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Fundamento - Associação Templo de Umbanda Pai Oxalá

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5600 9101<br />

Barracão <strong>de</strong> Xangô<br />

Inauguração da nova se<strong>de</strong><br />

<strong>Fundamento</strong><br />

Jornal Umbandista Português<br />

D i s t r i b u i ç ã o G r a t u i t a | S e t e m b r o | O u t u b r o | 2 0 1 0 | N º 0 0 6<br />

<strong>Pai</strong> Ortiz Belo <strong>de</strong> Souza<br />

Fundador da Or<strong>de</strong>m Iniciática dos Portais <strong>de</strong> Libertação<br />

O Diamante<br />

Em busca da felicida<strong>de</strong>


Jornal Umbandista Português<br />

02 | 09 | 10 | 2010<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

Índice<br />

Palavra do Dirigente<br />

«Palavras <strong>de</strong> EXÚ»<br />

Histórias da ATUPO<br />

«O Diamante»<br />

Reportagem<br />

«A Escrita Mágica!»<br />

Entrevista<br />

<strong>Pai</strong> Ortiz Belo <strong>de</strong> Souza<br />

«Fundador da Or<strong>de</strong>m Iniciática dos<br />

Portais <strong>de</strong> Libertação.»<br />

<strong>Umbanda</strong> no Mundo<br />

«Inauguração da nova se<strong>de</strong> do<br />

Barracão <strong>de</strong> Xangô»<br />

Uma Lenda<br />

« Orixalá cria o Mundo<br />

Obatalá cria o Homem»<br />

Doutrina <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />

«A Família <strong>de</strong> Santo»<br />

Ponto Cantado<br />

«Vou fazer um pedido a <strong>Oxalá</strong>»<br />

Sem folha não há Orixá<br />

«A Camomila»<br />

Nota aos nossos leitores!<br />

Depois <strong>de</strong> uma pausa involuntária <strong>de</strong><br />

alguns meses, eis-nos <strong>de</strong> volta com uma<br />

nova imagem, um novo grafismo e cheios<br />

<strong>de</strong> energia para continuar a divulgar a<br />

nossa querida <strong>Umbanda</strong> e acreditando que<br />

a partilha do conhecimento é essencial ao<br />

crescimento <strong>de</strong> todos nós!<br />

Agra<strong>de</strong>cemos a todos os que nos<br />

apoiam nesta nossa caminhada!<br />

Ficha Técnica<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

Jornal Umbandista Português<br />

Proprieda<strong>de</strong> da<br />

Equipa técnica: Mary Nogueira<br />

Leonel Lusquinhos<br />

Director do Jornal<br />

Cláudio Ferreira<br />

Lara Conceição<br />

Vitorino Camelo<br />

Director <strong>de</strong> Conteúdos Revisão<br />

Cláudio Ferreira Mary Nogueira<br />

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Director Comercial<br />

Fre<strong>de</strong>rico Castro<br />

Chefe <strong>de</strong> Redacção<br />

Fernando Silva<br />

Edição Gráfica e<br />

Fotografia<br />

Paulo Fernan<strong>de</strong>s<br />

Bernardo Cruz<br />

Redacção<br />

Miguel Faria<br />

Cláudio Ferreira<br />

Bernardo Cruz<br />

Fernando Silva<br />

Paula Fernan<strong>de</strong>s<br />

Márcia Fernan<strong>de</strong>s<br />

Contacto<br />

Fre<strong>de</strong>rico Castro<br />

fundamento@atupo.com<br />

Palavra do Dirigente<br />

Saudações a todos!<br />

Tivemos no mês passado uma festa em homenagem a Exu! Fez-me lembrar como estas entida<strong>de</strong>s<br />

ainda hoje, com tanta informação, são mal compreendidas. Mas reparamos que a própria comunida<strong>de</strong><br />

umbandista acaba por cometer erros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> continuarem usando imagens <strong>de</strong> Exus e Pombas Giras que<br />

provocam ainda mais essa falta <strong>de</strong> compreensão, filmes no Youtube com giras <strong>de</strong> “Exus” que mais<br />

parecem verda<strong>de</strong>iros filmes <strong>de</strong> terror ou <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> moda...Vamos cultuar a força <strong>de</strong> nossos queridos<br />

Exus e Pomba Giras na sua essência divina e no que eles têm para nos passar, e não no seu aspecto<br />

exterior! Afinal, a nossa religião trabalha o nosso Ser interior! Deixo um texto que recebi por mail e<br />

escrito por autor <strong>de</strong>sconhecido:<br />

Palavras <strong>de</strong> EXÚ<br />

“ Muitos dizem para nossos cavalos que Exú precisa <strong>de</strong> “um agrado” para que possa ajudar e dar<br />

caminho material.<br />

Porque não perguntam a nós, quando estamos incorporados em nossos cavalos?<br />

Como esses que fazem tal afirmação po<strong>de</strong>m saber o que quer ou precisa a entida<strong>de</strong> do seu irmão<br />

<strong>de</strong> terreiro?<br />

Nós é que falamos aos nossos cavalos o que precisamos e o que não precisamos, pois esse é um<br />

trabalho entre médium e entida<strong>de</strong>.<br />

Procuramos nossa evolução para alcançarmos a Luz Maior e para isso precisamos cumprir nossa<br />

tarefa no astral e em terra ,quando trabalhamos com nossos escolhidos.<br />

Permitam, chefes <strong>de</strong> terreiro, zeladores, comandantes que façamos o que nos foi incumbido, mas<br />

para que isso aconteça, precisamos <strong>de</strong> médiuns sérios, que nos respeitem e nos <strong>de</strong>ixem trabalhar<br />

<strong>de</strong>ntro das leis que regem a <strong>Umbanda</strong>!<br />

Precisamos <strong>de</strong> médiuns inteiros, que não nos usem para falar coisas sem fundamentos ou fiquem a<br />

<strong>de</strong>vanear em nome <strong>de</strong> Exú.<br />

Cavalos, aquietem seus corpos e suas mentes para que possamos, por seu intermédio, passar as<br />

mensagens e assim realizar nosso verda<strong>de</strong>iro trabalho <strong>de</strong>ntro da <strong>Umbanda</strong>.<br />

Não se preocupem com nomes, que tipo <strong>de</strong> marafo ou “roupa” que iremos usar, pois isso<br />

acontecerá <strong>de</strong>ntro do tempo correto, mas lembrem-se <strong>de</strong> sentir no âmago <strong>de</strong> seus corações a vibração<br />

que emitimos, pois se não souberem a diferença vibratória entre um Exú da lei <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> e um<br />

Kiumba se fazendo passar por um, então ainda não estão preparados para o real e verda<strong>de</strong>iro<br />

trabalho.”<br />

Um Exú trabalhando para alcançar a Luz Maior<br />

<strong>Pai</strong> Cláudio d´<strong>Oxalá</strong><br />

Histórias da A.T.U.P.O.<br />

O Diamante<br />

«Se virmos a felicida<strong>de</strong> como um diamante, até que ponto a nossa felicida<strong>de</strong> é<br />

d e p e n d e n t e d e e n c o n t r a r u m d i a m a n t e p e r f e i t o ? »<br />

orque será que muitos <strong>de</strong> nós, quando Há pouco tempo atrás, alguém muito querido, o<br />

Pquestionados pelos nossos queridos guias nosso amado <strong>Pai</strong>, o Baiano Pé-<strong>de</strong>-Vento, disse: “Se<br />

quanto àquilo que precisamos, respon<strong>de</strong>mos que virmos a felicida<strong>de</strong> como um diamante, até que<br />

queremos ser felizes? O que é isso da Felicida<strong>de</strong>, ponto a nossa felicida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> enconcomo<br />

po<strong>de</strong>mos ser felizes? Será que felicida<strong>de</strong> para trar um diamante perfeito? Porque muitos <strong>de</strong> nós<br />

mim é o mesmo que para ti ou para ele? Será a felici- passam gran<strong>de</strong> parte da vida em busca do brilho e<br />

da<strong>de</strong> algo que possa ser conquistado, ou, será, por perfeição do diamante? Não terá o diamante a<br />

outro lado, um estado <strong>de</strong> espírito? mesma origem que todas as outras pedras? Não<br />

