GUIA GEOLÓGICO WEB - Nicia Guerriero
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<strong>GUIA</strong> <strong>GEOLÓGICO</strong><br />
GEOLOGICAL GUIDE<br />
NORONHA<br />
Patrimônio Natural da Humanidade<br />
pela UNESCO, Fernando de Noronha<br />
é um arquipélago riquíssimo em<br />
monumentos geológicos, apesar de<br />
ser muito jovem na história da Terra.<br />
Esse guia de bolso organizado por<br />
Jasmine Cardozo Moreira, doutora<br />
em Geografia que desenvolve<br />
trabalhos sobre Geoturismo, nos<br />
possibilita usufruir de toda essa<br />
riqueza.<br />
Para cientistas e estudantes, é um<br />
instrumento que aprofunda a<br />
compreensão geológica. Para os<br />
principiantes, abre-se uma nova<br />
dimensão. Viajar por Noronha<br />
observando as rochas é fazer uma<br />
viagem pela história do planeta.
Este Guia foi elaborado para facilitar a<br />
compreensão do ambiente no que diz respeito à<br />
geologia e geomorfologia de Fernando de Noronha,<br />
que é completamente diferente de todo o território<br />
continental brasileiro.<br />
A autora nos explica a história geológica e destaca<br />
25 pontos de especial interesse ao redor do<br />
arquipélago<br />
Um guia de bolso, tamanho ideal para ser levado<br />
nas visitas aos atrativos, com o conhecimento<br />
sempre à mão.<br />
Segure-o aberto com uma das mãos e a explicação<br />
estará sempre acima da foto.<br />
Vários locais retratados neste guia devem ser<br />
apenas admirados - têm acesso proibido para que<br />
continuem exercendo sua beleza e função<br />
ecológica. Respeite as regras e faça parte deste<br />
equilíbrio.<br />
Bom proveito!<br />
Foto: Morro do Pico, Ilhas Dois Irmãos e Pedra do<br />
Pião no horizonte
ÍNDICE<br />
- Origem<br />
- Formação Remédios<br />
- Formação Quixaba<br />
- Formação Caracas<br />
- Sedimentos Modernos<br />
- As Ilhas<br />
LOCAIS: 1- Baía de Santo Antonio<br />
2- Urro do Leão<br />
3- Praia do Cachorro<br />
4- Pedra do Pião<br />
5- Morro do Pico<br />
6- Praia da Conceição<br />
7- Praia do Boldró<br />
8- Praia do Bode<br />
9- Ilhas Dois Irmãos<br />
10- Baía dos Porcos<br />
11- Baía do Sancho<br />
12- Baía dos Golfinhos<br />
13- Portal da Sapata<br />
14- Ponta do Capim-Açu<br />
15- Praia do Leão<br />
16- Ponta das Caracas<br />
17- Baía do Sueste<br />
18- Praia do Atalaia<br />
19- Gruta do Capitão Kid<br />
20- Enseada da Caieira<br />
21- Buraco da Raquel<br />
22- Ponta da Air France<br />
23- Pedra da Bigorna<br />
24- Ilhas Secundárias<br />
25- Ilha Rata
O Arquipélago Fernando de Noronha mede 26 km2,<br />
sendo 9 de plataforma marinha e 17 de superfície<br />
emersa - a maior parte na ilha principal, que é<br />
cercada de 18 pequenas ilhas e dezenas de<br />
rochedos isolados.<br />
Integra duas Unidades de Conservação Federais<br />
geridas pelo ICMBio: o PARNAMAR (Parque<br />
Nacional Marinho de Fernando de Noronha) e a APA<br />
(Área de Proteção Ambiental Fernando de<br />
Noronha–Rocas–São Pedro e São Paulo) que<br />
corresponde à área urbanizada.<br />
O litoral noroeste é chamado de “Mar de Dentro” por<br />
ser protegido das correntes e ventos oceânicos pelo<br />
próprio relevo da ilha. Aqui estão onze praias de<br />
areia, com mar verde-esmeralda, que recebem<br />
grandes ondas durante o verão.<br />
“Mar de Fora” é o litoral sudeste, que recebe ventos<br />
e ondas o ano inteiro. Aqui a água é sempre de um<br />
azul profundo e há somente três praias de areia,<br />
protegidas por ilhas.
ORIGEM<br />
O Arquipélago é a parte emersa de um grande<br />
edifício vulcânico, com base a quatro mil metros de<br />
profundidade e cerca de setenta quilômetros de<br />
diâmetro.<br />
Faz parte de uma estrutura alinhada de diversos<br />
montes vulcânicos submarinos que se estendem da<br />
Dorsal Atlântica até a plataforma continental<br />
brasileira, próximo ao litoral do Ceará.<br />
Após milhões de anos de atividades vulcânicas<br />
intensas, alternadas com épocas calmas, alguns<br />
desses montes começaram a aparecer acima da<br />
superfície do mar, como é o caso de Fernando de<br />
Noronha e do Atol das Rocas, situados ao longo de<br />
linhas de fraqueza associadas à Zona de Fratura de<br />
Fernando de Noronha.<br />
(continua)
As erupções iniciavam-se com violentas explosões<br />
que desobstruíram o conduto vulcânico, lançando<br />
no espaço grande quantia de rochas piroclásticas<br />
(criadas no interior do manto e ejetadas para longe),<br />
para depois de aliviada a tensão dos gases,<br />
começarem os derrames de lava (magma que<br />
chega à superfície, em estado de fusão).<br />
Durante um grande período erosivo, os edifícios<br />
vulcânicos originais foram destruídos. Seguiu-se<br />
então o último período vulcânico (Formação<br />
Quixaba), com lavas extremamente fluidas, a ponto<br />
de formar derrames com menos de três centímetros<br />
de espessura. Por muito tempo as lavas foram<br />
cobrindo grande parte do arquipélago. Desde que o<br />
vulcanismo cessou, processos erosivos e a<br />
variação do nível do mar atuaram sobre a ilha,<br />
esculpindo-a até os dias de hoje (incluindo aí a<br />
Formação Caracas e os sedimentos modernos).
