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Expedição à Soledade-PB - Index of - Uepb

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<strong>Expedição</strong> <strong>à</strong> <strong>Soledade</strong>-<strong>PB</strong><br />

No dia 15 de abril, uma<br />

equipe de estudiosos da SPA,<br />

formada por Vanderley de<br />

Brito, Juvandi de Souza Santos<br />

e Erik de Brito, se deslocou de<br />

Campina Grande até o<br />

município de <strong>Soledade</strong>,<br />

distante 60km, para um estudo<br />

de levantamento de dados do<br />

sítio arqueológico Furna do<br />

Caboclo. O sítio é um cemitério<br />

indígena encravado no<br />

complexo da Serra do Pires, no<br />

serrote do Chapéu, distante<br />

9km da sede do município, que<br />

fora escavado em fins da<br />

década de 1950 pelos<br />

pesquisadores Carlos Alberto<br />

Azevedo (sócio da SPA) e<br />

Inocêncio Nóbrega Filho. À<br />

época foram resgatados ossos, contas de colares e trançados de fibra de caroá que<br />

passaram a ser acervo do primeiro museu criado em <strong>Soledade</strong> “José Alves de Miranda”,<br />

hoje extinto e cujo acervo, infelizmente, não se sabe que destino teve.<br />

A expedição, que teve por objetivo a coleta de dados visuais de contexto<br />

arqueológico para a tese de pós-doutorado do Pr<strong>of</strong>essor Juvandi de Souza Santos, foi<br />

acompanhada por uma equipe da cidade formada pelo diretor do Museu Ibiapinópolis,<br />

Pr<strong>of</strong>essor Juarez Filgueira Góis, Fernando Luiz Costa (acadêmico de História-UE<strong>PB</strong>), e<br />

o guia Geraldo Moreira de Melo. Fernando enviou relatório que consta nos arquivos da<br />

SPA.


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

EXPEDIÇÃO À ITABAIANA-<strong>PB</strong><br />

No dia 13 de Abril,<br />

o consócio Dennis Mota<br />

esteve prospectando o<br />

rio Paraíba na altura do<br />

município de Itabaiana.<br />

O objetivo da prospecção<br />

foi encontrar a Pedra do<br />

Ninja que - segundo<br />

dados recolhidos por<br />

este pesquisador - seria<br />

detentora de "desenhos<br />

de índios". A pedra foi<br />

localizada pelo estudioso<br />

na margem esquerda do<br />

Rio, num local muito<br />

frequentado por banhistas, e sua avaliação de estudo é de que o lugar não se trata de<br />

um sítio arqueológico, como as informações obtidas sugerem, pois os supostos<br />

“desenhos de índios” que decoram esta rocha são apenas pequenas cavidades naturais,<br />

em forma de pegadas, formadas pela ação das águas do Rio. Com relação ao nome da<br />

pedra, ninguém soube explicar o porquê.<br />

EXPEDIÇÃO À BARRA DE SANTANA-<strong>PB</strong><br />

No dia 28 de abril<br />

uma equipe de<br />

pesquisadores da SPA,<br />

formada pelos pr<strong>of</strong>essores<br />

Juvandi de Souza Santos e<br />

Vanderley de Brito, se<br />

deslocou de Campina<br />

Grande até o município de<br />

Barra de Santana, distante<br />

45km, para visitar o sítio<br />

arqueológico Abrigo do Rio<br />

Cruz, distante 41km da<br />

sede municipal, para<br />

levantamento de dados. O<br />

sítio se trata de um<br />

cemitério indígena emparedado numa grande formação rochosa na meia encosta da<br />

Serra do Cuscuz, <strong>à</strong> margem esquerda do rio Paraíba. A expedição teve por objetivo a<br />

coleta de dados para o projeto de pesquisa desenvolvido pelo pr<strong>of</strong>essor Juvandi de<br />

Souza Santos.<br />

Abril de 2010<br />

2


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

Chamada para publicação na Revista de<br />

Humanidades – MNEME<br />

A revista eletrônica Mneme (ISSN -1518-<br />

3394), publicação semestral da UFRN - CERES<br />

está realizando chamada de artigos para o<br />

dossiê “Diáspora, identidade e memória”. Nas discussões das humanidades a diáspora<br />

tornou-se um dos campos mais férteis de problematização das relações sociais nas<br />

