Pestana na marca Pestana Residences.<br />

A primeira pedra do empreendimento foi lançada<br />

em maio de 2011, e entretanto «a primeira<br />

fase já ficou concluída», realça o administrador<br />

José Roquette, «as townhouses estão a ser entregues<br />

aos proprietários, o núcleo da piscina central<br />

está terminado, a Receção, todos os acessos<br />

pedonais à praia e infraestruturas também estão<br />

prontos».<br />

E, apesar do contexto económico, o balanço<br />

da comercialização está a ser positivo. «Já<br />

vendemos 80% da oferta desta fase, a portugueses»,<br />

conta o responsável. Os compradores<br />

são sobretudo «famílias jovens e com filhos pequenos,<br />

oriundas maioritariamente de Lisboa, e<br />

que procuram uma casa para passar os fins de<br />

semana».<br />

Para José Roquette, este resultado de vendas é<br />

um «sucesso», que pode ser atribuído a quatro<br />

fatores: «provavelmente, a melhor localização<br />

da região, num eco-resort com acesso direto à<br />

praia; um posicionamento de preço muito competitivo,<br />

sensato e prudente; um produto moderno<br />

e inovador, muito motivado pela componente<br />

eco» e, por fim, «a garantia de qualidade e credibilidade<br />

Pestana».<br />

Segunda fase de construção<br />

arranca após o fecho das vendas<br />

De acordo com José Roquette, o arranque da<br />

segunda fase de desenvolvimento da componente<br />

imobiliário-turística «acontecerá com o<br />

encerramento desta primeira fase de vendas».<br />

Por seu turno, o início da operação da componente<br />

hoteleira do empreendimento deverá<br />

acontecer em 2014.<br />

O Pestana Troia Eco-Residences disponibiliza 82<br />

lotes para a construção de moradias, além de<br />

43 towhouses geminadas em lotes privativos<br />

de 600 a 850 m². Além da componente imobiliária,<br />

este resort de luxo vai também incluir dois<br />

aldeamentos turísticos (34 apartamentos) e<br />

um aparthotel (150 quartos) da marca Pestana,<br />

bem como zonas comerciais e de lazer. A esta<br />

Os projetos Pestana Residences<br />

primeira fase correspondem 35 moradias geminadas<br />

e 28 lotes de terreno.<br />

O projeto elege a sustentabilidade como âncora<br />

diferenciadora, tendo sido pensado para «minimizar<br />

o impacto ambiental com um sistema de<br />

construção sustentável, de elevada qualidade e<br />

durabilidade». Apostando em materiais «amigos<br />

do ambiente e em harmonia com a natureza», o<br />

empreendimento conta já com o selo Pestana<br />

Planet Guest, e tem em curso a sua candidatura<br />

à certificação Breeam.<br />

«Casando» a hotelaria com o imobiliário, a carteira Pestana Residences é composta por<br />

cinco projetos em diferentes fases de desenvolvimento, e que inclui investimentos na<br />

Bahia em Angra dos Reis (Brasil), em Troia (Portugal), em Buenos Aires (Argentina) e em<br />

Casablanca (Marrocos).<br />

Futuramente poderão ser anunciados novos projetos da marca em Portugal, mas «neste<br />

momento não faz muito sentido estarmos a arrancar com novos investimentos. Apenas aquando<br />

da retoma da economia». Recorde-se que no passado o grupo chegou a anunciar a chegada<br />

deste conceito à ilha de Porto Santo, «um projeto que não foi cancelado, mas que neste<br />

momento não tem data prevista para arrancar», afirma José Roquette.<br />

51


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Comercialização em propriedade partilhada<br />

Pine Cliffs Premier Club lança modelo<br />

inovador de vendas em resort<br />

Apostando num modelo de comercialização em propriedade partilhada inovador no<br />

mercado português, o Pine Cliffs Premier Club é a mais recente novidade imobiliária<br />

no luxuoso Pine Cliffs Resort.<br />

Como explicou Carlos Leal, diretor-geral da<br />

United Investments Portugal (UIP), responsável<br />

pelo desenvolvimento e comercialização do resort,<br />

a aquisição de uma das moradias do Pine<br />

Cliffs Premier Club, implica a compra de uma<br />

fração de 1/13 da mesma. Mas, a grande novidade<br />

aqui é que a propriedade desse imóvel<br />

é detida por uma Trust Company controlada e<br />

regulada pela First National Trustee Company<br />

(FNTC), que será o administrador fiduciário da<br />

propriedade, cabendo-lhe todas as responsabilidades<br />

inerentes à sua gestão e manutenção.<br />

Na opinião de Carlos Leal, «este sistema de fracionamento<br />

da propriedade apresenta várias<br />

vantagens face aos modelos preexistentes no<br />

mercado português e, grande mais valia é a segurança<br />

que oferece aos proprietários, sobretudo a<br />

nível jurídico», garante.<br />

Nesta primeira fase de vendas, o Pine Cliffs<br />

Premier Club irá disponibilizar quatro moradias<br />

em banda nas tipologias T2 e T3 (duas de cada ti-<br />

52<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Pine cliffs Premier club<br />

