A;PtO\HnCÍadO|totCÍ -B-lem - Segunda-feira, 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1979 f 'M^fà''%t:&rm [&. ^.w i;.fç Parte do povo que assistiu à reunião sobre anistia O UNA ABRE OS DEBATES Antes que os <strong>de</strong>bates se encami- r ,assem para o assunto anistia, o coor- d nador do Comitê Paraense pela Anis- tia, Manoel Alexandre, propôs que "se aoroveite a presença dos moradores do Una para <strong>de</strong>bater o grave problema em que estão envolvidos". E assim foi feito. InicialinenLe o luier do bairro expôs o ní- vel da situação atual, citando vários casos como exemplo e até apresentando alguns dos envolvidos, que também usa- vam do microfone para falar. Disseram que ninguém no Igarapé do Una tinha condições <strong>de</strong> comprar os terrenos em que já estão morando por serem pobres, e que a condição salarial jamais po<strong>de</strong>rá acompanhar a especulação imobiliária concorrente. "As terras no Igarapé do Una estão abandonadas há mais <strong>de</strong> 20 anos. E quando a gente chega lá, ai aparece fulano e sicrano dizendo-se donos e apresentando documentos for- jados sobre as terras. Somos pobres e não po<strong>de</strong>mos pagar advogados. Por isso PÁGINA 8 viemos apelar para a Socieda<strong>de</strong> Paraense dos Direitos Humanos", afir- mou Manoel Cardoso <strong>de</strong>> Souza, um dos mais antigos moradores do Una. • Após as explanações feitas pelos pró- prios moradores do Una, o presi<strong>de</strong>nte da SDDH, Paulo Fonteles, afirmou que aca- tava o pedido <strong>de</strong> ajuda, mas que, acima dos esforços que serão <strong>de</strong>spendidos pela SDDH, "somente <strong>de</strong> vocês e que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> uma uma vitória nesta. No final da reu- nião, quando todos iá se retiravam, a direção da SDDHlez uma outra reunião, <strong>de</strong>sta vez somente com os moradores do Una, para coor<strong>de</strong>narem as primeiras providências com respeito ao problema. Uma representante do bairro da Terra Firme, aproveitando a manifesta- ção dos moradores do Una, pediu a pala- vra e fez um relato do problema que ocorre naSTerra Firme, com relação a terras. "Lá o.nosso problema é com a Universida<strong>de</strong>, diretamente com o reitor. Eu queria que todos tomassem conheci- mento e que algumas providências fos- sem tomadas, pois a qualquer hora po<strong>de</strong>- remos ser retirados das casas on<strong>de</strong> moramos há tanto tempo" , afirmou a moradora da Terra Firme. Morador do Una fala dos problemas do bairro A BATALHA PELA ANISTIA Cerca <strong>de</strong> 500 pessoas lotaram o audi- tório do Ipar. no último sábado, à noite, para <strong>de</strong>baterem, juntamente com alguns representantes <strong>de</strong> Comitês <strong>de</strong> Anistia <strong>de</strong> outros Estados, sobre o problema da anistia ampla, geral e irrestrita, que as camadas base da socieda<strong>de</strong> brasileira atuai lutam por alcançar. Durante os <strong>de</strong>bates muita coisa foi dita, não só pelos membros da mesa e alguns convidados especiais, mas também por inúmeras pessoas do povo, que estavam no auditó- rio e que resolveram pegar o microfone para falar. A reunião foi promovida pelo Comitê Paraense pela Anistia e Socie- da<strong>de</strong> Paraense dos Direitos Humanos. Os Estados que estavam representados por seus comitês foram Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Mato Grosso do Sul. Quando faltavam 10 minutos para o iní- cio dos trabalhos, chegou ao Ipar um caminhão trazendo cerca <strong>de</strong> 70 morado- res do Igarapé do Una, atualmente na condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriados, e que ime- diatamente tomaram lugar no auditório. Outra novida<strong>de</strong> foi a presença da atriz Rute Escobar, representante do Comitê pela Anistia, <strong>de</strong> São Paulo, e que, além <strong>de</strong> haver lido carta-relatório expedida pelo Congresso Nacional da Anistia, realizado em novembro passadç.em São Paulo, fez uma rápida palestra ao final da reunião, on<strong>de</strong> não so falou sobre os objetivos <strong>de</strong> todos estarem ali, como também relembrou alguns fatos passa- dos, <strong>de</strong> sua vida artística e que <strong>de</strong> certa forma estavam vinculados com sua pre- sença no <strong>de</strong>bate. EXEMPLOS AO VIVO Após a manifestação pública <strong>de</strong> cada representante dos comitês esta- duais, o coor<strong>de</strong>nador do comitê paraense, Manoel Alexandre, apresentou aos pre- sentes três pessoas que foram atingidas pelos atos <strong>de</strong> exceção, no Pará, durante os últimos 14 anos. Foram eles o advo- gado Levy Hall <strong>de</strong> Moura, o bancário Raimundo Jinkings e o sociólogo Mariano Klautau. Os três usaram a palavra e, <strong>de</strong> maneira direta e <strong>de</strong>ta- lhada, contaram suas experiências. O ex-juiz Levy Hall <strong>de</strong> Moura, bas- tante emocionado e surpreen<strong>de</strong>ntemente apossado <strong>de</strong> uma euforia nervosa, fez um discurso contun<strong>de</strong>nte. Ouvido num silên- cio absoluto, ele foi intensamente aplau- dido <strong>de</strong> pé por todos os presentes. O ban- cário Raimundo Jinkings narrou <strong>de</strong>ta- lhes oue envolveram a feitura <strong>de</strong> alguns processos em que foi envolvido, particu- larmente naquele em que foi arrolado as vésperas da visita do então presi<strong>de</strong>nte Costa e Silva, ao nosso Estado, ém 1967.
CtíAPA 2-o&*** po PA ^ A?> etíicôíS SINDICAIS eSTAO . CHECrANtDO/ \ MAIO <strong>de</strong> 1979 \1 -^^ cmn ~''^k. t»* ^: * x-O^ ■> . 0 ^> >^n ^> ^ ^'^ "^ m^- > yà 5 SS PÁGINA 9