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do Povo

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A.Viò I— 69<br />

Um grande crime<br />

No <strong>do</strong>mingo, em Condeixa, Antonio<br />

Pita, da Ata<strong>do</strong>inha que namorava uma<br />

irmã de Antonio Esteves <strong>do</strong> logar da<br />

Vallada, encontrou-se com este á sahida<br />

da villa e tonian<strong>do</strong>-se de razões por<br />

causa da opposição que este fazia ao<br />

namoro que elle tinha com a irmã, altercaram,<br />

e, vibran<strong>do</strong>-lhe um profun<strong>do</strong><br />

golpe de choupa no pescoço, cortou lhe a<br />

carótida <strong>do</strong> que lhe resultou a morte em<br />

breve./<br />

Antonio Esteves ainda gritou por<br />

soccorro, accudin<strong>do</strong> varias pessoas que<br />

tinham i<strong>do</strong> á festa <strong>do</strong> Senhor <strong>do</strong>s Passos<br />

e que se retiravam para suas casas. Um<br />

irmão <strong>do</strong> morto, o primeiro a chegar,<br />

foi feri<strong>do</strong> gravemente e morreu já <strong>do</strong>s<br />

ferimentos recebi<strong>do</strong>s ; accudiram vários<br />

outros indivíduos e d'entre estes foram<br />

feri<strong>do</strong>s ligeiramente com a choupa e um<br />

compasso que o assassino tinha na mão,<br />

Francisco da Fonseca, José Girão e José<br />

Nelto.<br />

No meio de grande vozeria, Antonio<br />

Pita poude retirar-se para sua casa d'onde<br />

se evadiu com o auxilio <strong>do</strong> pae.<br />

O administra<strong>do</strong>r ao ter conhecimento<br />

<strong>do</strong> occorri<strong>do</strong> foi com os cabos de policia<br />

para capturar o assassino; porém foi recebi<strong>do</strong><br />

pelo pae da fera, que de carabina<br />

engatilhada, obstou a que a auctoridade<br />

effectuasse a captura, dan<strong>do</strong> assim logar<br />

e tempo á evasão.<br />

Foi requisitada uma força de policia<br />

para se proceder ás diligencias necessárias<br />

para que o malva<strong>do</strong> seja preso e<br />

castiga<strong>do</strong> e o pae receba o premio da<br />

maneira amavel como recebeu em sua<br />

casa o sr. administra<strong>do</strong>r.<br />

O assassino já se apresentou ás auctoridades.<br />

Desastres<br />

No <strong>do</strong>mingo de tarde um carro em<br />

que o sr. Francisco Simões de Castro<br />

ia para Condeixa, para a procissão -<strong>do</strong>s<br />

Passos, quebrou na ponte de Santa Clara,<br />

íican<strong>do</strong> mal feri<strong>do</strong>s os indivíduos que<br />

transportava.<br />

A' noite, á volta de Condeixa, tombaram<br />

<strong>do</strong>is carros, um á sahida de Condeixa<br />

e outro em Valle <strong>do</strong> Inferno.<br />

E isto quan<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> elles i<strong>do</strong> ao Senhor<br />