pologia), cujas frações de 1/13 podem ser adquiridas<br />

por valores entre os 135.000 e os 189.000<br />

euros (preços de lançamento). «À medida que a<br />

comercialização e a procura forem avançando,<br />

iremos alargar a oferta disponível, alocando mais<br />

propriedades ao FNTC», explicou o responsável.<br />

«As despesas fixas correntes inerentes a um imóvel<br />

serão partilhadas pelos proprietários. Cada<br />

um pagará um fee anual à Trustee Company, na<br />

ordem dos 3.500 euros, que já inclui os valores necessários<br />

para despesas de manutenção, para o<br />

fundo de reserva para obras e remodelações, condomínio<br />

e, claro, para o pagamento à Trustee».<br />

Cada um dos proprietários no Pine Cliffs<br />

Premier irá poder usufruir da moradia durante<br />

quatro semanas por ano, sujeitas a políticas<br />

de reservas, e que rodarão anualmente entre<br />

todos. Este modelo prevê que após 26 anos<br />

o imóvel seja vendido pelo FNTC, «cabendo a<br />

cada um dos 13 proprietários a sua quota-parte<br />

do valor líquido da venda».<br />

Projeto de Vale<br />

do Freixo poderá<br />

arrancar em 2014<br />

No Algarve, os donos do Pine Cliffs<br />

são também proprietários do Vale<br />

do Freixo, uma propriedade com 381<br />

hectares no concelho de Loulé, onde<br />

preveem desenvolver outro resort de<br />

luxo. E, no passado mês de abril a UIP<br />

recebeu o aval para ser integrado no<br />

primeiro Núcleo de Desenvolvimento<br />

Económico (NDE).<br />

O terreno foi comprado em 2001, mas<br />

«demorou dez anos para o empreendimento<br />

ser aprovado» salientou Carlos<br />

Leal, à margem da apresentação do<br />

Pine Cliffs Premier Club.<br />

Prevendo um investimento entre os 200<br />

e os 250 milhões de euros, este projeto<br />

prevê o desenvolvimento de 1.800 a<br />

2.000 camas turísticas, distribuídas por<br />

um boutique hotel e componente imobiliária,<br />

entre vivendas e apartamentos.<br />

«O NDE, de tipo 3, classificado como projeto<br />

de interesse nacional, não necessita<br />

de recorrer aos concursos das câmaras<br />

e por isso facilita o processo de licenciamento»,<br />

disse o administrador da UIP.<br />

O arranque das obras é que não será<br />

imediato, até porque «o projeto de urbanização<br />

demorará mais de 18 meses a<br />

finalizar», por isso só «para final de 2014<br />

ou mesmo 2015, é que devemos estar em<br />

condições de arrancar com as obras, obviamente<br />

sujeito a licenciamento».


DOSSIER: <strong>TURISMO</strong> <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Luís Machado, Diretor Geral da empresa<br />

Lucios reforça na hotelaria<br />

A construtora Lucios tem vindo a reforçar a sua atividade no segmento de<br />

hotelaria, contando já no seu portfólio com obras para cadeias de referência<br />

internacional como são os casos da Hilton ou do Intercontinental.<br />

A capacidade para executar obras de complexidade<br />

e a experiência que tem vindo a construir<br />

na área da reabilitação são vantagens competitivas<br />

da empresa neste setor, considera o seu<br />

diretor geral, Luís Machado. «Percebemos que a<br />

área hotelaria seria uma área interessante, não só<br />

na execução de unidades novas, como também<br />

na de hotéis resultantes de reabilitação de edifícios»,<br />

explicou à <strong>Vida</strong> <strong>Imobiliária</strong>.<br />

Este setor exige «capacidade para executar obras<br />

de complexidade e para reabilitar», áreas que a<br />

Lucios tem vindo a reforçar nos últimos anos e<br />

que lhe têm permitido adquirir uma capacidade<br />

técnica e de execução de obras complexas<br />

«que nem todas as empresas de construção têm»,<br />

refere. Associado a estas competências e know<br />

how, o facto de «estarmos no mercado há muitos<br />

anos, de termos conquistado notoriedade e uma<br />

reputação de qualidade», nota.<br />

A conjugação destes fatores permitiu à empresa<br />

reforçar-se na área hoteleira e desenvolver<br />

trabalhos com marcas de referência internacional,<br />

que desenvolvem «obras de hotéis de elevada<br />

complexidade, dimensão e exigências técnicas»,<br />

sublinha Luís Machado. E, «estas primeiras<br />

obras que realizámos na hotelaria foram muito<br />

importantes, porque permitem precisamente demonstrar<br />

a nossa capacidade».<br />

O portfólio de hotelaria da empresa inclui a<br />

construção do Intercontinental Porto – Palácio<br />

das Cardosas, localizado no centro histórico do<br />

Porto e a primeira face da reabilitação do quarteirão<br />

das Cardosas, na qual a Lucios está tam-<br />

54<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

intercontinental Palácio das cardosas<br />

bém a intervir como promotor. O Hotel, inaugurado<br />

em 2011, resultou da reabilitação do<br />

histórico Palácio das Cardosas, sendo propriedade<br />

da Solitaire Hotels, que assinou contrato<br />

de gestão com a Intercontinental Hotels Group.<br />

Outro hotel do portfólio é o Hilton Bom<br />

Sucesso, em Óbidos, um 5 estrelas assinado<br />

por Souto Moura e com abertura prevista para<br />

breve. A unidade tem 120 quartos e nasce integrado<br />

no resort Bom Sucesso – Design Resort,<br />

Leisure & Golf .<br />

Destaca-se ainda o hotel B&B, no Porto, que<br />

resultou da intervenção no edifício do antigo<br />

cinema da Invicta, o Águia d’Ouro, que remonta<br />

Hilton Bom Sucesso<br />

a 1839. A fachada original Arte Déco do edifício<br />

foi recuperada, mas o interior é completamente<br />

novo. Foi inaugurado no final de 2011 .


56<br />

MAIS qUE <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Caso Estudo Securitas<br />

Segurança em Resorts Turísticos<br />

Os Resorts são empreendimentos turísticos integrados,<br />

localizados essencialmente fora dos<br />

centros urbanos, procurados muito frequentemente<br />

como segunda residência. Contudo,<br />

nalguns casos, a opção é a de utilizar as propriedades<br />

como residências permanentes, principalmente<br />

para quem já se encontra na situação<br />

de reforma profissional. Pela sua natureza, bem<br />

como pela extensa área que cobrem em termos<br />

geográficos, apresentam necessidades de segurança<br />

específicas.<br />

Para se oferecerem serviços aos Resorts Turísticos,<br />

é importante compreender o Cliente final e os fatores<br />

que o motivam a adquirir uma propriedade<br />

num local com estas características.<br />

Em primeiro lugar, convém referir um conjunto<br />

de fatores muito relevantes, que estão presentes<br />

no processo de decisão de aquisição de uma<br />

propriedade num Resort Turístico. Para além de<br />

outros considerandos, o indivíduo que efetua um<br />

investimento desta natureza atribui importância<br />

significativa a três componentes:<br />

• localização/distância do Aeroporto mais<br />

próximo<br />

• proximidade de cuidados de saúde (Hospital<br />

e suas valências)<br />

• vigilância/segurança existente no Resort<br />

Em condições normais, o fator Vigilância/<br />

Segurança é a terceira preocupação de quem adquire<br />

uma propriedade num Resort. Nos dias que<br />

correm, caracterizados por crescentes problemas<br />

sociais, a Vigilância/Segurança que possa ser oferecida<br />

aos condóminos de um Resort, incluindo<br />

naturalmente às famílias dos proprietários, é de<br />

extrema importância.<br />

Neste âmbito, a qualidade dos serviços prestados<br />

pela empresa de segurança contratada, é um fator<br />

vital. Essa qualidade está diretamente ligada ao fator<br />

humano, à seleção e formação que é ministrada<br />

aos vigilantes responsáveis pela salvaguarda de<br />

pessoas e bens num empreendimento desta natureza,<br />

bem como à estrutura de apoio que é disponibilizada<br />

ao resort para garantir que as exigentes<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