Será que, para sermos felizes, temos que ter tem ele, em bruto, o mesmo aspecto que as outras<br />

tudo conforme nós queremos ou ambicionamos, ou pedras? Já repararam que o diamante só brilha<br />

será tudo isto uma ilusão e ser feliz é tão simples porque tem uma fonte <strong>de</strong> luz (neste caso, o Sol)?<br />

quanto viver com tudo aquilo que temos... vitórias, Porquê então procurar a perfeição se, muitas vezes,<br />

<strong>de</strong>rrotas, conquistas e perdas, sempre ambicionan- ela advém do trabalho <strong>de</strong> outra pessoa? E o brilho,<br />

do ser um pouco melhor, seja no trabalho, família e ele só existe quando tem luz, pois, sem ela, torna-se<br />

amigos, socieda<strong>de</strong>, etc... Ou, por outro lado, <strong>de</strong>ve- baço e sem cor, significando que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> mais<br />

mos nunca nos contentarmos com aquilo que uma vez <strong>de</strong> terceiros.”<br />

temos e sermos ambiciosos?<br />

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www.atupo.com


006<br />

«muitas vezes po<strong>de</strong>mos encontrar o nosso<br />

diamante on<strong>de</strong> menos esperamos»<br />

Jornal Umbandista Português<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

conseguido terminar a busca. Ficaram aguardar<br />

a chegada <strong>de</strong> Moa, que aconteceu quando a Lua já<br />

ia alta. Este estava bastante cansado, mas vinha<br />

entusiasmado. Quando o Xamã os chamou, toda<br />

a al<strong>de</strong>ia estava atenta. O Xamã pediu para eles<br />

entregarem as pedras pedidas para o ritual. Moa<br />

retirou algumas, pois, segundo ele, não tinha<br />

bem a certeza <strong>de</strong> qual se tratava já que eram<br />

todas semelhantes. O Alli disse que não tinha<br />

nada para apresentar, pois não conseguiu chegar<br />

ao local. O Xamã confirmou a entrega do<br />

diamante <strong>de</strong> Moa e que po<strong>de</strong>ria tomar parte do<br />

rito <strong>de</strong> passagem. Além disso, perguntou a<br />

ambos o que tinham “ganho” com aquela tarefa.<br />

O Moa falou e chegou à conclusão que nada tinha<br />

ganho a não ser trazer o diamante a tempo para a<br />

al<strong>de</strong>ia pois nada se interpôs à sua viagem. Então,<br />

o Xamã elogiou a sua persistência e<br />

concentração para alcançar o objectivo. Depois<br />

perguntou a Alli, e ele respon<strong>de</strong>u que, além <strong>de</strong> ter<br />

visto locais magníficos para viver, também<br />

conheceu sítios on<strong>de</strong> a caça abundava e<br />

encontrou plantas curativas, assim como umas<br />

bonitas pedras pelo caminho, que tinha trazido<br />

para as mulheres da al<strong>de</strong>ia se enfeitarem. O<br />

Xamã riu quando as viu e disse: “ - tu também<br />

po<strong>de</strong>s fazer o ritual, pois cumpriste a tua tarefa!<br />

Estas pedras também são diamantes, embora<br />

não pareçam, pois estão misturadas com outras,<br />

sujas e não trabalhadas! O mais importante,<br />

nesta tarefa, como em tudo na nossa vida, é<br />

conseguir procurar melhorar e ser feliz, sem, no<br />

entanto, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> prestar atenção ao que nos<br />

ro<strong>de</strong>ia e dar valor àquilo que já temos, pois<br />

muitas vezes po<strong>de</strong>mos encontrar o nosso<br />

diamante on<strong>de</strong> menos esperamos, e o brilho e a<br />

perfeição po<strong>de</strong>rão ser alcançados com algum<br />

trabalho e <strong>de</strong>dicação.”<br />

“Era uma vez dois rapazes, Moa e Alli, <strong>de</strong> uma lavadas, ficariam lindas numa fita <strong>de</strong> couro<br />

al<strong>de</strong>ia distante, em África, terra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s pendurada ao pescoço. Então, pegou e guardou<br />

riquezas naturais! Estes dois jovens estavam na algumas. Continuou a caminhar, parando<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar do rito <strong>de</strong> passagem, que os sempre que possível para <strong>de</strong>scansar um pouco e<br />

tornaria “aos olhos da al<strong>de</strong>ia” em adultos e conhecer locais novos, magníficos para caçar,<br />

capazes <strong>de</strong> constituir uma família. Eles estavam pois um dia mais tar<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria vir a precisar.<br />

bastante entusiasmados, eram jovens guerreiros Moa continuou a sua caminhada sem parar.<br />

que se preparavam para as maiores provas Enquanto andava, também comia, já que po<strong>de</strong>ria<br />

físicas e adversida<strong>de</strong>s! Chegou por fim o gran<strong>de</strong><br />

dia e o Xamã disse-lhes que teriam 7 dias, por sua<br />

conta e risco, para procurar e trazer uma<br />

daquelas pedras magníficas que o branco tanto<br />

procurava nas suas terras. Eles sabiam <strong>de</strong> um<br />

lugar, a quatro dias <strong>de</strong> viagem, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>riam<br />

e n c o n t r a r o “ D i a m a n t e ”, m a s n u n c a<br />

conseguiriam chegar a tempo à al<strong>de</strong>ia, a não ser<br />

que fosse em corrida, sem tempo para <strong>de</strong>scansar<br />

e caçar. Então, Moa e Alli começaram suas<br />

jornadas, que lhes trariam a hipótese <strong>de</strong> escolher<br />

uma boa mulher, ter o seu canto, po<strong>de</strong>r caçar<br />

sozinhos e assim po<strong>de</strong>rem constituir e sustentar<br />

uma família. No primeiro dia, andaram muito,<br />

quase não pararam para comer e <strong>de</strong>scansar. A<br />

meio do segundo dia, Alli parou para <strong>de</strong>scansar e<br />

comer alguma coisa. Por sua vez, Moa recusou-se<br />

a parar, queria alcançar a sua “felicida<strong>de</strong>” o mais<br />

rapidamente possivel, além <strong>de</strong> que, se<br />

estivessem sempre a parar, nunca conseguiriam<br />

cumprir a tarefa a tempo. Assim, <strong>de</strong>spediu-se do<br />

amigo e continuou. Alli ficou muito triste e<br />

pensativo, pois acreditava que não conseguiria<br />

acabar o ritual com sucesso. No entanto,<br />

precisava alimentar-se para aguentar a<br />

caminhada. Enquanto comia, <strong>de</strong>liciava-se a olhar<br />

para tudo à sua volta e acreditava que vivia no<br />

sítio mais bonito do mundo, observou umas<br />

plantas muito raras e utilizadas para curar<br />

doenças <strong>de</strong> pele; viu também umas pedras<br />

brancas bastantes sujas mas que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

fazer as duas coisas ao mesmo tempo e sonhava<br />

com o dia em que traria a pedra para a al<strong>de</strong>ia e o<br />

ritual ficaria cumprido. Aí, seria muito feliz, pois<br />

po<strong>de</strong>ria ter o que sempre sonhou. No inicio do<br />

terceiro dia, Moa estava, apesar <strong>de</strong> esgotado,<br />

muito animado, pois faltava muito pouco para<br />

chegar ao local das pedras. No entanto, precisava<br />

<strong>de</strong> acelerar o passo. Nessa noite, Alli não dormiu,<br />

pois sabia que nunca iria conseguir chegar a<br />

tempo <strong>de</strong> levar a pedra para a al<strong>de</strong>ia, apesar <strong>de</strong><br />

estar apenas a um pouco mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do<br />

