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Ministério <strong>Amai</strong>-<strong>vos</strong> – Igreja Apostólica da Família <strong>de</strong> Deus Página0


Autor e propósito<br />

ATOS<br />

A única obra que em todo o Novo Testamento se apresenta como continuação <strong>de</strong> outra é Atos dos Apóstolos (= At). O<br />

autor, i<strong>de</strong>ntificado tradicionalmente com Lucas (ver a Introdução a esse Evangelho), não quis dar por concluído no seu<br />

primeiro livro o relato “dos fatos que entre nós se realizaram” ( Lc 1.1 ), mas, no seu segundo volume, recopilou a informação<br />

que teve ao seu alcance sobre os inícios da propagação do Cristianismo.<br />

Praticamente, Atos começa no ponto em que termina o terceiro Evangelho. Depois <strong>de</strong> uma introdução temática ( 1.1-<br />

3 ), que inclui a <strong>de</strong>dicatória a Teófilo (cf. Lc 1.3 ), o autor situa a narração no cenário <strong>de</strong> Betânia ( Lc 24.50 ), on<strong>de</strong> à vista dos<br />

seus discípulos “foi Jesus elevado às alturas, à vista <strong>de</strong>les, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos” ( At 1.9 ).<br />

Conteúdo<br />

O acontecimento da ascensão aparece marcado para Lucas pela afirmação <strong>de</strong> Jesus “e sereis minhas testemunhas”<br />

(1.8 ). Sob o signo <strong>de</strong>ssas palavras irá <strong>de</strong>senrolar-se a história inteira da Igreja nascente. A ascensão assinala o começo da<br />

ativida<strong>de</strong> do Espírito Santo na Igreja, a qual é edificada sobre o fundamento da fé em Cristo e guiada adiante até a sua<br />

plenitu<strong>de</strong> gloriosa <strong>de</strong> novo povo <strong>de</strong> Deus.<br />

O título Atos dos Apóstolos, que não foi posto no texto pelo seu próprio autor, mas pela Igreja do séc. II, não<br />

correspon<strong>de</strong> em todos os seus aspectos ao conteúdo da narração. Com efeito, o livro só ocasionalmente ocupa-se com o<br />

grupo dos Doze (incluído já Matias, <strong>de</strong> acordo com 1.26 ). A sua atenção não se dirige aos apóstolos em geral, senão em<br />

particular a <strong>de</strong>terminados personagens, especialmente ao apóstolo Pedro e, sobretudo, a Paulo.<br />

Os trabalhos e discursos <strong>de</strong> Pedro e <strong>de</strong> Paulo são os principais centros <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> Lucas. O seu propósito é<br />

documentar os primeiros passos da difusão do evangelho <strong>de</strong> Jesus Cristo e o modo pelo qual o Espírito <strong>de</strong> Deus dava impulso<br />

naquele tempo ao crescimento da Igreja “tanto em Jerusalém como em toda a Ju<strong>de</strong>ia e Samaria e até aos confins da terra”<br />

(1.8 ).<br />

Jerusalém é o lugar on<strong>de</strong> começa a história da ativida<strong>de</strong> apostólica. Ali é on<strong>de</strong> se congrega e organiza a Igreja-mãe; ali<br />

se dão as primeiras manifestações do Espírito Santo; ali morre Estêvão, primeiro mártir da fé cristã; ali se escutam as<br />

primeiras mensagens evangélicas, e dali partem os primeiros enviados a anunciar fora dos limites palestinos a mensagem da<br />

salvação. A esses acontecimentos e ao <strong>de</strong>senvolvimento da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jerusalém aparece estreitamente vinculada a<br />

pessoa <strong>de</strong> Pedro.<br />

No entanto, mais interessado ainda se mostra Lucas na figura <strong>de</strong> Paulo, o missionário, o homem que foi capaz <strong>de</strong><br />

renunciar aos seus antigos esquemas mentais e religiosos para, <strong>de</strong> todo o coração, proclamar a Jesus Cristo diante <strong>de</strong><br />

quantos quiseram escutá-lo ( At 13.46 ; ver Rm 1.16 ; 1Co 9.20 ; Gl 2.7-10 ). A fé e a vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo representam para<br />

Lucas a energia interna do Evangelho, que em breve e <strong>de</strong> forma irresistível haveria <strong>de</strong> alcançar o coração do Império<br />

Romano. A chegada <strong>de</strong> Paulo a Roma ( 28.11-31 ) põe ponto final a Atos dos Apóstolos, um drama velozmente <strong>de</strong>senrolado<br />

que partiu com ímpeto <strong>de</strong> Jerusalém poucos anos antes.<br />

Divisão do livro<br />

O conteúdo do livro admite diversas análises, baseadas nos movimentos dos seus personagens mais importantes. A<br />

partir <strong>de</strong>ssa perspectiva histórico-geográfica po<strong>de</strong>-se dividir o relato em três etapas diferentes:<br />

Primeira etapa: Jerusalém (2.1—8.3). Depois da ressurreição e da ascensão <strong>de</strong> Jesus ao céu (1.4-11), Jerusalém é<br />

cenário da formação do núcleo cristão mais antigo da história (1.12-26). Ali veio sobre os discípulos o Espírito Santo no dia <strong>de</strong><br />

Pentecostes (2.4), e ali se <strong>de</strong>ram os primeiros passos para a organização da Igreja (2.41—8.3).<br />

Segunda etapa: Judéia e Samaria (8.4—9.43). A perseguição contra os cristãos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada após o martírio <strong>de</strong><br />

Estevão (6.9—7.60) obrigou muitos <strong>de</strong>les a saírem <strong>de</strong> Jerusalém e a se dispersarem “pelas regiões da Judéia e Samaria” (8.1).<br />

Esse fato veio a favorecer a propagação do evangelho, que já por aquele tempo havia alcançado diversos pontos da Síria e<br />

Palestina (4.4-6,25-26 ; 9.19,30-32,35-36,38,42-43 ).<br />

Terceira etapa: “até aos confins da terra” (10.1—28.31).<br />

Ministério <strong>Amai</strong>-<strong>vos</strong> – Igreja Apostólica da Família <strong>de</strong> Deus Página1


(a) Deus, no caminho <strong>de</strong> Damasco, havia chamado Saulo <strong>de</strong> Tarso (7.58 ; 8.1,3 ; 9.1-30 ; 22.6-16 ; 26.12-18), para fazer<br />

<strong>de</strong>le “um instrumento escolhido para levar” o nome <strong>de</strong> Jesus aos gentios (9.15). Por outro lado, os crentes “que foram<br />

dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estevão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia” (11.19), e <strong>de</strong>sse<br />

modo abriram-se as portas ao evangelho em lugares até então totalmente pagãos.<br />

(b) Paulo empreen<strong>de</strong> a sua ativida<strong>de</strong> missionária. No transcurso <strong>de</strong> três viagens, percorre territórios do sul e oeste da<br />

Ásia Menor, penetra na Europa pela Macedônia e chega até a Acaia (13.1—14.28; 15.36—18.22; 18.23—20.38). A sua<br />

passagem está marcada pelo nascimento <strong>de</strong> novas igrejas, <strong>de</strong> que ele é, primeiro, fundador, e <strong>de</strong>pois, mentor e conselheiro e<br />

com as quais mantém um cordial relacionamento, seja em pessoa ou por escrito.<br />

(c) Ao término do seu terceiro percurso apostólico, regressa a Jerusalém (21.1-15), em cujo Templo é preso (21.27-<br />

36). Os últimos caps. <strong>de</strong> Atos <strong>de</strong>screvem com especial <strong>de</strong>talhe os inci<strong>de</strong>ntes da viagem <strong>de</strong> Paulo a Roma, aon<strong>de</strong> o conduzem<br />

para ser julgado perante o tribunal imperial, a que ele havia apelado fazendo uso do direito que lhe outorgava a cidadania<br />

romana (22.25-29; 23.27; 25.10-12). O livro conclui com a chegada do apóstolo a Roma e o início da sua ativida<strong>de</strong> naquela<br />

cida<strong>de</strong> (28.14-31).<br />

O autor <strong>de</strong> Atos manifesta-se em ocasiões como testemunha presencial do que está relatando. A narração utiliza<br />

então a primeira pessoa do plural: “nós” (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), <strong>de</strong> modo que o escritor inclui-se entre as<br />

pessoas que acompanham o apóstolo no seu trabalho.<br />

Estilo literário<br />

O estilo <strong>de</strong> Atos é elegante e rico em vocabulário. Lucas possui um notável domínio da gramática e dos recursos<br />

lingüísticos do grego <strong>de</strong> seu tempo (koiné) e, inclusive, do clássico (ático). Talvez o conjunto da sua obra seja representativo<br />

dos primeiros esforços realizados para apresentar a fé cristã aos níveis mais cultos da socieda<strong>de</strong> romana.<br />

Lugar e data da composição<br />

Não existem dados que permitam precisar a data nem o lugar da composição <strong>de</strong>ste livro. Muitos pensam que foram<br />

publicados uns vinte e cinco ou trinta anos <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Paulo, aproximadamente durante a década dos anos oitenta.<br />

Esboço<br />

Introdução (1.1-11)<br />

I.O Derramamento do Espírito Santo (1.12 — 2.41)<br />

A. A Preparação para a Promessa (1.12-26)<br />

B.O Dia do Pentecoste (2.1-41)<br />

II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalém (2.42—8.1a)<br />

A. Características da Igreja Apostólica em Seguida ao Derramamento do Espírito (2.42.47)<br />

B.Um Gran<strong>de</strong> Milagre e Seus Efeitos (3.1—4.31)<br />

C.A <strong>Comunida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Bens dos Primeiros Cristãos (4.32—5.11)<br />

D. Mais Curas e a Resistência da Religião Oficial (5.12-42)<br />

E. A Escolha <strong>de</strong> Sete Diáconos (6.1-7)<br />

F. Estevão: O Primeiro Mártir do Cristianismo (6.8—8.1a)<br />

III. A Perseguição Leva à Expansão (8.1b—9.31)<br />

A. Os Crentes Dispersos na Judéia e Samaria (8.1b-4)<br />

B. Filipe: O Ministério <strong>de</strong> um Evangelista (8.5-40)<br />

C. Saulo <strong>de</strong> Tarso: A Conversão <strong>de</strong> um Perseguidor (9.1-31)<br />

IV. O Cristianismo Propaga-se entre os Gentios (9.32—12.25)<br />

A. O Ministério <strong>de</strong> Pedro em Lida e em Jope (9.32-43)<br />

B. A Missão <strong>de</strong> Pedro aos Gentios em Cesárea (10.1-48)<br />

C. O Informe <strong>de</strong> Pedro à Igreja <strong>de</strong> Jerusalém e a Aprovação da Sua Decisão (11.1-18)<br />

D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19-30)<br />

E. Perseguição sob Hero<strong>de</strong>s Agripa I (12.1-23)<br />

F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25)<br />

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V. Primeira Viagem Missionária <strong>de</strong> Paulo (13.1—14.28)<br />

A. Paulo e Barnabé Comissionado pela Igreja Local <strong>de</strong> Antioquia (13.1-3)<br />

B. Início da Evangelização da Província da Ásia (13.4—14.28)<br />

VI. O Concílio <strong>de</strong> Jerusalém (15.1-35)<br />

VII. Segunda Viagem Missionária <strong>de</strong> Paulo (15.36—18.22)<br />

A. Divergência entre Paulo e Barnabé (15.36-40)<br />

B. Visita às Igrejas Fundadas (15.41—16.5)<br />

C. Novas Regiões Evangelizadas na Província da Ásia (16.6—18.21)<br />

D. Regresso à Antioquia da Síria (18.22)<br />

VIII. Terceira Viagem Missionária <strong>de</strong> Paulo (18.23—21.16)<br />

A. A Caminho <strong>de</strong> Éfeso (18.23)<br />

Parêntese: O Ministério <strong>de</strong> Apolo (18.24-28)<br />

B. Um Prolongado Ministério em Éfeso (19.1-41)<br />

C. Viagem à Macedônia, Grécia e Volta à Macedônia (20.1-5)<br />

D. Regresso a Jerusalém (20.6—21.16)<br />

IX. A Prisão <strong>de</strong> Paulo e Seu Ministério Enquanto Preso (21.17—28.31)<br />

A.Em Jerusalém (21.17—23.35)<br />

B.Em Cesárea (24.1—26.32)<br />

C. A Caminho <strong>de</strong> Roma (27.1—28.15)<br />

D.Em Roma (28.16-31)<br />

Autor: Lucas<br />

Tema: A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Po<strong>de</strong>r do Espírito Santo<br />

Data: Cerca <strong>de</strong> 63 d.C.<br />

Consi<strong>de</strong>rações Preliminares<br />

O livro <strong>de</strong> Atos, e <strong>de</strong> igual modo o Evangelho segundo Lucas, é en<strong>de</strong>reçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1).<br />

Embora nenhum dos dois livros i<strong>de</strong>ntifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a<br />

evidência interna confirmatória dos dois livros <strong>de</strong>notam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).<br />

O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim <strong>de</strong> suprir na igreja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um relato completo dos<br />

primórdios do cristianismo.<br />

(1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida <strong>de</strong> Jesus.<br />

(2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o <strong>de</strong>rramamento do Espírito em Jerusalém e sobre o crescimento da<br />

igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.<br />

Atos abrange, <strong>de</strong> modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas<br />

<strong>de</strong>screve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo <strong>de</strong> Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países,<br />

54 cida<strong>de</strong>s, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> membros e funcionários do governo com<br />

seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão <strong>de</strong> Lucas em todos os seus pormenores. Como<br />

teólogo, Lucas <strong>de</strong>screve com habilida<strong>de</strong> a relevância <strong>de</strong> várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja. Na sua<br />

fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas:<br />

(1) os quatro Evangelhos.<br />

(2) As Epístolas <strong>de</strong> Paulo. Atos <strong>de</strong>sempenhou um papel substancial como elo entre as duas coletâneas, e faz jus à<br />

posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreen<strong>de</strong>rmos o ministério<br />

e as cartas <strong>de</strong> Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através <strong>de</strong> Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o<br />

como estando presente nas viagens <strong>de</strong> Paulo.<br />

Propósito<br />

Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja.<br />

Ministério <strong>Amai</strong>-<strong>vos</strong> – Igreja Apostólica da Família <strong>de</strong> Deus Página3


(1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio,<br />

apesar da oposição e perseguição.<br />

(2) Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a<br />

provisão <strong>de</strong> Deus para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuida<strong>de</strong> ao ministério <strong>de</strong> Jesus. Lucas registra<br />

três vezes, expressamente, o fato <strong>de</strong> o batismo no Espírito Santo ser acompanhado <strong>de</strong> enunciação em outras línguas (2.1-4.;<br />

10.44-47; 19.1-6). O contexto <strong>de</strong>stas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão<br />

permanente <strong>de</strong> Deus para ela.<br />

Visão Panorâmica<br />

Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos<br />

<strong>de</strong>screve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua ascensão, mediante o po<strong>de</strong>r do Espírito Santo, operando<br />

em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva.<br />

Ao ascen<strong>de</strong>r ao céu (1.9-11), a última or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Jesus aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até<br />

que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5).<br />

O versículo-chave <strong>de</strong> Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que<br />

receberão po<strong>de</strong>r quando o Espírito Santo vier sobre eles; po<strong>de</strong>r para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7),<br />

(2) em toda a Judéia e Samaria (8—12)<br />

(3) até aos confins da terra (13—28).<br />

Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais <strong>de</strong>stacado instrumento<br />

usado por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro principal <strong>de</strong> irradiação passou a ser Antioquia da Síria,<br />

on<strong>de</strong> o instrumento <strong>de</strong> maior realce nas mãos <strong>de</strong> Deus foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro <strong>de</strong> Atos termina<br />

<strong>de</strong> modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido<br />

julgamento ainda pen<strong>de</strong>nte, o livro termina <strong>de</strong> modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio <strong>de</strong> ânimo e sem<br />

impedimento para pregar e ensinar acerca do reino <strong>de</strong> Deus e do Senhor Jesus (28.31).<br />

Características Especiais<br />

Nove principais <strong>de</strong>staques assinalam o livro <strong>de</strong> Atos.<br />

(1) A igreja. Atos revela a origem do po<strong>de</strong>r da igreja e a verda<strong>de</strong>ira natureza da sua missão, juntamente com os<br />

princípios que <strong>de</strong>vem norteá-la em todas as gerações.<br />

(2) O Espírito Santo. A terceira pessoa da Trinda<strong>de</strong> é mencionada cinqüenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu<br />

ministério outorgam po<strong>de</strong>r (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons<br />

espirituais (19.6).<br />

(3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilida<strong>de</strong> os ensinos inspirados <strong>de</strong> Pedro, Estevão, Paulo, Tiago, e<br />

outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT.<br />

(4) Oração. Os cristãos primiti<strong>vos</strong> <strong>de</strong>dicavam-se às orações com regularida<strong>de</strong> e fervor, que, às vezes, duravam a noite<br />

inteira, produzindo resultados maravilhosos.<br />

(5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no po<strong>de</strong>r do<br />

Espírito Santo.<br />

(6) Perseguição. A proclamação do evangelho com po<strong>de</strong>r dava origem à oposição religiosa e/ou secular.<br />

(7) A or<strong>de</strong>m judaica/gentia. Do começo ao fim <strong>de</strong> Atos, o evangelho alcança primeiro os ju<strong>de</strong>us e, <strong>de</strong>pois, os gentios.<br />

(8) As mulheres. Há menção especial às mulheres <strong>de</strong>dicadas à obra contínua da igreja.<br />

(9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição pu<strong>de</strong>ram impedir o<br />

avanço do evangelho.<br />

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Princípio Hermenêutico<br />

Há quem consi<strong>de</strong>re o conteúdo do livro <strong>de</strong> Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão<br />

divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama <strong>de</strong> “últimos dias” (2.17).<br />

O livro <strong>de</strong> Atos não é simplesmente um compêndio <strong>de</strong> história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã<br />

e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.<br />

Os crentes <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na<br />

experiência da igreja do NT (exceto a redação <strong>de</strong> no<strong>vos</strong> livros para o NT).<br />

Esses fatos são evi<strong>de</strong>ntes quando a igreja vive na plenitu<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante<br />

do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da igreja<br />

cessariam, repentina ou <strong>de</strong> uma vez, no fim da era apostólica.<br />

Capítulo 01<br />

1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o relato <strong>de</strong> tudo que Jesus começou a fazer e a ensinar<br />

no po<strong>de</strong>r do Espírito Santo (Lc 4.1,18). No livro <strong>de</strong> Atos temos a continuação do relato <strong>de</strong> como seus seguidores, no mesmo<br />

po<strong>de</strong>r do Espírito Santo, proclamaram o mesmo evangelho, operaram o mesmo tipo <strong>de</strong> milagre e viveram o mesmo tipo <strong>de</strong><br />

vida cristã. O Espírito Santo reproduzindo a vida e o ministério <strong>de</strong> Jesus através da igreja é a principal ênfase teológica do<br />

livro <strong>de</strong> Atos. Este livro po<strong>de</strong>ria muito bem ser chamado Os Atos do Espírito Santo . Observe os itens a<strong>baixo</strong> sobre o registro<br />

inspirado do Espírito Santo no livro <strong>de</strong> Atos.<br />

(1) Todo o texto bíblico <strong>de</strong> Atos, inclusive o das narrativas históricas, tem relevância didática (i.e., ensino) e teológica.<br />

Dois fatos confirmam esta verda<strong>de</strong>.<br />

(a) A <strong>de</strong>claração bíblica <strong>de</strong> que Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para<br />

corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3.16).<br />

(b) A <strong>de</strong>claração paulina <strong>de</strong> que as narrativas do AT têm um propósito didático e instrutivo (1 Co 10.11). Ele afirma que<br />

essas narrativas são exemplos <strong>de</strong> relevância prática e teológica para o crente (Rm 15.4). O que é válido às narrativas<br />

históricas do AT também o é a Atos.<br />

(2) Os propósitos primários que Lucas tinha em mente ao escrever o livro <strong>de</strong> Atos eram, portanto, os seguintes:<br />

(a) apresentar um padrão <strong>de</strong>finitivo da ativida<strong>de</strong> do Espírito Santo, a ser seguido durante toda a era da igreja;<br />

(b) fornecer dados para a formulação <strong>de</strong> uma doutrina do Espírito Santo.<br />

(c) mostrar como essa doutrina <strong>de</strong>ve relacionar-se com a vida dos crentes em Cristo. Note especificamente dois<br />

elementos neste livro que são normati<strong>vos</strong> na teologia e na prática:<br />

(i) o registro repetido e harmônico <strong>de</strong> Lucas das muitas ocasiões em que ocorreu o batismo no Espírito Santo, ou<br />

quando os crentes foram cheios do Espírito Santo (ver 2.39, 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 13.9,52;<br />

15.8; 19.1-6).<br />

(ii) as muitas ativida<strong>de</strong>s do Espírito Santo no livro <strong>de</strong> Atos, que forneceram à igreja os padrões <strong>de</strong> justiça, <strong>de</strong><br />

testemunho e do po<strong>de</strong>r que Deus <strong>de</strong>seja para seu povo nos últimos dias (na era da igreja).<br />

1.3 SE APRESENTOU VIVO. Ver Mt. 28.9, nota sobre as aparições <strong>de</strong> Cristo após ressuscitar.<br />

1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) é o batismo no Espírito Santo. O cumprimento<br />

<strong>de</strong>sta promessa, no entanto, é <strong>de</strong>scrito como ser cheios do Espírito Santo (2.4). Assim, batizado no Espírito e cheio do<br />

Espírito , às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras.<br />

A partícula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no Espírito Santo, em se<br />

tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no Espírito Santo, não <strong>de</strong>ve ser i<strong>de</strong>ntificado com o recebimento do<br />

Espírito Santo na ocasião da regeneração. São duas obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas por um período <strong>de</strong><br />

tempo.<br />

REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS<br />

1.5 BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO. A preposição com é a partícula grega en, que po<strong>de</strong> ser traduzida como em ou<br />

com. Por isso, muitos preferem a tradução sereis batizados no Espírito Santo. Da mesma forma, batizados com água po<strong>de</strong> ser<br />

traduzido batizados em água. O próprio Jesus é aquele que batiza no Espírito Santo os que nEle crêem.<br />

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O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO<br />

At 1.5 “Porque, na verda<strong>de</strong>, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong>stes dias.” Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo (ver 1.4 nota sobre “batismo no”, ao<br />

invés <strong>de</strong> “batismo com”, o Espírito Santo). A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra <strong>de</strong> Deus ensina o seguinte:<br />

(1) O batismo no Espírito é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram <strong>de</strong> novo, e, assim, receberam o<br />

Espírito Santo para neles habitar.<br />

(2) Um dos al<strong>vos</strong> principais <strong>de</strong> Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16;<br />

Jo 1.33). Ele or<strong>de</strong>nou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos<br />

do po<strong>de</strong>r do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).<br />

