Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ROGÉRIO LOPES VIEITES/UNESP BOTUCATU/SP<br />
AGROINDÚSTRIA<br />
TENDÊNCIA<br />
MUNDIAL<br />
As frutas minimamente processadas começam a fazer parte<br />
do cotidiano nacional, principalmente dos grandes centros<br />
urbanos, e têm condições técnicas necessárias para desenvolver<br />
e ampliar o segmento.<br />
Beth Pereira<br />
A mudança nos hábitos, ocorrida nos últimos<br />
anos, está abrindo espaço para o consumo de alimentos<br />
frescos, dentro do conceito de produtos<br />
saudáveis. Neste cenário, surge um novo nicho para<br />
a comercialização de frutas minimamente processadas<br />
(fresh cut), prontas para consumo. Os Estados<br />
Unidos são o maior consumidor de frutas minimamente<br />
processadas, com venda anual destes itens<br />
na faixa de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões, segundo<br />
a International Fresh-Cut Produce Association<br />
(IFPA - http://www.fresh-cuts.org/fcf.html). No Brasil,<br />
ainda não há estatísticas oficiais, porém, quando<br />
se fala em tecnologia, o País não fica atrás de nenhum<br />
outro nesse segmento. “Temos pesquisadores<br />
qualificados, técnicas apropriadas, laboratórios<br />
bem montados e todas as condições necessárias para<br />
Kiwi, manga, melão, melancia estão entre as frutas<br />
indicadas para processamento mínimo.<br />
desenvolver esses produtos”, afirma o pesquisador<br />
Murillo Freire Junior, da Embrapa Agroindústria de<br />
Alimentos, de Guaratiba/RJ, que esteve em<br />
Montpellier, na França, em 2004, fazendo seu pósdoutorado<br />
em manga pré-cortada, embalada com<br />
revestimentos comestíveis.<br />
O professor José Fernando Durigan, do Departamento<br />
de Tecnologia da Unesp, campus de<br />
Jaboticabal/SP, considera que o potencial de venda<br />
de frutas minimamente processadas é grande no<br />
País, embora o consumo seja relativamente novo.<br />
“Seja em residências, em restaurantes ou em locais<br />
de refeições coletivas, essa tecnologia oferece<br />
praticidade por causa da economia de tempo e de<br />
trabalho”, diz. Durigan cita pesquisa do Instituto Nielsen,<br />
segundo a qual, desde 1996, o consumo desse tipo de<br />
produto tem aumentado 80% ao ano.<br />
Porém, ele aponta um desafio: a falta<br />
de conhecimento sobre o comportamento<br />
fisiológico, químico e<br />
bioquímico do produto. Um dos problemas,<br />
explica, é a curta vida útil desses<br />
produtos, de 3 a 4 dias.<br />
De acordo com o professor, o<br />
processamento mínimo de frutas<br />
tem contribuído para a diversificação<br />
das indústrias regionais, reduzindo<br />
as perdas pós-colheita, melhorando<br />
o manejo de resíduos dentro<br />
da propriedade, facilitando o<br />
27