caminho. De manhã, quando o sol nasceu, teve a<br />

certeza <strong>de</strong> que tinha que voltar para al<strong>de</strong>ia mas,<br />

apesar <strong>de</strong> não ter a tarefa cumprida, estava feliz,<br />

pois tinha encontrado locais magníficos, com<br />

fartura <strong>de</strong> caça e observado coisas que não sabia<br />

existirem na sua linda terra. Talvez ainda não<br />

fosse tempo <strong>de</strong> casar e viver sozinho e além disso<br />

encontrara uma série <strong>de</strong> preciosida<strong>de</strong>s, umas<br />

quantas pedras muito bonitas que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

trabalhadas, iriam fazer as <strong>de</strong>lícias das mulheres<br />

da al<strong>de</strong>ia, um local bem preparado para acolher a<br />

sua familia, on<strong>de</strong> a caça nunca iria faltar. No<br />

sétimo dia, a al<strong>de</strong>ia estava em furor, os<br />

preparativos para o ritual estavam quase<br />

prontos, esperando a chegada dos seus dois<br />

guerreiros. Quando o sol já ia alto, viram o Alli<br />

chegar. Trazia alguns animais a tiracolo, para<br />

serem cozinhados para a festa. O Xamã<br />

cumprimentou-o e ele pediu-lhe <strong>de</strong>sculpa pela<br />

<strong>de</strong>cepção que lhe iria causar, mas não tinha<br />

Assim como nos ensina a história, muitas<br />

vezes per<strong>de</strong>mos muito tempo e energia à<br />

procura do mais difícil e mais belo, e, quando o<br />

conseguimos alcançar, nem sequer o sabemos<br />

distinguir do restante. Por outro lado, se<br />

prestarmos atenção à nossa volta, po<strong>de</strong>mos<br />

encontrar o nosso diamante ali mesmo,<br />

pertinho, e tudo o que temos <strong>de</strong> fazer é trabalhá-<br />

lo e lapidá-lo para que ele possa reflectir, em<br />

pleno, a luz do sol. Pois ele só irá brilhar, se tiver<br />

luz para o fazer ficar mais bonito. Sem Sol, é mais<br />

uma pedra, tão comum como todas as outras.<br />

Para o nosso diamante brilhar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do nosso<br />

trabalho (lapidar) e do nosso amor (luz) para<br />

que ele se torne uma das coisas mais belas <strong>de</strong>ste<br />

mundo.<br />

Por isso peço-vos:<br />

Olhem em volta, continuem a procurar<br />

melhorar mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ver e apreciar<br />

aquilo que já têm, procurem trabalhar as pedras<br />

do vosso caminho para que elas possam brilhar e<br />

assim reflectir a luz do universo. Não se <strong>de</strong>ixem<br />

cegar pelo brilho do diamante perfeito, sem<br />

pensar no que ele sofreu para chegar até ali;<br />

quantas vezes teve <strong>de</strong> ser partido, lavado e<br />

trabalhado. Assim é com a felicida<strong>de</strong>! Não<br />

<strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> procurá-la nunca, mas não se<br />

esqueçam do que já têm para po<strong>de</strong>rem ser felizes<br />

e, que, bem trabalhado (lapidação) e muito<br />

amado (sol) po<strong>de</strong>rá transformar-se no mais<br />

perfeito diamante do universo! M.F.<br />

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Jornal Umbandista Português<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

04 | 09 | 10 | 2010<br />

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09 | 10 | 2010<br />

Setembro| Outubro | 2010<br />

A Escrita<br />

a sua origem, o Homem utilizou a escrita ligação da escrita com os Deuses e com os seus importância da escrita é a história do povo Hebreu<br />

e o <strong>de</strong>senho como meio <strong>de</strong> expressão e rituais. Os faraós eram consi<strong>de</strong>rados Deuses na qual os Dez Mandamentos ou o Decálogo, nome<br />

N <strong>de</strong> comunicação para consigo e com os vivos. Acreditava-se que estes governantes eram dado ao conjunto <strong>de</strong> leis que, segundo a Bíblia,<br />

seus semelhantes. Actos <strong>de</strong> admiração, valentia, filhos directos do Deus Osíris, portanto agiam teriam sido originalmente escritas por Deus em<br />

luta, transformação, caça, louvação... Todos estes como intermediários entre os Deuses e a popula- tábuas <strong>de</strong> pedra e entregues ao profeta Moisés (as<br />

aspectos o Homem transformava em algo visível ção Egípcia. Ainda em vida, o Faraó começava a Tábuas da Lei). Foram várias as civilizações em<br />

para que pu<strong>de</strong>sse cultuar seus actos ou cultuar os construir a sua pirâmi<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo preparar o que, ao longo da sua história, a escrita represenseus<br />

Deuses. Através <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> representação, túmulo para o seu corpo. Este povo, acreditando tou um papel importante no seu crescimento e<br />

trocava mensagens, passava i<strong>de</strong>ias e transmitia os na vida após a morte, utilizava a pirâmi<strong>de</strong> para principalmente como meio <strong>de</strong> ligação ao Divino.<br />

seus <strong>de</strong>sejos, as suas necessida<strong>de</strong>s e os seus temo- guardar, em segurança, o corpo mumificado do A escrita sagrada dos Druidas – a escrita Rúnires.<br />

Faraó e os seus tesouros. No sarcófago era coloca- ca - não se sabe exactamente como surgiu ou como<br />

A origem da escrita surgiu assim no início da do também o livro dos mortos, on<strong>de</strong> constavam foi criada; no entanto, existem registos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconossa<br />

caminhada – a pré-história. todas as acções positivas que o Faraó fez em vida. bertas arqueológicas que datam <strong>de</strong> 1.300 a.C. As<br />

Ao longo dos tempos, a escrita foi-se <strong>de</strong>senvol- Esta espécie <strong>de</strong> biografia era importante, pois os <strong>de</strong>scobertas que mais se <strong>de</strong>stacaram abrangem<br />

vendo e transformando mediante o crescimento Egípcios acreditavam que Osíris (Deus dos mor- um período que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong> 200 a.C até o final da<br />

<strong>de</strong> cada povo, <strong>de</strong> cada ser. A escrita manteve a sua tos) iria utilizá-la no seu julgamento final. A escri- Ida<strong>de</strong> Média, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Islândia até a Roménia, do<br />

forma <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> comunicação e expressão <strong>de</strong> ta foi, neste e noutros aspectos, <strong>de</strong> importância Báltico ao Mediterrâneo. Os Druidas dominavam<br />

conhecimento ao longo dos séculos, pois nos seus fundamental para este povo, permitindo a divul- quase todas as áreas do conhecimento humano.<br />

inícios a escrita teve uma conexão com o mágico, o gação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e uma comunicação elaborada e Cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis<br />

espiritual, com os Deuses e com o Divino. A escrita eficaz. Existiam duas formas principais <strong>de</strong> escrita: conhecimentos <strong>de</strong> medicina<br />

usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada as escritas <strong>de</strong>móticas (mais simplificadas e usa- natural, <strong>de</strong> fitoterapia, <strong>de</strong><br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contabilização dos seus tem- das para assuntos do quotidiano) e a hieroglífica agricultura e astronomia, e<br />

plos. Era uma escrita i<strong>de</strong>ográfica, na qual o objecto (mais complexa e formada por <strong>de</strong>senhos e símbo- possuíam um avançado<br />

representado expressava uma i<strong>de</strong>ia. Os sumérios los). As outras formas <strong>de</strong> escrita gravavam textos sistema filosófico muito<br />

e mais tar<strong>de</strong>, os babilónicos e os assírios fizeram mais vulgares; os hieróglifos, tais como as diferen- semelhante ao dos neouso<br />

extensivo da escrita cuneiforme ( foi <strong>de</strong>sen- tes esculturas e monumentos, aspiravam à eterni- platônicos. O povo celta<br />

volvida pelos sumérios e é a <strong>de</strong>signação geral da<strong>de</strong>. Os templos, as colunas e os obeliscos Egípci- tinha uma tradição emidada<br />

a certos tipos <strong>de</strong> escrita feitas com auxílio <strong>de</strong> os, são livros abertos para quem os saiba ler. A nentemente oral, não<br />

objectos em formato <strong>de</strong> cunha. Fonte: Wikipédia). Escrita Hieroglífica <strong>de</strong>riva da composição <strong>de</strong> duas fazendo uso da escrita<br />