condições contratuais possam ser cumpridas pela<br />

empresa fornecedora dos serviços.<br />

A Securitas tem um segmento de mercado vocacionado<br />

para a área do turismo, especializado na<br />

oferta de soluções que satisfaçam plenamente os<br />

requisitos dos clientes deste setor.<br />

Recorde-se que a Securitas foi a primeira empresa<br />

de segurança privada em Portugal a obter<br />

a Certificação Ambiental ISO 14001:2004.<br />

Não será necessário referir a importância que os<br />

Resorts Turísticos atribuem às questões ambientais.<br />

Uma das tendências mais marcantes desta<br />

oferta turística é precisamente uma maior atenção<br />

aos equilíbrios ambientais.<br />

JULHO 2012<br />

© José Ribeiro<br />

A Securitas presta serviços a alguns dos resorts<br />

de maior qualidade em Portugal, conhecidos<br />

pela excelência da experiência que proporcionam<br />

aos seus Clientes. A Lusort em Vilamoura,<br />

a Praia D`El Rey em Óbidos e o Palheiro Estate<br />

Group (Palheiro Village) na Madeira, são exemplos<br />

de clientes da Securitas que exigem soluções<br />

de segurança «à medida», e que esperam<br />

obter níveis elevados do prestador do serviço.<br />

É disso que a Securitas gosta, pois sabe que<br />

quanto maior for a exigência que os clientes colocam,<br />

maior será a probabilidade de ser a empresa<br />

selecionada para a execução do mesmo.<br />

Em empreendimentos desta natureza, a Securitas<br />

disponibiliza serviços globais de Vigilância, geralmente<br />

complementados com Sistemas de<br />

Segurança Eletrónica - Intrusão, CCTV, Incêndio,<br />

Controlo de Acessos - dependendo da especificidade<br />

de cada caso.<br />

Os Vigilantes da Securitas, com formação específica<br />

para este tipo de serviço, protegem<br />

os Empreendimentos e as áreas de golfe/marinas/outras<br />

recorrendo a viaturas motorizadas<br />

(a combustível ou elétricas), gerem os equipamentos/sistemas<br />

de segurança (ex: alarmes<br />

das residências, câmaras de CCTV), dão<br />

apoio aos proprietários e patrulham a área dos<br />

empreendimentos mantendo uma presença<br />

dissuasora.<br />

No caso de alguns Empreendimentos, como a<br />

Lusort, em Vilamoura, os serviços de Segurança<br />

estendem-se à zona da Marina que, com mais de<br />

mil postos de amarração, é a maior do País.<br />

A Securitas está consciente da importância da<br />

estabilidade e paz de espírito como fatores<br />

essenciais para o sucesso dos resorts, como<br />

entidades turísticas. Os objetivos estão bem<br />

definidos: uma entrega total, 365 dias por ano,<br />

para garantir a segurança de pessoas e bens,<br />

recorrendo a serviços especializados, sistemas<br />

eletrónicos, e conhecimento específico do setor,<br />

para assegurar uma adequada capacidade<br />

de resposta aos grandes desafios do Turismo<br />

em Portugal.


58<br />

ESTATISTICAS LPI<br />

LISBON PRIME INDEX<br />

1.000 m 2<br />

Absorção atinge 36.000m2 12 €/m<br />

no 1º Semestre<br />

2<br />

800 m2 600 m2 400 m2 200 m2 No primeiro semestre de 2012 a absorção de escritórios em Lisboa foi<br />

de 36.000m², o que representa um acréscimo de 17% face ao período<br />

homólogo de 2011. O período em análise ficou marcado pela boa<br />

performance registada nos meses de maio e junho de 2012 na cidade<br />

de Lisboa. Na análise da ocupação total, 32% realizou-se no eixo<br />

Miraflores Porto Salvo e cerca de 17% no Parque das Nações (zona 5).<br />

O CBD de Lisboa (zona 1) e outras áreas (zona 7) registaram cerca de<br />

14% cada do total absorvido pelo mercado. A zona 2 (Eixo da Praça do<br />

Saldanha a Entrecampos; Amoreiras) e a zona 3 (eixo da 2ª circular ao<br />

Campo Grande, incluindo Praça de Espanha / José Malhoa) registaram<br />

igualmente 11%. A zona histórica (zona 4) registou apenas 1% do total<br />

absorvido.<br />

edifícios com maior dinâmica de mercado<br />

Desde o inicio de 2012, o edifício situado na Avenida das Túlipas<br />

(Miraflores Office Center) na zona 6, foi o que registou o maior número<br />

de operações. Até maio de 2012, este edifício registou 7 negócios, seguido<br />

pelos edifícios do Lagoas Park (zona 6) e Suécia (zona 6), cada um<br />

com 6 negócios registados. No entanto há que referir que o Lagoas Park<br />

e o Parque Suécia são parques de escritórios que agregam mais que um<br />

edifício. Um grupo de 2 edifícios registaram 4 negócios neste período,<br />

são estes: Amoreiras, na zona 2, e o Tagus Park, na zona 6. No entanto,<br />

em termos de volume de área transacionada, os edifícios com melhor<br />

performance foram o Cais Office, no Parque das Nações, e o edifício na<br />

Av. Gago Coutinho, ambos com cerca de 3.200m² arrendados. Também<br />

se verificou uma dinâmica interessante no Lagas Park, no Sintra Business<br />

Park e na Quinta da Fonte, situados na zona 6 com mais de 1.500m² arrendados<br />

cada um.<br />

0 m 2<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Out Town Novo • OTN<br />