(3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a<br />

obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o<br />

batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou,<br />

Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida<br />

estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também <strong>de</strong>viam ser “revestidos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r” pelo Espírito Santo (Lc<br />

24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subseqüente à regeneração.<br />

(4) Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitu<strong>de</strong> do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar<br />

somente a partir do dia <strong>de</strong> Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia <strong>de</strong> Pentecoste (e.g. Lc<br />

1.15,67), Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria <strong>de</strong>pois da ascensão <strong>de</strong><br />

Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).<br />

(5) O livro <strong>de</strong> Atos <strong>de</strong>screve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46;<br />

19.6;).<br />

O FALAR EM LÍNGUAS<br />

At 2.4 “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes<br />

concedia que falassem.” O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da<br />

parte <strong>de</strong> Deus para evi<strong>de</strong>nciar o batismo no Espírito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na<br />

plenitu<strong>de</strong> do Espírito continua o mesmo para os dias <strong>de</strong> hoje.<br />

O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS.<br />

(1) As línguas como manifestação do Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito<br />

Santo, i.e., uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca<br />

apren<strong>de</strong>u (2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas po<strong>de</strong>m ser humanas, atualmente faladas (2.6), ou <strong>de</strong>sconhecidas na terra (cf. 1Co<br />

13.1). Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão vocal extática” para<br />

referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.<br />

(2) Línguas como sinal externo inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal<br />

inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Des<strong>de</strong> o início, Deus<br />

vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), <strong>de</strong> modo que os primeiros 120 crentes no dia do<br />

Pentecoste, e os <strong>de</strong>mais batizados a partir <strong>de</strong> então, tivessem uma confirmação física <strong>de</strong> que realmente receberam o batismo<br />

no Espírito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local <strong>de</strong> recebimento.<br />

No <strong>de</strong>curso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verda<strong>de</strong> e a experiência<br />

do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas.<br />

(3) As línguas como dom. Falar noutras línguas também é <strong>de</strong>scrito como um dos dons concedidos ao crente pelo<br />

Espírito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:<br />

(a) O falar noutras línguas seguido <strong>de</strong> interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem verbal<br />

à congregação para sua edificação espiritual (1Co 14.5,6,13-17).<br />

(b) O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas <strong>de</strong>voções particulares e, <strong>de</strong>ste modo, edificar sua<br />

vida espiritual (1Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito <strong>de</strong> orar (14.2,14,15,28), dar graças<br />

(14.16,17) ou cantar (14.15; ver 1Co).<br />

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OUTRAS LÍNGUAS, PORÉM FALSAS. O simples fato <strong>de</strong> alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação<br />

sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano po<strong>de</strong> imitar as línguas<br />

estranhas como o fazem os <strong>de</strong>mônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas<br />

experiências espirituais proce<strong>de</strong>m realmente <strong>de</strong> Deus (1Jo 4.1).<br />

(1) Somente <strong>de</strong>vemos aceitar as línguas se elas proce<strong>de</strong>rem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo<br />

o livro <strong>de</strong> Atos, <strong>de</strong>ve ser espontâneo e resultado do <strong>de</strong>rramamento inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem<br />

ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo.<br />

(2) O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia <strong>de</strong>ntro da igreja (1Tm 4.1,2);<br />

sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e obreiros fraudulentos que fingem ser ser<strong>vos</strong> <strong>de</strong> Deus (2Pe<br />

2.1,2).<br />

(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é <strong>de</strong>dicado a Jesus Cristo, nem aceita a autorida<strong>de</strong> das<br />

Escrituras, nem obe<strong>de</strong>ce à Palavra <strong>de</strong> Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito<br />

Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; cf. Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo8.31).<br />

(4) O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e po<strong>de</strong>r celestial para este realizar gran<strong>de</strong>s obras em<br />

nome <strong>de</strong> Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse po<strong>de</strong>r<br />

não se trata <strong>de</strong> uma força impessoal, mas <strong>de</strong> uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação<br />

<strong>de</strong> Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).<br />

(5) Outros resultados do genuíno batismo no Espírito Santo são:<br />

(a) mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15);<br />

(b) maior sensibilida<strong>de</strong> contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção<br />

mais profunda do juízo divino contra a impieda<strong>de</strong> (Jo 16.8)<br />

(c) uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33);<br />

(d) visões da parte do Espírito (2.17);<br />

(e) manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10);<br />

(f) maior <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> orar e interce<strong>de</strong>r (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26);<br />

(g) maior amor à Palavra <strong>de</strong> Deus e melhor compreensão <strong>de</strong>la (Jo 16.13).<br />

(h) uma convicção cada vez maior <strong>de</strong> Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).<br />

(6) A Palavra <strong>de</strong> Deus cita várias condições prévias para o batismo no Espírito Santo.<br />

(a) Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40;<br />

8.12-17). Isto importa em submeter a Deus a nossa vonta<strong>de</strong> (“àqueles que lhe obe<strong>de</strong>cem”, 5.32). Devemos abandonar tudo o<br />

que ofen<strong>de</strong> a Deus, para então po<strong>de</strong>rmos ser “vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor” (2Tm 2.21).<br />

(b) É preciso querer o batismo. O crente <strong>de</strong>ve ter gran<strong>de</strong> fome e se<strong>de</strong> pelo batismo no Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is<br />

44.3; Mt 5.6; 6.33).<br />

(c) Muitos recebem o batismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17).<br />

(d) Devemos esperar convictos que Deus nos batizará no Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).<br />

(7) O batismo no Espírito Santo permanece na vida do crente mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31, 33), a<br />

adoração no Espírito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18 notas). Por mais po<strong>de</strong>rosa que seja a experiência inicial<br />

do batismo no Espírito Santo sobre o crente, se ela não for expressa numa vida <strong>de</strong> oração, <strong>de</strong> testemunho e <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>,<br />

logo se tornará numa glória <strong>de</strong>svaneceste.<br />

(8) O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez na vida do crente e move-o à consagração à obra <strong>de</strong> Deus, para,<br />

assim, testemunhar com po<strong>de</strong>r e retidão. A Bíblia fala <strong>de</strong> renovações posteriores ao batismo inicial do Espírito Santo (4.31; cf.<br />

2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Espírito, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o Espírito, que <strong>de</strong>ve<br />

ser renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).<br />

1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtu<strong>de</strong> é dunamis, que significa po<strong>de</strong>r real; po<strong>de</strong>r em ação. Esse é o<br />

versículo-chave do livro <strong>de</strong> Atos. O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r divino para<br />

testemunhar <strong>de</strong> Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo or<strong>de</strong>nou. Sua<br />

finalida<strong>de</strong> é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo <strong>de</strong> Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49;<br />

Jo 5.23; 15.26,27).<br />

(1) Po<strong>de</strong>r (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>signa aqui, principalmente, o po<strong>de</strong>r divino em<br />

operação, em ação. O batismo no Espírito Santo trará o po<strong>de</strong>r pessoal do Espírito Santo à vida do crente.<br />

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(2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no Espírito Santo com a salvação e regeneração da pessoa,<br />

mas com o po<strong>de</strong>r celestial no interior do crente para este testemunhar com gran<strong>de</strong> eficácia.<br />

(3) A obra principal do Espírito Santo no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito à obra salvífica <strong>de</strong><br />

Cristo, à sua ressurreição e à promessa do batismo no Espírito (cf. 2.14-42). Ver a nota seguinte, que trata do Espírito dando<br />

testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal<br />

1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no Espírito Santo não somente outorga po<strong>de</strong>r para pregar Jesus como<br />

Senhor e Salvador como também aumenta a eficácia <strong>de</strong>sse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso<br />

relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27).<br />

(1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal <strong>de</strong> Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima<br />

com o próprio Jesus Cristo resultará num <strong>de</strong>sejo cada vez maior da nossa parte <strong>de</strong> amar, honrar e agradar nosso Salvador.<br />

(2) O Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verda<strong>de</strong> (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo<br />

16.14), não somente com palavras, mas também no modo <strong>de</strong> viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo<br />

a respeito da obra re<strong>de</strong>ntora <strong>de</strong> Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança <strong>de</strong> Cristo, o amor, a verda<strong>de</strong> e a justiça<br />

em sua vida (cf. 1 Co 13).<br />

(3) O batismo no Espírito Santo outorga po<strong>de</strong>r para o crente testemunhar <strong>de</strong> Cristo e produz nos perdidos a convicção<br />

do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8 nota). Os efeitos <strong>de</strong>sta convicção se tornarão evi<strong>de</strong>ntes naqueles que proclamam<br />

com sincerida<strong>de</strong> a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).<br />

(4) O batismo no Espírito Santo <strong>de</strong>stina-se àqueles cujos corações pertencem a Deus por terem abandonado seus<br />

maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma <strong>de</strong>dicação sincera a Cristo (5.32).<br />

(5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo (Espírito <strong>de</strong> santificação , Rm 1.4). Assim, se o<br />

Espírito Santo realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformida<strong>de</strong> com a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cristo. À luz <strong>de</strong>stas verda<strong>de</strong>s bíblicas, portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um <strong>de</strong>sejo intenso <strong>de</strong> agradar a<br />

Cristo em tudo o que pu<strong>de</strong>r. Noutras palavras: a plenitu<strong>de</strong> do Espírito complementa a obra salvífica e santificadora do<br />

Espírito Santo em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitu<strong>de</strong> do Espírito, mas vivem uma vida contrária ao Espírito <strong>de</strong><br />

santida<strong>de</strong>, estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória<br />

inspiradora, mas não têm uma vida <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o Espírito Santo, mas<br />

segundo um espírito impuro que não é <strong>de</strong> Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15;). Mais exposição sobre<br />

testemunhar <strong>de</strong> Cristo, em 13.31<br />

1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAÇÃO E SÚPLICAS. A experiência do Pentecoste sempre envolve a<br />

responsabilida<strong>de</strong> humana. Aqueles que <strong>de</strong>sejam o <strong>de</strong>rramamento do Espírito em sua vida, para terem po<strong>de</strong>r para realizar a<br />

obra <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>vem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e à oração (v. 4;<br />

2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do Espírito sobre Jesus e os discípulos.<br />

(1) O Espírito <strong>de</strong>sceu sobre eles <strong>de</strong>pois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14; 2.2-4).<br />

(2) Houve manifestações visíveis do Espírito (Lc 3.22; At 2.2-4).<br />

(3) Os ministérios, tanto <strong>de</strong> Jesus como dos discípulos, começaram <strong>de</strong>pois do Espírito Santo vir sobre eles (cf. Mt 3.16<br />

com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At 2.14-47).<br />

Capítulo 02<br />

2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda gran<strong>de</strong> festa sagrada do ano judaico. A primeira gran<strong>de</strong> festa era a<br />

Páscoa. Cinqüenta dias após esta, vinha a festa <strong>de</strong> Pentecoste, nome este <strong>de</strong>rivado do gr. penteekostos (=qüinquagésimo).<br />

Era também chamada Festas da Colheitas, porque nela as primícias da sega <strong>de</strong> grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da<br />

mesma forma, o dia <strong>de</strong> Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita <strong>de</strong> almas para Deus neste mundo.<br />

2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestações externas <strong>de</strong> um<br />

som como <strong>de</strong> um vento po<strong>de</strong>roso e das línguas <strong>de</strong> fogo (vv. 2,3) <strong>de</strong>monstram que Deus estava ali presente e ativo, <strong>de</strong> modo<br />

po<strong>de</strong>roso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para Deus, visando a<br />

obra <strong>de</strong> glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e <strong>de</strong> testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestações antece<strong>de</strong>ram o batismo no<br />

Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro <strong>de</strong> Atos.<br />

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2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo recebida no dia <strong>de</strong> Pentecoste?<br />

(1) Significou o início do cumprimento da promessa <strong>de</strong> Deus em Jl 2.28,29, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rramar seu Espírito sobre todo o seu<br />

povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29 nota).<br />

(2) Posto que os últimos dias <strong>de</strong>sta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se vêem ante a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> se arrepen<strong>de</strong>rem e <strong>de</strong> crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17).<br />

(3) Os discípulos foram do alto... revestidos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar <strong>de</strong> Cristo, a<br />

produzir nos perdidos gran<strong>de</strong> convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a <strong>de</strong>sviá-los do pecado<br />

para a salvação em Cristo (4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8).<br />

(4) O Espírito Santo já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvação <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> todas as<br />

nações e aqueles que receberam o batismo no Espírito Santo ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana<br />

(vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39).<br />

(5) Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não somente pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando<br />

outras pessoas ao arrependimento e à fé em Cristo, como também influenciavam essas pessoas a receber o dom do Espírito<br />

Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no Espírito Santo é a chave<br />

da obra apostólica no NT (ver 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6).<br />

(6) Mediante este batismo no Espírito, os seguidores <strong>de</strong> Cristo tornaram-se continuadores do seu ministério terreno.<br />

Continuaram a fazer e a ensinar, no po<strong>de</strong>r do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus começou, não só a fazer, mas a<br />

ensinar (1.1; Jo 14.12)<br />

2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um exame do significado do falar em línguas ocorrido no dia <strong>de</strong><br />

Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falsas línguas estranhas.<br />

2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco <strong>de</strong> uva não fermentado. Aqueles que zombavam dos<br />

discípulos talvez hajam empregado este termo, ao invés da palavra mais comum no NT para vinho (oinos), porque sabiam<br />

que os discípulos <strong>de</strong> Jesus usavam somente este tipo <strong>de</strong> vinho doce, não fermentado. Neste caso, sua zombaria teria sido<br />

sarcástica.<br />

2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso <strong>de</strong> Pedro no dia <strong>de</strong> Pentecoste, juntamente com<br />

sua mensagem em 3.12-26, contém um padrão para a proclamação do evangelho.<br />

(1) Jesus é o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-36; 3.13-15).<br />

(2) Estando agora à <strong>de</strong>stra do Pai, Jesus Cristo recebeu autorida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>rramar o Espírito Santo sobre todos os<br />

crentes (vv. 16-18,32,33; 3.19).<br />

(3) Todos <strong>de</strong>vem colocar sua fé em Jesus como Senhor, arrepen<strong>de</strong>r-se dos seus pecados e ser batizados,<br />

<strong>de</strong>monstrando o perdão dos pecados (vv. 36-38; 3.19).<br />

(4) Os crentes <strong>de</strong>vem esperar o prometido dom do Espírito Santo, ou o batismo nEle, uma vez tendo crido e se<br />

arrependido (vv. 38,39).<br />

(5) Aqueles que aten<strong>de</strong>rem com fé, <strong>de</strong>ve separar-se do mundo e salvar-se <strong>de</strong>ssa geração perversa (v. 40; 3.26).<br />

(6) Jesus Cristo voltará para restaurar completamente o reino <strong>de</strong> Deus (3.20,21).<br />

2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no Espírito Santo e as manifestações espirituais acompanhantes são<br />

cumprimentos <strong>de</strong> Jl 2.28,29. Joel, no século VIII a.C., profetizou um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>rramamento do Espírito Santo sobre todo o<br />

povo <strong>de</strong> Deus (ver Jl 2.28,29 notas).<br />

2.17 NOS ÚLTIMOS DIAS.<br />

(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que o Senhor agiria po<strong>de</strong>rosamente, julgando o mal e<br />

conce<strong>de</strong>ndo salvação ao seu povo (cf. Is 2.2-21; 3.18 4.6; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12).<br />

(2) O NT revela que os últimos dias começaram com a primeira vinda <strong>de</strong> Cristo e o <strong>de</strong>rramamento inicial do Espírito<br />

sobre o povo <strong>de</strong> Deus, e que terminarão com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2). Este período<br />

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específico é caracterizado como a era do juízo contra o mal, da autorida<strong>de</strong> sobre os <strong>de</strong>mônios, da salvação da raça humana e<br />

da presença aqui do reino <strong>de</strong> Deus.<br />

(a) Estes últimos dias serão assinalados pelo po<strong>de</strong>r do Espírito Santo (Mt 12.28).<br />

(b) Os últimos dias abrangem a investida do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, através <strong>de</strong> Cristo, contra o domínio <strong>de</strong> Satanás e do<br />

pecado. Mesmo assim, a guerra apenas começou; não chegou ao fim, pois o mal e a ativida<strong>de</strong> satânica ainda estão<br />

fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda vinda <strong>de</strong> Jesus aniquilará a ativida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r maligno e<br />

encerrará os últimos dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19).<br />

(c) Os últimos dias serão um período <strong>de</strong> testemunho profético, conclamando todos a se arrepen<strong>de</strong>rem, crerem em<br />

Cristo e experimentarem o <strong>de</strong>rramamento do Espírito Santo (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32). Devemos proclamar a obra salvífica<br />

<strong>de</strong> Cristo, no po<strong>de</strong>r do Espírito, mesmo enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o gran<strong>de</strong> e glorioso Dia do<br />

Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em vigilância, esperando o dia da re<strong>de</strong>nção e a volta <strong>de</strong> Cristo para buscar o seu<br />

povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17).<br />

(d) Os últimos dias introduzem o reino <strong>de</strong> Deus com sua <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> pleno po<strong>de</strong>r (ver Lc 11.20). Devemos ter a<br />

plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong>r no conflito contra as forças espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da<br />

justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)<br />

2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Aqui o falar noutras línguas (vv. 4,11) está relacionado à<br />

profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar em línguas é uma forma <strong>de</strong> profetizar. O significado básico aqui, <strong>de</strong> profecia, é o uso<br />

da nossa voz para o serviço e a glória <strong>de</strong> Deus sob o impulso direto do Espírito Santo. No livro <strong>de</strong> Atos:<br />

(1) os 120 todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes<br />

concedia que falassem (2.4);<br />

(2) o Espírito Santo <strong>de</strong>sceu sobre Cornélio e sua casa. Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar<br />

a Deus (10.44-47)<br />

(3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam (19.6).<br />

2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia <strong>de</strong> Joel, citada por Pedro, o batismo no Espírito Santo é<br />

para aqueles que já pertencem ao reino <strong>de</strong> Deus, i.e., ser<strong>vos</strong> <strong>de</strong> Deus, ou crentes; tanto homens como mulheres sal<strong>vos</strong>,<br />

regenerados, pertencentes a Deus.<br />

2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que Deus <strong>de</strong>rramará seu Espírito naqueles dia. O <strong>de</strong>rramamento do<br />

Espírito Santo e os sinais sobrenaturais que o acompanham, não po<strong>de</strong>m ser limitados unicamente ao dia <strong>de</strong> Pentecoste. O<br />

po<strong>de</strong>r e a bênção do Espírito Santo são para todo cristão receber e experimentar, no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> toda a era da igreja, que é a<br />

totalida<strong>de</strong> do período <strong>de</strong> tempo entre a primeira e segunda vinda <strong>de</strong> Cristo (Ap 19.20; ver At 2.39).<br />

2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O <strong>de</strong>rramamento do Espírito Santo por Jesus comprova que Ele é <strong>de</strong> fato o Messias<br />

exaltado e que agora está à <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> Deus, interce<strong>de</strong>ndo pelos seus representantes na terra (Hb 7.25).<br />

(1) Des<strong>de</strong> o batismo <strong>de</strong> Jesus até o dia <strong>de</strong> Pentecoste, o Espírito estava sobre o Cristo (o Ungido <strong>de</strong> Deus; cf. Lc<br />

3.21,22; 4.1,14,18,19). Estando Jesus agora à direita <strong>de</strong> Deus, vive para <strong>de</strong>rramar o mesmo Espírito sobre aqueles que nEle<br />

crêem.<br />

(2) Ao <strong>de</strong>rramar o Espírito, a intenção <strong>de</strong> Jesus é que o Consolador transmita sua presença aos crentes e lhes conceda<br />

po<strong>de</strong>r para continuarem a fazer tudo aquilo que Ele mesmo fazia enquanto estava na terra<br />

2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VÓS SEJA BATIZADO. O arrependimento, o perdão dos pecados e o batismo são<br />

condições prévias para o recebimento do dom do Espírito Santo. Mesmo assim, o batismo em água antes do recebimento da<br />

promessa do Pai (cf. 1.4,8) não <strong>de</strong>ve ser tido como condição prévia absoluta para a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo; assim como o<br />

batismo no Espírito não é uma conseqüência automática do batismo em água.<br />

(1) Na situação em apreço, Pedro exigiu o batismo em água antes do recebimento da promessa, porque na mente dos<br />

seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como parte <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> conversão. O batismo em água,<br />

contudo, não prece<strong>de</strong>u o batismo no Espírito nas ocasiões registradas em 9.17,18 (o apóstolo Paulo) e 10.44-48 (os da casa<br />

<strong>de</strong> Cornélio).<br />

(2) Cada crente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se arrepen<strong>de</strong>r dos seus pecados e <strong>de</strong> aceitar Jesus Cristo pela fé, <strong>de</strong>ve receber (2.38; cf. Gl<br />

3.14) o batismo pessoal no Espírito. Vemos no livro <strong>de</strong> Atos o dom do Espírito Santo sendo conscientemente <strong>de</strong>sejado,<br />

buscado e recebido (1.4,14; 4.31; 8.14-17; 19.2-6); a única exceção possível à regra, no NT, foi o caso <strong>de</strong> Cornélio (10.44-48).<br />

Daí, o batismo no Espírito não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado um dom automaticamente concedido ao crente em Cristo.<br />

Ministério <strong>Amai</strong>-<strong>vos</strong> – Igreja Apostólica da Família <strong>de</strong> Deus Página10


2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles<br />

presentes no dia <strong>de</strong> Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os<br />

ouvintes <strong>de</strong> Pedro; a <strong>vos</strong>sos filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às subseqüentes.<br />

(1) O batismo no Espírito Santo com o po<strong>de</strong>r que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na<br />

história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica.<br />

(2) É o direito mediante o novo nascimento <strong>de</strong> todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no<br />

Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).<br />

2.40 DESTA GERAÇÃO PERVERSA. Ninguém, po<strong>de</strong> ser salvo, se não abandonar a perversida<strong>de</strong> e a corrupção da<br />

socieda<strong>de</strong> contemporânea (cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15). Todos os no<strong>vos</strong> crentes <strong>de</strong>vem ser ensinados a romper com<br />

todas as más companhias, renunciar o mundo ímpio, unir-se com Cristo e seu povo e <strong>de</strong>dicar-se à obra <strong>de</strong> Deus (2 Co<br />

6.14,17).<br />

2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES. Ver 12.5, sobre as 16<br />

características <strong>de</strong> uma igreja neotestamentária.<br />

Capítulo 03<br />

3.6 EM NOME DE JESUS...ANDA. A cura do mendigo coxo foi realizada pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Cristo operando através dos<br />

apóstolos. Jesus disse aos seus seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: Em meu nome...imporão as mãos sobre<br />

os enfermos e os curarão (Mc 16.17,18). A igreja continuou o ministério <strong>de</strong> cura que Jesus exercera, em obediência à sua<br />

vonta<strong>de</strong>. O milagre aqui foi realizado mediante a fé em nome <strong>de</strong> Jesus Cristo (v. 6) e o dom <strong>de</strong> curar, operando através <strong>de</strong><br />