últimas décadas. Tornou-se também uma chave fundamental do questionamento das<br />

dinâmicas sociais e históricas.<br />

Em situações de diáspora as diferentes práticas identitárias entram em conflito na<br />

territorialização e desterritorialização de indivíduos e comunidades, os quais<br />

reinscrevem suas identidades pela reinvenção de suas tradições e redefinições das<br />

memórias grupais. Neste sentido, identidade e memória tornam-se campos de conflitos<br />

fundamentais para compreensão das experiências diaspóricas em diversos recortes<br />

espaciais e temporais.<br />

O conselho da Revista também recebe para análise e publicação artigos de<br />

temática livre desde que contemplem o universo das humanidades e sejam resultados<br />

de pesquisas originais. As submissões podem ser feitas até: 30 de junho de 2010 e os<br />

artigos devem ser enviados para o endereço eletrônico: mneme@cerescaico.ufrn.br<br />

As normas de publicação e outras informações podem ser encontradas<br />

em: http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/index.htm<br />

EXPEDIÇÃO À ITATUBA-<strong>PB</strong><br />

No dia 28 de abril, o<br />

consócio Dennis Mota partiu da<br />

cidade de Ingá com destino ao<br />

sítio Lajes, distante 2km dali no<br />

vizinho município de Itatuba,<br />

com o objetivo de levantar,<br />

através de desenho e<br />

fotografias, um painel do riacho<br />

Surrão que quase nunca é visto<br />

por passar a maior parte do ano<br />

submerso <strong>à</strong>s águas de um<br />

tanque natural que ali se forma<br />

no lajedo deste riacho. O painel<br />

é formado principalmente por<br />

estigmatografia, de incisões capsulares, e desenhos geometrizados sob técnica de<br />

entalhe por picotamento e, segundo os estudos de Vanderley de Brito que o pesquisou<br />

em meados de 2004, se trata de um painel complementar (marginal) do conjunto<br />

rupestre Lajes.<br />

Abril de 2010<br />

3


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

Carlos Azevedo palestra sobre Museus na FCJA<br />

Para as comemorações do Dia Internacional dos<br />

Museus do ano de 2010, 18 de maio, o Conselho<br />

Internacional de Museus (ICOM) elegeu o tema “Museus para<br />

a harmonia social”, o que destaca o papel do museu como<br />

uma instituição conectada ao mundo contemporâneo e<br />

interessada na vida social, política e econômica da sociedade<br />

em que se está inserida.<br />

O antropólogo e escritor Carlos Alberto Azevedo (sócio<br />

da SPA) foi escolhido para estas comemorações e fará uma<br />

palestra sobre a importância do museu na preservação dos<br />

bens arqueológicos e paleontológicos, na Fundação Casa de<br />

José Américo (praia do Cabo Branco em João Pessoa), no<br />

dia 18 de maio, <strong>à</strong>s 15 horas.<br />

Carlos Azevedo exerceu a função de antropólogo,<br />

dirigindo, durante alguns anos, o Museu Antropologia do<br />

antigo Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, em<br />

Recife-PE.<br />

Embargo de escavação no Centro Histórico de Campina Grande-<strong>PB</strong><br />

Em vistas da flagrante<br />

destruição que se observou no<br />

Centro Histórico de Campina Grande,<br />

conforme o Boletim anterior, a SPA,<br />

sob o OFÍCIO N o 001-03/2010,<br />

denunciou junto <strong>à</strong> Superintendência<br />

do IPHAN-<strong>PB</strong> que as obras e<br />

escavações no centro da cidade de<br />

Campina Grande-<strong>PB</strong> estariam<br />

destruindo o patrimônio arqueológico<br />

do Centro Histórico do município.<br />

Como medida de solução, a<br />

Superintendência do IPHAN abriu o Processo n o 01408.000539/2010-29 que trata da<br />

averiguação de denúncia. Na data de 24 de março de 2010 foi realizada a vistoria<br />

técnica por servidores do IPHAN, composta por um técnico em arqueologia e um em<br />

arquitetura, ao centro Histórico de Campina Grande.<br />

Depois da visita técnica, a obra de escavação - que estava em marcha pela<br />

empresa Protele Engenharia, terceirizada da Global Village Telecon (GVT) - foi<br />

embargada pelo IPHAN e as demais medidas cabíveis estão sendo providenciadas por<br />

este órgão.<br />

Abril de 2010<br />

4


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

ArtigO ____________________________________________________________________________<br />

