17.04.2013 Visualizações

O caduceu no logótipo da Marques de Castilho A Escola ...

O caduceu no logótipo da Marques de Castilho A Escola ...

O caduceu no logótipo da Marques de Castilho A Escola ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!

Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.

O <strong>caduceu</strong> <strong>no</strong> <strong>logótipo</strong> <strong>da</strong> <strong>Marques</strong> <strong>de</strong> <strong>Castilho</strong><br />

A <strong>Escola</strong> Secundária <strong>Marques</strong> <strong>de</strong> <strong>Castilho</strong> tem três ban<strong>de</strong>iras: uma bor<strong>da</strong><strong>da</strong>,<br />

uma pinta<strong>da</strong> e outra...hasteável. A primeira é uma relíquia, pesa<strong>da</strong> <strong>de</strong> a<strong>no</strong>s e<br />

preciosa <strong>no</strong> seu primoroso bor<strong>da</strong>do — está encaixilha<strong>da</strong>, exposta (<strong>no</strong> átrio do<br />

estabelecimento). A segun<strong>da</strong>, com insígnias pinta<strong>da</strong>s sobre pa<strong>no</strong>, nasceu <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver um símbolo funcional <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> — que pu<strong>de</strong>sse<br />

<strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente ser exibido, exposto e, assim, pelo seu valor <strong>de</strong>corativo, artístico<br />

e símbólico, e<strong>no</strong>brecer, tornar mais solenes as sessões públicas que — por<br />

tradição ou pela formali<strong>da</strong><strong>de</strong> duma circunstância — a instituição promove,<br />

organiza, acolhe. A terceira, que se distingue <strong>da</strong>s anteriores pelas insígnias e<br />

pela forma como estão grava<strong>da</strong>s, é entretanto a única resistente à acção do sol,<br />

do vento e <strong>da</strong> chuva — é, por isso, a que vemos hastea<strong>da</strong>, <strong>no</strong>s momentos que a<br />

<strong>Escola</strong> disso consi<strong>de</strong>ra dig<strong>no</strong>s.<br />

Bizarramente ou não, a <strong>Escola</strong> Secundária <strong>Marques</strong> <strong>de</strong> <strong>Castilho</strong> tem três<br />

ban<strong>de</strong>iras.<br />

Será que to<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>rão, qualquer uma po<strong>de</strong>rá servir <strong>de</strong> distintivo e <strong>de</strong><br />

símbolo <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa <strong>Escola</strong>? Quais são as insígnias <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma, qual o seu valor,<br />

qual a sua história? Que mística? Quantas místicas?<br />

A ban<strong>de</strong>ira mais antiga, <strong>de</strong> que não se conhece com rigor a i<strong>da</strong><strong>de</strong> nem a<br />

autoria, é fun<strong>da</strong><strong>da</strong> sobre azul e vermelho, as cores do Comércio e <strong>da</strong> Indústria; e<br />

apresenta como insígnias um <strong>caduceu</strong>, umas asas, um compasso e um<br />

esquadro — que são símbolos do Comércio (os primeiros) e <strong>da</strong> Indústria (os dois<br />

últimos): porque se tratava duma <strong>Escola</strong> Industrial e Comercial, como foi cria<strong>da</strong><br />

em 29 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1927.<br />

O <strong>caduceu</strong> é aquele bastão em que se enrola, em espiral, uma cobra (às<br />

vezes duas, em espirais opostas), e que é encimado por um capacete alado 1 .<br />

1 . Há poucos a<strong>no</strong>s ain<strong>da</strong>, crendo que era urgente e indispensável (que estava na hora <strong>de</strong>) encontrar um<br />

<strong>no</strong>vo <strong>logótipo</strong> para a <strong>Escola</strong>, chegou a abrir-se o correspon<strong>de</strong>nte concurso ou a pedir a generosa e inspira<strong>da</strong><br />

colaboração <strong>de</strong> professores e alu<strong>no</strong>s, particularmente dos <strong>da</strong>s Artes. E por esses tempos, concor<strong>da</strong>ndo-se que<br />

o que convinha era uma coisa <strong>no</strong>va, mo<strong>de</strong>rna, estiliza<strong>da</strong>, mas tendo alguma cautela — não se <strong>de</strong>itasse fora o<br />

bebé juntamente com a água do banho... —, perguntava-se o que significaria ali a tal insígnia, que teria a


