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Política e cotidiano - ABA

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MIRIAM PILLAR GROSSI E ELISETE SCHWADE<br />

durante a qual tais relações se configuram inerentes, embora<br />

sutis. O enfrentamento de um <strong>cotidiano</strong> reiteradamente situado<br />

como violento e a vivência de uma situação de assalto a<br />

conduziram a um aprendizado do olhar lançado pela<br />

pesquisadora sobre o outro, refletido no mesmo. O medo<br />

permitiu apreender sobre relações de poder, sobre posições<br />

sociais e, sobretudo, a fez localizar a importância da coragem<br />

em tal contexto de adversidades.<br />

Por fim, um tema clássico, o da articulação entre gênero e<br />

família e geração, está presente nos trabalhos de César Carvalho<br />

e de Sílvia Santos em parceria com Theophilos Rifiotis. O<br />

primeiro artigo fala dos diálogos e das relações mãe/filha no<br />

curso da agregação de valores simbólicos aos bens de herança<br />

familiar. O segundo traz uma reflexão sobre os cuidadores<br />

familiares, apontando a complexidade dos processos de cuidado<br />

de idosas enfermas que têm, em seus maridos, os cuidadores.<br />

Sublinham poder e prestígio, dentro do grupo familiar,<br />

atribuídos àqueles que “sabem cuidar”.<br />

Os trabalhos aqui publicados dão conta da diversidade e<br />

da originalidade de estudos que estão sendo feitos atualmente,<br />

na sua grande maioria por jovens mestrandas e doutorandas<br />

da área, e refletem os caminhos e os desafios que os estudos de<br />

gênero estão trilhando neste momento no Brasil.<br />

Este livro contou com a ajuda inestimável de Fernanda<br />

Cardozo, antropóloga e revisora, que zelou, com uma dedicação<br />

ímpar, por sua edição, e de Carmem Vera Vieira Ramos, que<br />

nos apoiou na secretaria e na execução financeira dos projetos<br />

da Fundação Ford e da SPM. O quadro da capa – “Tupi or not<br />

Tupi, that’s the question ( d’aprés Lévi-Strauss e Oswald de Andrade)”<br />

– é de autoria de Vera Cíntia Alvarez, pintora e diplomata, hoje<br />

em posto na embaixada brasileira no Japão. Sua imagem nos<br />

parece ser uma interessante metáfora aos estudos de gênero<br />

que fazemos no Brasil: mostra uma fachada de vitrine de uma<br />

das marcas de alta costura francesas, instaladas na Avenue<br />

Georges V, em Paris, onde há uma pichação antropofágica (tupi<br />

ou not tupi) e uma modelo branca sob o olhar crítico de índi@s<br />

brasileir@s. Agradecemos às três a generosa colaboração para a<br />

edição deste livro coletivo.

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