FORMAÇÃO REMÉDIOS<br />
Esta Formação é a mais antiga e corresponde à<br />
atividade vulcânica ocorrida entre 12 e 8 milhões de<br />
anos atrás.<br />
São rochas eruptivas alcalinas e material<br />
piroclástico lançado na atmosfera pelas erupções,<br />
formado por grande quantia de bombas vulcânicas<br />
(rochas com um grande volume), lápilis (menor<br />
volume) e cinzas, aglomerados, brechas e tufos –<br />
que misturam um pouco de lava, cinzas e poeira.<br />
Muitas rochas piroclásticas atualmente estão<br />
alteradas ou cobertas por solo e vegetação. Na<br />
maioria das vezes possui cor cinza e leve tom<br />
esverdeado, além de estrutura granular grosseira.<br />
Desta Formação são também rochas intrusivas<br />
alcalinas (formadas pela intrusão de magma), como<br />
o Morro do Pico e os diques.<br />
Foto: Ilha do Frade, fonolítica, em Atalaia
DIQUES - FORMAÇÃO REMÉDIOS<br />
Os diques observados em Noronha são as ultimas<br />
injeções de magma desta fase, que se infiltraram<br />
em rupturas de rochas já consolidadas.<br />
Posteriormente estas rochas foram erodidas e os<br />
diques restaram com sua forma tabular vertical, que<br />
lembram paredes. Estão visíveis:<br />
* Diques simples: em vários locais da ilha.<br />
* Diques múltiplos: injeções sucessivas do mesmo<br />
tipo de rocha numa única fratura (Há um na Praia da<br />
Biboca).<br />
* Diques compostos: associação de dois ou mais<br />
tipos de rocha no mesmo dique. (Enseada da<br />
Caieira).<br />
* Diques em anéis: Enseada da Caieira.<br />
Com base na observação desses diques foi definida<br />
a ordem cronológica das intrusões, ou seja, os<br />
fonólitos e traquitos são os mais antigos, pois neles<br />
foram vistos diques de outras rochas. Fernando de<br />
Noronha possui mais de 100 diques com um<br />
predomínio na direção Nordeste.<br />
Foto: Dique simples na Enseada da Caieira.
FORMAÇÃO QUIXABA<br />
Após a Formação Remédios, houve um longo<br />
período erosivo. Só entre 3,3 e 1,7 milhões de anos<br />
atrás é que ocorreu uma nova atividade magmática:<br />
grandes derrames de lavas ankaratríticas.<br />
Como houve esse grande período erosivo, as lavas<br />
encontraram superfícies irregulares onde se<br />
assentaram, preenchendo as depressões em<br />
espessuras variadas - de poucos centímetros a<br />
mais de quarenta metros.<br />
Esta é a Formação mais abundante no Arquipélago,<br />
é observada em grande parte das praias e circunda<br />
a Formação Remédios.<br />
Possui o nome Quixaba por estar bem exposta e<br />
facilmente acessível nas bordas do planalto da<br />
Quixaba, principalmente nas falésias próximas ao<br />
mar.<br />
Essas rochas efusivas (que vieram em estado de<br />
fusão até a superfície) são rochas negras, com<br />
grande uniformidade textural e mineralógica, e<br />
granulação muito fina.<br />
(continua)<br />
Foto: Rochas arredondadas na Baía dos Porcos
Em vários lugares encontramos os empilhamentos<br />
de derrames de lava ankaratrítica, alternados com<br />
piroclastos (material lançado durante as erupções).<br />
As rochas possuem estruturas vesiculares e<br />
amigdaloidais, que permitem determinar a direção<br />
do escoamento de lava - os derrames, quando não<br />
são horizontais, apresentam inclinações de até 30º<br />
para sul.<br />
Desta Formação são as grandes colunas comuns<br />
em rochas ígneas, formadas devido ao<br />
diaclasamento - planos de fraqueza que surgem nas<br />
rochas durante o resfriamento e solidificação do<br />
magma ao diminuir de volume. Tais colunas como<br />
vemos atualmente são resultado da disjunção<br />
colunar (estrutura de disjunção em prismas).<br />
A decomposição dessas rochas pode ser esferoidal<br />
(inicia-se um arredondamento da rocha, que vai<br />
alterando-a cada vez mais) ou partindo-se em<br />
blocos. Após longos períodos de erosão, este tipo<br />
de rocha origina um solo castanho.<br />
Foto: Colunas em uma das ilhas Dois Irmãos
FORMAÇÃO CARACAS<br />
As rochas da Formação Caracas são depósitos<br />
sedimentares, resultantes de processos que<br />
ocorreram entre 1,8 milhão e 10 mil anos atrás,<br />
envolvendo o Arenito das Caracas.<br />
São sedimentos antigos, de origem predominantemente<br />
eólica (eoalianitos), com colora-ção<br />
bege clara ou cinzenta, textura arenosa granular<br />
fina e estratificação cruzada. Forma-vam antigas<br />