12.000 m 2<br />

10.000 m 2<br />

8.000 m 2<br />

6.000 m 2<br />

4.000 m 2<br />

2.000 m 2<br />

0 m 2<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Absorção<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

15 €/m 2<br />

9 €/m 2<br />

Pipeline de escritórios em Lisboa<br />

Apesar do momento de incerteza que se vai vivendo em Portugal, a promoção<br />

de escritórios novos parece ir resistindo. O Lisbon Prime Index<br />

identifica 10 novos edifícios de escritórios até 2014, perfazendo um total<br />

de cerca de 85.000m². Para 2012 prevê-se a conclusão de 4 edifícios<br />

em 4 zonas diferentes. São estes o Metropolis na zona 3 com 15.000m²,<br />

Liberdade 259 na zona 1 com 3.900m², Restelo Business Center na zona 7<br />

com 9.000m² e o edifício na Barbosa do Bocage 117 com cerca de 2.000m².<br />

Para 2013 temos cerca de 5 edifícios a entrar no mercado de escritórios de<br />

Lisboa, perfazendo um total de cerca de 35.000m². Sendo o edifício localizado<br />

na Av. Duarte Pacheco 7 o mais relevante com cerca de 17.000m² de<br />

área de escritórios. Para 2014 o LPI apenas identifica a futura sede da EDP<br />

que será localizada na Av. 24 de julho com cerca de 20.000m².<br />

Performance do corredor oeste<br />

4.000 m 2<br />

3.500 m 2<br />

3.000 m 2<br />

2.500 m 2<br />

2.000 m 2<br />

1.500 m 2<br />

1.000 m 2<br />

500 m 2<br />

O 1º trimestre de 2012 do Lisbon Prime Index ficou marcado pela boa<br />

performance registada no eixo de Miraflores – Porto Salvo (Zona 6), com<br />

uma absorção de 5.200m² em espaços de escritórios, representando 40%<br />

do total absorvido pelo mercado de Lisboa. Foram realizadas 23 transações<br />

nesta zona, onde a área média negociada foi de 226m², com uma<br />

área máxima de 925m² e uma área mínima de 29m². Quanto ao número<br />

de operações por intervalos em área, foram colocadas 17 empresas<br />

em áreas até 300m², perfazendo um total de 1.600m². Já nas áreas entre<br />

300m² e 800m² foram instaladas 4 empresas, com um total de 1.830m² arrendados.<br />

Nas áreas entre 800m² e 1.500m² foram colocadas 2 empresas<br />

com uma área conjunta de 1.750m². Não houve arrendamentos efetuados<br />

em áreas superiores a 1.500m².<br />

Área<br />

0 m 2<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12<br />

Área Renda Média<br />

Out Town Usa<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12<br />

Área Renda Média


3.500 m 2<br />

3.000 m 2<br />

2.500 m 2<br />

2.000 m 2<br />

1.500 m 2<br />

1.000 m 2<br />

500 m 2<br />

0 m 2<br />

1.000 m 2<br />

800 m 2<br />

600 m 2<br />

400 m 2<br />

200 m 2<br />

0 m 2<br />

1.000 m 2<br />

800 m 2<br />

600 m 2<br />

400 m 2<br />

200 m 2<br />

0 m 2<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Lisboa Novo • LN<br />

10 €/m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

1.000 m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

0 m2 0 m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Out Town Novo • OTN<br />

12.000 m 2<br />

10.000 m 2<br />

8.000 m 2<br />

6.000 m 2<br />

4.000 m 2<br />

2.000 m 2<br />

The World of Property<br />

The World of Property<br />

25 €/m 2<br />

20 €/m 2<br />

15 €/m 2<br />

Absorção<br />

0 m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

0 m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

9 €/m<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

2<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Out Town Novo • OTN<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

12.000 m 2<br />

10.000 m 2<br />

8.000 m 2<br />

6.000 m 2<br />

4.000 m 2<br />

2.000 m 2<br />

15 €/m 2<br />

12 €/m 2<br />

15 €/m 2<br />

12 €/m 2<br />

9 €/m 2<br />

Absorção<br />

Área<br />

Área<br />

8.000 m 2<br />

7.000 m 2<br />

6.000 m 2<br />

5.000 m 2<br />

4.000 m 2<br />

3.000 m 2<br />

2.000 m 2<br />

4.000 m 2<br />

3.500 m 2<br />

3.000 m 2<br />

2.500 m 2<br />

2.000 m 2<br />

1.500 m 2<br />

1.000 m 2<br />

500 m 2<br />

4.000 m 2<br />

3.500 m 2<br />

3.000 m 2<br />

2.500 m 2<br />

2.000 m 2<br />

1.500 m 2<br />

1.000 m 2<br />

500 m 2<br />

Out Town Usado • OTU<br />

JAN 12 FEV 12 MAR 12 ABR 12 MAI 12 JUN 12<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Tel.: (+351) 218 912 416<br />

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Área Renda Média Renda Máximo<br />

Lisboa Usado • LU<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

Out Town Usado • OTU<br />

Área Renda Média Renda Máximo<br />

59<br />

SHOPPING<br />

20 €/m 2<br />

15 €/m 2<br />

10 €/m 2<br />

15 €/m 2<br />

12 €/m 2<br />

9 €/m 2<br />

6 €/m 2<br />

15 €/m 2<br />

12 €/m 2<br />

9 €/m 2<br />

6 €/m 2


60<br />

LEGAL & <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO<br />

Por: André Pestana Nascimento / José Amorim Magalhães<br />

Advogados Uria Menéndez – Proença de Carvalho<br />

A Lei n.º 23/2012, de 25 de junho, procedeu à terceira alteração ao Código do<br />

