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UMA CLASSE À PARTE - AudioPax

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MELHORES DO ANO . 2011<br />

AUDIO VIDEO MAGAZINE . JANEIRO / FEVEREIRO 2012 . # 175 . ANO 16<br />

<strong>UMA</strong> <strong>CLASSE</strong><br />

<strong>À</strong> <strong>PARTE</strong><br />

AMPLIFICADOR AUDIOPAX<br />

MAGGIORE M100<br />

ARTE EM REPRODUÇÃO ELETRÔNICA<br />

FONES DE OUVIDO SENNHEISER HD 800<br />

A REFERÊNCIA DOS FONES HI-END<br />

1710<br />

ISSN 167785500-2<br />

5610<br />

ISSN 167785500-2<br />

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2710<br />

ISSN 167785500-2<br />

ISSN 167785500-2<br />

610<br />

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3710<br />

ISSN 167785500-2<br />

7610<br />

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ISSN 167785500-2<br />

ISSN 167785500-2<br />

4710<br />

8610<br />

ANO 16<br />

JANEIRO / FEVEREIRO 2012<br />

clubedoaudio.com.br<br />

9771677855002<br />

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ISSN 167785500-2<br />

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175<br />

R$<br />

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8<br />

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ISSN 167785500-2


TESTE ÁUDIO 1<br />

AMPLIFICADOR AUDIOPAX<br />

MAGGIORE M100<br />

Fernando Andrette<br />

fernando@clubedoaudio.com.br<br />

Quando meu lho João Vitor tinha sete anos e cursava o primeiro<br />

ano primário, ele um dia chegou furioso da escola, jogou seu material<br />

no chão e correu para o quarto. Curioso para saber o que havia<br />

ocorrido, fui até ele e perguntei o que o tinha deixado tão bravo. Ele,<br />

na sua inocência de menino, falou-me que sua professora decidira<br />

fazer uma pesquisa na sala para saber a religião de cada aluno.<br />

Primeiro, ela pediu para que levantasse a mão quem fosse católico,<br />

depois vieram os evangélicos, espíritas etc. Como ele não se enquadrava<br />

em nenhuma das religiões, não pode levantar a mão e isso o<br />

deixou fulo da vida.<br />

Ainda que eu não conseguisse entender onde estava o problema,<br />

mantive-me atento para descobrir o que o estava incomodando. Até<br />

que ele criou coragem e falou: ‘Pai, essa história de ser um livre<br />

pensador como você e a mamãe é muito chata’. Ele havia acabado<br />

de descobrir o signicado de não pertencer à zona de conforto que<br />

a maioria de nós humanos almeja estar por toda a existência! Uma<br />

zona de conforto que pagamos muitas vezes com os nossos mais<br />

profundos desejos, apenas para sermos aceitos e estimados.<br />

Você, leitor, que me leu até aqui, deve estar se perguntando: o que<br />

isso tem a ver com o teste dos novos amplicadores da Audiopax?<br />

O fato, amigo leitor, é que eu me sinto justamente como o meu lho,<br />

pois para escrever este teste terei que sair da minha zona de conforto<br />

como articulista e se quiser atingir meu primordial objetivo de lhes<br />

dar uma ideia exata do que é o Maggiore M100, terei que me des-<br />

dobrar em mil, e ainda assim só atingirei parte do meu objetivo. Pois<br />

ainda que desejasse descrever a maravilha que é este amplicador,<br />

não teria adjetivos sucientes e nem frases corretas para fazê-lo.<br />

Sensações arrebatadoras exigem um longo período de reexão<br />

até que seja possível externar ao mundo suas impressões, no entanto,<br />

descrever um teste tem tempo e data para ser escrito e é<br />

justamente essa obrigação de fazê-lo que está me tirando o sono.<br />

Já gastei páginas e páginas e a cada nova tentativa sinto-me mais<br />

distante do meu objetivo.<br />

No livro a Tigela e o Bastão - 120 contos Zen, do mestre Taisen<br />

Deshimaru, o conto - O som do bambu - sempre foi um dos meus<br />

favoritos. Ele fala de um discípulo muito dedicado e inteligente que<br />

não conseguia atingir a iluminação. Seu mestre lhe dizia que sua<br />