Pedro (ver 1 Co 12.1,9). Pedro <strong>de</strong>clarou que não tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais<br />

valioso. As igrejas que <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> material <strong>de</strong>vem meditar nestas palavras <strong>de</strong> Pedro. Muitas igrejas dos<br />

nossos dias já não po<strong>de</strong>m dizer: Não tenho prata nem ouro, mas também não tem condição <strong>de</strong> dizer: Em nome <strong>de</strong> Jesus<br />

Cristo, o Nazareno , levanta-te e anda .<br />

3.19 ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS. Deus <strong>de</strong>terminou que abençoará o seu povo com o <strong>de</strong>rramamento<br />

do Espírito Santo sob as condições prévias <strong>de</strong> arrependimento, i.e., <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sviarem do pecado e da geração perversa ao seu<br />

redor, e se converterem: voltar-se para Deus, ouvir tudo quanto Cristo, o Profeta, lhes diz (vv. 22,23), e sempre progredir na<br />

obediência sincera a Cristo (cf. 2.38-41; 5.29-32).<br />

3.19 TEMPOS DO REFRIGÉRIO. No <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> toda a presente era, e até à volta <strong>de</strong> Cristo, Deus enviará tempos do<br />

refrigério (o <strong>de</strong>rramamento do Espírito Santo) a todos aqueles que se arrepen<strong>de</strong>rem e se converterem. Embora tempos<br />

perigosos venham perto do fim <strong>de</strong>sta era, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), Deus ainda promete enviar<br />

reaviva mento e tempos <strong>de</strong> refrigério aos fiéis. A presença <strong>de</strong> Cristo, a bênção espiritual, milagres e <strong>de</strong>rramamento do<br />

Espírito Santo virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domínio <strong>de</strong> Satanás<br />

(cf. 26.18).<br />

3.21 TEMPOS DA RESTAURAÇÃO. Os tempos da restauração <strong>de</strong> tudo é uma referência ao tempo da volta <strong>de</strong> Cristo<br />

para <strong>de</strong>belar a iniqüida<strong>de</strong> e estabelecer o reino <strong>de</strong> Deus na terra, livre <strong>de</strong> todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja<br />

restauração foi prometida no AT serão restauradas (cf. Zc 12-14; Lc 1.32,33). Cristo redimirá ou renovará, a totalida<strong>de</strong> da<br />

Natureza (Rm 8.18-23) e reinará pessoalmente na terra (ver Ap 20.21). Note que não serão os seres humanos da terra, mas<br />

Cristo, com os seus exércitos celestiais, que realizará o triunfo <strong>de</strong> Deus e do seu reino (Ap 19.11 21).<br />

3.22 UM PROFETA. A predição <strong>de</strong> Moisés em Dt 18.17,18: Então o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que<br />

disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio <strong>de</strong> seus irmãos, como tu... , foi uma profecia a respeito <strong>de</strong> Jesus Cristo.<br />

De que maneira foi Jesus semelhante a Moisés?<br />

(1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc<br />

4.18,19).<br />

(2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu a nova aliança.<br />

(3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto <strong>de</strong> seu relacionamento com Deus;<br />

Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravidão <strong>de</strong> Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do<br />

qual seu povo pu<strong>de</strong>sse entrar na sua própria presença.<br />

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(4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros para prover em figura a re<strong>de</strong>nção; o próprio Cristo<br />

tornou-se o Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem.<br />

(5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina;<br />

Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira <strong>de</strong> Deus cumprir a sua vonta<strong>de</strong>, e dos fiéis receberem<br />

a bênção divina e a vida eterna.<br />

3.26 DESVIASSE, A CADA UM, DAS VOSSAS MALDADES. Pedro volta a enfatizar que crer em Cristo e receber o Espírito<br />

Santo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> renunciarmos ao pecado e separar-nos da iniqüida<strong>de</strong> (ver 2.38,40; 3.19; 8.21). Na mensagem apostólica<br />

original, toda bênção prometida requeria santida<strong>de</strong>.<br />

Capítulo 04<br />

4.8 PEDRO, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Pedro recebe novo enchimento do Espírito Santo que lhe traz repentina<br />

inspiração, sabedoria e ousadia para que proclamasse a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. É teologicamente relevante que a plenitu<strong>de</strong> do<br />

Espírito não foi uma experiência ocorrida uma única vez, mas, sim, repetitiva. Este fato é um cumprimento da promessa <strong>de</strong><br />

Jesus em Lc 12.11,12; outras ocorrências <strong>de</strong> novo enchimento do Espírito acham-se em 7.55 e 13.9.<br />

4.12 EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO. Os discípulos tinham convicção <strong>de</strong> que a maior necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />

indivíduo era a salvação do pecado e da ira <strong>de</strong> Deus, e pregavam que esta necessida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>ria ser satisfeita por nenhum<br />

outro, senão Jesus Cristo. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse outros meios <strong>de</strong> salvação, a igreja po<strong>de</strong>ria ficar <strong>de</strong>spreocupada. Mas,<br />

segundo o próprio Cristo (Jo 14.6), não há esperança para ninguém, fora da salvação em Cristo (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este é<br />

o fundamento do imperativo missionário.<br />

4.20 NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR. O Espírito Santo criou nos apóstolos um <strong>de</strong>sejo irreprimível <strong>de</strong> proclamar o<br />

evangelho. Por todo o livro <strong>de</strong> Atos, o Espírito impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros (1.8; 2.14-41; 3.12-26;<br />

8.25,35; 9.15; 10.44-48).<br />

4.29 CONCEDE AOS TEUS SERVOS ... OUSADIA. Os discípulos precisavam <strong>de</strong> renovação em sua coragem para<br />

testemunhar e falar <strong>de</strong> Cristo. Durante a vida cristã, nós também precisamos nos aproximar <strong>de</strong> Deus em oração a fim <strong>de</strong><br />

vencer o medo <strong>de</strong> passar vergonha, rejeição, críticas, ou perseguição. A graça <strong>de</strong> Deus, através da renovação do Espírito<br />

Santo, ajudar-nos-á a falar com ousadia a respeito <strong>de</strong> Jesus (cf. Mt 10.32).<br />

4.30 CURAR... SINAIS E PRODÍGIOS. Pregação e milagres <strong>de</strong>vem andar juntos (3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8;<br />

8.6ss.; 15.12; 20.7ss). Milagres são sinais acompanhantes mediante os quais Cristo confirma a palavra <strong>de</strong> suas testemunhas<br />

(14.3; cf. Mc 16.20).<br />

(1) Sinais geralmente se refere a atos miraculosos realizados para <strong>de</strong>monstrar a existência do po<strong>de</strong>r divino <strong>de</strong> advertir<br />

ou encorajar a fé.<br />

(2) Prodígios se refere a eventos extraordinários que causam pasmo ao espectador. Note neste versículo a igreja<br />

orando pela realização <strong>de</strong> curas, sinais e maravilhas. A igreja dos nossos dias precisa interce<strong>de</strong>r fervorosamente em oração<br />

para Deus confirmar o evangelho com gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, milagres e graça abundante (v. 33). Somente quando o evangelho é<br />

proclamado com po<strong>de</strong>r, como <strong>de</strong>clara o NT, é que o mundo perdido po<strong>de</strong> ser ganho para Cristo.<br />

4.31 TODOS FORAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Várias verda<strong>de</strong>s importantes <strong>de</strong>stacam-se aqui.<br />

(1) A expressão batizados com Espírito Santo (1.5) <strong>de</strong>screve a obra <strong>de</strong> consagração do Espírito Santo capacitando<br />

inicialmente o crente com po<strong>de</strong>r divino para testemunhar. Os termos cheios , revestido e com autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>screvem essa<br />

sua capacitação para trabalhar (2.4; 4.8,31; 9.17; 13.9,52). Conforme a necessida<strong>de</strong>, o enchimento do Espírito po<strong>de</strong> ser<br />

renovado.<br />

(2) As expressões do meu Espírito <strong>de</strong>rramarei (2.17,18; 10.45), veio sobre eles o Espírito Santo (19.6), retratam <strong>de</strong><br />

modo diferente a ocasião em que os crentes são cheios do Espírito Santo (2.4; 4.31; 9.17).<br />

(3) Todos os crentes, inclusive os apóstolos anteriormente cheios (2.4), foram novamente cheios a fim <strong>de</strong> enfrentarem<br />

a oposição contínua dos ju<strong>de</strong>us (v. 29). No<strong>vos</strong> enchimentos com o Espírito Santo fazem parte da vonta<strong>de</strong> e provisão <strong>de</strong> Deus<br />

para todos os que receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 4.8 ; 13.52). Devemos esperá-los e buscá-los.<br />

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(4) Aqui, o Espírito visita uma congregação inteira. Logo, para que seja cumprida a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus quanto a igreja,<br />

não somente indivíduos <strong>de</strong>vem ser cheios do Espírito (4.8; 9.17; 13.9), mas também congregações inteiras (2.4; 4.31) <strong>de</strong>vem<br />

experimentar visitações repetidas do Espírito Santo face às necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios especiais.<br />

(5) A atuação <strong>de</strong> Deus sobre toda a congregação, com um novo enchimento do Espírito Santo, resulta em ousadia e<br />

po<strong>de</strong>r no testemunho dos crentes, em amor uns pelos outros e no recebimento <strong>de</strong> graça abundante sobre todos (vv. 31-33).<br />

4.31 ANUNCIAVAM COM OUSADIA A PALAVRA DE DEUS O po<strong>de</strong>r interior do Espírito e a realida<strong>de</strong> da presença <strong>de</strong><br />

Deus que vêm da plenitu<strong>de</strong> do Espírito libertam o crente do medo doutras pessoas e aumenta gran<strong>de</strong>mente a sua coragem e<br />

motivação para falar <strong>de</strong> Deus<br />

4.33 COM GRANDE PODER. Era po<strong>de</strong>r divino manifesto no mais alto grau que operava nos apóstolos. O grego diz aqui<br />

mega dunamis. Gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r é a característica distintiva da pregação e do testemunho apostólicos (cf. 1.8), por três razões:<br />

(1) O testemunho apostólico baseava-se na Palavra <strong>de</strong> Deus (v. 29) e na convicção <strong>de</strong> que ela fora dada pela inspiração<br />

do Espírito Santo.<br />

(2) Os discípulos tinham certeza <strong>de</strong> terem sido enviados e comissionados pelo próprio Jesus Cristo, o Senhor<br />

ressurreto (v. 33).<br />

(3) O gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do Espírito Santo operando nos discípulos (v. 31), efetuava gran<strong>de</strong> convicção nos ouvintes do<br />

evangelho quanto ao pecado <strong>de</strong> cada um, a justiça <strong>de</strong> Cristo e o juízo divino (ver Jo 16.8 nota). Hoje, o mesmo acontecerá em<br />

nossas igrejas se o Espírito operar po<strong>de</strong>rosamente.<br />

Capítulo 05<br />

5.3 MENTISSES AO ESPÍRITO SANTO. A fim <strong>de</strong> obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante<br />

da igreja a respeito das suas contribuições. Deus consi<strong>de</strong>rou um <strong>de</strong>lito grave essas mentiras contra o Espírito Santo. As<br />

mortes <strong>de</strong> Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus para com qualquer coração enganoso entre<br />

aqueles que professam ser cristãos. Note, também, que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o<br />

Espírito Santo também é Deus (vv. 3,4; ver Ap 22.15.<br />

5.4 POR QUE FORMASTE ESTE DESÍGNIO...? A raiz do pecado <strong>de</strong> Ananias e <strong>de</strong> Safira era seu amor ao dinheiro e elogio<br />

dos outros. Isto os fez tentar o Espírito Santo (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse <strong>de</strong><br />

uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos <strong>de</strong> males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém po<strong>de</strong> estar cheio <strong>de</strong> amor<br />

ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24; Jo 5.41-44).<br />

5.5 ANANIAS... CAIU E EXPIROU. Deus feriu com severida<strong>de</strong> a Ananias e Safira (vv. 5,10), para que se manifestasse sua<br />

aversão a todo engano, mentira e <strong>de</strong>so-nes-tida<strong>de</strong> no reino <strong>de</strong> Deus. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é enganar o<br />

povo <strong>de</strong> Deus no tocante ao nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregarse<br />

a esse tipo <strong>de</strong> hipocrisia significa usar o sangue <strong>de</strong>rramado <strong>de</strong> Cristo para exaltar e glorificar o próprio eu diante dos<br />

outros. Esse pecado <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra o propósito dos sofrimentos e da morte <strong>de</strong> Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência <strong>de</strong><br />

temor do Senhor (vv. 5,11) e <strong>de</strong> respeito e honra ao Espírito Santo (v. 3), e merece o justo juízo <strong>de</strong> Deus.<br />

5.11 HOUVE UM GRANDE TEMOR EM TODA A IGREJA O julgamento divino contra o pecado <strong>de</strong> Ananias e Safira levou a<br />

um aumento <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong>, reverência e temor do povo para com um Deus santo. Sem o <strong>de</strong>vido temor do Deus santo e da<br />

sua ira contra o pecado, o povo <strong>de</strong> Deus voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo, cessará <strong>de</strong> experimentar<br />

o <strong>de</strong>rramamento do Espírito e a presença milagrosa <strong>de</strong> Deus e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este é um<br />

elemento essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico hoje em dia.<br />

5.16 TODOS ERAM CURADOS. Os apóstolos fizeram aquilo que seu Senhor fazia: libertavam os atormentados <strong>de</strong><br />

espíritos imundos (ver Mc 1.34). Tratava-se <strong>de</strong> um sinal supremo <strong>de</strong> que o reino <strong>de</strong> Deus viera sobre o povo com gran<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS . Não é errado orar para que, mediante o Espírito Santo, possamos praticar<br />

o bem e curar os oprimidos pela enfermida<strong>de</strong> e por Satanás (4.30)<br />

5.29 MAIS IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS. A gran<strong>de</strong> pergunta que paira ante todo cristão não é:<br />

É conveniente, seguro, agradável popular entre os homens? , mas: O que está certo diante <strong>de</strong> Deus? (cf. Gl 1.10).<br />

5.32 O ESPÍRITO SANTO... ÀQUELES QUE LHE OBEDECEM. Se não houver verda<strong>de</strong>ira obediência a Cristo (v. 32), nem<br />

busca sincera da justiça do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação <strong>de</strong> quem diz ter a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo. O<br />

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Pentecoste sem o senhorio <strong>de</strong> Cristo é impossível (cf. 2.38-42), porque o Espírito Santo é dado somente àqueles que vivem<br />

na obediência da fé (Rm 1.5).<br />

Capítulo 06<br />

6.3 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos estipularam que os sete varões <strong>de</strong>viam apresentar<br />

evidências <strong>de</strong> terem continuado fielmente sob a influência do Espírito Santo. Segundo parece, os apóstolos supunham que<br />

nem todos os crentes continuavam na plenitu<strong>de</strong> do Espírito. Noutras palavras, aqueles que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> andar fielmente<br />

segundo o Espírito (Gl 5.16-25) cessarão <strong>de</strong> ser cheios do Espírito. Quanto à diferença entre conservar a plenitu<strong>de</strong> e ser cheio<br />

do Espírito Santo, notemos o seguinte:<br />

(1) Os crentes que conservam a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo são caracterizados pela sua constância nessa condição (cf.<br />

6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspiração profética ou a ministrar no po<strong>de</strong>r do Espírito Santo segundo o seu querer.<br />

(2) A expressão cheios do Espírito Santo é usada:<br />

(a) para indicar o recebimento do batismo no Espírito Santo (1.5; 2.4; 9.17; 11.16);<br />

(b) para indicar que um crentes ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu po<strong>de</strong>r para falar sob o impulso direto do<br />

Espírito Santo (4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79);<br />

(c) para indicar um ministério profético geral sob a inspiração ou a unção do Espírito Santo, sem especificar a duração<br />

<strong>de</strong>sse ministério (4.31-33; 13.52; Lc 1.15).<br />

(3) Depois do recebimento inicial do batismo no Espírito, os que andam fielmente no Espírito, mortificando as obras<br />

pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14), po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scritos como: cheios do Espírito Santo, i.e., mantendo a plenitu<strong>de</strong><br />

permanente do Espírito Santo (e.g., os sete varões, especialmente Estevão, vv. 3,5; 7.55; ou Barnabé, 11.24). Além disso,<br />

aqueles que continuam na plenitu<strong>de</strong> do Espírito po<strong>de</strong>m receber um novo enchimento do Espírito, visando a um propósito ou<br />

tarefa específica, especialmente uma capacitação divina para falar segundo o impulso do Espírito Santo.<br />

6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no Espírito Santo, em si, não basta para uma li<strong>de</strong>rança cristã eficaz. Os<br />

lí<strong>de</strong>res cristãos <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>dicar-se constantemente à oração e à pregação da Palavra. O verbo traduzido perseverar (gr.<br />

proskartereo) <strong>de</strong>nota uma fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> inabalável e sincera e a <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> muito tempo a um certo empreendimento. Por<br />

isso, os apóstolos tinham a convicção <strong>de</strong> que a oração e o ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos dirigentes<br />

cristãos. Note as freqüentes referências à oração em Atos (ver 1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5;<br />

13.3; 14.23; 16.25; 22.17; 28.8).<br />

6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição <strong>de</strong> mãos era usada <strong>de</strong> cinco maneiras:<br />

(1) em relação a milagres <strong>de</strong> curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5);<br />

(2) ao abençoar outras pessoas (Mt 19.13,15)<br />

(3) em relação ao batismo no Espírito Santo (8.17,19; 19.6);<br />

(4) na comissão para uma obra específica (6.6; 13.3)<br />

(5) na concessão <strong>de</strong> dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14). Como um dos meios através dos quais Deus<br />

transmite dons e bênçãos às pessoas, a imposição <strong>de</strong> mãos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb 6.2).<br />

Não po<strong>de</strong> ser dissociada da oração (v. 6), pois a oração indica que os dons da graça, a cura ou o batismo no Espírito Santo<br />

proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e não do ser humano. A separação <strong>de</strong>stes sete homens importava, principalmente, duas coisas.<br />

(1) Era um testemunho público da igreja <strong>de</strong> que esses homens tinham antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> perseverança na pieda<strong>de</strong> e na<br />

obediência à direção do Espírito Santo (cf. 1 Tm 3.1-10).<br />

(2) Era um ato <strong>de</strong> separar aqueles homens à obra <strong>de</strong> Deus e um testemunho da sua disposição em aceitar a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da chamada divina.<br />

6.8 ESTÊVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O Espírito Santo <strong>de</strong>u a Estêvão po<strong>de</strong>r para realizar prodígios e gran<strong>de</strong>s sinais<br />

entre o povo (v. 8) e lhe <strong>de</strong>u gran<strong>de</strong> sabedoria para pregar o evangelho <strong>de</strong> tal maneira, que seus oponentes não podiam<br />

contestar os seus argumentos (v. 10; cf. Êx 4.15; Lc 21.15).<br />

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Capítulo 07<br />

7.2 IRMÃOS E PAIS, OUVI. O discurso <strong>de</strong> Estevão diante do sinédrio é uma <strong>de</strong>fesa da fé propagada por Cristo e pelos<br />

apóstolos. Ele é o precursor <strong>de</strong> todos quantos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a fé bíblica contra os que se opõem ao seu ensino ou o distorcem, e<br />

é o primeiro que morreu por essa causa. Jesus vindica a ação <strong>de</strong> Estevão, ficando em pé para honrá-lo diante <strong>de</strong> seu Pai, no<br />

céu (v. 56). O amor <strong>de</strong> Estevão à verda<strong>de</strong> e sua disposição em dar a vida para salvaguardá-la, contrastam-se nitidamente com<br />

aqueles que pouco se interessam por batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v.3) e que, em nome do amor, da<br />

paz e da tolerância, não vêem qualquer necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oposicão aos falsos mestres, nem àqueles que distorcem o evangelho<br />

puro, em favor do qual Cristo morreu.<br />

7.38 A CONGREGAÇÃO NO DESERTO. A congregação no <strong>de</strong>serto refere-se a Israel como o povo <strong>de</strong> Deus. Em hebraico<br />

a palavra traduzida por congregação é qahal e na Septuaginta (a tradução grega do AT) o termo é ekklesia (assembléia ou<br />

igreja).<br />

(1) Assim como Moisés conduziu a igreja do AT, Cristo conduz a igreja do NT. A igreja do NT <strong>de</strong>signada <strong>de</strong>scendência<br />

<strong>de</strong> Abraão (Gl 3.29; cf. Rm 4.11-18) e o Israel <strong>de</strong> Deus (Gl 6.16) dá continuida<strong>de</strong> a igreja do AT.<br />

(2) Assim como a igreja do AT, a igreja do NT está no <strong>de</strong>serto , i.e., é uma igreja peregrina, longe da Terra Prometida<br />

(Hb 11.6-16). Por isso nunca <strong>de</strong>vemos sentir-nos plenamente à vonta<strong>de</strong> quanto ao viver aqui nesta terra.<br />

7.42 DEUS... OS ABANDONOU. As palavras <strong>de</strong> Estevão refletem um princípio bem estabelecido nas Escrituras e na<br />

história da re<strong>de</strong>nção. Aqueles que persistem em repudiar a Deus, não somente são abandonados por Ele, como também são<br />

entregues à influência do mal, <strong>de</strong> Satanás e da imoralida<strong>de</strong> (cf. Rm 1.24,28). Ao contrário da crença popular, Deus não<br />

continuará <strong>de</strong>monstrando amor e perdão, caso não haja resposta da nossa parte. Ele perdoa e comunica o seu amor<br />

somente àqueles que voltam-se para Ele com arrependimento sincero e com verda<strong>de</strong>ira obediência. Para aqueles que<br />

endurecem o coração; que sempre resistem ao Espírito Santo e que se recusam a aceitar a salvação divina, permanece<br />

somente a ira justa <strong>de</strong> Deus (Rm 2.4-6,8).<br />

7.44 SEGUNDO O MODELO. Deus sempre teve um padrão divino para ser seguido por seu povo.<br />

(1) Deus tinha um padrão para Moisés, que servia <strong>de</strong> norma segundo o antigo concerto.<br />

(a) Em Êx 12, Deus <strong>de</strong>u a Moisés instruções específicas para a primeira Páscoa no Egito, que se tornou padrão para<br />

todas as gerações subseqüentes dos israelitas.<br />

(b) Em Êx 20, Deus <strong>de</strong>u a Moisés os Dez Mandamentos como padrão e norma moral para todas as gerações<br />

subseqüentes.<br />

(c) Em Êx 25, Deus mandou Moisés levantar um tabernáculo no meio do arraial <strong>de</strong> Israel como cópia e sombra das<br />

coisas celestiais e da re<strong>de</strong>nção que Deus planejara levar a efeito através do Senhor Jesus Cristo na terra. Moisés fez<br />

cuidadosamente o tabernáculo e todos os seus pertences conforme... mo<strong>de</strong>lo que Deus estabelecera na sua sabedoria (Êx<br />

