Maranduba, 27 de Dezembro de 2011 - Jornal Maranduba News
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<strong>Maranduba</strong>, <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong> - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 32<br />
Feliz 2012
Página 2 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Editorial: Anos luz <strong>de</strong> atraso no turismo<br />
Em 1986 surgiu<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
revitalizar a Festa<br />
das Hortênsias, uma<br />
festa tradicional em<br />
Gramado (RS) que<br />
<strong>de</strong>u origem a Fearte<br />
e Festival do Cinema.<br />
Precisava existir algum<br />
atrativo além das<br />
flores e <strong>de</strong> escolha e<br />
coroação <strong>de</strong> rainha.<br />
<strong>Dezembro</strong> era uma<br />
temporada <strong>de</strong> pouca<br />
visitação turística em<br />
Gramado que precisava encontrar<br />
uma forma <strong>de</strong> fazer<br />
com que as pessoas fossem<br />
para lá não só no inverno.<br />
Por que não utilizar o NA-<br />
TAL? Seria difícil, já que a comunida<strong>de</strong><br />
é <strong>de</strong> tradição ítalo-<br />
-germânica, com o costume<br />
<strong>de</strong> passar o Natal com a família<br />
e na igreja.<br />
O então Prefeito Pedro Bertolucci<br />
e o seu Secretário <strong>de</strong><br />
Turismo, Luciano Peccin estudaram<br />
diversas formas <strong>de</strong><br />
aprimorar o turismo em Gramado<br />
nesta época do ano.<br />
E então surge a pergunta:<br />
enfeitamos o pinheirinho <strong>de</strong><br />
natal todos os anos. Então,<br />
porque não enfeitar a cida<strong>de</strong>?<br />
Luciano Peccin havia voltado<br />
da Disney e lá viu as luzinhas<br />
que circundavam as cumeeiras<br />
das casas. Então pensou<br />
em fazer isso em Gramado,<br />
criando um embelezamento<br />
para a cida<strong>de</strong> no Natal e as-<br />
Editado por:<br />
Litoral Virtual Produção e Publicida<strong>de</strong> Ltda.<br />
Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970<br />
Fones: (12) 3832.2067 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563<br />
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e-mail: jornal@maranduba.com.br<br />
Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicida<strong>de</strong>: mensal<br />
Responsabilida<strong>de</strong> Editorial:<br />
Emilio Campi<br />
sim, atraindo turistas.<br />
Só com as luzes não teria a<br />
conotação <strong>de</strong> evento, então<br />
também surgiu a idéia <strong>de</strong> sonorizar<br />
a avenida e fazer algum<br />
espetáculo. Começaram<br />
a <strong>de</strong>senhar o Natal Luz <strong>de</strong><br />
Gramado com músicas na cida<strong>de</strong><br />
através <strong>de</strong> alto- falantes<br />
vendidos para as lojas, lâmpadas<br />
<strong>de</strong>corando as fachadas da<br />
Av. Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, postes<br />
enfeitados como pirulitos e<br />
pinheirinhos naturais dispostos<br />
na avenida com topinhos<br />
vermelhos.<br />
O Maestro Eleazar <strong>de</strong> Carvalho,<br />
titular da OSPA, surgiu<br />
como uma pessoa iluminada e<br />
montou um gran<strong>de</strong> concerto.<br />
Um espetáculo digno do Natal<br />
Luz, com um gran<strong>de</strong> coral, poesias<br />
e fogos <strong>de</strong> artifícios. Ali<br />
foi dando o primeiro passo da<br />
reversão do quadro <strong>de</strong> ocupação<br />
e visitação a Gramado no<br />
mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
Eis um exemplo <strong>de</strong> como a<br />
Colaboradores:<br />
A<strong>de</strong>lina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole<br />
Os artigos assinados são <strong>de</strong> inteira responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus autores<br />
e não refletem a opinião da direção <strong>de</strong>ste informativo<br />
boa vonta<strong>de</strong>, o planejamento<br />
e a união <strong>de</strong><br />
esforços po<strong>de</strong>m ren<strong>de</strong>r<br />
progressos para cida<strong>de</strong>s<br />
que se consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>stinos<br />
turísticos.<br />
Me entrisce muito ver<br />
como Ubatuba vem se<br />
<strong>de</strong>svalorizando como<br />
cida<strong>de</strong> turística. Praias<br />
maravilhosas, sozinhas,<br />
não são equipamentos<br />
turisticos. Shows também<br />
não. Com mais <strong>de</strong><br />
8 mil quilômetros <strong>de</strong><br />
praias, o Brasil possui muitas<br />
outras localida<strong>de</strong>s que souberam<br />
explorar suas belezas e<br />
explorar o turismo <strong>de</strong> uma forma<br />
economicamente viável, e<br />
algumas durante o ano todo.<br />
Enquanto isso vamos nos<br />
envergonhando cada vez mais<br />
com o ... (me falta adjetivo)<br />
... enfeite natalino pendurado<br />
nos postes pintados <strong>de</strong> azuis<br />
pela cida<strong>de</strong>.<br />
Por falar em azul, a fachada<br />
da Santa Casa ficou medonha.<br />
Emilio Campi - Editor<br />
Cartas a Redação<br />
Vergonha<br />
Na minha opiniao a praia esta<br />
parecendo um super mercado<br />
<strong>de</strong> quinta categoria. Por favor<br />
arrume um lugar para os<br />
barcos <strong>de</strong> peixe, barracas <strong>de</strong><br />
roupas, barraca <strong>de</strong> milho. etc.<br />
Ninguem merece.<br />
Estava eu tomando sol em<br />
frente a uma barraca, e o mar<br />
esta bravo, quase pegando<br />
toda a areia, e sobrou um pedaçinho<br />
para que eu tomasse<br />
meu sol, mas do lado direito<br />
um barco cheio <strong>de</strong> peixe, o<br />
qual vendi, limpava e jogava<br />
a barrigada na praia... que<br />
nojo. Do meu lado esquerdo<br />
um a barraca <strong>de</strong> milho, salada<br />
<strong>de</strong> fruta aquele fogo ligado, e<br />
mais a frente duas barracas<br />
<strong>de</strong> roupas, as quais sao roupas<br />
todas iguais. Meu Deus<br />
quanta ignorancia...<br />
Fiquei envergonhada perante<br />
o casal <strong>de</strong> amigos que levei<br />
para conhecer Ubatuba. Fiquei<br />
sem graça. Será que as<br />
autorida<strong>de</strong>s nao conseguem<br />
ver isto? Acontecendo no nariz<br />
<strong>de</strong> todo mundo... Coloca esses<br />
caras em um espaço só.<br />
Desculpe o <strong>de</strong>sabafo, eu precisava<br />
falar.<br />
Dolores Pink<br />
via e-mail<br />
História<br />
Há quem diga que história<br />
não serve para nada. Quem<br />
não conhece história, não<br />
sabe <strong>de</strong> nada” Nós fazemos<br />
parte da história <strong>de</strong>sse povo<br />
da bela <strong>Maranduba</strong>. Sem o<br />
ser humano não existe hitória.<br />
Encontrei a foto da minha<br />
avó (1978) no jornal nº 23 na<br />
página 15. Trata-se da dona<br />
Benedita com seu marido o<br />
André Pereira dos Santos que<br />
faleceu com mais <strong>de</strong> 100 anos.<br />
Deixou-me alegre e comovido<br />
ao ver esta reportagem.<br />
Vicente Januário Amorim<br />
São José dos Campos SP<br />
Estamos per<strong>de</strong>ndo a ultima<br />
praia <strong>de</strong> Caragua<br />
O boato é <strong>de</strong> que vão contruir<br />
um condominio <strong>de</strong> alto luxo na<br />
praia da Mocóca. Estão cercando<br />
a praia sem respeitar<br />
padrões do urbanismo, estreitando<br />
as ruas e invadindo limites<br />
da servidão pública, ateando<br />
fogo numa área que dizem<br />
ser <strong>de</strong> preservação ambiental.<br />
O prefeito na época <strong>de</strong>ixou dividir<br />
a praia no meio com um<br />
condominio <strong>de</strong> alto luxo que<br />
já existe e ninguem fez nada.<br />
Será que Antonio Carlos vai<br />
<strong>de</strong>ixar per<strong>de</strong>r o resto da praia<br />
que sobrou. Aon<strong>de</strong> estão as<br />
autorida<strong>de</strong>s?<br />
Luiza Magalhães<br />
via e-mail<br />
JORNAL<br />
MARANDUBA NEWS<br />
9714.5678<br />
ANUNCIE
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 3<br />
Município reconhece a pratica da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Observador <strong>de</strong> Aves<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Aprovado por unanimida<strong>de</strong><br />
na Câmara Municipal <strong>de</strong><br />
Ubatuba, o projeto <strong>de</strong> Lei nº<br />
87/11, <strong>de</strong>clara como <strong>de</strong> Relevante<br />
Interesse Social, Econômico,<br />
Histórico, Educacional e<br />
Ambiental a Prática da Ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Observador <strong>de</strong> Aves e<br />
outras ativida<strong>de</strong>s a esta prática<br />
relacionadas no Município <strong>de</strong><br />
Ubatuba. O projeto foi apresentado<br />
pelo vereador Rogério<br />
Frediani e sancionado pelo<br />
prefeito virando a Lei 3444<br />
<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2011</strong>.<br />
Na sessão <strong>de</strong> Câmara estiveram<br />
os alunos da região sul<br />
<strong>de</strong> Ubatuba, organizações em<br />
<strong>de</strong>fesa do etnoconhecimento<br />
caiçara e do meio ambiente.<br />
Para seus <strong>de</strong>fensores a Lei foi<br />
um presente <strong>de</strong> natal antecipado<br />
ao município. Para os<br />
efeitos <strong>de</strong>sta Lei, consi<strong>de</strong>ra-se<br />
Observador <strong>de</strong> Aves o indivíduo<br />
<strong>de</strong>vidamente capacitado<br />
que participa <strong>de</strong> todo e qualquer<br />
o processo científico, turístico,<br />
tradicional, histórico,<br />
educacional e ambiental à difusão,<br />
observação, fotocatalogação,<br />
listagem <strong>de</strong> espécies,<br />
mostragem que visem à divulgação<br />
e proteção da avifauna<br />
no território municipal.<br />
No uso da tribuna Carlos<br />
Rizzo falou da importância da<br />
pratica da ativida<strong>de</strong> e que é<br />
parte <strong>de</strong> um processo que vem<br />
levando uma década, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
lançamento da idéia, dos primeiros<br />
livros, das reportagens<br />
internacionais e programas <strong>de</strong><br />
TV, e agora a Lei <strong>de</strong> reconhecimento.<br />
Vários municípios,<br />
principalmente o do Cone Leste<br />
Paulista, solicitaram cópia<br />
para o reconhecimento em<br />
suas cida<strong>de</strong>s. Algumas cida<strong>de</strong>s<br />
do litoral norte também solicitaram.<br />
Na justificativa, o autor<br />
do projeto diz que o projeto<br />
visa tão somente reconhecer<br />
uma ativida<strong>de</strong> crescente no<br />
Saci-Tapera naevia<br />
conhecido pela comunida<strong>de</strong> da região como ”Sem Fim”<br />
Foto: Fábio <strong>de</strong> Souza<br />
mundo e que, diferente das<br />
outras ativida<strong>de</strong>s, consegue<br />
colocar numa mesma mesa<br />
povos e profissionais interessados<br />
em difundir o conhecimento,<br />
proteger as espécies e<br />
seus habitats, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
uma ativida<strong>de</strong> que gera<br />
emprego e renda.<br />
“Esta ativida<strong>de</strong> é umas únicas<br />
ou a única que <strong>de</strong> fato<br />
respeita o etnoconhecimento<br />
e que <strong>de</strong>la busca as parcerias<br />
necessárias para transformar<br />
o morador tradicional e um<br />
profissional realmente qualificado<br />
e interessado em trabalhar<br />
e manter seu ambiente<br />
intacto, pois seu conhecimento<br />
adquirido é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia<br />
na pratica <strong>de</strong> observador <strong>de</strong><br />
aves”, comenta Frediani.<br />
Esta ativida<strong>de</strong> também está<br />
relacionada ao ganho social,<br />
histórico e ambiental que utilizada<br />
para fins turísticos e<br />
atraem divi<strong>de</strong>ndos a municipalida<strong>de</strong>.<br />
Frediani frisa ainda que<br />
didaticamente trata-se <strong>de</strong> um<br />
processo limpo, claro e objetivo<br />
<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, proteção<br />
e respeito, tanto a natureza<br />
quanto ao povo interessado.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
futuro real e necessário, já<br />
que a restrição ambiental não<br />
trouxe nenhuma alternativa<br />
<strong>de</strong> ganho e difusão do conhecimento<br />
centenário <strong>de</strong> nossos<br />
moradores.<br />
Fora <strong>de</strong> Ubatuba esta ativida<strong>de</strong><br />
é reconhecida como uma<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> excelência. Ela já<br />
trouxe mídias positivas e foi<br />
tema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s reportagens<br />
sobre as ativida<strong>de</strong>s em que a<br />
maquina não po<strong>de</strong>rá exercê-<br />
-la e que é consi<strong>de</strong>rada com<br />
uma das <strong>de</strong>z melhores profissões<br />
do mundo. A ativida<strong>de</strong><br />
colocou Ubatuba nos melhores<br />
livros da ornitologia mundial,<br />
na mídia on-line, em sítios da<br />
internet especializados, em <strong>de</strong>bates<br />
e fóruns nacionais e internacionais.<br />
O município é consi<strong>de</strong>rado<br />
pioneiro nesta ativida<strong>de</strong> e agora<br />
tem a primeira Lei no mundo<br />
que reconhece esta pratica. Ela<br />
é a única a reconhecer e trabalhar<br />
os povos atingidos por<br />
Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, pela<br />
restrição ambiental, pela falta<br />
<strong>de</strong> perspectiva e pela falta <strong>de</strong><br />
formação técnica profissional<br />
urbana. É uma ativida<strong>de</strong> promissora<br />
ao Meio Ambiente, ao<br />
homem e ao futuro <strong>de</strong> nosso<br />
país. Por conta dos excessos<br />
das restrições ambientais aos<br />
moradores tradicionais muitos<br />
<strong>de</strong>les não se sentiram a vonta<strong>de</strong><br />
em participar do curso, com<br />
o evento <strong>de</strong> encerramento no<br />
Sertão da Quina eles já buscaram<br />
informações sobre quando<br />
o curso se reiniciará. Outro<br />
passo importante é <strong>de</strong> que a<br />
partir <strong>de</strong>sta Lei é recomendável<br />
que um empreendimento<br />
turístico sério busque profissionais<br />
<strong>de</strong>vidamente qualificados<br />
e certificados para esta prática.