dunas móveis, agora petrificadas por processos<br />
físico-químicos.<br />
Os grãos de areia são constituídos principal-mente<br />
por restos de organismos marinhos - algas<br />
calcárias, moluscos, corais - e minerais essenciais<br />
das rochas vulcânicas. Entre esses grãos encontrase<br />
a calcita microcristalina, que serve como um<br />
cimento, dando consistência aos arenitos. Tal<br />
característica indica que o mar estava abaixo do<br />
nível atual quando essas rochas se formaram.<br />
A Formação ocupa apenas 7,5% do Arquipélago,<br />
mas chama a atenção por suas formas muito<br />
esculpidas.<br />
Foto:Detalhe da Ilha do Meio
SEDIMENTOS MODERNOS: RECIFES<br />
No Arquipélago há a presença de recifes integrados<br />
por colônias de moluscos vermetídeos, anelídeos e<br />
algas calcárias.<br />
Há recifes soerguidos (recifes “fósseis” originados<br />
quando o nível do mar era mais alto que o atual) e<br />
recifes de Lithothamnion (recifes de algas calcárias<br />
atuais, submersas na maré alta.<br />
Os seres vivos que vão se sobrepondo formam<br />
colônias extensas, cobrindo estruturas que já não<br />
estão vivas e sim petrificadas, em um processo de<br />
milhares de anos.<br />
Entre uma estrutura e outra restam vãos irregulares.<br />
As ondas penetram nestes espaços e a água é<br />
aprisionada e pressionada, até que jorra lembrando<br />
gêiseres.<br />
É proibido caminhar sobre os recifes porque uma<br />
simples pisada pode destruir o trabalho de muitos<br />
anos.<br />
Foto: Recife no canto direito da Praia do Leão
PRAIAS E DUNAS<br />
Praias são formações recentes, posteriores às<br />
últimas glaciações. Há onze praias de areia no Mar<br />
de Dentro e três no Mar de Fora. Durante o ano há<br />
um grande vai e vem de areias. No Mar de Dentro<br />
algumas praias perdem quase toda a areia no final<br />
do ano; na praia do Leão a perda de areia é<br />
observada no meio do ano.<br />
A composição da areia das praias é especial, pois<br />
não há quartzo, somente fragmentos de rochas<br />
vulcânicas e grãos calcários, originários de<br />
conchas, tubos de vermes, algas calcárias,<br />
crustáceos, moluscos.<br />
Na ilha Principal há dunas ativas constituídas de<br />
grãos procedentes das praias do Leão, Sueste e<br />
Atalaia. O sentido de orientação predominante é o<br />
dos ventos alísios que sopram constantemente na<br />
região.<br />
Dunas podem ser vistas na Praia do Sueste,<br />
Praia do Leão e no alto da Enseada da Caieira.<br />
Foto: Dunas na Praia do Leão
AS ILHAS<br />
Além da Principal, 18 ilhas compõem o Arquipélago.<br />
No extremo nordeste, as Ilhas Secundárias:<br />
Viuvinha, Cuscuz, São José, Rasa, Sela Gineta, do<br />
Meio, Rata e Lucena.<br />
No Mar de Dentro, a ilha Morro de Fora e as ilhas<br />
Dois Irmãos.<br />
No Mar de Fora, Ilhas Morro do Leão, Morro da<br />
Viuvinha, do Chapéu, Cabeluda, dos Ovos, Trinta<br />
Réis e do Frade.<br />
As ilhas possuem aspectos diferentes conforme a<br />
sua constituição geológica e observando-as<br />
podemos entender os contrastes entre as várias<br />
formações. Não é permitido ir a nenhuma delas,<br />
apenas visitá-las no passeio de barco ou nos<br />
mergulhos autônomos.<br />
Ilhas fonolíticas: Ilha do Frade, Sela Gineta,<br />
Cabeluda, Morro de Fora, Trinta réis, dos Ovos,<br />
Morro do Leão, Morro da Viuvinha.<br />
Ilhas de derrames de lava: São José, Cuscuz,<br />
Viuvinha e Dois Irmãos.<br />
Ilhas sedimentares: ilhas do Meio, Rasa e do<br />
Chapéu.<br />
Foto: Ilha Sela Gineta vista da Ilha Rasa
1-BAÍA DE SANTO ANTÔNIO<br />
Formação: Quixaba<br />
Esta é a praia que abriga o porto, onde foi construído<br />
um grande píer com rochas extraídas da pedreira<br />
próxima à Baía do Sueste.<br />
À esquerda da baía existem paredões de lava<br />
ankaratrítica onde calcários marinhos afloram sob a<br />
forma de pequena mancha. São camadas delgadas<br />
assentadas sobre uma base irregular de derrames<br />
de lavas e rochas piroclásticas, acumulando no<br />
máximo seis metros de espessura. Sua<br />
estratificação é horizontal e está bem consolidada<br />
por forte cimento calcário.<br />
Ali se encontra a caverna da Aruanã, forrada de<br />
seixos, que ganhou este nome porque era<br />
procurada por tartarugas aruanãs (tartarugas-<br />
verde) como local para desova até algumas<br />
