UMA CLASSE À PARTE - AudioPax
UMA CLASSE À PARTE - AudioPax
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MELHORES DO ANO . 2011<br />
AUDIO VIDEO MAGAZINE . JANEIRO / FEVEREIRO 2012 . # 175 . ANO 16<br />
<strong>UMA</strong> <strong>CLASSE</strong><br />
<strong>À</strong> <strong>PARTE</strong><br />
AMPLIFICADOR AUDIOPAX<br />
MAGGIORE M100<br />
ARTE EM REPRODUÇÃO ELETRÔNICA<br />
FONES DE OUVIDO SENNHEISER HD 800<br />
A REFERÊNCIA DOS FONES HI-END<br />
1710<br />
ISSN 167785500-2<br />
5610<br />
ISSN 167785500-2<br />
9771677855002<br />
9771677855002<br />
2710<br />
ISSN 167785500-2<br />
ISSN 167785500-2<br />
610<br />
9771677855002<br />
9771677855002<br />
3710<br />
ISSN 167785500-2<br />
7610<br />
ISSN 167785500-2<br />
9771677855002<br />
9771677855002<br />
ISSN 167785500-2<br />
ISSN 167785500-2<br />
4710<br />
8610<br />
ANO 16<br />
JANEIRO / FEVEREIRO 2012<br />
clubedoaudio.com.br<br />
9771677855002<br />
9771677855002<br />
ISSN 167785500-2<br />
ISSN 167785500-2<br />
175<br />
R$<br />
15<br />
5710<br />
9610<br />
8<br />
9771677855002<br />
9771677855002<br />
ISSN 167785500-2
TESTE ÁUDIO 1<br />
AMPLIFICADOR AUDIOPAX<br />
MAGGIORE M100<br />
Fernando Andrette<br />
fernando@clubedoaudio.com.br<br />
Quando meu lho João Vitor tinha sete anos e cursava o primeiro<br />
ano primário, ele um dia chegou furioso da escola, jogou seu material<br />
no chão e correu para o quarto. Curioso para saber o que havia<br />
ocorrido, fui até ele e perguntei o que o tinha deixado tão bravo. Ele,<br />
na sua inocência de menino, falou-me que sua professora decidira<br />
fazer uma pesquisa na sala para saber a religião de cada aluno.<br />
Primeiro, ela pediu para que levantasse a mão quem fosse católico,<br />
depois vieram os evangélicos, espíritas etc. Como ele não se enquadrava<br />
em nenhuma das religiões, não pode levantar a mão e isso o<br />
deixou fulo da vida.<br />
Ainda que eu não conseguisse entender onde estava o problema,<br />
mantive-me atento para descobrir o que o estava incomodando. Até<br />
que ele criou coragem e falou: ‘Pai, essa história de ser um livre<br />
pensador como você e a mamãe é muito chata’. Ele havia acabado<br />
de descobrir o signicado de não pertencer à zona de conforto que<br />
a maioria de nós humanos almeja estar por toda a existência! Uma<br />
zona de conforto que pagamos muitas vezes com os nossos mais<br />
profundos desejos, apenas para sermos aceitos e estimados.<br />
Você, leitor, que me leu até aqui, deve estar se perguntando: o que<br />
isso tem a ver com o teste dos novos amplicadores da Audiopax?<br />
O fato, amigo leitor, é que eu me sinto justamente como o meu lho,<br />
pois para escrever este teste terei que sair da minha zona de conforto<br />
como articulista e se quiser atingir meu primordial objetivo de lhes<br />
dar uma ideia exata do que é o Maggiore M100, terei que me des-<br />
dobrar em mil, e ainda assim só atingirei parte do meu objetivo. Pois<br />
ainda que desejasse descrever a maravilha que é este amplicador,<br />
não teria adjetivos sucientes e nem frases corretas para fazê-lo.<br />
Sensações arrebatadoras exigem um longo período de reexão<br />
até que seja possível externar ao mundo suas impressões, no entanto,<br />
descrever um teste tem tempo e data para ser escrito e é<br />
justamente essa obrigação de fazê-lo que está me tirando o sono.<br />
Já gastei páginas e páginas e a cada nova tentativa sinto-me mais<br />
distante do meu objetivo.<br />
No livro a Tigela e o Bastão - 120 contos Zen, do mestre Taisen<br />
Deshimaru, o conto - O som do bambu - sempre foi um dos meus<br />
favoritos. Ele fala de um discípulo muito dedicado e inteligente que<br />
não conseguia atingir a iluminação. Seu mestre lhe dizia que sua<br />
inteligência provinha da memória das leituras dos sutras e se ele quisesse<br />
atingir o satori (conhecimento nal), teria que procurar retornar<br />