25.9,40; cf. Hb 8.1-5).<br />

(2) Tão certamente como Deus tinha um padrão para o tabernáculo segundo o antigo concerto, Ele tem um padrão<br />

para sua igreja segundo o novo concerto. Os apóstolos do NT não resolveram <strong>de</strong> modo arbitrário e aleatório como a igreja<br />

seria constituída, porque o Pai e o Filho, mediante o que o Espírito Santo registrou nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos,<br />

nas Epístolas e nas cartas às sete igrejas (Ap 2.3), estabeleceu o padrão apostólico para a igreja.<br />

(3) Infelizmente, <strong>de</strong>pois da era apostólica, a igreja começou a apartar-se da revelação divina e a modificar o padrão<br />

celestial <strong>de</strong> Deus ao acomodar-se às culturas e à organização, conforme as idéias humanas e terrenas. O resultado tem sido a<br />

proliferação <strong>de</strong> padrões humanos impostos à igreja.<br />

(4) Para a igreja <strong>de</strong> Jesus Cristo experimentar novamente a totalida<strong>de</strong> do plano, po<strong>de</strong>r, favor e presença <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> seguir seus próprios caminhos e voltar a adotar o padrão apostólico do NT como a norma perpétua <strong>de</strong> Deus para<br />

ela.<br />

7.51 SEMPRE RESISTIS AO ESPÍRITO SANTO. A história <strong>de</strong> Israel retrata um povo que repetidamente rebelou-se contra<br />

Deus e a sua Palavra revelada. Ao invés <strong>de</strong> se submeterem às normas da sua lei, os israelitas se voltaram para os caminhos e<br />

modo <strong>de</strong> vida das nações ímpias ao seu redor. Mataram os profetas que os chamavam ao arrependimento e que<br />

profetizavam a respeito da vinda <strong>de</strong> Cristo (vv. 52,53). É isto o que significa resistis ao Espírito Santo . Da mesma forma o<br />

Israel <strong>de</strong> Cristo, sob o novo concerto, <strong>de</strong>ve estar consciente da sua tendência <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r como o Israel <strong>de</strong> Deus do antigo<br />

concerto. As igrejas <strong>de</strong> Cristo po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sviar-se dEle e da sua Palavra e recusar-se a dar ouvido à voz do Espírito Santo.<br />

Acontecendo isto, elas incorrerão no juízo divino: o reino lhes será tirado (ver Rm 11.20-22; Ap 2,3).<br />

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7.56 O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ EM PÉ. A Bíblia normalmente fala <strong>de</strong> Jesus assentado à direita <strong>de</strong> Deus (2.34; Mc<br />

14.62; Lc 22.69; Cl 3.1). Mas aqui, conforme a tradução literal do grego, Jesus colocou-se <strong>de</strong> pé para dar as boas-vindas ao<br />

seu primeiro mártir que morria por amor a Ele. Estevão confessara a Cristo diante dos homens e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra a fé. Agora Cristo,<br />

honrando o seu servo, confessa-o diante do seu Pai celeste. O Salvador está em pé pronto para acolher, como intercessor e<br />

advogado, o crente fiel que enfrenta a morte por Ele (cf. Mc 8.38; Lc 12.8; Rm 8.34; 1 Jo 2.1).<br />

Capítulo 08<br />

8.1 UMA GRANDE PERSEGUIÇÃO. Parece que Saulo foi o lí<strong>de</strong>r da primeira perseguição em gran<strong>de</strong> escala contra a<br />

igreja (vv. 1-3; 9.1), perseguição essa intensa e severa. Homens e mulheres eram encerrados na prisão (v. 3) e açoitados<br />

(22.19), e muitos foram mortos (22.20; 26.10,11). Deus, porém, transformou essa perseguição em início da gran<strong>de</strong> obra<br />

missionária da igreja (v. 4).<br />

8.5-24 DESCENDO FILIPE À ... SAMARIA. Note a seqüência <strong>de</strong> eventos nesse registro do <strong>de</strong>rramamento do Espírito<br />

Santo nos crentes samaritanos.<br />

(1) Filipe pregou o evangelho do reino, e Deus confirmou a Palavra com sinais e prodígios (vv. 5-7).<br />

(2) Muitos samaritanos receberam a Palavra <strong>de</strong> Deus (v. 14), creram em Jesus (v. 12), foram curados e libertos <strong>de</strong><br />

espíritos imundos (v. 7), e batizados nas águas (vv. 12,13). Assim, experimentaram a salvação, a obra regeneradora do<br />

Espírito Santo e o po<strong>de</strong>r do reino <strong>de</strong> Deus (ver v. 12 nota).<br />

(3) O Espírito Santo, porém, não tinha <strong>de</strong>scido sobre nenhum <strong>de</strong>les <strong>de</strong>pois da sua conversão a Cristo e batismo em<br />

água (v. 16).<br />

(4) Alguns dias <strong>de</strong>pois da conversão dos samaritanos, Pedro e João chegaram a Samaria e oraram para os no<strong>vos</strong><br />

crentes receberem o Espírito Santo (vv. 14,15). Houve um <strong>de</strong>finido intervalo entre a conversão <strong>de</strong>les e o recebimento do<br />

batismo no Espírito Santo (vv. 16,17; cf. 2.4). Este caso dos samaritanos segue o padrão da experiência idêntica dos discípulos<br />

no dia <strong>de</strong> Pentecoste.<br />

(5) Sem dúvida houve manifestação externa neste caso <strong>de</strong> recebimento do Espírito Santo, a saber: línguas e profecia<br />

(v. 18)<br />

8.6 OS SINAIS QUE ELE FAZIA. A promessa <strong>de</strong> Cristo no sentido <strong>de</strong> operar sinais e milagres para confirmar a pregação<br />

da Palavra não se limitava aos apóstolos (Mc 16.15-18). Ele prometeu que os convertidos por seus discípulos ( os que crerem<br />

na palavra <strong>de</strong>les) operarão milagres em nome <strong>de</strong> Jesus, tais como expulsar <strong>de</strong>mônios (Mc 16.17) e curar os enfermos (Mc<br />

16.18). Foi exatamente o que Filipe fez (vv. 6,7)<br />

8.12 CRESSEM... DO NOME DE JESUS CRISTO. Os samaritanos já eram convertidos e sal<strong>vos</strong> antes do Espírito vir sobre<br />

eles (ver o v. 17).<br />

(1) Creram e foram batizados. Dois fatos tornam claro que a fé dos samaritanos era fé genuína salvífica.<br />

(a) Tanto Filipe (v. 12) quanto os apóstolos (v. 14) consi<strong>de</strong>ravam válida a fé que eles tinham.<br />

(b) Os samaritanos assumiram um compromisso público com Cristo mediante o batismo em água (v. 12). As Escrituras<br />

afirmam que Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Sendo assim, eram regenerados e o Espírito Santo habitava<br />

neles (Rm 8.9).<br />

(2) O recebimento do Espírito Santo por eles, vários dias mais tar<strong>de</strong> (v. 17), não era para salvação. Era o recebimento<br />

do Espírito Santo como os discípulos o receberam no dia <strong>de</strong> Pentecoste, i.e., para dotá-los <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r para o serviço e o<br />

testemunho para Deus (1.8). Lucas emprega aqui a expressão recebereis a virtu<strong>de</strong> do Espírito , primeiramente no sentido <strong>de</strong><br />

revestir <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r divino (1.8; 2.38; 8.17; 10.47; 19.2), e não no sentido do novo nascimento ou da regeneração.<br />

(3) Alguns têm ensinado que a fé dos samaritanos não era uma fé salvífica e regeneradora. É uma incoerência crer que<br />

Filipe, um homem cheio <strong>de</strong> fé, <strong>de</strong> sabedoria e do Espírito Santo (6.3-5), batizasse, curasse e expulsasse <strong>de</strong>mônios <strong>de</strong> pessoas,<br />

cuja fé não consi<strong>de</strong>rasse genuína<br />

8.16 SOBRE NENHUM DELES TINHA AINDA DESCIDO. O Espírito ainda não tinha <strong>de</strong>scido sobre nenhum <strong>de</strong>les, da<br />

mesma maneira que <strong>de</strong>scera sobre os crentes no dia <strong>de</strong> Pentecoste (2.4). Ainda não <strong>de</strong>scera sobre eles <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com<br />

a promessa do Pai (1.4) e conforme Cristo predissera: vós sereis batizados com o Espírito Santo (1.5; vv. 5-24).<br />

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8.17 RECEBERAM O ESPÍRITO SANTO. Me-diante a imposição das mãos dos apóstolos, os samaritanos recebem o<br />

Espírito Santo <strong>de</strong> modo idêntico ao batismo do dia <strong>de</strong> Pentecoste (1.8; 2.4). A experiência dos samaritanos em duas etapas,<br />

ou seja: primeiramente crer e <strong>de</strong>pois ser cheio do Espírito, <strong>de</strong>monstra que a experiência em duas etapas dos crentes, do dia<br />

<strong>de</strong> Pentecoste não foi anômala. As experiências tanto <strong>de</strong> Paulo em 9.5-17, como a dos discípulos efésios em 19.1-6, foram<br />

iguais à dos samaritanos. Aceitou Cristo como Senhor e <strong>de</strong>pois foram cheios do Espírito. Não tem que haver um longo tempo<br />

<strong>de</strong> espera entre a salvação e o batismo no Espírito, conforme <strong>de</strong>monstra o caso dos gentios em Cesaréia (cap. 10).<br />

8.18 SIMÃO, VENDO. A <strong>de</strong>scida do Espírito sobre os samaritanos foi acompanhada <strong>de</strong> manifestações externas visíveis<br />

notadas até por Simão, o mágico. É razoável concluir que as manifestações visíveis eram semelhantes às dos primeiros<br />

discípulos no dia <strong>de</strong> Pentecoste, i.e., falar noutras línguas (ver 2.4; 10.45,46; 19.6). Assim, tanto os samaritanos como os<br />

apóstolos tiveram um sinal confirmador da <strong>de</strong>scida do Espírito Santo sobre aqueles no<strong>vos</strong> crentes<br />

8.21 O TEU CORAÇÃO NÃO É RETO. O batismo no Espírito Santo através do livro <strong>de</strong> Atos ocorre somente entre os<br />

sal<strong>vos</strong> por Jesus Cristo.<br />

(1) Simão, que queria o po<strong>de</strong>r e o dom do Espírito Santo, bem como autorida<strong>de</strong> para transmitir o dom (v. 19), foi<br />

rejeitado por Deus por ser ímpio, em laço <strong>de</strong> -iniqüida<strong>de</strong> (vv. 22,23), não tendo um coração reto diante <strong>de</strong> Deus (v. 21). O<br />

dom genuíno do Espírito Santo será <strong>de</strong>rramado somente sobre quem o teme e faz o que é justo (10.35, cf. 44-48; ver<br />

também 5.32).<br />

(2) Antes e <strong>de</strong>pois do dia do Pentecoste os discípulos <strong>de</strong> Cristo viviam para o Senhor ressurreto (1.2-14; 2.32) e<br />

oravam continuamente (1.14; 6.4). Suas vidas eram separadas do pecado e do mundo (2.38-40) e observavam o ensino dos<br />

apóstolos (2.42; 6.4). No<strong>vos</strong> <strong>de</strong>rramamentos do Espírito eram concedidos a crentes que tinham largado seus pecados e seus<br />

maus caminhos, para viverem para Jesus Cristo (cf. 2.42; 3.1,19,22-26; 4.8,19-35; 5.29-32; 6.4; 8.14-21; 9.1-19; 10.34-47;<br />

19.1-6; 24.16). Andar no Espírito e ser guiado por Ele é sempre condições para alguém ser cheio do Espírito (ver Gl 5.16-25;<br />

cf. Ef 5.18).<br />

(3) Qualquer experiência sobrenatural, tida como o batismo no Espírito Santo, ocorrida em quem continua nos<br />

caminhos pecaminosos da carne, não é <strong>de</strong> Cristo (cf. 1 Jo 4.1-6). Pelo contrário, é um falso batismo no Espírito, e que po<strong>de</strong><br />

ser acompanhado <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>moníacos (Mt 7.21-23; 2 Ts 2.7-10).<br />

Capítulo 09<br />

9.3-19 A CONVERSÃO DE PAULO. Os versículos 3-9 registram a conversão <strong>de</strong> Paulo fora da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Damasco (cf.<br />

22.3-16; 26.9-18). Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa <strong>de</strong> Judas (v. 11), fica claro à luz do<br />

seguinte:<br />

(1) Ele obe<strong>de</strong>ce às or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Cristo (v. 6; 22.10; 26.15-19), compromete-se a ser um ministro e testemunha do<br />

evangelho (26.16) e um missionário aos gentios (26.17-19) e entrega-se à oração (v. 11).<br />

(2) Paulo é chamado Irmão Saulo por Ananias (v. 17). Ananias percebe que Paulo é um crente que experimentou o<br />

novo nascimento (ver Jo 3.3-6), que se <strong>de</strong>dicou a Cristo, para fazer a sua vonta<strong>de</strong> e que apenas necessita ser batizado,<br />

receber a restauração da sua vista e ser cheio do Espírito Santo (vv. 17,18; ver 9.17 ).<br />

9.11 POIS EIS QUE ELE ESTÁ ORANDO. Após conhecer Jesus e aceitá-lo como Senhor e Messias, Paulo ora e jejua,<br />

pedindo orientação, em atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> profunda <strong>de</strong>dicação a Deus. A fé salvadora e o novo nascimento à que ela conduz, sempre<br />

levarão o crente a buscar comunhão com seu Senhor e Salvador, que ele acaba <strong>de</strong> aceitar.<br />

9.13 TEUS SANTOS. Os crentes do NT são chamados santos (cf. 26.10; Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ap 13.7; 19.8).<br />

(1) A idéia básica do termo santo (gr. hagios) é separação do pecado, e, para Deus. Os santos, noutras palavras, são os<br />

separados para Deus ou os santificados em Deus . Isto significa ser guiado e santificado pelo Espírito Santo (Rm 8.14; 1 Co<br />

6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), largar o mundo a fim <strong>de</strong> seguir a Jesus (Jo 17.15-17). Mesmo assim, o termo santo não significa que<br />

o crente seja perfeito ou incapaz <strong>de</strong> pecar (cf. 1 Jo 2.1).<br />

(2) O NT em nenhum lugar chama o crente <strong>de</strong> pecador salvo, portanto este costume não é bíblico. O termo bíblico<br />

comum para todos os crentes é santo, o qual enfatiza:<br />

(a) a pressuposição bíblica que todos os crentes vivam conforme os ensinos divinos da justiça (Ef 5.3)<br />

(b) a necessida<strong>de</strong> da santida<strong>de</strong> ser uma realida<strong>de</strong> interna em todos que pertencem a Cristo (1 Co 1.30)<br />

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9.16 PADECER PELO MEU NOME. A conversão <strong>de</strong> Paulo incluiu não somente uma or<strong>de</strong>m para pregar o evangelho, mas<br />

também uma chamada para sofrer por amor a Cristo. Paulo foi informado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início que ele sofreria muito pela causa <strong>de</strong><br />

Cristo. No reino <strong>de</strong> Cristo, sofrer por amor a Ele é um sinal do mais alto favor <strong>de</strong> Deus (14.22; Mt 5.11,12; Rm 8.17; 2 Tm 2.3)<br />

e o meio <strong>de</strong> ter um ministério frutífero (Jo 12.24; 2 Co 1.3-6); resulta em recompensas abundantes no céu (Mt 5.12; 2 Tm<br />

2.12). A morte precisa atuar no crente para que a vida <strong>de</strong> Deus flua <strong>de</strong>le para os outros (Rm 8.17,18,36,37; 2 Co 4.10-12).<br />

Para outros textos sobre os sofrimentos <strong>de</strong> Paulo, ver 20.23; 2 Co 4.8-18; 6.3-10; 11.23-27; Gl 6.17; 2 Tm 1.11,12; ver<br />

também 2 Co 1.4; 11.23.<br />

9.17 IRMÃO SAULO. vv. 3-19.<br />

9.17 CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Três dias <strong>de</strong>pois da sua conversão, Paulo recebeu a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo. A<br />

experiência <strong>de</strong> Paulo forma um paralelo com a dos discípulos no dia <strong>de</strong> Pentecoste. Primeiro, a sua experiência do novo<br />

nascimento; a salvação (ver vv. 3-19 nota; <strong>de</strong>pois, ser cheio do Espírito Santo (v. 17). Embora Lucas não diga especificamente<br />

que Paulo falou em línguas quando recebeu o dom do Espírito Santo, é justo admitir que ele o fez.<br />

(1) O padrão do NT mostra que a pessoa que recebe a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo começa a falar noutras línguas (2.4;<br />

10.45,46; 19.6; ver 11.15).<br />

(2) O próprio Paulo testifica que freqüentemente falava em línguas: Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas<br />

do que vós todos (1 Co 14.18)<br />

9.18 FOI BATIZADO. O interesse primacial <strong>de</strong> Lucas aqui é o próprio batismo no Espírito Santo e não primeiramente o<br />

fato <strong>de</strong> ele falar em línguas no batismo. Quem busca a plenitu<strong>de</strong> do Espírito <strong>de</strong>ve concentrar-se no próprio Espírito Santo e<br />

não numa manifestação externa. Por outro lado, todos os crentes que <strong>de</strong>sejam a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo <strong>de</strong>vem aguardar<br />

as manifestações espirituais <strong>de</strong>sta bênção (2.4,17).<br />

9.31 NO TEMOR DO SENHOR. Lucas enfatiza a fórmula temer a Deus tanto no seu Evangelho (ver Lc 1.50, 18.2; 23.40)<br />

como em Atos. São os tementes a Deus (os gentios que abraçaram a fé judaica) que formam a base inicial da obra<br />

missionária aos gentios no cap. 10 (10.2,22,35; 13.16,26). O temor do Senhor produz confiança e obediência, bem como o<br />

afastar-se do mal (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7); isso, por sua vez, resulta na consolação do Espírito Santo (v. 31).<br />

O TEMOR DO SENHOR<br />

Dt 6.1-2 “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, <strong>vos</strong>so Deus, para se <strong>vos</strong><br />

ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guar<strong>de</strong>s todos os seus<br />

estatutos e mandamentos, que eu te or<strong>de</strong>no, tu, e teu filho, e o filho <strong>de</strong> teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias<br />

sejam prolongados.”Um mandamento freqüente ao povo <strong>de</strong> Deus do AT é “temer a Deus” ou “temer ao Senhor”. É<br />

importante que saibamos o que esse mandamento significa para nós como crentes. Somente à medida que verda<strong>de</strong>iramente<br />

temermos ao Senhor é que seremos libertos da escravidão <strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> temores anormais e satânicas.<br />

Deus.<br />

O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS.<br />

O mandamento geral <strong>de</strong> “temer ao Senhor” inclui uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos do relacionamento entre o crente e<br />

(1) É fundamental, no temor a Deus, reconhecer a sua santida<strong>de</strong>, justiça e retidão como complemento do seu amor e<br />

misericórdia, i.e., conhecê-lo e compreen<strong>de</strong>r plenamente quem Ele é (cf. Pv 2.5). Esse temor baseia-se no reconhecimento<br />

que Deus é um Deus santo, cuja natureza inerente o leva a con<strong>de</strong>nar o pecado.<br />

(2) Temer ao Senhor é consi<strong>de</strong>rá-lo com santo temor e reverência e honrá-lo como Deus, por causa da sua excelsa<br />

glória, santida<strong>de</strong>, majesta<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r (ver Fp 2.12 nota). Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus<br />

manifestar-se através <strong>de</strong> “trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido <strong>de</strong> buzina mui forte” o<br />

povo inteiro “estremeceu” (Êx 19.16) e implorou a Moisés que este falasse, ao invés <strong>de</strong> Deus (Êx 20.18,19; Dt 5.22-27). Além<br />

disso, o salmista, na sua reflexão a respeito do Criador, <strong>de</strong>clara explicitamente: “Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no<br />

todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33.8,9).<br />

(3) O verda<strong>de</strong>iro temor <strong>de</strong> Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvação. Por exemplo:<br />

<strong>de</strong>pois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema <strong>de</strong>struição do exército egípcio,<br />

“temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR” (ver Êx 14.31). Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem<br />

ao Senhor: “confiai no SENHOR; ele é <strong>vos</strong>so auxílio e <strong>vos</strong>so escudo” (Sl 115.11). Noutras palavras, o temor ao Senhor produz<br />

no povo <strong>de</strong> Deus esperança e confiança nEle. Não é <strong>de</strong> admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e <strong>de</strong>sfrutem do<br />

amor perdoador <strong>de</strong> Deus, e da sua misericórdia (Lc 1.50; cf. Sl 103.11; 130.4).<br />

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(4) Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele é um Deus que se ira contra o pecado e que tem po<strong>de</strong>r para<br />

castigar a quem transgri<strong>de</strong> suas justas leis, tanto no tempo como na eternida<strong>de</strong> (cf. Sl 76.7,8). Quando Adão e Eva pecaram<br />

no jardim do É<strong>de</strong>n, tiveram medo e procuraram escon<strong>de</strong>r-se da presença <strong>de</strong> Deus (Gn 3.8-10). Moisés experimentou esse<br />

aspecto do temor <strong>de</strong> Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em oração, interce<strong>de</strong>ndo pelos israelitas<br />

transgressores: “temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para <strong>vos</strong> <strong>de</strong>struir” (9.19).<br />

RAZÕES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS<br />

As razões para temer o Senhor vêm do significado do temor do Senhor.<br />

(1) Devemos temê-lo por causa <strong>de</strong> o seu gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r como o Criador <strong>de</strong> todas as coisas e <strong>de</strong> todas as pessoas (Sl<br />

33.6-9; 96.4-5; Jo 1.9).<br />

(2) Além disso, o po<strong>de</strong>r inspirador <strong>de</strong> santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criação e sobre nós é motivo<br />

<strong>de</strong> temê-lo (Êx 20.18-20; Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41).<br />

(3) Quando nós nos apercebemos da santida<strong>de</strong> do nosso Deus, i.e., sua separação do pecado, e sua aversão constante<br />

a ele, a resposta normal do espírito humano é temê-lo (Ap 15.4).<br />

(4) Todos quantos contemplarem o esplendor da glória <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> experimentar reverente temor<br />

(Mt 17.1-8).<br />

(5) As bênçãos contínuas que recebemos da parte <strong>de</strong> Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados (Sl 130.4),<br />

<strong>de</strong>vem nos levar a temê-lo e a amá-lo (1Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24.<br />

(6) É indubitável que o fato <strong>de</strong> Deus ser um Deus <strong>de</strong> justiça, que julgará a totalida<strong>de</strong> da raça humana, gera o temor a<br />