inteligência provinha da memória das leituras dos sutras e se ele quisesse<br />

atingir o satori (conhecimento nal), teria que procurar retornar<br />

ao período do nascimento, quando nada sabia.<br />

O discípulo seguiu à risca seu mestre. Queimou todos os seus<br />

livros, sutras e cadernos. Saiu do templo e se embrenhou na montanha;<br />

e por lá cou por mais de um ano. Um dia, quando já estava<br />

para desistir de tudo, escutou o som do bambu, sendo dobrado<br />

pelo vento e compôs um poema que o despertou de toda a sua<br />

angustia e sofrimento. ‘Pelo som do bambu, tudo esqueci. Dei cabo<br />

das ideias que me atochava o espírito. Minhas complicações tiveram<br />

m.’<br />

JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />

31


Quando você passa muito tempo fazendo algo e ganha aquela<br />

falsa conança que já ouviu de tudo e já sabe de tudo, aí meu amigo,<br />

mora o perigo! Meu pai sempre dizia que a normalidade só existe<br />

para o grosso da humanidade. Pois aonde houver uma centelha de<br />

genialidade, a normalidade virá por terra.<br />

Ainda que conheça todos os produtos do Eduardo de Lima, tenha<br />

tido por anos um Model 5 e tenha testado os Model 88 e 98 e as<br />

caixas Arpeggione, só ao receber os Maggiore M100 é que me dei<br />

conta que a criatividade de um gênio nunca cessa! E descobri isso<br />

da forma mais devastadora possível, pois junto com essa nova des-<br />

coberta, caiu por terra toda a minha ‘crença’ de que provavelmen-<br />

te já havia escutado a melhor safra de amplicadores deste genial<br />

projetista.<br />

Quero registrar para a posteridade e para todos que lerem este<br />

teste, que ninguém até o momento escutou realmente o Maggiore<br />

M100, nem no evento de Munique e muito menos no último Hi-End<br />

Show. Só quem provavelmente sabe do seu estrondoso potencial é<br />

o próprio Eduardo. E por qual motivo armo isso com tanta veemên-<br />

cia? Pelo simples fato de descobrir que os seus pares atuais (Model<br />

5 SE e as caixas Arpeggione) não estão à altura deste inacreditável<br />

amplicador.<br />

Deixarei as explicações técnicas do Maggiore para o próprio<br />

Eduardo de Lima (leia Box), mas não posso deixar de citar no meu<br />

espaço o último parágrafo de suas explicações técnicas que me<br />

parecem muito importantes para que você leitor saiba da magnitude<br />

do surgimento deste amplicador único na alta delidade: ‘Todos re-<br />

conhecem o som mágico dos amplicadores single-ended de baixa<br />

potência trabalhando em classe A1, mas sempre existiu o desejo de<br />

se conseguir esta magia junto com a necessária potência para tocar<br />

qualquer caixa em qualquer ambiente. Acreditamos que o Maggiore<br />

M100, sendo o primeiro e único amplicador a válvula em classe A1<br />

acima de 100 W, alcançou exatamente essa meta’.<br />

Veja que todo verdadeiro gênio possui um alto grau de humildade,<br />

assim ele apenas escreve que acredita ter alcançado sua meta. A<br />

conrmação ele deixa para este mortal que lhes escreve e, claro,<br />

para todos os demais articulistas e consumidores que tiverem a fe-<br />

licidade de escutar essa deslumbrante maravilha! Ainda que tenha<br />

tido o privilégio de ter escutado o protótipo deste amplicador no<br />

início do ano de 2011 e depois no último Hi-End Show, tive apenas<br />

um pequeno vislumbre do seu potencial. Pois em ambas as situa-<br />

ções a audição foi muito curta.<br />

Foi só quando o recebi para teste e o liguei em nosso sistema de<br />

referência, é que me dei conta do tamanho do problema. Foi um<br />

misto de surpresa, desespero (pela responsabilidade de descrevê-<br />

lo aos nossos leitores) e de enorme comoção (por poder ouvir um<br />

produto que não pode e não deve ser comparado com nada já exis-<br />

tente).<br />

Fiquei uma semana em total estado de êxtase, antes de criar co-<br />

ragem e chamar dois amigos músicos para dividirem comigo um<br />

