Visualizar - Grupo Cultivar
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Matéria de capa<br />
Test Drive Yanmar 1155-4 18<br />
Veja como se comportou o trator fruteiro 1155-4 da<br />
Yanmar, que testamos puxando<br />
diversos implementos nos<br />
terrenos acidentados da<br />
Serra Gaúcha<br />
Destaques<br />
• Editor<br />
Gilvan Quevedo<br />
• Redação<br />
Charles Echer<br />
Lisandra Reis<br />
• Revisão<br />
Aline Partzsch de Almeida<br />
• Design Gráfico e Diagramação<br />
Cristiano Ceia<br />
• Comercial<br />
Pedro Batistin<br />
Sedeli Feijó<br />
<strong>Cultivar</strong> Máquinas • Edição Nº 96 • Ano IX - Maio 2010 • ISSN - 1676-0158<br />
Irrigação autopropelida<br />
Entenda como funcionam os sistemas<br />
de irrigação autopropelidos e quais as<br />
suas aplicações<br />
14<br />
• Circulação<br />
Simone Lopes<br />
Alessandra Willrich Nussbaum<br />
• Expedição<br />
Dianferson Alves<br />
Edson Krause<br />
• Impressão:<br />
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.<br />
NOSSOS TELEFONES: (53)<br />
• GERAL<br />
3028.2000<br />
• ASSINATURAS<br />
3028.2070<br />
• REDAÇÃO<br />
3028.2060<br />
• MARKETING<br />
3028.2065<br />
Potência de motores<br />
Conheça os diferentes tipos de<br />
avaliação para medir<br />
a potência dos motores<br />
26<br />
C<br />
<strong>Cultivar</strong><br />
<strong>Grupo</strong> <strong>Cultivar</strong> de Publicações Ltda.<br />
www.revistacultivar.com.br<br />
Direção<br />
Newton Peter<br />
www.revistacultivar.com.br<br />
cultivar@revistacultivar.com.br<br />
CNPJ : 02783227/0001-86<br />
Insc. Est. 093/0309480<br />
Índice<br />
Rodando por aí<br />
Perdas em colheita de milho<br />
Armazenagem<br />
Ficha Técnica - Agrimec<br />
Irrigação por autopropelido<br />
Test Drive - Yanmar 1155-4<br />
Ficha Técnica - John Deere<br />
Potência de tratores<br />
Agrishow 2010<br />
Comparativo MF 9690<br />
Nossa capa<br />
Coluna Estatística Máquinas<br />
Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90<br />
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)<br />
Números atrasados: R$ 15,00<br />
Assinatura Internacional:<br />
US$ 130,00<br />
EUROS 110,00<br />
Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas<br />
pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem<br />
solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br<br />
Os artigos em <strong>Cultivar</strong> não representam nenhum consenso. Não esperamos que<br />
todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos<br />
irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram<br />
selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer<br />
mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que<br />
o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos.<br />
Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de<br />
divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.<br />
04<br />
06<br />
09<br />
12<br />
14<br />
18<br />
23<br />
26<br />
30<br />
36<br />
38<br />
Capa: Charles Echer
04<br />
rodANdo por AÍ<br />
Brasil<br />
Aaron Wetzel, vice-presidente da John Deere para a América Latina,<br />
destacou a importância do Brasil para a empresa, em sua visita à<br />
Agrishow 2010. “Estamos lançando produtos aqui que ainda não foram<br />
comercializados no hemisfério Norte”, garante. Para Paulo Herrmann,<br />
diretor de Marketing da John Deere, o Brasil é visto atualmente como<br />
um dos principais mercados agrícolas do mundo.<br />
Nova linha<br />
O lançamento da nova série de tratores 4200 encheu de otimismo o time da<br />
Massey Ferguson. Para Carlito Eckert, diretor comercial da Massey, com o<br />
cenário positivo no setor de grãos e previsão de crescimento de 10% no setor<br />
de tratores, será uma alavanca nas vendas da nova série, que chega cheia de<br />
melhorias em comparação com a substituída Série 200. Para Fábio Piltcher,<br />
diretor de Marketing da Massey, a nova série ajudará a ampliar a participação da<br />
empresa nas vendas pelos programas financiamento de máquinas agrícolas.<br />