Mais tar<strong>de</strong>, os sacerdotes e escribas começa- palavras gregas – hiero «sagrado», e glyfus «escri- para transmitir seus<br />

ram a utilizar uma escrita convencional, que não ta», traduzindo-se livremente como “inscrição conhecimentos fundatinha<br />

nenhuma relação com o objecto representa- sagrada”. Apenas os sacerdotes, membros da mentais, embora possudo.<br />

As convenções eram conhecidas pelos encar- realeza, altos cargos, e escribas conheciam a arte íssem a escrita Rúnica.<br />

regados da linguagem culta, que procuraram <strong>de</strong> ler e escrever esses sinais "sagrados". Esta As Runas eram i<strong>de</strong>ntificarepresentar<br />

os sons da fala humana, isto é, cada escrita constitui, provavelmente, o mais antigo das como símbolos sagrados gravados ou talhasinal<br />

representando um som. Surgia assim a escri- sistema organizado <strong>de</strong> escrita no mundo, e era dos em metal, osso, pedra e couro. Mesmo não<br />

ta fonética, que pelo menos no segundo milénio vocacionada, principalmente, para inscrições usando a escrita para gravar seus conhecimentos,<br />

a.C., já era utilizada nos registos <strong>de</strong> textos religio- formais nas pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> templos e túmulos. eles possuíam suficiente sabedoria a ponto <strong>de</strong><br />

sos e rituais mágicos. Outra civilização que utilizava a escrita hiero- influenciarem outros povos e assim marcar pro-<br />

A civilização Egípcia teve um gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na glífica era a civilização Maia. Além <strong>de</strong> constituir fundamente a literatura da época, criando uma<br />

uma forma <strong>de</strong> comunicação entre os Maias, a espécie <strong>de</strong> aura <strong>de</strong> mistério e misticismo que<br />

escrita também tinha um vínculo religioso. Estes perdura até hoje.<br />

acreditavam que a escrita era um presente dos Também <strong>de</strong>vido a esse facto as Runas - consis<strong>de</strong>uses<br />

e, por isso, <strong>de</strong>veria ser ensinada a uma tindo em símbolos com palavras que os <strong>de</strong>nomiparcela<br />

privilegiada da população. De um modo nam, e sons equivalentes – passaram a ser utilizageral,<br />

utilizavam diferentes materiais para o regis- das para propósitos mágicos, em jeito <strong>de</strong> codificato<br />

<strong>de</strong> alguma informação, tais como pedras, ma<strong>de</strong>- ção <strong>de</strong> evocações magísticas, conhecidas apenas<br />

ira, papel e cerâmica. O sistema <strong>de</strong> escrita Maia por alguns. As combinações alfanuméricas, <strong>de</strong>vi-<br />

(geralmente chamada hieroglífica por uma vaga damente utilizadas, serviam diversos trabalhos,<br />

semelhança com a escrita do antigo Egipto, com o das curas às maldições. Dentro da perspectiva<br />

qual não se relaciona) era uma combinação <strong>de</strong> mitológico/sagrada, o surgimento das Runas é<br />

símbolos fonéticos e i<strong>de</strong>ogramas. atribuído à Odin, a divinda<strong>de</strong> máxima do panteão<br />

Outro ponto fundamental <strong>de</strong>monstrativo da nórdico. À semelhança <strong>de</strong> como muitos xamãs<br />

Apoios<br />

Reportagem<br />

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006<br />

Mágica<br />

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Jornal Umbandista Português<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

ainda fazem nos dias <strong>de</strong> hoje, Odin submeteu-se a A Escrita Mágica na <strong>Umbanda</strong> cachaça), fundanga (pólvora) etc. Também é utiliuma<br />

experiência <strong>de</strong> "retorno da morte", para O ponto riscado zado somente o gesto, sem matéria adicional, na<br />

alcançar uma espécie <strong>de</strong> "iluminação". Este estado O ponto riscado possui gran<strong>de</strong> significado na intenção pretendida.<br />

<strong>de</strong> transcendência (por vezes conquistado por liturgia Umbandista. O seu significado expan<strong>de</strong>-se<br />

acaso em aci<strong>de</strong>ntes ou doenças que conduzem o além das suas proprieda<strong>de</strong>s magísticas, na sua<br />

indivíduo ao um limite da sua existência), na maio- consagração há muito como “escrita mágica<br />

ria das práticas xamânicas, rituais, transes pro- sagrada simbólica” (Saraceni, R.)<br />

fundos, ou danças sagradas é conduzido <strong>de</strong> forma Os pontos riscados, como símbolos magísticategórica.<br />

Eram utilizadas nos processos oracu- cos, po<strong>de</strong>m também evocar sinais expressos<br />

lares, às práticas talismânicas e à manipulação <strong>de</strong> numa representação orientada para um <strong>de</strong>termiforças<br />

naturais e sobrenaturais. São inúmeros os nado propósito ou para a própria trajectória<br />

registos arqueológicos <strong>de</strong> Runas cravadas em humana, sendo muitas vezes usada a pemba*,<br />

armas, batentes <strong>de</strong> portas e chifres utilizados pelos guias, por para po<strong>de</strong>r riscar os seus pontos<br />

como cálices, entre tantos outros objectos, o que ou símbolos espirituais. São espaços cuja função é<br />

confirma a fé dos povos setentrionais na protec- dada e orientada pela entida<strong>de</strong>. É também através<br />

ção que estes símbolos ofereciam. Lendas e teste- do ponto riscado que os Caboclos, Pretos-Velhos<br />

munhos históricos dos primeiros romanos em ou Exus contam a sua história, a sua origem e<br />

terras nórdicas revelam o uso <strong>de</strong>stes vinte e qua- passagens do mundo material e astral, e também<br />

tro símbolos, na predição do futuro e nas tentati- no qual manifestam a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, diferenciavas,<br />

nem sempre felizes, <strong>de</strong> alterá-lo. da das <strong>de</strong>mais, sendo o próprio estandarte da<br />

Outro método que utiliza a escrita e os entida<strong>de</strong>.<br />

símbolos como pontos magísticos,<br />

Compreen<strong>de</strong>ndo-o <strong>de</strong>ste modo, o ponto riscacom<br />

origem no Oriente, é o Reiki.<br />

do é um dos mais vigorosos meios magísticos<br />

Segundo os ensinamenutilizados<br />

na <strong>Umbanda</strong>, consistindo na sua base<br />

tos dos mestres, o<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> símbolos feitos com pemba e<br />

Homem mantinha os<br />

agrupados <strong>de</strong> forma a movimentar energias e a<br />

seus canais <strong>de</strong> circulação<br />

criar campos <strong>de</strong> forças, ou como base <strong>de</strong> sustenta<strong>de</strong><br />

energia intactos, e os<br />

ção <strong>de</strong> alguns trabalhos. A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> funções<br />

seus instintos básicos <strong>de</strong><br />

que é sua proprieda<strong>de</strong> é vasta; os pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssobrevivência<br />