ao período do nascimento, quando nada sabia.<br />
O discípulo seguiu à risca seu mestre. Queimou todos os seus<br />
livros, sutras e cadernos. Saiu do templo e se embrenhou na montanha;<br />
e por lá cou por mais de um ano. Um dia, quando já estava<br />
para desistir de tudo, escutou o som do bambu, sendo dobrado<br />
pelo vento e compôs um poema que o despertou de toda a sua<br />
angustia e sofrimento. ‘Pelo som do bambu, tudo esqueci. Dei cabo<br />
das ideias que me atochava o espírito. Minhas complicações tiveram<br />
m.’<br />
JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />
31
Quando você passa muito tempo fazendo algo e ganha aquela<br />
falsa conança que já ouviu de tudo e já sabe de tudo, aí meu amigo,<br />
mora o perigo! Meu pai sempre dizia que a normalidade só existe<br />
para o grosso da humanidade. Pois aonde houver uma centelha de<br />
genialidade, a normalidade virá por terra.<br />
Ainda que conheça todos os produtos do Eduardo de Lima, tenha<br />
tido por anos um Model 5 e tenha testado os Model 88 e 98 e as<br />
caixas Arpeggione, só ao receber os Maggiore M100 é que me dei<br />
conta que a criatividade de um gênio nunca cessa! E descobri isso<br />
da forma mais devastadora possível, pois junto com essa nova des-<br />
coberta, caiu por terra toda a minha ‘crença’ de que provavelmen-<br />
te já havia escutado a melhor safra de amplicadores deste genial<br />
projetista.<br />
Quero registrar para a posteridade e para todos que lerem este<br />
teste, que ninguém até o momento escutou realmente o Maggiore<br />
M100, nem no evento de Munique e muito menos no último Hi-End<br />
Show. Só quem provavelmente sabe do seu estrondoso potencial é<br />
o próprio Eduardo. E por qual motivo armo isso com tanta veemên-<br />
cia? Pelo simples fato de descobrir que os seus pares atuais (Model<br />
5 SE e as caixas Arpeggione) não estão à altura deste inacreditável<br />
amplicador.<br />
Deixarei as explicações técnicas do Maggiore para o próprio<br />
Eduardo de Lima (leia Box), mas não posso deixar de citar no meu<br />
espaço o último parágrafo de suas explicações técnicas que me<br />
parecem muito importantes para que você leitor saiba da magnitude<br />
do surgimento deste amplicador único na alta delidade: ‘Todos re-<br />
conhecem o som mágico dos amplicadores single-ended de baixa<br />
potência trabalhando em classe A1, mas sempre existiu o desejo de<br />
se conseguir esta magia junto com a necessária potência para tocar<br />
qualquer caixa em qualquer ambiente. Acreditamos que o Maggiore<br />
M100, sendo o primeiro e único amplicador a válvula em classe A1<br />
acima de 100 W, alcançou exatamente essa meta’.<br />
Veja que todo verdadeiro gênio possui um alto grau de humildade,<br />
assim ele apenas escreve que acredita ter alcançado sua meta. A<br />
conrmação ele deixa para este mortal que lhes escreve e, claro,<br />
para todos os demais articulistas e consumidores que tiverem a fe-<br />
licidade de escutar essa deslumbrante maravilha! Ainda que tenha<br />
tido o privilégio de ter escutado o protótipo deste amplicador no<br />
início do ano de 2011 e depois no último Hi-End Show, tive apenas<br />
um pequeno vislumbre do seu potencial. Pois em ambas as situa-<br />
ções a audição foi muito curta.<br />
Foi só quando o recebi para teste e o liguei em nosso sistema de<br />
referência, é que me dei conta do tamanho do problema. Foi um<br />
misto de surpresa, desespero (pela responsabilidade de descrevê-<br />
lo aos nossos leitores) e de enorme comoção (por poder ouvir um<br />
produto que não pode e não deve ser comparado com nada já exis-<br />
tente).<br />
Fiquei uma semana em total estado de êxtase, antes de criar co-<br />
ragem e chamar dois amigos músicos para dividirem comigo um<br />
pouco da responsabilidade de assimilar tudo que o Maggiore M100<br />
extrai da música. Após também serem arrebatados pela musicalida-<br />