Página 4 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Frediani vota contra projeto do prefeito que aumenta o IPTU<br />
Na sessão do último dia 20 <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro, o prefeito encaminhou<br />
a Câmara Municipal projeto<br />
na tentativa <strong>de</strong> aumentar<br />
o IPTU <strong>de</strong> Ubatuba. Em larga<br />
discussão houve a supressão<br />
do primeiro artigo para evitar<br />
maiores danos ao contribuinte.<br />
Para Rogério Frediani é<br />
mais uma prova <strong>de</strong> que o chefe<br />
do executivo municipal é o<br />
prefeito das taxas. “Foi criado<br />
a taxa <strong>de</strong> iluminação pública,<br />
a dos bombeiros e esta, que é<br />
mais uma tentativa <strong>de</strong> lesar o<br />
munícipe”, comenta Frediani,<br />
que foi contra a tentativa <strong>de</strong><br />
aumento do IPTU. Frediani comenta<br />
que o contribuinte não<br />
agüenta mais pagar sem ver<br />
o retorno dos serviços, “a cida<strong>de</strong><br />
per<strong>de</strong>u muito com este<br />
marasmo, a próxima administração<br />
terá <strong>de</strong> reconstruir a cida<strong>de</strong>,<br />
por on<strong>de</strong> a gente passa<br />
percebe-se a falta <strong>de</strong> competência<br />
da administração, existem<br />
reclamações em todos os<br />
setores, reclamação <strong>de</strong> coisas<br />
pequenas que já <strong>de</strong>veriam estar<br />
pronto ao atendimento da<br />
população, o prefeito sequer<br />
Bullying é tema <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> no colégio “Áurea”<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Com o tema “Bullying: quando<br />
a brinca<strong>de</strong>ira per<strong>de</strong> a graça”,<br />
o colégio Áurea do Sertão<br />
da Quina apresenta os resultados<br />
do projeto à comunida<strong>de</strong>.<br />
Foram intensas as ativida<strong>de</strong>s<br />
sobre o tema e o resultado foi<br />
além do esperado, tanto que<br />
os melhores trabalhos ficaram<br />
expostos no colégio Capitão<br />
Deolindo, no último dia 7, no<br />
centro da cida<strong>de</strong>. Segundo os<br />
organizadores o tema do projeto<br />
foi proposto pela Diretoria<br />
<strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Caraguatatuba a<br />
todas as escolas estaduais do<br />
litoral norte, on<strong>de</strong> cada colégio<br />
aplicou metas <strong>de</strong> acordo com<br />
as realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada região.<br />
presta contas do dinheiro investido<br />
pelos governos estadual<br />
e fe<strong>de</strong>ral”, fala o vereador<br />
reafirmando <strong>de</strong> que Ubatuba<br />
está maquiada precisando <strong>de</strong><br />
tratamento digno e <strong>de</strong>scente.<br />
Outro fator que vem <strong>de</strong>sapontando<br />
a população e causando<br />
prejuízos a comunida<strong>de</strong> é<br />
a evasão <strong>de</strong> recursos através<br />
do transbordo do lixo, terceirizações,<br />
zona azul. “Pra que<br />
aumentar o IPTU se nem ao<br />
menos o dinheiro será aplicado<br />
em benfeitorias no município,<br />
cadê o dinheiro das taxas,<br />
do lixo, das terceirizações, da<br />
zona azul, da iluminação pública,<br />
alguém viu alguma melhora<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>stas cobranças?”,<br />
<strong>de</strong>sabafa Frediani. A<br />
atual administração, que não<br />
pensou na comunida<strong>de</strong>, criou<br />
mais um dispositivo, que po<strong>de</strong>ria<br />
interferir diretamente na<br />
geração <strong>de</strong> emprego e renda<br />
e na evasão <strong>de</strong> recursos pra<br />
fora do município, além <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar os munícipes com mais<br />
uma conta para pagar e cada<br />
vez mais sem recursos. O aumento<br />
do IPTU seria mais um<br />
No Áurea foram doze meses<br />
<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvidos por<br />
professores e alunos, já as<br />
apresentações se concentraram<br />
no mês <strong>de</strong> novembro. Em<br />
nota o colégio informa que por<br />
se tratar <strong>de</strong> um tema transversal,<br />
interdisciplinar e muito<br />
discutido na socieda<strong>de</strong>, o colégio<br />
aplicou várias ferramentas<br />
como filmes, livros, palestra,<br />
discussão e reflexão sobre o<br />
tema.<br />
Foram ainda trabalhados as<br />
diversas formas <strong>de</strong> linguagem<br />
criadas pelos alunos ao combate<br />
ao bullying, não só <strong>de</strong>ntro<br />
da escola, mas em toda a<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
Os trabalhos foram classi-<br />
dinheiro que vai embora da<br />
cida<strong>de</strong> e não possibilita este<br />
<strong>de</strong>senvolvimento econômico,<br />
financeiro e da dignida<strong>de</strong> humana.<br />
“Fiz a minha parte e<br />
votei contra mais este abuso,<br />
eu sou a favor <strong>de</strong> que Ubatuba<br />
volte a sorrir, a resgatar sua<br />
auto-estima e a caminhar na<br />
direção que todos queremos,<br />
sem jogar dinheiro fora e respeitando<br />
a população”, reitera<br />
Rogério Frediani.<br />
ficados em doze categorias:<br />
carta ao leitor, cartaz, narrativa<br />
<strong>de</strong> aventura, ilustração,<br />
conto, anúncio publicitário, artigo<br />
<strong>de</strong> opinião (I e II), fol<strong>de</strong>r,<br />
tira, história em quadrinho e<br />
charge. Como cada aluno só<br />
po<strong>de</strong>ria participar <strong>de</strong> um trabalho,<br />
foram vários os trabalhos<br />
que surpreen<strong>de</strong>ram os<br />
organizadores.<br />
Haverá no 1º bimestre <strong>de</strong><br />
2012 a premiação dos trabalhos.<br />
Aos interessados, os<br />
trabalhos encontram-se a disposição<br />
a quem preten<strong>de</strong> conhecer<br />
e apren<strong>de</strong>r um pouco<br />
mais sobre este tema, que no<br />
colégio Áurea está <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> ser tabu.<br />
Ilustre morador comemora 77 anos<br />
WAGNER JOSÉ<br />
Foi com muita alegria que a<br />
comunida<strong>de</strong> da região sul comemorou<br />
mais uma primavera<br />
para o Sr. Antonio Fernan<strong>de</strong>s<br />
morador da Pedra Preta no<br />
bairro do Sertão da Quina. As<br />
festivida<strong>de</strong>s aconteceram no<br />
último dia 26/11, acompanhado<br />
da esposa Dª. Clarice, seus<br />
filhos, netos, amigos on<strong>de</strong><br />
comemorou 77 anos <strong>de</strong> vida.<br />
O dia realmente foi <strong>de</strong> festa,<br />
todas as atenções foram ao<br />
aniversariante e sua esposa.<br />
Um <strong>de</strong>licioso churrasco acompanhou<br />
o almoço e após o tradicional<br />
parabéns para você,<br />
foi servido um <strong>de</strong>licioso bolo<br />
com recheio <strong>de</strong> coco (prestígio)<br />
foi servido. Quebrando o<br />
protocolo foi utilizada folhas<br />
<strong>de</strong> bananeiras, que existem<br />
em abundancia no local, no<br />
lugar do guardanapo.<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s da Silva<br />
é um daqueles ilustres moradores<br />
que guardam um vasto<br />
conhecimento sobre tudo que<br />
olhamos, tocamos e sentimos.<br />
É consi<strong>de</strong>rado um dos últimos<br />
<strong>de</strong>sbravadores <strong>de</strong>sta região e<br />
suas lembranças impressionam<br />
No ultimo dia 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
foi inaugurado o Mercado Vila<br />
Flor instalado a Rua Padre<br />
João Bayle, 1592, no bairro do<br />
Sertão da Quina. Na inauguração<br />
houve pipoca, algodão<br />
doce e preços promocionais<br />
<strong>de</strong> inauguração.<br />
O mercado funciona das sete<br />
até as vinte horas e domingo<br />
até as 14 horas com serviço <strong>de</strong><br />
entrega em domicilio. Moradores<br />
<strong>de</strong>screveram a satisfação<br />
<strong>de</strong> encontrar no mercado rostos<br />
conhecidos da comunida<strong>de</strong>,<br />
o que transformou em um<br />
ambiente mais do que agradável,<br />
um ambiente familiar.<br />
O mercado ainda mostra em<br />
pela luci<strong>de</strong>z <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes sobre<br />
mata, agricultura e povo tradicional.<br />
Homem <strong>de</strong> bem, sempre<br />
tem um sorriso a oferecer<br />
e que por conta <strong>de</strong>sta alegria<br />
gratuita e autentica tem muitos<br />
fãs. Seu Antonio foi protagonista<br />
<strong>de</strong> documentário sobre<br />
a vida caiçara e passou vários<br />
ensinamentos originais <strong>de</strong>ste<br />
povo que foi da formação do<br />
Brasil. E assim com enorme carinho<br />
pedimos sua proteção divina,<br />
recuperação da sua saú<strong>de</strong>,<br />
paz e bem e tenha muitos<br />
anos <strong>de</strong> vida e muitas histórias<br />
para continuar a nos contar.<br />
Parabéns Seu Antonio!<br />
Inaugurado novo mercado na região<br />
seu interior fotos em tamanho<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> pontos turísticos <strong>de</strong><br />
Ubatuba. Vale a pena conferir.