Trabalho. As alterações constantes deste diploma, com as devidas ressalvas,<br />

entrarão em vigor a partir de 1 de agosto de 2012 e enquadram-se no âmbito<br />

do Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, assinado<br />

pelo Governo e pelos parceiros sociais (com exceção da CGTP) no dia 18 de<br />

janeiro de 2012, bem como no âmbito dos compromissos assumidos perante<br />

a troika no Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de<br />

Política Económica, de 17 de maio de 2011.<br />

As novidades mais relevantes incidem sobre as seguintes matérias:<br />

1. orGANiZAção Do teMPo De trABALHo<br />

Banco de horas:<br />

• Introdução do banco de horas individual, i.e., admissibilidade de, por<br />

acordo entre o trabalhador e o empregador, o período normal de trabalho<br />

ser aumentado até duas horas diárias, com o limite de 50 horas<br />

semanais e 150 horas anuais (o banco de horas só era admissível por<br />

convenção coletiva de trabalho que, necessariamente, pressuponha o<br />

acordo dos sindicatos);<br />

• Previsão do banco de horas grupal, i.e. possibilidade de o empregador<br />

aplicar o regime do banco de horas a todos os trabalhadores de uma<br />

secção, equipa ou unidade económica (mesmo que não o tenham aceitado),<br />

reunidos que estejam determinados requisitos;<br />

• Compensação do trabalho prestado ao abrigo do regime de banco de<br />

horas através de (i) redução equivalente do tempo de trabalho; e/ou (ii)<br />

alargamento do período de férias (modalidade que não estava prevista<br />

na versão anterior do Código); e/ou (iii) pagamento em dinheiro.<br />

intervalo de descanso:<br />

• Modificação do regime do intervalo de descanso, estabelecendo-se<br />

que, caso o período de trabalho diário seja superior a dez horas, o trabalhador<br />

poderá prestar até seis horas de trabalho consecutivo (na versão<br />

anterior do Código do Trabalho, em regra, este limite era de cinco horas<br />

consecutivas).<br />

trabalho suplementar e trabalho normal em dia feriado:<br />

• Eliminação do descanso compensatório (correspondente a 25% do total<br />

das horas suplementares realizadas) por trabalho suplementar prestado<br />

em dia útil, dia de descanso semanal complementar ou dia feriado<br />

(ferindo-se de nulidade as disposições de instrumentos de regulamentação<br />

coletiva de trabalho e as cláusulas de contratos de trabalho celebrados<br />

antes da entrada em vigor deste novo diploma que disponham<br />

sobre esta matéria).<br />

Mantém-se, contudo, o descanso compensatório por trabalho suplementar<br />

prestado em dia de descanso semanal obrigatório ou que seja impeditivo do<br />

gozo de um intervalo de 11 horas seguidas entre dois dias de trabalho;<br />

• Redução para metade dos acréscimos remuneratórios devidos pela<br />

prestação de trabalho suplementar (em dia útil - redução para 25% pela<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012<br />

primeira hora ou fração e 37,5% por hora ou fração subsequente; em<br />

dia de descanso semanal e feriado - redução para 50% por cada hora<br />

ou fração).<br />

Esta medida determinará igualmente a redução da retribuição especial devida<br />

pela prestação de trabalho em regime de isenção de horário, quando a<br />

mesma seja calculada em função do valor da hora de trabalho suplementar,<br />

como sucede na generalidade dos casos.<br />

• Redução para metade (a) do acréscimo de retribuição devido por trabalho<br />

normal prestado em dia feriado em empresa não obrigada a<br />

suspender o funcionamento nesse dia (i.e. redução para 50% por cada<br />

hora ou fração) e (b) da duração do descanso compensatório pelo qual<br />

o empregador poderá optar em alternativa (i.e. metade do número de<br />

horas trabalhadas);<br />

• Suspensão, durante dois anos a contar da entrada em vigor da mesma<br />

Lei, das disposições de instrumentos de regulamentação coletiva de<br />

trabalho e das cláusulas de contratos de trabalho que disponham sobre<br />

(a) acréscimos de pagamento de trabalho suplementar superiores<br />

aos estabelecidos no Código do Trabalho e (b) retribuição do trabalho<br />

normal prestado em dia feriado, ou descanso compensatório por essa<br />

prestação, em empresa não obrigada a suspender o funcionamento<br />

nesse dia.<br />

Decorrido este prazo sem que as referidas disposições ou cláusulas tenham<br />

sido alteradas, os montantes por ela previstos são reduzidos para metade,<br />

não podendo, porém, ser inferiores aos limites estabelecidos pelo Código do<br />

Trabalho.<br />

Feriados:<br />

• Eliminação de dois feriados religiosos (Corpo de Deus e 1 de novembro)<br />

e dois feriados civis (5 de outubro e 1 de dezembro). De notar que<br />

esta medida só produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2013, e ainda<br />

que, da Lei n.º 23/2012 não decorre direta ou indiretamente que a supressão<br />

dos feriados civis seja temporária, ao contrário do que resulta<br />

do acordo celebrado entre o Governo e a Santa Sé, que prevê que a<br />

eliminação dos feriados religiosos seja reavaliada ao fim de cinco anos.<br />

Férias:<br />

• Eliminação, a partir de 1 de janeiro de 2013, da majoração de (até três)<br />

dias de férias por assiduidade. Esta medida tem natureza injuntiva e prevalece,<br />

por isso, sobre as disposições de instrumentos de regulamentação<br />

coletiva de trabalho e cláusulas de contratos individuais de trabalho<br />

que sejam posteriores a 1 de dezembro de 2003 e anteriores à entrada<br />

em vigor desta Lei n.º 23/2012, as quais sofrerão uma redução em montante<br />

equivalente até três dias;<br />

• Admissibilidade do encerramento, total ou parcial, da empresa para férias<br />

dos trabalhadores nos dias de “ponte”, desde que o empregador informe<br />

os trabalhadores abrangidos, até ao dia 15 de dezembro do ano<br />

anterior, dos encerramentos a efetuar no ano seguinte;