32 JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />
AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />
de única dos Maggiore, um deles escreveu um e-mail para o Eduardo<br />
de Lima e me passou a cópia. Achei-o de uma profundidade tão<br />
comovente que pedi autorização também para publicá-lo no teste<br />
(leia Box).<br />
Para o teste, que durou exatamente cinco semanas, utilizamos<br />
os seguintes equipamentos: pré-amplicadores: darTZeel NHB 18<br />
NS e Audiopax Model 5 SE. CD players: Puccini e U-Clock da dCS.<br />
Cabos de interconexão: Transparent Audio Opus MM2 e Kubala<br />
Sosna - Elation (entre o player e os pré-amplicadores); Millenium 3<br />
da Logical Cables entre os pré-amplicadores e os Maggiore M100.<br />
Caixas: ELAC FS 609, Dynaudio Temptation e na última semana de<br />
teste as Evolution Acoustics MMThree. Cabos de caixa: Transparent<br />
Audio Reference XL, Kubala Sosna Elation e Special Edition da Logical<br />
Cables. Cabos de força utilizados nos Maggiore: Reference da<br />
Sunrise Lab, Special Edition da Logical Cables e Transparent Audio<br />
Power Link MM 2. Condicionador de energia: AC Organizer LC 311<br />
SE Plus. Rack: Audio Concept Série Signature.<br />
Os Maggiores M100 vieram totalmente amaciados. Nosso trabalho<br />
(meu e do el escudeiro Edinilson) foi o de colocar as válvulas,<br />
ajustar o timbre lock (agora para seis válvulas por amplicador), esperar<br />
30 minutos até ele estabilizar (para não haver mais variação do<br />
timbre lock), colocar a primeira música e ser nocauteado no primeiro<br />
minuto! A sensação que tive foi a de estar ouvindo algo que não<br />
pode ser chamado de amplicador valvulado, muito menos transistorizado.<br />
Sua sonoridade é única, se tiver que denir essa sonoridade<br />
recorro às duas características muito evidentes: naturalidade<br />
tímbrica e musicalidade. É por essas virtudes que ele se encontra<br />
em uma classe à parte!<br />
Depois de ouvi-lo por algumas horas, qualquer tentativa de compará-lo<br />
a outro renomado amplicador será catastróca. Não que o<br />
outro amplicador tenha algo errado, mas sim pelo fato de parecer<br />
menos natural e musical que o Maggiore. Não pense, amigo leitor,
que eu esteja falando de gosto pessoal, e sim de um fato absolutamente<br />
audível por qualquer ser humano que tenha a disponibilidade<br />
de escutá-lo com atenção! Eu estava curioso para saber qual seria<br />
a reação dos amigos músicos em relação ao timbre dos instrumentos<br />
reproduzidos no Maggiore M100. E foi exatamente o que mais<br />
chamou a atenção de ambos logo nas primeiras duas músicas que<br />
coloquei (escolhi justamente um exemplo de instrumento que cada<br />
um toca).<br />
A mesma riqueza do invólucro harmônico presente nos outros<br />
produtos da Audiopax você encontra no Maggiore, só que agora<br />
de forma exponencialmente elevada ao máximo, que imagino ser<br />
possível se atingir em um amplicador. Até, é claro, o Eduardo me<br />
provar que estou novamente errado. E esta riqueza na reprodução<br />
do invólucro harmônico faz com que o seu cérebro imediatamente<br />
reconheça estar frente a algo inédito, em se tratando de reprodução<br />
eletrônica de música.<br />
Os instrumentos soam como foram captados, mixados e masterizados,<br />
o que nos leva a um conforto auditivo e a um prazer em ouvir<br />
música inexistente neste patamar em qualquer outro amplicador,<br />
seja ele que topologia for! A naturalidade e riqueza dos timbres nos<br />
remete a um grau de concentração espontânea inimaginável, até se<br />
viver essa experiência.<br />
Sabia que ao convidar o Silvio (sócio do Eduardo) e sua esposa<br />
Andréa (que participou do nosso curso de Percepção Auditiva no<br />
último Hi-End Show) seria um desao, pois eles estão acostumados<br />
a ouvir esses amplicadores apenas em uma eletrônica completa<br />