Fábio Piltcher e Carlito Eckert<br />
Sucesso<br />
O diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi, definiu como sucesso as vendas<br />
da Série A lançada no Brasil em 2009. O mesmo entusiasmo está presente em<br />
relação à Série BT lançada durante a Agrishow. Segundo o diretor de Marketing,<br />
Jack Torreta, apesar de toda a tecnologia embarcada que a série apresenta, os<br />
tratores são extremamente simples de operar e irão conquistar os produtores.<br />
Jack Torreta e Paulo Beraldi<br />
Equipe<br />
Flávia de Andrade, diretora da AGR, coordenou durante a Agrishow a<br />
equipe da empresa, que distribui os produtos Raven no Brasil. O sistema<br />
de agricultura de precisão Slingshot, para monitoramento de frota, e o<br />
sistema de injeção direta de insumos líquidos, SCS Side Nick, foram<br />
as novidades apresentadas pela marca no evento.<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
Odilo Pedro Marion<br />
Inovação<br />
Odilo Pedro Marion, diretor-presidente da Agrimec,<br />
destacou durante a Agrishow a aposta da empresa<br />
na inovação, com produtos como o Multicultivador<br />
e Pulverizador Canavieiro Sob Palha e o Cultivador<br />
Quebra-Lombo Rotativo com Aplicador de Herbicida,<br />
que agregam várias operações em um mesmo<br />
implemento. “Hoje se busca eficiência, economia<br />
e produtividade. Ser eficiente no rendimento e<br />
eficaz no resultado. A preocupação do agronegócio<br />
atualmente é com o custo, já que o agricultor não<br />
manda no preço e precisa ganhar na redução de<br />
custo. Essa é a ideia central da minha atividade<br />
como fabricante de máquinas.”<br />
Novos rumos<br />
Edmilson Tumoli é o novo gerente<br />
comercial da Santal. Com 30<br />
anos de experiência no mercado de<br />
cana-de-açúcar, chega para reforçar<br />
a equipe da empresa, especializada<br />
no fornecimento de colheitadeiras<br />
canavieiras. Edmilson Tumoli<br />
Gislene Pessin<br />
Soluções<br />
A Auteq exibiu na Agrishow<br />
2010 soluções para gestão de frota<br />
e monitoramento em plantio.<br />
Os principais destaques foram o<br />
computador de bordo CBA3100<br />
e o monitor MPA2500. Foi a<br />
primeira vez que a John Deere e a<br />
Auteq apresentaram seus equipamentos<br />
de forma conjunta, após<br />
a formalização da joint-venture<br />
entre ambas.<br />
Sue Otten<br />
Direcionais e de tração<br />
Eduardo Gualberto, gerente de<br />
Marketing da Goodyear Pneus,<br />
apresentou na Agrishow lançamentos<br />
como os pneus G677<br />
MSD, para aplicação no serviço<br />
misto em eixos de tração, e G686<br />
MSS, para serviço misto em eixos<br />
direcionais e livres.<br />
Pulverização<br />
Gislene Pessin, especialista em Marketing<br />
de Produto de Pulverização<br />
da John Deere, destacou na Agrishow<br />
o lançamento do Pulverizador 4630,<br />
com motor de 165 cavalos, reserva de<br />
potência de 5% e tanque de solução<br />
com capacidade para 2.270 litros,<br />
próprio para aplicações em culturas<br />
de grãos e algodão.<br />
Orlando Magri e Rodrigo Villella<br />
Visita<br />
Sue Otten, diretora corporativa de<br />
Marketing e Comunicação Mundial<br />
do <strong>Grupo</strong> AGCO, visitou a edição<br />
2010 da Agrishow, em Ribeirão Preto,<br />
São Paulo. Baseada na Geórgia, Estados<br />
Unidos, a executiva aproveitou<br />
para conferir as novidades apresentadas<br />
no Brasil pelas empresas que<br />
integram o grupo.<br />
Eduardo Gualberto
Precisão<br />
A Agrosystem destacou na Agrishow o RDS Ceres 8000i. Adaptável em<br />
qualquer colhedora, o Ceres 8000i, oferece precisão na coleta de dados,<br />
como rendimento, velocidade, teor de umidade dos grãos, peso e gravação<br />
instantânea de rendimento para fins de mapeamento.<br />
Aplicação<br />
A KO Máquinas Agrícolas, há 43 anos no mercado, apostou na Agrishow<br />
para implementar a linha de produtos com a KO 600 Pecuária, desenvolvida<br />
para aplicações de herbicidas em pastagens, Speed Jet Cerrado,<br />
