Josiane Thethê Andrade - Programa de Pós-Graduação em História ...
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aqui aprofundar e probl<strong>em</strong>atizar tais espacialida<strong>de</strong>s enquanto lugares <strong>de</strong><br />
socialização e trocas econômicas e culturais.<br />
A feitura <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> pesquisa histórica requer uma série <strong>de</strong><br />
cuidados e tratamentos específicos. Além <strong>de</strong> estabelecer os tipos <strong>de</strong> fontes que<br />
serão usadas, os métodos <strong>de</strong> investigação, os referenciais bibliográficos e,<br />
sobretudo, quais campos historiográficos irá percorrer, é importante ter um<br />
referencial teórico-metodológico coerente com a pesquisa <strong>de</strong>senvolvida, pois evita<br />
torná-la um apanágio <strong>de</strong> abordagens distintas, perdida na hiperespecialização do<br />
conhecimento histórico.<br />
Barros (2004) chama a atenção para esse aspecto ao enfatizar e discutir<br />
como os historiadores têm sentido dificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> situar<strong>em</strong> os trabalhos<br />
historiográficos nos diversos campos da história. Para esse autor, a crescente<br />
fragmentação do conhecimento, consequent<strong>em</strong>ente, da própria história <strong>em</strong><br />
subespecialida<strong>de</strong>s t<strong>em</strong> gerado uma ―fragmentação <strong>de</strong> perspectivas‖. Assim, não há<br />
mais uma única maneira <strong>de</strong> ver os acontecimentos, justamente pela ausência <strong>de</strong><br />
certezas que serviam <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para o enquadramento do conhecimento científico.<br />
O historiador não t<strong>em</strong> mais uma i<strong>de</strong>ia homogênea <strong>de</strong> seu ofício. Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
história total passam por uma crise paradigmática. Diante disso, Barros (2004)<br />
enfatiza que não há uma obrigação <strong>de</strong> encaixar o trabalho historiográfico <strong>em</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado campo da história,<br />
Na verda<strong>de</strong> isso não é possível, já que a ampla maioria dos bons<br />
trabalhos historiográficos situa-se na verda<strong>de</strong> <strong>em</strong> uma interconexão<br />
<strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s. Se são bons, são complexos. E se são complexos,<br />
hão <strong>de</strong> comportar algum tipo <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> saberes, seja os interiores<br />
ou exteriores ao saber historiográfico (BARROS, 2004, p. 7-8).<br />
Uma alternativa proposta por Barros (2004) seria estabelecer alguns<br />
critérios <strong>de</strong> divisão que facilitariam o processo <strong>de</strong> interconexão dos diversos<br />
domínios da história. Segundo ele,<br />
A chave para compreen<strong>de</strong>r estes vários campos, (...) está <strong>em</strong><br />
distinguir muito claramente as divisões que se refer<strong>em</strong> a dimensões<br />
(enfoques), as divisões que se refer<strong>em</strong> a abordagens (ou modos <strong>de</strong><br />
fazer a <strong>História</strong>), e as divisões intermináveis que se refer<strong>em</strong> aos<br />
domínios áreas <strong>de</strong> concentração <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> certas t<strong>em</strong>áticas e<br />
objetos possíveis (BARROS, 2004, p. 8).<br />
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