Audiopax. Ainda assim, achei que deveria convidá-los, pois tive a<br />
necessidade de mostrar-lhes que este novo amplicador pode e<br />
merece uma carreira solo. Meu objetivo era dizer-lhes: deixe que<br />
os audiólos descubram esta maravilha e eles escolham se querem<br />
utilizá-lo com a eletrônica toda Audiopax ou não.<br />
E acredito que cumpri integralmente com o meu objetivo, pois<br />
ambos saíram convencidos que o Maggiore pode ser ligado a qualquer<br />
sistema Estado da Arte que ele elevará qualquer conguração<br />
a outro estágio. Eu decidi, enquanto elaborava este teste, que não<br />
cairia na armadilha de citar quesito por quesito como os Maggiores<br />
se comportaram. Mas daria dicas do que os novos Audiopax fazem<br />
de melhor. Não são os amplicadores mais viscerais que já testei,<br />
mas não pensem que lhes falta fôlego para domar qualquer caixa ou<br />
executar toda a macrodinâmica que lhe for cobrada.<br />
Também não é um amplicador com atitudes pirotécnicas de fazer<br />
os cones dos graves pularem sobre o colo ao reproduzir os tiros de<br />
canhões da abertura 1812 (ainda que com as Evolution Acoustics<br />
e as Temptations, ao ouvir este trecho eu pulei da cadeira!). O que<br />
o faz um produto de uma classe especial está justamente na forma<br />
com que ele apresenta a música. Armo ser o Maggiore M100 o amplicador<br />
mais musical que escutei em toda a minha vida, e quando<br />
escrevo isso não estou falando em eufonia, som apessegado, doce<br />
etc. Estou falando de naturalidade só existente na música reproduzida<br />
ao vivo! Ou seja, aquela audição feita a cinco metros dos músicos<br />
em que você está tão próximo do acontecimento musical que se<br />
sente parte integrante do mesmo. Tão próximo e íntimo que tudo à<br />
AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />
sua volta é literalmente pulverizado!<br />
É óbvio que só os audiólos mais experientes que já passaram por<br />
todas as etapas da alta delidade (como descobrir o soundstage, se<br />
maravilhar com a transparência e se empolgar com a pirotecnia que<br />
alguns sistemas fazem com os graves) poderão dar o devido valor<br />
ao que estou descrevendo. Os Maggiores são perfeitos para aqueles<br />
que já não perguntam o que um amplicador pode fazer pelo seu<br />
sistema, e sim o que a música pode fazer pelas suas vidas!<br />
Você estará pronto para o Maggiore (seja os monoblocos ou a<br />
versão estéreo), quando olhar para a sua discoteca e perceber que<br />
o seu sistema atual faz grandes restrições a inúmeros discos que<br />
você sempre amou, mas que a partir de um determinado estágio de<br />
seus upgrades você os aposentou. Como você se sente com essa<br />
restrição? Infeliz ou resignado?<br />
O que o Maggiore irá resgatar em sua vida é muito mais que recuperar<br />
toda a sua discoteca, ele dará uma lufada de luz nas gravações<br />
tecnicamente ruins e nas gravações boas ou excelentes ele<br />
as apresentará de forma única como você jamais ousou imaginar<br />
ser possível escutar! Não é isso justamente o que esperamos de um<br />
produto inovador, revolucionário e genial?<br />
AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />
Equilíbrio Tonal 12,0<br />
Palco Sonoro 11,0<br />
Textura 12,0<br />
Transientes 11,0<br />
Dinâmica 10,0<br />
Corpo Harmônico 11,0<br />
Organicidade 12,0<br />
Musicalidade 14,0<br />
Total 93,0<br />
VOCAL<br />
ROCK . POP<br />
JAZZ . BLUES<br />
MÚSICA DE CÂMARA<br />
SINFÔNICA<br />
Audiopax<br />
(21) 2255.6347<br />
M100: R$ 119.800<br />
S100: R$ 59.900<br />
JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />
33
ASPECTOS TÉCNICOS DO MAGGIORE M100<br />
Eduardo de Lima<br />
O primeiro amplicador ‘single-ended’ a válvula com mais de 100 W<br />
em classe A1. Na verdade o que isso signica? Por que nunca foram<br />
feitos?<br />
Os amplicadores ‘single-ended’ tradicionais, conhecidos como<br />
