Jornada Internacional de Cinema da Bahia - O Olho da História
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Revista Eletrônica O <strong>Olho</strong><strong>da</strong> <strong>História</strong> – www.oolho<strong>da</strong>historia.ufba.br - Artigos<br />
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gênero, tem profun<strong>da</strong>s ligações com as reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s vivencia<strong>da</strong>s por esta mesma<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que a transforma este registro em uma rica evidência histórica, que<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>snu<strong>da</strong>r diferentes aspectos dos ambientes sociais em que foi produzido e<br />
projetado, através do que Marc Ferro (1995) chama <strong>de</strong> “contra-análise <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />
A I <strong>Jorna<strong>da</strong></strong><br />
Nos seus 30 anos <strong>de</strong> existência, a <strong>Jorna<strong>da</strong></strong> cresceu e se <strong>de</strong>senvolveu<br />
gra<strong>da</strong>tivamente. Nos idos <strong>de</strong> 1972, começou como <strong>Jorna<strong>da</strong></strong> Baiana <strong>de</strong> Curta<br />
Metragem. Este mo<strong>de</strong>sto evento congregava um esforço <strong>de</strong> uma geração que<br />
tentava retomar o brilho e o vigor do Ciclo Baiano <strong>de</strong> <strong>Cinema</strong>- evi<strong>de</strong>nciado por<br />
Setaro (1997, p.22) - ocorrido entre o fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950 e meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1960. O<br />
Ciclo foi o embrião do movimento cinemanovista, que buscou novas maneiras <strong>de</strong><br />
criar e produzir na linguagem cinematográfica, rompendo com cânones estéticos<br />
que segundo os cineastas do movimento não exprimiam a(s) reali<strong>da</strong><strong>de</strong>(s)<br />
brasileira(s).<br />
O <strong>Cinema</strong> Novo inaugurou no Brasil o comprometimento do cinema com a<br />
transformação social e política, buscando mostrar uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que precisava ser<br />
modifica<strong>da</strong> com a utilização <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> dos elementos do pensamento marxista<br />
como pe<strong>da</strong>gogia (algumas vezes esquemática), muito em voga entre os intelectuais<br />
do período. A sua linguagem buscava chamar a atenção do espectador e<br />
<strong>de</strong>monstrar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça. Esta nova utilização do cinema vai ao<br />
encontro <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> Benjamin (1996,p.171) que percebe a mu<strong>da</strong>nça do papel <strong>da</strong><br />
arte, que <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser meramente uma obra, passa a ter uma representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
política, relação bastante explícita nesta cinematografia.<br />
Contudo, o golpe <strong>da</strong>do pelos militares torna o ambiente pouco propício às<br />
fortes críticas direciona<strong>da</strong>s aos problemas sociais brasileiros e aos indicativos<br />
revolucionários que em boa medi<strong>da</strong> faziam parte do roteiro e enredo dos filmes.<br />
Aliado a isto, a falta <strong>de</strong> retorno econômico fez com que a cinematografia baiana<br />
minguasse e caísse num período <strong>de</strong> ostracismo, do qual saiu com a revitalização do<br />
Clube <strong>de</strong> <strong>Cinema</strong> <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong> sob a direção <strong>de</strong> Guido Araújo - principal i<strong>de</strong>alizador <strong>da</strong>s<br />
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Oficina <strong>Cinema</strong>-<strong>História</strong><br />
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