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 5<br />
Caiçara guarda relíquias do maior levante do mundo em 1952<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
O caiçara Tião Plácido, 76<br />
anos, guardou por muito tempo<br />
uma relíquia da história <strong>de</strong><br />
Ubatuba. Trata-se <strong>de</strong> um jornal<br />
que cobriu todos os acontecimentos<br />
da rebelião que aconteceu<br />
na Ilha Anchieta em 1952.<br />
O jornal fornece <strong>de</strong>talhes sobre<br />
o acontecido e mostra, em<br />
fotos preto e branco, a chacina<br />
que lá aconteceu. Nas capas os<br />
títulos sugestivos “Chacina na<br />
Ilha Anchieta e Caçada Humana<br />
no Litoral Norte”, já os subtítulos<br />
mostram com maiores<br />
<strong>de</strong>talhes a trajetória <strong>de</strong> uma<br />
tragédia anunciada. Os temas<br />
escolhidos trazem à tona a<br />
maior cobertura que um jornal<br />
havia realizado na época. Corajosos<br />
foram os repórteres do<br />
<strong>Jornal</strong> “A Hora” que enfrentaram<br />
junto com a Força Pública<br />
Paulista, ouvindo os refugiados<br />
e os que permaneceram neutros,<br />
este trágico momento da<br />
história mundial. Na realida<strong>de</strong><br />
trata-se do primeiro ca<strong>de</strong>rno<br />
da edição 1951, Ano VII, segunda-feira<br />
<strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />
1952, cujo diretor foi Denner<br />
Medici, o gerente Lido Piccinini<br />
e os repórteres Nelson Gatto,<br />
Wilson Machado, Waldir Braga,<br />
Amorim Pargas e Rui Costa. Se<br />
fosse colorido mostraria com<br />
maior fervor o sangue que lá<br />
foi <strong>de</strong>rramado. Segundo o Juiz<br />
Corregedor da época Antonio<br />
<strong>de</strong> Meira Neto, o levante começou,<br />
por causa dos maus<br />
tratos e por falta <strong>de</strong> comida.<br />
Ao que se sabe noventa presos<br />
não a<strong>de</strong>riram a rebelião,<br />
do restante um caos total, que<br />
movimentou todo o município<br />
<strong>de</strong> Ubatuba, Parati, Angra dos<br />
Reis, Taubaté, Caraguatatuba<br />
entre outros.<br />
Os noticiários internacionais<br />
trataram o acontecido como<br />
“O maior levante do mundo”.<br />
Todos os anos na Ilha Anchieta<br />
é realizado um evento com<br />
missa campal em homenagem<br />
e lembranças dos que morreram<br />
em combate. Para abrilhantar<br />
o evento os filhos da<br />
Ilha se fazem presentes para<br />
recordar tão importante evento<br />
que aconteceu nesta Terra<br />
Tupinambá. Neste evento os<br />
visitantes po<strong>de</strong>m encontrar algum<br />
sobrevivente por lá como<br />
é o caso do Tenente Samuel<br />
Messias <strong>de</strong> Oliveira, que vivenciou<br />
o fato e escreveu um<br />
livro sobre o tema intitulado<br />
Ilha Anchieta, Rebelião, Fatos<br />
e Lendas. O livro conta <strong>de</strong>talhes<br />
o que <strong>de</strong> fato aconteceu<br />
naquela década. O livro teve<br />
seu lançamento na ilha em<br />
uma manhã ensolarada <strong>de</strong><br />
1999. Naquele ano foi realizado<br />
um casamento e também<br />
a criação da Comissão<br />
Pró Resgate Histórico da Ilha<br />
Anchieta. Toda uma geração<br />
<strong>de</strong> pescadores e moradores<br />
<strong>de</strong> Ubatuba tem um pequeno<br />
trecho para contar da Ilha Anchieta<br />
que nestes tempos mo-<br />
<strong>de</strong>rnos virou cultura <strong>de</strong> paisagem,<br />
<strong>de</strong> fotografia por conta<br />
da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação<br />
que lá existe e que para aten<strong>de</strong>r<br />
uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> outros<br />
interesses ceifou os interesses<br />
<strong>de</strong> quem criou a história e a<br />
fez viva, o poço caiçara.<br />
Pessoas como seu Tião Plácido<br />
que sabe da importância<br />
da Ilha e que mantém do<br />
seu jeito, da sua forma, como<br />
po<strong>de</strong>, o cerne da história <strong>de</strong>ste<br />
episódio tão importante <strong>de</strong><br />
nossa rica história que <strong>de</strong>ve<br />
ser melhor explorada.<br />
Ilha Anchieta<br />
Ainda como Vila <strong>de</strong> Iperoig, a<br />
atual Ubatuba se fun<strong>de</strong> com a<br />
historia da formação do país.<br />
Aqui aconteceram eventos<br />
memoráveis como o Primeiro<br />
<strong>Maranduba</strong> inaugura atrativo radical no Morro do Cucuruco<br />
De frente a toda a baía da Praia<br />
da <strong>Maranduba</strong>, com uma visão<br />
privilegiada, no antigo Morro da<br />
<strong>Maranduba</strong>, foi inaugurado no<br />
último dia 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro o<br />
Pico do Morro do Cucuruco, <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> hoje se po<strong>de</strong> curtir tanto<br />
seu mirante quanto os saltos <strong>de</strong><br />
vôo livre. O local no passado foi<br />
roça <strong>de</strong> café, abrigou e susten-<br />
tou moradores antigos. O evento<br />
<strong>de</strong> inauguração e confraternização<br />
aconteceu no restaurante<br />
Recanto da <strong>Maranduba</strong>, on<strong>de</strong><br />
rolou música ao vivo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Os organizadores convidam<br />
os amantes <strong>de</strong> esportes<br />
radicais em <strong>de</strong>scobrir até on<strong>de</strong><br />
aventura po<strong>de</strong> te levar. No dia<br />
da inauguração estiveram pre-<br />
sentes voadores da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Niterói-RJ e do interior <strong>de</strong> São<br />
Paulo. O local oferece, além<br />
<strong>de</strong> uma visão fora do comum,<br />
vôos <strong>de</strong> parapentes <strong>de</strong>colando<br />
da rampa e vôos sobre a orla<br />
da praia. A equipe convida a todos<br />
para tirar o pé do chão e<br />
experimentar algo novo, a verda<strong>de</strong>ira<br />
sensação <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e<br />
o real contato com a natureza.<br />
Surpreenda-se com o visual e<br />
venha sentir esta emoção, para<br />
enten<strong>de</strong>r melhor esta sensação<br />
visite o site www.picovoolivre.<br />
com.br ou contate a equipe vôo<br />
livre pelos telefones: (12) 9755-<br />
0347/8201-3820/9234-0341, ou<br />
pelo e-mail: picovoolivre@hotmail.com.<br />
Vale a pena conferir.<br />
Tratado <strong>de</strong> Paz das Américas<br />
como a Paz <strong>de</strong> Iperoig, a primeira<br />
confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> chefes<br />
tribais <strong>de</strong>ste continente,<br />
a maior arrecadação do período<br />
do café, um dos portos<br />
mais movimentados, on<strong>de</strong> ficou<br />
o primeiro turista - Hans<br />
Sta<strong>de</strong>n, on<strong>de</strong> se mantém até<br />
hoje o rico brasão do começo<br />
do Brasil.
Página 6 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Festa na entrega <strong>de</strong> certificados oficiais da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Observador <strong>de</strong> Aves<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
No domingo dia 17, no sitio<br />
do Ingá, bairro <strong>de</strong> mesmo<br />
nome, aconteceu a última<br />
aula <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aves<br />
e <strong>de</strong> fotografia dos alunos da<br />
região sul <strong>de</strong> Ubatuba. A data<br />
marcou o encerramento das<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e o inicio<br />
das ações profissionais do<br />
grupo. O curso aconteceu <strong>de</strong><br />
março a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano<br />
e formou 21 moradores e contou<br />
com várias parcerias.<br />
O projeto é parte das ativida<strong>de</strong>s<br />
do Programa Escola<br />
da Família, do Colégio Áurea<br />
Moreira Rachou, da Secretaria<br />
Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente<br />
<strong>de</strong> Ubatuba e do Grupo Ubatubabirds,<br />
contou também com<br />
o apoio da Dravos, da Dacnes<br />
e Blofor. Cerca <strong>de</strong> 70 pessoas<br />
participaram do evento<br />
que é parte dos trabalhos <strong>de</strong><br />
Turismo <strong>de</strong> Base Comunitária<br />
on<strong>de</strong> foi preparado um cardápio<br />
gastronômico tradicional<br />
caiçara.<br />
Pela manhã café <strong>de</strong> cana,<br />
polenta, farofa <strong>de</strong> torresmo,<br />
bolo, virado <strong>de</strong> banana, farofa<br />
Na manhã do último dia 20<br />
<strong>de</strong> novembro, o Esporte Clube<br />
Araribá conquistou o campeonato<br />
da segunda divisão<br />
do municipal, levando para a<br />
arena municipal um clássico<br />
contra o Silop E. C., jogo este<br />
transmitido pela rádio local e<br />
acompanhada com fervor pelos<br />
amigos, atletas e apoiadores<br />
do futebol. Com o empate<br />
no tempo normal, 2X2,<br />
o jogo foi para os pênaltis,<br />
que em 5X4 o Araribá vence<br />
o segundo turno. O resultado<br />
foi comemorado com muita<br />
emoção e mostrou o trabalho<br />
sério, as angústias vividas, a<br />
esperança alcançada, mostraram<br />
que cada passo no<br />
<strong>de</strong> ovo, farinha <strong>de</strong> milho, <strong>de</strong><br />
almoço feijão gordo, galinha<br />
caipira com mandioca, caldo<br />
<strong>de</strong> cana gelado, abóbora com<br />
carne seca, arroz, salada, frutas,<br />
doces e muito mais. Os<br />
produtos foram adquiridos<br />
<strong>de</strong> produtores e criadores locais.<br />
Tudo regado a música<br />
sertaneja <strong>de</strong> raiz e muita<br />
<strong>de</strong>scontração. Após o café as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo, modos<br />
<strong>de</strong> observação e fotografias<br />
e visita a uma “roça <strong>de</strong> toco”<br />
on<strong>de</strong> é praticado o pousio.<br />
Esteve no evento a Mestra <strong>de</strong><br />
Hotelaria, Turismo e Meio Ambiente<br />
Cândida Batista, instrutora<br />
do Serviço Nacional <strong>de</strong><br />
Aprendizagem Rural, também<br />
o Ubatubano Ilustre Antonio<br />
Pereira.<br />
Os proprietários do sitio Manoel,<br />
Nico<strong>de</strong>mos e Dito Pedro<br />
receberam agra<strong>de</strong>cimentos<br />
especiais por disponibilizarem<br />
o espaço a este rico evento.<br />
Na entrega dos certificados<br />
Carlos Rizzo <strong>de</strong>stacou a importância<br />
do evento e da participação<br />
da comunida<strong>de</strong>, falou<br />
também da satisfação <strong>de</strong> cer-<br />
tificar a primeira guia mulher<br />
<strong>de</strong> Ubatuba, Cláudia Félix. Em<br />
troca recebeu um certificado<br />
<strong>de</strong> gratidão pelo empenho e<br />
<strong>de</strong>dicação ao grupo.<br />
O grupo receberá também<br />
certificados pelo curso <strong>de</strong> fotografia<br />
realizado pelos fotógrafos<br />
Paulo Sézio e Fre<strong>de</strong>rico<br />
Can<strong>de</strong>ias da Dravos. Durante<br />
a semana o grupo se reuniu<br />
para discutir os roteiros e a<br />
mostra do pré-projeto do livro<br />
<strong>de</strong> aves da região sul <strong>de</strong><br />
Ubatuba. Após as festivida<strong>de</strong>s<br />
o grupo se reunirá para dar<br />
andamento a seus projetos <strong>de</strong><br />
Turismo <strong>de</strong> Base Comunitária.<br />
EC Araribá vence segundo turno e é homenageado pela conquista<br />
gramado, cada suor <strong>de</strong>rramado<br />
e cada lágrima sentida<br />
no <strong>de</strong>correr do caminho só<br />
fortaleceu o grupo à verda<strong>de</strong>ira<br />
conquista.<br />
A vitória ren<strong>de</strong>u ao clube<br />
uma homenagem na Câmara<br />
Municipal no dia 13<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro pelo brilhante<br />
trabalho e pelo empenho<br />
dispensado na conquista. O<br />
EC Araribá vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985<br />
plantando suas sementes<br />
com duro trabalho, sempre<br />
agregando valor a velha e<br />
a nova guarda para formação<br />
do caráter, do espírito<br />
<strong>de</strong> grupo, da cidadania e<br />
da multiplicação dos valores<br />
fraternais e morais <strong>de</strong> cada<br />
um, aon<strong>de</strong> serve <strong>de</strong> exemplo<br />
a muitos que não acreditaram<br />
no caminhar <strong>de</strong>ste<br />
grupo, que agora mostra seu<br />
resultado, que mesmo sem<br />
campo, mas com muita <strong>de</strong>terminação<br />
e garra faz <strong>de</strong>stes<br />
homens, pessoas privilegiadas<br />
e vencedoras.<br />
Segundo os expectadores<br />
do jogo, havia tempos em<br />
que não se via um clássico<br />
<strong>de</strong>sta natureza, um verda<strong>de</strong>iro<br />
jogo <strong>de</strong> futebol. Nesta<br />
campanha o Araribá conquistou<br />
o título da segunda<br />
divisão <strong>2011</strong> do municipal,<br />
prêmios pelos melhores jogadores,<br />
goleiro menos<br />
vazado, 1º e 2º melhores<br />
zagueiros, melhor técnico,<br />
melhor meia <strong>de</strong> campo, melhor<br />
2º atacante, receberam<br />
também as bolas <strong>de</strong> ouro e<br />
prata, refletindo a satisfação<br />
e honra do <strong>de</strong>ver cumprido<br />
por todos nesta árdua caminhada.<br />
Vários jogadores<br />
<strong>de</strong>ram entrevistas às rádios,<br />
houve uma confraternização<br />
entre diretores, atletas,<br />
familiares, amigos e colaboradores<br />
do clube. Na homenagem<br />
o diretor Valter Pereira<br />
da Rocha representou<br />
o clube, mostrando toda satisfação<br />
<strong>de</strong> um trabalho bem<br />
feito e <strong>de</strong> um grupo unido e<br />
forte. Agora é só esperar o<br />
campeonato 2012.
