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SEMINÁRIO INTEGRADO: MODELAGEM MATEMÁTICA ... - Univates

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<strong>SEMINÁRIO</strong> <strong>INTEGRADO</strong>:<br />

<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong><br />

APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

Prof.Dr. Claus Haetinger<br />

PPGAD UNIVATES – Lajeado – RS<br />

(Brasil)


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

INTRODUÇÃO<br />

Modelagem Matemática<br />

Pode ser vista como:<br />

➢ Método Científico de Pesquisa;<br />

➢ Estratégia de Ensino-Aprendizagem.


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

INTRODUÇÃO<br />

Modelagem Matemática<br />

É a arte de transformar problemas da<br />

realidade em problemas matemáticos e<br />

resolvê-los interpretando suas soluções<br />

na linguagem do mundo real.<br />

O modelo é a representação de algum<br />

objeto ou sistema, numa linguagem ou<br />

forma de fácil acesso e uso, com o<br />

objetivo de entendê-lo e buscar suas<br />

respostas para diferentes entradas.


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

INTRODUÇÃO<br />

Modelagem Matemática<br />

Quanto mais complexos os sistemas,<br />

mais desafiadores e necessários são os<br />

modelos.<br />

Em diferentes áreas técnicas, o homem<br />

dimensiona o seu sistema,<br />

especificando todos os seus<br />

condicionantes sobre os quais tem total<br />

controle, tais como a estrutura de um<br />

edifício ou um circuito elétrico.


Vantagens<br />

• Em termos de pesquisa podem ser constatados<br />

nos avanços obtidos em vários campos como a<br />

Física, a Química, a Biologia, a Astrofísica, e a<br />

própria Matemática, entre muitos outros.<br />

• Pressupõe multidisciplinariedade, indo ao<br />

encontro das novas tendências que apontam para<br />

a remoção de fronteiras entre as diversas áreas<br />

de pesquisa.


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

Pressupostos<br />

• As ciências são sempre empíricas e teóricas;<br />

• A busca da verdade deve ser impulsionada por<br />

indicações empíricas aliadas à atividade criadora<br />

a procura de leis (formulação de problemas e<br />

ensaios de hipóteses a serem testadas e<br />

avaliadas) para as quais a utilização da lógica e<br />

das ferramentas matemáticas é fundamental;<br />

•É fácil perceber o potencial de aplicação em<br />

campos científicos com métodos e finalidades<br />

comuns;


• A ciência é essencialmente desenvolvida pelo<br />

ser humano que procura entender a natureza por<br />

meio de teorias adequadas;<br />

• Ainda que a natureza continue existindo e<br />

funcionando independentemente das teorias<br />

científicas, o homem utiliza tais teorias para<br />

avançar seus conhecimentos que possibilitam<br />

num futuro tomar decisões e agir corretamente.


Caracterização<br />

A Matemática e a Lógica, ciências<br />

essencialmente formais, tratam de entes ideais,<br />

abstratos ou interpretados, existentes apenas na<br />

mente humana – constroem os próprios objetos<br />

de estudo, embora boa parte das idéias<br />

matemáticas sejam originadas de abstrações de<br />

situações empíricas (naturais ou sociais).


Origem<br />

➔ Com exceção das ciências físicas que foram<br />

valorizadas e evoluiram por teorias formuladas<br />

com auxílio da Matemática, as outras ciências<br />

factuais (Biologia, Química, Psicologia,<br />

Economia, etc.), via de regra, usavam apenas a<br />

linguagem comum para exprimir as idéias, o que<br />

geralmente resultava em falta de clareza e<br />

imprecisão.<br />

➔ A Matemática vinha em auxílio apenas na<br />

análise superficial dos resultados de pesquisas<br />

empíricas.