• Previsão expressa de que sempre que os dias de descanso do trabalhador<br />

coincidam com dias úteis, são considerados como dias de férias,<br />

em substituição daqueles, os sábados e os domingos que não sejam<br />

feriados.<br />

Faltas:<br />

• Em caso de falta injustificada a um ou meio período normal de trabalho<br />

diário, imediatamente anterior ou posterior a dia ou meio dia de<br />

descanso ou a feriado, o período de ausência a considerar para efeitos<br />

de perda de retribuição corresponderá à totalidade desse período e<br />

não apenas ao período dessa falta. Esta norma visa combater as faltas<br />

“cirúrgicas”, porquanto um trabalhador que falte injustificadamente<br />

a um dia de “ponte” perderá a retribuição referente a quatro dias de<br />

trabalho.<br />

2. ceSSAção Do coNtrAto De trABALHo<br />

Despedimento por extinção do posto de trabalho:<br />

• A definição do ou dos critérios a adotar na determinação do posto<br />

de trabalho a extinguir, em caso de pluralidade de postos de conteúdo<br />

funcional idêntico, fica a cargo do empregador, sendo eliminada a<br />

obrigatoriedade de observar critérios de menor antiguidade. Tal como<br />

no âmbito dos despedimentos coletivos, o empregador passa a poder<br />

utilizar outros critérios para a seleção dos trabalhadores a abranger,<br />

contanto que sejam “relevantes e não discriminatórios face aos objetivos<br />

subjacentes à extinção dos postos de trabalho”.<br />

• A demonstração da impossibilidade da subsistência da relação de trabalho<br />

passa a ser aferida pela observância dos referidos critérios, sendo<br />

eliminada a obrigatoriedade de inexistir outro posto de trabalho<br />

compatível com a categoria profissional do trabalhador. De notar que<br />

quando se trate de extinguir posto de trabalho mas não se trate de caso<br />

de pluralidade de postos de conteúdo funcional idêntico (não havendo,<br />

por isso, lugar ao estabelecimento de critérios de seleção), aquela demonstração<br />

fica totalmente esvaziada de sentido, sendo certo que a impossibilidade<br />

em causa foi, historicamente, a pedra de toque que permitiu<br />

compatibilizar este instituto com as garantias constitucionais de<br />

segurança no emprego e proibição de despedimentos sem justa causa.<br />

Despedimento por inadaptação:<br />

• Possibilidade de recurso a esta modalidade em casos em que não tenha<br />

havido modificações no posto de trabalho, mas sujeita à verificação<br />

cumulativa dos seguintes requisitos: a) modificação substancial da<br />

prestação do trabalhador com previsível caráter definitivo; b) informação<br />

circunstanciada ao trabalhador sobre modificação e pronúncia por<br />

parte deste; c) comunicação escrita ao trabalhador de ordens e instruções<br />

com vista à correção da situação; d) formação profissional e e) período<br />

de adaptação de 30 dias no posto de trabalho;<br />

• No caso de trabalhadores afetos a cargo de complexidade técnica ou de<br />

direção que não cumpram objetivos previamente acordados por escrito<br />

(e definidos após a entrada em vigor da Lei em causa), é necessária a<br />

observância do requisito acima referido em b);<br />

• Possibilidade do trabalhador, em sede de procedimento, juntar documentos<br />

e solicitar a realização de diligências probatórias e obrigatoriedade<br />

de cumprimento por parte do empregador. Em termos procedimentais,<br />

assiste-se a uma clara aproximação ao processo disciplinar<br />

para despedimento por justa causa.<br />

compensação por cessação do contrato:<br />

• Para os contratos de trabalho celebrados após 1 de novembro de 2011<br />

(sem diferenciação), a compensação corresponde a 20 dias de retribuição<br />

base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade (a fração<br />

de ano é calculada proporcionalmente), com os seguintes limites:<br />

i. O valor da retribuição base mensal e diuturnidades a considerar não<br />

pode ser superior a 20 vezes a retribuição mínima mensal garantida (ou<br />

seja, em 2012, 20 x € 485 = € 9.700);<br />

ii. O montante global não pode ser superior a 12 vezes a retribuição base<br />

mensal e diuturnidades do trabalhador ou, para os trabalhadores que<br />

auferem uma retribuição mensal superior a 20 vezes a retribuição mínima<br />

mensal garantida, 240 vezes o valor da retribuição mínima.<br />

• Nos contratos de trabalho (sem termo) celebrados antes de 1 de novembro<br />

de 2011 a compensação é calculada do seguinte modo:<br />

i. Até 31 de outubro de 2012, o montante corresponde a um mês de retribuição<br />

base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade;<br />

ii. A partir de 31 de outubro de 2012, o montante corresponde à aplicação<br />

das regras previstas para os contratos celebrados a partir de 1 de novembro<br />

de 2011, atrás descritas.<br />

O montante da compensação não poderá ser inferior a três meses de retribuição<br />

base e diuturnidades, ficando, porém, sujeito aos seguintes limites:<br />

a. Se o montante da compensação apurada a 31 de outubro de 2012 for<br />

igual ou superior a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades<br />

do trabalhador ou a 240 vezes a retribuição mínima mensal garantida<br />

(ou seja, em 2012, 240 x € 485 = €116.400), o limite será o montante<br />

da compensação apurada na referida data isto é, por mais anos que<br />

trabalhe, a compensação do trabalhador não aumentará, mantendo-se<br />

no montante naquela data apurado;<br />

b. Se o montante da compensação apurada a 31 de outubro de 2012 for<br />

inferior a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades do trabalhador<br />

ou a 240 vezes a retribuição mínima mensal garantida (ou seja,<br />

em 2012, 240 x € 485 = €116.400), a compensação do trabalhador ficará<br />

limitada a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades ou a 240<br />

vezes a retribuição mínima mensal garantida, em função do limite que<br />

se verificar em primeiro lugar - isto é, por mais anos que trabalhe, a compensação<br />

do trabalhador somente aumentará até à verificação de um<br />

dos referidos limites.<br />

• Para os contratos de trabalho a termo (incluindo os que sejam objeto de<br />

renovação extraordinária) e para os contratos de trabalho temporário<br />

celebrados antes de 1 de novembro de 2011, a compensação por caducidade<br />

é calculada do seguinte modo:<br />

i. Até 31 de outubro de 2012 (ou até à data da renovação extraordinária<br />

caso seja anterior àquela), o montante corresponde a três ou dois dias<br />

de retribuição base e diuturnidades por cada mês de duração, consoante<br />

a duração total do contrato não exceda ou seja superior a seis meses,<br />

respetivamente. Uma vez que um contrato celebrado antes de 1<br />

de novembro de 2011 terá, em 31 de outubro de 2012, uma duração<br />

superior a seis meses, esta redação é equívoca, porquanto a compensação<br />

devida corresponderá sempre a dois dias de retribuição base e<br />

diuturnidades por cada mês de duração.<br />

ii. A partir de 31 de outubro de 2012, o montante corresponde à aplicação<br />

das regras previstas para os contratos celebrados a partir de 1 de novembro<br />

