Ed.03 - A prática do Serviço Social no Morhan
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46 Cader<strong>no</strong>s <strong>do</strong> <strong>Morhan</strong><br />
O pensamento liberal, ainda de acor<strong>do</strong> com Teixeira e Oliveira<br />
(1998), teve seu auge a partir de 1848 na Inglaterra e em outros<br />
países europeus ti<strong>do</strong>s como capitalistas avança<strong>do</strong>s. Ainda nesse<br />
momento, o Esta<strong>do</strong> tinha uma ação limitada o que foi altera<strong>do</strong> a<br />
partir da crise de 29 onde se percebeu que o capitalismo por si só<br />
não daria conta da grande massa de desemprega<strong>do</strong>s.<br />
Segun<strong>do</strong> Faleiros:<br />
(...) O merca<strong>do</strong> agravou de tal forma as desigualdades<br />
inerentes ao capitalismo, concentran<strong>do</strong> a produção, a renda<br />
e o consumo nas mãos de poucos, que o próprio sistema<br />
capitalista foi constantemente sacudi<strong>do</strong> por graves crises<br />
econômicas e sociais [...] certas regulações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para<br />
controle da eco<strong>no</strong>mia e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de trabalho [...] foram,<br />
elaboradas pelos liberais progressistas ou não-orto<strong>do</strong>xos,<br />
para manter o processo global de acumulação da riqueza<br />
capitalista e fazer frente às crises econômicas e ameaças<br />
sociais. (FALEIROS, 1991, p.26)<br />
Verifica-se que o interesse central era a garantia <strong>do</strong> lucro para<br />
os <strong>do</strong><strong>no</strong>s <strong>do</strong>s meios de produção, os capitalistas.<br />
Neste caminho foram criadas as políticas de Seguridade <strong>Social</strong>,<br />
<strong>no</strong> intuito de diminuir as mazelas geradas pelo Capitalismo.<br />
Conforme destaca Faleiros (1991) as políticas sociais iniciadas<br />
neste perío<strong>do</strong> são na verdade, formas de manutenção da ordem<br />
vigente e tanto <strong>no</strong>s países de capitalismo maduro quanto <strong>no</strong>s países<br />
periféricos, estas políticas se configuraram como expressão<br />
<strong>do</strong>s anseios da classe <strong>do</strong>minante.<br />
No caso brasileiro, conforme Ademir Alves da Silva (1999), a<br />
partir da década de 30 houve uma orientação na política social<br />
que era de cunho populista. As políticas estavam associadas aos<br />
homens que trabalhavam.<br />
Ao longo de <strong>no</strong>ssa história, foram diversas as formas de preponderância<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>minantes em relação aos <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s. Como é de<br />
interesse deste estu<strong>do</strong> uma reflexão sobre as raízes neoliberais e<br />
a assistência, convém remontar à implementação da Consolidação<br />
das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, <strong>no</strong> gover<strong>no</strong> de Getúlio Vargas<br />
(1930-1945), que está inserida <strong>no</strong> contexto <strong>do</strong>s direitos sociais.<br />
De acor<strong>do</strong> com Ricar<strong>do</strong> Antunes em entrevista na “Revista Caros<br />
Amigos” em agosto de 2004, desde os a<strong>no</strong>s 10 <strong>do</strong> século 20, os trabalha<strong>do</strong>res<br />
brasileiros se organizavam para reivindicar direitos trabalhistas<br />
como férias, descanso semanal remunera<strong>do</strong>, o 13º salário.<br />
Com a greve geral de 1917, marco para a reorganização da<br />
atuação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, tor<strong>no</strong>u-se urgente a criação <strong>do</strong> salário mínimo