pouco da responsabilidade de assimilar tudo que o Maggiore M100<br />

extrai da música. Após também serem arrebatados pela musicalida-<br />

32 JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />

AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />

de única dos Maggiore, um deles escreveu um e-mail para o Eduardo<br />

de Lima e me passou a cópia. Achei-o de uma profundidade tão<br />

comovente que pedi autorização também para publicá-lo no teste<br />

(leia Box).<br />

Para o teste, que durou exatamente cinco semanas, utilizamos<br />

os seguintes equipamentos: pré-amplicadores: darTZeel NHB 18<br />

NS e Audiopax Model 5 SE. CD players: Puccini e U-Clock da dCS.<br />

Cabos de interconexão: Transparent Audio Opus MM2 e Kubala<br />

Sosna - Elation (entre o player e os pré-amplicadores); Millenium 3<br />

da Logical Cables entre os pré-amplicadores e os Maggiore M100.<br />

Caixas: ELAC FS 609, Dynaudio Temptation e na última semana de<br />

teste as Evolution Acoustics MMThree. Cabos de caixa: Transparent<br />

Audio Reference XL, Kubala Sosna Elation e Special Edition da Logical<br />

Cables. Cabos de força utilizados nos Maggiore: Reference da<br />

Sunrise Lab, Special Edition da Logical Cables e Transparent Audio<br />

Power Link MM 2. Condicionador de energia: AC Organizer LC 311<br />

SE Plus. Rack: Audio Concept Série Signature.<br />

Os Maggiores M100 vieram totalmente amaciados. Nosso trabalho<br />

(meu e do el escudeiro Edinilson) foi o de colocar as válvulas,<br />

ajustar o timbre lock (agora para seis válvulas por amplicador), esperar<br />

30 minutos até ele estabilizar (para não haver mais variação do<br />

timbre lock), colocar a primeira música e ser nocauteado no primeiro<br />

minuto! A sensação que tive foi a de estar ouvindo algo que não<br />

pode ser chamado de amplicador valvulado, muito menos transistorizado.<br />

Sua sonoridade é única, se tiver que denir essa sonoridade<br />

recorro às duas características muito evidentes: naturalidade<br />

tímbrica e musicalidade. É por essas virtudes que ele se encontra<br />

em uma classe à parte!<br />

Depois de ouvi-lo por algumas horas, qualquer tentativa de compará-lo<br />

a outro renomado amplicador será catastróca. Não que o<br />

outro amplicador tenha algo errado, mas sim pelo fato de parecer<br />

menos natural e musical que o Maggiore. Não pense, amigo leitor,


que eu esteja falando de gosto pessoal, e sim de um fato absolutamente<br />

audível por qualquer ser humano que tenha a disponibilidade<br />

de escutá-lo com atenção! Eu estava curioso para saber qual seria<br />

a reação dos amigos músicos em relação ao timbre dos instrumentos<br />

reproduzidos no Maggiore M100. E foi exatamente o que mais<br />

chamou a atenção de ambos logo nas primeiras duas músicas que<br />

coloquei (escolhi justamente um exemplo de instrumento que cada<br />

um toca).<br />

A mesma riqueza do invólucro harmônico presente nos outros<br />

produtos da Audiopax você encontra no Maggiore, só que agora<br />

de forma exponencialmente elevada ao máximo, que imagino ser<br />

possível se atingir em um amplicador. Até, é claro, o Eduardo me<br />

provar que estou novamente errado. E esta riqueza na reprodução<br />

do invólucro harmônico faz com que o seu cérebro imediatamente<br />

reconheça estar frente a algo inédito, em se tratando de reprodução<br />

eletrônica de música.<br />

Os instrumentos soam como foram captados, mixados e masterizados,<br />

o que nos leva a um conforto auditivo e a um prazer em ouvir<br />

música inexistente neste patamar em qualquer outro amplicador,<br />

seja ele que topologia for! A naturalidade e riqueza dos timbres nos<br />

remete a um grau de concentração espontânea inimaginável, até se<br />

viver essa experiência.<br />

Sabia que ao convidar o Silvio (sócio do Eduardo) e sua esposa<br />

Andréa (que participou do nosso curso de Percepção Auditiva no<br />

último Hi-End Show) seria um desao, pois eles estão acostumados<br />