Exemplo de coleta de dados:<br />

mapa plano-altimétrico com isolinhas<br />

e pontos cotados


Objetivo<br />

O objetivo fundamental do “uso” de Matemática<br />

é extrair a parte essencial da situação problema e<br />

formalizá-la em um contexto abstrato onde o<br />

pensamento possa ser absorvido com uma<br />

extraordinária economia de linguagem.<br />

A Matemática pode ser vista como um<br />

instrumento intelectual capaz de sintetizar idéias<br />

concebidas em situações empíricas que estão<br />

sempre camufladas num emaranhado de<br />

variáveis de menor importância.


Evolução<br />

O crescimento científico pode ser dar em:<br />

➢ Superfície, expandindo por acumulação,<br />

generalização e sistematização;<br />

➢ Profundidade, com a introdução de novas idéias<br />

que interpretam as informações disponíveis.<br />

A aplicação correta da Matemática nas<br />

ciências factuais deve aliar de maneira<br />

equilibrada a abstração e a formalização, não<br />

perdendo de vista a fonte que originou tal


Evolução nas Ciências Biológicas<br />

Inicialmente apoiadas nos paradigmas da Física, foram<br />

se matematizando, assim como a Física e a Química. A<br />

Matemática tem servido de base para modelar os<br />

mecanismos que controlam:<br />

➢ A dinâmica de populações;<br />

➢ A epidemiologia;<br />

➢ A ecologia;<br />

➢ A neurologia;<br />

➢ A genética;<br />

➢ Os processos fisiológicos.


Exemplo: Modelagem por Grade<br />

Retangular (Interpoladores)<br />

Vizinho Mais Próximo Média Simples Média Ponderada


Exemplo: Interpoladores<br />

Vizinho Mais Próximo Média Simples Média Ponderada


Validade e Aplicabilidade<br />

O modelo por si só não é um objetivo, mas uma<br />

ferramenta para atingir um objetivo.<br />

A utilização de modelos matemáticos iniciou e foi<br />

impulsionada pela divulgação de pacotes de<br />

programas que permitem fácil acesso, mas nem<br />

sempre uma boa compreensão da metodologia, suas<br />

vantagens e, principalmente, suas limitações.<br />

É preciso ter condições de analisar os modelos<br />

existentes, preparar programas dos modelos e aplicálos<br />

em problemas correntes.


Validade e Aplicabilidade<br />

Durante a década de 90, a modelagem ecológica<br />

deixou de ser um exercício matemático baseado em<br />

algum conhecimento ecológico, passando a tornar-se<br />

um exercício ecológico usando o par<br />

Matemática/Ciências da Computação.<br />

Ecossistemas são sistemas extremamente<br />

complexos e a parte mais difícil da modelagem<br />

consiste em selecionar os componentes e processos<br />

ecologicamente mais relevantes.


Uma série de questões devem ser discutidas neste<br />

momento:<br />

➢ Quais informações teóricas puderam ser obtidas<br />

partindo-se das modelagens ecológicas?<br />

➢ A modelagem consegue descrever adequadamente<br />

as propriedades dos ecossistemas?<br />

➢ Partindo-se destas novas teorias ecológicas, é<br />

possível melhorar e desenvolver os métodos de<br />

modelagem?<br />

➢ É possível considerar toda uma hierarquia de<br />

mecanismos de regulagem?<br />

➢ Tais modelos podem ser usados no gerenciamento<br />

do meio ambiente?<br />

Uma resposta completa ainda não pode ser<br />

proposta.


Processos clássicos da modelagem:<br />

Não é reazoável esperar que exista um<br />

procedimento sistemático universal, para o<br />

desenvolvimento da construção de modelos.<br />

Podemos, inicialmente, distinguir as duas<br />

seguintes questões:<br />

➢ De que forma seria possível determinar um conjunto<br />

de relações aproximadas para a descrição das<br />

propriedades de um dado sistema, conhecida sua<br />

teoria geral para o mesmo?<br />

➢ Como verificar se as aproximações contidas no<br />

modelo são adequadas para descrever o<br />

comportamento experimental observado?