décadas atrás.<br />
Foto: Baía de Santo Antônio
2- URRO DO LEÃO<br />
Formação Remédios<br />
O Morro do Forte, que abriga o forte Nossa Senhora<br />
dos Remédios é muito antigo, da Formação<br />
Remédios. Na encosta deste morro, já erodido<br />
pelas águas, existem fendas e reentrâncias que<br />
formam pequenas cavernas em seu interior, com<br />
piscinas forradas de esponjas e habitadas por<br />
enormes peixes coloridos.<br />
O acúmulo de ar causado pelo arremesso das<br />
ondas contra as fendas na falésia produz um som<br />
muito forte, que soa como um urro de leão. É parada<br />
obrigatória do Passeio de Barco clássico. O som,<br />
produzido fora do alcance dos olhares, não coincide<br />
com o ritmo das ondas do lado de fora, causando<br />
encantamento.<br />
Diz a lenda que esta fenda se comunica com o Forte<br />
e na época do presídio nela eram atirados os<br />
prisioneiros mais rebeldes – o som seria o eco<br />
perene de seu sofrimento.<br />
Foto: As pessoas se aproximam para escutar o urro<br />
do leão
3-PRAIA DO CACHORRO<br />
Formação: Remédios e Quixaba<br />
Pequena enseada com vista para a ilha Morro de<br />
Fora, que lembra um cachorro deitado. Durante o<br />
verão toda a areia da praia é removida pela força<br />
das ondas, deixando expostos cascalhos e rochas.<br />
Nas rochas ao lado direito encontra-se uma piscina<br />
natural acessível durante a maré baixa – o Buraco<br />
do Galego. Escavada na rocha naturalmente pela<br />
ação das águas, possui 3 metros de profundidade<br />
por 2,5 metros de diâmetro. Suas paredes são<br />
coloridas por esponjas e os banhos são permitidos.<br />
Também na maré baixa, é possível caminhar para a<br />
esquerda até a praia do Meio, sobre seixos,<br />
matacões e conglomerados de rochas negras.<br />
Foto: O Buraco do Galego e a Ilha do Morro de Fora<br />
da Conceição
4- PEDRA DO PIÃO<br />
Formação: Remédios<br />
Localizada entre a Praia do Meio e a Praia da<br />
Conceição, é um grande monólito (forma constituída<br />
por uma única rocha), cuja base foi solapada pela<br />
ação abrasiva das ondas, comprometendo seu<br />
equilíbrio natural. Demonstra que nos últimos<br />
milhares de anos o arquipélago apresenta<br />
estabilidade sísmica.<br />
Lembra a forma de um pião, quando visto a partir da<br />
praia do Cachorro, e de uma cabeça com turbante<br />
ou chapéu de soldado quando visto a partir de um<br />
barco no mar da Conceição – para alguns a<br />
semelhança é grande com um “Moai”, como os<br />
encontrados na Ilha de Páscoa.<br />
Foto: Pedra do Pião vista do mar da praia da<br />
Conceição
5- MORRO DO PICO<br />
Formação: Remédios<br />
Ponto mais alto da Ilha, com 321 metros de altura. A<br />
rocha que vemos é também o maior fonólito da Ilha,<br />
sendo formado por rochas alcalinas, formadas pela<br />
intrusão de magma, produto de atividades<br />
magmáticas de aproximadamente nove milhões de<br />
anos atrás.<br />
Possui esta forma (plug) decorrente de processos<br />
erosivos e intempéricos que vêm agindo há muitos<br />
milhares de anos e que atuaram em superfícies de<br />
fraqueza da rocha, influenciando a queda de<br />
grandes blocos.<br />
São muitas as interpretações visuais para o Morro<br />
do Pico. Conforme o ângulo em que é observado,<br />
para alguns se assemelha a uma grande sereia,<br />
para outros um macaco, um chefe indígena, entre<br />
outras.<br />
Foto: Morro do Pico na Praia da Conceição
6- PRAIA DA CONCEIÇÃO<br />
Formação: Remédios e Quixaba<br />
A praia da Conceição é a praia que se estende aos<br />
pés do Morro do Pico. Em seu lado direito há uma<br />
sequência de rochas piroclásticas até a Ilha do<br />
Morro de Fora, uma ilha fonolítica.<br />
No lado esquerdo, próximo ao Morro do Pico, há<br />
blocos de rocha de coloração rosada, contendo<br />
inclusões de cor preta-esverdeada. É uma brecha<br />
vulcânica do plug do Morro do Pico e as inclusões<br />
são restos de material previamente solidificado. O<br />
bloco mais notável é visível apenas nos meses em<br />
que o mar retira boa parte da areia da praia. No<br />
mesmo local há grandes blocos de rochas negras<br />
da Formação Quixaba.<br />
Fotos: Rocha rosada e Morro do Pico com<br />
sequência de rochas piroclásticas
7- PRAIA DO BOLDRÓ<br />
Formação: Remédios e Quixaba.<br />
Situada do outro lado do Morro do Pico, é uma praia<br />
