TURISMO NACIONAL EM REVISTA - IPDT
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004-055
academiaaberta
T U R I S M O N A C I O N A L E M R E V I S T A
nº2 janeiro 05 distribuição gratuita
As fases da “Academia Aberta do Turismo” Albufeira de Castelo do Bode em análise
Entrevista ao presidente da Região dos Templários Algarve – O caso que se segue
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EDITORIAL
A hora do Planeamento
Jorge Costa
Presidente do IPDT
“
Uma vez realizada a auditoria ao destino,
é agora altura de olharmos para o planeamento
do mesmo. É este o tema da 2ª Academia Aberta.
“
Após a realização da 1ª “Academia Aberta do Turismo”, dedicada
à análise da Região de Turismo dos Templários (Floresta Central
e Albufeiras), centrada no estudo do caso da Albufeira de Castelo
do Bode, podemos afirmar que o projecto “Academia
Aberta” é uma realidade.
Os contributos originados pela auditoria ao destino, a apresentação do
caso e das recomendações efectuadas pelo grupo responsável pela região em
estudo, geraram uma interessante discussão com mais-valias concretas para
a melhoria da oferta turística do destino Albufeira de Castelo do Bode.
Uma vez realizada a auditoria ao destino, é agora altura de olharmos
para o planeamento do mesmo. É este o tema da 2ª “Academia Aberta do
Turismo” (AAT), que se debruça sobre a Região de Turismo do Algarve
(ver quadro na página seguinte).
Relativamente a este tema, importa clarificar a abordagem da AAT.
Efectivamente, mais do que desenvolver um novo plano para a Região de
Turismo do Algarve (RTA), importou analisar o conhecimento já produzido
sobre a região, a estratégia em prática e as acções desenvolvidas
e a desenvolver para que a mesma seja atingida.
Após esta fase, o Grupo de Estudo responsável pela RTA confrontou a
posição estratégica da região com o contexto nacional e internacional do
sector do turismo e as melhores práticas de gestão de destinos turísticos
identificadas em estudos de benchmarking. Daqui resultou um conjunto de
pressupostos e recomendações para uma melhoria da competitividade da
Região de Turismo do Algarve, a discutir e validar com os actores locais
do turismo na mesa redonda da “Academia Aberta” sobre este tema.
D.R. (RTT)
ACADEMIA PASS
A
“Academia Aberta do Turismo”
está de volta. Depois da
Região de Turismo dos Templários
(FCA) é agora a vez de uma
profunda reflexão sobre o turismo algarvio.
O tema do “Planeamento do
Destino” marca esta nova edição, onde
empresários, autarcas e gestores irão
debater ameaças e oportunidades.
A primeira fase da “Academia” irá
prolongar-se até Julho deste ano, debatendo
ainda as regiões do Alto Minho,
Évora e Centro. Um rigoroso calendário
de execução que poderá consultar
na página ao lado.
Relembre-se que o projecto é uma
iniciativa do Instituto de Planeamento
e Desenvolvimento do Turismo (IPDT),
em parceria com a Associação Nacional
das Regiões de Turismo (ANRET),
e visa a análise e discussão dos temas
associados ao desenvolvimento do turismo
nacional. A “Academia” está integrada
no MBA em Destinos Turísticos,
desenvolvido pelo IPDT.