Exemplo: Projeção Geométrica Planar<br />

Projeção Paralela com Imagem Sombreada como Textura


Exemplo: Projeção Perspectiva do<br />

Modelo com Imagem de Sensoriamento<br />

Remoto


Limitações<br />

Não queremos dizer que todo “fenômeno”<br />

possa ser matematizado ou convertido numa<br />

forma que possa ser processado num<br />

computador.<br />

Apenas procuramos refletir sobre uma porção<br />

da realidade, na tentativa de explicar, de<br />

entender, ou de agir sobre ela.<br />

O processo usual é o de selecionar, no sistema,<br />

argumentos ou parâmetros considerados<br />

essenciais e formalizá-los através de um sistema<br />

artifical: o modelo.


ÁREAS E LINHAS DE ESTUDO<br />

• Ecologia e Evolução de Ecossistemas;<br />

• Dinâmica de Paisagens;<br />

• Modelagem Hidrológica;<br />

• Sensoriamento Remoto;<br />

• Geoprocessamento<br />

• Controle de Populações.


ÁREAS E LINHAS DE ESTUDO<br />

• Técnicas de Modelagem:<br />

✔ Formulação de problemas (escolha de temas,<br />

coleta de dados, formulação de modelos);<br />

✔ Regressão ou ajuste de curvas (linear,<br />

quadrático, mínimos quadrados, splines).


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:<br />

TECNOLOGIA E AMBIENTE<br />

LINHA DE PESQUISA:<br />

CONTROLE DE POPULAÇÕES<br />

• Cadeias de Markov:<br />

✔ Para estimativas e previsões a médio e longo<br />

prazos a partir de matrizes de probabilidades de<br />

dados já coletadas.


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

• Evolução de Modelos:<br />

✔ Modelos determinísticos de populações isoladas<br />

(p.e. Malthusiano);<br />

✔ Modelos subjetivos de crescimento populacional<br />

(p.e. Estocástico de Pielon);<br />

✔ Modelos de interação entre espécies (p.e. Lotka-<br />

Volterra);<br />

✔ Controle biológico de pragas (p.e. broca da canade-açúcar,<br />

Nicholson-Bailey)


<strong>MODELAGEM</strong> <strong>MATEMÁTICA</strong> APLICADA A QUESTÕES<br />

AMBIENTAIS<br />

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:<br />

ESPAÇO, AMBIENTE E SOCIEDADE<br />

LINHA DE PESQUISA:<br />

ECOLOGIA E EVOLUÇÃO DE ECOSSISTEMAS<br />

Pesquisas em Andamento


Modelos no gerenciamento dos recursos<br />

hídricos<br />

A hidrologia trata dos fenômenos naturais complexos<br />

encontrados no ciclo hidrológico. Os processos como a<br />

precipitação, evaporação, inflitração e o escoamento em rios,<br />

dependem de um grande número de fatores, que dificulta a<br />

análise quantitativa e qualitativa dos mesmos.<br />

O modelo hidrológico é uma das ferramentas que a ciência<br />

desenvolveu, para melhor entender e representar o<br />

comportamento da bacia hidrográfica e prever condições<br />

diferentes das observadas.<br />

A simulação hidrológica é limitada pela heterogeneidade física da<br />

bacia e dos processos envolvidos, o que tem propiciado o<br />

desenvolvimento de um grande número de modelos que se<br />

diferenciam em função dos dados utilizados, discretização, das<br />

prioridades da representação dos processos e dos objetivos a<br />

serem alcançados.


