Ano 12 Ed 132 Mai 2011.pdf - Colégio Pena Branca
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Página -2 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
O<br />
texto que se segue foi escrito<br />
em <strong>Mai</strong>o de 2011 por inspiração<br />
do Caboclo <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong> que se<br />
aproximou numa destas manhãs para<br />
me passar informações e esclarecimentos<br />
sobre postura, comportamento<br />
devocional e gestual ritualístico umbandista.<br />
Definindo o quanto muda a relação<br />
de cada um com o “mistério”, com o<br />
sagrado, de acordo com suas atitudes<br />
durante o ritual, dentro da comunidade<br />
do templo.<br />
Afirmou que muito do que se manifesta<br />
por meio do “seu” mistério, “<strong>Pena</strong><br />
<strong>Branca</strong>”, por exemplo está além de sua<br />
vontade e quem nem sempre pode ou<br />
tem licença/liberdade de corrigir ou<br />
orientar um comportamento que deve<br />
EXPEDIENTE:<br />
Diretor Responsável:<br />
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ser espontâneo.<br />
Pois ritualisticamente cada movimento<br />
traz chaves de acesso e abertura<br />
dos mistérios, o que acontece e deve<br />
acontecer muito naturalmente.<br />
O Ritual serve, entre outros propósitos,<br />
para regular os atos e atitudes<br />
diante da deidade, de seus mistérios,<br />
do sagrado e divino, em que por muitas<br />
vezes por meio da repetição ritualística<br />
o mais novo segue o mais velho, e na<br />
imposição da “regra” gestual (curvarse,<br />
cumprimentar, pedir a bênção, bater<br />
cabeça e outros) mesmo não compreendendo<br />
bem o sentido e a função do que<br />
está fazendo.<br />
Um iniciante pensando cumprir apenas<br />
uma formalidade recebe a energia,<br />
bênçãos e os mistérios que o “Alto” lhe<br />
É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir<br />
para o engrandecimento da religião,<br />
divulgando material teológico e unificando<br />
a comunidade Umbandista.<br />
Os artigos assinados são de inteira<br />
responsabilidade dos autores, não<br />
refletindo necessariamente a opinião<br />
deste jornal.<br />
As matérias e artigos deste jornal podem e<br />
devem ser reproduzidas em qualquer<br />
veículo de comunicação. Favor citar o<br />
autor e a fonte (J.U.S.).<br />
transmite e oferece pela atitude ritual.<br />
AFIRMA O SR. PENA BRANCA:<br />
“A quem me cumprimenta eu lhe<br />
cumprimento, a quem me pede a benção<br />
eu lhe dou em nome de Tupã (Deus)<br />
e dos Orixás, mas quem bate cabeça<br />
para o “Mistério <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong>”, que é<br />
algo maior que está acima de mim mesmo<br />
como individualidade, recebe algo que<br />
vem direto do mistério (<strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong>).<br />
Abre-se um portal e o filho que<br />
curvou-se batendo cabeça de forma<br />
sincera, por sua humildade, amor e devoção<br />
recebe algo que podemos chamar<br />
de energia, força ou poder, mas que o<br />
correto seria chamar de mistério, o mistério<br />
se abre a quem se curva ao mesmo<br />
e se revela aos simples e dedicados<br />
filhos empenhados na tarefa mediúnica<br />
realizada em sintonia com os mesmos.”<br />
Ainda lhe questionei (ao Caboclo):<br />
“Mas o que importa não é o que sentimos,<br />
as divindades não nos olham de dentro<br />
para fora”?<br />
A resposta foi que “Sim” e é por isso<br />
que quando estamos a sós,<br />
diante de uma divindade e seu<br />
mistério o que conta é apenas<br />
o sentimento, no entanto quando<br />
estamos em uma comunidade<br />
não basta sentir, deve-se demonstrar<br />
por atos e gestos.<br />
“Pense e procure se lembrar<br />
o que sente enquanto está<br />
incorporado, tente lembrar a<br />
sensação, o que acontece<br />
vibratóriamente quando um<br />
filho, médium, cumprimenta,<br />
pede a bênção ou bate cabeça<br />
para mim (Caboclo <strong>Pena</strong><br />
<strong>Branca</strong>), ou para outras entidades. Ao<br />
se curvar diante de mim, um espírito<br />
humano, o médium se curvou diante no<br />
mistério <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong>, ao qual eu sirvo<br />
e assumi como um grau conquistado na<br />
espiritualidade, ao qual me torna apenas<br />
mais um dos milhares de representantes<br />
de algo único, o mistério <strong>Pena</strong><br />
<strong>Branca</strong>, ao qual respondo apenas como<br />
‘Caboclo <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong>’”.<br />
Logo, Cumprimentar, Pedir a Benção<br />
ou Bater Cabeça, não é a mesma<br />
coisa e trazem chaves de abertura e<br />
acesso aos mistérios de guias e Orixás<br />
Sagrados em nossa religião.<br />
A humildade gestual, a atitude<br />
devocional, a obediência ritualística dá<br />
acesso a mistérios que de outra forma<br />
não se abririam em uma comunidade<br />
religiosa.<br />
Este modelo ritual é uma maneira<br />
de conduzir os mais novos, a exemplo<br />
dos mais velhos, numa atitude repetitiva,<br />
a sentir o que não se compreende<br />
e com o tempo saber que tudo tem uma<br />
razão e sentido de ser dentro de um<br />
ritual. E que com o tempo, com o passar<br />
dos anos o filho de umbanda vai adquirindo<br />
“merecimento ritualístico”, por sua<br />
postura interna e externa, trazendo no<br />
brilho dos olhos algo tão forte e profundo<br />
quanto suas marcas nos joelhos.<br />
Mas há, também, e sempre há,<br />
aqueles que embora dobrem os joelhos<br />
como todos os outros e recebam tudo<br />
que todos recebem, seu negativismo e<br />
ceticismo íntimos os impede de sentir<br />
ou desfrutar destes mistérios.<br />
São rasos, não tem profundidade<br />
ritual, pois não tem profundidade na<br />
vida ou em suas relações. Continuam<br />
pedindo, pedindo e pedindo o que já<br />
lhes foi concedido a tempos mas que<br />
não alcançam por questões de foro íntimo<br />
e que acaba sendo intrepretado<br />
como “merecimento” ou a falta de “merecimento.”<br />
No entanto, bastaria uma mudança<br />
interna para receber o que tanto<br />
almejam de energia, luz e vibração; mas<br />
mudanças internas não está em seus<br />
planos, logo continuarão em nosso meio<br />
pedindo mudanças externas e lidando<br />
com o sagrado como se fossem muletas<br />
para sua caminhada cega e automata.<br />
É preciso tomar consciência de que<br />
estamos vivos e que a vida por si só já<br />
é sagrada e não importa em qual condição<br />
estamos ou chegamos por aqui,<br />
nesta encarnação.<br />
No dia em que se sentirem parte<br />
desta verdade, também se sentirão tocados<br />
pelos mistérios e suas divindades<br />
que alcançam e envolvem todos que<br />
são realmente gratos à vida e a Deus<br />
por tantas oportunidades de crescimento<br />
e amadurecimento e em especial<br />
nos caminhos espirituais.<br />
contatos: alexandrecumino@uol.com.br
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -3<br />
Quando falamos de vibração divina<br />
estamos nos referindo a um fluxo de<br />
ondas emitido por Deus e pelas suas<br />
divindades.<br />
A palavra vibração, aqui, assume<br />
um sentido especial para podermos<br />
comentar uma das bases da Criação,<br />
que tanto a sustenta como energiza<br />
permanentemente tudo o que Deus<br />
emana (os seres, as criaturas e as<br />
espécies).<br />
A sete vibrações aqui enfocadas<br />
formam o que denominamos setenário<br />
vibratório e cada uma delas flui em uma<br />
faixa ampla, infinita mesmo, alcançando<br />
tudo e todos, criando um espectro<br />
vibracional magnífico dentro do qual<br />
fluem tantas ondas de modelos<br />
diferentes (comprimentos), e uma não<br />
toca em nenhuma outra ainda que todas<br />
estejam em tudo o que Deus criou, pois<br />
cada uma dessas ondas forma a sua<br />
tela vibratória e emite ou emana seu<br />
fator.<br />
Cada uma dessas ondas emite ou<br />
emana continuamente seu fator e cada<br />
fator realiza um trabalho ou sua função.<br />
Como os fatores são classificados<br />
por “famílias”, cujos membros (os<br />
fatores) têm funções complementares,<br />
então podemos dizer que essa<br />
infinidade de ondas vibratórias formam<br />
as sete vibrações divinas e podemos<br />
enfeixá-las em espectros frequenciais,<br />
diferenciando-os por faixas. E aí surgem<br />
as sete faixas vibratórias.<br />
Como cada faixa é formada por<br />
ondas e fatores que se complementam<br />
e, já em nível de Criação. São<br />
absorvidas, concentradas e<br />
condensadas em certos elementos,<br />
substâncias, espécies, etc., então<br />
temos uma chave para abrirmos<br />
ordenadamente esse mistério de Deus.<br />
- A 1ª VIBRAÇÃO ASSOCIADA<br />
A ELEMENTOS, PADRÕES<br />
ENERGÉTICOS, CHACRAS,<br />
CORES, ETC.<br />
a) Nos elementos, associamos os<br />
cristais a ela.<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada à energia cristalina.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
coronal.<br />
d) Nas cores, é<br />
associada ao translúcido.<br />
e) Nos sentidos, é<br />
associada à fé<br />
f) Nos sentimentos,<br />
é associada a religiosidade,<br />
à fraternidade,<br />
à esperança, à<br />
paciência, à perserverança,<br />
à resignação,<br />
à tolerância, à humildade.<br />
- A 2ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA<br />
ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é associada aos<br />
minerais.<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada à energia mineral.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
cardíaco.<br />
d) Nas cores, é associada ao<br />
dourado e ao rosa.<br />
e) Nos sentidos, é associada à<br />
concepção.<br />
f) Nos sentimentos, é associada ao<br />
amor, à união, à caridade, à bondade,<br />
à prosperidade, à concepção, etc.<br />
- A 3ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é associada aos<br />
vegetais.<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada aos florais.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
frontal.<br />
d) Nas cores, é associada ao verde<br />
e ao magenta.<br />
e) Nos sentidos, é associada ao<br />
conhecimento.<br />
f) Nos sentimentos, é associada à<br />
especulação, à curiosidade, à busca,<br />
ao aprendizado, à criatividade,<br />
à inventividade,<br />
à versatilidade, etc.<br />
- A 4ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA<br />
ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é<br />
associada ao fogo.<br />
b) Nos padrões energéticos,<br />
é associada à<br />
energia ígnea.<br />
c) Nos chacras, é<br />
associada ao umbilical.<br />
d) Nas cores, é associada<br />
ao vermelho e ao<br />
laranja.<br />
e) Nos sentidos, é associada à<br />
justiça.<br />
f) Nos sentimentos, é associada à<br />
imparcialidade, à reflexão, à moralidade,<br />
ao equilíbrio, etc.<br />
- A 5ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é associada ao<br />
ar.<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada à energia eólica.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
laríngeo.<br />
d) Nas cores, é associada ao azul e<br />
ao amarelo.<br />
e) Nos sentidos, é associada à<br />
lei.<br />
f) Nos sentimentos, é associada à<br />
lealdade, à retidão, ao caráter, à<br />
tenacidade, à rigidez, ao rigor, à<br />
combatividade, ao senso de direção e<br />
de ordem.<br />
- A 6ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é bioelemental<br />
(terra-água)<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada à energia telúrica-aquática.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
esplênico.<br />
d) Nas cores, é associada ao violeta<br />
e ao lilás.<br />
e) Nos sentidos, é associada à<br />
evolução.<br />
f) Nos sentimentos, é associada à<br />
flexibilidade, à transmutabilidade, à<br />
maturidade, ao racionalismo, à<br />
persistência, à sapiência, etc.<br />
- A 7ª VIBRAÇÃO<br />
FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO:<br />
a) Nos elementos, é associada à<br />
água.<br />
b) Nos padrões energéticos, é<br />
associada à energia aquática.<br />
c) Nos chacras, é associada ao<br />
básico.<br />
d) Nas cores, é associada ao azul e<br />
ao roxo.<br />
e) Nos sentidos, é associada à<br />
geração.<br />
f) Nos sentimentos, é associada à<br />
maternidade, ao amparo, à<br />
estabilidade, à fartura, à maleabilidade,<br />
à criatividade, à preservação, à multiplicação,<br />
etc.<br />
Estas sete vibrações formam o<br />
setenário vibracional planetário e nelas<br />
fluem as vibrações mentais de todos os<br />
Orixás.<br />
Texto extraído do livro “Tratado<br />
Geral de Umbanda - <strong>Ed</strong>. Madras.<br />
Contatos:<br />
www.colegiodeumbanda.com.br
Página -4 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
M<br />
eu filho, a verdade é que muitos<br />
estudantes das coisas do espírito<br />
não têm a fibra e a raça neces-<br />
sárias para aguentar o tranco da Luz<br />
dentro de seus corações. Falam muito<br />
de espiritualidade, mas, na hora das<br />
provas, arrepiam do caminho.<br />
Esquecem-se de que são espíritos<br />