Ele (17.12-13; Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31). É uma verda<strong>de</strong> solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as<br />

nossas ações, tanto as boas quanto as más, e que seremos responsabilizados por essas ações, tanto agora como no dia do<br />

nosso julgamento individual.<br />

CONOTAÇÕES PESSOAIS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS<br />

O temor <strong>de</strong> Deus é muito mais do que uma doutrina bíblica; ele é diretamente aplicável à nossa vida diária, <strong>de</strong><br />

numerosas maneiras.<br />

(1) Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida <strong>de</strong> obediência aos seus mandamentos e damos<br />

sempre um “não” estri<strong>de</strong>nte ao pecado. Uma das razões por que Deus inspirou temor nos israelitas no monte Sinai foi para<br />

que apren<strong>de</strong>ssem a <strong>de</strong>sviar-se do pecado e a obe<strong>de</strong>cer à sua lei (Êx 20.20). Repetidas vezes no seu discurso final aos<br />

israelitas, Moisés mostrou o relacionamento entre o temor ao Senhor e o serviço e a obediência a Ele (e.g., 5.29; 6.2, 24;<br />

10.12; 13.4; 17.19; 31.12). Segundo os salmistas, temer ao Senhor equivale a <strong>de</strong>leitar-se nos seus mandamentos (Sl 112.1) e<br />

seguir os seus preceitos (Sl 119.63). Salomão ensinou que “pelo temor do SENHOR, os homens se <strong>de</strong>sviam do mal” (Pv 16.6;<br />

cf. 8.13). Em Eclesiastes, o <strong>de</strong>ver inteiro da raça humana resume-se em dois breves imperati<strong>vos</strong>: “Teme a Deus e guarda os<br />

seus mandamentos” (Ec 12.13). Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniqüida<strong>de</strong>, assim faz porque “não há<br />

temor <strong>de</strong> Deus perante os seus olhos” (Sl 36.1-4).<br />

(2) Um corolário importante da conotação supra é que o crente <strong>de</strong>ve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levandoos<br />

a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos <strong>de</strong> Deus (4.10; 6.1-2, 6-9). A Bíblia <strong>de</strong>clara freqüentemente que<br />

“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; cf. Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10). Visto que um alvo básico na educação<br />

dos nossos filhos é que vivam segundo os princípios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a<br />

temerem ao Senhor é um primeiro passo <strong>de</strong>cisivo.<br />

(3) O temor <strong>de</strong> Deus tem um efeito santificante sobre o povo <strong>de</strong> Deus. Assim como há um efeito santificante na<br />

verda<strong>de</strong> da Palavra <strong>de</strong> Deus (Jo 17.17), assim também há um efeito santificante no temor a Deus. Esse temor inspira-nos a<br />

evitar o pecado e <strong>de</strong>sviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6). Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv<br />

10.19; Ec 5.2,6,7). Ele nos protege do colapso da nossa consciência, bem como a nossa firmeza moral. O temor do Senhor é<br />

puro e purificador (Sl 19.9); é santo e libertador no seu efeito.<br />

(4) O temor do Senhor motiva o povo <strong>de</strong> Deus a adorá-lo <strong>de</strong> todo o seu ser. Se realmente tememos a Deus, nós o<br />

adoramos e o glorificamos como o Senhor <strong>de</strong> tudo (Sl 22.23). Davi equipara a congregação dos que adoram a Deus com “os<br />

que o temem” (Sl 22.25). Igualmente, no final da história, quando um anjo na esfera celestial proclama o evangelho eterno e<br />

conclama a todos na terra a temerem a Deus, acrescenta prontamente: “e dai-lhe glória... E adorai aquele que fez o céu, e a<br />

terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6,7).<br />

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(5) Deus promete que recompensará a todos que o temem. “O galardão da humilda<strong>de</strong> e o temor do SENHOR são<br />

riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4). Outras recompensas prometidas são a proteção da morte (Pv 14.26,27), provisões para<br />

nossas necessida<strong>de</strong>s diárias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27). Aqueles que temem ao Senhor sabem que “bem<br />

suce<strong>de</strong> aos que temem a Deus”, não importando o que aconteça no mundo ao redor (Ec 8.12,13).<br />

(6) Finalmente, o temor ao Senhor confere segurança e consolo espiritual indizíveis para o povo <strong>de</strong> Deus. O NT vincula<br />

diretamente o temor <strong>de</strong> Deus ao conforto do Espírito Santo (At 9.31). Por um lado, quem não teme ao Senhor não tem<br />

qualquer consciência da sua presença, graça e proteção (ver 1.26 nota); por outro lado, os que temem a Deus e guardam os<br />

mandamentos dEle têm experiência profunda <strong>de</strong> proteção espiritual na sua vida, e da unção do Espírito Santo. Têm certeza<br />

<strong>de</strong> que Deus vai “livrar a sua alma da morte” (Sl 33.18,19.<br />

9.36 DORCAS... CHEIA DE BOAS OBRAS. Assim como Deus operava através <strong>de</strong> Pedro para curar (vv. 33-35) e para<br />

ressuscitar os mortos (v. 40), Ele também operava através <strong>de</strong> Dorcas, para praticar atos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> amor. Os atos <strong>de</strong><br />

amor para ajudar os necessitados são tanto uma manifestação do Espírito Santo, quanto o são os milagres, os sinais e os<br />

prodígios. Paulo enfatizou essa verda<strong>de</strong> em 1 Co 13 (cf. 1 Pe 4.10,11).<br />

Capítulo 10<br />

10.4 ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA DIANTE DE DEUS. Deus consi<strong>de</strong>ra nossas orações um sacrifício que sobe até Ele,<br />

lembrando-lhe da nossa perseverança, ao invocá-lo com fé e <strong>de</strong>voção (ver Sl 141.2; Hb 13.15,16).<br />

10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAÇO PARA ORAR. O Espírito Santo, o autor das Escrituras, revela através <strong>de</strong>las que os<br />

cristãos do NT eram <strong>de</strong>dicados a muita oração. Estavam convictos <strong>de</strong> que o reino <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong>ria manifestar-se em todo<br />

o seu po<strong>de</strong>r mediante uns poucos minutos <strong>de</strong> oração por dia (1.14; 2.42; 3.1; 6.4; Ef 6.18; Cl 4.2).<br />

(1) O ju<strong>de</strong>u piedoso orava duas ou três vezes por dia (cf. Sl 55.17; Dn 6.10). Era prática dos seguidores <strong>de</strong> Cristo,<br />

especialmente dos apóstolos (6.4), orar com a mesma <strong>de</strong>voção. Pedro e João subiram ao templo para a hora da oração (3.1),<br />

e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (16.16). Pedro orava regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9); Deus<br />

recompensou Cornélio pela sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> na observância das suas horas <strong>de</strong> oração (10.30ss.).<br />

(2) As Escrituras exortam os crentes a continuarem perseverantes na oração (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a<br />

orarem sem cessar (1 Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o tempo com toda a oração (Ef<br />

6.18), a perseverarem na oração (Cl 4.2), e a orarem com eficácia (Tg 5.16). Estas exortações indicam que não po<strong>de</strong>rá haver<br />

nenhum po<strong>de</strong>r celestial em nossa batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa <strong>de</strong> ganhar os<br />

perdidos, sem muita oração diariamente.<br />

(3) Não seria do agrado <strong>de</strong> Deus, tendo em vista a exortação do Senhor, que seus discípulos vigiem e orem pelo menos<br />

uma hora (Mt 26.38-41); e à luz da urgência dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente <strong>de</strong>dicasse pelo menos uma<br />

hora por dia à oração e ao estudo da Palavra <strong>de</strong> Deus, visando ao crescimento do seu reino na terra e tudo quanto isso<br />

significa para nós (Mt 6.10,33)?<br />

(4) Uma hora <strong>de</strong> oração po<strong>de</strong> incluir o seguinte:<br />

(a) louvor,<br />

(b) cantar ao Senhor,<br />

(c) ações <strong>de</strong> graças,<br />

(d) esperar em Deus,<br />

(e) ler a Palavra,<br />

(f) ficar atento ao Espírito Santo,<br />

(g) orar com as próprias palavras das Escrituras,<br />

(h) confissão das faltas,<br />

(i) intercessão pelos outros,<br />

(j) petição pelas nossas próprias necessida<strong>de</strong>s, e<br />

(l) oração em línguas<br />

10.19 DISSE-LHE O ESPÍRITO. O Espírito Santo <strong>de</strong>seja a salvação <strong>de</strong> todas as pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato <strong>de</strong><br />

os apóstolos terem recebido o Espírito, eles, também, <strong>de</strong>sejavam a salvação <strong>de</strong> todas as pessoas. Intelectualmente, no<br />

entanto, não compreendiam que a salvação já não se restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as nações (vv. 34,35).<br />

Foi o Espírito Santo que alargou a visão da igreja. Em Atos, Ele é a força da obra missionária e o que dirige a igreja para novas<br />

áreas <strong>de</strong> testemunho (8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O <strong>de</strong>rramamento do Espírito e a compulsão à missão<br />

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sempre andam <strong>de</strong> mãos dadas (cf. 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvação do seu povo, sem, porém,<br />

compreen<strong>de</strong>rem plenamente o propósito do Espírito Santo para as missões mundiais (Mt 28.19; Lc 24.47).<br />

10.34 DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. Deus não tem nenhuma nação ou raça predileta, nem favorece qualquer<br />

indivíduo por causa da sua nacionalida<strong>de</strong>, linhagem ou posição na vida (cf. Tg 2.1). Deus favorece e aceita aqueles, <strong>de</strong>ntre<br />

todas as nações, que abandonam o pecado, crêem em Cristo, temem a Deus e vivem retamente (v. 35; cf. Rm 2.6-11). Todos<br />

aqueles que perseveram neste modo <strong>de</strong> vida, permanecerão no amor e no favor <strong>de</strong> Deus (Jo 15.10).<br />

10.38 CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO. Precisamos enten<strong>de</strong>r que toda doença tem sua origem no<br />

pecado e muitas vezes têm influencia maligna.<br />

10.44 CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS. A família gentia <strong>de</strong> Cornélio ouve e recebe a Palavra com fé salvadora<br />

(vv. 34-48; 11.14).<br />

(1) Deus imediatamente <strong>de</strong>rrama sobre ela o Espírito Santo (v. 44) como seu testemunho <strong>de</strong> que creram e receberam<br />

a vida regeneradora <strong>de</strong> Cristo (cf. 11.17; 15.8,9).<br />

(2) A vinda do Espírito Santo sobre a família <strong>de</strong> Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do Espírito Santo para os<br />

discípulos no dia <strong>de</strong> Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse <strong>de</strong>rramamento do Espírito não é a obra <strong>de</strong> Deus na regeneração do<br />

pecador, mas sua vinda sobre eles para revesti-los <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Note as palavras <strong>de</strong> Pedro posteriormente, ressaltando a<br />

semelhança entre essa experiência e a do dia <strong>de</strong> Pentecoste (11.15,17).<br />

(3) Evi<strong>de</strong>ntemente, é possível uma pessoa ser batizada no Espírito imediatamente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receber a salvação (ver v.<br />

46 nota; cf. 11.17).<br />

10.45 O DOM DO ESPÍRITO SANTO. Para uma abordagem das dimensões principais da ativida<strong>de</strong> do Espírito Santo na<br />

vida do crente.<br />

10.46 OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consi<strong>de</strong>ravam o falar em línguas, mediante o<br />

Espírito, como o sinal convincente do batismo no Espírito Santo. Isto é, assim como Deus confirmou o acontecimento do dia<br />

<strong>de</strong> Pentecoste com o sinal das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar <strong>de</strong> Cornélio falarem em línguas como sinal convincente<br />

para Pedro e os <strong>de</strong>mais crentes ju<strong>de</strong>us.<br />

Capítulo 11<br />

11.15 CAIU SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS AO PRINCÍPIO. O <strong>de</strong>rramamento do Espírito<br />

Santo no dia <strong>de</strong> Pentecoste (2.4) foi um padrão para o recebimento do Espírito, a partir <strong>de</strong> então. O batismo no Espírito seria<br />

<strong>de</strong>terminado pela transformação visível ocorrida no indivíduo pela infusão da alegria por expressões vocais<br />

sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no testemunho (2.4; 4.31; 8.15-19; 10.45-47; 19.6). Por isso, quando Pedro<br />

salientou diante dos apóstolos e irmãos em Jerusalém que os familiares <strong>de</strong> Cornélio tinham falado em línguas, ao ser<br />

<strong>de</strong>rramado sobre eles o Espírito Santo (cf. 10.45-46), ficaram convictos <strong>de</strong> que Deus estava conce<strong>de</strong>ndo aos gentios a<br />

salvação em Cristo (v. 18). Não se po<strong>de</strong> hoje dizer que alguém recebeu o batismo no Espírito se as manifestações físicas, tais<br />

como o falar em línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte <strong>de</strong> Atos, o batismo no Espírito Santo aparece como uma<br />

experiência percebida somente pela fé (ver 8.12,16; 19.6).<br />

11.17 A NÓS, QUANDO CREMOS. Esta expressão é, no grego, um particípio aoristo, que normalmente <strong>de</strong>screve uma<br />

ação que ocorre antes daquela do verbo principal. Por isso, uma tradução mais exata seria: Deus lhes <strong>de</strong>u o mesmo dom que<br />

a nós também, <strong>de</strong>pois que cremos . Esta interpretação concorda com os fatos históricos, i.e., que os discípulos tinham crido<br />

em Jesus e tinham sido regenerados pelo Espírito, antes do dia <strong>de</strong> Pentecoste.<br />

11.18 OUVINDO ESTAS COISAS. O discurso <strong>de</strong> Pedro silenciou todas as objeções (vv. 4-18). Deus tinha batizado os<br />

gentios no Espírito Santo (10.45), e este ato foi acompanhado da evidência convincente do falar noutras línguas pelo Espírito<br />

(10.46). Era esse o único sinal necessário a ser aceito sem mais dúvidas.<br />

11.23 QUE... PERMANECESSEM NO SENHOR. Os discípulos do NT não aceitavam o ensino que aquele que recebesse a<br />

graça <strong>de</strong> Deus permaneceria automaticamente leal ao Senhor, visto que o pecado, o mundo e as tentações <strong>de</strong> Satanás<br />

podiam levar um novo crente a <strong>de</strong>sviar-se do caminho da salvação em Cristo. Barnabé nos oferece um exemplo <strong>de</strong> como os<br />

no<strong>vos</strong> convertidos <strong>de</strong>vem ser tratados: que nosso interesse principal seja ajudá-los e animá-los a permanecerem na fé, no<br />

amor e na comunhão com Cristo e com sua igreja (cf. 13.43; 14.22).<br />

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11.26 OS DISCÍPULOS... CHAMADOS CRISTÃOS. A palavra cristão (gr. christianos) ocorre somente três vezes no NT<br />

(11.26; 26.28; 1 Pe 4.16). Originalmente, era um termo que <strong>de</strong>notava um servo e seguidor <strong>de</strong> Cristo. Hoje tornou-se termo<br />

geral, <strong>de</strong>stituído do significado original que tinha no NT. A nós, este termo <strong>de</strong>ve sugerir o nome do nosso Re<strong>de</strong>ntor (Rm 3.24),<br />

a idéia do profundo relacionamento do crente com Cristo (Rm 8.38,39), o pensamento <strong>de</strong> que o recebemos como nosso<br />

Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9). Reivindicar o nome <strong>de</strong> cristão significa que Cristo e a sua palavra<br />

revelada nas Escrituras são a autorida<strong>de</strong> suprema e a única fonte da esperança futura (Cl 1.5,27).<br />

11.27 PROFETAS. A posição dos profetas na igreja é reconhecida nas epístolas paulinas.<br />

Capítulo 12<br />

12.2 E MATOU À ESPADA TIAGO. Deus permitiu que Tiago, irmão <strong>de</strong> João (cf. Mt 4.21) morresse, mas enviou um anjo<br />

para livrar a Pedro (vv. 3-17). São os caminhos misteriosos <strong>de</strong> Deus para com o seu povo que levaram Tiago a morrer,<br />

enquanto Pedro escapou para continuar seu ministério. Tiago teve a honra <strong>de</strong> ser o primeiro dos apóstolos que morreu como<br />

mártir. Morreu da mesma maneira que seu Senhor: pela causa <strong>de</strong> Deus (cf. Mc 10.36-39).<br />

12.5 A IGREJA. Através do livro <strong>de</strong> Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos<br />

padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária.<br />

(1) Antes <strong>de</strong> mais nada, a igreja é o agrupamento <strong>de</strong> pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que<br />

diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co<br />

16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6).<br />

(2) Mediante o po<strong>de</strong>roso testemunho da igreja, os pecadores são sal<strong>vos</strong>, nascidos <strong>de</strong> novo, batizados nas águas e<br />

acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta <strong>de</strong> Cristo (2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26).<br />

(3) O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos no<strong>vos</strong> crentes (ver 2.39 nota), e sua presença e po<strong>de</strong>r se<br />

manifestarão.<br />

(4) Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef4.11,12), inclusive prodígios, sinais e<br />

curas (2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18).<br />

(5) Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério quíntuplo, o qual a<strong>de</strong>stra os santos para o trabalho do Senhor (Ef<br />

4.11,12)<br />

(6) Os crentes expulsarão <strong>de</strong>mônios (5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17).<br />

(7) Haverá lealda<strong>de</strong> absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais <strong>de</strong> Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef<br />

2.20). Os membros da igreja se <strong>de</strong>dicarão ao estudo da Palavra <strong>de</strong> Deus e à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2<br />

Tm 2.15).<br />

(8) No primeiro dia da semana (20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação<br />

através da Palavra <strong>de</strong> Deus escrita e das manifestações do Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17).<br />

(9) A igreja manterá a humilda<strong>de</strong>, reverência e santo temor diante da presença <strong>de</strong> um Deus santo (5.11). Os membros<br />

terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos<br />

mestres que são <strong>de</strong>sleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15 nota).<br />

(10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão<br />

or<strong>de</strong>nados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15 nota; 1 Co 5.1-5; 1 Tm<br />

3.1-7; Tt 1.5-9).<br />

(11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da<br />

igreja (ver 1 Tm 3.8 nota).<br />

(12) Haverá amor e comunhão no Espírito evi<strong>de</strong>nte entre os membros (2.42,44-46; ver Jo 13.34 nota), não somente<br />

<strong>de</strong>ntro da congregação local como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8).<br />

(13) A igreja será uma igreja <strong>de</strong> oração e jejum (1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).<br />

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(14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como <strong>de</strong> suas práticas (2.40;<br />

Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16).<br />

(15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).<br />

(16) A igreja trabalhará ativamente para enviar mis-sionários a outros países (2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem<br />

o direito <strong>de</strong> se chamar <strong>de</strong> igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16<br />

características práticas entre seus membros (ver o estudo A IGREJA, para mais exame da doutrina bíblica da igreja)<br />

12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia<br />

impossível; Tiago fora morto. Hero<strong>de</strong>s mantinha Pedro na prisão vigiado por <strong>de</strong>zesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva<br />

tinha a convicção <strong>de</strong> que a oração feita por um justo po<strong>de</strong> muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram <strong>de</strong> um modo intenso e<br />

contínuo a respeito da situação <strong>de</strong> Pedro. A oração <strong>de</strong>les não <strong>de</strong>morou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT<br />

freqüentemente se <strong>de</strong>dicavam à oração coletiva prolongada (1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção <strong>de</strong> Deus é que seu<br />

povo se reúna para a oração <strong>de</strong>finida e perseverante; note as palavras <strong>de</strong> Jesus: A minha casa será chamada casa <strong>de</strong> oração<br />

(Mt 21.13). As igrejas que <strong>de</strong>claram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro <strong>de</strong> Atos e<br />

noutros escritos do NT, <strong>de</strong>vem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não apenas um<br />

ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o po<strong>de</strong>r e presença <strong>de</strong> Deus e as reuniões <strong>de</strong> oração integravam-se. Nenhum<br />

volume <strong>de</strong> pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o po<strong>de</strong>r e presença genuínos<br />

no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em oração e<br />

súplicas (1.14).<br />

12.7 O ANJO. Os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão <strong>de</strong> herdar a salvação<br />

(Hb 1.14; ver 1.13)<br />

Capítulo 13<br />

13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristão cheio do Espírito é muito sensível ao que o Espírito Santo comunica durante a<br />

oração e o jejum (ver Mt 6.16). Aqui, a comunicação da parte do Espírito Santo provavelmente foi uma palavra profética ( v.<br />

1).<br />

13.2 PARA A OBRA A QUE OS TENHO CHAMADO. Paulo e Barnabé foram chamados à obra missionária e enviados pela<br />

igreja <strong>de</strong> Antioquia. As características <strong>de</strong>ssa obra estão <strong>de</strong>scritas em 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e 26.16-18.<br />

(1) Paulo e Barnabé foram chamados para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres à salvação em Cristo. As<br />

Escrituras não indicam em lugar nenhum que os missionários do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos<br />

sociais ou políticos, propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s sociais ou<br />

políticas para o bem da população do Império Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a Cristo (16.31; 20.21),<br />

livrá-las do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Satanás (26.18), levá-las a receber o Espírito Santo (19.6) e organizá-las em igrejas. Nesses no<strong>vos</strong><br />

cristãos, o Espírito Santo veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele <strong>de</strong>u dons espirituais (1 Co 12-14) e transformou<br />

esses fiéis <strong>de</strong> tal maneira que suas vidas glorificavam ao seu Salvador.<br />

(2) Os missionários do evangelho <strong>de</strong> hoje <strong>de</strong>vem ter a mesma ativida<strong>de</strong> prioritária: ser ministros e testemunhas do<br />

evangelho, que levem outros a Cristo, livrando-os do domínio <strong>de</strong> Satanás (26.18), fazendo-os discípulos, motivando-os a<br />

receber o Espírito Santo e os seus dons (2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto Cristo or<strong>de</strong>nou (Mt 28.19,20). Isto<br />

<strong>de</strong>ve ser acompanhado <strong>de</strong> sinais e prodígios, cura <strong>de</strong> enfermos e libertação <strong>de</strong> oprimidos pelos <strong>de</strong>mônios (2.43; 4.30; 8.7;<br />

10.38; Mc 16.17,18). Esta tarefa suprema <strong>de</strong> pregar o evangelho, no entanto, <strong>de</strong>ve também incluir atos pessoais <strong>de</strong> amor, <strong>de</strong><br />

misericórdia e <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que são chamados a dar testemunho<br />

do evangelho servirão na causa divina segundo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Jesus (Lc 9.2).<br />

13.3 OS DESPEDIRAM. Com estas palavras começa o gran<strong>de</strong> movimento missionário da igreja até aos confins da terra<br />

(1.8). Os princípios missionários vistos no capítulo 13 são um mo<strong>de</strong>lo para todas as igrejas que enviam missionários.<br />

(1) A ativida<strong>de</strong> missionária é originada pelo Espírito Santo, através <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res espirituais que estão profundamente<br />