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 7<br />
Bióloga tem estudo sobre pescadores da <strong>Maranduba</strong> exposta na capital<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Nos últimos dias 4 a cinco<br />
<strong>de</strong> novembro a bióloga Juliana<br />
Ramos <strong>de</strong> Oliveira teve o<br />
seu trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong><br />
curso, da faculda<strong>de</strong> Módulo,<br />
enviado ao XV ENIC- Encontro<br />
<strong>de</strong> iniciação científica, que foi<br />
na Unicsul – Universida<strong>de</strong> Cruzeiro<br />
do Sul na capital paulista.<br />
Intitulado “Análise e Caracterização<br />
da Pesca Artesanal Na<br />
Praia da <strong>Maranduba</strong>”, o estudo<br />
possui 32 folhas <strong>de</strong> dados sobre<br />
a situação da pesca e dos<br />
pescadores <strong>de</strong> nossa baía. Nos<br />
agra<strong>de</strong>cimentos a pesquisadora<br />
<strong>de</strong>staca todos os pescadores<br />
por compartilharem seu conhecimento<br />
a realização <strong>de</strong>ste<br />
trabalho.<br />
A pesquisa foi realizada entre<br />
setembro <strong>de</strong> 2010 a março<br />
<strong>de</strong>ste ano e foram realizadas<br />
entrevistas apenas com<br />
os pescadores artesanais da<br />
comunida<strong>de</strong> pesqueira da<br />
<strong>Maranduba</strong>. Foram entrevistados<br />
10 pescadores com ida<strong>de</strong>s<br />
entre 34 e 72 anos, sendo<br />
que todos os entrevistados são<br />
nativos <strong>de</strong> Ubatuba. O estudo<br />
traz dados <strong>de</strong>talhados sobre a<br />
pesca artesanal, histórico do<br />
litoral norte do estado <strong>de</strong> São<br />
Paulo, caracterização das ativi-<br />
da<strong>de</strong>s pesqueiras <strong>de</strong> Ubatuba<br />
e proximida<strong>de</strong>s, problemas da<br />
ativida<strong>de</strong> pesqueira na região<br />
<strong>de</strong> Ubatuba, o estudo a ser<br />
aplicado, as metodologias, áreas<br />
<strong>de</strong> estudo, os equipamentos<br />
<strong>de</strong> produção pesqueira: arpão,<br />
linhada, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerco flutuante,<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> fundo,<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto, embarcações<br />
e espécies capturadas na região.<br />
Juliana confessa que no<br />
inicio teve dificulda<strong>de</strong>s para<br />
entrevistar os pescadores, porque<br />
pesquisadores anteriores<br />
tiveram outras intenções.<br />
Na conclusão da bióloga a<br />
pesca artesanal ainda continua<br />
sendo uma importante<br />
ativida<strong>de</strong> econômica na região<br />
l, porém, outras ativida<strong>de</strong>s<br />
complementares <strong>de</strong> renda têm<br />
aumentado principalmente relacionadas<br />
com o turismo, e<br />
com o tempo isso po<strong>de</strong>rá interferir<br />
nas práticas <strong>de</strong> pesca<br />
artesanal. Para ela os pescadores<br />
entrevistados <strong>de</strong>monstraram<br />
um vasto conhecimento<br />
sobre os peixes capturados,<br />
em relação a vários aspectos<br />
como: época <strong>de</strong> reprodução,<br />
comportamento, características<br />
morfológicas, alimentação,<br />
entre outros. Esse conhecimento<br />
é adquirido através dos<br />
pais e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s relacionadas<br />
à pesca artesanal. O estudo<br />
aponta ainda que até os<br />
dias atuais a pesca é realizada<br />
em família, portanto o conhecimento<br />
é passado <strong>de</strong> geração<br />
em geração, o que caracterizam<br />
a forma como pescam.<br />
Os resultados obtidos nessa<br />
Região chora perda <strong>de</strong> moradores ilustres<br />
Faleceu no último dia 19,<br />
segunda feira, os caiçaras Antonio<br />
Manoel do Prado (Jijo),<br />
56, e Maria Apparecida do<br />
Prado (Cida Balio), 77, dois<br />
ilustres moradores do Sertão<br />
da Quina. Cida nos <strong>de</strong>ixou às<br />
oito horas da manhã em <strong>de</strong>corrência<br />
<strong>de</strong> câncer no pâncreas<br />
e Jijo, por volta da hora<br />
do almoço, <strong>de</strong> falência múltiplas<br />
dos órgãos, também em<br />
<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> um câncer.<br />
Os dois moradores têm<br />
muita história para contar e<br />
suas habilida<strong>de</strong>s, conheci-<br />
mento e contribuição a comunida<strong>de</strong><br />
são dignas <strong>de</strong> um<br />
livro.<br />
Ela ligada a educação, ao<br />
resgate da dignida<strong>de</strong>, das<br />
tradições, da cultura e da<br />
musica.<br />
Ele era mateiro <strong>de</strong> carteirinha,<br />
exímio conhecedor<br />
da avifauna e flora da Mata<br />
Atlântica on<strong>de</strong> nos causos,<br />
através da tradição oral, relatava<br />
sua experiência na<br />
floresta, os usos e costumes<br />
dos povos antigos.<br />
É uma perda consi<strong>de</strong>rá-<br />
vel tendo em vista o quanto<br />
são queridos e ajudaram na<br />
formação da socieda<strong>de</strong> da<br />
região sul <strong>de</strong> Ubatuba. Ela<br />
filha da saudosa Maria Balio,<br />
personalida<strong>de</strong> feminina mais<br />
importante <strong>de</strong> Ubatuba, e<br />
ele, filho <strong>de</strong> João Rosa, peça<br />
chave na montagem da verda<strong>de</strong>ira<br />
história do aparecimento<br />
da Santa no Emaús,<br />
on<strong>de</strong> foi testemunha ocular.<br />
A comunida<strong>de</strong> se manifesta<br />
em solidarieda<strong>de</strong> as famílias<br />
e em respeito aos ilustres<br />
que se foram.<br />
pesquisa evi<strong>de</strong>nciam o conhecimento<br />
dos pescadores em relação<br />
aos recursos pesqueiros<br />
que utilizam. Contudo, reitera a<br />
pesquisadora que é necessário<br />
mais estudos na região, e mostrar<br />
para os pescadores, cada<br />
vez mais a importância <strong>de</strong>sses<br />
estudos. Alguns pescadores la-<br />
mentaram não po<strong>de</strong>r colaborar<br />
mais em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisadores<br />
anteriores te-los prejudicados<br />
em suas ativida<strong>de</strong>s, o<br />
que é compreensível já que estas<br />
interferências os aborrecem<br />
e culminam no prejuízo social,<br />
econômico, histórico e cultural<br />
<strong>de</strong> seu modo <strong>de</strong>vida.<br />
Jijo (a esquerda) e Cida Balio<br />
(acima) <strong>de</strong>ixam sauda<strong>de</strong>s.
Página 8 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Conheça as principais atrações da Região Sul <strong>de</strong> Ubatuba<br />
Esta praia quase selvagem<br />
está localizada em frente<br />
da Ilha do Tamandua<br />
e é muito apreciada para<br />
náutica e mergulho. Acesso<br />
por trilha pelo morro da<br />
Apesar das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
acesso, esta magnífica praia<br />
possui uma linda vista <strong>de</strong><br />
Ilhabela. Acesso por trilha<br />
Praia da Figueira<br />
Praia da Ponta Aguda<br />
Aqui a Mata Atlântica chega<br />
até a sua orla estreita e<br />
<strong>de</strong>sabitada, proporcionando<br />
um visual magnífico. Próxi-<br />
Praia Brava do Fra<strong>de</strong><br />
Caçandoca, Caçandoquinha,<br />
Saco das Bananas ou <strong>de</strong> carro<br />
pelo lado sul, via praia da<br />
Tabatinga. Por este acesso é<br />
possível conhecer as praias<br />
da Ponta Aguda e da Lagoa.<br />
pelo morro da Caçandoca,<br />
Caçandoquinha, Saco das<br />
Bananas ou <strong>de</strong> carro pelo<br />
lado sul, pela Tabatinga.<br />
mo a um point secreto dos<br />
surfistas locais mais conhecido<br />
como “Praia do Simão”,<br />
com ondas perfeitas.<br />
Um local maravilhoso para<br />
se conhecer em Ubatuba.<br />
Localizada no extremo sul<br />
do município, seu acesso<br />
por terra é difícil, porém<br />
gratificante. Po<strong>de</strong>-se chegar<br />
a esse paraíso pela tri-<br />
Quem procura uma praia<br />
retirada, tranqüila e com<br />
uma <strong>de</strong>slumbrante vista<br />
para a Baía do Mar Virado,<br />
<strong>de</strong>ve conhecer a praia da<br />
Caçandoca.<br />
Situada no extremo sul <strong>de</strong><br />
Ubatuba, essa praia faz parte<br />
<strong>de</strong> uma antiga fazenda<br />
on<strong>de</strong> os principais recursos<br />
eram a pecuária e a lavoura.<br />
Atualmente foi transformada<br />
em área <strong>de</strong> quilombo e<br />
é preservada pelos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> escravos que habitavam<br />
a região há vários<br />
séculos.<br />
Vizinha a ela, fica a praia da<br />
Caçandoquinha, uma prainha<br />
menor e muito procurada<br />
pelos a<strong>de</strong>ptos do mergulho<br />
e pescadores. Vale a<br />
pena conhecer o local.<br />
Praia da Lagoa<br />
lha que sai da Caçandoca,<br />
Caçandoquinha, Saco das<br />
Bananas ou pela Tabatinga.<br />
No local, ruínas <strong>de</strong> um antigo<br />
escon<strong>de</strong>rijo dos traficantes<br />
<strong>de</strong> escravos ainda<br />
resistem ao tempo, porém<br />
Praia da Caçandoca<br />
Fotos: Emilio Campi<br />
essas ruínas ficam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
uma proprieda<strong>de</strong> particular,<br />
<strong>de</strong>vendo-se obter permissão<br />
do proprietário para visitá-<br />
-las. Em seu canto esquerdo,<br />
uma lagoa <strong>de</strong> águas calmas<br />
é a razão do seu nome.