A mística sobre o uso de modelos hidrológicos criou uma falsa<br />

idéia sobre a sua real potencialidade ou necessidade.<br />

A 1a. pergunta questionando o uso do modelo é a seguinte:<br />

Se é possível medir as variáveis hidrológicas por que necessito<br />

do modelo?<br />

Ele é utilizado para se antecipar aos eventos, representando: o<br />

impacto da urbanização de uma bacia antes que ela ocorra,<br />

para que medidas preventivas possam ser tomadas; a<br />

previsão de uma enchente em tempo real; o impacto da<br />

alteração de um rio; a ocorrência de eventos extremos<br />

estatisticamente possíveis.


A 2a. pergunta, mais pretenciosas, poderia ser:<br />

Se eu disponho de um modelo por que necessito medir a vazão<br />

de um rio ou outras variáveis hidrológicas?<br />

Nenhuma metodologia poderá aumentar as informações<br />

existentes nos dados, mas poderá melhor extrair as<br />

informações já existentes. Quanto menores forem as<br />

informações, maiores serão as incertezas dos prognósticos. Os<br />

dados permitem aferir os parâmetros e reduzir as incertezas<br />

dos mesmos na estimativa das variáveis hidrológicas.<br />

Uma afirmativa errada sobre os modelos hidrológicos<br />

normalmente é a seguinte: O objetivo do meu projeto é<br />

desenvolver um modelo matemático. O modelo matemático<br />

não deve ser um objetivo, mas uma etapa para atingir uma<br />

meta.


Normalmente, parte do ciclo hidrológico é modelado. Com a<br />

utiização de um modelo para análise das condições específicas<br />

de um projeto, pode-se ficar mais próximo da realidade física,<br />

resultando numa solução mais econômica e segura.<br />

O julgamento do processo físico é indispensável em qualquer<br />

fase da utilização do modelo, pois a análise das alternativas de<br />

uso e a conclusão sobre os resultados devem ser elaboradas<br />

para que o modelo tenha real utilidade.<br />

As limitações básicas dos modelos hidrológicos são a quantidade<br />

e a qualidade dos dados hidrilógicos, além da dificuldade de<br />

formular matematicamente alguns processos e a simplificação<br />

do comportamento espacial de variáveis e fenômenos.


A aplicação de modelos hidrológicos envolve: a escolha do<br />

modelo, a seleção e análise dos dados necessários, ajuste e<br />

verificação dos parâmetros, definição de cenários de<br />

aplicação, prognóstico e a estimativa das incertezas dos<br />

resultados.


O Impacto Sócio-Ambiental das Enchentes nas<br />

Áreas Urbanas do Rio Taquari<br />

● Equipe: Everaldo Ferreira (coordenador), Claudete Rempel,<br />

Claus Haetinger, Henrique Fensterseifer, José Azambuja,<br />

Marcelo Malheiros, Mouriac Diemer, Odorico Konrad<br />

● Resumo: A pesquisa pretende:<br />

✔ a) Caracterizar o uso e a ocupação do solo nos ambientes<br />

ciliares das áreas urbanas;<br />

✔ b) Delimitar as áreas que sofrem ação periódica das<br />

enchentes;<br />

✔ c) Diagnosticar os usos em conflito com a legislação ambiental<br />

(áreas de preservação permanente definidas as margens do<br />

Rio Taquari);<br />

✔ d) Propor medidas para recuperação dos ambientes ciliares;<br />

✔ e) Levantar a topografia do terreno na área de influência do<br />

Rio Taquari;<br />

✔ f) Aprimorar o atual sistema de alerta de enchentes;<br />

✔ g)Aprimorar o atual método matemático de previsão das cotas


● Justificativa: Desde os primórdios da humanidade, a<br />

possibilidade dos rios serem utilizados como fontes de água<br />

para o consumo e para a agricultura, vias de transporte de<br />

cargas e fonte de energia e de lazer, estimulou os<br />

assentamentos humanos nas planícies que os margeiam.<br />

Contudo, normalmente, essas planícies são inundadas<br />

periodicamente pelas enchentes, causando grandes<br />

transtornos à população ribeirinha.<br />

Segundo informações obtidas na Agência Nacional das Águas, as<br />

enchentes são o tipo de desastre natural que ocorrem com<br />

maior freqüência e que causam os maiores prejuízos, sejam<br />

materiais ou de vidas humanas. Estas absorvem 1/3 de todos<br />

os recursos referentes a relocação humana e para a<br />

recuperação de infra-estruturas destruídas. Na década de<br />

1990, entre as pessoas atingidas por algum tipo de desastre<br />

natural no mundo, 75% foram vítimas de enchentes.


