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a xilogravura expressiva entre a luz e a sombra, o pessimismo

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mas não poderia querer exigir nada. Porém o leão não “pode” querer inventar valores,<br />

mas poderia criar uma nova emancipação desses valores coletivos, e enfim criar novas<br />

estimas para a vida. Desta forma o homem se torna incapaz de tomar a frente de sua<br />

própria vida, e é regido por doutrinas que se impõem como voz superior. Essa<br />

incapacidade vem pelo medo da solidão, e com essa ideia, o ser incide a seguir um<br />

grupo.<br />

“‘Tu deves’, assim se chama o grande dragão; mas o espírito do leão diz: ‘Eu<br />

quero’. O ‘Tu deves’ está postado no seu caminho, como animal escamoso de áureo<br />

fulgor; e em cada uma de suas escamas brilha em douradas letras: ‘Tu deves’.<br />

Todos os valores já foram criados, e eu sou todos os valores criados. Para o futuro<br />

não deve existir o “eu quero!” Assim falou o dragão... criar valores novos é coisa<br />

que o leão ainda não pode; mas criar uma liberdade para a nova criação, isso<br />

pode-o o poder do leão.” 4<br />

Quando eu desafio o tema solidão em algumas das minhas gravuras, tratasse de<br />

uma questão de vida ou morte e destino coletivo. Essas imagens que produzo não dizem<br />

respeito diretamente a fatores que ficam explícitos ao sugestivo niilismo em contraponto<br />

à contrariedade dos grupos de comunicação.<br />

O engano que o homem constrói diante do grupo regente, desmorona sobre ele<br />

quando ele se percebe aprisionado. E a solidão que está presente até mesmo no seu fim,<br />

traz a ele uma percepção do princípio do seu interior contemplativo. Assim essas<br />

reflexões são relações que o sujeito, junto ao seu consciente, começa a sentir quando a<br />

existência é apenas fazer parte de um grupo.<br />

E assim parto das emoções mais tangíveis, para a criação das minhas<br />

<strong>xilogravura</strong>s. Em hora sonhos que antecedem um fim, hora o fim que já ocorreu e o<br />

isolamento que perpetua no seu consciente. Esse fim que cito permanece na deriva do<br />

desconhecido, quando coexiste com a própria vida, assim permanecendo indecifrável<br />

seu destino, mas sendo ele continuamente solitário.<br />

4 NIETZCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. editora Martin Claret,2004, p.36<br />

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