reencarnados e sujeitos às provas da<br />
carne, como todo mundo. E, às vezes,<br />
são levados para fora do caminho da<br />
Luz por companhias negativas, que inseminam<br />
conceitos distorcidos em suas<br />
mentes fracas.<br />
E não pense que os espíritos malvados<br />
são a causa principal disso, não.<br />
Porque, na maioria das vezes, os maus<br />
conselhos são dados pelos próprios<br />
encarnados que estão do lado. E se a<br />
pessoa coaduna com o que ouve, então<br />
ela mesma é que se deixa levar...<br />
Os irmãozinhos das trevas só se<br />
aproveitam daquilo que acham dentro<br />
da própria pessoa. E se encontram campo<br />
fértil, plantam pensamentos de discórdia<br />
e sementes de destruição.<br />
Mas, se eles são assim e semeiam<br />
discórdia e sedição, por que é que as<br />
pessoas permitem sua presença perto<br />
delas? Talvez, porque elas mesmas já<br />
estejam na sintonia do mal que hospedam.<br />
E, também, porque, muitas vezes,<br />
esse mal já vem atrelado nas más companhias<br />
com as quais elas trocam energias<br />
e vivências.<br />
De um lado, as más companhias dos<br />
encarnados e seus conselhos deletérios;<br />
de outro, a péssima companhia<br />
dos espíritos trevosos. E, no meio, a<br />
pessoa desavisada e submetida a sérias<br />
distorções em seus pensamentos – e<br />
levada a desvios espirituais lamentáveis.<br />
É por isso que Nosso Senhor falava<br />
para “orar e vigiar”, para a pessoa<br />
não cair vítima das armadilhas e seduções<br />
das más companhias – dos homens<br />
e dos espíritos.<br />
Quem abandona o caminho espiritual<br />
e abraça as coisas do mundo,<br />
como se fossem as únicas importantes<br />
em sua vida, se submete a sérias<br />
consequências cármicas à frente...<br />
E isso é assim, não porque o mundo<br />
espiritual quer, mas, pela abertura<br />
deletéria que a pessoa permite. E os<br />
guias espirituais nada podem fazer<br />
quanto a isso, pois é livre-arbítrio dela<br />
mesma. E se a escolha é de direito de<br />
cada um, as repercussões de cada<br />
vibração abraçada também são.<br />
E Nosso Senhor também alertou<br />
sobre isso, quando disse que, “a cada<br />
um segundo suas obras!”<br />
Ah, meu filho, os guias espirituais<br />
também choram. Principalmente quando<br />
os seus pupilos dão atenção para<br />
os maus conselhos e guarida para a<br />
entrada do mal em suas vidas. Porque<br />
eles sabem que a pancada cármica é<br />
forte, e que a dor e várias decepções<br />
purgarão as escolhas equivocadas dos<br />
que arrepiarem para fora do caminho<br />
da Luz.<br />
Muitas vezes, os mesmos filhos que<br />
desertam do caminho espiritual, são os<br />
mesmos que imploraram aos seus guias,<br />
antes de reencarnar, pela possibilidade<br />
de trilharem a estrada da Fé e da<br />
espiritualidade.<br />
E é isso o que acontece: pedem<br />
novas chances e prometem mundos e<br />
fundos antes da descida à Terra; mas,<br />
quando vestem a roupa de carne, se<br />
esquecem dos bons propósitos e dão<br />
guarida para o mesmo mal que os<br />
atormentou em vidas anteriores.<br />
E, novamente, entram no ciclo de<br />
semeadura destrutiva... Até a hora da<br />
dura reparação cármica! A hora da colheita<br />
de sua covardia, manifestada na<br />
forma de decepções variadas e situações<br />
complicadas ao longo de sua vida.<br />
E, em lugar de dar guarida às suas<br />
inspirações benfeitoras, os seus pupilos<br />
preferem ouvir o mal; em lugar de captarem<br />
a Luz espiritual, preferem as trevas<br />
azucrinando suas ideias; e, no lugar<br />
da prece e da Fé, o mergulho só nas<br />
coisas do mundo.<br />
Muitas pessoas são acossadas terrivelmente<br />
pelos irmãozinhos trevosos,<br />
mas elas também não fazem por onde<br />
serem protegidas pela Luz.<br />
Os guias espirituais choram por<br />
elas. Mas elas chorarão muito mais...<br />
Não porque elas saíram de um lugar<br />
em que não estavam mais se sentindo<br />
bem; mas, porque abandonaram a<br />
espiritualidade. E isso não se encontra<br />
em lugar algum, pois é coisa de foro<br />
íntimo; é Consciência e Fé!<br />
Meu filho, não é fácil aguentar o<br />
tranco da Luz no próprio coração.<br />
Sozinho, é muito difícil. Então, que os<br />
filhos de boa vontade caminhem no<br />
mundo com equilíbrio e prudência,<br />
diante das tentações do mal. E que<br />
estejam, cada vez mais, conectados<br />
com os seus guias espirituais. Que não<br />
se esqueçam da prece e nem de serem<br />
honrados com as coisas da Fé.<br />
O caminho espiritual é dentro do<br />
coração. E quem trai sua Fé, trai a si<br />
mesmo. As coisas do mundo também<br />
são importantes, mas são transitórias.<br />
E as más companhias só levam à destruição...<br />
Assim como, quem não deve,<br />
não teme. E quem faz o seu guia<br />
espiritual chorar, também chorará, no<br />
tempo certo que o Carma determinar.<br />
E aqui fica esse alerta a todos os filhos<br />
que gostam das coisas do espírito.<br />
Que Oxalá abençoe seus caminhos...<br />
Na Fé! Na Luz! No Amor!<br />
- Pai Joaquim de Aruanda –<br />
(Recebido espiritualmente por<br />
Wagner Borges – SP, 13/04 2011.)<br />
Contatos: www.ippb.com.br<br />
A<br />
lguns leitores ao se deparar com<br />
a frase acima, da bela música de<br />
Pepeu Gomes podem indagar se<br />
trata de algum ponto cantado ou o<br />
que esta música tem de haver com a<br />
Umbanda. A princípio absolutamente<br />
nada, mas retrata a essência do que<br />
vem a seguir. Vivemos ainda em um<br />
país machista, de comportamento machista,<br />
e isso é um fato.<br />
Se a Constituição Federal de 1988<br />
igualou em direitos e deveres os cidadãos,<br />
logo homens e mulheres se tornaram<br />
iguais perante a lei, isso foi apenas<br />
na teoria.<br />
Na prática sabemos que às mudanças<br />
vem sendo postergada, justamente<br />
pelo ranço machista da nossa sociedade<br />
e a luta pela independência das<br />
mulheres esta apenas começando.<br />
Venho tratar deste assunto, que<br />
insisto pode não parecer ter relevância<br />
na Umbanda, todavia a Umbanda em<br />
alguns ou muitos aspectos persiste<br />
nesta nefasta cultura machista, consciente<br />
ou inconscientemente.<br />
Num terreiro de Umbanda, Caboclos,<br />
Exus, Baianos, Boiadeiros Guias<br />
Masculinos incorporam em mulheres,<br />
trabalham maravilhosamente bem e<br />
nem por isso as mulheres se masculinizam,<br />
porém quando se trata de um<br />
Orixá ou Guia feminino incorporar num<br />
médium homem o caldo entorna.<br />
Quem de vocês nunca viu, ouviu<br />
ou se deparou com algum médium se<br />
recusando a incorporar um Orixá ou<br />
Guia feminino por puro machismo e<br />
ainda tecer aquele velho comentário:<br />
“se incorporar Orixá/Guia feminino<br />
posso perder minha masculinidade”.<br />
Tem outro fator que assume grande<br />
relevância negativa na recusa da<br />
incorporação de Guias femininos por homens,<br />
é que muitas vezes deparamos<br />
com uma avacalhação e exagero, ao<br />
ponto de médiuns destituídos de um<br />
mínimo de bom senso e conhecimento,<br />
se vestirem de mulher e adereços ao<br />
receber um Guia ou Orixá feminino.<br />
É de se lembrar, entretanto, que o<br />
Guia ou Orixá não vem para ridicularizar<br />
seu médium, e se isso acontece é culpa<br />
exclusiva do seu despreparo.<br />
Alguns podem argumentar que muitos<br />
terreiros são tocados por sacerdotisas,<br />
mulheres que estão à frente do<br />
terreiro, mas isso não impede em absoluto<br />
que tenha vindo a acontecer este<br />
problema. E no mais o fato de uma mulher<br />
ser chefe de terreiro significa tão<br />
somente que ela foi chamada por seus<br />
Guias e a espiritualidade para esta<br />
missão. As coisas ainda podem piorar,<br />
quando se trata de Pombagira, pois<br />
neste caso não só o machismo reinante<br />
vigora como também a ignorância<br />
acerca deste Guia.<br />
O que as pessoas não entendem –<br />
homens em sua maioria - que a recusa<br />
de incorporar um Orixá ou Guia feminino<br />
pode acarretar que aquele mistério e<br />
força nunca poderão estar presentes<br />
em sua plenitude em sua vida e muitas<br />
vezes, é desta vibração que esta precisando<br />
para ela.<br />
Enfim, homens, se libertem deste<br />
machismo e deixem que os Guias e<br />
Orixás femininos façam parte de sua<br />
vida.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -5<br />
C<br />
om a chegada do Renascimento,<br />
diversos monarcas, príncipes e<br />
poderosos encomendaram a<br />
construção de jardins fastuosos, anexos<br />
às suas casas. A paixão pela natureza,<br />
o conhecimento do mundo vegetal<br />
e o acúmulo de plantas exóticas vindas<br />
dos confins do mundo não foram,<br />
contudo, as únicas razões que levaram<br />
a tal tarefa jardineira.<br />
Tomemos como exemplo o jardim de<br />
Bomarzo, mandado construir por Vicino<br />
Orsini nas redondezas de Viterbo, um<br />
bosque iniciático onde a presença de<br />
figuras mitológicas recriava todo um<br />
significado simbólico que, ainda hoje, é<br />
objeto de interesse de muitos estudiosos.<br />
Ou o jardim que Felipe II mandou<br />
construir em Aranjuez, exemplo<br />
máximo de urbanismo paisagístico, que<br />
serviram, desde o início de sua construção,como<br />
depósito de matériasprimas<br />
necessárias para a elaboração<br />
de quinta-essências e elixires medicinais,<br />
fabricados com técnicas alquímicas<br />
graças ao trabalho de experientes<br />
jardineiros, destiladores e herboristas.<br />
Este duplo significado do mundo vegetal,<br />
praticamente perdido na atualidade,<br />
foi moeda de uso corrente entre<br />
os homens, de todas as épocas, que<br />
buscavam na natureza signos e sinais<br />
do mágico, do misterioso, do oculto.<br />
OS ENSINAMENTOS DO<br />
CENTAURO QUÍRON<br />
Plínio, o grande enciclopedista romano<br />
da Antiguidade, conta que o Centauro<br />
Quíron foi o primeiro herborista e<br />
boticário da humanidade. Esse ser mitológico,<br />
metade homem<br />
metade cavalo,<br />
ficou famoso por seu<br />
conhecimento das<br />
propriedades medicinais<br />
das plantas. Diz<br />
a lenda que Apolo lhe<br />
confiou a educação de seu próprio filho,<br />
Asclépio, o deus da medicina. Desta<br />
maneira a humanidade recebeu dos<br />
deuses o conhecimento das propriedades<br />
medicinais das plantas.<br />
O estudo das propriedades curativas<br />
das plantas se perde nas brumas<br />
do tempo. Um dos primeiros escritos<br />
sobre o tema é chamado Papiro Ebers,<br />
com mais de 3.500 anos de Antiguidade.<br />
Denominado assim pelo seu tradutor,<br />
o egiptólogo George Moritz Ebers,<br />
foi encontrado na cidade de Luxor.<br />
Trata-se do mais importante escrito sobre<br />
a medicina egípcia, no qual se pode<br />
identificar cerca de 150 plantas de<br />
utilidade terapêutica.<br />
Os primeiros estudos dedicados exclusivamente<br />
ao mundo vegetal devem-se<br />
a Teofrasto (372-288 a.C), discípulo<br />
de Aristóteles e autor de duas<br />
grandes obras. A primeira, intitulada<br />
de História Plantarum, reunia em nove<br />
volumes tudo sobre morfologia, descrição,<br />
classificação, geobotânica e farmacognosia<br />
das plantas conhecidas pelos<br />
gregos antigos. A segunda, de<br />
Causis Plantarum, constava de seis volumes<br />
e tratava de temas referentes a<br />
germinação, ao desenvolvimento, ao<br />
florescimento, a frutificação e até mesmo<br />
a proliferação.<br />
Imprescindível também foi a obra<br />
do enciclopedista romano Plínio (23-79),<br />
único autor do Império Romano que se<br />
destacou por sua importância na área<br />
da botânica. Ele escreveu uma enciclopédia<br />
chamada Naturalis história,<br />
composta de 37 volumes, a metade dos<br />
quais dedicada a botânica. Compilou<br />
todo o saber de seu tempo, no total,<br />
cerca de 2 mil escritos de autores gregos<br />
e romanos. Qualquer referência<br />
aos usos, costumes e lendas sobre<br />
plantas na Antiguidade passa, inexoravelmente,<br />
pela consulta do sábio Plínio.<br />
No ano de 78 o viajante Dioscódires,<br />
cirurgião dos exércitos de Nero,<br />
publicou De Materia Medica, que se tornaria<br />
a bíblia das plantas medicinais para<br />
todos os médicos, boticários e amantes<br />
da natureza nos 1500 anos seguintes.<br />
Em suas viagens Dioscódires percorreu<br />
boa parte da região mediterrânea, anotando<br />
e recolhendo informações sobre<br />
plantas medicinais.<br />
A chegada dos espanhóis à América<br />
significou um novo marco no particular<br />
mundo das plantas. Desde as<br />
primeiras viagens de Colombo, manifestou-se<br />
o intercâmbio cultural entre<br />
dois mundos, o Velho e o "Novo", que<br />
tinham muito a compartilhar. Foram<br />
publicadas inúmeras obras destinadas<br />
a descrever novas plantas alimentícias,<br />
alucinógenas e medicinais. Dessa forma,<br />
o espectro mágico do mundo vegetal<br />
aumentou consideravelmente.<br />
O momento seguinte, destacado<br />