<strong>de</strong>dicados ao Senhor e ao seu reino, buscando-o com oração e jejum (v.2).<br />

2b).<br />

(2) A igreja <strong>de</strong>ve estar atenta ao ministério e ativida<strong>de</strong> proféticos do Espírito Santo e sua orientação (v. 2).<br />

(3) Os missionários que são enviados, <strong>de</strong>vem fazê-lo segundo a chamada e a vonta<strong>de</strong> específicas do Espírito Santo (v.<br />

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(4) Mediante a oração e o jejum, a igreja buscando constantemente estar em harmonia com a vonta<strong>de</strong> do Espírito<br />

Santo (vv. 3,4), confirma a chamada divina <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas pessoas à obra missionária. O propósito é que a igreja envie<br />

somente aqueles que forem da vonta<strong>de</strong> do Espírito Santo.<br />

(5) Pela imposição <strong>de</strong> mãos e o envio <strong>de</strong> missionários, a igreja indica que se compromete a sustentar e assistir os que<br />

saem à obra. A responsabilida<strong>de</strong> da igreja que envia missionários inclui <strong>de</strong>monstrar amor e cuidado para com eles <strong>de</strong> um<br />

modo digno <strong>de</strong> Deus (3 Jo 6), orar por eles (v. 3; Ef 6.18,19) e sustentá-los financeiramente (Lc 10.7; 3 Jo 6-8). Isso inclui<br />

ofertas especiais <strong>de</strong> amor para necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong>les (Fp 4.10, 14-18). O missionário é uma projeção do propósito,<br />

interesse e missão da igreja que os envia. Essa igreja fica sendo, portanto, uma cooperadora da verda<strong>de</strong> (Fp 1.5; 3 Jo 8).<br />

(6) Aqueles que saem como missionários <strong>de</strong>vem estar dispostos a expor a vida pelo nome <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus<br />

Cristo (15.26).<br />

13.8 ELIMAS, O ENCANTADOR. Este ju<strong>de</strong>u encantador (feiticeiro) era provavelmente um astrólogo. Os astrólogos<br />

ensinavam que o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> cada pessoa é <strong>de</strong>terminado pela posição dos astros em relação ao nascimento <strong>de</strong>ssa pessoa.<br />

Toda feitiçaria e astrologia são formas <strong>de</strong> espiritismo, o qual se opõe ao evangelho <strong>de</strong> Cristo, porque são coisas <strong>de</strong> Satanás e<br />

seus <strong>de</strong>mônios. Ver as frases resistia-lhes Elimas e inimigo <strong>de</strong> toda a justiça (vv. 8,10; ver Dt 18.9-11).<br />

13.9 SAULO... CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Mesmo quem foi batizado no Espírito, como Paulo o foi (9.17), po<strong>de</strong>, em<br />

ocasiões <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> específica, receber no<strong>vos</strong> enchimentos do Espírito. Semelhantes enchimentos repetidos são<br />

necessários:<br />

(1) no enfrentamento da oposição ao evangelho (4.8)<br />

(2) no avanço do evangelho (4.8-12,31)<br />

(3) ao enfrentar diretamente a ativida<strong>de</strong> satânica (13.9).<br />

Enchimentos repetidos do Espírito Santo <strong>de</strong>vem ser normais a todos os crentes batizados no Espírito Santo.<br />

13.11 FICARÁS CEGO. Os milagres do NT iam além <strong>de</strong> curas. Alguns, como nos casos da ira <strong>de</strong> Deus contra Elimas (vv.<br />

8-11) e Hero<strong>de</strong>s (12.20-23), envolveram juízo contra os ímpios. O caso <strong>de</strong> Ananias e Safira (5.1-11) é um exemplo <strong>de</strong><br />

julgamento sob a forma <strong>de</strong> milagre, revelando a ira divina contra o pecado <strong>de</strong>ntro da igreja.<br />

13.31 SUAS TESTEMUNHAS PARA COM O POVO. Testemunha (gr. martus) é alguém que testifica, por atos ou palavras,<br />

da verda<strong>de</strong>. Testemunhas cristãs são as que confirmam e atestam a obra salvífica <strong>de</strong> Jesus Cristo através das suas palavras,<br />

ações e vida e, se necessário, através da sua própria morte. Ser testemunha envolve sete princípios:<br />

(1) Dar testemunho <strong>de</strong> Cristo é a obrigação <strong>de</strong> todos os crentes (1.8; Mt 4.19; 28.19,20).<br />

(2) A testemunha cristã <strong>de</strong>ve ter uma mentalida<strong>de</strong> missionária, visando alcançar todas as nações, e levar a salvação<br />

divina até aos confins da terra (11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47).<br />

(3) A testemunha cristã fala principalmente a respeito da vida <strong>de</strong> Cristo, da sua morte, ressurreição, po<strong>de</strong>r salvífico e<br />

da promessa do Espírito Santo (2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8).<br />

(4) A testemunha cristã precisa produzir convicção quanto ao pecado, a justiça e ao juízo (2.37-40; 7.51-54; 24.24,25;<br />

ver Jo 16.8). Mediante tal testemunho, as pessoas são levadas à fé salvífica (2.41; 4.33; 6.7; 11.21).<br />

(5) A testemunha cristã sofrerá às vezes (7.57-60; 22.20; 2 Co 11.23-29). A palavra mártir <strong>de</strong>riva da palavra grega que<br />

significa testemunha. Ser discípulo do Senhor subenten<strong>de</strong> compromisso, custe ele o que custar ao discípulo.<br />

(6) O testemunho cristão <strong>de</strong>ve ser paralelo a uma separação do mundo (2.40), a uma vida <strong>de</strong> justiça (Rm 14.17) e a<br />

uma confiança total no Espírito Santo (4.29-33) que resulta na sua manifestação com po<strong>de</strong>r (1 Co 2.4).<br />

(7) O testemunho cristão <strong>de</strong>ve ser profético (2.17), revestido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (1.8) e inspirado pelo Espírito (2.4; 4.8).<br />

13.48 ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA. Alguns enten<strong>de</strong>m que este versículo ensina a pre<strong>de</strong>stinação arbitrária.<br />

Entretanto, nem o contexto nem a palavra traduzida or<strong>de</strong>nados (gr. tetagmenoi, do verbo tasso, justifica essa interpretação).<br />

(1) O versículo 46 enfatiza explicitamente a responsabilida<strong>de</strong> humana na aceitação ou rejeitação da vida eterna. A<br />

melhor interpretação <strong>de</strong> tetagmenoi, portanto, é estavam dispostos : e creram todos quantos estavam dispostos para a vida<br />

eterna . Esta interpretação concorda totalmente com as afirmações <strong>de</strong> 1 Tm 2.4; Tt 2.11; 2 Pe 3.9.<br />

(2) Além disso, segundo Rm 11.20-22, ninguém é incondicionalmente <strong>de</strong>stinado à vida eterna.<br />

Ministério <strong>Amai</strong>-<strong>vos</strong> – Igreja Apostólica da Família <strong>de</strong> Deus Página24


13.52 ESTAVAM CHEIOS... DO ESPÍRITO SANTO. O verbo grego traduzido cheios está no pretérito imperfeito,<br />

indicando ação contínua num tempo passado. Os discípulos recebiam continuamente, dia após dia, a plenitu<strong>de</strong> e o<br />

revestimento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do Espírito Santo. A plenitu<strong>de</strong> do Espírito não é meramente uma experiência inicial que ocorre uma<br />

só vez, mas, sim, uma vida <strong>de</strong> repetidos enchimentos para as necessida<strong>de</strong>s e tarefas da parte <strong>de</strong> Deus (cf. Ef 5.18).<br />

Capítulo 14<br />

14.3 SINAIS E PRODÍGIOS. Foi da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que a pregação do evangelho fosse acompanhada por sinais<br />

miraculosos para confirmar a veracida<strong>de</strong> do evangelho (Mc 16.20). Dessa maneira, o Senhor cooperava com o seu povo e<br />

dava testemunho da veracida<strong>de</strong> da mensagem do evangelho. Semelhante confirmação da graça <strong>de</strong> Deus, com sinais e<br />

prodígios, não é menos necessária hoje, à medida que enfrentamos os tempos difíceis dos últimos dias (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-<br />

13)<br />

14.4 APÓSTOLOS. Tanto Paulo como Barnabé são chamados apóstolos. Como termo mais genérico, apóstolo era<br />

aplicado aos primeiros missionários cristãos enviados pela igreja para pregar a mensagem do NT (14.4,14). Apóstolo num<br />

sentido especial é aplicado somente àqueles que tinham recebido uma comissão direta <strong>de</strong> Cristo para implantar sua<br />

mensagem e revelação originais (ver Ef 2.20 ).<br />

Paulo era um apóstolo nesse sentido especial (ver 1 Co 9.1; 15.7).<br />

14.9 VENDO QUE TINHA FÉ. O discernimento da fé do coxo, por Paulo, veio certamente através do Espírito Santo.<br />

Paulo passou, então, a encorajar a fé <strong>de</strong>sse homem, or<strong>de</strong>nando que ele ficasse em pé. Os crentes <strong>de</strong>vem orar, pedindo<br />

discernimento espiritual para reconhecer a fé das pessoas que precisam da graça e da cura divinas.<br />

14.19 APEDREJARAM A PAULO. Nos tempos do NT, Deus nem sempre protegia seus ser<strong>vos</strong> dos sofrimentos. Essa<br />

verda<strong>de</strong> é imanente no evangelho, e é válida hoje também: o reino <strong>de</strong> Deus avança a um alto preço da parte dos ser<strong>vos</strong> do<br />

Senhor. Quando Paulo <strong>de</strong>screveu posteriormente os sofrimentos que suportara por amor a Cristo, referiu-se a essa ocasião<br />

dizendo: uma vez fui apedrejado (2 Co 11.25; Gl 6.17; ver At 9.16). Ao escrever às igrejas da Galácia, <strong>de</strong>clarou: trago no meu<br />

corpo as marcas do Senhor Jesus (Gl 6.17), referindo-se provavelmente e este inci<strong>de</strong>nte (ver 2 Co 11.23,sobre os sofrimentos<br />

<strong>de</strong> Paulo).<br />

14.22 POR MUITAS TRIBULAÇÕES. Aqueles que se <strong>de</strong>dicam a Cristo como Senhor, e que um dia entrarão no reino do<br />

céu, hão <strong>de</strong> sofrer muitas tribulações ao longo do seu caminho. Por viverem em meio a um mundo hostil, têm que se engajar<br />

na guerra espiritual contra o pecado e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Satanás (Ef 6.12; cf. Rm 8.17; 2 Ts 1.4-7; 2 Tm 2.12). Por outro lado, a vida<br />

verda<strong>de</strong>iramente cristã é uma contínua batalha contra os po<strong>de</strong>res do mal.<br />

(1) Os que são fiéis a Cristo, à sua Palavra e aos caminhos <strong>de</strong> justiça, terão problemas e aflições neste mundo (Jo<br />

16.33). Somente o crente morno ou <strong>de</strong> meio termo viverá em paz com este mundo (cf. Ap 3.14-17).<br />

(2) O presente mundo ímpio, bem como os falsos crentes, continuarão como adversários do evangelho <strong>de</strong> Cristo até<br />

quando o Senhor <strong>de</strong>rrubar o sistema maligno <strong>de</strong>ste mundo, na sua vinda (Ap 19.20). Entrementes, a esperança do crente<br />

está reservada nos céus (Cl 1.5) e está já prestes para se revelar no último tempo (1 Pe 1.5). Sua esperança não consiste<br />

nesta vida, nem neste mundo, mas no aparecimento do seu Salvador para levá-lo para si (Jo 14.1-3; 1 Jo 3.2,3)<br />

14.23 HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIÃOS. A consagração <strong>de</strong> anciãos ou presbíteros (aqui, ministros ou pastores), foi<br />

feita não somente pela busca da vonta<strong>de</strong> do Espírito, mediante a oração e jejum, como também através <strong>de</strong> um exame do<br />

caráter, dos dons espiri-tuais, da reputação e da vida irrepreensível dos candidatos ao dito cargo (1 Tm 3.1-10). Se fossem<br />

achados irrepreensíveis, seriam consagrados.<br />

Capítulo 15<br />

15.8 DEUS, QUE CONHECE OS CORAÇÕES. O conhecimento que Deus tinha dos corações dos gentios (i.e., <strong>de</strong> Cornélio<br />

e dos seus familiares) diz respeito à fé salvífica que Ele viu neles. Deus <strong>de</strong>u testemunho da autenticida<strong>de</strong> da fé que tinham:<br />

(a) ao purificar seus corações mediante a obra interior da regeneração pelo Espírito Santo (v.9)<br />

(b) ao batizá-los no Espírito Santo imediatamente, com o sinal acompanhante <strong>de</strong> falar em línguas (10.44-46; 11.15-<br />

18).<br />

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15.11 PELA GRAÇA DO SENHOR JESUS CRISTO. A questão essencial da conferência <strong>de</strong> Jerusalém era se a circuncisão e<br />

a obediência à lei <strong>de</strong> Moisés eram necessárias à salvação em Cristo. Os representantes que se reuniram ali chegaram à<br />

conclusão <strong>de</strong> que os gentios eram sal<strong>vos</strong> pela graça do Senhor Jesus, que lhes perdoara os pecados e <strong>de</strong>les fizera novas<br />

criaturas. A graça é concedida à pessoa que se arrepen<strong>de</strong> do pecado e crê em Cristo como Senhor e Salvador (2.38,39). Essa<br />

receptivida<strong>de</strong> à graça <strong>de</strong> Deus capacita a pessoa a receber o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tornar-se filho <strong>de</strong> Deus (Jo 1.12)<br />

15.14 PARA TOMAR DELES UM POVO. O plano <strong>de</strong> Deus para a presente era é tirar <strong>de</strong>ntre todas as nações um povo<br />

para si, para o seu nome. Esse corpo <strong>de</strong> Cristo, constituído daqueles que largaram o presente sistema mundano, ora preparase<br />

na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> noiva <strong>de</strong> Cristo (Ap 19.7,8).<br />

15.16 O TABERNÁCULO DE DAVI. Tiago indica que a missão re<strong>de</strong>ntora <strong>de</strong> Cristo abrange tanto os ju<strong>de</strong>us quanto os<br />

gentios. A tenda <strong>de</strong> Davi, que caiu (ver Am 9.11-15 nota), refere-se a um remanescente <strong>de</strong> Israel que sobrevive ao juízo<br />

divino.<br />

(1) A profecia <strong>de</strong> Amós <strong>de</strong>clara o seguinte:<br />

(a) Deus julgará com <strong>de</strong>struição a nação pecaminosa <strong>de</strong> Israel, porém não totalmente.<br />

(b) Ele <strong>de</strong>struirá todos os pecadores da casa <strong>de</strong> Jacó (Am 9.8-10).<br />

(c) Depois da <strong>de</strong>struição dos ju<strong>de</strong>us ímpios, Deus a edificará como nos dias da antigüida<strong>de</strong> (cf. Am 9.11).<br />

(2) A salvação <strong>de</strong>sse remanescente purificado <strong>de</strong>ntre os ju<strong>de</strong>us, levará as nações a buscarem o Senhor (v. 17). Noutros<br />

textos, Paulo diz a mesma coisa, referindo-se à bênção dos gentios como resultado do remanescente judaico <strong>de</strong> reconciliarse<br />

com Deus (ver Rm 11.11-15, 25,26).<br />

15.28 PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO. A conferência <strong>de</strong> Jerusalém foi dirigida pelo Espírito Santo. Jesus prometera<br />

que o Espírito Santo guiaria os fiéis em toda a verda<strong>de</strong> (Jo 16.13). As <strong>de</strong>cisões da igreja não <strong>de</strong>vem ser tomadas pelo homem<br />

apenas; este <strong>de</strong>ve buscar a direção do Espírito, mediante oração e jejum e a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à Palavra <strong>de</strong> Deus até que a vonta<strong>de</strong><br />

divina seja claramente discernida (cf. 13.2-4). A igreja, para ser realmente a igreja <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong>ve ouvir o que o Espírito diz às<br />

igrejas locais (cf. Ap 2.7).<br />

15.29 QUE VOS ABSTENHAIS. O Espírito Santo (v. 28) estabeleceu certos limites que possibilitam a convivência<br />

harmoniosa entre os cristãos judaicos e seus irmãos gentios. Os gentios <strong>de</strong>viam se abster <strong>de</strong> certas práticas consi<strong>de</strong>radas<br />

ofensivas aos ju<strong>de</strong>us (v. 29). Uma das maneiras <strong>de</strong> medir a maturida<strong>de</strong> do cristão é ver a sua disposição <strong>de</strong> refrear-se das<br />

práticas que certos cristãos consi<strong>de</strong>ram certas e outros consi<strong>de</strong>ram erradas (ver o ensino bíblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11).<br />

15.39 CONTENDA. Às vezes, surgem divergências entre crentes que amam ao Senhor e que também amam uns aos<br />

outros. Quando elas não po<strong>de</strong>m ser solucionadas, é melhor <strong>de</strong>sistirem <strong>de</strong> convencer um ao outro e <strong>de</strong>ixar que Deus opere a<br />

sua vonta<strong>de</strong> na vida <strong>de</strong> todos os envolvidos. Diferenças <strong>de</strong> opiniões que levam à separação, como no caso <strong>de</strong> Paulo e<br />

Barnabé, nunca <strong>de</strong>vem ser acompanhadas <strong>de</strong> amarguras e hostilida<strong>de</strong>s. Tanto Paulo quanto Barnabé continuaram seus<br />

trabalhos na causa <strong>de</strong> Deus, com sua bênção e graça.<br />

Capítulo 16<br />

16.5 AS IGREJAS ERAM CONFIRMADAS. Ver a nota em 12.5 sobre a forma <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> igrejas no NT.<br />

16.6 IMPEDIDOS PELO ESPÍRITO SANTO. Toda a iniciativa no evangelismo e na ativida<strong>de</strong> missionária, especialmente no<br />

caso das viagens missionárias registradas em Atos, <strong>de</strong>ve ser orientada pelo Espírito Santo, como vemos em 1.8; 2.14-41; 4.8-<br />

12,31; 8.26-29,39,40; 10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A orientação aqui, po<strong>de</strong> ter ocorrido em forma <strong>de</strong> uma revelação<br />

profética, <strong>de</strong> um impulso interior, <strong>de</strong> circunstâncias externas, ou visões (vv. 6-9). Pelo impulso do Espírito, avançavam para<br />

levar o evangelho aos não sal<strong>vos</strong>. Quando o Espírito os impedia <strong>de</strong> ir numa direção, iam noutra, confiando nEle para aprovar<br />

ou <strong>de</strong>saprovar seus planos <strong>de</strong> viagem.<br />

16.16 ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO. As expressões vocais <strong>de</strong>moníacas da jovem escrava eram consi<strong>de</strong>radas a voz <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>us; por isso, os serviços <strong>de</strong>la como adivinha eram muito procurados, dando gran<strong>de</strong> lucro aos seus donos. Através <strong>de</strong> Paulo,<br />

Cristo <strong>de</strong>monstrou aqui, mais uma vez, seu po<strong>de</strong>r sobre o império do mal.<br />

16.23 HAVENDO-LHES DADO MUITOS AÇOITES. A lei judaica sobre castigo por açoites prescrevia até quarenta açoites<br />

para o culpado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do juiz (Dt 25.2,3). O costume judaico era usar o chicote com três a cinco tiras <strong>de</strong> couro presas a<br />

um cabo curto. Aqui trata-se do costume romano (v.21) que usava a vara. Os açoites eram aplicados ao corpo <strong>de</strong>snudo do<br />

preso (vv. 22,23). Depen<strong>de</strong>ndo do juiz romano, este castigo podia ser terrivelmente cruel, por não estar fixado em lei o<br />

número <strong>de</strong> açoites por castigo. Muitas vezes o preso morria em conseqüência dos açoites. Os açoites <strong>de</strong> Paulo em 2 Co<br />

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11.24,25 abrangem tanto o açoitamento judaico (v. 24 recebi dos ju<strong>de</strong>us ), como o romano (v. 25 fui açoitado com varas ).<br />

Em 2 Co 11.24 vemos a cruelda<strong>de</strong> dos ju<strong>de</strong>us contra Paulo neste tipo <strong>de</strong> castigo. Davam-lhe 39 açoites para que pu<strong>de</strong>ssem<br />

<strong>de</strong>pois aplicar-lhe idêntico castigo, uma vez que a lei mosaica limitava a 40 o total <strong>de</strong> açoites (Dt 25.3). Certamente foi nas<br />

sinagogas que Paulo mais sofreu o açoitamento dos ju<strong>de</strong>us, pois ele costumava freqüentá-las para pregar a Cristo. Os ju<strong>de</strong>us<br />

não tinham autorida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>cretar pena <strong>de</strong> morte por estarem sob domínio romano, mas podiam castigar.<br />

16.25 ORAVAM E CANTAVAM HINOS. Paulo e Silas estavam sofrendo a humilhação do encarceramento, tendo seus<br />

pés presos ao tronco e as costas laceradas por açoites. No meio <strong>de</strong>sse sofrimento, no entanto, oravam e cantavam hinos <strong>de</strong><br />

louvor a Deus (cf. Mt 5.10-12). Apren<strong>de</strong>mos da experiência missionária <strong>de</strong>les:<br />

(1) que a alegria do crente vem do interior e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das circunstâncias externas; a perseguição não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>struir<br />

nossa paz e nossa alegria (Tg 1.2-4)<br />

(2) que os inimigos <strong>de</strong> Cristo não po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>struir a fé em Deus e o amor por Ele que o crente tem (Rm 8.35-39)<br />

(3) que mesmo no meio das piores circunstâncias, Deus dá graça suficiente àqueles que estão na sua vonta<strong>de</strong> e que<br />

sofrem por amor ao seu nome (Mt 5.10-12; 2 Co 12.9,10)<br />

(4) que sobre aqueles que sofrem por amor ao nome <strong>de</strong> Cristo, repousa o Espírito da glória <strong>de</strong> Deus (1 Pe 4.14).<br />