onde se encontram falésias de rochas piroclásticas,<br />
rochas tufáceas e derrames ankaratríticos.<br />
Próximo ao Morro do Pico as rochas são da<br />
Formação Remédios. Há grandes blocos de rocha<br />
negra da Formação Quixaba espalhados pela praia<br />
e, mais à esquerda, recifes de Lithothamniun (algas<br />
calcárias).<br />
Os surfistas da ilha dizem que nesta praia as ondas<br />
são perfeitas graças ao fundo rochoso.<br />
Alguns guias gostam de dizer que o nome da praia<br />
se relaciona com os soldados americanos outrora<br />
aqui baseados se referindo às rochas (boulders),<br />
mas o nome aparece nos documentos da<br />
construção do forte São Pedro do Boldró, no século<br />
XVIII.<br />
Foto: Rochas próximas ao Morro do Pico
8- PRAIA DO BODE<br />
Formação: Quixaba<br />
Separada da praia do Americano por um grande<br />
derrame de lavas que forma a “Pedra do Bode”,<br />
aqui podem ser observados um “mar de blocos”<br />
resultantes da alteração das rochas magmáticas.<br />
As duas praias são bons locais para a observação<br />
dos derrames de lavas vesiculares e depósitos de<br />
aglomerados e lava.<br />
Muitos blocos apresentam manchas arredondadas:<br />
são liquens que estão colonizando sua superfície,<br />
transformando lentamente as rochas em solo.<br />
Durante a maré baixa, une-se à praia da Cacimba<br />
do Padre, formando uma praia só. Quando a maré<br />
sobe, os derrames de lava isolam entre elas mais<br />
uma praia, a Quixabinha.<br />
Nas rochas próximas à Pedra do Bode formam-se<br />
piscinas boas para o banho, mas deve-se estar<br />
atento com as ondas e a corrente marítima, quando<br />
a maré cresce.<br />
Foto: A Pedra do Bode
9- ILHAS DOIS IRMÃOS<br />
Formação: Quixaba.<br />
No final da praia da Cacimba do Padre chegamos<br />
muito próximos à ilha “de dentro” dos Dois Irmãos.<br />
Nestas ilhas podem ser observadas rochas<br />
vulcânicas ankaratríticas, de cor escura, com<br />
grandes colunas formadas pelo diaclasamento das<br />
rochas, que demonstram o resfriamento das lavas.<br />
Importante observar também a disjunção colunar -<br />
estrutura de disjunção em prismas desenvolvida<br />
por processos atectônicos, comum em rochas<br />
ígneas).<br />
No passeio de barco, temos a oportunidade de ver<br />
muito de perto essas colunas.<br />
Fotos: Ilhas Dois Irmãos na Cacimba do Padre<br />
Foto da capa deste guia: Ilhas Dois Irmãos e Baía<br />
dos Porcos vistos do último mirante da Trilha do<br />
Mirante dos Golfinhos
10-BAÍA DOS PORCOS<br />
Formação: Quixaba<br />
É uma baía bem fechada, com águas tranquilas e<br />
grande visibilidade para o mergulho livre. A<br />
transparência da água mistura o reflexo do azul do<br />
céu ao tom amarelado da areia do fundo, dando ao<br />
mar uma coloração verde esmeralda.<br />
No canto esquerdo há uma piscina escavada na<br />
rocha, onde o mergulho é proibido.<br />
Nesta baía são observadas lavas de ankaratrito da<br />
Formação Quixaba, com rochas piroclásticas<br />
intercaladas.<br />
Próximo à falésia podem ser observados os<br />
depósitos de talude, originados pela queda de<br />
material rochoso e rochas intemperizadas . É o<br />
material que vemos depositado na sua base.<br />
Em 2009, a queda de um grande bloco mudou a<br />
feição do canto esquerdo da praia.<br />
Foto: Vista da Baía na chegada pela trilha a partir da<br />
praia Cacimba do Padre
11- BAÍA DO SANCHO<br />
Formação: Quixaba<br />
É uma baía bem arredondada, que possui em toda a<br />
sua extensão uma falésia que em alguns locais<br />
ultrapassa 40 metros de altura. Aqui se pode<br />
observar o registro de várias camadas de derrame<br />
de lava.<br />
O acesso à praia é feito por mar ou por uma fenda na<br />
rocha, por onde se desce com o auxílio de escadas<br />
de ferro.<br />
O fundo do mar é de areia, com dois grandes<br />
aglomerados rochosos submersos. O mais próximo<br />
à praia, com profundidade de até cinco metros, é o<br />
mais indicado para o mergulho livre. O segundo,<br />
localizado na boca da baía, é conhecido como Laje<br />
do Sancho e chega a atingir vinte metros de<br />
profundidade.<br />
Foto: A baía vista da Trilha dos Mirantes
12- BAÍA DOS GOLFINHOS<br />
Formação: Quixaba<br />
Antigamente chamada Enseada do Carreiro de<br />
Pedras, é uma baía de águas calmas, transparentes<br />