a ouvir esses amplicadores apenas em uma eletrônica completa<br />

Audiopax. Ainda assim, achei que deveria convidá-los, pois tive a<br />

necessidade de mostrar-lhes que este novo amplicador pode e<br />

merece uma carreira solo. Meu objetivo era dizer-lhes: deixe que<br />

os audiólos descubram esta maravilha e eles escolham se querem<br />

utilizá-lo com a eletrônica toda Audiopax ou não.<br />

E acredito que cumpri integralmente com o meu objetivo, pois<br />

ambos saíram convencidos que o Maggiore pode ser ligado a qualquer<br />

sistema Estado da Arte que ele elevará qualquer conguração<br />

a outro estágio. Eu decidi, enquanto elaborava este teste, que não<br />

cairia na armadilha de citar quesito por quesito como os Maggiores<br />

se comportaram. Mas daria dicas do que os novos Audiopax fazem<br />

de melhor. Não são os amplicadores mais viscerais que já testei,<br />

mas não pensem que lhes falta fôlego para domar qualquer caixa ou<br />

executar toda a macrodinâmica que lhe for cobrada.<br />

Também não é um amplicador com atitudes pirotécnicas de fazer<br />

os cones dos graves pularem sobre o colo ao reproduzir os tiros de<br />

canhões da abertura 1812 (ainda que com as Evolution Acoustics<br />

e as Temptations, ao ouvir este trecho eu pulei da cadeira!). O que<br />

o faz um produto de uma classe especial está justamente na forma<br />

com que ele apresenta a música. Armo ser o Maggiore M100 o amplicador<br />

mais musical que escutei em toda a minha vida, e quando<br />

escrevo isso não estou falando em eufonia, som apessegado, doce<br />

etc. Estou falando de naturalidade só existente na música reproduzida<br />

ao vivo! Ou seja, aquela audição feita a cinco metros dos músicos<br />

em que você está tão próximo do acontecimento musical que se<br />

sente parte integrante do mesmo. Tão próximo e íntimo que tudo à<br />

AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />

sua volta é literalmente pulverizado!<br />

É óbvio que só os audiólos mais experientes que já passaram por<br />

todas as etapas da alta delidade (como descobrir o soundstage, se<br />

maravilhar com a transparência e se empolgar com a pirotecnia que<br />

alguns sistemas fazem com os graves) poderão dar o devido valor<br />

ao que estou descrevendo. Os Maggiores são perfeitos para aqueles<br />

que já não perguntam o que um amplicador pode fazer pelo seu<br />

sistema, e sim o que a música pode fazer pelas suas vidas!<br />

Você estará pronto para o Maggiore (seja os monoblocos ou a<br />

versão estéreo), quando olhar para a sua discoteca e perceber que<br />

o seu sistema atual faz grandes restrições a inúmeros discos que<br />

você sempre amou, mas que a partir de um determinado estágio de<br />

seus upgrades você os aposentou. Como você se sente com essa<br />

restrição? Infeliz ou resignado?<br />

O que o Maggiore irá resgatar em sua vida é muito mais que recuperar<br />

toda a sua discoteca, ele dará uma lufada de luz nas gravações<br />

tecnicamente ruins e nas gravações boas ou excelentes ele<br />

as apresentará de forma única como você jamais ousou imaginar<br />

ser possível escutar! Não é isso justamente o que esperamos de um<br />

produto inovador, revolucionário e genial?<br />

AMPLIFICADOR AUDIOPAX MAGGIORE M100<br />

Equilíbrio Tonal 12,0<br />

Palco Sonoro 11,0<br />

Textura 12,0<br />

Transientes 11,0<br />

Dinâmica 10,0<br />

Corpo Harmônico 11,0<br />

Organicidade 12,0<br />

Musicalidade 14,0<br />

Total 93,0<br />

VOCAL<br />

ROCK . POP<br />

JAZZ . BLUES<br />

MÚSICA DE CÂMARA<br />

SINFÔNICA<br />

Audiopax<br />

(21) 2255.6347<br />

M100: R$ 119.800<br />

S100: R$ 59.900<br />

JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />

33


ASPECTOS TÉCNICOS DO MAGGIORE M100<br />

Eduardo de Lima<br />

O primeiro amplicador ‘single-ended’ a válvula com mais de 100 W<br />

em classe A1. Na verdade o que isso signica? Por que nunca foram<br />

feitos?<br />

Os amplicadores ‘single-ended’ tradicionais, conhecidos como<br />