16.26 FORAM SOLTAS AS PRISÕES DE TODOS. Por todo o livro <strong>de</strong> Atos, Lucas enfatiza que nada po<strong>de</strong> impedir o avanço<br />

do evangelho <strong>de</strong> Cristo quando propagado por crentes fiéis. Em Filipos, Deus interveio, e Paulo e Silas foram libertos por um<br />

terremoto enviado por Ele. O resultado foi um maior progresso do evangelho, <strong>de</strong>stacando-se a salvação do carcereiro e <strong>de</strong><br />

todos os seus familiares (vv. 31-33).<br />

16.30 QUE É NECESSÁRIO QUE EU FAÇA PARA ME SALVAR? Esta é a pergunta mais importante que alguém se po<strong>de</strong><br />

fazer. A resposta dos apóstolos é: Crê no Senhor Jesus Cristo (v. 31).<br />

(1) Crer no Senhor Jesus é achegarmo-nos a Ele como o nosso vivo e divino Re<strong>de</strong>ntor, nosso Salvador da con<strong>de</strong>nação<br />

eterna e o Senhor da nossa vida. É crer que Ele é o Filho <strong>de</strong> Deus enviado pelo Pai e que tudo quanto Ele é verda<strong>de</strong>iro e final<br />

para a nossa vida. É crer que Ele perdoa os nossos pecados, torna-nos seus filhos, dá-nos o Espírito Santo e está sempre<br />

presente conosco para nos ajudar, guiar, consolar e nos levar até ao céu.<br />

(2) A fé salvífica é muito mais do que crer em verda<strong>de</strong>s a respeito <strong>de</strong> Cristo. Ela nos aproxima dEle, faz-nos<br />

permanecer nEle e entregar-lhe nossa vida conturbada, na confiança <strong>de</strong> que Ele, sua Palavra e o Espírito Santo nos<br />

conduzirão através <strong>de</strong>sta vida à gloriosa presença do Pai.<br />

Capítulo 17<br />

17.11 EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS. O exemplo dos crentes bereanos serve <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para todos<br />

quantos ouvem os pregadores e ensinadores expondo as Escrituras. Nenhuma interpretação ou doutrina <strong>de</strong>ve ser aceita sem<br />

exame. Pelo contrário, tudo <strong>de</strong>ve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo pessoal das Escrituras. A palavra<br />

traduzida examinar (gr. anakrino) significa peneirar para cima e para <strong>baixo</strong>; fazer um exame cuidadoso e exato. A pregação<br />

bíblica <strong>de</strong>ve levar os ouvintes a se tornarem estudantes da Bíblia. A veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda doutrina <strong>de</strong>ve ser averiguada <strong>de</strong><br />

conformida<strong>de</strong> com a Palavra <strong>de</strong> Deus (ver Ef 2.20).<br />

17.16 O SEU ESPÍRITO SE COMOVIA. Vendo a idolatria e a corrupção moral, Paulo ficou indignado e contristado (ver<br />

Hb 1.9 nota); seu espírito se comovia, vendo o povo perdido e carente <strong>de</strong> salvação. Paulo revelou a mesma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jesus<br />

ante o pecado e sua obra <strong>de</strong>strutiva (ver Jo 11.33). Uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ira santa contra o pecado e a imoralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser<br />

comum a todos os que têm o espírito <strong>de</strong> Cristo. Pela causa <strong>de</strong> Cristo e da salvação dos perdidos, nosso espírito <strong>de</strong>ve insurgirse<br />

contra o pecado exposto nas Escrituras, pois ofensivo a Deus e <strong>de</strong>strói a raça humana (cf. 1 Co 6.17).<br />

17.30 ANUNCIA AGORA A TODOS...QUE SE ARREPENDAM. No passado, antes do pleno conhecimento <strong>de</strong> Deus<br />

manifesto à raça humana através <strong>de</strong> Jesus Cristo, Deus <strong>de</strong>ixou impune a ignorância humana quanto à sua Pessoa, bem como<br />

boa parte do pecado humano (Rm 3.25). Agora, com a plena e perfeita revelação <strong>de</strong> Deus através da vinda <strong>de</strong> Cristo, a<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus or<strong>de</strong>na a todos que se arrependam e creiam em Jesus como seu Senhor e Salvador. Não haverá exceção,<br />

pois Deus não tolerará os pecados <strong>de</strong> quem quer que seja. Todos <strong>de</strong>vem abandonar seus pecados, ou serão con<strong>de</strong>nados. O<br />

arrependimento, está bem claro, é essencial à salvação (ver Mt 3.2).<br />

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17.31 COM JUSTIÇA HÁ DE JULGAR O MUNDO. Para outras referências dos escritos <strong>de</strong> Paulo sobre dia <strong>de</strong>stinado por<br />

Deus para o julgamento do mundo, ver Rm 2.5,16; 1 Co 1.8; Fp 1.6,10; 1 Ts 5.2,4; 2 Ts 1.7-10; 2.2.<br />

Capítulo 18<br />

18.3 DO MESMO OFÍCIO. Paulo exercia uma profissão além <strong>de</strong> pregar o evangelho. Ele fabricava tendas e ganhava a<br />

vida assim, enquanto viajava ou ficava hospedado com alguém (20.34; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8). Fica claro, pelo exemplo <strong>de</strong> Paulo,<br />

que os pastores que precisam trabalhar para ajudar no sustento <strong>de</strong> si mesmo e <strong>de</strong> sua família não têm o seu ministério<br />

inferior ao dos outros. A vocação ministerial que incluir uma outra secular (uma profissão) tem prece<strong>de</strong>nte bíblico e até<br />

mesmo apostólico.<br />

18.9 NÃO TEMAS. Este trecho revela os sentimentos internos e humanos do apóstolo. A oposição e o ódio a Paulo e ao<br />

evangelho estavam aumentando, e ele começava a recear e hesitar quanto à sua permanência em Corinto (cf. 1 Co 2.3).<br />

Esses mesmos sentimentos ocorrem às vezes no coração <strong>de</strong> todos os fiéis <strong>de</strong> Deus, até mesmo em homens como Elias (1 Rs<br />

19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo isso, Deus socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações. A promessa da sua<br />

presença (v. 10) é suficiente para livrá-los do medo e dar-lhes a certeza e a paz necessárias para cumprirem a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus para suas vidas (vv. 10,11).<br />

18.10 PORQUE EU SOU CONTIGO. Estas palavras <strong>de</strong> Cristo, dirigidas a Paulo, não se referem à sua presença geral em<br />

todos os lugares, i.e., sua onipresença (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrário, referem-se à sua<br />

presença específica entre os seus ser<strong>vos</strong>. Tal presença <strong>de</strong> Cristo significa que Ele pessoalmente está ali para nos comunicar<br />

sua vonta<strong>de</strong>, amor e comunhão. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar,<br />

ajudar, proteger e guiar.<br />

(1) Po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r mais <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo conosco , examinando os trechos do AT em que Deus <strong>de</strong>clarou<br />

que estava pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: Eu serei contigo (Êx 3.12).<br />

Quando Josué assumiu a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Israel, <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Moisés, Deus prometeu: serei contigo; não te <strong>de</strong>ixarei nem<br />

te <strong>de</strong>sampararei (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com estas palavras: Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não<br />

temas, pois, porque estou contigo (Is 43.2,5).<br />

(2) No NT, Mateus <strong>de</strong>clara que o propósito da vinda <strong>de</strong> Jesus ao mundo foi tornar em realida<strong>de</strong> concreta a presença<br />

<strong>de</strong> Deus entre seu povo. Seu nome é Emanuel , que significa Deus conosco (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho,<br />

Mateus registra a promessa que Jesus legou aos seus discípulos: eis que eu estou con<strong>vos</strong>co todos os dias (Mt 28.20). Marcos<br />

termina seu evangelho com as palavras: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor<br />

(Mc 16.20).<br />

18.23 CONFIRMANDO A TODOS OS DISCÍPULOS. Assim começa a terceira viagem missionária <strong>de</strong> Paulo (18.23; 21.15).<br />

Ele parte para visitar as igrejas fundadas na sua primeira viagem (caps. 13-14), e na segunda (15.36; 18.22). Paulo jamais<br />

ganhou convertidos para <strong>de</strong>pois esquecê-los; empenhava-se <strong>de</strong> igual modo no discipulado <strong>de</strong>sses no<strong>vos</strong> crentes,<br />

fortalecendo-os no caminho <strong>de</strong> Cristo. Todos os no<strong>vos</strong> crentes <strong>de</strong>vem ser, sem <strong>de</strong>mora, procurados por cristãos firmes na fé,<br />

que orarão com eles, lhes ensinarão como viver a vida cristã e os motivarão a reunir-se com outros crentes para adoração,<br />

oração, ministração da Palavra e as manifestações do Espírito Santo para o bem <strong>de</strong> todos (2.42; Mt 28.19,20; 1 Co 12.7-11;<br />

14.1ss.).<br />

18.25 CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO. Nessa ocasião, era limitada a compreensão que Apolo tinha do<br />

evangelho. Aceitara o batismo <strong>de</strong> João e crera em Jesus como o Messias crucificado e ressurreto. O que ele ainda não sabia<br />

era que o próprio Jesus agora batizava todos os crentes com o Espírito Santo. Os crentes <strong>de</strong> Éfeso estavam em situação bem<br />

semelhante (19.2,6).<br />

Capítulo 19<br />

19.1 ÉFESO... ALGUNS DISCÍPULOS. Estes discípulos <strong>de</strong> Éfeso eram cristãos, ou discípulos <strong>de</strong> João Batista? Ambas as<br />

hipóteses são possíveis.<br />

(1) Alguns acham que eram cristãos.<br />

(a) Lucas os chama discípulos (v. 1), palavra esta que ele comumente aplica aos cristãos. Se Lucas quisesse indicar que<br />

eram apenas discípulos <strong>de</strong> João Batista, e não <strong>de</strong> Cristo, teria dito isto mais claramente.<br />

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(b) Paulo se dirige a eles como a crentes (v. 2). O verbo crer é empregado cerca <strong>de</strong> vinte vezes em Atos sem nenhum<br />

objeto direto. Em todos os <strong>de</strong>mais casos, o contexto indica que o sentido é crer em Cristo <strong>de</strong> modo salvífico.<br />

(2) Outros argumentam que os discípulos <strong>de</strong> Éfeso eram discípulos <strong>de</strong> João Batista que ainda esperavam a chegada do<br />

Messias. Depois <strong>de</strong> terem ouvido a respeito <strong>de</strong> Jesus da parte <strong>de</strong> Paulo, creram nEle como o Cristo predito nas Escrituras, e<br />

nasceram <strong>de</strong> novo pelo Espírito (vv. 4,5).<br />

(3) Em qualquer das hipóteses, fica claro que foi somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> crerem, <strong>de</strong> serem batizados e receberem a<br />

imposição das mãos, é que foram cheios do Espírito Santo (vv. 5,6).<br />

19.2 RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...? Observe os fatos a<strong>baixo</strong>, no tocante aos discípulos <strong>de</strong> Éfeso.<br />

(1) A pergunta <strong>de</strong> Paulo sugere enfaticamente que ele os tinha como cristãos verda<strong>de</strong>iramente convertidos, mas que<br />

ainda não tinham recebido a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo.<br />

(2) A pergunta <strong>de</strong> Paulo, nesse contexto, refere-se ao batismo do Espírito Santo como revestimento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e<br />

capacitação para o serviço, da mesma forma que ocorreu aos apóstolos no Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Ela não po<strong>de</strong> referir-se à<br />

presença do Espírito habitando no crente, porque Paulo sabia claramente que todos os crentes têm o Espírito habitando<br />

neles <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento da conversão e da regeneração (Rm 8.9).<br />

(3) A tradução literal da pergunta <strong>de</strong> Paulo é: Tendo crido, recebestes o Espírito Santo? Tendo crido (gr. pisteusantes,<br />

<strong>de</strong> pisteuo) é um particípio aoristo que normalmente indica ação anterior à ação do verbo principal (neste caso, receber ).<br />

Por isso, é possível traduzir assim: Recebestes já o Espírito Santo <strong>de</strong>pois que crestes? Isto concorda plenamente com o<br />

contexto do trecho, pois foi exatamente isto que aconteceu aos crentes <strong>de</strong> Éfeso.<br />

(a) Já tinham crido em Cristo antes <strong>de</strong> Paulo conhecê-los (vv. 1,2).<br />

(b) Passaram, então, a ouvir a Paulo e crer em todas as suas <strong>de</strong>mais mensagens que ele lhes <strong>de</strong>u a respeito <strong>de</strong> Cristo e<br />

do Espírito Santo (v. 4).<br />

(c) A seguir, Paulo aceitou a fé em Cristo <strong>de</strong>sses efésios como genuína e a<strong>de</strong>quada, pois os batizou em nome do<br />

Senhor Jesus (v. 5).<br />

(d) Foi somente, então, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> crerem e serem batizados em água, que Paulo lhes impôs as mãos e veio sobre eles<br />

o Espírito Santo (v. 6). Houve, portanto, um intervalo <strong>de</strong> tempo entre o ato <strong>de</strong> crerem em Cristo e a vinda do Espírito,<br />

enchendo-os do seu po<strong>de</strong>r. A pergunta <strong>de</strong> Paulo, nesse contexto, indica que ele achava plenamente possível crer em Cristo<br />

sem experimentar o batismo no Espírito Santo. Esse trecho é fundamental por <strong>de</strong>monstrar que uma pessoa po<strong>de</strong> ser crente<br />

sem ter a plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo.<br />

19.2 NEM AINDA OUVIMOS. A resposta dos crentes efésios à pergunta <strong>de</strong> Paulo, não significa que nunca tinham<br />

ouvido falar do Espírito Santo. Certamente conheciam os ensinos do AT a respeito do Espírito, e com certeza tinham ouvido a<br />

mensagem <strong>de</strong> João Batista a respeito do batismo no Espírito Santo que Cristo traria (Lc 3.16). O que ainda não tinham ouvido<br />

era que o Espírito já estava sendo <strong>de</strong>rramado sobre os crentes (1.5,8).<br />

19.5 FORAM BATIZADOS. O batismo em água, em nome do Senhor Jesus , <strong>de</strong>sses doze crentes <strong>de</strong> Éfeso (v. 7), testifica<br />

que tinham fé salvífica e que eram nascidos <strong>de</strong> novo pelo Espírito. Neste caso, o batismo em água prece<strong>de</strong>u o recebimento<br />

da plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo (v. 6).<br />

19.6 VEIO SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO. Esse evento ocorre cerca <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong>pois do primeiro Pentecoste (2.4);<br />

mesmo assim, o padrão do recebimento por esses doze homens da plenitu<strong>de</strong> do Espírito Santo está conforme o mo<strong>de</strong>lo<br />

normal já apresentado por Lucas (ver 8.5-24 nota).<br />

(1) Tinham crido em Jesus e tinham nascido <strong>de</strong> novo pelo Espírito (ver a nota anterior).<br />

(2) Depois <strong>de</strong> terem sido batizados em água (v. 5), Paulo impôs sobre eles as mãos, e foram batizados no Espírito<br />

Santo.<br />

(3) Quando o Espírito Santo veio sobre eles, começaram a falar noutras línguas e a profetizar. Lucas nunca apresenta o<br />

<strong>de</strong>rramamento do Espírito Santo como algo que se possa perceber somente pela fé. Pelo contrário, mostra que é uma<br />

experiência i<strong>de</strong>ntificável e que po<strong>de</strong> ser comprovada objetivamente; falar em línguas era a comprovação externa e visível<br />

que o Espírito Santo viera sobre esses seguidores <strong>de</strong> Jesus<br />

19.12 LENÇOS E AVENTAIS. O ministério <strong>de</strong> Paulo em Éfeso foi marcado por milagres extraordinários <strong>de</strong> curas e <strong>de</strong><br />

expulsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônios, levados a efeito <strong>de</strong> modo direto, ou através <strong>de</strong> lenços e aventais que ele carregava (i.e., lenços para<br />

enxugar suor e aventais usados por ele no trabalho com tecido e couro, na confecção <strong>de</strong> tendas) (18.3). As doenças<br />

<strong>de</strong>sapareciam e os maus espíritos saíam, quando os sofredores tocavam nesses panos (cf. 5.15; Mc 5.27). Os evangelistas<br />

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atuais que procuram obter dinheiro ven<strong>de</strong>ndo lenços, azeite, água, etc., ungidos , com a mesma finalida<strong>de</strong>, não estão agindo<br />

segundo os moti<strong>vos</strong> e o caráter <strong>de</strong> Paulo, pois ele não usava essas coisas em troca <strong>de</strong> dinheiro. Ele apenas multiplicou o<br />

po<strong>de</strong>r que nele havia, através <strong>de</strong>sses meios tangíveis, e assim curou e libertou mais pessoas do que impondo as mãos<br />

pessoalmente. Não se trata aqui <strong>de</strong> ensino doutrinário como um princípio permanente, mas do registro <strong>de</strong> um caso no<br />

ministério <strong>de</strong> Paulo, dirigido por Deus.<br />

19.19 ARTES MÁGICAS. Esta expressão refere-se à prática da feitiçaria. A queima pública dos livros <strong>de</strong> magia<br />

<strong>de</strong>monstra que aqueles no<strong>vos</strong> crentes em Cristo eram imediatamente ensinados a largarem as práticas do ocultismo. A<br />

bruxaria, a magia negra, a feitiçaria, o espiritismo e outras práticas <strong>de</strong> ocultismo são ativida<strong>de</strong>s satânicas totalmente<br />

incompatíveis com o evangelho <strong>de</strong> Cristo. Ninguém po<strong>de</strong> ser crente genuíno em Cristo e, ao mesmo tempo, manter<br />

comunicação com maus espíritos, ou procurar manter contato com os mortos. Deus proíbe e con<strong>de</strong>nam todas essas práticas,<br />

por serem abominações (Dt 18.9-13). Mexer com ocultismo e espiritismo é expor-se à po<strong>de</strong>rosa influência satânica e à<br />

possessão <strong>de</strong>moníaca.<br />

Capítulo 20<br />

20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões, menciona que servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co<br />

2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante dos anciãos <strong>de</strong> Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à admoestação que, com lágrimas, lhes<br />

dirigiu durante três anos (v. 31). As lágrimas não resultaram <strong>de</strong> fraqueza; pelo contrário, Paulo via a condição perdida da raça<br />

humana, a malda<strong>de</strong> do pecado, a distorção do evangelho e o perigo <strong>de</strong> rejeitar o Senhor, como coisas tão graves, que sua<br />

pregação era freqüentemente acompanhada <strong>de</strong> lágrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41).<br />

20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era útil ou necessário à salvação <strong>de</strong> seus ouvintes. O<br />

ministro do evangelho <strong>de</strong>ve ser fiel ao anunciar toda a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus à sua congregação. Não <strong>de</strong>ve procurar agradar aos<br />

<strong>de</strong>sejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto <strong>de</strong>les, nem promover sua própria popularida<strong>de</strong>. Mesmo se tiver que falar<br />

palavras <strong>de</strong> re-preensão e <strong>de</strong> reprovação, ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padrões bíblicos<br />

opostos aos <strong>de</strong>sejos da natureza carnal; o pregador fiel entregará a verda<strong>de</strong> plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm<br />

4.1-5).<br />

20.22 LIGADO EU PELO ESPÍRITO. O espírito <strong>de</strong> Paulo, sob o controle do Espírito Santo, sentia-se compelido a ir até<br />

Jerusalém. Sabia que aflições e sofrimentos o aguardavam (v. 23), mas confiou em Deus, não sabendo se isso redundaria em<br />

vida ou em morte para ele (ver 21.4 nota).<br />

20.23 O ESPÍRITO SANTO... ME REVELA. A revelação do Espírito Santo a Paulo <strong>de</strong> que prisões e tribulações o<br />

esperavam provavelmente veio-lhe através dos profetas, nas igrejas por aon<strong>de</strong> ele ia passando (cf. 1 Co 12.10).<br />

20.24 EM NADA TENHO A MINHA VIDA POR PRECIOSA. A preocupação principal <strong>de</strong> Paulo não era preservar a sua<br />

própria vida. O mais importante para ele era cumprir o ministério para o qual Deus o chamara. Seja qual fosse o fim em vista,<br />

mesmo em se tratando do sacrifício da sua vida, ele, com alegria, iria até o fim da sua carreira com esta confiança: Cristo<br />

será, tanto agora como sempre, engran<strong>de</strong>cido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte (Fp 1.20). Engran<strong>de</strong>cermos a<br />

Cristo estando vi<strong>vos</strong> é fácil enten<strong>de</strong>r; mas engran<strong>de</strong>cê-lo por nossa morte é difícil para todos enten<strong>de</strong>r e aceitar. Para Paulo,<br />

a vida e o serviço para Cristo são representados como uma carreira ou corrida que se <strong>de</strong>ve correr com absoluta fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao<br />

seu Senhor (cf. 13.25; 1 Co 9.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1).<br />

20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue é empregada normalmente no sentido <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue, ou seja: o crime <strong>de</strong> provocar a morte dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35; 27.25).<br />

(1) Aqui significa que se alguém ali morresse espiritualmente e se per<strong>de</strong>sse para sempre, Paulo estaria isento <strong>de</strong> culpa.<br />

(2) Se os pastores não quiserem ser consi<strong>de</strong>rados culpados pela perdição <strong>de</strong> pessoas que eles pastoreiam, <strong>de</strong>verão<br />

<strong>de</strong>clarar-lhes toda a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus (v. 27).<br />

20.28 OLHAI... POR TODO O REBANHO. Quanto a um exame <strong>de</strong>ste trecho clássico a respeito dos ministros da igreja.<br />

20.29 ENTRARÃO... LOBOS CRUÉIS. Movidos pela ambição <strong>de</strong> edificar seus próprios impérios, ou por amor ao dinheiro,<br />

ao po<strong>de</strong>r, ou à popularida<strong>de</strong> (e.g., 1 Tm 1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9), impostores na igreja, perverterão o evangelho original<br />

segundo o NT:<br />

(1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verda<strong>de</strong>s fundamentais;<br />

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(2) acrescentando-lhe idéias humanistas, filosofias, sabedoria ou psicologia.<br />

(3) misturando suas doutrinas e práticas com coisas como os ensinos malignos da Nova Era ou do ocultismo e<br />

espiritismo.<br />

(4) e tolerando modos <strong>de</strong> vida imorais, contrários aos retos padrões <strong>de</strong> Deus (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3). Que tais lobos<br />

realmente entraram no meio do rebanho e perverteram a doutrina e prática apostólicas em Éfeso, fica evi<strong>de</strong>nte em 1 Tm<br />

1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm 1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epístolas pastorais revelam uma rejeição geral dos ensinos bíblicos<br />

apostólicos, que naquele tempo começou a ganhar ímpeto em toda a província da Ásia<br />

20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do povo <strong>de</strong> Deus sempre <strong>de</strong>vem ter sensibilida<strong>de</strong> para discernir os membros<br />

das suas congregações, que não são sinceramente leais, e <strong>de</strong>dicados a viver conforme a mensagem original <strong>de</strong> Cristo e dos<br />

apóstolos. Devem estar em tão íntima comunhão com o Espírito Santo que, com cuidados e lágrimas, se preocupem com<br />

seus membros, sem nunca cessar, noite e dia, <strong>de</strong> admoestar o rebanho, a respeito do perigo que o ameaça, sempre dirigindo<br />

os fiéis para o único alicerce seguro Cristo e a sua Palavra.<br />

20.33 DE NINGUÉM COBICEI A PRATA. Paulo dá um exemplo a todos os ministros <strong>de</strong> Deus. Ele nunca visou a riqueza,<br />

nem buscou enriquecer através do seu trabalho no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo teve muitas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acumular<br />

riquezas. Como apóstolo, tinha influência sobre os crentes, e realizava milagres <strong>de</strong> curas; além disso, os cristãos primiti<strong>vos</strong><br />

estavam dispostos a doar dinheiro e proprieda<strong>de</strong>s aos lí<strong>de</strong>res eclesiásticos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, para serem distribuídos aos<br />

necessitados (ver 4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado vantagem dos seus dons e da sua posição, e da generosida<strong>de</strong> dos<br />

crentes, po<strong>de</strong>ria ter tido uma vida abastada. Não fez assim porque o Espírito Santo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le o orientava, e porque amava<br />

o evangelho que pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2 Co 11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6).<br />