<strong>de</strong> forma<br />

carrego tão sobejamente conhecidos; os pontos<br />

genuína, o que gerava<br />

<strong>de</strong> firmeza, etc.<br />

um estado <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e<br />

Os pontos riscados com Pemba representam<br />

harmonia pleno. Com o <strong>de</strong>senuma<br />

grafia <strong>de</strong> projecção astral; <strong>de</strong> símbolos que se<br />

volvimento, fomos <strong>de</strong>sligando a<br />

revestem <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mágico, que a força do Orixá<br />

nossa ligação às origens e ficámos individualhes<br />

confere. Criam genericamente uma espécie<br />

listas, enfraquecendo assim os canais <strong>de</strong> ligação<br />

<strong>de</strong> campo energético, on<strong>de</strong> o instrumento utilizacom<br />

o Cosmo. Os símbolos do Reiki, em unificação,<br />

do pela entida<strong>de</strong>, a Pemba, manipula as forças da<br />

correspon<strong>de</strong>ndo aos cinco níveis da mente, per-<br />

Natureza na afinida<strong>de</strong> com a entida<strong>de</strong>, na sua<br />

mitiriam alcançar o caminho da iluminação,<br />

i<strong>de</strong>ntificação e domínios, na prossecução do efeito<br />

conhecido pelos budistas, por Nirvana. O uso<br />

<strong>de</strong>sejado (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo também claramente do<br />

original <strong>de</strong>sses yantras (símbolos) não foi vocacimerecimento<br />

do consulente e do médium). São<br />

onado originalmente para a cura material, mas<br />

códigos vinculados ao mundo espiritual, no<br />

para conduzir à iluminação da ajuda ao próximo.<br />

campo <strong>de</strong> acção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada falange <strong>de</strong> enti-<br />

No entanto, associados esses símbolos a mantras<br />

da<strong>de</strong>s. Quando são <strong>de</strong>senhados sem conhecimen-<br />

(preces) e a mudras (na mimetização dos símboto<br />

<strong>de</strong> causa, acabam por “não projectar a sua grafia<br />

los) foram <strong>de</strong>scobertas novas potencialida<strong>de</strong>s no<br />

luminosa” (Lima, C.) e não passam <strong>de</strong> sinais inócuque<br />

respeita à canalização <strong>de</strong> energia.<br />

os, porque têm que ser movimentados pelo pensa-<br />

A “Escrita Mágica”, <strong>de</strong> um modo geral, povoou<br />

mento, assim como não basta ver um ponto num<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos imemoriais praticamente todas as<br />

livro para riscá-lo sem o <strong>de</strong>vido conhecimento, e<br />

civilizações, mais ou menos eruditas. Este facto<br />

sem as <strong>de</strong>vidas consequências.<br />

levou também a que alguns <strong>de</strong>sses símbolos perdurassem<br />

até aos dias <strong>de</strong> hoje, sendo mesmo Para um ponto riscado, além da Pemba,<br />

utilizados <strong>de</strong> forma corrente...<br />

po<strong>de</strong>m ser usadas outras substâncias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n-<br />

do do trabalho a realizar, como a marafa (pinga ou<br />

Muitos dos símbolos sagrados são do conheci-<br />

mento comum, como a Cruz, a Estrela <strong>de</strong> David ou<br />

<strong>de</strong> seis pontas, que os Umbandistas reconhecem<br />

como a estrela do equilíbrio, na força da justiça <strong>de</strong><br />

Deus incorporada no Orixá Xangô, entre outros.<br />

Outros <strong>de</strong>sses símbolos mágicos, activados no<br />

plano material, são <strong>de</strong>sconhecidos e ainda care-<br />

cem <strong>de</strong> classificação. No seio da comunida<strong>de</strong><br />

Umbandista, as divergências <strong>de</strong> opiniões mantêm<br />

discussão prolongada sobre este tema. Vários<br />

dirigentes e autores, sem consenso na sua aborda-<br />

gem, diferem na leitura <strong>de</strong>sses mesmos símbolos,<br />

catalogando e fazendo triagens próprias. Outros-<br />

sim, a reprodução <strong>de</strong> símbolos e grafias idênticas<br />

encontram-se em diversas casas, países, até<br />

mesmo religiões. Certo é que, na transversalida<strong>de</strong><br />

da <strong>Umbanda</strong>, se reconhecem símbolos riscados<br />

indicando mistérios que são proprieda<strong>de</strong> ou<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada entida<strong>de</strong>. Será pon<strong>de</strong>-<br />

rado não admitir conhecimento absoluto sobre o<br />

tema, também na perspectiva <strong>de</strong> uma aprendiza-<br />

gem contínua...<br />

"Usem bem os símbolos. Usem-nos mais e<br />

mais, e <strong>de</strong>scobrir-se-ão num estágio on<strong>de</strong> já não<br />

precisarão <strong>de</strong>les. A mente humana consegue<br />

alcançar qualquer ponto do Universo imediata-<br />

mente."<br />

Mikao Usui V.C. / F.C.<br />

*pemba – espécie <strong>de</strong> pequeno giz calcário em<br />

formato oval fabricado com diversos componen-<br />

tes<br />

Rua D. Gonçalo Pereira, 75 - Civida<strong>de</strong><br />

4700-032 Braga - Tel. 253 261 021<br />

| 05<br />

Apoios<br />

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Jornal Umbandista Português<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

06 | 09 | 10 | 2010<br />

www.umbanda.pt<br />

Entrevista<br />

<strong>Pai</strong> Ortiz Belo <strong>de</strong> Souza<br />

Setembro| Outubro | 2010<br />

Fundador da Or<strong>de</strong>m Iniciática dos Portais <strong>de</strong> Libertação<br />

l <strong>Pai</strong> Ortiz, fale-nos um pouco sobre o seu conjunto com os Mistérios dos Mestres e Guardiões Ministrantes e Regentes Mestres, Graus <strong>de</strong><br />

percurso espiritual e do momento em que dos Portais, actuam em diversas situações e, com o especialização que são passados pelo Regente<strong>de</strong>senvolve<br />

a Or<strong>de</strong>m Iniciática dos Portais da Po<strong>de</strong>r ígneo, através das velas, potencializando o Absoluto. Ainda não temos nenhum regente<br />

Libertação. Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> cada portal e liberando os simbolos Mestre, que é aquele que forma outros regentes,<br />

Iníciei a minha vida espiritual muito cedo; ainda sagrados dos mesmos, através da chama que talvez no próximo ano forme um Regente Mestre.<br />

quando criança, frequentando cultos dos terreiros ultrapassa as dimensões e planos espirituais. Regente – Absoluto: só existe um, que é o codifica<strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong>. O meu contacto com a mediunida<strong>de</strong> dor do Mistério.<br />

vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa época, sendo que por volta dos <strong>de</strong>z l Além <strong>de</strong>ste trabalho, é também dirigente Em relação á Or<strong>de</strong>m da Espada, a abertura dos<br />

anos realizei a minha primeira psicografia. Em espiritual <strong>de</strong> um templo <strong>de</strong> umbanda “A mistérios das espadas é permitido pelos mestres<br />

relação á Or<strong>de</strong>m dos Portais da Libertação, esse Or<strong>de</strong>m dos filhos <strong>de</strong> Aruanda” que além do espirituais dos Portais <strong>de</strong> Libertação. Que<br />

traballho foi-me transmitido <strong>de</strong> forma canalizada atendimento espiritual, tem também como outorgam seus iniciados, na utilização <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>r,<br />

(mediunicamente) em meados <strong>de</strong> 1999 e durante o objectivo difundir os ensinamentos dos que está em cada ser, através dos seres espadados<br />

ano <strong>de</strong> 2000. Des<strong>de</strong> então, o seu <strong>de</strong>senvolvimento e portais. Quer comentar? que nos acompanham. Nos portais <strong>de</strong> libertação, a<br />

exposição tem sido feito através <strong>de</strong> informações Na Or<strong>de</strong>m dos filhos <strong>de</strong> Aruanda, todos os filhos espada é um simbolo <strong>de</strong> “pura libertação”, através<br />

que são passadas pelos Mestres dos Portais. A da casa têm a sua iniciação nos portais, pois das vibrações espadadas que tem o seu campo <strong>de</strong><br />

apresentação dos portais ao público foi feita, permite ajudar no seu lado mediùnico, fortalecen- acção nos portais. A espada fisica, para nós é<br />

inicialmente, em 2003 através das iniciações para do o médium em termos espirituais. Como? Nos encarada como um elemento <strong>de</strong> cura (aço/metal),<br />

outras pessoas em formato <strong>de</strong> curso iniciático e, só mecanismos utilizados nos Portais <strong>de</strong> Libertação, que já havia falado antes, quando abor<strong>de</strong>i os<br />