“classe A1”, usam uma válvula triodo (especialmente triodos de<br />
aquecimento direto como as 300B) operando durante todo o ciclo<br />
do sinal e considera-se que essa característica de “não comutação”<br />
de dispositivos dentro do sinal seja a responsável pelo grande diferencial<br />
sônico dessa topologia. O grande problema dessa conguração<br />
é a baixa potência obtida (entre 5 W e 12 W), o que pode apenas<br />
ser um pouco melhorado com o uso de válvulas de transmissão<br />
comuns (como a 211 ou a 845), onde podemos alcançar entre 18 W<br />
e 25 W. Para potências maiores, pode-se usar a chamada “classe<br />
A2”, normalmente operando em grandes válvulas de transmissão<br />
(com alimentação acima de 2.000 V). Nesses casos sempre existe,<br />
a partir de uma determinada potência, uma comutação com o início<br />
da corrente de grade nesses dispositivos, o que provoca um comportamento<br />
em relação à distorção muito distante da obtida com a<br />
classe A1. Para muitos, essa comutação é também um elemento de<br />
quebra no conceito que faz dos single-ended algo diferente (exatamente<br />
a ‘não comutação’ dentro do sinal).<br />
Uma outra possibilidade seria o uso de válvulas em paralelo. Esta<br />
opção, em geral, sempre resultou em pelo menos dois problemas.<br />
Pequenas variações sempre existentes entre as válvulas geralmente<br />
acabam amplicadas pelo comportamento da fonte compartilhada e<br />
Topologia do<br />
amplicador<br />
Máxima potência de<br />
saída (no clipping)<br />
Resposta de<br />
frequência<br />
Relação sinal / ruído<br />
Ganho<br />
Impedância de<br />
entrada<br />
Dimensões<br />
Peso líquido<br />
34 JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />
Single-ended valvulado,<br />
classe A1<br />
100 W RMS at 1kHz / 8 ohms<br />
(com KT-88)<br />
130 W RMS at 1 kHz /<br />
8 ohms (com KT-120)<br />
15 Hz to 80 kHz (-3 dB)<br />
> 100 dB (A-weighted)<br />
ref. 100 W<br />
23 dB<br />
100K ohms<br />
60 x 28 x 55 cm (A x L x P)<br />
60 kg por monobloco<br />
nesses casos uma das válvulas tem sua vida útil severamente reduzida<br />
(para semanas ou dias), em um ciclo innito. O outro problema<br />
é que esses amplicadores simplesmente não soam tão bem como<br />
a solução com apenas uma válvula, pois o conjunto não consegue<br />
ter um comportamento equivalente ao de apenas um dispositivo.<br />
No Audiopax Model 88, criamos um “single-ended” com duas válvulas<br />
tétrodo de feixe dirigido em conguração assimétrica, cada<br />
uma com sua fonte e seu próprio transformador de saída, simulando<br />
perfeitamente o comportamento de um triodo de recepção de aquecimento<br />
direto maior do que os que jamais existiram. As válvulas não<br />
estão em paralelo, mas sim em série, através dos transformadores<br />
de saída. Conseguimos assim um amplicador de 30 W, mas com<br />
características de um “single-ended” de baixa potência.<br />
No Maggiore M100 elevamos este conceito ao máximo para atingir<br />
acima de 100 W (e isto não é tão simples como apenas fazer um<br />
Model 88 maior). Desta vez são usados seis módulos assimétricos<br />
emulando a função de transferência de um ‘supertriodo’ totalmente<br />
impossível de ser fabricado e operando em classe A1 (para muitos<br />
os ‘verdadeiros single-ended’). Podemos contar nos dedos de uma<br />
mão os amplicadores single-ended na faixa de 100 W existentes no<br />
mundo, sempre, até o surgimento do Maggiore M100, trabalhando<br />
em classe A2.<br />
Todos reconhecem o som mágico dos amplicadores “single-<br />
ended” de baixa potência trabalhando em classe A1, mas sempre<br />
existiu o desejo de se conseguir esta magia junto com a necessária<br />
potência para tocar qualquer caixa em qualquer ambiente. Acreditamos<br />
que o Maggiore M100, sendo o primeiro (e único) amplicador<br />
a válvula em classe A1 acima de 100 W alcançou exatamente esta<br />
meta.