Uma esperança de preservação<br />

Rau Ferreira*<br />

O patrimônio histórico e<br />

cultural é um bem comum de<br />

valor inestimável. A memória de<br />

fatos, épocas e períodos da<br />

nossa história interessa a todos,<br />

de modo que a sua preservação<br />

deve ser incentivada.<br />

Esta proteção se dá pela<br />

intervenção do Estado na<br />

propriedade com a colaboração<br />

da sociedade, que inclusive pode<br />

eleger as suas prioridades (CF, art. 216, §1º). E se efetiva através do tombamento de<br />

móveis ou imóveis que guardem as características anteriormente apontadas.<br />

Nesse sentido, o município ganha especial conotação considerando a sua<br />

proximidade com os anseios e a própria história da comunidade afetada.<br />

A Constituição Federal reconhece a competência municipal para legislar sobre proteção<br />

histórico-cultural, desde que respeitados os parâmetros estadual e federal (CF, art. 30, II e<br />

IV c/c o art. 24, VII).<br />

É necessário, pois, catalogar e registrar os bens de interesse local para em seguida<br />

traçar um plano que desemboque na criação da lei. A matéria movimenta não só as<br />

secretarias de cultura, administração, obras e paisagismo, como também a procuradoria<br />

municipal e os poderes executivo e legislativo. O ato legal de tombamento deve obedecer<br />

aos princípios do contraditório e ampla defesa e devido processo legal (CF, art. 5º, LIV e<br />

LV), possibilitando ao proprietário – efetivo titular – comprovar a inexistência da relação<br />

proteção e patrimônio histórico. E surte alguns efeitos: exige registro imobiliário e proíbe<br />

eventual alteração de suas características, assistindo-lhe a preferência na sua aquisição.<br />

O tombamento não impede outros gravames como o penhor e a hipoteca, nem retira<br />

o direito de propriedade, como dito alhures, razão pela qual não exige indenização.<br />

Contudo, assegura o direito de se recorrer ao poder público para a sua manutenção.<br />

Na cidade de Esperança (foto), agreste da Paraíba, observamos algumas fachadas<br />

de residências que merecem essa salvaguarda, a exemplo do casarão onde funciona a<br />

Secretária de Educação e Cultura, a Villa Santa Maria na entrada da cidade, a Farmácia S.<br />

Pedro e tantos outros edifícios. E olhe que se poderia citar aqui até uma centena!<br />

A cidade vive constante modificação. Muitas casas dão lugar a pequenas lojas e<br />

todos os dias se vêem canteiros de obras pelos recantos das ruas, a querer nos indicar que<br />

algo vai mudar. Essa é nossa preocupação enquanto esperancense.<br />

É certo que o velho dê lugar ao novo sem que tenhamos lembrança do seu passado<br />

na construção do nosso município? Esperemos pois, que outros tenham o mesmo cuidado.<br />

* Cidadão esperancense e colaborador da SPA.<br />

Imagem: http://www.caciomurilo.com.br/anexos/imagens/galeria/GS1145300548907.jpg<br />