Também, segundo relatório da Universidade das Nações<br />

Unidas, divulgado em 2004, o Brasil ocupa a sétima colocação no<br />

ranking mundial em número anual de pessoas atingidas por<br />

enchentes. Mais de 29 milhões de brasileiros correm o risco de<br />

serem vítimas de enchentes, sendo que, em média, cerca de 100<br />

pessoas morrem anualmente vítimas deste fenômeno no Brasil.<br />

Além dos danos materiais e das perdas de vidas humanas<br />

causadas pelas enchentes, estas são fenômenos hidrológicos<br />

extremamente importantes na morfodinâmica dos ambientes<br />

fluviais e também, que causam grandes mudanças na mata ciliar<br />

e no comportamento da fauna aquática e ribeirinha.<br />

No VT as enchentes são um fenômeno que ocorrem<br />

freqüentemente, causando grandes impactos ao meio ambiente<br />

e ao meio antrópico.<br />

Temos registros das principais enchentes ocorridas nestes<br />

últimos 130 anos e as suas respectivas cotas, as quais foram<br />

registradas na cidade de Estrela. Salienta-se que a cota média do<br />

rio Taquari em Estrela é de 13 metros e ainda, que a cota média<br />

de transbordamento do rio no município é de 19 metros.


No VT as enchentes trazem grandes transtornos para a<br />

população ribeirinha:<br />

•Zona Urbana: destruição de ruas, residências, veículos,<br />

estoques de materiais (grãos, alimentos, areia), rompimento das<br />

canalizações do sistema público de distribuição de água,<br />

contaminação de poços tubulares públicos e privados,<br />

interrupção do trânsito, fechamento temporário de<br />

estabelecimentos comerciais, interrupção temporária de serviços<br />

públicos (escolas, bancos), recobrimento de áreas por água e<br />

lama contaminadas com agentes patogêncios, dispersão de<br />

efluentes e resíduos domésticos e industriais;<br />

•Zona Rural: destruição de estradas públicas e de acessos<br />

particulares, residências, veículos, estoques de materiais (grãos,<br />

fertilizantes, agrotóxicos), plantações, criações (suínos, aves,<br />

peixes), contaminação de poços de captação de água, erosão do<br />

solo agricultável, interrupção temporária de serviços públicos<br />

(escolas, postos de saúde), recobrimento de áreas por água e<br />

lama contaminadas com agentes patogênicos, dispersão de<br />

efluentes e resíduos oriundos das atividades agropecuárias, etc.


Todos estes impactos geram prejuízos imediatos à<br />

população e ao poder público. As enchentes de 07 e 10 de 2001,<br />

segundo as defesas civis e as prefeituras municipais, causaram<br />

prejuízos de R$ 7.600.000,00 e R$ 10.875.000,00,<br />

respectivamente.<br />

Por outro lado, as enchentes também têm um papel<br />

importante no comportamento morfodinâmico dos sistemas<br />

fluviais, causando alterações na morfologia das margens e nas<br />

matas ciliares. No Rio Taquari as enchentes geram grandes<br />

impactos na morfologia do canal e na vegetação existente nas<br />

margens. No entanto, apesar dos grandes prejuízos causados<br />

pelas enchentes e dos impactos causados no meio físico e<br />

biológico, poucos estudos e ações foram realizas a fim de<br />

entender este fenômeno, bem como, solucionar e/ou amenizar<br />

os problemas causados por elas.<br />

Através desta pesquisa serão obtidas informações<br />

fundamentais para a compreensão do fenômeno das enchentes,<br />

o manejo e ocupação das planícies de inundação e também, para<br />

aprimorar as ações realizadas na região.