na história das plantas, ocorreu no século<br />
XVIII, quando o médico suéco Carl<br />
V. Linné (1707-1778) sistematizou os<br />
reinos vegetal e animal, organizandoos<br />
em famílias, e deu a cada planta um<br />
nome específico, em latim, o que ajudou<br />
na sua identificação universal.<br />
O UNIVERSO ARBÓREO<br />
DOS CELTAS<br />
Se há uma cultura diretamente vinculada<br />
ao mundo vegetal, que faz do<br />
bosque seu templo e das árvores seus<br />
signos do zodíaco, esta é a do<br />
povo celta. Habitantes da<br />
Europa Central e Ocidental<br />
foram derrotados<br />
pelos exércitos romanos<br />
e confinados na<br />
Irlanda, Escócia e País<br />
de Gales. O mundo Celta<br />
era um mundo mágico<br />
que vivia sua magia<br />
como algo a mais da vida<br />
cotidiana. Desta forma,<br />
rios, arroios, pássaros e, em<br />
especial, as árvores eram motivos<br />
de oferendas. Os rituais mais importantes<br />
estavam relacionados às mudanças<br />
das estações, isto é, sols-<br />
tícios, equinócios, tempos de colheita<br />
e plantio.<br />
Seu calendário era especial: os dias<br />
eram contados a partir da noite e o<br />
ano era dividido em 13 meses lunares,<br />
divididos por sua vez em dois períodos,<br />
que coincidiam com o crescimento e o<br />
decrescimento da Lua. Esse ciclo Celta<br />
lunar também correspondia aos 13<br />
signos do zodíaco Celta.<br />
Cada mês era associado a uma árvore,<br />
cujas as características definiam<br />
tanto a personalidade das pessoas nascidas<br />
nesse período quanto a energia<br />
que imperava neste mês. De acordo<br />
com a tradição Celta, a ligação entre<br />
seres humanos e árvores era divina, já<br />
que, para eles, foram as árvores que<br />
ajudaram Deus a criar o homem. E foi<br />
por essa tradição que os signos do<br />
Zodíaco Celta se transformaram em<br />
signos-arvores.<br />
SANTORIAL BOTANICO<br />
As crenças em plantas divinas e<br />
árvores sagradas, presentes na cultura<br />
popular da Antiguidade, tentaram ser<br />
erradicadas com o Cristianismo. Porém,<br />
estavam tão arraigadas na mente dos<br />
homens que a igreja não pôde eliminálas<br />
por completo e decidiu assimilar<br />
muitas delas. Por esse motivo são<br />
várias as ervas e árvores que foram<br />
colocadas sob a avocação de um santo,<br />
uma santa ou alguma virgem.<br />
Essa tradição parte das próprias<br />
origens do Cristianismo, quando as perseguições<br />
as quais eram submetidos os<br />
primeiros cristãos lhes obrigaram a criar<br />
toda uma rica simbologia com a qual<br />
manifestavam sua Fé.<br />
A simples leitura da Bíblia, especialmente<br />
os Salmos, o Canticos dos Cânticos<br />
e as parábolas evangélicas, demonstra-nos<br />
como a metáfora vegetal<br />
foi amplamente usada.<br />
SIMBOLISMO VEGETAL NAS<br />
CATEDRAIS<br />
A religião cristã utilizou, desde suas<br />
origens, o simbolismo associado ao mundo<br />
das plantas. A sociedade medieval<br />
tinha amplos conhecimentos em matéria<br />
vegetal, então era de se esperar que<br />
fosse deste reino que extraíssem os<br />
remédios medicinais para todos<br />
os tipos de doenças. Essa<br />
sabedoria popular foi<br />
utilizada pela igreja com<br />
um propósito duplo:<br />
fundamentar com base<br />
científica seu simbolismo<br />
e fazê-lo chegar com<br />
maior facilidade até o<br />
povo.<br />
Entre as plantas esculpidas<br />
em monumentos românicos,<br />
um dos mais simbólicos da<br />
arte medieval, destaca-se o Acanto<br />
(acanthus mollis). Símbolo de imortalidade<br />
na antiguidade clássica. O cris-<br />
tianismo se fixa nos pequenos espinhos<br />
desta planta para simbolizar assim o<br />
sofrimento do homem pelo pecado<br />
cometido e a sua consiencia do mesmo.<br />
A samambaia também foi incluída<br />
nos programas iconográficos românicos<br />
com o propósito de aproximar a virtude<br />
da humildade do povo cristão, assim<br />
como a intenção dupla de afastar o mal<br />
dos lugares sagrados e recordar ao<br />
Cristianismo a vulnerabilidade perante<br />
suas ações.<br />
A palmeira é simbolo de inumeras<br />
culturas pagãs e, como não podia ser<br />
de outra maneira, esse caráter simbólico<br />
foi adotado pelo cristianismo. Dessa<br />
forma, a palmeira transformou-se na<br />
árvore do Paraíso por excelência e assim<br />
aparece representada na vasta iconografia<br />
cristã medieval.<br />
OS HOMENS VERDES<br />
Com este nome alcunhado<br />
pela primeira<br />
vez em 1939 por Lady<br />
Raglan, tem-se conhecimento<br />
de algumas<br />
imagens típicas<br />
de igrejas medievais,<br />
caracterizadas por representar<br />
rostos humanos de<br />
cujas bocas, narizes e orelhas saem folhas.<br />
Trata-se de uma representação<br />
de origem antiquíssima, claramente<br />
pagã, mas que, como se pode ver em<br />
outros casos, foi adotada pelo Cristianismo,<br />
ressurgindo com força no simbolismo<br />
às catedrais medievais.<br />
Essas cabeças foliadas têm sua origem<br />
nas culturas celtas e pré-cristãs<br />
européias,embora também tenham<br />
sido encontrados exemplos característicos<br />
em diversas culturas orientais.<br />
Acredita-se que simbolizavam a fertilidade<br />
e a regeneração, o ciclo natural<br />
da vida, e, como tal, foram<br />
adotadas pela igreja cristã.<br />
PLANTAS MESTRAS<br />
Na segunda metade do<br />
século XX, foi adotada uma<br />
nova terminologia associada<br />
ao mundo mágico das<br />
plantas. Tratava-se das<br />
chamadas plantas mestras,<br />
aquelas que ajudavam<br />
na adivinhação dos<br />
Xamãs para o tratamento<br />
e diagnóstico das doenças.<br />
O colombiano nascido na<br />
região amazônica Luis <strong>Ed</strong>uardo Luna,<br />
doutor pelo instituto de Religiões<br />
Comparadas da Universidade de<br />
Estocomo e autor de vários livros<br />
específicos sobre o assunto, foi quem<br />
primeiro utilizou esse nome. Ele pegou<br />
o termo dos indígenas da Amazônia peruana,<br />
que agiram como seus informantes<br />
nos estudos antropológicos<br />
realizados na região.<br />
As plantas mestras também se<br />
denominam enteógenas, de en theos<br />
genos, o mesmo que engendrar o Deus<br />
ou gerar o Divino dentro de si. Por que<br />
este nome?<br />
Enteógeno é um termo que surge<br />
como uma alternativa a palavras como<br />
alucinógeno, psicodélico, narcótico,<br />
para indicar que todas essas plantas<br />
que compartilham características semelhantes<br />
estavam vinculadas, nas sociedades<br />
tradicionais ao sagrado. As sociedades<br />
primitivas amazônicas, siberianas<br />
e européias, as tribos originárias<br />
de cada continente, utilizavam essas<br />
plantas como um meio para alcançar<br />
um conhecimento de si mesmas e do<br />
mundo que as rodeava.*<br />
Como vimos,o mundo vegetal alcançou<br />
toda a humanidade seja em qual<br />
aspecto for, ou atraves da ciencia da<br />
manipulação das ervas para medicamentos,<br />
conhecimentos de ervas comestíveis<br />
para a melhora das funções<br />
do corpo, conhecimento das ervas<br />
através da magia para praticamente<br />
todos os fins, uso do universo vegetal<br />
como simbolo de diversas religiões<br />
para exemplificar um sentimento ou<br />
comportamento. Enfim, a importância<br />
do mundo vegetal em nossas<br />
vidas desde um simples chá até os<br />
mais sofisticados medicamentos, o<br />
elemento vegetal esta presente.<br />
Uma alimentação saudavel é quase<br />
que exclusivamente feita através do<br />
"mundo vegetal". Verduras, legumes, frutas,<br />
cereais, sementes, raízes, flores, etc.<br />
Sem esses alimentos básicos à nossa mesa,<br />
com certeza não seríamos capazes<br />
de nos sustentar energeticamente e<br />
mais, não teríamos as vitaminas necessárias<br />
para a saúde do corpo e da mente.<br />
Mas o que tudo isso tem a ver com<br />
a Magia Divina das Sete Ervas Sagradas?<br />
Um Mago das Sete Ervas Sagradas,<br />
tem que ter a consciência de que<br />
o mundo vegetal é um mundo fundamental<br />
para a vida neste e em outros<br />
planos da Criação de Deus.<br />
Vamos ter uma ferramenta<br />
poderosíssima em<br />
mãos e poderemos ativar<br />
magisticamente qualquer<br />
elemento vegetal para que<br />
possamos fazer um trabalho<br />
mágico sem igual no reino<br />
vegetal para diversos fins.<br />
É necessária muita<br />
dedicação e estudo nesta<br />
pequena jornada de conhecimentos<br />
e iniciações onde,<br />
se você se dedicar e realmente<br />
se colocar como um Instrumento<br />
De Deus, da Lei <strong>Mai</strong>or e da<br />
Justiça Divina, terá um alcance infinito<br />
de possibilidades de trabalho mágico.<br />
LEMBRE-SE: Magia é o ato de manipular<br />
e ativar poderes Divinos para nosso<br />
benefício e para o benefício de todos<br />
os que nos procuram. Bons estudos!<br />
*Textos do livro Historia das Ervas Magicas<br />
Medicinais. - Mar Rey Bueno - <strong>Ed</strong>. Madras.<br />
Contatos: overtrio@hotmail.com
Página -6 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
É<br />
grande o número de pessoas que<br />
buscam as Casas Espíritas, os<br />
Templos de Umbanda e tantos ou-<br />
tros que facilitam a comunicação com<br />
os espíritos desencarnados que se prepararam<br />
para tal e que se apresentam<br />
para o trabalho voluntário de orientadores<br />
ou “Guias Espirituais”. A maioria<br />
delas procura respostas para problemas<br />
do cotidiano; poucas pretendem<br />
esclarecimento interior e um caminho<br />
de iluminação.<br />
Conversar com um “Guia Espiritual”<br />
é ter nas mãos um roteiro de esclarecimento,<br />
um livro que instrui e prepara<br />
o iniciante para um caminho de ilumina-<br />
ção. Mas, se cada um de nós é um ser<br />
único, esse caminho também é individual<br />
e particular e, por isso mesmo,<br />
precisa ser desenvolvido pelo interessado.<br />
Muitas vezes somos levados a<br />
olhar para um livro pela capa: uma apresentação<br />
gráfica interessante, um título<br />
que nos desperta a curiosidade, as cores<br />
de fundo, o nome da editora ou do<br />
autor etc. Vencido este primeiro momento,<br />
passamos à leitura. E aí é que<br />
começa o aprendizado.<br />
Pois bem. Receber uma mensagem<br />
pela via mediúnica ou mesmo “consultar”<br />
uma Entidade é algo parecido. Num primeiro<br />
momento, temos a “capa do livro”,<br />
a nos chamar a atenção: o respeito pela<br />
Casa onde se desenvolve o atendi-<br />
mento; o respeito pelo nome<br />
da Entidade (Irmã Sheila,<br />
André Luiz, Joana de Angelis,<br />
Mestre Hilarion, Caboclo<br />
Cobra Coral, Preto Velho<br />
Pai Joaquim, Erê Mariazinha<br />
da Cachoeira, Baiano<br />
Zé do Coco, Cigano das<br />
Almas, Boiadeiro da Serra<br />
da Estrela, Marinheiro<br />
Martim Pescador, Pombagira<br />
Maria Padilha,<br />
Exu Sete Porteiras,<br />
apenas para dar alguns<br />
exemplos).<br />
Esse grau de respeitabilidade<br />
nos faz<br />
parar e prestar atenção<br />
à mensagem. E<br />
daí começa o nosso<br />
verdadeiro trabalho<br />
de aprendizado.<br />
Num segundo<br />
momento, precisamos refletir mais um<br />
pouco. Primeiro, aplicando o que de<br />
bom ouvimos ali, colocando em prática<br />
a orientação espiritual para a solução<br />
do problema imediato que pretendemos<br />
resolver. Depois, precisaremos estender<br />
aqueles conceitos para outros setores<br />
da nossa vida. Porque as orientações<br />
que vêm do Alto são princípios<br />
orientadores que podem e precisam ser<br />
observados e aplicados sempre.<br />
Os orientadores espirituais não se<br />
prestam a adivinhações e nem a resolver<br />
questiúnculas ou picuinhas de momento,<br />
fabricadas ou exageradamente<br />
dimensionadas pela vaidade infantil do<br />
consulente. O objetivo deles é bem<br />
maior: é ampliar-nos a consciência e<br />
entendimento para o fato de que todos<br />
nós somos seres espirituais, alguns<br />
ainda vestidos de carne; que uma encarnação<br />
é apenas parte de um grande<br />
Projeto Divino para o crescimento de<br />
cada um dos filhos de Deus, que somos<br />
nós; que, por isso mesmo, tudo o que<br />
se vive é impermanente, é essencialmente<br />
transitório, e que não podemos<br />
nos deter ou abater diante das dificuldades<br />
do momento.<br />
Ou seja, é preciso primeiro<br />
olhar “a capa do livro”, mas<br />
depois, e o mais importante, é<br />
preciso ler, refletir e aplicar os<br />
conhecimentos que a sua<br />
leitura nos pode proporcionar.<br />
Ficar diante das Entidades<br />
unicamente à procura de<br />
“respostas” é apenas olhar<br />
para “a capa do livro”, é deterse<br />
na apresentação mais<br />
exterior do Conhecimento. É<br />
essencial que se aprenda mais.<br />
Em primeiro lugar, se a<br />
pessoa está diante de um ser<br />
desencarnado, é porque a vida<br />
continua, é porque tudo o que ela está<br />
vivendo passará, nada daquilo é<br />
definitivo e nem definidor de<br />
resultados. Então, é preciso que ela<br />
desenvolva a confiança e, mais que<br />
isso, a certeza de que tudo vale a pena,<br />