“classe A1”, usam uma válvula triodo (especialmente triodos de<br />

aquecimento direto como as 300B) operando durante todo o ciclo<br />

do sinal e considera-se que essa característica de “não comutação”<br />

de dispositivos dentro do sinal seja a responsável pelo grande diferencial<br />

sônico dessa topologia. O grande problema dessa conguração<br />

é a baixa potência obtida (entre 5 W e 12 W), o que pode apenas<br />

ser um pouco melhorado com o uso de válvulas de transmissão<br />

comuns (como a 211 ou a 845), onde podemos alcançar entre 18 W<br />

e 25 W. Para potências maiores, pode-se usar a chamada “classe<br />

A2”, normalmente operando em grandes válvulas de transmissão<br />

(com alimentação acima de 2.000 V). Nesses casos sempre existe,<br />

a partir de uma determinada potência, uma comutação com o início<br />

da corrente de grade nesses dispositivos, o que provoca um comportamento<br />

em relação à distorção muito distante da obtida com a<br />

classe A1. Para muitos, essa comutação é também um elemento de<br />

quebra no conceito que faz dos single-ended algo diferente (exatamente<br />

a ‘não comutação’ dentro do sinal).<br />

Uma outra possibilidade seria o uso de válvulas em paralelo. Esta<br />

opção, em geral, sempre resultou em pelo menos dois problemas.<br />

Pequenas variações sempre existentes entre as válvulas geralmente<br />

acabam amplicadas pelo comportamento da fonte compartilhada e<br />

Topologia do<br />

amplicador<br />

Máxima potência de<br />

saída (no clipping)<br />

Resposta de<br />

frequência<br />

Relação sinal / ruído<br />

Ganho<br />

Impedância de<br />

entrada<br />

Dimensões<br />

Peso líquido<br />

34 JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />

Single-ended valvulado,<br />

classe A1<br />

100 W RMS at 1kHz / 8 ohms<br />

(com KT-88)<br />

130 W RMS at 1 kHz /<br />

8 ohms (com KT-120)<br />

15 Hz to 80 kHz (-3 dB)<br />

> 100 dB (A-weighted)<br />

ref. 100 W<br />

23 dB<br />

100K ohms<br />

60 x 28 x 55 cm (A x L x P)<br />

60 kg por monobloco<br />

nesses casos uma das válvulas tem sua vida útil severamente reduzida<br />

(para semanas ou dias), em um ciclo innito. O outro problema<br />

é que esses amplicadores simplesmente não soam tão bem como<br />

a solução com apenas uma válvula, pois o conjunto não consegue<br />

ter um comportamento equivalente ao de apenas um dispositivo.<br />

No Audiopax Model 88, criamos um “single-ended” com duas válvulas<br />

tétrodo de feixe dirigido em conguração assimétrica, cada<br />

uma com sua fonte e seu próprio transformador de saída, simulando<br />

perfeitamente o comportamento de um triodo de recepção de aquecimento<br />

direto maior do que os que jamais existiram. As válvulas não<br />

estão em paralelo, mas sim em série, através dos transformadores<br />

de saída. Conseguimos assim um amplicador de 30 W, mas com<br />

características de um “single-ended” de baixa potência.<br />

No Maggiore M100 elevamos este conceito ao máximo para atingir<br />

acima de 100 W (e isto não é tão simples como apenas fazer um<br />

Model 88 maior). Desta vez são usados seis módulos assimétricos<br />

emulando a função de transferência de um ‘supertriodo’ totalmente<br />

impossível de ser fabricado e operando em classe A1 (para muitos<br />

os ‘verdadeiros single-ended’). Podemos contar nos dedos de uma<br />

mão os amplicadores single-ended na faixa de 100 W existentes no<br />

mundo, sempre, até o surgimento do Maggiore M100, trabalhando<br />

em classe A2.<br />

Todos reconhecem o som mágico dos amplicadores “single-<br />

ended” de baixa potência trabalhando em classe A1, mas sempre<br />

existiu o desejo de se conseguir esta magia junto com a necessária<br />

potência para tocar qualquer caixa em qualquer ambiente. Acreditamos<br />

que o Maggiore M100, sendo o primeiro (e único) amplicador<br />

a válvula em classe A1 acima de 100 W alcançou exatamente esta<br />

meta.