e profundas, com encostas íngremes e pedregosas<br />
e orlas de seixos rolados intercaladas por trechos do<br />
penhasco. A profundidade é em média 15 metros no<br />
meio, alcançando 25 metros em alguns pontos.<br />
É o ambiente ideal para os golfinhos rotadores que<br />
diariamente vêm à baía para descansar e acasalar.<br />
O acesso à baía é proibido. Ela pode ser observada<br />
a partir do Mirante dos Golfinhos, de onde se avista<br />
a extremidade oeste do Mar de Dentro, a Ponta da<br />
Sapata, que vista daqui assemelha-se a uma<br />
pessoa deitada.<br />
Fotos: Um golfinho salta na frente da Ponta da<br />
Sapata e Pesquisadores do Projeto Golfinho<br />
Rotador monitoram a Baía dos Golfinhos
13- PORTAL DA SAPATA<br />
Formação: Quixaba<br />
Esta área possui relevo acidentado, desen-volvido<br />
principalmente sobre derrames de ankaratritos e<br />
material piroclástico, como as cinzas vulcânicas,<br />
tufos e brechas. As escarpas chegam a atingir<br />
oitenta metros de altura.<br />
A alternância de lavas e os depósitos piroclásticos<br />
da Formação Quixaba favo-receram a abertura do<br />
“Portal”, resultado de erosão diferencial marinha.<br />
O Portal é na verdade uma janela entre o Mar de<br />
Dentro e o Mar de Fora e conforme o barco se<br />
posiciona, podemos vê-lo quadrado, com a forma<br />
do mapa do Brasil ou de um golfinho.<br />
Foto: Mar de Fora espirrando do outro lado da<br />
Sapata
14- PONTA DO CAPIM-AÇU<br />
Formação: Quixaba<br />
A Ponta do Capim-Açu está no sudoeste da ilha,<br />
voltada para o Mar de Fora, no meio de uma<br />
encosta rochosa castigada por ondas violentas e<br />
ventos cortantes.<br />
Para chegar até ela é preciso percorrer uma trilha<br />
aberta somente no tempo de estiagem, com um<br />
guia credenciado - são 1800m de percurso pela<br />
parte da ilha onde a floresta foi preservada,<br />
seguidos de uma descida de 700m de grandes<br />
declives até chegar ao nível do mar.<br />
Segundo alguns autores, é o local mais<br />
característico da Formação Quixaba, pois nele<br />
estão visíveis diversos derrames de lava,<br />
intercalados por tufos já decompostos que podem<br />
apresentar uma cor de café com leite, vermelha ou<br />
amarela.<br />
Dentro de uma gruta há um afloramento parecido,<br />
como se vê na foto.<br />
Para voltar, são 2800 m de caminhada sobre seixos<br />
até a Praia do Leão.
15-PRAIA DO LEÃO<br />
Formação: Remédios e Quixaba<br />
Seu nome vem de uma de suas ilhas, a Ilha do<br />
Morro do Leão, que assemelha-se a um leão<br />
marinho deitado. Ao lado, encontra-se a Ilha do<br />
Morro da Viuvinha. As duas são fonólitos da<br />
Formação Remédios e são locais onde muitas aves<br />
fazem ninhos e muitos peixes se alimentam.<br />
Também da Formação Remédios, próximo às<br />
dunas, destaca-se o Morro Branco, uma pequena<br />
elevação isolada que é um interessante domo<br />
intrusivo de traquito.<br />
Nos dois lados da praia há formações de recifes de<br />
algas calcárias. Quando a maré está subindo,<br />
observam-se grandes jatos, formados pela água<br />
que é comprimida contra espaços reduzidos.<br />
É a praia mais procurada da ilha pelas tartarugasverdes,<br />
para a sua desova.<br />
Fotos: Ilha do Morro do Leão vista da praia e Praia<br />
vista do alto com ilha Morro da Viuvinha e Morro<br />
Branco
16- PONTA DAS CARACAS<br />
Formação: Caracas e Quixaba<br />
A Ponta das Caracas é um promontório formado por<br />
antigas dunas petrificadas, sobre uma plataforma<br />
vulcânica no nível do mar já muito erodida, cheia de<br />
piscinas forradas de corais e um constante<br />
borbulhar de espumas.<br />
É a parte alta que dá nome à Formação Caracas e o<br />
seu perfil mostra as estratificações típicas.<br />
Costeando em direção à Baía do Sueste podem ser<br />
vistas as ilhas do Chapéu, Cabeluda, dos Ovos,<br />
Trinta Réis e Frade. Nesta área teria havido,<br />
durante a última glaciação, um imenso campo de<br />
dunas que depois se tornaram calcarenitos<br />
(eolianitos). Essas dunas petrificadas vêm sendo<br />
erodidas, e a Ponta das Caracas é uma das maiores<br />
porções remanescentes desta Formação.<br />
Olhando em direção à Praia do Leão, podem ser<br />
observados paredões abruptos da Formação<br />
Quixaba.<br />
Foto: Vista aérea: A Ponta das Caracas, a Baía do<br />
Sueste e no outro lado da ilha o Morro do Pico