pois existe um Propósito Divino amparando<br />
a tudo e a todos.<br />
Portanto, sejamos também sábios,<br />
dando-nos a oportunidade de iniciar a<br />
nossa caminhada particular, pessoal e<br />
insubstituível, pelas estradas do aprendizado<br />
e da experimentação do que<br />
aprendermos, para então atingirmos<br />
mais um degrau na escala evolutiva.<br />
Os Guias Espirituais nos alertam para o<br />
fato de que eles, os desencarnados<br />
que nos atendem, aprendem junto com<br />
o consulente, revendo as lições que<br />
agora nos apresentam com argumentos<br />
encadeados, porque já passaram pela<br />
experiência que agora vivenciamos.<br />
Usam do seu conhecimento e experiência<br />
em nosso benefício e em favor da<br />
própria evolução. Estão nos ensinando<br />
a crescer.<br />
É hora de crescer. Não somos mais<br />
crianças que se contentam em “olhar<br />
figuras”. Somos adultos que sabem ler<br />
e conseguem aprender. Daqui em diante,<br />
vamos nos dedicar a examinar “as<br />
capas e principalmente a ler os bons<br />
livros” que os Amigos Espirituais não se<br />
cansam de nos trazer e indicar. O prazer<br />
dessa caminhada é imenso. Muitos<br />
já estão nela e nos convidam a participar,<br />
engrossando a Corrente dos candidatos<br />
ao crescimento espiritual e à conquista<br />
da paz interior. Dentro de cada<br />
um de nós brilha a Lâmpada da Imortalidade.<br />
Precisamos acendê-la, num<br />
movimento consciente, para a nossa<br />
própria libertação e a iluminação de muitas<br />
outras consciências.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -7<br />
Alinha de Pretos Velhos<br />
da Umbanda é<br />
regida por um mistério<br />
Ancião conhecido como<br />
Pai Obaluaiê, este Orixá é o sustentador da evolução e suas essências são<br />
transmutadoras, transformadoras, alteradoras, elaboradoras, modificadoras,<br />
flexibilizadoras, saneadoras, curadoras, transferidoras e convertedoras.<br />
Porém temos Pretos Velhos e Pretas<br />
Velhas atuando também com outros Orixás<br />
isto significa que podem<br />
trabalhar com vários Orixás.<br />
Sua sabedoria e humildade<br />
são características marcantes,<br />
e sua calma e ensinamentos<br />
são profundos e de<br />
grande alcance em energia.<br />
Atuam na Umbanda, em seus<br />
banquinhos sentados atendendo<br />
seus “filhos e filhas”, usam<br />
de uma linguagem simples porém sábia.<br />
São maravilhosos em seus conselhos,<br />
e atuam com vários tipo de energias<br />
que é peculiar de seu mistério.<br />
Utilizam vários elementos nas consultas<br />
como o cachimbo, cigarro de palha<br />
que atuam como defumadores para a<br />
limpeza da aura e restauração dos chacras.<br />
Dia da Semana: Segunda-feira.<br />
Linha de Trabalho: Evolução,<br />
transmutação e transformação.<br />
Cor: Suas cores são brancas e pretas,<br />
que quer dizer transformação.<br />
Elementos de trabalho: palha<br />
de costa, cruz de madeira, pipocas, ervas,<br />
pemba, terço de lágrima de Nossa<br />
Senhora.<br />
Saudação: Saravá os Pretos Velhos!<br />
Adorei as almas!<br />
Pedras: Turmalina negra, cristal,<br />
ônix branco ou preto, quartzo branco.<br />
Ervas: arruda, guiné, manjericão,<br />
boldo, folha de fumo,<br />
louro, manjerona,<br />
sálvia, hortelã, alecrim, quebra<br />
pedra,quebra demanda, levante.<br />
Bebidas: café, vinho tinto licoroso,<br />
cachaça, cachaça com mel.<br />
Comidas: tutu de feijão, feijão<br />
preto, torresmo, pipocas, bolo de fubá<br />
e aipim frito.<br />
Frutas: coco seco, melão, pêra,<br />
uva Itália e pinha.<br />
Flores: Crisântemo branco, rosa<br />
branca, margaridas,azaléia branca.<br />
Cor das Velas: As velas utilizadas<br />
no mistério ancião são brancas, roxo,<br />
lilás, preto e branco, violeta ou também<br />
a cor do mistério que atuam.<br />
Cores das Guias: Nas cores da<br />
vibração do Orixá que atuam, rosários<br />
de lágrimas de Nossa Senhora e outras<br />
sementes. Podem usar também miçangas<br />
ou pedras correspondentes ao<br />
Orixá do Mistério que atuam.<br />
SARAVÁ O POVO CIGANO<br />
Os Ciganos na linha da direita<br />
trabalham com todas as cores, fitas,<br />
tecidos, coloridos, mas temos Ciganos<br />
e Ciganas que também atuam com<br />
todos os Pais e Mães Orixás. Usam<br />
velas coloridas, as bebidas são vinho<br />
espumante, vinho tinto ou branco e<br />
pode ser feito também o chá Cigano.<br />
Este chá tem como elemento, a<br />
maçã, o cravo, a canela, e o alecrim,<br />
as frutas podem ser, uva, maçã,<br />
pêssego e frutas secas como,<br />
damasco, uva passa, figo seco e frutas<br />
cristalizadas.<br />
Utilizam moedas variadas, pedras<br />
tais como, a pirita, cristal, quartzo rosa,<br />
ametista, quartzo verde, ágata do<br />
fogo, fluorita, jaspe vermelho, as ervas<br />
mais utilizadas são, alecrim, guiné,<br />
levante, sálvia, manjericão, melissa e<br />
etc. Sementes como cravo, canela,<br />
anis-estrelado, camomila, erva-doce<br />
Dia 24 de <strong>Mai</strong>o também temos a consagração dos Ciganos e<br />
Ciganas e que o Mistério sustentador é o Trono da Justiça<br />
que através da linha do Oriente, a Divina Mãe Egunitá<br />
que é a Mãe do Fogo Divino Mãe Kaly-yê; é a Mãe da<br />
purificação e energização e que atua nos campos da<br />
Justiça e também nos campos da Lei, sustentadora deste<br />
Mistério Divino.<br />
Os Guias Espirituais que se manifestam dentro da<br />
Religião de Umbanda os Ciganos e Ciganas atuam na<br />
direita, mas temos também Exus Ciganos e Pomba-Gira<br />
Ciganas que atuam na linha da Esquerda.<br />
etc. As flores são de todas as<br />
qualidades e cores, rosa, gérbera, flor<br />
do campo, palma, margarida, jasmim,<br />
hortênsia e etc.<br />
PONTO DE MÃE EGUNITÁ<br />
Que luz é essa<br />
Que brilhou no meu congá<br />
É a chama divina<br />
De mamãe Egunitá<br />
Oh! Raio Flamejante<br />
Purifique meu pensar<br />
Oi! Kaliyê minha Mãe Divina Egunitá.<br />
Saravá os Ciganos. Ori-Oriente!<br />
Este ponto de Mãe Egunitá, faz<br />
parte do CD Louvação aos Orixás.<br />
Informações e vendas em nosso<br />
site: WWW.luzdourada.org.br<br />
Um grande Abraço<br />
Mãe Monica Berezutchi.<br />
contatos:monica@luzdourada.org.br<br />
por NONDAS OKIAMA<br />
Contatos: okinondas@gmail.com<br />
C<br />
om todo o respeito que tenho<br />
por todos os que escolheram o<br />
caminha da Umbanda para<br />
trilhar, venho compartilhar um pensamento/sentimento,<br />
e também<br />
desabafar, na esperança que ao menos<br />
alguns se identifiquem com as idéias<br />
que discorrerei.<br />
Sou um médium iniciante da Umbanda,<br />
tenho 24 anos, e fui iniciado na<br />
vida espiritual por minha avó que dirige<br />
um centro espírita Kardecista. Há quase<br />
três anos conheci a Umbanda por intermédio<br />
de um amigo e encontrei meu<br />
lugar. Costumo dizer que no Kardecismo<br />
encontrei minha Alma e na Umbanda<br />
meu coração.<br />
Hoje me sinto muito realizado com<br />
tudo o que a espiritualidade tem me<br />
proporcionado de aprendizado e crescimento<br />
dentro da Umbanda, e me sinto<br />
cada vez mais feliz em poder aprender<br />
mais e mais sobre esses mistérios que<br />
nos amparam e nos fazem crescer em<br />
todos os sentidos.<br />
Entretanto, algo me entristece e<br />
deixa meu coração inquieto. Tenho<br />
percebido que há uma idéia geral que<br />
domina muitos umbandistas, seja de<br />
onde for e como for sempre há o vício<br />
das “demandas”. Quando o irmão passa<br />
por qualquer dificuldade, seja financeira,<br />
profissional, familiar, por se desentender<br />
com alguém ou simplesmente<br />
por tropeçar na rua, ele corre<br />
para o terreiro e passa em consulta<br />
porque está com “demanda”, pois tem<br />
certeza de que alguém parou seus<br />
afazeres e foi numa encruzilhada a<br />
meia-noite pra acabar com a vida dele.<br />
A vizinha o odeia, certamente está<br />
fazendo “macumba” para fechar os<br />
caminhos dele, a (o) ex-mulher (marido)<br />
quer ele (a) na “lama”, o outro quer<br />
tomar o lugar dele porque ele é importante<br />
e por aí vai.<br />
Pensamentos e “demandas” afetam<br />
muitos e só tendem a piorar quando as<br />
supostas “demandas” tornam-se guerras<br />
astrais entre terreiros, Pais e Mães<br />
de Santo e médiuns, então tudo vira<br />
uma grande guerra! Temos que ser<br />
guerreiros! Temos que nos armarmos<br />
contra tudo e todos ou cairemos! Sempre<br />
alertas! Guardiões, Exus, espa-<br />
das, garfos e egos! Tudo numa grande<br />
Guerra!<br />
Nisso tudo tento encontrar onde<br />
ficou a Luz da Umbanda e dos Guias<br />
Espirituais que sempre falam de Fé,<br />
Amor, Caridade, Evolução, Respeito ao<br />
próximo e principalmente, sobre<br />
HUMILDADE.<br />
Onde fica tudo isso? Onde estamos<br />
colocando esses ensinamentos? Será<br />
que realmente estamos ouvindo com o<br />
coração os ensinamentos de nossos<br />
Guias e mentores espirituais?<br />
Será mesmo que tudo é<br />
“demanda”? Será mesmo que todos os<br />
problemas e dificuldades que<br />
enfrentamos em nossa caminhada,<br />
seja ela material ou espiritual, são<br />
“demandas”?<br />
Será mesmo que somos tão<br />
importantes e ameaçadores uns aos<br />
outros que nada acontece se não for<br />
por uma “demanda”?<br />
Ou será que é nosso o Pai <strong>Mai</strong>or<br />
nos dando meios para perseverar,<br />
crescer e aprender com as dificuldades<br />
da vida, nos melhorar, exercitar e<br />
reforçar nossa fé em tudo que acreditamos<br />
e aprendemos?<br />
Porque é preferível culpar outros<br />
por nossas próprias debilidades e<br />
falhas ao invés de nos auto-avaliarmos<br />
e corrigirmos nossos defeitos e vícios<br />
de personalidade, assim como, nosso<br />
comodismo diante dos acontecimentos<br />
terrenos?<br />
Qual a verdadeira função do intercâmbio<br />
entre os planos? Para essa pergunta,<br />
com certeza, muitos têm explicações<br />
e diferentes pontos de vista e,<br />
eu não saberia como abordar tal<br />
complexidade. Mas o que sinto em meu<br />
íntimo é que essa dádiva que nosso<br />
amado Pai Olorum nos dá, a de permitir<br />
nossa comunicação com espíritos<br />
amigos e com os Orixás, certamente,<br />
não é para que nos sintamos especiais,<br />
poderosos e muito menos Senhores<br />
perante nada e nem ninguém, mas sim,<br />
para que sejamos responsáveis por<br />
nossa melhora própria e para ajudarmos<br />
ao próximo com desprendimento.<br />
Não quero aqui dizer que não acredito<br />
que as demandas e trabalhos de<br />
feitiçaria existam. Tenho plena consciência<br />
da ação desastrosa que isso<br />
traz a vida de muitos, no entanto, nossas<br />
dificuldades não se resumem a<br />
isso. Acredito menos ainda, que vivemos<br />
em uma guerra astral contra tudo<br />
e contra todos, ao menos, não é isso<br />
que a Umbanda deve ser, penso eu.<br />
A consciência se faz necessária,<br />
para que não sejamos vítimas de nós<br />
mesmos, de nossas próprias demandas<br />
mentais, para que não sejamos nossos<br />
próprios obsessores, e que com tudo<br />
isso, não deturpemos nossa amada e<br />
sagrada Umbanda. Para sermos respeitados,<br />
precisamos nos respeitar e a<br />
Umbanda é uma religião linda de amor e<br />
não de guerra. Desejo de coração que<br />
quando cada irmão de fé cantar o Hino<br />
de Umbanda reflita bastante,<br />
principalmente na parte em que diz: “A<br />
Umbanda é Paz e Amor, é um mundo<br />
cheio de Luz, é a Força que nos da Vida<br />
e à Grandeza nos conduz...”.<br />
Escuto muito sobre guerreiros e não<br />
discordo que devemos ser guerreiros<br />
nessa vida, e principalmente, na espiritualidade.<br />
Mas nesse momento, onde<br />
meu coração está pesado de tanto<br />
ouvir e sentir a disputa entre irmãos de<br />
Umbanda, eu não quero ser um guerreiro<br />
de Umbanda, quero ser um DIS-<br />
CÍPULO DE OXALÁ, praticando a Umbanda<br />
sem guerras astrais, demandas<br />
incansáveis entre tudo e todos e muito<br />
menos com disputa de poder e status.<br />
Quero poder sentir a Luz de Aruanda<br />
guiando meus passos por esses<br />
muitos caminhos que ainda preciso<br />
percorrer e não me cegar com essa Luz.<br />
Quero poder ser digno de incorporar<br />
um Orixá que venha trazer a espada<br />
da Paz, do Equilíbrio e do Amor, não da<br />
guerra.<br />
A Umbanda evoluiu e nós precisamos<br />
seguir essa evolução também, deixando<br />
de tratá-la como uma ferramenta<br />
para nos armar uns contra os outros.<br />
Precisamos sim, tratá-la como uma<br />
benção Divina que nos uni com Verdade<br />
e Respeito, conservando a individualidade<br />
de cada um, mas unificados em<br />
uma imensa corrente de Fé nos Orixás<br />
e em Olorum.<br />
Que nosso Pai Oxalá abençoe cada<br />
um de nós com seu manto sagrado e<br />
que nos dê o conhecimento que precisamos,<br />
para sermos menos errôneos<br />
no caminho da espiritualidade e que<br />
abençoe também, a nossa Umbanda<br />
Sagrada, para que seja cada vez mais<br />
iluminada por Olorum e pelos Orixás.