CARTA DO LEITOR<br />

Euclides Marques<br />

Caros Eduardo e Sílvio,<br />

Peço licença de tomar a liberdade, pois sinto a necessidade, o<br />

direito e mesmo o dever de, com toda a franqueza, passar-lhes uma<br />

ideia do que eu senti ontem, no Fernando. O que aconteceu nas<br />

cinco horas que passamos ouvindo música foi algo muito, muito,<br />

muito especial!<br />

Já fui umas quatro ou cinco vezes na sala do Fernando ouvir eletrônicas<br />

como MBL, Krell, darTZeel, Goldmund etc. Mas o que eu,<br />

o César e o Fernando presenciamos ontem foi algo muito além de<br />

tudo, foi outra realidade, um ponto completamente fora da curva.<br />

Nunca meus ouvidos (e meu cérebro, e minha sensibilidade...) foram<br />

tão bem enganados como ontem. O que ouvimos foi música pura,<br />

não reprodução eletrônica! Olha que sou músico desde os quatro<br />

anos de idade e frequento a Sala São Paulo quase semanalmente,<br />

sem falar nas rodas de choro, nos jazz clubs e estúdios de gravação,<br />

nos quais moro por alguns períodos.<br />

Nós três camos comovidos, arrebatados e indignados com o que<br />

é capaz de fazer os Maggiore. Os agudos mais maravilhosos que<br />

o Fernando disse já ter ouvido (e eu assino embaixo, deu vontade<br />

de comer os agudos), com extensão, naturalidade e conforto até<br />

nos momentos mais críticos. Palco supercoerente, amplo, profundo,<br />

com ambiência. Silêncio de fundo mágico. Graves absolutamente<br />

corretos, sem excesso de projeção, mas completamente denidos e<br />

articulados. Equilíbrio tonal impecável, dinâmica muito real, texturas<br />

deslumbrantes. Enm, tudo que o hi-end sempre almejou.<br />

O grande detalhe e o grande salto no meu entender, foi que tudo<br />

isso vem com unidade, coerência (o tal do envólucro harmônico que<br />

LPs - CDs - DVDs - Livros & muito mais!<br />

JAZZ<br />

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RLD<br />

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o Fernando diz), precisão rítmica, naturalidade e balanço; um encanto<br />

mesmo, uma magia, que não há como não nos deixar completamente<br />

seduzidos pela música, e só por ela!<br />

Nunca ouvi gravações espinhosas tocarem tão bem, com tanta<br />

folga, tanta naturalidade. O Chucho Valdez que já escutei muito, pela<br />

primeira vez não se acotovelou com seus percussionistas. É muita<br />

folga, muito bom relaxamento, muita naturalidade, é espantosa! E<br />

olha que estavam empurrando um par de Temptation!<br />

Os Maggiore não tocam nem como válvula, nem como transistor.<br />

Não tocam como nada. Aliás, nada toca como os Maggiore. É música<br />

pura e natural, sem concessões. Só não sentirá isso quem não<br />

gosta de música pura e natural...<br />

Tem brasileiro que se orgulha quando conseguimos ter o melhor<br />

jogador de futebol, o melhor piloto de Fórmula 1 etc. Eu me orgulho<br />

quando conseguimos ter músicos como Villa-Lobos, Tom Jobim,<br />

Raphael Rabello, uma orquestra como a OSESP e projetistas e empreendedores<br />

que conseguem concretizar uma nova realidade na<br />

audiolia, como os Maggiore.<br />

Nunca, jamais, ouvi o sistema do Fernando tocar tão bem (e ele<br />

concorda), assim como nunca tinha ouvido tudo o que os Maggiore<br />

são capazes de fazer. E já os havia escutado no Hi-End Show e na<br />

Audiopax. Eduardo e Sílvio, perdão por me alongar tanto, mas é a<br />

pura necessidade de compartilhar o bem que vocês nos proporcionaram<br />

ontem. Realmente algo de muito especial aconteceu. Vocês<br />

têm que ouvir!<br />

Um abraço forte e muito grato a vocês dois!<br />

JANEIRO / FEVEREIRO . 2012<br />

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música de qualidade<br />

em LPs e CDs.<br />

35

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