Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
6<br />
diante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios, há que se implementar as estratégias correspon<strong>de</strong>ntes.<br />
Aqui vale tanto a criativida<strong>de</strong> como a imitação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s<br />
<strong>à</strong>s respectivas experiências e realida<strong>de</strong>s. estas estratégias <strong>de</strong>verão<br />
valer-se das oportunida<strong>de</strong>s oferecidas pela realida<strong>de</strong> particular das regiões<br />
envolvidas que, em geral, e diferentemente <strong>do</strong> que se po<strong>de</strong>ria pensar, não<br />
são poucas. em nosso país, por exemplo, o ensino superior em ciências nas instituições<br />
estatais, assim como o nível <strong>de</strong> pesquisa básica e suas aplicações em<br />
algumas áreas é, em alguns casos, excelente, e merece uma interação profunda<br />
com o resto <strong>do</strong> sistema educacional. <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>, algumas soluções tecnológicas<br />
específicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas regiões são fruto da criativida<strong>de</strong> aplicada<br />
<strong>à</strong>s diversas oportunida<strong>de</strong>s presentes, exemplos que po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser<br />
apropria<strong>do</strong>s pelo ensino <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>. Em resumo, a situação é grave, mas não<br />
irreversível, e só o fato <strong>de</strong> encarregar-se das enormes <strong>de</strong>ficiências na área é<br />
um bom começo.<br />
Antes <strong>de</strong> avançar na temática específica <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento, é necessário realizar<br />
algumas elucidações: o autor <strong>de</strong>ste texto não é especialista em didática<br />
<strong>de</strong> ciências. nada disso. Além da minha experiência <strong>do</strong>cente em diversos níveis<br />
(particularmente ensino médio e superior), <strong>de</strong>sempenho-me profissionalmente<br />
como pesquisa<strong>do</strong>r cientista, ten<strong>do</strong> sob minha responsabilida<strong>de</strong> um <strong>laboratório</strong><br />
<strong>de</strong> pesquisa. talvez essa condição, além <strong>de</strong> suas óbvias <strong>de</strong>svantagens frente<br />
aos que se <strong>de</strong>dicam formalmente <strong>à</strong> pesquisa e planejamento específicos no ensino<br />
<strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>, tenha também algumas virtu<strong>de</strong>s, entre as quais cabe ressaltar<br />
duas possíveis:<br />
a) A tese principal <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong> se resumir em que a única forma<br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r ciências é fazen<strong>do</strong> ciências. <strong>de</strong>ssa maneira, além <strong>de</strong><br />
alguns recursos didáticos e exemplos particulares que obviamente se<br />
encontram maravilhosamente explica<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s em outros textos,<br />
a pesquisa científica e o ensino <strong>de</strong> ciências talvez não difiram substancialmente<br />
(mais além <strong>do</strong> requerimento <strong>de</strong> originalida<strong>de</strong> na primeira,<br />
não obrigatório da segunda). 1<br />
Assim, um cientista “puro” po<strong>de</strong> oferecer<br />
1<br />
na realida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ríamos dizer que a originalida<strong>de</strong> não é o principal ponto <strong>de</strong> diferença entre a ciência profissional e a ciência na <strong>sala</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>aula</strong>. talvez a diferença resida em que, na <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, o aluno apren<strong>de</strong> sob a direção <strong>de</strong> um <strong>do</strong>cente que conhece bem a trajetória, o ponto<br />
<strong>de</strong> chegada e os possíveis caminhos para se chegar <strong>de</strong> um a outro la<strong>do</strong>. nesse caminho – provi<strong>do</strong> <strong>de</strong> andaimes e escadas para ir exploran<strong>do</strong><br />
novos níveis –, a i<strong>de</strong>ia é que o que apren<strong>de</strong> faça coisas análogas (mas, obviamente, não iguais) ao que faz um cientista quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>para com<br />
um problema a ser resolvi<strong>do</strong> ou um fenômeno a ser explora<strong>do</strong>. Ao <strong>ensinar</strong>, o <strong>do</strong>cente vai geran<strong>do</strong> muito cuida<strong>do</strong>samente condições para que os<br />
alunos tenham oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar cientificamente – o que não é nada simples e requer <strong>do</strong>centes muito prepara<strong>do</strong>s.