Página -8 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
A.U.E.E.S.P. PROMOVE FESTA EM H<br />
Texto de SANDRA SANTOS<br />
e fotos de EDUARDO BACANI<br />
Dia 01 de maio, a AUEESP – Associação<br />
Umbandista e Espiritualista do Estado de São<br />
Paulo, prestou mais uma homenagem ao<br />
glorioso Orixá Ogum, nas dependências do<br />
Clube Parque da Mooca, em São Paulo.<br />
A imagem foi conduzida pela GCM –<br />
Guarda Civil Metropolitana, e acompanhada<br />
pela diretoria da União Regional Umbandista<br />
da Zona Oeste da Grande São Paulo, tendo<br />
à frente seu presidente, pai Cláudio Franco,<br />
nosso grande parceiro de sempre, seguido<br />
pelos doutores Jáder Macedo Jr e Juliana<br />
Ogawa da OAB-SP, vereador Quito Formiga,<br />
sua esposa e seu chefe de gabinete Nélson<br />
Alves, e pai Sílvio Mattos da APEU.<br />
A imagem foi entronizada sob o comando<br />
de uma vibrante curimba, composta por três<br />
grandes escolas de irmãos dos mais<br />
competentes: Tambor de Orixá de Severino<br />
Sena, Aldeia de Caboclos de Engels de Xangô,<br />
e APEU de Sandro Mattos.<br />
Pai Waldir Persona proferiu a oração de<br />
abertura desta celebração, invocando o<br />
poder das falanges espirituais para atuação<br />
na vida dos presentes e de seus familiares.<br />
A<br />
preguiça é algo real que nos<br />
distancia de nosso caminho<br />
pessoal. Muitos se tornaram<br />
distantes de si mesmos por<br />
preguiça mental, preferem se<br />
entregar a inércia, pois para<br />
melhorar é preciso analisar-se, e<br />
isso dá trabalho, dói e exige uma tomada<br />
de posição.<br />
Na adolescência, acreditamos piamente<br />
que seremos melhores que nossos pais, no<br />
entanto, com o tempo, vamos fazendo as<br />
mesmas concessões que eles fizeram na vida<br />
indo de encontro às suas insatisfações.<br />
Vivemos em uma inércia alimentada por<br />
uma “indução magnética” algo<br />
como um processo de “osmose” em<br />
que, sem nos darmos conta, vamos<br />
nos tornando iguais a nossos pais<br />
por comodismo, pois afinal, eles já<br />
abriram o caminho para nos tornarmos<br />
iguais a eles.<br />
Há bem pouco tempo, o filho de um<br />
sapateiro era sapateiro também, independente<br />
de ser aquilo que lhe agradasse, pois<br />
era o melhor que o seu pai pôde fazer, e<br />
como ele (o indivíduo) era apenas a continuidade<br />
dos seus pais, portanto, só lhe<br />
restava dar continuidade ao que eles haviam<br />
começado.<br />
Há tribos que consideram as crianças<br />
Dentre as várias mensagens de<br />
congratulações recebidas, foram lidas<br />
mensagens dos irmãos Carmen Balhestero<br />
da PAX, deputado federal Vicentinho do PT<br />
e Pai Jamil Rachid.<br />
Nesta data a AUEESP auxiliou duas<br />
entidades sociais: Lar Dona Cotinha, um<br />
abrigo para 55 crianças e adolescentes, de 0<br />
verdadeiros mestres pois guardam lembranças<br />
frescas do mundo em que estavam<br />
antes. Reprimir ou corrigir uma criança é coisa<br />
séria que pode deixar marcas para toda a<br />
vida. Uma criança reprimida já está a caminho<br />
de se tornar um adulto frustrado, a não ser<br />
que consiga juntar força suficiente para<br />
a 18 anos, abandonadas, ou cujos pais foram<br />
destituídos do poder familiar, situado à Rua<br />
Messias de Pina, 77 - Mooca - fone (11) 2292-<br />
1806 e a Casa Amor ao Próximo, com <strong>12</strong>5<br />
crianças de 02 a 04 anos, provenientes de<br />
famílias de baixa renda e Casa Abrigo para<br />
mais 21 crianças e adolescentes também em<br />
risco pessoal e social, situada a Rua Dilermano<br />
Reis, 148 - INOCOOP - Guarulhos - fone (11)<br />
2431-9696.<br />
vencer seus traumas.<br />
Neste caminho o primeiro passo<br />
é perdoar seus pais, seus agressores<br />
e principalmente, perdoar-se<br />
a si mesmo por caminhar com essa<br />
culpa com relação à vida e a si mesmo.<br />
Vencer a preguiça é vencer também<br />
o comodismo, paradigmas pessoais e<br />
condicionamentos que vem muitas vezes<br />
de nossos pais, parentes e amigos.<br />
Por mais que pensemos ser seres<br />
completamente independentes, tudo o<br />
que está a nosso redor nos influencia,<br />
somos frutos do meio ao mesmo tempo<br />
em que somos frutos genéticos de nossos<br />
pais e frutos divinos no Criador.<br />
O meio e a raiz familiar nos<br />
influencia de forma inebriante e em<br />
alguns casos até mesmo fatalista,<br />
mas não podemos esquecer de que<br />
também somos frutos divinos e trazemos<br />
em nossa alma uma ligação com o Mistério<br />
maior da Criação e devemos buscar nele a<br />
força e entusiasmos para criar mudanças,<br />
curas e transformações que nos permitam<br />
vencer estas limitações, comodismos e<br />
condicionamentos.<br />
Que Deus, Nossos Guias e Orixás sejam<br />
força e poder em nossas vidas para<br />
pararmos de dar desculpas a nós mesmos<br />
por tanta inércia em nossas vidas.<br />
v<br />
C<br />
Y<br />
a<br />
S<br />
e<br />
N
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -9<br />
HOMENAGEM A OGUM<br />
Gostaríamos de deixar registrado mais uma<br />
vez nosso agradecimento a GCM através do<br />
Comandante Joel Malta de Sá e da Inspetora<br />
Yara Batista Cipriano, ao pai Ronaldo Linares e<br />
ao querido amigo Nélson Dias, da Casa de Velas<br />
Santa Rita, pelo empenho na realização de mais<br />
esta cerimônia, a todos os diretores e<br />
N<br />
ão sei se todos os leitores conhecem este<br />
sabão, mas como eu conheço há alguns<br />
anos e faço uso dele, gostaria de deixar<br />
registrada sua história e seus benefícios.<br />
O sabão da Costa é de origem da Costa do<br />
golfo da Guiné, na África, sendo que lá seu nome<br />
é Osé Dudu. É usado em rituais tanto na África<br />
como no Brasil nos Cultos Afro-Brasileiros, nos<br />
banhos e também para lavar todo o material<br />
ritualístico como quartinhas, ferramentas, jóias...<br />
tirando assim toda e qualquer energia deixada<br />
por quem manuseou anteriormente esses objetos.<br />
O sabão tem por função a limpeza do corpo<br />
físico e da aura e especialmente de sua camada<br />
mais próxima ao corpo físico, retirando larvas<br />
astrais e miasmas. Além de ser usado para o<br />
descarrego, pois promove uma profunda limpeza<br />
corporal, atua também no combate a caspa,<br />
cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e<br />
fungos do couro cabeludo, além de controlar o<br />
mau cheiro produzido pelo suor.<br />
Utilizado antes de dormir, seu banho propicia<br />
uma limpeza profunda, descarregando os maus<br />
fluídos adquiridos durante o dia, obtendo assim<br />
um sono tranquilo.<br />
Seguindo a ritualística de alguns Axés, o<br />
banho é feito da seguinte forma: desde os<br />
ombros até os pés, sem tocar na cabeça, só se<br />
utiliza para lavar a cabeça com sabão da Costa<br />
juntamente com sabão de côco, quando<br />
desejamos aliviar a “mão” de alguém, que por<br />
colaboradores da AUEESP pela dedicação, e aos<br />
nossos Associados, a quem dedicamos essa<br />
grande homenagem.<br />
ventura tenha colocado a mão na cabeça de<br />
uma pessoa. Quando terminar o banho, largar<br />
água com açúcar nos quatros cantos do box,<br />
para assim evitar larvas negativas para as outras<br />
pessoas.<br />
É um sabão sólido, de cor pardo-escura<br />
tendendo ao preto e o perfume amadeirado, feito<br />
com ervas medicinais.<br />
Sua composição original é secreta, mas<br />
muitos Axés, preparam seu próprio sabão da<br />
costa utilizando base de glicerina, água e juntas<br />
algumas das seguintes ervas: nó de pinho, óleo<br />
de côco, benjoim, juá, macassá, levante, tapete<br />
de Oxalá, manjericão, saião, capeba,<br />
alfazema, alecrim, peregun, pitanga, colônia,<br />
rosa branca e aroeira.<br />
Já alguns Terreiros de Umbanda utilizam na<br />
composição aroeira, arruda, guiné e espada de<br />
São Jorge.<br />
Relatos indicam que seu uso vem desde a<br />
época de 1620, quando já era importado para o<br />
Brasil, pois era o preferido dos escravos e<br />
libertos. Ele era oriundo de uma área entre Gana<br />
e Camarões, e principalmente da Nigéria, da<br />
República do Benim e do Togo.<br />
A palavra SABONETE é incorporada ao<br />
português somente na virada para o século 19<br />
quando no Brasil tudo era francês e o sabonete<br />
dos franceses é aportuguesado.<br />
O Sabão da Costa mantém o nome sabão<br />
por uma questão de tradição. Axé á todos!