ideal para a pulverização completa de cafezais, e KO 2000 Seringueira,<br />
indicada para aplicação em seringais com árvores de até 12 metros de<br />
altura. Segundo o diretor-presidente da empresa, Ronaldo Nogueira da<br />
Cruz, a empresa se diferencia no setor pelo custo-benefício da tecnologia<br />
oferecida. “Temos equipamentos de qualidade reconhecida mundialmente,<br />
por um preço acessível para o pequeno e médio produtor”, afirma.<br />
Turboatomizadores<br />
Uma das novidades da Jacto na<br />
Agrishow foi o pulverizador atomizador<br />
Arbus 2000/4000 . José Tonon<br />
Junior, gerente de Produtos Turboatomizadores<br />
da empresa, lembrou<br />
que o equipamento foi desenvolvido<br />
para atender à grande demanda no<br />
segmento de árvores frutíferas, como<br />
José Tonon Junior citros, manga e caqui.<br />
Linha completa<br />
Pedro Cazado Filho, diretor comercial da Agritech,<br />
e equipe de concessionárias e revendas de São<br />
Paulo e do sul de Minas Gerais participaram da<br />
Agrishow. Mostraram aos visitantes a mais completa<br />
linha de microtratores e tratores de até 75cv<br />
desenvolvidos especialmente para atender às<br />
necessidades da agricultura familiar. A Agrishow<br />
2010 marcou a consolidação dos programas governamentais<br />
de incentivo à mecanização, como<br />
o Pró-Trator, criado pelo Governo do Estado de<br />
São Paulo, e o Mais Alimentos, que passou a ser<br />
uma política pública permanente. A Agritech<br />
ofertou 15 máquinas para demonstrar aos visitantes<br />
como preparar o solo, fazer canteiros,<br />
pulverizar, plantar, entre outras aplicações.<br />
Pedro Cazado Filho<br />
Familiar<br />
A Tramontini, fabricante de máquinas<br />
agrícolas voltadas, principalmente,<br />
para a agricultura familiar, expôs<br />
na Agrishow a linha de tratores de<br />
32cv e 50cv, financiáveis pelo programa<br />
Mais Alimentos. Docelino<br />
Santos, que acaba de ingressar na<br />
empresa, participou pela primeira<br />
vez do evento como gerente comercial<br />
da Tramontini.<br />
Docelino Santos<br />
Extragrande<br />
Anderson Jacon, gerente de Vendas, e Eduardo Luiz Placca, assistente de<br />
Marketing, ambos da Trelleborg, apresentaram na Agrishow o lançamento<br />
do pneu extragrande TM900 Hig Power, recomendado para máquinas com<br />
alta potência, como tratores com motorização acima de 180 cavalos.<br />
Anderson Jacon e Eduardo Luiz Placca<br />
Multiuso<br />
Filipe Oliveira, gerente de Marketing, e Rinaldo Lorenzoni, gerente de Vendas,<br />
ambos da Santiago e Cintra, destacaram na Agrishow o Ag 500 EZ-2010 com<br />
sistema de aplicação à taxa variável (sólido e líquido) via GPS, com abertura<br />
automática de seção, para pulverizador, plantadeira e distribuidor.<br />
Filipe Oliveira e Rinaldo Lorenzoni<br />
Eixos<br />
A ZF do Brasil, presente no país desde<br />
1958, apresentou aos visitantes da<br />
Agrishow os modelos de eixos da família<br />
AS-3000, transmissões e redutores<br />
para colheitadeiras e transmissões<br />
sincronizadas para tratores. Silvio<br />
Furtado, gerente de Vendas, e Ricardo<br />
Zentner Junior, gerente de Marketing,<br />
dos modelos AS-3000, destacaram o<br />
eixo dianteiro AS-3065, com bitola<br />
estendida, desenvolvido especificamente<br />
para a aplicação canavieira. Silvio Furtado e Ricardo Zentner<br />
GeoCrop<br />
Tiziano Ferrari, Paolo Bertani e Miguel Tale, da Geoline, apresentaram,<br />
durante a Agrishow, o GeoCrop, equipamento que elimina os cabos elétricos<br />
de ligação entre a cabine e o atomizador, possui controle remoto leve,<br />
compacto e fácil de usar, receptor modular e de rápida instalação.<br />
Paolo Bertani, Tiziano Ferrari e Miguel Tale<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 05
06<br />
ColhEdorAS<br />
Onde se perde<br />
Na maioria das vezes a máquina leva a culpa pelas perdas que ocorrem<br />
na hora da colheita. No entanto, muito mais fatores do que simplesmente<br />
operador e colhedora devem ser levados em conta, como uniformidade da<br />
