Kellen Nogueira Vilhena - Biblioteca Digital de Teses e ...
Kellen Nogueira Vilhena - Biblioteca Digital de Teses e ...
Kellen Nogueira Vilhena - Biblioteca Digital de Teses e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O advento da República <strong>de</strong>flagrou a idéia <strong>de</strong> um novo tempo político-i<strong>de</strong>ológico, a<br />
qual, alicerçada no discurso da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, da “or<strong>de</strong>m e progresso”, propunha um novo<br />
projeto <strong>de</strong> nação.<br />
Em Minas Gerais, um dos projetos republicanos se materializa com a construção da<br />
nova capital, Belo Horizonte. O local escolhido foi o Curral Del Rey, um povoado pequeno,<br />
pacato e “belo”, on<strong>de</strong> após uma intervenção urbana rápida e profunda, se transformaria na<br />
cida<strong>de</strong>-vitrine da República.<br />
Entretanto, Belo Horizonte não é apenas materialida<strong>de</strong> concreta da República, é<br />
também, e especialmente, uma intervenção simbólica. Ao se planejar, tão minuciosamente,<br />
uma cida<strong>de</strong> com tal relevância, capaz <strong>de</strong> difundir valores <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e civilida<strong>de</strong> em<br />
voga naquele momento, po<strong>de</strong>-se perceber que o aspecto do lazer também foi pensado, uma<br />
vez que a mudança não se restringia aos aspectos arquitetônicos, e sim, uma alteração da<br />
or<strong>de</strong>m social.<br />
Como salienta Veiga (2002, p. 80), “os projetos <strong>de</strong> reor<strong>de</strong>nação urbana revelaram mais<br />
do que um novo traçado para a cida<strong>de</strong>; expressaram também uma concepção <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong><br />
relações sociais, culturais e econômicas”.<br />
No caso <strong>de</strong> Belo Horizonte, há significativo número <strong>de</strong> publicações sobre a história da<br />
cida<strong>de</strong>, especialmente em seus anos iniciais 6 . Por se tratar <strong>de</strong> textos para publicações<br />
comemorativas, estes textos, não necessariamente constituem-se em trabalhos acadêmicos.<br />
Vários <strong>de</strong>les foram produzidos por convidados com reconhecida ligação ao tema. Muito<br />
<strong>de</strong>ssas produções foi publicada em livros e coletâneas, especialmente à época do centenário<br />
da cida<strong>de</strong>, em 1997. Dentre essas publicações há livros que fazem referência aos espaços e<br />
práticas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s e ao cotidiano da cida<strong>de</strong>. Em sua gran<strong>de</strong> maioria, elas apresentam<br />
um histórico <strong>de</strong>sses espaços e práticas, i<strong>de</strong>ntificando como surgiram e como se <strong>de</strong>ram seus<br />
movimentos iniciais. Sob essa perspectiva po<strong>de</strong>mos citar, <strong>de</strong>ntre outros, a coletânea <strong>de</strong> textos<br />
publicados no livro “Folhas do tempo: imprensa e cotidiano em Belo Horizonte” e os artigos<br />
da edição comemorativa da Revista “Varia Historia”, ambas <strong>de</strong>ssa data.<br />
Dentre os trabalhos acadêmicos produzidos, também se verifica uma expressiva<br />
produção, trazendo olhares bastante ampliados sobre a cida<strong>de</strong>. Eles abordam variados<br />
6 Sobre a história da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacam-se as obras dos autores: Abílio BARRETO, “Belo Horizonte – Memória<br />
histórica e <strong>de</strong>scritiva”; Paulo Krüger MOURÃO, “História <strong>de</strong> Belo Horizonte <strong>de</strong> 1897 a 1930”; e Francisco<br />
Martins DIAS, “Traços históricos e <strong>de</strong>scriptivos <strong>de</strong> Bello Horizonte”; todas utilizadas nessa pesquisa. Há<br />
ainda outras publicações que tratam <strong>de</strong> alguns aspectos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma mais específica que foram<br />
publicados pela Prefeitura <strong>de</strong> Belo Horizonte e pela Fundação João Pinheiro/Centro <strong>de</strong> Estudos Históricos,<br />
entre eles: “Metrópole: a trajetória <strong>de</strong> um espaço cultura”; “Notas cronológicas <strong>de</strong> Belo Horizonte 1711 a<br />
1930”; e “Itinerário da imprensa em Belo Horizonte: 1895-1954”.<br />
20