CARTA DO LEITOR<br />
Euclides Marques<br />
Caros Eduardo e Sílvio,<br />
Peço licença de tomar a liberdade, pois sinto a necessidade, o<br />
direito e mesmo o dever de, com toda a franqueza, passar-lhes uma<br />
ideia do que eu senti ontem, no Fernando. O que aconteceu nas<br />
cinco horas que passamos ouvindo música foi algo muito, muito,<br />
muito especial!<br />
Já fui umas quatro ou cinco vezes na sala do Fernando ouvir eletrônicas<br />
como MBL, Krell, darTZeel, Goldmund etc. Mas o que eu,<br />
o César e o Fernando presenciamos ontem foi algo muito além de<br />
tudo, foi outra realidade, um ponto completamente fora da curva.<br />
Nunca meus ouvidos (e meu cérebro, e minha sensibilidade...) foram<br />
tão bem enganados como ontem. O que ouvimos foi música pura,<br />
não reprodução eletrônica! Olha que sou músico desde os quatro<br />
anos de idade e frequento a Sala São Paulo quase semanalmente,<br />
sem falar nas rodas de choro, nos jazz clubs e estúdios de gravação,<br />
nos quais moro por alguns períodos.<br />
Nós três camos comovidos, arrebatados e indignados com o que<br />
é capaz de fazer os Maggiore. Os agudos mais maravilhosos que<br />
o Fernando disse já ter ouvido (e eu assino embaixo, deu vontade<br />
de comer os agudos), com extensão, naturalidade e conforto até<br />
nos momentos mais críticos. Palco supercoerente, amplo, profundo,<br />
com ambiência. Silêncio de fundo mágico. Graves absolutamente<br />
corretos, sem excesso de projeção, mas completamente denidos e<br />
articulados. Equilíbrio tonal impecável, dinâmica muito real, texturas<br />
deslumbrantes. Enm, tudo que o hi-end sempre almejou.<br />
O grande detalhe e o grande salto no meu entender, foi que tudo<br />
isso vem com unidade, coerência (o tal do envólucro harmônico que<br />
LPs - CDs - DVDs - Livros & muito mais!<br />
JAZZ<br />
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RLD<br />
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o Fernando diz), precisão rítmica, naturalidade e balanço; um encanto<br />
mesmo, uma magia, que não há como não nos deixar completamente<br />
seduzidos pela música, e só por ela!<br />
Nunca ouvi gravações espinhosas tocarem tão bem, com tanta<br />
folga, tanta naturalidade. O Chucho Valdez que já escutei muito, pela<br />
primeira vez não se acotovelou com seus percussionistas. É muita<br />
folga, muito bom relaxamento, muita naturalidade, é espantosa! E<br />
olha que estavam empurrando um par de Temptation!<br />
Os Maggiore não tocam nem como válvula, nem como transistor.<br />
Não tocam como nada. Aliás, nada toca como os Maggiore. É música<br />
pura e natural, sem concessões. Só não sentirá isso quem não<br />
gosta de música pura e natural...<br />
Tem brasileiro que se orgulha quando conseguimos ter o melhor<br />
jogador de futebol, o melhor piloto de Fórmula 1 etc. Eu me orgulho<br />
quando conseguimos ter músicos como Villa-Lobos, Tom Jobim,<br />
Raphael Rabello, uma orquestra como a OSESP e projetistas e empreendedores<br />
que conseguem concretizar uma nova realidade na<br />
audiolia, como os Maggiore.<br />
Nunca, jamais, ouvi o sistema do Fernando tocar tão bem (e ele<br />
concorda), assim como nunca tinha ouvido tudo o que os Maggiore<br />
são capazes de fazer. E já os havia escutado no Hi-End Show e na<br />
Audiopax. Eduardo e Sílvio, perdão por me alongar tanto, mas é a<br />
pura necessidade de compartilhar o bem que vocês nos proporcionaram<br />
ontem. Realmente algo de muito especial aconteceu. Vocês<br />
têm que ouvir!<br />
Um abraço forte e muito grato a vocês dois!<br />
JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />
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