Página -10 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
“N<br />
o cheiro, no aroma e na<br />
força da erva da Jurema<br />
começamos a nosso<br />
encontro com o elemento natural,<br />
elemento vegetal, dando continuidade<br />
a nossa primeira aula onde falamos<br />
bastante do conceito da erva, do<br />
padrão, da fundamentação e o uso da<br />
erva dentro da religião.<br />
Vamos explorar os elementos que<br />
podemos usar. Como podemos colher uma<br />
erva, de que forma colher essa erva,<br />
como nos preparar para o preparo<br />
propriamente dito porque muitas vezes a<br />
gente fala “vamos fazer um banho, uma<br />
defumação, mas como eu faço isso, como<br />
posso me servir da energia do vegetal?”,<br />
muita gente tem essa dúvida do o que é<br />
melhor, se comprar um saquinho de 7<br />
ervas ou preparar as sete ervas com o<br />
que eu tem. Nem todo mundo tem a<br />
condição de ter um jardim, um canteiro<br />
onde você possa plantar as ervas, nem<br />
todo mundo tem essa condição e espaço,<br />
então recorrer aos banhos prontos, ao<br />
produto já beneficiado é muito legal, é<br />
bastante importante.<br />
Eu evito os banhos líquidos e as ervas<br />
embaladas quando não sei a procedência.<br />
Procure se servir de produtos<br />
de primeiríssima linha, de boa qualidade.<br />
É a velha história do barato que sai caro,<br />
caro é aquilo que não funciona, que<br />
não satisfaz.<br />
Existe alguma erva que não funciona,<br />
alguma erva que eu posso comprar<br />
A<br />
prática projetiva da vela é uma prática<br />
bastante simples e que tem<br />
muito a ver com nós Umbandistas,<br />
afinal utilizamos bastante esse elemento<br />
religioso e magístico e dificilmente um<br />
umbandista não tem uma vela em casa.<br />
Pegue uma vela branca, acenda-a<br />
em um prato e coloque sobre uma mesa<br />
em um local seguro.<br />
Aqui faço um parêntese sobre a<br />
segurança.<br />
Lembre-se de verificar objetos inflamáveis<br />
como cortinas, papéis, tecidos,<br />
etc. Feche possíveis fontes de correntes<br />
de ar que possam fazer tombar a vela e<br />
pode inclusive colocar um daqueles<br />
copos de vidro para aumentar a segurança.<br />
Por que depois, se você for<br />
descuidado e ocorrer algum acidente,<br />
não vá dizer que foi demanda!<br />
no comércio e essa erva não me atender?<br />
Existe sim, infelizmente.<br />
Se você comprar uma erva embolorada,<br />
uma erva com fungo e você tomar<br />
um banho com essa erva ela pode<br />
desencadear um processo alérgico, uma<br />
reação, aquela bactéria enfim, aquele<br />
elemento externo prejudicial e isso sai<br />
mais caro do que ter investido em uma<br />
erva de primeira linha, qualidade. Vale<br />
essa dica para todos aqueles que vão<br />
fazer os seus preparos de banhos e<br />
defumações. Eu quero falar um pouco<br />
sobre os elementos que usamos para o<br />
nosso preparo.<br />
Estou usando uma concha onde eu<br />
coloco uma erva seca, estou usando<br />
apenas Sálvia. É uma concha de abalone,<br />
a furação dela é natural, e estou<br />
abanando-a com uma pena de condor,<br />
um instrumento que eu mesmo fiz para<br />
abanar a minha defumação. Com ela<br />
eu posso defumar um ambiente e me<br />
defumar. Antes de preparar, começar<br />
a defumação eu também consagro:<br />
“Pai criador, Mãe natureza, força viva<br />
do vegetal, força viva da Jurema, peço<br />
que abençoe essa defumação e ela<br />
seja força ativa, poder vivo ativo, capaz<br />
de me curar, curar esse ambiente,<br />
envolver e curar espíritos sofredores,<br />
obsessores, acúmulos energéticos<br />
negativos, projeções negativas e remetê-los<br />
cada um para o seu local de<br />
origem e merecimento, trazendo har-<br />
Com a vela acesa em um local seguro,<br />
apague as luzes e sente-se confortavelmente<br />
a certa distância de onde<br />
possa visualizar essa vela sem ser<br />
incomodado.<br />
Relaxe, respirando profundamente.<br />
Relaxe todo o corpo enquanto olha<br />
fixamente para a chama da vela.<br />
Permita-se relaxar e silenciar a mente,<br />
focando sua atenção a vela. Sua<br />
intenção nesse exercício é “ficar somente<br />
você e a vela no ambiente”, esquecendo<br />
de todo o resto.<br />
Quando estiver relaxado e com sua<br />
atenção focada, comece a visualizar seu<br />
corpo astral (seu espírito) separando de<br />
seu corpo físico e flutuando a sua frente.<br />
Após isso feito, visualize seu corpo<br />
espiritual projetando-se em direção a<br />
vela para segurá-la nas mãos e, depois,<br />
monia, paz, tranqüilidade, prosperidade,<br />
saúde, sucesso, bem aventurança,<br />
em nome de pai criador e em<br />
nome de pais e mães Orixás. Que assim<br />
seja e assim será. Muito obrigado.”<br />
Sempre começo com uma evocação<br />
e termino com uma chave poderosíssima<br />
de magia que é “muito obrigado”,<br />
gratidão é tudo. A minha gratidão, meu<br />
muito obrigado a você nessa segunda<br />
aula, pela sua presença.”<br />
Este é apenas um fragmento<br />
livremente editado da Aula 02 do curso<br />
Ervas na Umbanda com o irmão Adriano<br />
Camargo, o Erveiro da Jurema, ministrado<br />
na plataforma UMBANDA EAD,<br />
gentimente digitado por nossa irmã<br />
Danaíra S. M.<br />
Estamos formando a 3ª turma para<br />
este curso, iniciará dia 26/05, venha<br />
fazer parte deste grupo!<br />
Acesse www.ica.org.br.<br />
Grande abraço e até lá!<br />
contatos:rodrigo@ica.org.br<br />
volte ao corpo físico lentamente.<br />
Como é sempre dito, as técnicas de<br />
projeção servem para preparar seu<br />
corpo espiritual e seu corpo mental para<br />
o desdobramento astral.<br />
Serve como fonte de indução ao<br />
desdobramento e requerem muita<br />
prática e disciplina para se alcançar bons<br />
resultados. Pratique sempre com bastante<br />
concentração e dedicação e os<br />
resultados virão!<br />
Se quiser, pode aproveitar a vela<br />
quando acender, pedindo para que Pai<br />
Obaluayê e Pai Oxalá a consagre e<br />
ative, alcançando-lhe através dela com<br />
Suas Vibrações e trazendo a permissão<br />
e plenitude necessárias para a boa<br />
prática mediúnica.<br />
Que Pai Oxalá abençoe e proteja a<br />
todos.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -11
“L<br />
Página -<strong>12</strong> JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011<br />
á na Bahia, dizem que o cabra<br />
quando canta bem, dança<br />
bem, fala melhor ainda, requer<br />
ser o primeiro da fila nas coisas boas,<br />
julga ter os melhores protetores espirituais,<br />
fala com todos os Orixás e de<br />
Olorum é o escolhido. Das coisas de<br />
rezas, todas conhece, firmezas e assentamentos.<br />
Os ebós , participou dos mais<br />
eficientes. Da Jurema foi mestre e no<br />
catimbó, assessorou o Santo. O candomblé,<br />
o traduziu dos africanos e sabe<br />
mostrar nos búzios o que vai acontecer.<br />
Nas pradarias e campos abertos,<br />
enlaçou o bezerro para os boiadeiros.<br />
Cantou no mar as cantigas para as<br />
Sereias. Firmou a balança de Xangô e<br />
nas mesmas pedreiras e cachoeiras,<br />
projetou o amor que é de Oxum. É um<br />
exímio curador e de tanto saber, quer<br />
ensinar. Denomina-se o professor dos<br />
professores , quando não, o douto se<br />
interpõe na cátedra da vida, acima das<br />
conquistas, evitando em falsetes os que<br />
o questionam e sempre quer aprimorálos<br />
pois considera-se o melhor.<br />
Diz que quando quer, vai às Trevas<br />
e ampara-o os de lá o atendendo no que<br />
pedir. Noutras, repara os maus dos homens<br />
quando o recebe, segundo promete,<br />
o Senhor do Bonfim. Diz ter amplo<br />
trânsito e resolve todos os problemas.<br />
Então dizem que este cabra é o<br />
“Cara”! E ele todo cheio de si, fica perguntando:<br />
“Quem é o “Cara”?<br />
Dizem logo os interessados : “É tu”!<br />
E ele logo sentencia os bons agouros<br />
para seus fiéis interesseiros.<br />
Mas como ele não vê o ar porque<br />
não dá para dominá-lo e assim, ninguém<br />
pergunta, mas o ar o vê e registra tudo;<br />
então Ogum vai à Lei deixando ele limpar<br />
tudo, levando os interesseiros, magos<br />
negros, mercadores da falsa fé,<br />
egoístas e preguiçosos para com a Luz<br />
do Senhor do Bonfim e de Olorum pois<br />
sempre tem um Marinheiro às suas<br />
esquerdas, remando forte, cercando<br />
com suas redes os “peixes” que se emocionam<br />
nas mesmas sintonias.<br />
O sabe-tudo, que é o Cara, vai<br />
alimentando-se de ilusões. Parece que<br />
não conhece o sofrimento que lhe avisa<br />
dos erros e assim vai enganando a todos<br />
que nele crêem, sempre com os objetivos<br />
que são a coleção do que lhe convêm,<br />
sobretudo mais dinheiro, posses e<br />
poder. Mulheres também, porém, como<br />
ele diz, só as que o reconhecem Rei!<br />
Falso malandro de conversa fiada<br />
ESCOLA DE BARALHO CIGANO<br />
Carmem Romani Sunacai<br />
<br />
Prof.Rose de Souza<br />
2292-8296 / 7874-1060<br />
http://carmemromani.com/<br />
Templo UFFAD<br />
Formando<br />
turma para TEOLOGIA DE UMBANDA<br />
encontrou um dia forte capoeira versado<br />
e cruzado nas linhas da UMBANDA<br />
SAGRADA que humildemente firmava<br />
para seu Santo na mata e, incomodado,<br />
pediu-lhe o silêncio no favor, ouvindo<br />
então que ele é que deveria silenciarse<br />
pois, afinal, estava em frente do<br />
homem que era o “Cara”!<br />
Sabendo de sua história, o filho de fé<br />
não interveio e na continuidade de suas<br />
preces, pediu auxílio para o incômodo.<br />
Pois era o que faltava! Ninguém<br />
se atrevera a desafiar o seu anunciado<br />
e pretensioso poder. Assim, abriu-se<br />
um portal e Exu Tranca Ruas travestido<br />
na figura de simples caboclo, surgiu do<br />
seu lado anunciando vender cocos e<br />
disse:<br />
- Quer coco sinhô? Vendo coco,<br />
sinhô! - e ouviu:<br />
- Cabra, tu é louco? Olha quanto<br />
coqueiro carregado de frutos que tem<br />
aí, e tu vens vender coco aqui? Ouça o<br />
que lhe digo pois eu sei de tudo.<br />
-Eu sei, meu rei...você é o Cara!<br />
Viu neste momento o sorriso soberbo<br />
nos lábios do vanglorioso sendo reconhecido<br />
que manifestou:<br />
- Óxente, tô vendo que tu não é<br />
louco, mas diga lá, cabrinha, o que tu<br />
queres, já que me reconheceu? Eu te<br />
concedo um pedido. Qualquer coisa,<br />
diga lá.<br />
- Hum... não preciso de nada...<br />
- Como não, homem? Tá aí todo<br />
rasgado, todo magro e carregando coco<br />
que ninguém vai comprar pois tem de<br />
graça por aí... diga o que quer, eu<br />
concedo, eu sou o Cara.<br />
- Quero nada não sinhô.<br />
- Ora, peça: Quer dinheiro? Quer<br />
mulheres? Quer posses?<br />
Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 -<br />
Nova São Miguel Paulista - SP Tel: (11) 2956-4881<br />
- Então tá bem, já que o sinhô insiste,<br />
eu peço “<br />
- Peça logo que tenho que mostrar<br />
pro cabra aí rezando quem sou eu!<br />
-Tá bom. Eu quero ser o CARA!<br />
- O quê? Impossível... só tem um<br />
Cara abaixo de Olorum e dos Orixás e<br />
acima das Trevas e este cara sou eu.<br />
- Mas o senhor prometeu...<br />
- Ah, mas esse pedido não pode.<br />
Tu escolhe outro.<br />
- Mas não pode por quê?<br />
- Porque eu sou o escolhido.<br />
- Mas, e quando tu morrer?<br />
- Ora, eu falo com o maioral das<br />
almas e volto.<br />
- Puxa vida! E como o sinhô consegue<br />
essa proeza do maioral?<br />
- Ora, eu vou alimentando-o.<br />
- E com quê?<br />
- Óxente, tá querendo saber demais.<br />
Com coco é que não é, há há há !<br />
mas é com a vida de idiotas como tu, há<br />
há há...<br />
- Deve ser mesmo, sinhô porque o<br />
que a gente vê dentro do sinhô é como<br />
num coco, só que no coco tem polpa e<br />
água e tu, é oco e não tem nada ...<br />
- O quê? Como tu ousa falar assim<br />
comigo? Agora é que não vai levar nada<br />
de bom e ainda vai ganhar um feitiço<br />
daqueles.<br />
- O que vai fazer?<br />
- Vou transformar tu num coco...<br />
quer ver?<br />
- Quero não, mas duvido que consiga?!<br />
Então, o “Cara” projetou uma das<br />
suas magias mais negativas, mas nada<br />
aconteceu. Fez de novo e de novo e<br />
nada! Resmungou:<br />
- Quem és tu, homem que faz meu<br />
poder ser falho contra tu?<br />
- Não sou ninguém, apenas um humilde<br />
vendedor de cocos.<br />