<strong>de</strong>pois, avançamos para a sua divulgação ao as actuações são mediúnicas, e não só o po<strong>de</strong>r elementos básicos dos portais.<br />

público em geral, <strong>de</strong> forma a permitir que outras mental actua quando direccionado, mas, todas as<br />

pessoas, fora do campo religioso, tivessem acesso forças do iniciado nos mistérios dos Portais. Seus l O seu trabalho, juntamente com a publicação<br />

ao conhecimento dos mesmos. Pois a Or<strong>de</strong>m dos guias, seus mestres dos Portais, seus Guardiões, <strong>de</strong> vários livros, permitiu sua expansão,<br />

Portais, não se centra na religião mas sim no “ser” enfim, todas as forças permitidas, são utilizadas <strong>de</strong> inclusivamente em Portugal.<br />

religioso, ou seja, todos po<strong>de</strong>m fazer a sua iniciação forma segura e salutar. Quanto mais nos doamos Exacto, neste momento temos um templo em<br />

na or<strong>de</strong>m, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua religião ou actuando nos trabalhos dos Portais, mais nos Leiria, on<strong>de</strong> realizamos um trabalho <strong>de</strong> atendimencrença.<br />

iluminamos, pelas forças do Amor ao próximo, to voluntário. Existem também alguns terapeutas<br />

sejam aos irmãos encarnados ou <strong>de</strong>sencarnados. que se utilizam das terapias dos portais <strong>de</strong><br />

l E o que são “Os Portais <strong>de</strong> Libertação”? Pois, neste mistério, tudo é espelhado, o que libertação nos seus atendimentos. Os responsáveis<br />

Os Portais <strong>de</strong> Libertação pressupõem uma pedimos para o próximo, recebemos imediatamen- pela divulgação e expansão dos portais na Europa<br />

passagem, ou seja uma mudança <strong>de</strong> um ambiente te em nossas vidas, <strong>de</strong>sta forma, os iniciados estão são os regentes Heldney Cals e Santiago Jr.<br />

para outro, actuam em aberturas dimensionais sempre se beneficiando, sobretudo, porque os<br />

que, possibilitam as actuações nos diversos "gran<strong>de</strong>s mestres", que actuam neste trabalho, l Entretanto, já foi publicado um outro livro<br />

campos espirituais, em suas muitas dimensões, no jamais permitirão que ele venha a ser utilizado <strong>de</strong> seu, “ Simbolos, Vórtices e Chaves” quer falarmeio<br />

humano, quer seja no físico ou no espiritual. A forma <strong>de</strong>turpada. Gostava <strong>de</strong> comentar uma nos um pouco sobre o conteúdo do mesmo?<br />

relação que temos com os portais dimensionais é situação que tem acontecido com muita frequência, Este livro, que foi lançado no dia 21 <strong>de</strong> Abril,<br />

muito mais próxima do que imaginamos, pois, que é o seguinte: muitas pessoas após a sua referencia que tudo o que existe está ligado á<br />

quando qualquer "ser" entra em contacto com o iniciação nos portais acabam por enveredar pela simbologia. Os simbolos existem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio da<br />

Divino, seja através <strong>de</strong> orações, rituais, evocações, <strong>Umbanda</strong>, bem como existem pessoas que já criação, ou seja, tudo o que pensamos, falamos,<br />

estamos interagindo directamente com os portais haviam frequentado a umbanda que, entretanto, gesticulamos é transformado em simbolos. Como<br />

dimensionais, que servem <strong>de</strong> passagens para <strong>de</strong>ixaram, e que após a sua iniciação nos portais, tal, somos bombar<strong>de</strong>ados diariamente por vários<br />

outras realida<strong>de</strong>s da existência. Como? Em retomam a religião. simbolos, sejam <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m positiva ou negativa.<br />

qualquer acção mental. Quando nos fixamos em um Este livro traz elementos fundamentais para anular<br />

propósito firme, um <strong>de</strong>sejo especial, seja material l Ainda em relação á Or<strong>de</strong>m Iniciática dos aspectos negativos em relação aos simbolos<br />

ou espiritual, entramos em contacto com as forças Portais <strong>de</strong> Libertação, após os graus adquiri- projectados por ódio, trabalhos <strong>de</strong> magias<br />

dimensionais em tempo real, e movimentaPois, são dos mediante cursos e consagrações, existe trevosas, por vibrações emocionais distorcidas, etc.<br />

muitos os momentos em que interagimos com uma hierarquia á qual dão seguimento os Digamos que são ferramentas importantes para os<br />

estes portais dimensionais.mos suas forças, que iniciados, tornando-se Cavaleiro da Or<strong>de</strong>m e, trabalhos dos portais <strong>de</strong> libertação. Gostava <strong>de</strong><br />

por seu tempo, nos enviam as energias magnéticas por sua vez o acesso aos Portais da Espada. fazer uma observação, que é algo que me têm<br />

po<strong>de</strong>rosíssimas transformando as nossas Sim, <strong>de</strong>ntro do nosso trabalho possuimos uma questionado acerca dos simbolos, que tem a ver<br />

intenções em realida<strong>de</strong>. Convém referir que existe hierarquia que foi passada pelos Mestres sustenta- com facto <strong>de</strong> não utilizar os simbolos antigos e a<br />

uma Teoria <strong>de</strong> Génese do Mistério Portais <strong>de</strong> dores dos Mistérios. O trabalho é dividido em três explicação é que os mesmos têm que ser actualiza-<br />

Libertação,on<strong>de</strong> se explica a utilização dos níveis, que chamamos <strong>de</strong> módulos, sendo que todos dos, ou seja, modificados conforme a realida<strong>de</strong> e as<br />

elementos básicos que permitem fazer a sustenta- os formados nos diversos níveis atingem o Grau <strong>de</strong> vibrações que se vivenciam no momento em que<br />

ção da passagem pelos portais dimensionais que Cavaleiros da Or<strong>de</strong>m. estamos inseridos. Os simbolos antigos a<strong>de</strong>quasão<br />

os cristais, as pedras e os metais. As pedras e os Módulo I - Cavaleiro da Or<strong>de</strong>m - Servidor da Luz vam-se á realida<strong>de</strong> e vibrações da época.<br />

cristais são “amálgamas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res da criação”, ou Módulo II - Cavaleiro da Or<strong>de</strong>m – Sub-Regente<br />

seja, são o elemento principal por ser o único que Módulo III – Cavaleiro da Or<strong>de</strong>m – Regente l Para terminar, gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar uma<br />

está em todo o universo. Trabalhamos ainda com Degrau Máximo no Grau <strong>de</strong> Regente – Regente mensagem para os leitores do nosso Jornal?<br />

ervas, que são agentes importantes para reabilitar Mestre. Gostava <strong>de</strong> aconselhar as pessoas a estudarem e a<br />

vibrações, sejam das pessoas ou mesmo <strong>de</strong> um O Grau <strong>de</strong> Regente dá a condição <strong>de</strong> utilização lerem, acerca da espiritualida<strong>de</strong>, pois o conheciambiente<br />

e,que através <strong>de</strong> banhos ou queimas, dos símbolos do mistério na sua totalida<strong>de</strong>. Ainda mento é a base para a nossa evolução espiritual.<br />

libertam os seus po<strong>de</strong>res curadores que, em <strong>de</strong>ntro do Grau <strong>de</strong> Regente temos: Regentes P.F.<br />

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006<br />

www.umbanda.pt<br />

<strong>Umbanda</strong> no Mundo<br />

Jornal Umbandista Português<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

