The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ver a mulher como sujeito, pois a enten<strong>de</strong>m, compreen<strong>de</strong>m, amam como espelhos, enquanto<br />
os homens a veem apenas como objetos. Tal simbiose se apresenta perigosa para<br />
as estruturas hierárquicas do po<strong>de</strong>r masculino.<br />
Esse panorama nos mostra que ain<strong>da</strong> há muito a pesquisar sobre a lesbiani<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas<br />
representações, uma vez que as i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s são flui<strong>da</strong>s e os que tentam <strong>de</strong>fini-la acabam<br />
sendo redutores, controversos e se limitando a apenas uma versão <strong>da</strong>s muitas possíveis<br />
para o que seriam a lésbica ou a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> lésbica. Fica evi<strong>de</strong>nte o avanço que <strong>de</strong>ixa<br />
ca<strong>da</strong> vez mais distantes visões redutoras, negativas, binaristas e estereotipa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ssas<br />
mulheres que são como qualquer outra mulher, qualquer outra pessoa, mas não como<br />
qualquer outro ci<strong>da</strong>dão, se pensarmos em termos políticos.<br />
Especialmente no que se refere às lésbicas, foram raros, como já colocamos, os momentos<br />
em que elas se viram sendo apresenta<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>bati<strong>da</strong>s, pensa<strong>da</strong>s, ou seja, em espaço<br />
<strong>de</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. É fácil constatar a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se falar <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e consequentemente<br />
<strong>de</strong> sua representação porque seria como reduzir a uma imagem congela<strong>da</strong> algo<br />
que está em trânsito, em permanente construção. A mídia sempre se limitou a apresentálas<br />
como pessoas problemáticas ou, ain<strong>da</strong> que em programas mais recentes o tema fosse<br />
tratado com mais naturali<strong>da</strong><strong>de</strong>, não merecedoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. Em meio a esse contexto,<br />
a série <strong>The</strong> L <strong>Word</strong>, que traz um grupo <strong>de</strong> lésbicas como protagonistas, é um produto<br />
que <strong>de</strong>sponta, <strong>de</strong>staca-se e se diferencia profun<strong>da</strong>mente do já exibido até então. Mostrase,<br />
assim, um curioso e provocante objeto a ser analisado para pensarmos <strong>de</strong> que forma<br />
a série traz essa vi<strong>da</strong> em construção, uma vez que não há uma apresentação única <strong>de</strong>sse<br />
grupo, posto que não há uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> fixa.<br />
– eLas por eLas 21