de 2011, atrás descritas.<br />

3. FiScALiZAção DAS coNDiçÕeS De trABALHo<br />

e coMUNicAçÕeS À Act<br />

Com vista a simplificar e desburocratizar os procedimentos administrativos,<br />

deixa de ser obrigatório enviar à ACT:<br />

• Regulamento interno da empresa (que passa a produzir efeitos após a<br />

respetiva publicitação no local de trabalho);<br />

• Mapas de horário de trabalho;<br />

• Acordos de isenção de horário de trabalho;<br />

• Comunicação de início de atividade.<br />

61


62<br />

LEGAL & <strong>IMOBILIÁRIO</strong><br />

Prevê-se ainda o deferimento tácito dos requerimentos de redução ou exclusão<br />

do intervalo de descanso, caso a ACT não se pronuncie no prazo de 30<br />

dias contados da sua receção.<br />

4. oUtrAS ALterAçÕeS<br />

Suspensão ou redução de laboração em situação de crise empresarial<br />

(lay off):<br />

• Entre outros aspetos, os prazos de decisão do empregador e de aplicação<br />

da medida foram reduzidos de dez para cinco dias; admite-se a possibilidade<br />

de prorrogação da medida adotada por um máximo de seis<br />

meses, mesmo sem o acordo dos trabalhadores e seus representantes;<br />

em caso de frequência de ações de formação profissional adequadas,<br />

o Instituto do Emprego e da Formação Profissional poderá atribuir ao<br />

empregador e ao trabalhador, em partes iguais, um apoio no valor de<br />

30% do Indexante de Apoios Sociais.<br />

comissão de serviço:<br />

• Admissibilidade, desde que o instrumento de regulamentação coletiva<br />

de trabalho aplicável o preveja, de aplicar este regime a novas funções<br />

de chefia, ou seja, que se iniciem após a entrada em vigor desta Lei.<br />

contratos de trabalho de muito curta duração:<br />

• Contratos de trabalho em atividade sazonal agrícola ou para realização<br />

de evento turístico de duração não superiores a 15 dias (antes era uma<br />

semana) não estão sujeitos a forma escrita, devendo o empregador comunicar<br />

a sua celebração à segurança social mediante formulário eletrónico<br />

(a duração total de contratos a termo com o mesmo empregador<br />

não pode, porém, exceder 70 dias de trabalho no mesmo ano civil,<br />

sob pena de se considerarem celebrados por seis meses).<br />

instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho:<br />

• Contratos coletivos podem estabelecer que determinadas matérias,<br />

tais como a mobilidade geográfica e funcional, a organização do tempo<br />

de trabalho e a retribuição, possam ser reguladas por outra convenção<br />

coletiva;<br />

• Nas empresas com pelo menos 150 trabalhadores, as associações sindicais<br />

podem conferir às estruturas de representação coletiva dos trabalhadores<br />

os poderes para a celebração de convenções coletivas (o número<br />

mínimo de trabalhadores é, portanto, reduzido de 500 para 150).<br />

4. BALANço<br />

No âmbito da organização do tempo de trabalho, as medidas aprovadas visam<br />

fundamentalmente flexibilizar as relações de trabalho através de uma<br />

melhor adequação das cargas horárias aos picos de trabalho, diminuir os<br />

custos das horas de trabalho suplementar e aumentar os dias trabalháveis,<br />

com vista a garantir uma redução dos custos produtivos.<br />

Estas alterações constituem como que a moeda de troca do não aumento<br />

do período normal de trabalho diário em 30 minutos medida que não<br />

agradava: aos sindicatos, por se tratar de um retrocesso ideológico importante<br />

que culminaria com o fim da semana de 40 horas de trabalho; aos<br />

empregadores, que entendiam que não era a meia hora extra que marcaria<br />

a diferença; nem à própria troika e da rejeição da tão propalada redução<br />

da Taxa Social Única.<br />

Se as novidades relacionadas com o regime do banco de horas, intervalo de<br />

descanso e consequências das faltas injustificadas em dias de “ponte” encontram<br />

justificação independentemente da atual conjuntura económica, as<br />

restantes medidas visam essencialmente dar resposta à profunda crise que o<br />

país atravessa e reduzir os custos de produção das empresas, para favorecer<br />

as exportações.<br />

O regime de cessação do contrato de trabalho, por sua vez, apontado pelos<br />

empregadores e pela troika como excessivamente rígido, sofreu alterações<br />

VIDAIMOBILIÁRIA<br />

JULHO 2012<br />

relevantes no que diz respeito às modalidades de despedimento por extinção<br />

de posto de trabalho e por inadaptação, bem como quanto às regras de<br />

cálculo da compensação por cessação de contrato de trabalho.<br />

Nesta sede, o legislador pretendeu promover a mobilidade dos trabalhadores<br />

e, num contexto de profunda crise e recessão, facilitar os ajustamentos<br />

internos das empresas, permitindo que os custos com as reestruturações<br />

sejam mais reduzidos.<br />

Com as alterações introduzidas no despedimento por extinção de posto de<br />

trabalho, os empregadores passam através da definição de critérios objetivamente<br />

mensuráveis a poder selecionar os trabalhadores menos rentáveis,<br />

pontuais, assíduos e/ou mais dispendiosos, por exemplo, em vez de se verem<br />

forçados a despedir os menos antigos. Não obstante, continuam obrigados<br />

a demonstrar a congruência do critério selecionado perante os motivos<br />

subjacentes à extinção do posto de trabalho. A este respeito, portanto,<br />

assistimos a uma clara aproximação ao regime do despedimento coletivo,<br />

mas afigura-se-nos prematuro afirmar que a essa flexibilização na fixação<br />

de critérios de seleção corresponda uma verdadeira maior facilitação desta<br />

forma de despedimento, na medida que aquela essencial congruência fica,<br />

naturalmente, sujeita a controlo judicial sempre que o trabalhador impugne<br />

o despedimento.<br />

Quanto ao despedimento por inadaptação, muito embora os sindicatos proclamem<br />

que poderá ser uma via aberta para a liberalização dos despedimentos,<br />

certo é que os requisitos legais e procedimentais ora instituídos são de<br />

tal forma indeterminados e complexos que, segundo prevemos, esta figura<br />

continuará a ser pouco ou nada praticável e de utilização muitíssimo residual.<br />