20.37 UM GRANDE PRANTO ENTRE TODOS. Esta partida <strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong>ntre os obreiros <strong>de</strong> Éfeso é um exemplo notável<br />

da comunhão e amor que <strong>de</strong>ve haver entre os cristãos. Paulo lhes serviu com <strong>de</strong>svelo e solicitu<strong>de</strong> altruístas, compartilhou<br />

das suas alegrias e tristezas e lhes ministrou em meio a lágrimas e provações (vv. 19,31). Com o coração partido, pranteara<br />

ao pensar que não veriam mais o rosto do apóstolo (v. 38). O mútuo amor profundo entre Paulo e os anciãos <strong>de</strong> Éfeso <strong>de</strong>ve<br />

caracterizar todos os obreiros cristãos entre si.<br />

Capítulo 21<br />

21.4 PELO ESPÍRITO... QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM. Pelo Espírito , aqui, significa por causa do que o Espírito<br />

dissera . Ó Espírito Santo não estava proibindo Paulo <strong>de</strong> ir a Jerusalém, pois era da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que ele fosse (ver v. 14;<br />

23.11). Deus, porém, estava dando a Paulo um aviso: que muito sofrimento o aguardava na sua ida para lá. Provavelmente o<br />

Espírito disse aqui, em Tiro, o mesmo que dissera em Cesaréia (vv. 8-14). Paulo, porém, estava <strong>de</strong>cidido e disposto até<br />

mesmo a morrer por amor do evangelho (10-14).<br />

21.9 FILHAS...QUE PROFETIZAVAM. A igreja po<strong>de</strong> receber o dom espiritual <strong>de</strong> profetizar (um dos dons <strong>de</strong><br />

manifestação do Espírito) cf. 1 Co 11.5; 12.10,11. Entretanto, nos escritos do NT não consta que uma mulher exercesse o<br />

ministério <strong>de</strong> profeta. O versículo em apreço diz que as quatro filhas <strong>de</strong> Filipe profetizavam (gr. propheteusai), mas não são<br />

chamadas profetizas. Por outro lado, somente homens, como é o caso <strong>de</strong> Ágabo, em At<br />

21.10, são chamados profetas; isto quanto ao dom ministerial <strong>de</strong> profecia (ver Ef 4.11; 1 Co 12.4; 1 Co 12.1).<br />

21.10 UM PROFETA, POR NOME ÁGABO. Ágabo, um dos profetas que predisseram a fome <strong>de</strong> 46 d.C. (11.27,28), agora<br />

prediz que Paulo será preso e encarcerado. Quanto mais perto <strong>de</strong> Jerusalém Paulo se aproximava, tanto mais claras e<br />

específicas ficaram as revelações sobre a sua ida (v. 11). A profecia <strong>de</strong> Ágabo não dizia que Paulo não fosse a Jerusalém, mas<br />

somente o que lhe aguardava se fosse. Note que, em nenhum inci<strong>de</strong>nte registrado no NT, o dom <strong>de</strong> profecia foi usado para<br />

dirigir pessoas em casos que pu<strong>de</strong>ssem ser resolvidos pelos princípios bíblicos. As <strong>de</strong>cisões no tocante à moralida<strong>de</strong>, compra<br />

e venda, ao casamento, ao lar e à família <strong>de</strong>vem ser tomadas mediante a aplicação e obediência aos princípios da Palavra <strong>de</strong><br />

Deus e não meramente à base <strong>de</strong> uma profecia . No NT, expressões vocais proféticas visavam, em primeiro lugar, à<br />

edificação, exortação e consolação da igreja (1 Co 14.3), e freqüentemente à orientação no cumprimento <strong>de</strong> missão (ver<br />

16.16).<br />

21.13 MAS PAULO RESPONDEU. Este trecho <strong>de</strong>monstra que a vonta<strong>de</strong> da maioria, ou até mesmo o <strong>de</strong>sejo unânime <strong>de</strong><br />

crentes genuínos e sinceros, nem sempre significa a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Paulo não estava indiferente à imploração e às<br />

lágrimas dos seus amigos; mesmo assim, não podia alterar seu propósito resoluto em sofrer encarceramento e até mesmo<br />

morrer por amor ao nome do Senhor Jesus.<br />

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21.14 FAÇA-SE A VONTADE DO SENHOR. Muitos discípulos (v. 4), bem como o profeta Ágabo (v. 11), profetizaram dos<br />

sofrimentos que Paulo passaria se fosse a Jerusalém. Estes cristãos interpretaram a palavra profética como uma orientação<br />

pessoal a Paulo para que ele não fosse a Jerusalém (vv. 4,12). Paulo, embora reconhecesse a veracida<strong>de</strong> da revelação (v. 11),<br />

não aceitou a sincera interpretação que os discípulos <strong>de</strong>ram à profecia (v. 13). Confiava na orientação pessoal do Espírito<br />

Santo e na Palavra <strong>de</strong> Deus aplicada pessoalmente a si para tomar uma <strong>de</strong>cisão tão importante (23.11; ver 21.4). No tocante<br />

ao nosso ministério futuro, <strong>de</strong>vemos esperar numa palavra pessoal <strong>de</strong> Deus, e não meramente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da palavra dos<br />

outros.<br />

21.20 CRÊEM... ZELOSOS DA LEI. Tiago e Paulo sabiam que as cerimônias judaicas não salvavam ninguém (cf. 15.13-21;<br />

Gl 2.15-21). Reconheciam, porém, que parte da lei e dos costumes judaicos podiam ser observados como uma expressão da<br />

fé em Cristo por parte do crente e do seu amor por Ele. Os crentes judaicos tinham, com toda a sincerida<strong>de</strong>, aceitado a<br />

Cristo, sido regenerados pelo Espírito e cheios dEle. Seu zelo pela lei e pelos costumes não vinha <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> legalista,<br />

mas <strong>de</strong> corações <strong>de</strong>dicados a Cristo e da lealda<strong>de</strong> aos caminhos <strong>de</strong> Deus (ver Mt 7.6).<br />

Capítulo 22<br />

22.16 BATIZA-TE. O batismo em água acompanhava a proclamação do evangelho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da missão da igreja.<br />

Era um rito da iniciação cristã usado no NT para indicar que a pessoa se <strong>de</strong>dicava plenamente a Jesus Cristo (2.38,41). Ao<br />

entrarem na água batismal, em nome da Trinda<strong>de</strong> (Mt 28.19), os crentes <strong>de</strong>monstravam publicamente a sua fé diante da<br />

comunida<strong>de</strong> cristã.<br />

(1) O batismo nas águas (2.38; cf. Mt 28.19) significa que a pessoa passou a pertencer a Cristo, e compartilha da sua<br />

vida, do seu Espírito e da sua filiação com Deus (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7).<br />

(2) O batismo em água é a resposta positiva do crente ao que Cristo fez por ele. Para ser válido, <strong>de</strong>ve ser precedido <strong>de</strong><br />

arrependimento (2.38) e <strong>de</strong> fé pessoal em Cristo (Cl 2.12).<br />

(3) O batismo em água, quando praticado com um coração sincero, com fé e <strong>de</strong>dicação a Cristo como Senhor e<br />

Salvador, é um meio <strong>de</strong> receber graça da parte <strong>de</strong> Cristo (cf. 1 Pe 3.21).<br />

(4) O batismo em água é um sinal e testemunho exte-rior do recebimento <strong>de</strong> Cristo como Senhor e Salvador, e da<br />

remoção total dos pecados pela lavagem espiritual (cf. 2.38; Tt 3.5; 1 Pe 3.21).<br />

(5) O batismo em água representa a união entre o crente e Cristo na sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.1-<br />

11; Cl 2.11,12). Significa o fim (a morte ) <strong>de</strong> uma vida <strong>de</strong> pecado (Rm 6.3,4,7,10,12; Cl 3.3-14), e o início <strong>de</strong> uma nova vida em<br />

Cristo (Rm 6.4,5,11; Cl 2.12,13). Por isso, o batismo em água inclui o compromisso vitalício <strong>de</strong> se virar as costas ao mundo e a<br />

tudo quanto é mau (Rm 6.6,11-13), e comprometer-se a viver uma nova vida no Espírito, que <strong>de</strong>monstre os padrões divinos<br />

da justiça (Cl 2.1-17)<br />

22.16 LAVA OS TEUS PECADOS. Paulo foi convertido e salvo na estrada <strong>de</strong> Damasco (ver 9.5). Seu batismo foi seu<br />

testemunho público do perdão recebido, do seu compromisso em abandonar todo o pecado e i<strong>de</strong>ntificar-se com a causa <strong>de</strong><br />

Cristo.<br />

22.17 FUI ARREBATADO. O termo arrebatamento ou êxtase refere-se aqui a um estado mental em que a atenção da<br />

pessoa fica plenamente consciente na esfera do Espírito, em vez da natural. Em tais ocasiões a pessoa fica especialmente<br />

receptiva à revelação da parte <strong>de</strong> Deus, e movida pelo Espírito a uma comunhão mais profunda e intensa com Deus (ver o<br />

arrebatamento <strong>de</strong> Pedro em 10.10; 11.5; cf. 2 Co 12.3,4).<br />

Capítulo 23<br />

23.1 COM TODA A BOA CONSCIÊNCIA. A consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalida<strong>de</strong><br />

no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante <strong>de</strong> Deus dá o veredicto <strong>de</strong> que não temos<br />

ofendido nem a Ele, nem à sua vonta<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública diante dos<br />

homens) é sincera; note Fp 3.6, on<strong>de</strong> ele <strong>de</strong>clara: segundo a justiça que há na lei, irrepreensível . Antes da sua conversão, ele<br />

chegou a crer que praticava a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus ao perseguir os crentes (26.9). A <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> Paulo a Deus, sua total<br />

resolução em agradá-lo e sua vida irrepreensível até mesmo antes da sua conversão a Cristo, <strong>de</strong>ixam envergonhados e<br />

julgados os crentes professos que se <strong>de</strong>sculpam <strong>de</strong> sua infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a Cristo, alegando que todos pecam e que é impossível<br />

viver diante <strong>de</strong> Deus com uma boa consciência.<br />

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23.11 APRESENTANDO-SE-LHE O SENHOR. Paulo está ansioso e apreensivo quanto às coisas que lhe acontecerão.<br />

Po<strong>de</strong>rá ser morto em Jerusalém e, assim, seus planos <strong>de</strong> levar o evangelho até Roma, e daí para o Oci<strong>de</strong>nte, talvez nunca se<br />

realizem. Deus lhe aparece nesse momento crítico, encoraja o seu coração e assegura que ele dará testemunho da sua causa<br />

em Roma. As Escrituras registram que Deus apareceu a Paulo três vezes para reafirmar-lhe isso (18.9,10; 22.17,18; 23.11; cf.<br />

27.23-24; ver 18.10).<br />

Capítulo 24<br />

24.14 AQUELE CAMINHO. A salvação consumada por Cristo é chamada o Caminho (cf. 16.17; 19.9,23; 24.14,22). A<br />

palavra grega empregada aqui (hodos), <strong>de</strong>nota caminho ou estrada. O crente do NT via a salvação em Cristo não somente<br />

como uma experiência a ser recebida, mas também como um caminho a ser trilhado com fé em Jesus e comunhão com Ele.<br />

Precisamos caminhar por aquela estrada até o fim para <strong>de</strong>sfrutarmos a salvação final na era do porvir.<br />

24.14 CRENDO TUDO QUANTO ESTÁ ESCRITO. A fé que Paulo tinha nas Sagradas Escrituras como sendo inerrantes,<br />

infalíveis e fi<strong>de</strong>dignas em todas as coisas, contrasta fortemente com muitos ensinadores religiosos <strong>de</strong>stes últimos dias, que<br />

dizem crer em apenas algumas coisas escritas na Lei e nos Profetas.<br />

Aqueles que têm o espírito e a mente <strong>de</strong> Cristo (Mt 5.18) e dos apóstolos (v. 14; 2 Tm 3.16), crerão em tudo quanto<br />

está escrito na Palavra <strong>de</strong> Deus. Aqueles que não têm as condições acima, não concordarão com essas palavras do gran<strong>de</strong><br />

apóstolo.<br />

24.15 RESSURREIÇÃO... TANTO DOS JUSTOS COMO DOS INJUSTOS. A Bíblia ensina uma ressurreição dos mortos justos<br />

e também uma dos injustos. Os justos ressuscitarão para viverem para sempre com o Senhor nos seus corpos redimidos (1 Ts<br />

4.13-18), ao passo que os injustos ressuscitarão para serem julgados por Deus (quanto às duas ressurreições, ver Dn 12.2; Jo<br />

5.28,29; Ap 20.6-14). O fato das duas ressurreições serem mencionadas no mesmo versículo não significa que elas ocorrem<br />

simultaneamente (Jo 5.29).<br />

24.16 UMA CONSCIÊNCIA SEM OFENSA. Uma consciência inculpável é citada nas Escrituras como uma das nossas<br />

armas mais essenciais para uma vida e ministério espirituais bem sucedidos (2 Co 1.12; 1 Tm 1.19).<br />

(1) Uma boa consciência inclui a liberda<strong>de</strong> interna <strong>de</strong> espírito que se manifesta quando sabemos que Deus não está<br />

ofendido por nossos pensamentos e ações (ver 23.1 nota; Sl 32.1; 1 Tm 1.5; 1 Pe 3.16; 1 Jo 3.21,22).<br />

(2) Quando uma boa consciência se corrompe, fé, vida <strong>de</strong> oração, comunhão com Deus e vida <strong>de</strong> boas obras são<br />

gravemente prejudicadas (Tt 1.15,16); quem rejeita a boa consciência terminará em naufrágio na fé (1 Tm 1.19).<br />

24.25 JUSTIÇA, E DA TEMPERANÇA, E DO JUÍZO VINDOURO. Quando Paulo fala diante <strong>de</strong> Félix a respeito da fé em<br />

Jesus Cristo, e prega a respeito da justiça, e da temperança e do Juízo vindouro , Félix fica apavorado. Essa reação concorda<br />

com as palavras <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong> que quando vier o Espírito Santo, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo<br />

16.8). A salvação <strong>de</strong> todas as pessoas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da proclamação fiel das verda<strong>de</strong>s solenes da Palavra, mediante as quais o<br />

Espírto Santo produz convicção no pecador (Jo 16.8).<br />

Capítulo 25<br />

25.8 NÃO PEQUEI... CONTRA A LEI. Paulo não tem conhecimento <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>lito que tivesse cometido contra os<br />

ju<strong>de</strong>us ou contra a Lei. Paulo realmente guardava a lei moral do AT (cf. 21.24). Sabia que os padrões da lei são imutáveis,<br />

assim como o próprio Deus é imutável. Para ele a Lei é santa, boa e espiritual (Rm 7.12,14), e expressa o caráter <strong>de</strong> Deus e<br />

suas exigências para uma vida justa (cf. Mt 5.18,19). Mesmo assim, Paulo não guardava a Lei como um conjunto <strong>de</strong> códigos<br />

ou padrões mediante o qual se tornaria justo. Uma vida justa requer a obra do Espírito Santo no coração e na alma da<br />

pessoa. Somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> regenerados mediante a graça <strong>de</strong> Cristo é que po<strong>de</strong>mos obe<strong>de</strong>cer <strong>de</strong>vidamente à lei <strong>de</strong> Deus,<br />

como expressão do nosso <strong>de</strong>sejo em agradar-lhe. Nunca estamos sem lei perante Deus, quando vivemos segundo à lei <strong>de</strong><br />

Cristo (1 Co 9.21; ver Mt 5.17; Rm 3.21; 8.4).<br />

Capítulo 26<br />

26.18 A COMISSÃO DIVINA DE PAULO. Este versículo é uma <strong>de</strong>claração típica feita pelo Senhor Jesus daquilo que Ele<br />

quer realizar através da pregação do evangelho aos perdidos.<br />

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(1) Lhes abrires os olhos. Satanás cegou a mente dos perdidos para não verem a realida<strong>de</strong> da sua condição <strong>de</strong><br />

perdidos que perecem, nem a verda<strong>de</strong> do evangelho (2 Co 4.4). Somente pregando a Cristo Jesus, no po<strong>de</strong>r do Espírito Santo,<br />

seu entendimento será aberto (cf. 2 Co 4.5; Ef 1.18).<br />

(2) Os converteres.... do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Satanás a Deus . Satanás é o governante <strong>de</strong>ste mundo, e todos que não têm Cristo<br />

estão sujeitos ao controle <strong>de</strong> Satanás e escravizados pelo seu po<strong>de</strong>r. O espírito <strong>de</strong> Satanás age em todos os pecadores, ou<br />

seja: nos filhos da <strong>de</strong>sobediência (Ef 2.2). A proclamação do evangelho, no po<strong>de</strong>r do Espírito, libertará homens e mulheres do<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Satanás e os colocará no reino <strong>de</strong> Cristo (ver Cl 1.13; 1 Pe 2.9).<br />

(3) A fim <strong>de</strong> que recebam a remissão dos pecados. O perdão <strong>de</strong> Deus vem mediante a fé em Cristo, firmada nos<br />

méritos da sua morte sacrificial na cruz.<br />

(4) Santificados pela fé em mim . Aquele que é perdoado, liberto do domínio do pecado e <strong>de</strong> Satanás, e batizado no<br />

Espírito Santo, está separado do mundo e agora vive para Deus, na comunhão com todos os <strong>de</strong>mais sal<strong>vos</strong> pela fé em Cristo.<br />

26.19 NÃO FUI DESOBEDIENTE. Paulo se converteu a Cristo na sua viagem a Damasco. A partir daquele momento,<br />

passou a ter Jesus como seu Senhor e Salvador, e <strong>de</strong>dicou a sua vida a obe<strong>de</strong>cer-lhe (cf. Rm 1.5).<br />

26.20 FAZENDO OBRAS DIGNAS DE ARREPENDIMENTO. Paulo não pregava conforme fazem alguns, afirmando que a<br />

salvação consiste em apenas confiar em Cristo e na sua morte expiatória . Os apóstolos <strong>de</strong>claram que ninguém será salvo em<br />

Cristo, a não ser que se arrepen<strong>de</strong>ssem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas <strong>de</strong> arrependimento.<br />

Capítulo 27<br />

27.24 PAULO, NÃO TEMAS. Enquanto Deus tiver um lugar e um propósito na vida <strong>de</strong> alguém aqui na terra, e tal pessoa<br />

buscar a Deus e seguir a direção do Espírito Santo (cf. 23.11; 24.16), o Senhor o protegerá da morte. Todos os fiéis <strong>de</strong> Deus<br />

têm o direito <strong>de</strong> orar: Ó Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu meu protetor (cf. Sl 16.1,2).<br />

27.25 TENDE BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser um homem livre em Cristo e viver na<br />

presença <strong>de</strong> Deus, liberto do medo; ao passo que os <strong>de</strong>mais que estão com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror<br />

por causa dos perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel, que experimenta a presença<br />

<strong>de</strong> Deus, po<strong>de</strong> enfrentar os perigos da vida com coragem e certeza em Cristo.<br />

27.31 SE ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Paulo parece colidir com os vv. 22,24. Se Deus prometera<br />

a Paulo que pouparia as vidas <strong>de</strong> todos aqueles que navegavam com o apóstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa<br />

incondicional dizendo: não se per<strong>de</strong>rá a vida <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong> vós (v. 22), como a <strong>de</strong>serção dos marinheiros po<strong>de</strong>ria provocar a<br />

morte dos passageiros? A resposta jaz na verda<strong>de</strong> bíblica <strong>de</strong> que as promessas <strong>de</strong> Deus ao seu povo são normalmente<br />

sujeitas à condição da obediência à sua vonta<strong>de</strong> (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm 14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13;<br />

12.16).<br />

Capítulo 28<br />

28.5 NÃO PADECEU NENHUM MAL. A experiência <strong>de</strong> Paulo aqui ilustra maravilhosamente a promessa <strong>de</strong> Jesus em Mc<br />

16.18.<br />

28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> pregar o evangelho em Roma (Rm 15.22-29), e era da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus que ele assim o fizesse (23.11). Quando, porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim <strong>de</strong>pois dos reveses,<br />

tempesta<strong>de</strong>s, naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, Deus não lhe proveu um caminho fácil e livre <strong>de</strong><br />

problemas. Nós, da mesma forma, po<strong>de</strong>mos estar na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos<br />

dirigidos por Ele através <strong>de</strong> caminhos <strong>de</strong>sagradáveis, com aflições. No meio <strong>de</strong> tudo isso, sabemos, porém, que todas as<br />

coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28).<br />

28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja primitiva, escrita por Lucas, termina aqui. Paulo<br />

permaneceu em prisão domiciliar por dois anos. Tinha licença <strong>de</strong> receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que<br />

aconteceu a Paulo <strong>de</strong>pois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo escreveu as Epístolas<br />

aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns<br />

poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28).<br />

Durante esse período, escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso <strong>de</strong> novo cerca <strong>de</strong> 67 d.C., e levado <strong>de</strong> volta a Roma. 2 Timóteo foi<br />

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escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão <strong>de</strong> Paulo só terminou ao ser ele <strong>de</strong>capitado, sofrendo o<br />

martírio sob o imperador romano Nero.<br />

28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro <strong>de</strong> Atos termina <strong>de</strong> modo repentino, sem nenhuma conclusão formal<br />

quanto ao que Deus realizou através do Espírito Santo e dos apóstolos no NT. A intenção <strong>de</strong> Deus é que os atos do Espírito<br />

Santo e a pregação do evangelho continuem na vida do povo <strong>de</strong> Cristo até o fim dos tempos (2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas,<br />

sob a inspiração do Espírito Santo, revelou o padrão daquilo que a igreja <strong>de</strong>ve ser e fazer. Ele registrou exemplos da<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e do po<strong>de</strong>r do Espírito Santo operante na<br />

igreja e entre os homens. Esse é o padrão <strong>de</strong> Deus para as igrejas atuais e futuras, e <strong>de</strong>vemos fielmente guardá-lo, proclamálo<br />

e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas <strong>de</strong>vem avaliar-se segundo o que o Espírito disse e fez entre os crentes dos primeiros<br />

tempos. Se o po<strong>de</strong>r, a justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que lemos nas igrejas em Atos,<br />

<strong>de</strong>vemos pedir a Deus, mais uma vez, uma renovação da nossa fé no Cristo ressurreto, e um novo <strong>de</strong>rramamento do seu<br />

Espírito Santo.<br />

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