Orixalá cria o Mundo Obatalá cria o Homem<br />

No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio <strong>de</strong> água, um lugar inóspi- (…) Mas a missão não estava ainda completa e Oludumare <strong>de</strong>u outra dádito,<br />

sem nenhuma serventia. Acima <strong>de</strong>le havia o céu o Orum, on<strong>de</strong> viviam Olo- va a Obatalá: a criação <strong>de</strong> todos os seres vivos que habitariam a Terra. E assim<br />

rum e todos os Orixás, que às vezes <strong>de</strong>sciam para brincar nos pântanos insalu- Obatalá criou todos os seres vivos e criou o homem e criou a mulher. Obatalá<br />

bres. Desciam por teias <strong>de</strong> aranhas penduradas no vazio. Ainda não havia mo<strong>de</strong>lou em barro os seres humanos e o sopro <strong>de</strong> Olodumare os animou.<br />

terra firme, nem o homem existia. Um dia Olorum chamou à sua presença<br />

<strong>Oxalá</strong>, o gran<strong>de</strong> orixá. Disse-lhe que queria criar terra firme lá em baixo e<br />

O mundo agora se completara. E todos louvaram Obatalá.<br />

pediu-lhe que realizasse tal tarefa. Para a missão, <strong>de</strong>u-lhe uma concha mari-<br />

In "Mitologia dos Orixás"<strong>de</strong> Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.<br />

nha com terra, uma pomba e uma galinha com pés <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong>dos. <strong>Oxalá</strong> <strong>de</strong>sceu<br />

ao pântano e <strong>de</strong>positou a terra da concha. Sobre a terra pôs a pomba e a<br />

galinha e ambas começaram a ciscar. Foram assim espalhando a terra que<br />

viera na concha até que terra firme se formou em toda a parte. <strong>Oxalá</strong> voltou a<br />

Olorum e relatou-lhe o sucedido. Olorum enviou um camaleão para inspeccio-<br />

nar a obra <strong>de</strong> <strong>Oxalá</strong> e ele não po<strong>de</strong><br />

andar sobre o solo que ainda não<br />

era firme. O camaleão voltou dizen-<br />

do que a terra era ampla mas ainda<br />

Esta lenda narra a história da criação do mundo e da humanida<strong>de</strong>: Olo-<br />

rum ( que é o Ser Supremo, Deus) incumbe a <strong>Oxalá</strong> a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

criar a Terra. Depois da sua formação, estando ela pronta e em condições <strong>de</strong><br />

acolher a vida humana, <strong>Oxalá</strong> recebe <strong>de</strong> Olorum (ou Olodumare) a tarefa<br />

sublime <strong>de</strong> criar o homem, a mulher, a humanida<strong>de</strong>. <strong>Oxalá</strong> é por isso o Orixá<br />

responsável pela existência <strong>de</strong> todos os seres do céu e da terra, é o <strong>Pai</strong> da<br />

humanida<strong>de</strong>. É o <strong>Pai</strong> Maior, Criador e Pacificador, <strong>de</strong>tentor da Luz espiritual,<br />

é a energia que cuida <strong>de</strong> todos os seres do planeta, <strong>de</strong> todos os homens.<br />

não suficientemente seca. Numa <strong>Oxalá</strong> é também a Luz Divina que irradia os seus raios sobre todos os<br />

segunda viagem o camaleão trouxe Orixás. A sua cor é o branco, representando a pureza, a paz e no branco se<br />

a notícia <strong>de</strong> que a Terra era ampla e inserem todas as cores, todos os raios todos os Orixás, que a Ele estão ligasuficientemente<br />

sólida, po<strong>de</strong>ndo-se dos. Não nos esqueçamos que o Seu principal atributo é a Fé, a Fé que nos liga<br />

agora viver em sua superfície. ao Ser Supremo, ao Divino Criador. Então, o que seria <strong>de</strong> nós sem a Fé? O que<br />

O lugar mais tar<strong>de</strong> foi chamado seria do Amor sem a Fé? O que seria da Justiça sem a Fé? É ela que, ao vibrar<br />

<strong>de</strong> Ifé, que quer dizer ampla mora- em cada um <strong>de</strong> nós, nos permite evoluir, crescer espiritualmente, para que<br />

da. Depois Olorum mandou <strong>Oxalá</strong> tenhamos êxito naquilo que queremos, naquilo que precisamos e para o qual<br />

<strong>de</strong> volta a Terra para plantar árvo- lutamos. E que melhor exemplo <strong>de</strong> Fé do que Jesus Cristo, que se <strong>de</strong>spojou<br />

res e dar alimentos e riquezas ao dos seus bens, curou os doentes, esten<strong>de</strong>u a mão aos <strong>de</strong>samparados e venhomem.<br />

E veio a chuva para regar ceu a morte? Por isso a Sua imagem está presente em todos os <strong>Templo</strong>s <strong>de</strong><br />

as árvores. Foi assim que tudo come- <strong>Umbanda</strong> e está associada a <strong>Oxalá</strong>. É a mesma energia, a centelha divina que<br />

çou. Foi ali, em Ifé, durante uma existe em cada um <strong>de</strong> nós, estimulando a busca espiritual, através da religiosemana<br />

<strong>de</strong> quatro dias que Orixá sida<strong>de</strong>, da carida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> amor ao próximo e por tudo aquilo que <strong>Oxalá</strong> criou,<br />

Nlá criou o mundo e tudo o que<br />

existe nele.<br />

num acto <strong>de</strong> Inspiração e <strong>de</strong> Fé! M.N.<br />

| 07<br />

Inauguração da nova se<strong>de</strong> do<br />

N Barracão <strong>de</strong> Xangô<br />

Nuno <strong>de</strong> Xangô e já com alguns anos <strong>de</strong> vida. O “BARRACÃO <strong>de</strong><br />

uma energia contagiante, on<strong>de</strong> a<br />

o passado dia 27 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2010, foi inaugurado o novo espaço<br />

<strong>de</strong> Culto Umbandista do “Barracão <strong>de</strong> Xangô” , dirigido por <strong>Pai</strong><br />

Xangô” presenteou-nos com um espaço acolhedor e com condições bem<br />

presença dos Caboclos, Baianos e<br />

melhores para todos os umbandistas do sul <strong>de</strong> Portugal, mais<br />

Marujos contagiou a todos com boa<br />

concretamente os próximos <strong>de</strong> Lagoa, Algarve, on<strong>de</strong> este espaço se situa .<br />

disposição e alegria, criando assim a<br />

Neste trabalho fizeram-se representar vários <strong>Templo</strong>s sediados em<br />

bênção perfeita a uma casa que<br />

Portugal, nomeadamente:<br />

esperemos que continue, por muitos<br />

Mãe Mónica <strong>de</strong> Oxumaré do Terreiro<br />

e muitos anos, com o axé que possui.<br />

<strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> e Candomblé<br />

Resta-nos agra<strong>de</strong>cer a <strong>Pai</strong> Nuno <strong>de</strong><br />

Mameto Dan Ejò Mogere;<br />

Xangô e seus Filhos que nos<br />

<strong>Pai</strong> Jomar <strong>de</strong> Ogum do Ilê Asé Omim<br />

receberam com especial carinho,<br />

Ogun;<br />

simpatia e amiza<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>sejar as<br />

<strong>Pai</strong> Paulo <strong>de</strong> Iemanjá do Ilê Asé<br />

maiores felicida<strong>de</strong>s ao Barracão <strong>de</strong><br />

Omim Ogun;<br />

Xangô.<br />

<strong>Pai</strong> Cláudio <strong>de</strong> <strong>Oxalá</strong> da ATUPO<br />

Que <strong>Oxalá</strong> vos guie sempre pelo<br />

(<strong>Templo</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Pai</strong> <strong>Oxalá</strong>);<br />

c a m i n h o d o A m o r, Ve rd a d e ,<br />

Padrinho Paulo da ATUPO (<strong>Templo</strong><br />

Humilda<strong>de</strong> e Carida<strong>de</strong>.<br />

<strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Pai</strong> <strong>Oxalá</strong>);<br />

S ã o o s Vo t o s d o J O R N A L<br />

Padrinho Bernardo da ATUPO<br />

FUNDAMENTO!<br />

(<strong>Templo</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Pai</strong> <strong>Oxalá</strong>);<br />