altura de plantas e condições topográficas da lavoura<br />
Muitas vezes ao se deparar com<br />
problemas de desempenho de<br />
colhedoras de grãos, principalmente<br />
devido a perdas significativas no<br />
campo, é comum deduzir que estas perdas<br />
são causadas por desgaste ou problemas de<br />
regulagem nos componentes da máquina.<br />
Mas nem sempre perdas de grãos na colheita<br />
podem estar associadas apenas a problemas<br />
de desempenho mecânico, deve-se lembrar<br />
que a relação máquina-solo-planta é existente<br />
e que a má adaptação da colhedora para com<br />
as variáveis de porte da cultura pode levar a<br />
perdas no campo.<br />
Na colheita é preciso ficar atento para fatores<br />
como uniformidade da altura da inserção<br />
de espiga, acamamento de plantas, teor de água<br />
dos grãos, distribuição de plantas na linha e<br />
vários outros. Portanto, antes da colheita, é ideal<br />
que ocorra uma boa verificação das condições<br />
presentes no campo, para realizar as regulagens<br />
que tornem a colhedora adaptada para tais<br />
condições de forma a reduzir ao máximo as<br />
perdas.<br />
No caso da colheita de milho, uma das<br />
variáveis que se deve ter bastante atenção como<br />
exemplo é o teor de água nos grãos. Quando o<br />
teor de água dos grãos cai para 24%, já é possível<br />
a colheita, porém, com este nível de água, os<br />
grãos ainda se encontram muito aderidos na<br />
espiga, dificultando a debulha, desta maneira a<br />
rotação do cilindro trilhador deve de ser elevada.<br />
Quando o teor de água do milho decresce para<br />
13% ou menos, pouca energia é necessária para<br />
remover os grãos da espiga, portanto, um nível<br />
baixo de rotação do cilindro será suficiente para<br />
debulhar. Deve-se atentar também ao fato de<br />
que alta rotação para debulhar espigas com<br />
baixo teor de água pode levar à ocorrência de<br />
danos físicos e à quebra nos grãos.<br />
Atentando-se ao fato de que os parâmetros<br />
inerentes ao porte da cultura e às condições<br />
de campo podem influenciar nas perdas de<br />
colheita, este trabalho teve objetivo de mapear<br />
a variabilidade espacial de perdas de grãos e de<br />
parâmetros presentes na cultura de milho que<br />
podem influenciar na colheita (altura de inserção<br />
de espigas, diâmetro de colmos, quantidade<br />
de plantas por metro de linha e teor de água dos<br />
grãos), desta forma comparando-se os mapas de<br />
perdas com os mapas das variáveis de campo,<br />
na busca de possíveis relações entre as mesmas,<br />
determinando-se qual variável, quanto e como<br />
ela pode influenciar nas perdas.<br />
Um trabalho com o objetivo de avaliar<br />
estas perdas foi realizado na Fazenda Experimental<br />
de Ensino e Pesquisa (Feep) da Unesp<br />
Jaboticabal (SP) em área do Laboratório de<br />
Máquinas e Mecanização Agrícola (Lamma),<br />
do departamento de Engenharia Rural da Instituição.<br />
Foi semeado milho, em 0,8ha no início<br />
de 2008, sendo já considerada época de milho<br />
safrinha para região. Tomando-se os cuidados<br />
necessários com pragas e doenças e fazendo as<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
adubações corretas de acordo com a análise de<br />
solos, foi atingida uma produtividade média de<br />
6,8 toneladas por hectare (113 sacas).<br />
Na área foram selecionadas 30 regiões de<br />
amostragem espaçadas em 20 metros entre<br />
elas, de forma a se ter uma malha de regiões<br />
de amostra. Todos os dados e amostras das<br />
variáveis do experimento foram coletados nestas<br />
regiões, desde as leituras de porte da cultura,<br />
até amostras de perdas de colheita, conforme<br />
esquematizado na Figura 1.<br />
Após a realização da colheita, os dados foram<br />
tabulados de forma regionalizada, ou seja,<br />
cada dado foi composto por três valores; dois<br />
valores de coordenadas e um valor da própria<br />
variável estudada.<br />
Estes dados compostos por três valores<br />
foram processados em softwares de geoestatística.<br />