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 9<br />
Praia da <strong>Maranduba</strong>: uma bela opção que aten<strong>de</strong> a todos<br />
Banhada pela baia do Mar Virado, a praia da <strong>Maranduba</strong> possui a melhor infra-estrutura entre todas as praias <strong>de</strong> Ubatuba<br />
A <strong>Maranduba</strong> está localizada<br />
entre Ubatuba e<br />
Caraguatatuba. Possui vida<br />
própria com centro comercial,<br />
quiosques, hotéis, pousadas,<br />
restaurantes, lojas,<br />
postos <strong>de</strong> gasolina, bancas<br />
<strong>de</strong> jornais, posto policial e<br />
sub-prefeitura.<br />
Sua orla disputa com a Praia<br />
Gran<strong>de</strong> como point mais badalado<br />
da região. Tem vida<br />
noturna agitada, barzinhos<br />
e quiosques com música ao<br />
vivo.<br />
Com sua vizinha, a praia<br />
da Lagoinha, forma uma<br />
das mais extensas orlas <strong>de</strong><br />
Ubatuba.<br />
Privilegiada pela sua localização,<br />
a praia da <strong>Maranduba</strong><br />
oferece a seus visitantes várias<br />
opções <strong>de</strong> lazer como<br />
passeios <strong>de</strong> escuna, kaiaques,<br />
banana boat, e diversas<br />
trilhas.<br />
Ponto <strong>de</strong> partida para várias<br />
cachoeiras no Sertão da<br />
Quina como a do Corrêa e<br />
Água Branca.<br />
Águas límpidas e natureza exuberante são algumas das vantagens<br />
que a região sul oferece. Ilhas próximas a praia como<br />
a do Pontal (acima) e refrescantes cachoeiras com as do Sertão<br />
da Quina (à direira) completam o cenário <strong>de</strong>ste paraíso.<br />
Fotos: Emilio Campi
Página 10 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Grupo Saíras do Bonete é homenageado na Câmara Municipal<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Na sessão do último dia 13,<br />
o Grupo <strong>de</strong> mulheres Saíras do<br />
Bonete foi homenageado na<br />
Câmara Municipal pela conquista<br />
do livro que representa<br />
a trajetória das mulheres<br />
daquela comunida<strong>de</strong>, e que,<br />
também representa a história<br />
<strong>de</strong> lutas e conquistas das<br />
mulheres caiçaras <strong>de</strong> todo o<br />
litoral norte paulista. O livro<br />
se <strong>de</strong>u por conta da valorização<br />
<strong>de</strong> sua própria história<br />
e as metodologias que regem<br />
suas técnicas <strong>de</strong> vivencia e<br />
manutenção da cultura original<br />
dos povos que formaram<br />
esta nação, lá com o auxilio <strong>de</strong><br />
facilitadoras resolveram reunir-<br />
-se e trabalhar um leque <strong>de</strong><br />
temas e objetivos que visem<br />
a satisfação interior, interpessoal,<br />
profissional e íntima nas<br />
realizações <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong><br />
e formação dos personagens<br />
reais daquele território nacional.<br />
Com objetivos claros e<br />
transparentes conquistaram<br />
a aprovação <strong>de</strong> um livro através<br />
ProaC-Programa <strong>de</strong> Ação<br />
Cultural do Governo do Estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo, livro este que<br />
contará a história <strong>de</strong> vida e<br />
cotidiano <strong>de</strong> cada membro do<br />
grupo, <strong>de</strong> cada Saíra, que em<br />
conjunto voam as mesmas nuvens,<br />
buscam os mesmos céu,<br />
trabalham as mesmas ações e<br />
traçam os mesmos objetivos.<br />
O grupo surpreen<strong>de</strong>u a todos<br />
com seu empreen<strong>de</strong>dorismo e<br />
disposição para levar adiante<br />
seus objetivos e mostrar que<br />
existem e são valorosas. O livro<br />
conta <strong>de</strong> fato “em verso e<br />
prosa” o trabalho <strong>de</strong> 12 mulheres<br />
o resultado da manutenção<br />
dos laços genealógicos, históricos,<br />
familiares, e fraternais <strong>de</strong><br />
suas experiências nas comunida<strong>de</strong>s,<br />
transformando suas ap-<br />
tidões e vivencias em letras e<br />
sentimentos on<strong>de</strong> todos po<strong>de</strong>rão<br />
apreciar e enten<strong>de</strong>r como<br />
Região sul <strong>de</strong> Ubatuba em revista especializada<br />
Com temas ligados ao meio<br />
ambiente, belezas naturais e<br />
conhecimentos nativos a conceituada<br />
Ubatuba e Paraty em<br />
Revista, publicou matérias <strong>de</strong><br />
interesse turístico e ambiental<br />
nas edições <strong>de</strong> aniversario da<br />
revista, edição 21, e do município,<br />
edição 22 . A maior<br />
cachoeira <strong>de</strong> Ubatuba ganhou<br />
<strong>de</strong>staque na matéria <strong>de</strong> Ana<br />
Pavão nas paginas 12, 14 e<br />
15.<br />
A Água Branca, cujo nome original<br />
é Santa Maria da Água<br />
Branca é <strong>de</strong>scrita pela autora<br />
como seu tamanho, 300 metros<br />
<strong>de</strong> queda d’água, sendo<br />
incrível e que este tamanho<br />
proporciona uma visão <strong>de</strong> tirar<br />
o fôlego, em meio a fascinante<br />
Mata Atlântica. Os amantes<br />
da natureza local, moradores<br />
tradicionais se sentiram orgulhosos<br />
com a matéria e que<br />
sua preservação é parte dos<br />
trabalhos <strong>de</strong> pelo menos duas<br />
gerações iniciados na década<br />
<strong>de</strong> 1960, aon<strong>de</strong> vários especuladores<br />
tentaram tomar as<br />
terras em seu entorno.<br />
Outra matéria <strong>de</strong> suma importância<br />
foi a da publicação<br />
da Birdwatching, escrita por<br />
Carlos Rizzo, intitulado “Mais<br />
e mais lugares em Ubatuba”,<br />
on<strong>de</strong> relata os trabalhos iniciados<br />
no Sertão da Quina<br />
citando os moradores para a<br />
qualificação <strong>de</strong> Observadores<br />
<strong>de</strong> Aves.<br />
Com duas paginas fala do<br />
entusiasmo daquela população<br />
aos olhares para as aves.<br />
Descreve que na semana da<br />
matéria foi fotografado um espécime<br />
raro, das famílias dos<br />
pombos a Pararu-azul (Blue<br />
Ground-Dove) fotografado<br />
pelo observador <strong>de</strong> aves Ro-<br />
uma comunida<strong>de</strong> distante pô<strong>de</strong><br />
aproveitar o melhor da vida e<br />
da experiência vivida num belo<br />
beto <strong>de</strong> Oliveira.<br />
A Pararu possui apenas sete registros<br />
fotográficos no estado <strong>de</strong> São Paulo, sendo,<br />
portanto um registro difícil <strong>de</strong> fotografar. O texto<br />
termina ainda convidando a todos para fotografar<br />
rarida<strong>de</strong>s, bastando falar com o pessoal da aregião sul.<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação feminina<br />
em ser avó, mãe, esposa, filha,<br />
administradora e mestra.
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 11<br />
Minha primeira Mestra<br />
CRISTINA DE OLIVEIRA<br />
Entre tantas coisas que me<br />
fazem sentir sauda<strong>de</strong>s, as recordações<br />
maternas <strong>de</strong> minha<br />
infância são as que mais me<br />
emocionam. A primeira lição<br />
<strong>de</strong> casa não era aquela que<br />
passávamos o lápis nas folhas<br />
<strong>de</strong> pão (bengala), era a<br />
do aprendizado da obediência<br />
e do respeito aos mais velhos,<br />
das bênçãos recebidas e solicitadas<br />
a nossos pais, padrinhos,<br />
tios, dos exemplos puros<br />
e verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> pessoas<br />
<strong>de</strong> bem. Para sermos alguém<br />
temos que respeitar para sermos<br />
respeitados.<br />
Quando criança acompanhava<br />
minha mãe ir lavar roupa<br />
no ribeirão, cantando e sorrindo<br />
nos ensinava a <strong>de</strong>ixar a<br />
roupa “arvinha” (branca). Era<br />
assim, ela esfregava a roupa<br />
com sabão ou pedrinhas <strong>de</strong><br />
anil, batiam-nas nas pedras e<br />
<strong>de</strong>pois colocavam para coroar<br />
no sol. Na vida, tínhamos que<br />
limpar as coisas ruins, lavar a<br />
sujeira com sabão e muitas<br />
vezes bater na pedra para ficarmos<br />
ao sol. Sem luxo e<br />
sem frescura, meu quintal era<br />
la<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> fruteiras e flores a<br />
per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista, que, bem cuidada<br />
por mamãe, emoldurava<br />
minha casa <strong>de</strong> cores e sabores,<br />
às vezes parecia que ela<br />
conversava com as plantas.<br />
Tudo que cuidamos com muito<br />
carinho retorna saboroso e<br />
florido, era o que nós percebíamos.<br />
Como respeito e aprendizado,<br />
hoje, ainda peço a benção<br />
a meu pai e <strong>de</strong> minha mãe,<br />
já falecida, como forma <strong>de</strong><br />
preservar sua memória. Nossa<br />
sala <strong>de</strong> aula era a sala <strong>de</strong><br />
casa, precisamente no centro.<br />
Era na sala que ficava o<br />
Oratório, ao lado o quadro do<br />
Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus e<br />
Maria, uma imagem <strong>de</strong> Nos-<br />
sa Senhora Aparecida benzida<br />
em Aparecida do Norte, um<br />
crucifixo com a imagem do<br />
Nosso Senhor morto, um vaso<br />
com flores, que trocávamos<br />
todos os dias e os terços da<br />
família. Tudo isto compunha<br />
o tão respeitado local <strong>de</strong> oração.<br />
Neste lugar da casa minha<br />
mãe intercedia por nós.<br />
Ela agra<strong>de</strong>cia e, muitas vezes,<br />
chorava por sentir-se amargurada<br />
ou triste. Depois das orações<br />
ela se levantava (o corpo<br />
e a alma), recomeçava a luta,<br />
reagia a tudo com muita energia,<br />
com uma garra que nos<br />
fazia sentir uma segurança<br />
fora do comum.<br />
Para mim minha mãe sempre<br />
foi uma pessoa iluminada<br />
com muita força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>,<br />
capaz <strong>de</strong> suportar sua própria<br />
dor física. Era uma mulher incansável<br />
e que viva para dar<br />
exemplos e nos ensinar sobre<br />
as coisas simples, a vida na<br />
mais pura sintonia com Deus.<br />
O fato <strong>de</strong> ser do mato, roceira,<br />
com as mãos cheias <strong>de</strong> calo,<br />
não diminuía nem um pouco<br />
sua meiguice <strong>de</strong> mãe, seus carinhos<br />
verda<strong>de</strong>iros, que, mes-<br />
mo cansada às vezes, sujas<br />
<strong>de</strong> terra, sempre estava linda,<br />
e, igualzinho a mãe <strong>de</strong> Jesus,<br />
que muita gente mal diz, daquela<br />
que está no oratório <strong>de</strong><br />
minha sala, <strong>de</strong> meu coração e<br />
<strong>de</strong> minha mente, que sempre<br />
me fazia ter um baita orgulho<br />
<strong>de</strong> minha mãe, que através das<br />
rezas dos terços, das dores do<br />
silencio, do carinho incondicional,<br />
do amor puro e verda<strong>de</strong>iro,<br />
do sacrifício real foi, é e<br />
será minha primeira mestra.<br />
Comece você a lembrar o<br />
lado puro e simples da vida,<br />
veja quanto ensinamento sua<br />
mãe <strong>de</strong>ixou e você não percebeu.<br />
Tenha alguém a quem<br />
se espelhar, um exemplo claro<br />
<strong>de</strong> amor. Foi uma mãe pura<br />
que viu seu filho sofrer na<br />
cruz e por puro amor,o mais<br />
puro amor acompanhou, chorou,<br />
sofreu e ergueu o rosto<br />
a ver seu filho ao encontro do<br />
pai. Por isso peça à mãe que<br />
o filho aten<strong>de</strong>rá, a não ser<br />
aos que acreditam que nosso<br />
Deus é órfão <strong>de</strong> mãe. Ela foi a<br />
mestras das mestras, na qual<br />
minha mãe se espelhava e a<br />
nós dava o mais belo exemplo.