•Programa de Monitoramento Meteorológico: é realizada a<br />

previsão do tempo no RS através de cartas sinóticas, imagens de<br />

satélites, modelos matemáticos e previsões meteorológicas,<br />

obtidas na internet;<br />

•Programa de Monitoramento Hidrológico: o nível dos Rios Jacuí,<br />

Taquari, das Antas e seus principais afluentes são monitorados<br />

através de 15 linígrafos eletrônicos, cuja transmissão dos dados<br />

coletados ocorre através de telefonia celular, disponibilizados<br />

através do site da UNIVATES;<br />

•Centro de Informações Hidrometeorológicas: os dados<br />

coletados são transmitidos em tempo real para um CI<br />

implantado na UNIVATES, que recebe, armazena e trata<br />

matematicamente os dadosda estação meteorológica e dos<br />

linígrafos;


•Sistema de Alerta de Enchentes: dividido em 4 etapas.<br />

1 a Etapa: Monitoramento constante do tempo através das<br />

informações obtidas na internet e da estação meteorológica.<br />

Observa-se a possibilidade de ocorrerem chuvas na região da<br />

Bacia, bem como, a quantidade de chuva. Caso sejam previstas<br />

chuvas acima de 50 mm em 24 horas.<br />

2 a Etapa: Monitora-se a quantidade de chuva precipitada na<br />

região do VT através da estação meteorológica e também, a<br />

quantidade de chuva que precipitou nas cabeceiras através de<br />

informações obtidas na internet. Caso a chuva precipitada na<br />

Bacia, ultrapasse os 60 mm em 12 horas, alerta-se<br />

imediatamente as Defesas Civis Municipais sobre a possibilidade<br />

da ocorrência de uma enchente e o porte desta.


3 a Etapa: Acompanha-se o nível dos rios e o comportamento da<br />

onda de cheia através dos linígrafos. A cada hora as informações<br />

sobre o nível dos rios são descarregadas e com estas são<br />

projetadas as cotas da onda de cheia para os municípios de<br />

Encantado, Lajeado, Estrela e Bom Retiro do Sul. Os resultados<br />

obtidos são disponibilizados, imediatamente, no site da<br />

UNIVATES.<br />

4 a Etapa: Caso a projeção da onda de cheia, por exemplo, para<br />

Estrela, ultrapasse a cota de 19 metros (cota que o rio sai de sua<br />

calha) a defesa civil deste município e alertada da ocorrência da<br />

cheia e do nível que esta pode alcançar.<br />

Os meios de comunicação (jornais, rádios e tvs) são mantidos<br />

informados a partir da segunda etapa.


No entanto, apesar desta infra-estrutura, implantada e em<br />

funcionamento, ainda faltam informações extremamente<br />

importantes para a gestão das áreas inundáveis e,<br />

conseqüentemente, para aprimorar o referido sistema de alerta<br />

de enchentes, como caracterização do uso e a ocupação do solo<br />

no entorno do Rio Taquari, delimitação das áreas que sofrem<br />

ação periódica de enchentes e diagnostico dos usos em conflito<br />

com a legislação ambiental. E, também, ainda faltam estudos que<br />

visem propor as medidas de recuperação dos ambientes ciliares<br />

e de aprimoramento do método matemático de previsão das<br />

cotas de enchentes.<br />

Neste contexto, as ferramentas de geoprocessamento propostas<br />

de serem utilizadas para chegar ao objetivo proposto são de<br />

fundamental importância, pois permitem uma visão e análise<br />

integrada da paisagem em estudo. O Setor de<br />

Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, onde está sendo<br />

desenvolvida a pesquisa, surgiu na UNIVATES no ano de 2001.

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