Abril de 2010<br />

5


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

V Semana de Humanidades da UE<strong>PB</strong> – Campus III<br />

De 24 a 28 de maio, será realizada a V<br />

Semana de Humanidades com o tema: 'Interfaces<br />

dos saberes, formação docente e diversidade<br />

cultural'. O tradicional evento de História será<br />

realizado no Centro de Humanidades (CH) da UE<strong>PB</strong><br />

em Guarabira-<strong>PB</strong> e terá uma série de mini-cursos e<br />

grupos de trabalho.<br />

A Sociedade Paraibana de Arqueologia estará<br />

representada pelos consócios Pr<strong>of</strong>. Dr. Juvandi de<br />

Souza Santos e Pr<strong>of</strong>. Thomas Bruno Oliveira que<br />

estarão mediando os Grupos de Trabalho (GT's) 21-<br />

Arqueologia, Patrimônio Cultural, Preservação e Meio<br />

Ambiente e 22- Cultura Material (arqueologia) e<br />

povoamento dos sertões nordestinos a consócia Mali<br />

Trevas também apresentará trabalho no evento.<br />

Fica o convite a todos(as) para que possam participar das discussões de temas<br />

como Patrimônio Cultural, Arqueologia, Preservação do Patrimônio, Meio-ambiente e<br />

Cultura Material. Entrem no site e obtenham maiores informações:<br />

http://www.dafrainformatica.com/humanidades/index.php<br />

IPHAN e Pref. Mun. de João Pessoa capacitam monitores para<br />

Programa de Educação Patrimonial<br />

Entre os dias 12 e 23 de abril, no<br />

Centro Cultural São Francisco, ocorreu a<br />

capacitação de um grupo de alunos dos cursos<br />

de Geografia, História, Turismo e Arquitetura<br />

da Universidade Federal da Paraíba (UF<strong>PB</strong>),<br />

que serão monitores do projeto "O Futuro Visita<br />

o Passado", que compõe o programa de<br />

Educação Patrimonial 'João Pessoa, Minha<br />

Cidade'.<br />

O programa foi concebido por meio de uma ação conjunta entre o Instituto do<br />

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Paraíba (IPHAN-<strong>PB</strong>) e a Prefeitura Municipal<br />

de João Pessoa, envolvendo a Coordenadoria do Patrimônio Cultural de João Pessoa<br />

(COPAC) e Secretaria de Educação do município.<br />

O treinamento dos monitores foi realizado com aulas ministradas por pr<strong>of</strong>essores<br />

da UF<strong>PB</strong>, técnicos do IPHAN, da Prefeitura Municipal e pelo Mestre Zequinha, do<br />

Cavalo Marinho da cidade de Bayeux. A superintendente do IPHAN-<strong>PB</strong>, Eliane de<br />

Castro, informa que o objetivo do programa é consolidar uma política pública de<br />

educação patrimonial nas escolas da rede municipal de ensino.<br />

Abril de 2010<br />

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Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

<strong>Expedição</strong> <strong>à</strong> São João do Cariri-<strong>PB</strong><br />

No último dia 21 de abril, a<br />

SPA - através de seus consócios<br />

Pr<strong>of</strong>. Dr. Juvandi de Souza Santos,<br />

Thomas Bruno Oliveira, Nivaldo<br />

Maracajá e Dennis Mota Oliveira -<br />

esteve em expedição ao município<br />

de São João do Cariri, na<br />

microrregião do Cariri Oriental. O<br />

objetivo da viagem foi o de colher<br />

dados de campo no sítio<br />

arqueológico Serrote da<br />

Macambira, no alto do serrote da<br />

Jurema, uma elevação de 40m<br />

naquela porção do Planalto da Borborema,<br />

aos 550m de elevação com relação ao<br />

nível marítimo, precisamente na localidade<br />

denominada de Macambira, no meio-oeste<br />

do município.<br />

O serrote está ladeado (<strong>à</strong> oeste)<br />

pela Serra da Fontainha ou do Algodoais<br />

(limite municipal com Cabaceiras). A<br />

necrópole foi pr<strong>of</strong>anada por uma ação<br />

policial em meados da década de 1990,<br />

tratando-se de um possível local de<br />

desova. O consócio Pr<strong>of</strong>. Carlos Xavier Azevedo Netto, no Boletim Nº05 (Abril de<br />

2007,p.5) afirmou que:<br />

“... Lá, percebemos que os ossos que foram encontrados por nós seriam uma<br />

pequena parcela dos que foram retirados pelos policiais. Foi possível perceber que<br />

através das feições deste local, que se trata de um possível cemitério indígena e foi<br />

encontrado por moradores do lugar. Hoje, o local está totalmente modificado e, na<br />

nossa percepção, foi notada a existência de alguns ossos humanos e outros de<br />

animais. O sítio cemitério é um abrigo com quatro bocas, ou seja, quatro locais de<br />

entrada/saída, e, no seu interior, há pedras que estavam deslocadas como se,<br />