D.R. (RTA)
MIA PASSO A PASSO
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5
FASES DO PLANEAMENTO
ESTRATÉGICO DO DESTINO
Auditoria do Destino
Planeamento do Destino
Desenvolvimento
do Destino
Monitorização do
Desempenho do Destino
Plano Estratégico
do Destino
LOCAL
Templários
(FCA)
Algarve
Alto Minho
Évora
Centro
D.R. (RTAM)
GRUPOS DE ESTUDO
(COMPOSIÇÃO)
António Mota
Matheus Castro
Sandra Santos
Manuela Carvalho
Miguel Sousinha
Rui Morais
Isabel Silva
Manuela Fonseca
Carina Custódio
Ana Ladeiras
João Aires
Margarida Belém
Sandra Leite
João Gomes
Agostinho Peixoto
Ondina David
Vasco Viana
Carlos Constantinov
Teresa Vieira
Maria Vilhena
Gabriela Santos
Ana Carvalho
DATA
NOV 04
19 20
JAN 05
28 29
MAR 05
18 19
MAI 05
20 21
JUL 05
8 9
Nota: Todos os cinco grupos estudam a sua região na óptica das várias fases do Planeamento Estratégico do Destino,
sendo responsáveis pelos trabalhos da “Academia” correspondente.
APRESENTAÇÃO
O projecto “Academia Aberta” obedece a um calendário
de execução que integra as várias fases do planeamento
estratégico do destino. Uma discussão passo a passo.
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1
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D.R. (RTE) D.R. (RTC)
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ESTUDO DE CASO
Albufeira
de Castelo
do Bode
Fotos de Artur Henriques
Um pormenor
da viagem,
já ao entardecer.
Omês de Novembro de 2004
marcou o arranque do projecto
“Academia Aberta do
Turismo”. A Região de Turismo
dos Templários (FCA) foi anfitriã
do primeiro encontro nacional que teve
como alvo de debate o caso da Albufeira
de Castelo do Bode.
Do encontro fez parte uma visita a
alguns dos principais pontos fortes da
região – Aqueduto dos Pegões, Convento
de Cristo, Vila de Rei e Ferreira
do Zêzere –, seguida de uma mesa redonda
de discussão a bordo do barco
S. Cristóvão.
Esta primeira edição dos “Encontros
Nacionais” contou com a presença do
presidente do IPDT, do presidente da
Região de Turismo dos Templários, de
responsáveis da ANRET, do presidente
da Câmara Municipal de Tomar, de autarcas
da região, entre outras personalidades.
Mas foi ao primeiro grupo do
MBA em Destinos Turísticos – composto
por António Mota, Matheus
Castro, Sandra Santos e Manuela
Carvalho – que coube a palavra. O tema
foi a “Auditoria do Destino”.
A Albufeira de Castelo do Bode está em análise, mas a fase da
Auditoria foi já concluída e apresentada. Confira as conclusões.
Apresentação da região
A Região de Turismo dos Templários
(FCA) abrange, na sua área geográfica
de influência, dez municípios – Entroncamento,
Ferreira do Zêzere, Mação,
Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã,
Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila de
Rei –, estando localizada a escassos
quilómetros dos principais centros
urbanos. Em termos de mais-valias tu-
rísticas importa, desde logo, destacar a
variada oferta de gastronomia típica da
região, os passeios turísticos e o artesanato
regional.
Durante esta edição da “Academia
Aberta” foram identificados os actores,
os recursos, as potencialidades, os
atractivos turísticos, as infra-estruturas
e os equipamentos de apoio desta região.
Um vasto programa de trabalho
Atractivos turísticos na macro-região envolvente
da Albufeira de Castelo do Bode:
LOCALIDADE PRINCIPAL MOTIVO PRINCIPAL ATRACTIVO
Óbidos História e património Castelo e muralhas
Alcobaça História e património Mosteiro
Nazaré Sol e praia Praias
Fátima Peregrinação Santuário
Tomar História e património Castelo e Convento
Batalha História e património Mosteiro
Leiria História e património Castelo
Conimbriga História e património Ruínas romanas
Figueira da Foz Sol e praia Praias
Coimbra História, património e cultura Universidade
Buçaco Património e natureza Palácio e Mata Nacional
Fonte: Luís Ferreira (2003)
Fonte: Luís Ferreira (2003)
A visita ao Centro Geodésico de Portugal, em Vila de Rei, o almoço e a apresentação dos primeiros resultados da “Academia”, pelo grupo de trabalho dos Templários.
que também contemplou um momento
de debate sobre as principais debilidades
da região, designadamente a concentração
da procura turística nos meses
de Maio e Setembro, as deficiências
na rede viária – particularmente nas
acessibilidades à Albufeira – e na sinalização
rodoviária, a carência de promoção
dos produtos tradicionais, artesanato
e restaurantes típicos, a falta
de qualificação/formação dos recursos
humanos e a ausência de dinâmica de
investimento público e privado no
aproveitamento dos recursos.
