Parte 3 - Mesquita do Brás
Parte 3 - Mesquita do Brás
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tial,<br />
d e<br />
d a r<br />
u m<br />
p a s s o<br />
na senda<br />
reta? Não<br />
se desviaria<br />
nem se entristeceria?<br />
Não e<br />
não! Não vê ele<br />
as nações primitivas<br />
ou as isoladas? Passam épocas no seu<br />
isolamento e continuam como estavam<br />
com seus pensamentos, costumes e<br />
tradições, sem evoluir. Só conseguem<br />
se desenvolver com a importação de conceitos, tendências<br />
e tecnologias, por meio contato com outros povos, quan<strong>do</strong><br />
alguns de seus filhos emigram e retornam, ou coisa similar.<br />
Então, iniciam um novo pensamento, analisan<strong>do</strong> a sua<br />
situação, tiran<strong>do</strong>, finalmente, proveito dela, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong><br />
idéias cristalizadas e paralisantes, reformulan<strong>do</strong> e desenvolven<strong>do</strong><br />
outros mo<strong>do</strong>s de ver a realidade. É possível que<br />
evoluam juntamente com seus pensamentos a seu respeito,<br />
evoluam os méto<strong>do</strong>s de vida de forma nova. Isso só acon-<br />
tece porque a fecundação deu resulta<strong>do</strong> e provocou mudanças.<br />
É dessa forma, lenta, esporádica, circunstancial e<br />
contraditória que a situação humana seria alterada, caso<br />
não lhe fosse dada a orientação celestial.<br />
Vamos analisar o versículo sagra<strong>do</strong>: “Não transcorreu<br />
um perío<strong>do</strong> de tempo, desde que o homem nada era?<br />
Em verdade, criamos o homem, de esperma combina<strong>do</strong>,<br />
para prová-lo, e o <strong>do</strong>tamos de ouvi<strong>do</strong>s e vistas. Em verdade,<br />
assinalamos-lhe uma senda, quer fosse agradeci<strong>do</strong>,<br />
quer fosse ingrato” (Alcorão Sagra<strong>do</strong>, 76:1-3). O trecho<br />
faz referência ao longo perío<strong>do</strong> de estagnação e ignorância<br />
que transcorreu para o homem até que nele despertasse a<br />
centelha da inteligência e sabe<strong>do</strong>ria. O homem é o sustentáculo<br />
da terra. É o legatário de Deus nela. É a criatura mais<br />
honrada por Deus. Se ele foi cita<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> “nada”,<br />
essa descrição revela, em verdade, sua condição original de<br />
fraqueza e de insipidez. O versículo acima cita a origem <strong>do</strong><br />
ser humano e o objetivo da sua criação, bem como a sua<br />
formação natural e o desenvolvimento <strong>do</strong>s seus senti<strong>do</strong>s,<br />
como a visão e a audição. O versículo afirma que foi devi<strong>do</strong><br />
à dádiva de Deus que ele foi <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> destes elementos,<br />
orientan<strong>do</strong>-o para a senda da verdade e para o caminho reto,<br />
oferecen<strong>do</strong>-lhe a oportunidade de viver com conhecimento:<br />
“quer fosse agradeci<strong>do</strong>, quer fosse ingrato”. Portanto, o<br />
homem só pode ser descrito como agradeci<strong>do</strong> ou ingrato a<br />
partir <strong>do</strong> momento em que lhe é oferecida a oportunidade<br />
de adquirir conhecimento.<br />
Daí decorre que o homem deve reconhecer, com humildade,<br />
a orientação divina. Não deve ser engana<strong>do</strong> pela<br />
mente, fazen<strong>do</strong>-o negar a condição de ser limita<strong>do</strong>. A partir<br />
<strong>do</strong> momento em que negam a ação metafísica no mun<strong>do</strong><br />
sensível, os seres humanos caem na armadilha de a<strong>do</strong>tar,<br />
cada um, uma ideologia própria, que muitas vezes extrapola<br />
o limite <strong>do</strong> indivíduo e passa a fundamentar a atitude<br />
das nações. Estas, no momento seguinte, passam a obrigar<br />
as pessoas a a<strong>do</strong>tá-la, pela força ou propaganda. Como<br />
exemplos, citamos as ideologias nazista, fascista, socialista,<br />
comunista, consumista, liberal, capitalista, etc. Todas essas<br />
<strong>do</strong>utrinas são humanas e influenciadas da mesma forma<br />
como o homem é influencia<strong>do</strong>. Seus cria<strong>do</strong>res e aqueles que<br />
as aplicaram – e aplicam – não são anjos, nem santos isentos<br />
de desejos e inclinações mundanas, muitas delas pouco<br />
edificantes ou preocupadas com o bem estar coletivo. Por<br />
isso, nutrem idiossincrasias entre si e conflitam umas com<br />
as outras, necessitan<strong>do</strong> de força para a sua imposição e proteção.<br />
Quan<strong>do</strong> a perdem, elas ruem e permanecem apenas<br />
como lembranças históricas. Se fossem verdadeiras e boas,<br />
teriam permaneci<strong>do</strong> e as pessoas as a<strong>do</strong>tariam voluntariamente:<br />
“A espuma desvanece-se rapidamente: o que beneficia<br />
o homem, porém, permanece na terra” (13:17).<br />
Onde estão estes sistemas humanos perto <strong>do</strong> sistema de<br />
Deus, o Oniouvinte, o Sapientíssimo, isento de defeitos e<br />
de erros, Que olha to<strong>do</strong>s os Seus servos de forma justa, misericordiosa<br />
e em pé de igualdade?<br />
Isto posto, fica claro que apenas a mente humana não é<br />
suficiente, mesmo na época das antigas civilizações e no atu-<br />
Revista Islâmica Evidências -