Abril de 2010<br />

7


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

anteriormente, cobrisse os corpos que lá se encontravam enterrados, segundo<br />

depoimento dos moradores locais.” (AZEVEDO NETTO, 2007)<br />

O salão apresenta uma série de pequenos blocos graníticos (algumas lajes)<br />

entremeado por sedimento argiloso, fezes de mocó (Kerodon rupestris) e ossos de<br />

caprino, criações que ali chegaram e talvez não tenham conseguido se desvencilhar das<br />

pedras, tornando ali o leito de sua morte. Não foi encontrada na oportunidade nenhum<br />

vestígio arqueológico. O sítio também foi objeto de estudo da acadêmica Adriana M.<br />

Pimentel de Oliveira, em sua monografia „A Arte Rupestre no município de São João do<br />

Cariri – <strong>PB</strong>’, defendida no curso de História da Universidade Federal da Paraíba em<br />

2006.<br />

RENOVAÇÃO DE PORTARIA<br />

O IPHAN renovou por mais dois anos a portaria do projeto de pesquisa: “Cariri e<br />

Tarairiú: Cultura Tapuia no interior da Paraíba” (DOU de 17 de fevereiro de 2010), do<br />

consócio da SPA Pr<strong>of</strong>. Dr. Juvandi de Souza Santos. Com esta renovação, Juvandi dará<br />

continuidade <strong>à</strong>s suas pesquisas em áreas do Cariri, Curimataú e Seridó da Paraíba,<br />

angariando subsídios para o entendimento do processo de desenvolvimento das<br />

culturas humanas pretéritas na região.<br />

Pr<strong>of</strong>. José Otávio lança livros em Campina Grande-<strong>PB</strong><br />

O Historiador José Otávio de Arruda Mello esteve<br />

em Campina Grande apresentando dois livros no último<br />

dia 15 de abril. Durante todo o dia, Mello concedeu<br />

entrevistas em emissoras de rádio e televisão da cidade<br />

(com destaque a entrevista ao jornalista Paulo Roberto<br />

no Programa Ponto a Ponto, da TV Itararé, comentando<br />

o cenário político estadual e sua história) e no fim da<br />

tarde, houve uma sessão solene para o lançamento dos<br />

livros na Câmara de Vereadores, atendendo a<br />

propositura do vereador João Dantas (PTN). A mesadiretora<br />

foi presidida pelo vereador Tovar Alves Correia<br />

Lima (PSDB), tendo como secretária a vereadora<br />

Daniella Ribeiro (PP). Compuseram a mesa, intelectuais<br />

como Mário Araújo, Elisabeth Marinheiro, Ailton Elisiário,<br />

José Lucas (dentre outros) e representando a SPA, o consócio Thomas Bruno Oliveira.<br />

Na oportunidade, foi lançado o livro „Conflitos e convergências nas eleições<br />

paraibanas 1982, 2002 e 2006‟ (Sebo Cultural, 2010) e houve o pré-lançamento de: „Da<br />

Resistência ao Poder: O (P)MDB na Paraíba (1965/99)’. Obras que se somam <strong>à</strong>s<br />

dezenas de publicações deste que é um dos principais historiadores do Estado. Mello<br />

também é organizador da reconhecida obra „Capítulos de História da Paraíba’ (Grafset,<br />

1987) que contém o artigo „Inscrições rupestres: a Itaquatiara do Ingá‟ do consócio<br />

Balduíno Lélis de Farias.<br />

Abril de 2010<br />

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Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

IPUARANA: Um museu, uma história<br />

"Ipuarana - Um museu, uma história". Este é o tema da exposição que funcionou<br />

de 25 de fevereiro ao dia 2 de maio, no pavimento II da Estação Cabo Branco, Ciência,<br />

Cultura e Arte, em João Pessoa-<strong>PB</strong>. A realização foi da Prefeitura Municipal de João<br />