Inicialmente nestes softwares foram feitas<br />
análises para verificar se as variáveis apresentam<br />
realmente dependência e distribuição espacial<br />
coerente. A análise geoestatística permite<br />
estimar valores das variáveis em regiões não<br />
amostradas, portanto, com poucos pontos de<br />
amostragem bem distribuídos numa área é possível<br />
se obter um mapa da distribuição destas na<br />
área total. Porém, a confiabilidade destes mapas<br />
depende se a variável em questão apresenta<br />
dependência espacial, ou seja, sua variabilidade<br />
está associada com a posição que esta se encontra.<br />
Após feita a verificação de dependência<br />
espacial, as variáveis que apresentaram índice<br />
John Deere
médio ou forte de dependência espacial e foram<br />
aprovadas em outras análises de confiabilidade,<br />
poderão ser processadas para gerarem os mapas<br />
de distribuição espacial.<br />
Nesta fase do trabalho, foram gerados<br />
mapas das seguintes variáveis:<br />
Perdas de colheita - Que foram subdivididas<br />
em perdas na plataforma de corte, “perdas de<br />
plataforma” e perdas decorrentes dos processos<br />
de trilha, separação e limpeza da colhedora,<br />
chamadas de “perdas na máquina”.<br />
Variáveis relacionadas à cultura que possam<br />
influenciar nas perdas, “variáveis causadoras”:<br />
teor de água nos grãos no momento da colheita,<br />
altura de inserção de espigas, quantidade<br />
de plantas por metro de linha e diâmetro de<br />
colmos.<br />
Depois de gerados, os mapas de cada variável<br />
foram comparados entre si, buscando-se<br />
manchas de eventos que estavam ocorrendo<br />
no mesmo local ou próximo, em variáveis diferentes,<br />
verificando se os parâmetros do campo<br />
estavam influenciando nas perdas de colheita<br />
(Figura 2).<br />
RESULTADOS ENCONTRADOS<br />
Nas Figuras 3, 4 e 5 são apresentados<br />
alguns exemplos dos resultados encontrados<br />
neste trabalho, onde a variabilidade das perdas<br />
em determinado local está associada a uma<br />
possível variável causadora que estava neste<br />
mesmo local. Nestas figuras, são apresentadas<br />
algumas das faixas por onde a colhedora passou,<br />
Figura 1 - Metodologia do trabalho<br />
medindo 3,60 x 100,00 metros. Conforme<br />
apresentado na legenda, a coloração dos mapas<br />
segue padrões determinados por estudos e<br />
revisão de literatura para cada variável.
Case IH<br />
Figura 2 - Comparação dos mapas de perdas com os mapas das possíveis variáveis causadoras, que ocorreram<br />
na faixa de colheita<br />
PERDAS NA PLATAFORMA DE CORTE<br />
Em vários mapas gerados, foram observadas<br />
maiores perdas na plataforma em<br />
locais onde se encontravam plantas com menores<br />
alturas de inserção de espiga e maiores<br />
ou menores diâmetros, como exemplo das<br />
Figuras 2 e 3.<br />
Diâmetros elevados de colmos geram<br />
maior resistência no corte, podendo ser<br />
apenas triturados, tombando a planta<br />
para frente, perdendo-se a espiga na colheita.<br />
Diâmetros de colmos finos podem<br />
ocasionar efeito semelhante pelo fato de a<br />
08<br />
Faixa de Colheita<br />
Variável<br />
Perdas de grãos na colheita (%)<br />
Teor de água nos grãos (%)<br />
Densidade de plantas (planta m -1 )<br />
Altura de inserção da espiga viável (cm)<br />
Diâmetro de colmos (mm)<br />
* Valores acima de 120 cm não foram encontrados no experimento<br />
Legenda das classes para referência nos mapas<br />
Muito inferior<br />
< 8<br />
< 3<br />
< 80<br />
< 16<br />
Ao regular a colhedora é fundamental avaliar<br />
bem as condições da cultura que será colhida<br />
Valores das classes consideradas<br />
Inferior Ideal Superior<br />
9 a 12 13 a 15 16 a 21<br />
> 22<br />
3 a 5<br />
6<br />
7<br />
> 8<br />
80 a 99 100 a 125 *<br />
*<br />
17 a 19 20 a 22 23 a 26<br />
> 27<br />
colhedora não conseguir coletar o mesmo<br />
com firmeza.<br />
A densidade de plantas acima do normal<br />
também pode estar relacionada a maiores<br />