Página 12 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
Gente da Nossa História Benedito Luiz <strong>de</strong> Deus (Nanzinho): O alegre diplomata<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Nascido em dois <strong>de</strong> janeiro<br />
<strong>de</strong> 1946, este ilustre morador<br />
não sabia que <strong>de</strong>ixaria sua<br />
marca na história local. Sua<br />
alegria foi tão contagiante<br />
que todo mundo, todo mundo<br />
mesmo tem recordações<br />
alegres para contar. Quando<br />
criança <strong>de</strong>u muito orgulho e<br />
por vezes muito trabalho aos<br />
pais, Dona Dorcelina Margarida<br />
do Prado e Seu Manoel<br />
Luiz <strong>de</strong> Deus-Tio Santana. De<br />
família simples era da época<br />
do pedido das bênçãos aos<br />
mais velhos, do carinho real e<br />
verda<strong>de</strong>iro. No seio da família<br />
dividia as tarefas e as alegrias<br />
com os irmãos Margarida,<br />
Aparecida, Luiz e José. Des<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criança gostava <strong>de</strong> “ bater<br />
perna”.<br />
Na juventu<strong>de</strong> saía com o<br />
time <strong>de</strong> futebol, quando conheceu<br />
ainda pequena quem<br />
seria sua doce amada. Ela tinha<br />
doze anos apenas quando<br />
Benedito a viu atravessar<br />
o campo das Palmeiras, disse<br />
ele aos amigos: “Óh, é com<br />
esta que eu vou casar!”. De<br />
fato, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito tempo<br />
aconteceu o casório. A família<br />
<strong>de</strong>sceu a serra pelo caminho<br />
dos tropeiros com carne<br />
<strong>de</strong> porco, travesseiro, roupas,<br />
cachorro, papagaio, toda a<br />
família, foi uma bela romaria.<br />
Antes, porém, o baile doo noivado<br />
foi movido a vitrola <strong>de</strong><br />
pilha levada pelo amigo Mané<br />
Fi<strong>de</strong>ncio.<br />
No dia 5 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />
1972, ele com 30 anos, casou-<br />
-se com Benedita Maria <strong>de</strong><br />
Deus, com 22 anos, filha <strong>de</strong><br />
João Teodoro <strong>de</strong> Campos e<br />
Geralda Maria <strong>de</strong> Campos, todos<br />
da Serra Acima. O casório<br />
aconteceu pelas mãos e bênçãos<br />
do Frei José na Capela<br />
do Sertão da Quina. Quase<br />
não houve casamento porque<br />
a certidão da esposa era<br />
feito a mão, escrita a pena.<br />
Enquanto rolava o casamento<br />
uma mulherada foi fazendo<br />
o bolo, outros arrumavam a<br />
casa, outros o churrasco, fizeram<br />
um mutirão para Benedito<br />
casar. O casal veio na tobata<br />
do Izu até a casa da dona<br />
Dulce. Enfim a festa estava<br />
pronta e foi um sucesso.<br />
Do matrimonio nasceram<br />
os filhos Lucimara, Lucilene,<br />
Lucimeire, Cláudio, Jal<strong>de</strong>, Gisele,<br />
Bruno e César. Ainda<br />
jovem recebeu o apelido <strong>de</strong><br />
Nanzinho, como foi chamado<br />
até o fim da vida. Dizem que o<br />
casamento só <strong>de</strong> fato aconteceu<br />
porque o sogro <strong>de</strong>u uma<br />
intimada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nove meses<br />
<strong>de</strong> namoro. Foram muitos<br />
cafés no bule, com virado <strong>de</strong><br />
feijão Ele sempre aprontava<br />
alguma coisa, nas idas a Palmeirassempreaprontavam<br />
alguma<br />
coisa, quando<br />
não era com<br />
os bois, eram<br />
com os cavalos<br />
do caminho.<br />
Certa vez<br />
tentou domar<br />
um cavalo: “É<br />
pra cá cavalo,<br />
é pro lado <strong>de</strong><br />
cá que eu quero<br />
ir, vamo,<br />
vamo!”. Outras<br />
vezes<br />
olhava para<br />
cima e com a<br />
ajuda <strong>de</strong> outros<br />
amigos<br />
fazia alguém<br />
pisar no formigueiro,todos<br />
riam da<br />
situação. Nanzinho já teve patrão<br />
importante, nada mais do<br />
que o ex-presi<strong>de</strong>nte do Brasil<br />
João Goulard.<br />
Dizem os amigos que estava<br />
ficando preocupado, via os<br />
amigos se casarem e ele não<br />
queria ficar para traz. Modéstia<br />
parte, ele pertencia a um<br />
grupo <strong>de</strong> vencedores, <strong>de</strong> gente<br />
bons <strong>de</strong> bola. Eram vários<br />
os campeonatos que ganhavam.<br />
Certa vez eles haviam<br />
jogado três jogos em um só<br />
dia e como estavam cansados<br />
ele e Dito Eusébio resolveram<br />
relaxar com os amigos no rio<br />
com um santo remédio. Foram<br />
molharam as pernas e passaram<br />
um bloco que fazia espuma,<br />
<strong>de</strong>scansaram e foram<br />
ao jogo, ganharam mais uma<br />
partida <strong>de</strong> futebol, só <strong>de</strong>pois<br />
que foram saber que estavam<br />
passando na perna pedras <strong>de</strong><br />
sabão, não era remédio ne-<br />
nhum. Pra fazer graça pegava<br />
um violão e tocava e cantava<br />
“pra mó<strong>de</strong> dizer que era cantadô<br />
dos Bão”. Como não sabia<br />
as notas tocava as garné.<br />
Nanzinho gostava das coisas<br />
simples, <strong>de</strong> novela, <strong>de</strong> pudim<br />
<strong>de</strong> leite, <strong>de</strong> galinha caipira e<br />
peixe preparado <strong>de</strong> qualquer<br />
jeito. Uma vez tomou uma<br />
bronca da esposa porque <strong>de</strong>ixou<br />
<strong>de</strong> buscar um documento<br />
na cida<strong>de</strong> por conta do final<br />
da novela. Assistia às novelas<br />
do dia e <strong>de</strong> todos os canais.<br />
Nesse tempo não atendia ninguém.<br />
Ele era tão atentado<br />
que conseguiu colocar um par<br />
<strong>de</strong> óculos num <strong>de</strong>funto on<strong>de</strong><br />
havia ido a um velório na cida<strong>de</strong>.<br />
Em outros ele contava<br />
tanto caso que muitos riam<br />
das lembranças boas do falecido<br />
ali imóvel. Em todos os<br />
velórios que ía lembrava algo<br />
engraçado pra contar, fazia<br />
todos rirem mesmo nesta hora<br />
triste.<br />
Certa vez com um amigo foi<br />
a Taubaté buscar uma grana<br />
boa, subiram a serra, chegaram<br />
ao banco e ele não ia<br />
abrir, então resolveram ir ao<br />
um restaurante comeram a<br />
doidado e um pensando que<br />
o outro tinha dinheiro para<br />
pagar. Na porta um cidadão<br />
pedira dinheiro para comida<br />
e o amigo <strong>de</strong>u cinco “conto”,<br />
dinheirão para a época. Bom<br />
na hora <strong>de</strong> pagar a conta cadê<br />
o dinheiro. Sorte que a esposa<br />
do amigo estava por perto,<br />
numa cida<strong>de</strong> vizinha.<br />
Nanzino também vinha do<br />
Tom Bar por volta das cinco da<br />
manha quando a policia cercou<br />
o ônibus. Com ele estava<br />
o Geraldo, Simão, Mosquito,<br />
Dimas, Manézinho na maior<br />
farra. Ele se fez <strong>de</strong> dorminhoco,<br />
então a policia fez todos<br />
<strong>de</strong>scerem. Geraldo reclamou<br />
que se pren<strong>de</strong>sse eles, tinham<br />
<strong>de</strong> pren<strong>de</strong>r<br />
também o<br />
Nanzinho.<br />
Este se fez<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sentendido<br />
e disse<br />
que era um<br />
homem casado,<br />
que não<br />
os conhecia e<br />
que veio neste<br />
ônibus porque<br />
não havia<br />
outra condução.<br />
Todos<br />
<strong>de</strong>sceram<br />
no Lazaro e<br />
vieram a pé,<br />
Nanzinho ficou<br />
no ônibus<br />
e quando eles<br />
se encontraram<br />
botaram<br />
a rir.<br />
Ele ainda<br />
quando criança quebrou o pilão<br />
da mãe para fazer lenha.<br />
Num café comunitário ele e o<br />
amigo Thomé sentaram, não<br />
perguntaram nada a ninguém,<br />
começaram a comer os queijos,<br />
ao lado um casal comeu<br />
poucos pedaços e em seguida<br />
foi pagar a um moço, um<br />
olhou para o outro e como se<br />
dizendo tem que pagar? Sorte<br />
que tinham o dinheiro. No sitio<br />
do amigo foi ao fundo pegar<br />
boldo para um chá quando começou<br />
a falar alto <strong>de</strong>mais, segundo<br />
ele tinha visto uma assombração<br />
e com medo falou<br />
alto dizendo que tinha alguém<br />
com ele.<br />
Na cida<strong>de</strong> se fez <strong>de</strong> milionário,<br />
comentava que a vida<br />
<strong>de</strong> rico era uma tristeza, que<br />
gastava a maioria do dinheiro<br />
com seguranças, passava<br />
apuro em suas terras, todos<br />
queriam roubar-lhe o dinhei-<br />
ro, como falava serio alguns<br />
até acreditavam. A esposa havia<br />
ganhado um par <strong>de</strong> tênis<br />
feminino, ele não percebeu<br />
colocou-o no pé e saiu pra cida<strong>de</strong>,<br />
meia hora <strong>de</strong>pois tirou<br />
do pé se mardizendo do calcado<br />
e continuou a pé. Nanzinho<br />
é um gran<strong>de</strong> companheiro,<br />
até multa da policia ambiental<br />
era motivo para riso. Qualquer<br />
<strong>de</strong>sentendimento era resolvido<br />
na maior diplomacia: “Era<br />
assim, mas não era bem assim,<br />
enten<strong>de</strong>.”, “Aconteceu<br />
sim, mas não é para ficar tão<br />
assim”. Nanzinho teve o privilégio<br />
<strong>de</strong> jantar com o padre<br />
Antonio Maria, Pe. Carlos e<br />
Pe. Alessandro como se fosse<br />
uma <strong>de</strong>spedida. Adoentado e<br />
hospitalizado ele continuava<br />
a alegrar a todos no hospital,<br />
mas com as esperanças renovadas,<br />
a família levou um<br />
gran<strong>de</strong> susto.<br />
Nanzinho havia partido no<br />
dia que em receberia alta médica.<br />
Era 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />
<strong>2011</strong>, 6:30 da manhã. Neste<br />
fatídico dia ele se foi na frente<br />
do filho Jal<strong>de</strong>. Na hora do<br />
banho sofreu uma parada cardiorrespiratória<br />
e um aci<strong>de</strong>nte<br />
vascular cerebral, fixou os<br />
olhos na face do filho, apertou<br />
seus braços e se foi, o filho<br />
pediu socorro, o que aconteceu,<br />
mas infelizmente ele<br />
havia partido, para sempre.<br />
A esposa confessa que no dia<br />
anterior havia dito que ele iria,<br />
que ia morrer, infelizmente<br />
ele estava com a razão. A tristeza<br />
foi gran<strong>de</strong>, a falta <strong>de</strong>ste<br />
gran<strong>de</strong> companheiro, amigo,<br />
homem, pai, avo e vizinho é<br />
muito gran<strong>de</strong>. Só a alma para<br />
enten<strong>de</strong>r as dores do silencio<br />
sentido por todos. Este, um<br />
verda<strong>de</strong>iro homem, que fazia<br />
<strong>de</strong> tudo para achegarmos ao<br />
fogão <strong>de</strong> lenha para um boa<br />
prosa, <strong>de</strong>ixa sauda<strong>de</strong>s e um<br />
legado <strong>de</strong> alegrias e experiência<br />
<strong>de</strong> vida. Despeço-me sabendo<br />
que estas palavras são<br />
muito pouco perto do que <strong>de</strong>le<br />
po<strong>de</strong>ria se escrever e agra<strong>de</strong>ço<br />
a Deus por ter o privilegio e<br />
a honra <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e conhecer<br />
este que para mim foi um<br />
diplomada sorri<strong>de</strong>nte e soube<br />
como ninguém aproveitar a<br />
vida.