Pessoa (PMJP) e do Museu do Índio de Ipuarana, do município de Lagoa Seca-<strong>PB</strong>.<br />

O Museu de Ipuarana é o mais<br />

importante detentor de acervo indígena<br />

na Paraíba, com uma enorme quantidade<br />

de peças museográficas que abordam as<br />

missões dos Frades Franciscanos nas<br />

tribos indígenas Mundurucus, Pataxós e<br />

Tyriós. O acervo é composto por<br />

indumentárias, objetos de culto,<br />

resquícios arquelógicos, instrumentos<br />

musicais e armas.<br />

A exposição disponibilizou<br />

acervos de outras tribos locais, abrindo discussões sobre a questão étnica. A mostra<br />

teve três núcleos: "Sobrevivência e defesa dos povos indígenas"; onde fizeram parte<br />

instrumentos de caça e pesca; canoa, remos, arcos e flechas, peles de animais e<br />

ossadas; "Cotidiano" revelando os objetos produzidos pelos índios como cestarias em<br />

palhas, cerâmicas, roupas, entre outras indumentárias dos Mundurucus, Pataxós, Tyrióis<br />

e acervos de comunidades locais das regiões do Brejo e Cariri paraibano; "Inculturação"<br />

são objetos de cultos e festas, colares, cocares, flautas, chocalhos, urnas funerárias e<br />

armas.<br />

A curadora geral da Estação Cabo Branco, Lúcia França, destacou a importância<br />

da realização da Exposição. "...Além de agregar valor histórico, científico e de resgate<br />

identitário, colabora com o Convento Santo Antonio. O Museu de Ipuarana estava<br />

fechado por falta de condições da Ordem Franciscana em mantê-lo aberto a visitação<br />

pública. Desta forma dá a oportunidade ao público visitante conhecer mais sobre a<br />

cultura de um povo que faz parte da história de nosso País". O consócio Thomas Bruno<br />

Oliveira esteve presente, trazendo estes dados para publicação.<br />

Abril de 2010<br />

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Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

Resenha____________________________________________________________________________<br />

SANTOS, Juvandi de Souza. Ocupação Humana, Caatinga, Paleoambientes e Mudanças<br />

Ambientais nos Sertões Nordestino. João Pessoa: JRC, 2009.<br />

Por: Fernanda Jordânia Pereira da Silva*<br />

O livro “Ocupação Humana, Caatinga, Paleoambientes<br />

e Mudanças Ambientais nos Sertões Nordestino”, publicado em<br />

2009, centraliza o seu estudo na relação homem e meio, a<br />

adaptação humana a ambientes desfavoráveis, o desequilíbrio<br />

ambiental ocasionado após o contato com o europeu, fato esse<br />

que acarretou em mudanças da paisagem dos Sertões<br />

Nordestino, dando ênfase <strong>à</strong> importância do estudo dos<br />

paleoambientes e a relação índio e meio ambiente.<br />

Ao todo, o livro é formado por uma Apresentação,<br />

escrita por Luiz Eduardo Panisset Travassos; uma Introdução;<br />

e por três capítulos, subdivididos em subtópicos, abordando<br />

temas que reforçam a discussão central do capítulo. O primeiro<br />

capítulo é “O Homem e a Interação com o Meio Ambiente nos<br />

Sertões do Nordeste”, que por sua vez se subdivide em:“A Ecologia dos Sertões na Paraíba”,<br />

“A biodiversidade das caatingas” e “A paisagem na história das civilizações”. O segundo<br />

capítulo é “O Povoamento dos Sertões Nordestino”, que se subdivide em “O índio e o convívio<br />

com a seca”. O terceiro e último capítulo é “A Fauna Fóssil-Paleoambientes”, que se subdivide<br />

em dois: “Paleoambientes do Nordeste brasileiro” e “Ecossistemas pré-históricos do Nordeste<br />

brasileiro e legado cultural/ambiental”. No total a obra conta com noventa e três páginas,<br />

incluindo as referências bibliográficas.<br />

No primeiro capítulo, o autor tenta nos mostrar a importância do estudo do meio<br />

ambiente antigo; a interação entre o homem e o meio, através do processo de dependência<br />

humana; as várias mudanças ambientais até a formação da paisagem atual dos Sertões; a<br />

adaptação como um meio de sobrevivência do homem e da vegetação; as características da<br />

