a dicotomia sociedade-natureza - Observatorio Geográfico de ...
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Anais do X Encontro <strong>de</strong> Geógrafos da América Latina – 20 a 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005 – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
limitada pelas variáveis <strong>de</strong> espaço e tempo. Tomando emprestadas as<br />
palavras <strong>de</strong> Heisenberg em seu livro “A parte e o todo“ (1971,227);<br />
“Toda palavra e todo conceito, por mais claros<br />
que possam parecer, tem apenas uma limitada<br />
gama <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong>”.<br />
Colocada tal situação, percebemos a limitação da ciência mo<strong>de</strong>rna<br />
enquanto único conhecimento “verda<strong>de</strong>iro”, pois esta verda<strong>de</strong> só se valida a<br />
partir <strong>de</strong>stas duas constantes criadas (espaço e tempo), o que nos da a<br />
noção “exata” <strong>de</strong> objetos movendo-se <strong>de</strong>ntro do espaço (imagem <strong>de</strong> universo<br />
<strong>de</strong> Newton). Assim enxergamos a nossa realida<strong>de</strong>. É assim que percebemos<br />
o que achamos ser real. A nossa visão <strong>de</strong> mundo, queiramos ou não, é<br />
construída pela humanida<strong>de</strong>. Ela po<strong>de</strong> ser uma certeza, mas não uma<br />
verda<strong>de</strong>.<br />
O nosso espaço geográfico também é construído <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste<br />
mo<strong>de</strong>lo. Ao contrário do que muitos possam imaginar, as leis <strong>de</strong> Newton não<br />
estão só <strong>de</strong>ntro da aca<strong>de</strong>mia, e só <strong>de</strong>ntro da física, mas em nossa forma <strong>de</strong><br />
perceber o espaço geográfico, em nossas concepções <strong>de</strong> como disponibilizar<br />
as formas materiais no espaço, em nossa forma <strong>de</strong> relacionarmo-nos<br />
conosco e com os outros seres da <strong>natureza</strong>. O espaço geográfico mo<strong>de</strong>rno é<br />
produto da visão estética do pensamento newtoniano. A visão que temos do<br />
espaço geográfico, é a visão <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> composta <strong>de</strong> partes que<br />
formam o todo; no entanto, nos dias atuais, é possível perceber na ciência<br />
como um todo, a complementação <strong>de</strong>sta visão. Peguemos primeiramente as<br />
transformações da ciência <strong>de</strong> maneira geral, para <strong>de</strong>pois focarmos<br />
propriamente na geografia. Assim po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar alguns pontos<br />
importantes que merecem nossa atenção:<br />
• A teoria da relativida<strong>de</strong>, que mostrou ao mundo que o tempo e o espaço<br />
absolutos <strong>de</strong> Newton, não existem. São, pois, relativos. Temos hoje, uma<br />
tentativa <strong>de</strong> unificação da teoria quântica com a teoria da relativida<strong>de</strong>,<br />
expressada por diferentes correntes da física mo<strong>de</strong>rna, além <strong>de</strong> uma<br />
corrente da física que não distingue a consciência da matéria,<br />
reformulando assim, o que estamos acostumados a enten<strong>de</strong>r por<br />
cognição.<br />
• A mecânica quântica <strong>de</strong> Heisenberg e <strong>de</strong> Bohr que estipulou ser<br />
impossível observar o objeto sem interferir nele, pois o observador<br />
interage com o fenômeno, exatamente por estar observando.<br />
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