17- BAÍA DO SUESTE<br />
Formação: Remédios, Quixaba, Caracas.<br />
Nesta Baía estão reunidas todas as formações do<br />
arquipélago.<br />
À esquerda prevalece a Formação Remédios,<br />
evidenciada pelos morros de fonólitos e traquitos,<br />
circundada por rochas piroclásticas intemperizadas<br />
já erodidas e alguns diques.<br />
Do lado direito (onde os mergulhos são per-mitidos)<br />
está a Formação Quixaba, suas lavas<br />
ankaratriticas, paredões negros e colunares.<br />
À frente temos a Ilha Cabeluda, fonolítica, e a ilha do<br />
Chapéu, sedimentar - composta por cal-carenitos<br />
da Formação Caracas.<br />
Nesta praia também encontramos dunas de<br />
retenção e um manguezal, o único em ilhas<br />
oceânicas.<br />
Fotos: Ilha Cabeluda e Ilha do Chapéu e O lado<br />
esquerdo da baía
18-PRAIA DO ATALAIA<br />
Formação: Remédios, Quixaba, Caracas.<br />
A praia tem esse nome por causa da ilha do Frade à<br />
sua frente, um domo fonolítico da Formação<br />
Remédios. Para os pioneiros, esta ilha era<br />
semelhante a um monge de perfil fazendo sentinela<br />
(atalaia).<br />
Durante a maré baixa, os recifes propiciam a<br />
aparição de uma piscina natural onde se pode<br />
mergulhar tranquilamente. As visitas e a duração<br />
são rigorosamente controladas.<br />
No lado esquerdo desta praia vemos o contato entre<br />
as Formações Remédios e Quixaba.<br />
No canto direito predomina a Formação Remédios,<br />
inclusive na forma de diques, mas há também<br />
grandes blocos de calcarenitos da Formação<br />
Caracas, onde pode ser observada a estratificação<br />
cruzada. Estes blocos possuem idade entre 42.000<br />
e 28.000 anos.<br />
Fotos: Bloco de calcarenito já erodido repousa<br />
sobre rocha vulcânica e Panorâmica da praia
19- GRUTA DO CAPITÃO KID<br />
Formação: Quixaba<br />
Este local é visto numa parada da Trilha Caieira-<br />
Atalaia, realizada com o acompanhamento de<br />
condutores credenciados.<br />
Possui uma lenda, segundo a qual piratas teriam<br />
escondido um tesouro em seu interior.<br />
Trata-se de uma gruta que surgiu devido à erosão<br />
marinha e diferencial na falésia de ankaratrito da<br />
Formação Quixaba chamada de Ponta da Pedra<br />
Alta - onde possivelmente nunca ninguém entrou,<br />
pois o local tem sempre forte correnteza e ondas<br />
perigosas, típicas do Mar de Fora.<br />
Entre este local e a Pontinha pode ser observado<br />
um dique de granulação grosseira, composto por<br />
nefelinito, uma rocha de composição não<br />
ankaratrítica.
20- ENSEADA DA CAIEIRA<br />
Formação: Remédios e Quixaba<br />
Esta enseada possui especial valor educacional e<br />
científico, pois em uma pequena área podem ser<br />
encontrados mais de catorze tipos de rochas<br />
eruptivas diferentes, sendo um dos melhores<br />
exemplos mundiais do fenômeno de diferenciação<br />
magmático.<br />
Nesta área vemos aglomerados, bombas e cinzas,<br />
diques da Formação Remédios com orientações<br />
variadas cortando rochas piro-clásticas mais<br />
antigas além de blocos e seixos rolados da<br />
Formação Quixaba.<br />
Há também recifes de algas calcárias e, subindo o<br />
morro, um campo de dunas.<br />
A enseada tem este nome porque na época em que<br />
Noronha era um grande presídio, os militares<br />
extraíam as rochas claras de seu morro e as<br />
calcinavam em fornos verticais por mais de 20 horas<br />
para transformá-las em cal.<br />
Foto: Lado direito da Enseada da Caieira
21- BURACO DA RAQUEL<br />
Formação: Quixaba.<br />
Diz a lenda que Raquel era a filha de um militar e<br />
utilizava o local como retiro.<br />
O Buraco da Raquel é um monumento geológico no<br />
qual se observa as formas visíveis de erosão por<br />
ação marinha. Situa-se na borda sul dos<br />
“Alagados”, conjunto de rochedos da Formação<br />
Quixaba e recifes que proporcionam um rico<br />
berçário para muitas espécies marinhas, protegido<br />
da ação direta das ondas oceânicas.<br />
Na borda norte dos Alagados está a Enseada dos<br />
Tubarões, inundada apenas na maré alta, quando é<br />
frequentada por jovens tubarões Limão.<br />
Não é permitido descer até este monumento, que<br />
pode ser observado de um mirante próximo ao<br />
Museu dos Tubarões – onde se encontram muitas<br />
informações sobre ondas, marés, correntes<br />
marítimas e tubarões.