Ora bem, pois esse, sendo o símbolo <strong>da</strong> Medicina — como o vemos<br />

representado em muitos receituários médicos, em vinhetas, como <strong>logótipo</strong> <strong>de</strong><br />

hospitais, clínicas, facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina, farmácias —, é igualmente símbolo<br />

do Comércio. O que explica que a Associação Brasileira <strong>de</strong> Contabilistas (e a<br />

sua congénere portuguesa), perfeita sabedora <strong>da</strong> estreita relação entre Comércio<br />

e Contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Comercial, tenha adoptado (o <strong>de</strong>us) Mercúrio/Hermes como seu<br />

patro<strong>no</strong> — e o respectivo <strong>caduceu</strong> como insígnia. Ora on<strong>de</strong> e como é que<br />

Mercúrio (a que os gregos chamavam Hermes) arranjou este bastão, que parece<br />

representar o po<strong>de</strong>r? Deu-lho o <strong>de</strong>us Apolo. Assim sem mais nem quê? Não. É<br />

que esse Mercúrio, filho <strong>de</strong> Júpiter e mensageiro dos <strong>de</strong>uses, conhecido pela sua<br />

agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z, <strong>no</strong> que era aju<strong>da</strong>do pelas asas que tinha <strong>no</strong>s pés (e na<br />

cabeça e nas mãos), inventou dois instrumentos musicais que foram<br />

apreciadíssimos naquele tempo: a lira <strong>de</strong> sete cor<strong>da</strong>s e a flauta. E teve a<br />

amabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> os oferecer ao <strong>de</strong>us <strong>da</strong> música e <strong>da</strong>s artes, o tal Apolo. Este, <strong>de</strong><br />

tão feliz que ficou, quis recompensar o generoso e genial inventor e premiou-o,<br />

por isso, com aquele seu singular bastão. Pelas suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pelo po<strong>de</strong>r<br />

que assim ganhava e pela confiança que nele <strong>de</strong>positavam os <strong>de</strong>uses, Mercúrio<br />

veio a ter a incumbência <strong>de</strong> proteger, entre muitas outras coisas, o comércio. E<br />

foi mesmo aju<strong>da</strong>do por Ha<strong>de</strong>s, o <strong>de</strong>us dos infer<strong>no</strong>s, que lhe emprestou o<br />

capacete que lhe permitiria passar por on<strong>de</strong> queria, sobretudo em sítios<br />

arriscados, tornando-se invisível. A esta luz percebe-se melhor a existência do<br />

<strong>caduceu</strong>, do capacete e <strong>da</strong>s asas <strong>no</strong> <strong>logótipo</strong> <strong>da</strong> <strong>Marques</strong>.<br />

Deste olhar sobre a ban<strong>de</strong>ira encaixilha<strong>da</strong>, <strong>de</strong>duzimos que quem a concebeu,<br />

atribuindo-lhe tais insígnias, dispondo-as como hoje <strong>no</strong>s aparecem, era pessoa<br />

conhecedora. Da mitologia. E do traço. Po<strong>de</strong> muito bem ter sido o arqº José<br />

Maria Pinto <strong>de</strong> Vasconcelos, que foi professor <strong>de</strong> Desenho Mecânico e <strong>de</strong><br />

Construção Arquitectónica <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> Industrial e Comercial <strong>de</strong> Águe<strong>da</strong>, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong><br />

Dezembro <strong>de</strong> 1928 até 30 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1931. E seu director <strong>de</strong> 1939 a 1946...<br />

Professor Eleutério Santos<br />

<strong>Escola</strong> a ver com a Medicina e a Farmácia... E aquelas asas que pareciam <strong>da</strong> Aviação... E o esquadro e o<br />

compasso, louvado seja Deus, mas se não eram <strong>de</strong> inspiração maçónica...<br />

Felizmente — é a minha opinião e sentimento — o <strong>logótipo</strong> alternativo, apesar <strong>de</strong> respeitar todos os requisitos<br />

encomen<strong>da</strong>dos e <strong>de</strong> ser bastante bem conseguido, não colheu.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!