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 13<br />
Dicionário <strong>de</strong> vocábulos e expressões caiçaras - Parte 4<br />
BOMBORDO - (s.m.) -esquerda<br />
do navio, para quem olha<br />
da popa para a proa.<br />
BONITO-LINDO - (s.m.) - um<br />
tipo <strong>de</strong> pássaro, do porte das<br />
saíras, <strong>de</strong> corpo amarelo e<br />
dorso azulado.<br />
BóQUE - ( s.m.) - tipo <strong>de</strong> jogo<br />
infantil jogado com bola <strong>de</strong><br />
gu<strong>de</strong> ( bolinha <strong>de</strong> vidro ) ou<br />
com minguito ( sementes <strong>de</strong><br />
abricó ) nos boques ( buracos<br />
cavados na areia ).<br />
BOQUêRA - (s.f.) – boqueira,<br />
ulceração nos cantos da boca.<br />
BOQUéCA - ( s.f.) - mesmo<br />
que moqueca.<br />
BOQUINHA DA NOITE - (s.f.) -<br />
um pouquinho antes do anoitecer<br />
; início da noite.<br />
BORDãO - ( s.m.) - cajado;<br />
bastão.<br />
BORDEJADA - (s.f.) - diz-se da<br />
canoa com bordas altas, para<br />
pesca no mar alto.<br />
BORDOADA - (s.f.) - pancada<br />
com o bordão.<br />
BOREAL - ( s.m. ) - tolo ; ruim<br />
da cabeça ; apalermado.<br />
BORéSTE - ( s.m.) -mesmo<br />
que estibordo.<br />
BORNá - ( s.m. ) – embornal;<br />
saco <strong>de</strong> pano com provisões<br />
do farnel. Sacola com alça,<br />
que se leva pendida do ombro.<br />
BOROCOXô - ( s.m. ) - pessoa<br />
mole; fraca ; sem coragem.<br />
BORRADO(R) - ( s.m. ) - livro<br />
on<strong>de</strong> os comerciantes anotam<br />
suas operações.<br />
BORRADô(R) DE COSTEIRA<br />
- (adj.) aquele pescador que<br />
não é chegado no serviço<br />
pesado, que enquanto os outros<br />
trabalham, pescam ele<br />
fica apenas dormindo.<br />
BORROLãO -( s.m.) - semente<br />
do guapiruvu.<br />
BOTá(R) ABAIXO - ( loc.v. ) -<br />
<strong>de</strong>rrubar; <strong>de</strong>molir.<br />
“ no cortá a a arvore, jogô por<br />
cima da casa e botô tudo abaxo,<br />
pinchô tudo no chão “<br />
BOTá PRá TERRA - ( loc.v. ) -<br />
tirar algo do mar e puxar para<br />
a terra; trazer algo do<br />
mar para a praia ou para a<br />
costeira.<br />
BOTá FORA - (loc. v. ) - jogar;<br />
<strong>de</strong>spojar-se <strong>de</strong>; <strong>de</strong>spreen<strong>de</strong>r-<br />
-se ;<br />
“ O tar do Dimirço intão qué<br />
isperto, botô fora tudo, o dinherinho<br />
que ganhô c’a pescaria<br />
“<br />
BOTá NA SEVA - ( loc.v. ) - engordar<br />
a criação, fechada no<br />
cativeiro.<br />
BOTá REPARO - ( loc.v. ) - reparar<br />
; obsevar; ver ; notar;<br />
“ das coisa <strong>de</strong>la não cuida,<br />
mas vive botando reparo na<br />
dos otro “<br />
BOTECO - ( s.m. ) - bar; botequim.<br />
BRAÇA - ( s.f. ) - medida <strong>de</strong><br />
cordames, ma<strong>de</strong>iras e terrenos,<br />
equivalente a 2,20 metros.<br />
Obtem-se uma braça, tomando<br />
com a mão direita, a ponta<br />
inicial <strong>de</strong> uma corda<br />
ou cipó, esten<strong>de</strong>ndo-a sobre o<br />
peito e, com os braços abertos<br />
e inclinados para trás,<br />
retomando-a , com a mão<br />
esquerda, no ponto on<strong>de</strong> a<br />
corda ou cipó, atinge o grau<br />
maximo<br />
<strong>de</strong> abertura natural. Trezentas<br />
braças <strong>de</strong> terra equivalem a<br />
cerca <strong>de</strong> 660 metros<br />
ou a uma quarta <strong>de</strong> alqueire.<br />
BRAÇADO - ( s.m. ) - medida<br />
correspon<strong>de</strong>nte àquilo que se<br />
po<strong>de</strong> abranger com os<br />
braços; uma porção ; uma<br />
braçada.<br />
“incomen<strong>de</strong>i um cento <strong>de</strong> lenha<br />
pro Firmino, más ele só<br />
troxe um braçado, porque não<br />
tinha<br />
mais “<br />
BRéGUéSSE- ( s.m. ) - coisa<br />
in<strong>de</strong>terminada; pessoa impertinente.<br />
BREU - ( s.m. ) - escuridão ;<br />
escuro como breu.<br />
BROQUEADO - ( adj. ) - atacado<br />
pela broca; estado da<br />
ma<strong>de</strong>ira perfurada por larvas;<br />
carunchado; esburacado .<br />
“ aquela zinha ali tá perfeitinhazinha<br />
, num tem broqueado<br />
nem nada “<br />
BROTOEJA - ( s.f. ) - erupções<br />
cutâneas concentradas em<br />
<strong>de</strong>terminadas partes do<br />
corpo, provocando prurido,<br />
avermelhamento da pele e coceira.<br />
“ aquela zinha minha tá c’uma<br />
brotoejada danada na cabeça;<br />
<strong>de</strong>ve <strong>de</strong> sê do calor, intão “<br />
BRUACA - ( s.f.) - meretriz.<br />
BRUNIDO - ( adj.) - polido; diz<br />
-se do arroz beneficiado.<br />
BUCHA - (s.f.) - pedaço <strong>de</strong><br />
pão ou uma colherada <strong>de</strong> arroz<br />
engolido rapidamente,<br />
quando se está com pressa ou<br />
não se tem muita fome ; comida<br />
sem valor.<br />
BUCHO - ( s.m.) - ventre; barriga;<br />
estômago.<br />
BUCHO DE BAGRE - (s.m.) -<br />
nome dado à Ankilostomina ,<br />
antigo lombrigueiro; vermífugo.<br />
BUFANDO - ( v.i. ) - encolerizado,<br />
enfurecido , raivoso.<br />
BULADA - ( s.f.) - bule cheio<br />
<strong>de</strong> alguma coisa ( bulada <strong>de</strong><br />
café ).<br />
BULE - (s.m.) - recipiente com<br />
tampa, asa e bico, em que se<br />
servem chá, café, chocolate.<br />
BULí(R) - (v.t.) - Pôr as mãos;<br />
tocar mexer; tocar; perturbar;<br />
provocar verbalmente;<br />
“ esse pessoar não tem diciprina;<br />
anda bulindo nas coisa<br />
dos otros “<br />
BUNDA DE SANTO - (adj. ) -<br />
pessoa rabisseca; que tem a<br />
bunda pequena.<br />
BURUCUTú - ( interj. ) - indica<br />
movimento brusco; queda repentina;<br />
o mesmo que<br />
tibum “ pacaum .<br />
“ Acabô <strong>de</strong> armoçá e burucutu<br />
na água “ Não dá pra piscá<br />
o zolho que ele burucutu, pá<br />
<strong>de</strong>ntro “.<br />
CABADô - ( s.m. ) - artesão<br />
que lavra o corte para a fabricação<br />
da canoa; carpinteiro<br />
rústico que trabalha com o<br />
machado, facão e o enxó, no<br />
acabamento da canoa.O corte<br />
<strong>de</strong> canoa é tirado no sertão e<br />
carregado pelo rio, ou rebocado<br />
pela praia, até o<br />
rancho do cabadô.<br />
CABEÇA DE NEGRO -( s.f.) -<br />
um tipo <strong>de</strong> bombinha das festas<br />
juninas.<br />
CABEÇA DE ONDA - ( s.f. ) -<br />
movimento das ondas do mar<br />
agitado on<strong>de</strong>, no contorno<br />
dos vagalhões, <strong>de</strong>lineiam-se<br />
inumeros montículos.<br />
CABEÇA DE PREGO - ( s.f.) -<br />
um tipo <strong>de</strong> furúnculo.<br />
CABEÇO DE ONDA - ( s.m.) -<br />
mesmo que cabeça <strong>de</strong> onda .<br />
CABEU ( v.t.i.) – coube; po<strong>de</strong>r<br />
ser contido; po<strong>de</strong>r estar <strong>de</strong>ntro,<br />
caber,entrar,passar.<br />
” Eu não medi, mas cabeu direitinho<br />
<strong>de</strong>ntro”<br />
CABO - ( s.m. ) - corda <strong>de</strong><br />
cipó, algodão ou naylon usada<br />
nas li<strong>de</strong>s maritímas .<br />
“ quando chegá la fora, a hora<br />
que acabá o cabo, mecê faiz a<br />
vorta e começa a largá a re<strong>de</strong>”<br />
Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁ-<br />
BULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CA-<br />
NANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-<br />
Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca<br />
Nacional do Ministério da Cultura para Edgar<br />
Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .
Página 14 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> <strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong><br />
SOC - Sistema Operacional do Casamento<br />
ABERTURA DE CHAMADO<br />
Sistema Operacional do Casamento...<br />
(Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ler a<br />
resposta do técnico)<br />
Prezado Técnico,<br />
Há um ano e meio troquei o<br />
programa [Noiva 1.0] pelo<br />
[Esposa 1.0] e verifiquei que<br />
o Programa gerou um aplicativo<br />
inesperado chamado<br />
[Bebê.exe ] que ocupa muito<br />
espaço no HD.<br />
Por outro lado, o [Esposa1.0]<br />
se auto-instala em todos os<br />
outros programas e é carregado<br />
automaticamente assim<br />
que eu abro qualquer aplicativo.<br />
Aplicativos como [Cerveja_Com_A_Turma<br />
0.3], [Noite_De_Farra<br />
2.5] ou [Domingo_De_Futebol<br />
2.8], não<br />
funcionam mais, e o sistema<br />
trava assim que eu tento carregá-los<br />
novamente.<br />
Além disso, <strong>de</strong> tempos em<br />
tempos um executável oculto<br />
(vírus) chamado [Sogra 1.0]<br />
aparece, encerrando Abruptamente<br />
a execução <strong>de</strong> um comando.<br />
Não consigo <strong>de</strong>sinstalar este<br />
programa. Também não consigo<br />
diminuir o espaço ocupado<br />
pelo [Esposa 1.0] quando estou<br />
rodando meus aplicativos<br />
preferidos.<br />
Sem falar também que o programa<br />
[Sexo 5.1] sumiu do HD.<br />
Eu gostaria <strong>de</strong> voltar ao programa<br />
que eu usava antes, o<br />
[Noiva 1.0], mas o comando<br />
[Uninstall.exe] não funciona<br />
a<strong>de</strong>quadamente.<br />
Po<strong>de</strong>ria ajudar-me? Por favor!<br />
Ass: Usuário Arrependido<br />
RESPOSTA:<br />
Prezado Usuário,<br />
Sua queixa é muito comum<br />
entre os usuários <strong>de</strong>sse<br />
programa; mas é <strong>de</strong>vido<br />
na maioria das vezes, a<br />
um erro básico <strong>de</strong> conceito:<br />
muitos usuários migram<br />
<strong>de</strong> qualquer versão<br />
[Noiva 1.0] para [Esposa<br />
1.0] com a falsa idéia <strong>de</strong><br />
que se trata <strong>de</strong> um aplicativo<br />
<strong>de</strong> entretenimento<br />
e utilitário.<br />
Entretanto, o [Esposa<br />
1.0] é muito mais do que<br />
isso: é um sistema operacional<br />
completo, criado<br />
para controlar todo o sistema!<br />
É quase impossível <strong>de</strong>sinstalar<br />
[Esposa 1.0] e<br />
voltar para uma versão [Noiva<br />
1.0], porque há aplicativos<br />
criados pelo [Esposa 1.0],<br />
como o [Filhos.dll], que não<br />
po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>letados, também<br />
ocupam muito espaço,<br />
e não rodam sem o [Esposa<br />
1.0].<br />
É impossível <strong>de</strong>sinstalar, <strong>de</strong>letar<br />
ou esvaziar os arquivos<br />
dos programas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instalados.<br />
Você não po<strong>de</strong> voltar<br />
ao [Noiva 1.0] porque [Esposa<br />
1.0] não foi programado para<br />
isso.<br />
Alguns usuários tentaram formatar<br />
todo o sistema para em<br />
seguida instalar a [Noiva Plus]<br />
ou o [Esposa 2.0], mas passaram<br />
a ter mais problemas do<br />
que antes.<br />
Leia os capítulos ‘Cuidados<br />
Gerais’ referente a ‘ Pensões<br />
Alimentícias’ e ‘ Guarda das<br />
crianças’ do software [CASA-<br />
MENTO].<br />
Uma das melhores soluções é<br />
o comando [DESCULPAR.EXE /<br />
flores/all] assim que aparecer<br />
o menor problema ou se travar<br />
o programa. Evite o uso excessivo<br />
da tecla [ESC] (escapar).<br />
Para melhorar a rentabilida<strong>de</strong><br />
do [Esposa 1.0], aconselho o<br />
uso <strong>de</strong> [Flores 5.1], [Férias_<br />
No_Caribe 3.2] ou [Jóias 3.3].<br />
Os resultados são bem interessantes!<br />
Mas nunca instale [Secretária_De_Minissaia<br />
3.3], [Antiga_Namorada<br />
2.6] ou [Turma_Do_Chopp<br />
4.6 ], pois não<br />
funcionam <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
ter sido instalado o<br />
[Esposa 1.0] e po<strong>de</strong>m<br />
causar problemas<br />
irreparáveis ao<br />
sistema.<br />
Com relação ao programa<br />
[Sexo 5.1],<br />
esqueça! Esse roda<br />
quando quer.<br />
Se você tivesse procurado<br />
o suporte<br />
técnico antes <strong>de</strong> instalar<br />
o [Esposa1.0]<br />
a orientação seria:<br />
NUNCA INSTALE O<br />
[ESPOSA 1.0] sem<br />
ter a certeza <strong>de</strong> que<br />
é capaz <strong>de</strong> usá-lo!<br />
NOTA: SÃO POUCOS, MUI-<br />
TO POUCOS OS USUÁRIOS<br />
QUE CONSEGUEM DOMINAR<br />
O PROGRAMA [ESPOSA 1.O]<br />
E UTILIZA-LO DE MANEIRA<br />
PLENA; É EXTREMAMENTE<br />
COMPLEXO.<br />
Ass: Técnico
<strong>27</strong> <strong>Dezembro</strong> <strong>2011</strong> <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 15<br />
Coluna da<br />
Conta-se que, por volta do<br />
ano 250 a.C, na China antiga,<br />
um príncipe da região norte<br />
do País estava às vésperas <strong>de</strong><br />
ser coroado Imperador, mas,<br />
<strong>de</strong> acordo com a lei, <strong>de</strong>veria<br />
se casar. Sabendo disso, resolveu<br />
fazer uma disputa entre<br />
as moças da corte, inclusive<br />
quem quer que se achasse<br />
digna <strong>de</strong> sua proposta que<br />
não pertencesse à corte.<br />
No dia seguinte, o príncipe<br />
anunciou que receberia, numa<br />
celebração especial, todas as<br />
preten<strong>de</strong>ntes e apresentaria<br />
um <strong>de</strong>safio. Uma velha senhora,<br />
serva do palácio há muitos<br />
anos, ouvindo os comentários<br />
sobre os preparativos, sentiu<br />
uma leve tristeza, pois sabia<br />
que sua jovem filha nutria um<br />
sentimento <strong>de</strong> profundo amor<br />
pelo príncipe.<br />
Ao chegar à casa e relatar<br />
o fato à jovem filha, espantou-<br />
-se ao saber que ela já sabia<br />
sobre o dasafio e que pretendia<br />
ir à celebração.<br />
Então, indagou incrédula:<br />
— Minha filha, o que você fará<br />
lá? Estarão presentes todas as<br />
mais belas e ricas moças da<br />
corte. Tire esta idéia insensata<br />
da cabeça. Eu sei que você<br />
<strong>de</strong>ve estar sofrendo, mas não<br />
transforme o sofrimento em<br />
loucura.<br />
A filha respon<strong>de</strong>u: — Não,<br />
querida mãe. Não estou sofrendo<br />
e muito menos louca.<br />
Eu sei perfeitamente que ja-<br />
Cultive sua Flor<br />
mais po<strong>de</strong>rei ser a escolhida.<br />
Mas é minha única oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ficar, pelo menos<br />
alguns momentos, perto do<br />
príncipe. Isto já me torna feliz.<br />
À noite, a jovem chegou<br />
ao palácio. Lá estavam, <strong>de</strong><br />
fato, todas as mais belas moças<br />
com as mais belas roupas,<br />
com as mais belas jóias<br />
e com as mais <strong>de</strong>terminadas<br />
intenções. Então, inicialmente,<br />
o príncipe anunciou o <strong>de</strong>safio:<br />
— Darei a cada uma <strong>de</strong><br />
vocês uma semente. Aquela<br />
que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seis meses, me<br />
trouxer a mais bela flor, será<br />
escolhida minha esposa e futura<br />
Imperatriz da China.<br />
A proposta do príncipe não<br />
fugiu às profundas tradições<br />
daquele povo, que valorizava<br />
muito a especialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivar<br />
algo, sejam relacionamentos,<br />
costumes ou amiza<strong>de</strong>s.<br />
O tempo foi passando. E<br />
a doce jovem, como não tinha<br />
muita habilida<strong>de</strong> nas artes da<br />
jardinagem, cuidava com muita<br />
paciência e ternura a sua<br />
semente, pois sabia que se<br />
a beleza da flor surgisse na<br />
mesma extensão <strong>de</strong> seu amor,<br />
ela não precisaria se preocupar<br />
com o resultado.<br />
Passaram-se três meses<br />
e nada surgiu. A jovem tudo<br />
tentara. Usara <strong>de</strong> todos os<br />
métodos que conhecia, mas<br />
nada havia nascido. Dia após<br />
dia ela percebia cada vez mais<br />
longe o seu sonho; mas cada<br />
A<strong>de</strong>lina Campi<br />
vez mais profundo o seu amor.<br />
Por fim, os seis meses haviam<br />
passado e nada havia brotado.<br />
Consciente do seu esforço<br />
e da sua <strong>de</strong>dicação, a moça<br />
comunicou à mãe que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
das circunstâncias,<br />
retornaria ao palácio<br />
na data e na hora combinadas,<br />
pois não pretendia nada<br />
além <strong>de</strong> mais alguns momentos<br />
na companhia do príncipe.<br />
Na hora marcada estava lá,<br />
com seu vaso vazio, mas todas<br />
as outras jovens com uma<br />
flor mais bela do que a outra,<br />
das mais variadas formas e<br />
cores. Ela estava admirada.<br />
Nunca havia presenciado tão<br />
bela cena.<br />
Finalmente, chega o momento<br />
esperado e o príncipe<br />
passa a observar cada uma<br />
das preten<strong>de</strong>ntes com muito<br />
cuidado e atenção. Após<br />
passar por todas, uma a uma,<br />
ele anunciou o resultado, indicando<br />
a bela jovem que não<br />
levara nenhuma flor, como<br />
sua futura esposa. As pessoas<br />
presentes na corte tiveram<br />
as mais inesperadas reações.<br />
Ninguém compreen<strong>de</strong>u porque<br />
o príncipe havia escolhido<br />
justamente aquela que nada<br />
havia cultivado.<br />
Então, calmamente o príncipe<br />
esclareceu: — Esta foi a<br />
única que cultivou a flor que a<br />
tornou digna <strong>de</strong> se tornar uma<br />
Imperatriz. A flor da Honestida<strong>de</strong>.<br />
Pois, todas as sementes<br />
que entreguei eram estéreis.<br />
Nascimento e vida<br />
Chego<br />
Na hora incerta do que me espera a vida<br />
Choro<br />
Meu primeiro choro, necessida<strong>de</strong> incontida<br />
Sinto<br />
No frio do mundo o calor <strong>de</strong> mãe num colo<br />
Ouço<br />
Murmúrios estranhos e com eles me consolo<br />
Mexo<br />
Meus membros e meu corpo num esforço profundo<br />
Sugo<br />
De minha mãe os seios sentindo o gosto do mundo<br />
Olho<br />
Com olhar ainda nebuloso o cenário ao meu redor<br />
Vejo<br />
Nos olhos <strong>de</strong> meus pais, não só o amor, mas o amor maior<br />
Desejo<br />
Ter comigo esse olhar <strong>de</strong> amor enquanto durar minha presença<br />
Espero<br />
Que os meus prováveis erros jamais abalem essa doce querença<br />
Chego, choro, sinto, ouço, mexo, sugo, olho, vejo, <strong>de</strong>sejo, espero!<br />
Manoel Del Valle Neto