- Humilde? O que é isso? Humildade<br />
para mim é pobreza de espírito. Eita! E<br />
eu perdendo meu tempo com tu.<br />
- Espera aí, sinhô, faz favor, só mais<br />
TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA<br />
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uma pergunta : o sinhô tem Fé?<br />
- Mas é lógico, nojento. O que quer<br />
perguntando tudo isso?<br />
- Em quem o sinhô acredita...para<br />
quem direciona sua Fé?<br />
- Quer saber, idiota, vou te dizer<br />
pra depois te destruir nem que seja<br />
com a minha peixeira. Eu tenho fé em<br />
mim porque os ridículos homens que<br />
nem você me dão tudo quando falo<br />
que tenho o poder de realizar o que<br />
querem , aí vou inventando estórias<br />
que me dão mais poder, e eu fico sendo<br />
o “Cara”.<br />
- E o sinhô está feliz sendo o “Cara”?<br />
- Lógico, eu tenho um poder imenso<br />
sobre as pessoas que me seguem e me<br />
procuram e um dia vou ficar muito forte<br />
e dominar todo o país, talvez o mundo<br />
porque os idiotas sempre querem facilidades<br />
para seus benefícios. São medrosos<br />
e fáceis de convencer pois é só sentirem<br />
medo que acreditam.<br />
- Puxa, realmente o sinhô tem Fé<br />
mas a usa erroneamente.<br />
- Ora, seu safado, já perdi tempo<br />
demais com tu. Venha cá, prometo que<br />
não vai doer e por ter-me oportunado,<br />
vou enfiar-lhe a faca bem rapidinho no<br />
seu coração, tá? Logo você vai estar<br />
no céu, há há há há...<br />
- Não, por favor, eu tenho Fé que<br />
só Olorum pode tirar a vida e se alguém<br />
o fizer, vai sofrer a maior praga da Lei<br />
<strong>Mai</strong>or.<br />
- Ora...não tenho medo de praga.<br />
Eu sou o “Cara”. Praga nenhuma me<br />
pega. Mas já que disse, me responda<br />
antes de morrer: qual a maior praga?<br />
- É aquela que afunda para o pior<br />
inferno!<br />
- E qual é?<br />
- É a falta de humildade, a mentira<br />
que falseia a própria Fé e as dos outros.<br />
-Como é?<br />
-É isso, mas pensei que soubesse<br />
pois o senhor não falou que é o “Cara “?<br />
-Sou sim e pela bobagem que falou,<br />
vai morrer bem devagarzinho”<br />
Então, o “Cara” sacou seu afiado<br />
facão e num golpe certeiro, cortou o<br />
pescoço do pobre caboclo porém, estarrecido,<br />
viu que ele nada sentiu e, ao<br />
contrário, sentiu o golpe em si, e em<br />
dor e prantos a molhar sua garganta, o<br />
sangue próprio que lhe vertia já desamparando<br />
sua vida.<br />
Ante o desencarne, sua visão projetou-se<br />
no espírito . Viu a figura do Sr.<br />
Exu Tranca Ruas. Ouviu sua sentença :<br />
- Trabalho bom que fez para as trevas,<br />
hein? Limpou muitos da sua terra<br />
para a Lei <strong>Mai</strong>or, he he he... pois saiba<br />
que todas estas sombras aí do seu lado<br />
são os espíritos dos que você enganou<br />
e iludiu em nome da Fé, que semelhantes<br />
a você pois não se perturbaram com<br />
a necessidade de aprimorarem os conhecimentos,<br />
a razão e a emoção nas<br />
Verdades do Espírito.<br />
Porque a pior sentença, dentre as<br />
piores, é aquela que a soberba, a<br />
mistificação, a falta de humildade no<br />
saber, a inversão das verdades Divinas,<br />
as mentiras, a arrogância faz, no<br />
proceder, a ilusão e o pior mundo das<br />
verdades. Afunde agora, afinal, você é<br />
o “Cara”, mas eu sou Exú, he he he!<br />
Ao lado, o humilde guerreiro – o capoeira<br />
– encerrou suas preces, agradecendo<br />
pois naquele coco que firmara,<br />
abriu-se o portal que recolheu mais um<br />
MISTIFICADOR das coisas de Deus para<br />
as Trevas.<br />
O muito mais para baixo. O Embaixo<br />
em que todos os “Caras” tem que provar<br />
que realmente são os tais, os sabemtudo,<br />
aqueles que pisam no sentimento<br />
dos irmãos necessitados de esclarecimentos,<br />
de amor, de perdão. Aqueles<br />
que contrariam a caridade , o amor e a<br />
Fé, escravizando seus irmãos e a si pelos<br />
seus vícios que invertem conhecimentos<br />
e retardam a salvação para tantos.<br />
Mas isso aconteceu na Bahia.<br />
E nas outras praças, será que existem<br />
outros “caras”? Se Exu for visitar a<br />
sua, poderá indagar sem ofensas que<br />
o “Cara” é tu? Óxente !<br />
Então que Nosso Senhor do Bonfim<br />
abençoe a Todos e a Todas as Praças<br />
na Graça <strong>Mai</strong>or da Humildade Dele e<br />
dos Sagrados Orixás que vêm da Infinita<br />
Humildade de Olorum que nos concede<br />
TUDO e só pede o reconhecimento<br />
de que fazemos parte Dele por Amor,<br />
via humildade, respeito e gratidão.<br />
Saravá ao Povo da Bahia!<br />
É da Bahia, óxente!
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -13<br />
O<br />
Umbandês – conjunto de palavras<br />
que formam o vocabulário religioso<br />
da grande família umbandista – possui<br />
muitas curiosidades. Vamos abordar aqui<br />
algumas delas, que fazem parte do dia-adia<br />
dos filhos de fé. Conhecer a origem das<br />
palavras é mergulhar na história...<br />
ALGUIDAR – uma palavra de origem<br />
árabe - al-gidar - que significa escudilha grande.<br />
Objeto muito presente nas oferendas aos<br />
Orixás e demais entidades dos cultos afrodescendentes.<br />
Peça normalmente feita de<br />
barro e moldada em vários tamanhos, ela<br />
recebe elementos minerais, vegetais e animais.<br />
No idioma português e consequentemente<br />
na Umbanda, usamos muitas palavras<br />
de origem árabe: açafrão (azzafaran),<br />
alecrim (aliklil), alfanje – uma espada em<br />
forma curva (al-hanx), alfazema (al-khuzâma),<br />
algodão (alkutun), garrafa (karafâ),<br />
xarope (sharab)...<br />
Os negros malês, africanos muçulmanos,<br />
foram os responsáveis por algumas delas.<br />
Eles trouxeram para cá uma rica cultura<br />
artística, religiosa e mágica.<br />
BALANGANDÃ: um belo objeto talismânico,<br />
sempre confundido como mero artefato<br />
de decoração. Ele é confeccionado<br />
em prata e outros materiais encastoados<br />
desse metal. O balangandã pode ter peças<br />
em forma de frutas, figas, moedas, contas<br />
de louça, reunidos em uma peça também de<br />
prata chamada nave.<br />
A palavra possui origem onomatopaica<br />
e imita o chocalhar dos enfeites de quem o<br />
usava: ba-lan-gan-dan-ba-lan-gan-dan...<br />
Alguns historiadores indicam seu surgimento<br />
na Bahia. O balangandã tradicional<br />
é feito com miniaturas de<br />
objetos, sinais e símbolos: figa,<br />
espada, animais, búzios e frutas,<br />
reunidos em uma argola<br />
também metálica.<br />
Os símbolos da penca do<br />
Balangandã são complexos e<br />
altamente magísticos.<br />
Corrente: vitória sobre a<br />
escravidão, afastamento do<br />
mau olhado e cura de doenças -<br />
Pai Ogum. Pão de Angola:<br />
longevidade. Pomba: paz. Romã:<br />
fecundidade. Ferradura:<br />
boa sorte. Cabaça: Santos<br />
Cosme e Damião - Ibeji. Sol: Pai<br />
Oxumaré. Lua, Arco e Flexa: Pai<br />
Oxóssi. Caranguejo: Pai Omolú. Espada:<br />
Mãe Iansã. Caju ou Machado duplo: Pai<br />
Xangô. Peixe: Mãe Yemanjá. Cajado: Pai<br />
Oxalá. Uvas ou Leque: Mãe Oxum.<br />
Os malês foram os responsáveis pela<br />
produção desses ornamentos. Eles conheciam<br />
muitas técnicas de fundição e trabalho<br />
com metais.<br />
CABOCLO: o mestiço de branco com<br />
índio, também chamado de caboco, cariboca<br />
ou curiboca - antiga designação do indígena<br />
brasileiro. Câmara Cascudo, no Dicionário<br />
do Folclore Brasileiro, defende a forma caboco,<br />
sem o l, que teria sido introduzido na<br />
palavra sem encontrar base nas diversas<br />
hipóteses etimológicas, como a que afirma<br />
derivar do tupi caa-boc, "o que vem da flo-<br />
resta" ou de kari’boca, "filho do homem<br />
branco".<br />
Na Umbanda uma grande família de espíritos<br />
responde por este nome:<br />
Caboclos de pena: o indígena habitante<br />
de nossas matas e do litoral. São as almas<br />
de caciques, pajés, guerreiros e caçadores.<br />
Os caboclos pajés estão divididos em<br />
dois grupos: os pajés velhos, que eram antigos<br />
curandeiros, e os pajés sacacas, que<br />
foram xamãs com poderes sobrenaturais<br />
assombrosos, verdadeiros milagreiros da floresta.<br />
Na Pajelança Cabocla o Pajé Sacaca<br />
é chamado de Abacaem (homem que cura).<br />
Missionários do Brasil Colônia dizem que o<br />
Sacaca conseguia permanecer no fundo do<br />
rio por horas, não precisava dormir, comer e<br />
podia andar dias e noites sem descansar!<br />
Os Caboclos de pena agrupam-se em<br />
Povos, Falanges, e Legiões dentro das Linhas,<br />
onde atuam nas vibrações dos Orixás:<br />
Oxalá (Caboclo <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong>, Caboclo Pedra<br />
<strong>Branca</strong>, Caboclo Estrela <strong>Branca</strong>), Xangô<br />
(Caboclo Pedra Ruiva, Caboclo Treme-Terra,<br />
Caboclo Sumaré), Ogum (Caboclo Sete Lanças,<br />
Caboclo Sete Escudos, Caboclo Humaitá),<br />
Oxossi (Caboclo <strong>Pena</strong> Verde, Caboclo<br />
Mata Virgem, Caboclo Sete Palmeiras),<br />
Yemanjá (Caboclo Sete Mares, Caboclo<br />
Estrela do Mar, Caboclo Estrela de Prata),<br />
Oxum (Caboclo Tietê, Caboclo da Cachoeira,<br />
Caboclo do Rio), Yansã (Caboclo do<br />
Vento, Caboclo Sete Ventos, Caboclo<br />
<strong>Pena</strong> Amarela), Obaluaiê<br />
(Caboclo Cambaí, Caboclo do<br />
Cruzeiro, Caboclo Lázaro), etc...<br />
Nesta grande família também<br />
encontramos as caboclas (Cabocla<br />
Jurema, Cabocla Indaiá,<br />
Cabocla Jupira), agrupadas como<br />
os caboclos acima e os caboclos<br />
mirins ou caboclinhos (Caboclo<br />
Tupanzinho, Cabocla Jureminha,<br />
Caboclo Folhinha Verde).<br />
Caboclos de couro ou Caboclos<br />
Boiadeiros: o indígena<br />
aculturado, mestiçado, trabalhador<br />
das velhas fazendas de gado:<br />
boiadeiros, laçadores, coureiros,<br />
etc. Populares no velho Candomblé<br />
de Caboclo, muitos passaram a<br />
trabalhar na Umbanda (Caboclo Navizala,<br />
Caboclo Laje Grande, Caboclo Laçador).<br />
Também encontramos como linhas de<br />
trabalho suplementares, os misteriosos<br />
Caboclos Quimbandeiros, espíritos de índios<br />
mestiços com africanos – sobretudo de<br />
origem bantu – que militam ao lado dos Exus<br />
(Caboclo Pantera Negra, Caboclo Corcel<br />
Negro, Caboclo Mata de Fogo). Ao lado deles<br />
existem ainda os Caboclos Africanos,<br />
entidades aguerridas e justiceiras (Simão<br />
Africano, Arranca-Caveira, Arranca-Pemba,<br />
Arranca-Estrela). Os espíritos destes caboclos,<br />
quando em vida, viveram nos antigos<br />
quilombos ou em comunidades escondidas<br />
no interior das matas.<br />
No estado de Santa Catarina e no Paraná,<br />
um estranho culto abriga os Caboclos<br />
Violeiros, entidades que curam através da<br />
música e das danças sagradas, sob o<br />
patronato de São Gonçalo de Amarante.<br />
Muitos caboclos são oriundos do culto<br />
da Jurema Sagrada e são conhecidos como<br />
Caboclos Juremeiros. Nas sessões eles<br />
costumam usar cachimbo longo, maracá e<br />
beber jurema (Caboclo Pinarona, Caboclo<br />
Turuatã, Caboclo Manicoré).<br />
Outro grupo que pode se apresentar<br />
nesta família é o dos Caboclos Encantados.<br />
Eles se manifestam sob a forma dos<br />
habitantes das matas, mas não são almas<br />
humanas e sim forças naturais independentes<br />
e não limitadas pelo espaço e tempo<br />
(Rei Guajá, Rei Camundá, Dom João da<br />
Mata). Estes caboclos são mais cultuados<br />
na Encantaria, no Terecô, Babassuê e Toré,<br />
tradições menos conhecidas do que a<br />
Umbanda. Também se manifestam na Pajelança<br />
Cabocla dentro das linhas de cura,<br />
pena e maracá e canjerê.<br />
TUPINAMBÁ: em tupi antigo significa<br />
"o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere<br />
tanto a uma grande nação de índios - da qual<br />
faziam parte, dentre outros, os tamoios, os<br />
temiminós, os tupiniquins, os potiguaras, os<br />
tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinaês<br />
e os aricobés – como a um grupo<br />
também chamado de tupinambá. Normalmente<br />
na Umbanda designa um conhecido caboclo<br />
de mesmo nome, de provável origem<br />
tupinambá!<br />
Em muitos Pontos Cantados, Seu Tupinambá<br />
– um dos mais antigos caboclos da<br />
Umbanda - é chamado de pai da Cabocla<br />
Jurema. Os adeptos do culto do Umbandaime<br />