Atrevemonos mesmo a dizer que as alterações introduzidas neste âmbito<br />

serão - passe a expressão -, “para troika ver”.<br />

No que diz respeito às compensações por cessação de contrato, consideramos<br />

que a solução encontrada para salvaguardar os “direitos adquiridos” dos<br />

trabalhadores cujos contratos já se encontravam em vigor em novembro de<br />

2011, conforme mencionado no memorando da troika, acaba por constituir<br />

um “male menor” em função do que chegou a ser propalado. Por regulamentar,<br />

continua o mecanismo do fundo de compensação do trabalho que suportará<br />

se efetivamente vier algum dia a existir , em partes iguais com os empregadores,<br />

as compensações devidas aos trabalhadores. Adicionalmente,<br />

no memorando de entendimento assinado com a troika, o Governo comprometeu-se<br />

a alinhar as compensações “com o nível médio da União Europeia<br />

que é de 8 a 12 dias”, sendo por isso expectável que o montante das compensações<br />

seja novamente reduzido. A este propósito, não podemos deixar de<br />

manifestar algumas reservas quanto à determinação do referido nível médio,<br />

tendo em conta que em Portugal a compensação é calculada somente com<br />

base na remuneração base e diuturnidades, ao passo que noutros países e<br />

desde logo em Espanha, por exemplo , as compensações são calculadas<br />

atendendo a todas as componentes retributivas do trabalhador, incluindo<br />

as satisfeitas em espécie.<br />

Não obstante os condicionalismos financeiros e económicos subjacentes às<br />

mencionadas alterações, verifica-se, ainda assim, uma resistência em mudar<br />

as regras inerentes aos despedimentos ilícitos, em particular no que diz respeito<br />

aos salários de tramitação e ao direito à reintegração e correspondente<br />

possibilidade, tão desejada pelos empregadores, de liberalizar os despedimentos<br />

através do pagamento de indemnizações, o que pressuporia uma<br />

alteração constitucional à proibição de despedimentos sem justa causa.<br />

Em suma, consideramos que as alterações ora aprovadas contribuem para<br />

flexibilizar as relações laborais, reduzir os custos de produção e, no que diz<br />

respeito aos contratos de trabalho celebrados após 1 de novembro de 2011,<br />

diminuir os custos com potenciais reestruturações que se revelem necessárias.<br />

Mas não nos parece, contudo, que tenha sido “a” reforma laboral de que<br />

tanto se falava.


F<br />

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A<br />

A<br />

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66<br />

ENTIDADES CITADAS<br />

AeS Principal Fund: 10<br />

Aguirre Newman: 12, 14, 28-31<br />

Altis Hotels: 36, 52<br />

Amorino: 12<br />

Armstrong: 28<br />

Asics/ tiger: 12<br />

Associação da Hotelaria de Portugal: 34-35,<br />

40-41, 44<br />

AXA: 12<br />

APeMiP: 18<br />

Banque Privée edmond rothschild europe:<br />

10<br />

Banco de Portugal: 20<br />

Banif imobiliária: 28-31<br />

Barclays: 10<br />

câmara Municipal de Lisboa: 20, 28-31<br />

câmara Municipal de Setúbal: 20<br />

câmara Municipal de Silves: 47<br />

câmara Municipal de tavira: 20<br />

castelhano e Ferreira: 28<br />

cBre: 8, 10<br />

chamartín imobiliária: 12, 28, 30<br />

confidêncial imobiliário: 32-33<br />

conrad Hotels & resorts: 46-47<br />

cushman & Wakefield: 12, 29<br />

ecS capital: 47<br />

ePUL: 18<br />

expo-real: 26<br />

Fii imogest: 12<br />

Finalgarve: 46<br />

Galilei: 47<br />

Garrigues: 28-31<br />

GcS Advogados: 12<br />

Grupo Alexandre Almeida: 35<br />

Grupo André Jordan: 32-33<br />

Hilton: 54, 47-48<br />

imosteel: 10<br />

intercontinental: 54<br />

iPD: 14, 28-31<br />

iScte: 32<br />

iSeG: 32<br />

KPMG: 10<br />

Jones Lang LaSalle: 16, 29<br />

VIDAIMOBILIÁRIA JULHO 2012<br />

Lágrimas Hotels & emotions: 34-35<br />

Logica ti Portugal: 12<br />

Loyens & Loeff : 10<br />

Lucios: 10, 54<br />

Lusort: 58<br />

Neoturis: 37, 44<br />

New Jersey institute of technology: 20<br />

Norfin: 10<br />

Palheiro estate Group: 58<br />

Pestana Hotels & resorts: 8, 36, 53<br />

Planbelas: 8<br />

Portugal Ventures: 14<br />

Present Value: 10<br />

redevco: 8<br />

regus: 18<br />

remax: 16<br />

resorts camp: 47<br />

Santander: 10<br />

Sapec Bay: 20<br />

Schmitt+Sohn: 28<br />

Securitas: 28, 30, 58<br />

Sika Portugal: 14<br />

SiL: 24<br />

Solitaire Hotels: 54<br />

Sousa cunhal turismo: 35<br />

Square Asset Management: 14<br />

Survey Monkey: 12<br />

technip: 28-31<br />

the Big ideia co: 40-41<br />

trotelhorse: 8<br />

Urbanos: 28<br />

United investments Portugal: 54<br />

Uría Menendez Proença de carvalho: 14<br />

Vasconselos Arruda Advogados: 12<br />

Worx: 10, 37<br />

ZoomFoco: 28<br />

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