Caatinga, desconstruindo alguns dos estereótipos atribuídos a região; o homem como agente<br />

danoso ao relevo, aos animais e aos rios, causando um grande desequilíbrio no bioma; a falta<br />

de água na caatinga; o grande papel exercido pelas florestas, como captadoras de água; a<br />

descrição do clima, do solo e da vegetação da caatinga, s<strong>of</strong>rendo ambos impactos da<br />

colonização, formando uma nova realidade geoambiental. Discutindo, posteriormente, os vários<br />

conceitos de paisagem e a sua relação com certos grupos humanos. Enfim, o autor se passa a<br />

estudar a caatinga para compreender o modo de vida antigo dos índios, o porquê da sua<br />

expulsão do território e o porquê do interesse de grupos humanos buscarem áreas<br />

desfavoráveis para viver.<br />

No segundo capítulo, o autor trata do povoamento indígena na caatinga, indivíduos<br />

totalmente adaptados as limitações locais. O autor também aborda as características do sertão<br />

nordestino, narrando a sua ocupação e a extinção dos grupos indígenas da região. Fazendo<br />

uso dos textos de Pero Lopes de Souza e do livro de João Duarte Filho, “O Sertão e o Centro”,<br />

o autor destaca que a seca sempre predominou no nordeste brasileiro, ou seja, os tapuias<br />

(grupo indígena da região) e o homem do sertão atual, de uma forma ou de outra, conviveram<br />

com o mesmo problema, a falta de água.<br />

Abril de 2010<br />

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Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

No terceiro capítulo, o autor, inicialmente, conceitua o termo paleoambientes e a sua<br />

importância; determina a função dos fósseis, como fonte de estudo dos paleoambientes;<br />

descreve os animais da megafauna, suas características e os fatores que levaram <strong>à</strong> sua<br />

extinção e a adequação da micr<strong>of</strong>auna; narra os prováveis fatores que levaram a existência de<br />

fósseis da megafauna pleistocênica no sertão da Paraíba; as suposições a respeito da suposta<br />

convivência entre o homem pré-histórico e a megafauna; a grande e diferenciada quantidade<br />

de material lítico achado no Nordeste brasileiro, relacionado <strong>à</strong> adaptação ao novo ambiente; o<br />

amplo conhecimento indígena na região do semi-árido, detendo saberes agrícolas, botânicos e<br />

ambientais, convivendo harmonicamente com o meio ambiente e com os animais.<br />

A obra de fácil leitura, porém, de difícil compreensão, em alguns pontos, para aqueles<br />

que não possuem um conhecimento prévio sobre o tema, sendo de extrema importância de<br />

leituras auxiliares para um maior entendimento.<br />

Entretanto, o leitor ao estar ciente de tais termos se delicia com a escrita que o cativa,<br />

principalmente, pelas informações adicionais que o autor nos expõe, a respeito da região dos<br />

sertões nordestinos, tão pouco explorado e divulgado. Enfim, a obra atinge o seu objetivo<br />

explorando cada tema de forma prudente. Sendo indicado aos arqueólogos, geógrafo,<br />

historiadores e todos aqueles que se interessarem pelo assunto.<br />

Juvandi de Souza Santos é pesquisador, pr<strong>of</strong>essor, graduado em História, Mestre em<br />

Desenvolvimento e Meio Ambiente e Mestre em Arqueologia, Doutor em História/Arqueologia<br />

em processo de Pós-Doutoramento. Publicou diversas obras que abrangem a ciência<br />

arqueológica.<br />

*Acadêmica de História (UE<strong>PB</strong> – Campus III)<br />

- Mapa de atuação da SPA em Abril de 2010 -<br />

Obs.: Todas as fotos são do arquivo da SPA, com exceção das que possuem a autoria identificada<br />

Abril de 2010<br />

11


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 46<br />

Abril de 2010<br />

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