Jornada Internacional de Cinema da Bahia - O Olho da História
Jornada Internacional de Cinema da Bahia - O Olho da História
Jornada Internacional de Cinema da Bahia - O Olho da História
Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!
Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.
Revista Eletrônica O <strong>Olho</strong><strong>da</strong> <strong>História</strong> – www.oolho<strong>da</strong>historia.ufba.br - Artigos<br />
________________________________________________________<br />
regionais. Isto foi muito importante para que e percebesse que somente a realização<br />
do certame não bastava para impulsionar as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que nela se reúnem. Mas,<br />
ain<strong>da</strong> assim, no Boletim Informativo n° 1, <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1974, alguns cineastas<br />
colocam a jorna<strong>da</strong> com um dos raros locais em que existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
convergência <strong>de</strong> pessoas interessa<strong>da</strong>s em refletir e questionar o conceito <strong>de</strong><br />
“cultura brasileira” e o compromisso dos artistas em relação a sua transformação.<br />
A respeito <strong>da</strong> expressão “cultura brasileira”, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> perceber o<br />
discurso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e fortalecimento <strong>de</strong> uma perspectiva nacionalista. Será<br />
mesmo que o Brasil é único culturalmente? Este é um dos <strong>de</strong>bates do cinema<br />
brasileiro <strong>de</strong>ste período. E me arrisco a afirmar que é uma aflição que persegue a<br />
quase todo o aquele que preten<strong>de</strong> pensar o Brasil, pois se an<strong>da</strong> na “cor<strong>da</strong> bamba”<br />
entre reconhecer as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> processo cultural pertencente a um<br />
<strong>de</strong>terminado espaço e tentar ain<strong>da</strong> assim construir uma referência nacional única a<br />
que as pessoas possam se remeter e perceber um sentimento <strong>de</strong> brasili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
A IV <strong>Jorna<strong>da</strong></strong> continuou a ser brasileira, mas trouxe mu<strong>da</strong>nças substanciais<br />
na sua organização, <strong>de</strong>vido ao seu crescimento. Este evento passou a ser realizado<br />
em duas etapas. A primeira, <strong>de</strong> 2 a 6 <strong>de</strong> setembro, com caráter estadual e a<br />
segun<strong>da</strong> <strong>de</strong> 8 a 14 <strong>de</strong> setembro, nacional. A primeira fase, permitiu que a <strong>Jorna<strong>da</strong></strong><br />
pu<strong>de</strong>sse se <strong>de</strong>slocar à Feira <strong>de</strong> Santana, levando mesas redon<strong>da</strong>s e discussões<br />
sobre o seu significado, o cinema curto baiano, e a situação atual do cineclubismo<br />
brasileiro, além <strong>da</strong> mostra <strong>de</strong> filmes baianos na <strong>Jorna<strong>da</strong></strong>. A segun<strong>da</strong>, seguiria os<br />
mol<strong>de</strong>s tradicionais <strong>de</strong> exibição dos filmes e os <strong>de</strong>bates.<br />
Um dos principais temas <strong>da</strong> IV <strong>Jorna<strong>da</strong></strong> foi a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> produção<br />
cinematográfica brasileira, com o diagnóstico <strong>de</strong> que para que ela ocorresse <strong>de</strong>veria<br />
haver uma melhor distribuição <strong>da</strong>s verbas pela Embrafilme. Este problema reflete<br />
uma prática constante do Estado brasileiro, <strong>de</strong>stinar menos recursos aos estados<br />
nor<strong>de</strong>stinos, embora eles precisem <strong>de</strong> maior incentivo, por não terem uma<br />
arreca<strong>da</strong>ção tão gran<strong>de</strong> quanto os estados do centro-sul.<br />
Ain<strong>da</strong> no tocante a relação do governo fe<strong>de</strong>ral com o cinema, este foi o ano<br />
em que a Censura Fe<strong>de</strong>ral mais prejudicou o an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> <strong>Jorna<strong>da</strong></strong>, proibindo a<br />
exibição <strong>de</strong> quatro filmes: “Restos” <strong>de</strong> João Batista De Andra<strong>de</strong>, “Veias Abertas”, <strong>de</strong><br />
6<br />
Oficina <strong>Cinema</strong>-<strong>História</strong><br />
Copyright © 2004. Todos os direitos Reservados.