<strong>do</strong>s Passos ...<br />

Centro constituinte<br />

Parece que os amigos <strong>do</strong> sr. José<br />

Dias Ferreira vão organisar nesta cidade<br />

um centro politico assim denomina<strong>do</strong>.<br />

O fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

Não se assustem.<br />

E' um leilão que está ao fun<strong>do</strong> da praça<br />

<strong>do</strong> Commercio e que manda por essas<br />

ruas um homem gor<strong>do</strong>, encaixa<strong>do</strong> em um<br />

falo estrambótico, annuncian<strong>do</strong> por um<br />

canu<strong>do</strong> enorme um pregão de ensurdecer.<br />

Faz lembrar a tétrica trombeta <strong>do</strong><br />

valle de Josaphat annuncian<strong>do</strong> um Dies irce<br />

tremen<strong>do</strong>. É o Dies irm <strong>do</strong>s negociantes<br />

de Coimbra.<br />

18 Folhetim <strong>do</strong> Defensor <strong>do</strong> <strong>Povo</strong><br />

J. MÉRY<br />

A JUDIA 1 VATICANO<br />

"V<br />

Projecto de casamento<br />

— E o senhor Constantini, disse Memma,<br />

tenciona estabelecer-se em Génova?<br />

— Sim, minha senhora, respondeu<br />

Josué com os olhos baixos, dan<strong>do</strong> voltas<br />

ao seu chapéu; procuro uma loja no<br />

bairro <strong>do</strong> commercio. E' necessário trabalhar,<br />

ganhar o pão, alimentar a familia.<br />

Mas em Génova o governo é ainda<br />

nmito severo para com os pobres Israelitas?.<br />

. .<br />

— Dizia-se em Tuuis, notou Santa-<br />

Scala sorriu<strong>do</strong>, que o sr. Constantini<br />

tinha amontoa<strong>do</strong> alguma fortuna e...<br />

— Oh! senhor! interrompeu Josué,<br />

os homens são assim. Quan<strong>do</strong> veem um<br />

homem que não deve nada a ninguém,<br />

dizem logo que elle é rico... Eu, ao<br />

fim <strong>do</strong> anno, com economia, equilibro a<br />

receita com a despeza ; eis toda a minha<br />

fortuna.<br />

— Afinal, ninguém tem nada com<br />

isso, ajuntou Santa-Scala.<br />

Josué Constantini é um homem hoeslo;<br />

e a probidade é a mais bella ri-<br />

wçmm<br />

Caça defeza<br />

Já foram publica<strong>do</strong>s os oditae? que<br />

estabelecem a defeza da caça.<br />

Aos afama<strong>do</strong>s atira<strong>do</strong>res da Associação<br />

<strong>do</strong>s Ama<strong>do</strong>res da Caça, os nossos<br />

sentimentos por não poderem tão breve<br />

mostrar a sua perícia.<br />

Ao sr. commissario da policia<br />

Pedimos que mande policiar a rua<br />

das Cozinhas onde to<strong>do</strong>s os dias umas<br />

mulheres que a policia conhece bem,<br />

dizem impropérios e obscenidades de tal<br />

fórma que os mora<strong>do</strong>res honestos d'aquella<br />

rua não podem assomar ás janellas ou<br />

sahir á rua sem se sentirem vexadas<br />

pelos ditos de taes megeras.<br />

Movimento commercial<br />

Agio— Premio das libras: 980 rs<br />

ouro uacional, 20;<br />

Prata : graúda, a 1 '/s; miúda a 1.<br />

Generos — Nesta cidade regulam<br />

pelos seguintes preços os generos abaixo<br />

indica<strong>do</strong>s:<br />

Trigo de Celorico graú<strong>do</strong> 370—Dito<br />

tremez.560 — Milho branco 360 —Dito<br />

amarelío 360 —Feijão vermelho 530 —<br />

Dito branco 420—Dito raja<strong>do</strong> 370 —<br />

Dito frade 420 —Centeio 440—Cevada<br />

290 —Grão de bico graú<strong>do</strong> 760 — Dito<br />

meu<strong>do</strong> 720—Favas 420.<br />

Azeite a<br />

Horário postal<br />

Tiragem da correspondência nos marcos<br />

postaes da cidade:<br />

1. a ás 12 horas <strong>do</strong> dia.<br />

2. a ás 2 horas da tarde.<br />

3. a ás 8 e um quarto da tarde.<br />

Nos marcos postaes de Cellas, Estrada<br />

da Beira e Santa Clara: de manhã,<br />

cerca das 7 horas, e de tarde ás 6 horasl<br />

As ultimas tiragens na caixa gera,<br />

<strong>do</strong>s correios elfecluam-se:<br />

Para a linha leste e Beira Baixa ás<br />

6 horas e 5 m. da tarde.<br />

Para o sul ás 9 e 55 m. da n.<br />

Para o norte, Beira Alta e paizes da<br />

Europa ás 12 horas e 30 minutos da<br />

noite.<br />

Obituário<br />

No cemiterio da Conchada enterraram-se,<br />

na semana ultima, os seguintes<br />

cadaveres:<br />

Baul, filho de João Rodrigues Vieira<br />

e Henriqueta da Silva Vieira, de Coimbra,<br />

de 2 mezes. Falleceu de diphteria,<br />

no dia 26.<br />

Anna, filha de Anlonio da' Costa* e<br />