Localizada nesta região, a Albufeira
de Castelo do Bode é um dos maiores
lagos artificiais da Europa, com uma
extensão de cerca de 60 quilómetros,
desde as imediações de Tomar até aos
arredores de Cernache do Bonjardim.
Em virtude da proximidade entre a Albufeira
e Tomar, os turistas que a visitam
são, na sua esmagadora maioria,
residentes – que optam apenas por desfrutar
do património natural através de
passeios com piqueniques ou merendas
Distribuição do número de visitantes que declararam intenção
de visita aos atractivos turísticos actualmente existentes.
Castelo de Tomar ou dos Templários n=303
Aqueduto do Convento de Cristo n=226
Convento de Cristo e Janela do Capítulo n=211
Sinagoga de Tomar n=193
Albufeira de Castelo do Bode n=142
Castelo de Abrantes n=97
Mancha florestal – Vila de Rei n=71
Igreja Matriz – Vila de Rei n=69
Aldeia de Dornes – Ferreira do Zêzere n=68
Igreja Matriz do Sardoal n=59
Eco-museu de Martinchel n=39
nº casos: 0 100 200 300
–, e proprietários de casas de veraneio
(2ª habitação). Actualmente, o fluxo de
turistas externos (nacionais e estrangeiros)
é irregular e baixo, constituindo
um importante alerta para a necessidade
da união de esforços dos actores envolvidos
no desenvolvimento turístico.
Os principais contributos da “Academia
Aberta” para o caso da Albufeira de
Castelo do Bode incluem, nesta primeira
fase de análise, a criação do produto
turístico integrado – apostando na diversidade
e potenciando as especificidades
turísticas de cada município –, a
articulação dos agentes locais, fomentando
o envolvimento dos stakeholders
(incluindo residentes e visitantes), a
gestão do recurso com base na dinamização
e formatação local do seu desenvolvimento
sustentado e o incremento
da cooperação e da articulação inter-
-municipal e supra-municipal.
O estudo vai continuar, debruçando-
-se a partir de agora sobre as restantes
fases do planeamento estratégico do
destino. Um contributo que se espera
poder vir a marcar a diferença para a
região.
O momento
do embarque,
em Ferreira do Zêzere.
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ENTREVISTA
Jorge Neves
Presidente da Região
de Turismo dos Templários (FCA)
Q
ual o balanço que faz da primeira
edição da “Academia
Aberta”, realizada na Região
de Turismo dos Templários?
O balanço é bastante positivo, pois a
acção permitiu identificar áreas de melhoria
e provocou o ”despertar”, junto
dos actores presentes, para a necessidade
de resolução de problemas já anteriormente
identificados e que vêm carecendo
de uma solução urgente, nomeadamente
a requalificação de espaços públicos
de interesse turístico e ainda de
outros recursos turísticos.
A discussão levada a cabo durante a
“Academia” poderá auxiliar a região na
busca de novas soluções para turismo?
Dado que ao longo da discussão os
problemas que se levantam são acompanhados
de propostas alternativas de solução,
sem dúvida que o valor acrescentado
dado pela “Academia Aberta” está
sempre presente. Compete-nos perceber
e decidir sobre as melhores propostas.
Quais as suas expectativas relativamente
ao turismo nacional em 2005?
O turismo nacional em 2005 terá ne-
cessariamente que evoluir de forma positiva.