<strong>Pai</strong> Arnaldo do Ilê Axé Olibuxedo;<br />

Huan<strong>de</strong>rson <strong>de</strong> Quebra-Pedras<br />

(Padrinho <strong>de</strong> Jurema) do Ilê Axé<br />

Olibuxedo.<br />

Foi um trabalho muito bonito com<br />

Salve a UMBANDA! Axé! L.C.<br />

Orixalá cria o Mundo | Obatalá cria o Homem<br />

«Foi um trabalho muito bonito com<br />

u m a e n e r g i a c o n t a g i a n t e »<br />

Uma Lenda<br />

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08 | 09 | 10 | 2010<br />

<strong>Fundamento</strong><br />

www.umbanda.pt<br />

Doutrina <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />

A Família-<strong>de</strong>-Santo<br />

uando os negros africanos foram Para que uma corrente mediúnica possa<br />

levados para o Brasil para viverem realizar, com sucesso, a missão que lhe foi<br />

Qcomo escravos nas fazendas dos confiada pelos Orixás, é necessário que<br />

senhores brancos, foram privados, existam sentimentos <strong>de</strong> amor, união e<br />

não só da sua liberda<strong>de</strong>, mas também das fraternida<strong>de</strong> entre os seus elementos. É<br />

suas raízes familiares, culturais e essencial que todos se respeitem, sejam<br />

religiosas. A luta pela sobrevivência numa verda<strong>de</strong>iros e honestos e sejam capazes<br />

terra estranha, aliada à falta dos laços <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r a mão ao irmão que está mais<br />

familiares e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar a fraco e necessita <strong>de</strong> auxílio. Como diz o<br />

sua cultura, levou à integração <strong>de</strong> negros ditado “A união faz a força”! Por isso, se<br />

oriundos <strong>de</strong> diferentes etnias e regiões da todos zelarem pela união da corrente,<br />

África e, consequentemente, à fusão <strong>de</strong> dificilmente surgirão elos fracos por on<strong>de</strong><br />

culturas e cultos religiosos. Nasciam ela se possa quebrar. Mas a família-<strong>de</strong>assim<br />

nas senzalas os primeiros cultos Santo não é apenas importante <strong>de</strong>ntro do<br />

afro-brasileiros e com eles o conceito <strong>de</strong> <strong>Templo</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>. Aos olhos dos<br />

família-<strong>de</strong>-Santo – a recriação da família Orixás, somos todos irmãos e só uma<br />

p e rd i d a , t ã o i m p o r t a n te p a ra a família, na qual vibrem sentimentos <strong>de</strong><br />

conservação dos costumes e valores das amor e união, po<strong>de</strong>rá reflectir, tanto<br />

culturas africanas. <strong>de</strong>ntro como fora do <strong>Templo</strong>, os<br />

A <strong>Umbanda</strong> herdou da sua raiz africana ensinamentos dos Guias espirituais e do<br />

este conceito <strong>de</strong> família e é fundamental nosso amado mestre Jesus!<br />

q u e t o d o s o s f i l h o s - d e - S a n t o Que <strong>Oxalá</strong> abençoe a todos e à nossa<br />

compreendam a importância do mesmo. amada <strong>Umbanda</strong>! B.C.<br />

Sem folha não há Orixá<br />

A Camomila<br />

Ponto Cantado<br />

Eu vou fazer um pedido a <strong>Oxalá</strong>,<br />

Nossa Sr.ª entregue ao meu re<strong>de</strong>ntor<br />

Peça que man<strong>de</strong> mais um pouco <strong>de</strong> amor<br />

P'ra cobrir esse seu mundo que está chorando <strong>de</strong> dor<br />

A natureza pe<strong>de</strong> p'ra sobreviver<br />

Quem sente se<strong>de</strong> compra água p'ra beber<br />

Quem sente fome não tem mais o que comer<br />

Seu nome é chamado em vão, ninguém sabe no que crê<br />

Diga que a cachoeira <strong>de</strong> Oxum secou<br />

Que as pedreiras <strong>de</strong> Xangô já foi quebrada<br />

Que os passarinhos não tem mais on<strong>de</strong> morar<br />

Pois, a mata <strong>de</strong> Oxóssi já foi toda <strong>de</strong>rrubada<br />

Diga que a fé já não é mais infinita<br />

Na carida<strong>de</strong> as almas não acreditam<br />

Que os Orixás é usado p'ra riqueza<br />

Diga que não tem valor a força da natureza<br />

<strong>Pai</strong> tem pieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses pobres filhos seus<br />

Que quer ser dono do reino dos Orixás<br />

Dono da terra, mata, rios e cachoeira<br />

Mas tudo isso aqui é seu, ninguém foi aí comprar<br />

Mestre Pedro<br />

Nesta 6ª edição do nosso jornal, a planta eleita é já bastante conhecida por todos, comum e <strong>de</strong> fácil acesso, uma vez que po<strong>de</strong> ser<br />

encontrada em vários locais. Trata-se da Camomila. Cientificamente <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Matricaria chamomilla L., a camomila tem como origem<br />

provável a Europa e América do Norte, on<strong>de</strong> é bastante comum nos jardins públicos, bermas dos caminhos e terrenos baldios.<br />

É uma das ervas mais antigas da humanida<strong>de</strong> que, <strong>de</strong>vido ao seu intenso aroma, sempre <strong>de</strong>spertou os povos para a <strong>de</strong>scoberta das suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s. Os antigos egípcios utilizavam o chá proveniente das flores para tratar uma doença semelhante à malária. Também era<br />

utilizada pelos gregos e romanos <strong>de</strong>vido às suas proprieda<strong>de</strong>s medicinais, cosméticas, ornamentais e aromáticas.<br />

CARACTERÍSTICAS: A camomila é uma planta herbácea, com caule erecto e ramificado. As folhas são ver<strong>de</strong>s, lisas na parte superior e<br />

recortadas em segmentos afilados. As flores são do tipo capitulo, bastante semelhantes às margaridas, apresentando centro amarelo e corola<br />

simples <strong>de</strong> pétalas brancas. A floração ocorre principalmente no período <strong>de</strong> primavera/verão.<br />

CULTIVO: <strong>de</strong>ve ser cultivada a sol pleno, em solos férteis, bem drenados, <strong>de</strong>senvolvendo-se melhor em climas amenos, não tolerando o<br />

calor excessivo e possuindo gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação.<br />

MEIOS DE UTILIZAÇÃO:<br />

l Uso Interno: Chá<br />

l Uso Externo: Banho, produtos <strong>de</strong> cosmética e óleos.<br />

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: a camomila está indicada para as seguintes situações: problemas digestivos, enjoos, prisão <strong>de</strong> ventre,<br />

flatulência, gastrites, insónias, reumatismo, dores musculares, inflamações da pele, queimaduras, cólicas, nervosismo, ansieda<strong>de</strong>, nevralgias<br />

e diarreia.<br />

PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS: anti-inflamatória; anti-séptica; sedativa; anti-espasmódica; anti-alérgica; digestiva; laxante;<br />

cicatrizante; antibiótica e anti-oxidante.<br />

CONTRA INDICAÇÕES: não <strong>de</strong>ve ser utilizada por quem se encontrara a realizar tratamento <strong>de</strong> radioterapia, uma vez que, como tem<br />

proprieda<strong>de</strong>s anti-oxidantes, impe<strong>de</strong> a acção da radiação nas células malignas. L.L.<br />

Fontes:<br />

http://www.chi.pt/Extras/plantas_medicinais/camomila.htm | http://pt.wikipedia.org/wiki/Camomila-vulgar | http://www.floresnaweb.com/dicionario.php?id=66<br />

http://www.jardim<strong>de</strong>flores.com.br/ERVAS/A01camomila.html | http://www.astral.oxigenio.com/jardim_aromatico/jardim_camomila.htm<br />

www.atupo.com

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