22- PONTA DA AIR FRANCE<br />
Formação Quixaba<br />
É a extremidade norte da ilha principal.<br />
Seixos rolados formam um tômbolo em direção à<br />
ilha São José no qual se poderia caminhar na maré<br />
baixa, entretanto para visitar a ilha é preciso<br />
autorização do PARNAMAR.<br />
Aqui os seixos da Formação Quixaba são ótimos<br />
exemplos do processo de decomposição esferoidal.<br />
Nas diáclases (fendas que são pontos fracos de<br />
ataque por parte da erosão) concentram-se mais<br />
água com ácidos húmicos e gás carbônico,<br />
atacando os minerais e provocando alteração<br />
química. Essa alteração vai progressivamente<br />
avançando e propor-cionando o arredondamento.<br />
É o local onde mais venta na ilha. Do mirante é<br />
possível admirar o encontro do Mar de Fora com o<br />
Mar de Dentro, observar as chamadas Ilhas<br />
Secundárias e entender a importância dos ventos<br />
alísios na separação destas ilhas.<br />
Foto: Rochas em processo de decomposição<br />
esferoidal
23- PEDRA DA BIGORNA<br />
Formação: Caracas<br />
Considerada Monumento Geológico do<br />
Arquipélago, é uma rocha sedimentar, formada por<br />
calcarenitos da Formação Caracas.<br />
Está situada no tômbolo entre a Ponta do Air France<br />
e a ilha São José.<br />
Demonstra feição eólica e também erosão marinha.<br />
Seu perfil lembra o formato de uma bigorna, mas<br />
aparece em mapas mais antigos com o nome de<br />
Chapéu do Nordeste, já que tem muita semelhança<br />
com a Ilha do Chapéu, na praia do Sueste.<br />
No tômbolo há algumas rochas negras com<br />
incrustações de um mineral verde chamado olivina,<br />
que foram consolidados em grande profundidade e<br />
subiram à superfície levados pela lava fluida.
24- ILHAS SECUNDÁRIAS<br />
Formação: Remédios, Quixaba e Caracas<br />
A nordeste da ilha principal há um conjunto de sete<br />
ilhas, chamadas Ilhas Secundárias, com<br />
representantes de todas as Formações.<br />
À esquerda está a Ilha São José e suas vizinhas<br />
Cuscuz e Viuvinha, formadas pelos estágios finais<br />
do vulcanismo (Formação Quixaba). Já foram<br />
citadas como sendo uma nova Formação, mas<br />
estudos atuais consideraram a sua composição<br />
petrograficamente semelhante à da ilha principal.<br />
Á direita estão a Ilha Rasa (Formação Caracas),<br />
seguida da ilha Sela Gineta (fonólito da Formação<br />
Remédios), depois a ilha do Meio (semelhante à<br />
Rasa) e finalmente a ilha Rata, que possui mais de<br />
uma formação.<br />
Estas ilhas estavam unidas por dunas calcárias<br />
quando o nível do mar estava mais baixo (no início<br />
do Holoceno). Sua separação foi favorecida pela<br />
estrutura geológica e pela ação das ondas<br />
decorrentes dos ventos alísios.
25- ILHA RATA<br />
Formação: Quixaba e Caracas.<br />
A Ilha Rata é formada por derrames de lava da<br />
Formação Quixaba. É uma plataforma ankaratrítica<br />
parcialmente coberta por sedimentos modernos -<br />
calcarenitos e depósitos de fosfatos de cálcio<br />
originados dos excrementos de aves.<br />
A ação das águas na encosta cavou grutas<br />
marinhas que são excelentes pontos de mergulho:<br />
Pontal do Norte, Cordilheiras, Buraco do Inferno,<br />
Cagarras, Ressurretas, Buraco das Cabras. A<br />
visitação na parte emersa é proibida.<br />
É a segunda maior ilha do arquipélago, mesmo<br />
quando se considera que sua porção leste já é uma<br />
nova ilha, chamada Lucena.<br />
Foto: Local próximo às Cordilheiras
GEOTURISMO em NORONHA<br />
O geoturismo é uma forma de turismo sustentável,<br />
realizado por pessoas que se interessam em<br />
conhecer melhor os aspectos geológicos e<br />
compreender a paisagem de um local.<br />
Em 2007, o professor João José Bigarella e a então<br />
orientanda de Doutorado Jasmine, com o apoio do<br />
Centro do Golfinho Rotador, criaram e realizaram o<br />
Curso de Condutor de Geoturismo em Fernando de<br />
Noronha, capacitando 40 condutores e estudantes<br />
da comunidade.<br />
Este Guia é fruto dessas pesquisas, pois interpretar<br />
o ambiente em relação à geodiversidade<br />
proporciona um melhor aproveitamento dos<br />
recursos que a natureza oferece, amplia a<br />
consciência ambiental, gera mais admiração e<br />
respeito pelo nosso Patrimônio.<br />
Fotos: O Professor Bigarella e Jasmine durante o<br />
curso e no mirante dos Dois Irmãos
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Americano: Evolução da Obra de Fernando Flavio Marques<br />
de Almeida.São Paulo:Beca.2004.
APOIO:<br />
Instituto Chico Mendes de<br />
Conservação da Biodiversidade<br />
Ministério do Meio Ambiente<br />
C<br />
“Onde a natureza e a hospitalidade se encontram”<br />
“Where nature and hospitality meet”<br />
Fernando de Noronha - PE - Brasil<br />
Tel: +55 81 3619-1293 Fax: +55 81 3619-1881<br />
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PARNAMAR -FN<br />
Concepção, Pesquisa, Texto:<br />
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jasmine@uepg.br<br />
Orientação e supervisão científica:<br />
João José Bigarella<br />
Edição de textos e Fotografias:<br />
<strong>Nicia</strong> <strong>Guerriero</strong><br />
(exceto foto “10-Baía dos Porcos”, de Jasmine Cardozo Moreira e<br />
retratos dos autores)<br />
(Fotografias na Ilha Rasa, Pedra da Bigorna e Buraco da Raquel<br />
com licença do PARNAMAR)<br />
Desenho “Edifício Vulcânico” e Mapa Geológico<br />
baseados em Teixeira et al, 2003<br />
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