Para a Região de Turismo dos
Templários (Floresta Central e Albufeiras)
prevemos algum crescimento no
número de dormidas de nacionais, não
só motivado pela tipologia de produto
que oferecemos – turismo cultural e
natureza – que responde às tendências
da procura, mas também porque algum
esforço suplementar irá ser produzido
em termos de comunicação e promoção
do destino, a par com a diversidade e
aumento da quantidade da oferta em termos
de alojamento.
Acha que a instabilidade política actual
poderá adiar, uma vez mais, o dossiê
"Turismo Nacional"?
O dossiê “Turismo Nacional” deverá
resultar de uma análise e estudo que está
ainda, em parte, por fazer. Dado tratar-
-se de um trabalho essencialmente técnico,
não vejo como a instabilidade política
o possa afectar. Só afectará, e reforço,
se o propósito ou a metodologia for
definir políticas sem perceber ou conhecer
profundamente o sector, as suas
diferentes actividades e a transversalidade
que contempla.
Artur Henriques
D.R. (RTA)
O CASO QUE SE SEGUE
Com a “Academia” em pleno funcionamento, é chegado o
momento de analisar uma das mais emblemáticas regiões
(RTA)
de turismo nacionais. O Algarve é o caso que se segue. D.R.
P
ela sua localização e pelas condições climatéricas e naturais, Portugal assume-se como um destino
turístico natural. Em todo o território as regiões do litoral tiveram desde sempre um papel fundamental
no desenvolvimento turístico do país, mas o Algarve surge como o principal motor deste sector.
E se, por um lado, é certo que um turismo de qualidade pode contribuir para o desenvolvimento
sustentável da região do Algarve – melhorando a competitividade das empresas, respondendo às aspirações sociais
e preservando o ambiente cultural e natural –, ninguém duvida que para se ter sucesso nestes diferentes
domínios é necessária uma intervenção global, centrada na satisfação do turista e baseada nos princípios do desenvolvimento
sustentável. Actualmente, o turismo costeiro europeu enfrenta uma concorrência cada vez
maior, uma enorme necessidade de investimentos e de modernização de infra-estruturas, assim como a exigência
crescente de preservar as suas riquezas: o mar, as praias e a natureza.
Talvez por isto mesmo o ano 2004 foi já considerado o pior da última década, com mais de 50 por cento das
empresas turísticas do Algarve a registarem resultados negativos. É urgente uma discussão serena, mas capaz de
lançar as bases para se inverter este cenário. O tempo em que tudo se resumia a mar, praia e sol parece estar
ultrapassado. Os turistas procuram um leque variado de actividades e de experiências e, neste domínio, o
Algarve dispõe de recursos muito ricos para uma oferta diferenciada.
O contributo da “Academia”
O objectivo geral do estudo, levado a cabo pelo grupo de trabalho, aponta para a definição de um conjunto
de critérios e indicadores que possibilitem a análise do destino turístico do Algarve, integrando as várias vertentes
– económica, ambiental e sócio-cultural – e as condições da sua sustentabilidade a longo prazo.
O estudo tentará cumprir o objectivo de, numa primeira fase, diagnosticar e avaliar a região do Algarve e as
suas áreas-problema e, numa segunda fase, construir cenários de sustentabilidade e formular recomendações úteis
para o desenvolvimento do destino turístico. As recomendações pretendem inspirar os operadores públicos e privados
com intervenção na gestão do destino turístico Algarve, os responsáveis por produtos e prestadores de
serviços turísticos e aqueles que têm responsabilidades no desenvolvimento local (económico, ambiental, de
ordenamento do território,
ALGARVE
etc.). O objectivo é o de
contribuir para que a Região
de Turismo do Algarve atinja
novos padrões de qualidade
e de sustentabilidade.
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PROPRIEDADE: Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo
EDIÇÃO E CONCEPÇÃO: Central de Informação
TIRAGEM: 2 500 exemplares