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Jardim de Alah - Academia Brasileira de Letras

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Cícero Sandroni<br />

aviso prenunciava a <strong>de</strong>cisão tomada por Plancher <strong>de</strong> regressar à França, on<strong>de</strong> a<br />

situação política já lhe permitiria o exercício <strong>de</strong> sua profissão. Ele encontrou<br />

compradores para o Jornal do Commercio, a tipografia e a livraria, e pretendia <strong>de</strong>ixar<br />

a casa com a contabilida<strong>de</strong> em or<strong>de</strong>m, sem débitos a pagar ou créditos a receber.<br />

A venda do negócio foi anunciada logo a seguir, em nota discreta:<br />

“A. Mougenot e J. Villeneuve têm a honra <strong>de</strong> participar ao público que<br />

eles têm comprado o estabelecimento <strong>de</strong> tipografia e livraria, conhecida <strong>de</strong>baixo<br />

da firma Emílio Seignot Plancher, com todas as suas <strong>de</strong>pendências e<br />

que, em conseqüência disso, eles são, a principiar do dia 16 do corrente, os<br />

únicos proprietários do Jornal do Commercio tendo escolhido para sua firma<br />

social a seguinte: Seignot Plancher & Cia. [...].”<br />

Junius Villeneuve e Réol Antoine <strong>de</strong> Mougenot adquiriram, a 9 <strong>de</strong> junho<br />

<strong>de</strong> 1832, o patrimônio <strong>de</strong> Plancher por 52 contos e 664 mil réis, em contrato<br />

cujo terceiro artigo estipulava que Plancher <strong>de</strong>veria continuar algum tempo na<br />

administração do jornal; sem experiência no ramo, os compradores <strong>de</strong>sejavam<br />

manter o ven<strong>de</strong>dor ligado à empresa, até sua partida para a França, o que aconteceu<br />

em 4 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1834. Naquela data, vinte meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter vendido<br />

o Jornal do Commercio, o fundador do jornal <strong>de</strong>spediu-se dos seus novos donos<br />

e no mesmo dia o diário publicava carta assinada por Pedro Plancher Seignot,<br />

dirigida “Aos Brasileiros”:<br />

“Ao <strong>de</strong>ixar, talvez para sempre, esta Terra bem-aventurada, em que <strong>de</strong>z<br />

anos aqui gozei a mais benévola hospitalida<strong>de</strong>, levo comigo as mais ternas<br />

sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> toda a Nação brasileiraea<strong>de</strong>Vós, em particular, amados Fluminenses,<br />

que acolhestes com benignida<strong>de</strong> a minha indústria e generosos<br />

recompensastes os meus trabalhos, e as numerosas publicações que empreendi,<br />

contribuindo quanto me era possível para a propagação das luzes, e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da Arte Tipográfica nesta Corte. [...] Fluminenses: tenho<br />

duas Pátrias; a que me viu nascer nunca me fará esquecer da outra, que me<br />

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