contam que o Caboclo Tupinanmbá<br />
foi o mentor desta corrente espiritual.<br />
A Nação tupinambá dominava quase<br />
todo o litoral brasileiro e usavam uma língua<br />
comum, que teve sua gramática organizada<br />
pelos jesuítas e passou a ser conhecida<br />
como o tupi antigo, constituindo-se na língua<br />
raiz da língua geral paulista e do nheengatu.<br />
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Página -14 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -15<br />
ADRIANO CAMARGO<br />
S<br />
alve sagrado leitor, irmãozinhos e<br />
irmãzinhas em Mãe Natureza! Quero<br />
começar nosso bate papo desse<br />
mês falando dos cursos à distância, o<br />
chamado “EAD”.<br />
Sem entrar na polêmica da validade<br />
desse formato de treinamento, penso<br />
que é importante lembrar que os tempos<br />
mudam, as formas de conviver hoje<br />
já não são as mesmas de vinte anos<br />
atrás, a internet é uma realidade imutável.<br />
E ai eu digo: porquê não? Eu<br />
fiquei relutante durante um bom tempo<br />
em relação aos cursos de ervas na<br />
plataforma virtual, mas aceitei o desafio<br />
e agora estamos iniciando a terceira turma<br />
de Ervas na Umbanda pela internet.<br />
Se você ainda tem duvidas se dá<br />
pra aprender pela internet, entre no<br />
site www.umbandaead.com.br ou<br />
www.ica.org.br, lá você terá mais detalhes<br />
e poderá assistir a aula de apresentação,<br />
além de ver o depoimento<br />
de quem já fez.<br />
Vamos lá, vamos falar de ervas!<br />
O conhecimento sobre as ervas<br />
não pode ser restrito a uma religião, ou<br />
a um meio acadêmico. Está na natureza,<br />
como parte integrante da criação Divina<br />
e é o elemento que mais se aproxima<br />
da natureza material humana.<br />
Carrega a força dos quatro elementos<br />
primordiais, terra –<br />
água – fogo e ar. E devidamente<br />
ativado,<br />
transfere para o ambiente<br />
ou o organismo humano,<br />
a energia contida<br />
em si. Erva é poder, erva<br />
é força, é poder<br />
realizador, erva é cura.<br />
A água é concentradora<br />
da energia do<br />
elemento vegetal. A energia aquática<br />
carrega a força vegetal, fazendo com<br />
que ela seja absorvida mais facilmente<br />
pelo nosso organismo espíritual. Não<br />
esqueça que nosso corpo humano é<br />
formado por pelo menos 75% de água.<br />
Através de um banho de ervas, nosso<br />
fator aquático humano, em contato<br />
com o fator aquático carregado de<br />
energia vegetal, se funde, formando<br />
A FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” informa a todos os usuários do<br />
SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA que a partir de 15 de abril de 2.011, o valor da<br />
entrada passou a R$ 8,00 (oito reais) por pessoa. Lembramos a todos que o<br />
estacionamento é gratuito e crianças até <strong>12</strong> anos não pagam entrada.<br />
Pai Ronaldo Linares – irmão-presidente da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”,<br />
mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA - www.casadepaibenedito.com.br<br />
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Centro, Bauru - SP<br />
assim, energeticamente falando, um elemento<br />
mais leve e fácil de ser absorvido<br />
pelo nosso organismo espiritual. É o<br />
veículo que o espírito vegetal encontra<br />
para se unir a nós.<br />
Sempre me perguntam se devemos<br />
tomar banho de ervas na cabeça. Na<br />
verdade, esse assunto é o mais polêmico<br />
de todos, porque envolve<br />
conceitos religiosos tradicionais, e<br />
sobre eles, eu não opino. O que digo é,<br />
se você não está ligado a alguma<br />
doutrina que lhe impõe isso, não se<br />
preocupe.<br />
Existem ervas, como veremos mais<br />
adiante, que devemos<br />
realmente evitar<br />
colocar na cabeça,<br />
em nosso centro<br />
de forças, ou chacra<br />
coronário. Mas por<br />
outros motivos energéticos,<br />
que devem<br />
se estudados caso a<br />
caso.<br />
É comum ouvir<br />
que filhos de determinados<br />
Orixás não podem usar ervas<br />
de outro Orixá na cabeça, até com risco<br />
de morte. Os especialistas em Orixá que<br />
digam isso em suas publicações e sejam<br />
ouvidos por quem está ligado a essa<br />
energia. Mesmo em minhas<br />
práticas religiosas,<br />
tenho visto muitas pessoas<br />
usar todo tipo de<br />
erva na cabeça e continuar<br />
com seu juízo perfeito,<br />
sem risco nenhum.<br />
Muitos dos acúmulos<br />
energéticos negativos,<br />
que são o motivo da<br />
limpeza espiritual com<br />
ervas, localizam-se exatamente no<br />
chacra coronal, na coroa mediúnica, no<br />
alto da cabeça. Porque então não<br />
deveríamos colocar ervas lá, no foco<br />
da atuação?<br />
Preparar os banhos não requer muita<br />
prática. Requer muito amor e bom<br />
senso. O banho pode ser preparado<br />
quente ou frio, depende do tipo de erva<br />
a ser utilizada.<br />
ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO<br />
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Se for usar apenas<br />
ervas ou flores frescas,<br />
pode colocá-las, depois<br />
de lavadas em água<br />
corrente, em uma<br />
bacia ou panela com<br />
água fria e deixar por<br />
umas duas horas. Esse<br />
processo chama-se maceração. Você<br />
pode também, nesse processo, amassar<br />
as ervas com as mãos, dentro da bacia<br />
com água e depois deixa-las descansar<br />
por uma hora, coberta com um pano<br />
branco. É muito positivo também, nesse<br />
caso, acender uma vela branca ao lado<br />
do preparo, e na<br />
reza evocatória<br />
pedir que ilumine<br />
e envolva o preparo<br />
com as<br />
energias do fogo<br />
vivo.<br />
Essa prática<br />
é muito positiva,<br />
pois enquanto<br />
você amassa as<br />
ervas com as<br />
mãos, pode fazer a reza ativadora, e<br />
ali, pode ter certeza, o banho já começará<br />
agir no seu campo astral. Mentalize<br />
a aura vegetal envolvendo suas mãos,<br />
absorvendo a partir da palma delas,<br />
todo o negativismo, as formas pensamento,<br />
os miasmas astrais do seu espírito.<br />
Se as ervas forem secas, mesmo<br />
que sejam folhas, flores, raízes ou cascas,<br />
simplesmente coloque água para<br />
ferver em uma panela e quando atingir<br />
a fervura, coloque as ervas já separadas<br />
dentro da água, deixe ferver por<br />
um minuto e desligue. Tampe e deixe<br />
amornar.<br />
Você pode unir os dois processos,<br />
fazendo a fervura com as ervas secas<br />
e depois de amornar, fazer a maceração<br />
com esse preparo e as ervas frescas.<br />
Depois disso, deixe o preparo descansar<br />
e coe antes de usar.<br />
Podemos coar o banho porque já<br />
concentramos na água aquilo que<br />
precisamos da erva, seu organismo<br />
espiritual energético.<br />
Os banhos são administrados após<br />
o banho normal. Coloque o preparo<br />
pronto em uma panela, bacia, balde,<br />
etc e complete com água quente do<br />
próprio chuveiro. Não é necessário tomar<br />
o banho frio, exceto em alguns<br />
casos muito específicos, a partir de solicitação<br />
e acompanhamento religioso.<br />
Ao terminar seu banho higiênico,<br />
levante a panela acima de sua cabeça<br />
e faça essa oração:<br />
“Senhor Deus, meu<br />
amado Pai Criador,<br />
Amada Mãe Terra,<br />
Amada Mãe Água,<br />
Sagradas Forças<br />
Vegetais, peço de<br />
coração que abençoem<br />
esse banho. Que ele seja<br />
verdadeira força viva em minha<br />
vida, em meu campo energético,<br />
proporcionando saúde espiritual e<br />
física, limpeza astral, e que todas<br />
as formas de vida atuando<br />
negativamente em minha vida<br />
sejam alcançadas por ele e assim<br />
tenham também em sua vida os<br />
efeitos positivos dessas ervas.<br />
Assim seja e assim será.”<br />
Ao terminar de jogar esse preparo<br />
sobre o corpo, respire profundamente<br />
umas três vezes e mentalize círculos<br />
coloridos à sua volta, descendo pelo<br />
seu corpo em espirais nas seguintes cores:<br />
verde, azul, violeta, branco e rosa.<br />
Deixe alguns instantes assim, com<br />
o banho em seu corpo, sem enxaguar e<br />
sem enxugar também.<br />
Deixe seu espírito vibrar junto com<br />
a erva. Sinta a energia viva envolvendo<br />
seu corpo físico e espiritual e penetrando<br />
nos corpos internos e nos órgãos,<br />
muitas vezes doentes e debilitados.<br />
Preferencialmente tome os banhos<br />
antes de dormir, exceto os energéticos<br />
e estimulantes, que devem, preferencialmente,<br />
ser tomados pela manhã.<br />
Em relação à quantidade, a proporção<br />
é sempre um bom punhado para<br />
cada meio litro de água. Não usamos<br />
medida exata, primeiramente por não<br />
se tratar de preparo fitoterapêutico, e<br />
também porque a melhor medida para<br />
seu uso é sua própria mão em concha.<br />
Os banhos não são apenas para<br />
nosso corpo, nosso organismo espiritual<br />
humano. Podem e devem ser usados<br />
também para nossas casas, locais de<br />
trabalho e casas de trabalho espiritual.<br />
Preparamos o banho para casa da<br />
mesma forma descrita e passamos no<br />
chão com um pano branco, de prefe-<br />
Nossa capa:<br />
Durante o processo de diagramação<br />
deste jornal, vamos sendo<br />
influenciandos pelas energias que nos<br />
cercam e neste mês, tive a facilidade<br />
de produzir 6 diferentes capas para<br />
esta edição. Diante da indecisão em<br />
nossa redação sobre qual seria a capa<br />
mais apropriada convidamos (por 24<br />
horas) aos leitores de nosso mailing<br />
na internet para opinar. O resultado<br />
entre os 454 votos apurados foi:<br />
001 = 84 Votos / 002 = 142 Votos<br />
003 = 30 Votos / 004 = 16 Votos<br />
005 = 15 Votos / 006 = 167 Votos<br />
A vencedora, teve origem na foto<br />
de M. S. Delay no arquipélago da<br />
Papua Nova Guiné, um país que<br />
devido a múltiplas colonizações abriga<br />
uma população das mais variadas<br />
raças que falam entre si mais de 850<br />
linguas, entre idiomas e dialetos.<br />
rência novo ou destinado apenas para<br />
esse fim. É interessante também passar<br />
esse preparo em paredes que possam<br />
receber líquido (cuidado para não manchar<br />
a pintura), e principalmente nos<br />
batentes das portas e janelas.<br />
O uso das essências prontas – à<br />
base de água ou álcool - no banho não<br />
têm contra indicação, porém não devem<br />
ser as únicas fontes de energia vegetal<br />
no banho, o único elemento. As essências<br />
têm grande valor aromaterápico,<br />
causando pelo seu odor agradável,<br />
verdadeira fusão dos elementos vivos<br />
das ervas. Vemos o uso prático das<br />
essências nos banhos de cheiro, principalmente<br />
para casa.<br />
O resíduo de ervas usado para o<br />
preparo dos banhos, deve ser devolvido<br />
à natureza. Ou à terra do jardim ou a<br />
um rio. Como parte e continuidade da<br />
magia, essa prática deve acompanhar<br />
a intenção de o elemento natural, água<br />
ou terra, receber e diluir todo e qualquer<br />
resíduo negativo em que a prática de<br />
magia esteja envolvida.<br />
Pode devolvê-la ao jardim de sua<br />
própria casa, ou um vaso, por exemplo,<br />
ou mesmo numa praça, ao pé de uma<br />
árvore. Se jogada num rio, tomar o<br />
cuidado para não jogar saco plástico<br />
ou outro material sintético, mas somente<br />
os resíduos vegetais; regra que também<br />
se aplica a resíduo de velas, porque<br />
nada mais são do que parafina, elemento<br />
petroquímico. Não precisamos poluir<br />
ainda mais a natureza. Para finalizar,<br />
vamos a algumas receitinhas de banhos:<br />
BANHO PARA<br />
DESCARREGO ENERGÉTICO:<br />
Arruda, Guiné, Picão Preto, Dandá<br />
da Costa, Eucalipto, Jurema Preta,<br />
Angico;<br />
BANHO PARA<br />
LIMPEZA ENERGÉTICA LEVE<br />
Folhas de Pitanga, Abacateiro,<br />
Arruda, Eucalipto, Aroeira, Barba de<br />
Velho, Folhas de Carambola;<br />
BANHO PARA EQUILÍBRIO<br />
ENERGÉTICO E FORTA-<br />
LECIMENTO ESPIRITUAL<br />
Calêndula, Sálvia, Alecrim, Alfazema,<br />
Camomila, Hortelã e Folhas de<br />
Pitanga.<br />
É isso, muitíssimo obrigado! Sucesso,<br />
saúde e muito poder natural a<br />
todos!<br />
Adriano Camargo – O Erveiro<br />
(11) 4177-1178<br />
adriano@ervasdajurema.com.br<br />
www.erveiro.com.br
Página -16 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011