Rita da Costa, de 2 annos. Falleceu de<br />

broncho pneumonia, no dia 27.<br />

José Simões, filho de Manoel Simões<br />

e Maria Pinheira, de Coimbra, de 80<br />

annos. Falleceu de broncho pneumonia,<br />

no dia 1.<br />

Elvira, filha de pae incognito e Mabilia<br />

de Jesus, de Coimbra, de 4 annos.<br />

Falleceu de meningite, no dia 2.<br />

Total <strong>do</strong>s cadaveres enterra<strong>do</strong>s neste<br />

cemitério —16:801.<br />

queza que um pae pode legar a seus<br />

filhos.<br />

— E' o que eu repito, to<strong>do</strong>s os dias<br />

a minha familia, disse Talormi num tom<br />

compenetra<strong>do</strong>.<br />

Um crea<strong>do</strong> que entrou com ares mysteriosos<br />

suspendeu esta conversa. Santa-<br />

Scala, que esperava uma visita annunciada<br />

como muito impoitante, fez-lhe um<br />

signal e despediu-o.<br />

Este signal queria dizer: comprehen<strong>do</strong><br />

e vou já.<br />

Memma, que seguia to<strong>do</strong>s os movimentos<br />

de seu irmão, levantou-se, -e<br />

disse, olhan<strong>do</strong> graciosamente para lo<strong>do</strong>s:<br />

— Se os senhores querem ver o nosso<br />

jardim...<br />

E ao mesmo tempo abriu a porta<br />

envidraçada que dava pafa o jardim.<br />

— Desculpe-me, disse Santa-Scala,<br />

deixo-vos no seu passeio.<br />

Paulo Gréant, que nada tinha dito,<br />

como costumam os namora<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong><br />

ha muita gente em volta da mulher<br />

amada, saiu com vivacidade d» seu cauto<br />

para olíerecer a Memma o seu braço.<br />

Talormi, que não perdia nunca a occasião<br />

de exercer a sua profissão antiga, tomou<br />

ligeiramente Paulo Gréant, fez-lhe dar<br />

uma meia volta, pôl-o ao pé de Santa-<br />

Scala e escamoleou-lhe o braço de Memma.<br />

Santa-Scala, que percebeu bem a<br />

intenção de Paulo Gréant, tomou-o affectuosamcule<br />

pela mão-, fez signal a Gedeão<br />

O UUFKINiOR DO JPOVO<br />

Gamara Municipal de Coimbra<br />

Sessão o r. LlIZ<br />

3. a SERIE DE ESPECTÁCULOS<br />

Brevemente virá a esta cidade dar<br />

quatro recitas a Companhia <strong>do</strong> Theatro<br />

Príncipe Real <strong>do</strong> Porto, com o seguinte<br />

reportorio :<br />

O Solar <strong>do</strong>s Barrigas<br />

O Mela Azul<br />

O Homem da itomba<br />

e outra peça que será escolhida <strong>do</strong> reportorio<br />

da companhia á vontade da<br />

maioria <strong>do</strong>s assignantes.<br />

Quem quizer aproveitar-se <strong>do</strong>s poucos<br />

bilhetes que ainda restam pôde procurar<br />

na Casa Havaneza, Nova Havaneza,<br />

Paula e Silva e Escriptorio <strong>do</strong><br />

Theatro.<br />

Os preços são os mesmos das outras<br />

recitas.<br />

Os srs. assignantes de cadeiras e<br />

superiores podem vir marcar os seus logares,<br />

to<strong>do</strong>s os dias das 11 da manhã<br />

ás 3 da tarde.<br />

— Abracemo-nos, meu caro Santa-<br />

Scala, meu caro irmão.<br />

-—Sim, Van Ritter, é verdadeiramente<br />

o nome que eu quero dar-lbe, meu<br />

caro irmão...<br />

— Oh! interrompeu o marinheiro,<br />

não ha outro, parece-ine, visto eu casar<br />

com sua irmã.<br />

— O que?... casa com minha irmã?...<br />

disse Santa-Scala estupefacto,<br />

abrin<strong>do</strong> muilo os olhos.<br />

— Como! como! murmurou Van-<br />

Ritter com o olhar lixo e aturdi<strong>do</strong>, então<br />

não foi islo (pie inda agora comprehendeu?<br />

— Nao I<br />

— Então que comprehendeu ?<br />

— Meu caro Van Ritter, desculpe-me.<br />

Sei que to<strong>do</strong>s os seus pensamentos se<br />

fixam no seu navio, e julguei que vinha<br />

pedir a minha opinião para tomar a seu<br />

bor<strong>do</strong> os marinheiros <strong>do</strong> nosso pobre<br />

navio naufraga<strong>do</strong>.<br />

— Uma coisa não impede a outra,<br />

meu caro Santa-Scala; a sua ideia é boa,<br />

mas a minha é melhor; que diz a ella ?<br />

Aqui está um pedi<strong>do</strong> de casamento<br />

feito d um mo<strong>do</strong> bem extraordinário...<br />

Muito bera I vejamos, que pensa <strong>do</strong> meu<br />

pedi<strong>do</strong>?... Porventura não somos já irmãos,<br />

agora ?<br />

Impi-es-io n;i Typographia<br />

Operaria — Largo da Freiria u.<<br />

i4, proximo á rua <strong>do</strong>s Sapateiros,—.<br />

ÇoiMBBA,

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