perdas na plataforma, visto que este fator pode<br />
causar sobrecarga na plataforma de corte oca-<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
0<br />
0 a 2<br />
PERDAS NA PLATAFORMA<br />
POSSívEiS<br />
CAUSAS<br />
PERDAS NA PLATAFORMA<br />
Muito superior<br />
> 2<br />
sionando perdas.<br />
A menor altura de inserção pode ocasionar<br />
o tombamento da espiga fora da calha de<br />
coleta abaixo dos rolos despigadores, podendo<br />
a mesma ser pega pela plataforma e ser triturada,<br />
gerando perdas de grãos ou até mesmo<br />
de espigas.<br />
PERDAS PELOS MECANISMOS INTERNOS<br />
A dependência espacial da variável “perdas<br />
na máquina”, foi avaliada como baixa. Assim,<br />
é comum que os mapas de baixa dependência<br />
espacial tenham aspecto de mosaico, como<br />
apresentado na Figura 4.<br />
Dentre todas as variáveis causadoras, apenas<br />
o “teor de água nos grãos” apresentou baixa<br />
dependência no espaço e, consequentemente,<br />
nos mapas tem-se o mesmo aspecto em mosaico.<br />
Portanto, apoiando-se em vários experimentos<br />
que já comprovaram que o teor de água<br />
nos grãos pode interferir nas perdas, pode-se<br />
concluir que se a distribuição espacial do teor<br />
de água nos grãos foi de baixa dependência espacial,<br />
consequentemente os reflexos nas perdas<br />
de máquina tiveram o mesmo aspecto.<br />
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES<br />
Conclui-se, então, que a distribuição<br />
espacial das perdas de grãos no campo tem<br />
forte influência do ambiente e dos parâmetros<br />
de porte da cultura. Portanto, ao se regular<br />
uma colhedora, é fundamental, inicialmente,<br />
dar uma boa verificada na área da cultura,<br />
mensurando-se as variáveis que mais possam<br />
interferir na colheita.<br />
Everton Fernando Precaro<br />
Rouverson Pereira da Silva<br />
Unesp/Jaboticabal<br />
Figura 3 - Perdas na plataforma de corte e possíveis causas. Observa-se que as manchas azuladas e pretas nas<br />
variáveis causadoras, encontram-se na mesma região da mancha azulada que determina ocorrência de perdas<br />
Plantas por metro de linha<br />
Diâmetro de colmos<br />
Figura 4 - Perdas na plataforma x altura de inserção de espigas. O nível muito inferior da altura de inserção de espiga<br />
(região avermelhada em destaque) pode ter sido responsável por excesso de perdas (região negra em destaque)<br />
POSSívEL CAUSA Altura de inserção de espiga<br />
Figura 5 - Perdas nos mecanismos internos e teor de água nos grãos: ambos apresentam baixa dependência<br />
espacial, possivelmente por terem dependência e relação entre eles<br />
PERDAS NOS<br />
MECANISMOS INTERNOS<br />
POSSívEL CAUSA<br />
.M
ArMAzENAgEM<br />
O preço do<br />
desconto<br />
Estudo avalia o percentual de desconto em função<br />
de umidade e impurezas dos grãos na hora de<br />
comercializar o produto e mostra que a construção<br />
de secadores e máquinas de beneficiamento na fazenda<br />
pode ser um investimento que se paga a médio prazo<br />
O<br />
setor primário de produção<br />
brasileiro tem como uma das<br />
suas principais atividades a<br />
produção de soja. O Brasil gerou na safra<br />
2007/2008 aproximadamente 60.017 mil<br />
toneladas de soja (Conab, 2009). Porém,<br />
nota-se um contraste entre a produção de<br />
soja e a capacidade de armazenamento<br />
desse produto. Segundo Conab (2009),<br />
o Brasil tem uma capacidade de armazenamento<br />
de 125.708 toneladas de grãos<br />
(armazéns cadastrados), ou seja, somente<br />
a produção de soja já ocuparia cerca de<br />
47% da capacidade estática. É válido<br />
salientar que o Brasil produziu na safra<br />
2007/2008, 144.137 mil de toneladas de<br />
grãos, Conab (2009).<br />
Em particular, o estado de Mato Grosso<br />
destaca-se por ser o maior produtor<br />
de soja do Brasil, na safra 2007/2008,<br />
o cultivo de soja atingiu uma área de<br />
5.704.160ha, obtendo uma produção de<br />
17.406.835 toneladas, Imea (2009). Porém,<br />
o estado apresenta problemas graves<br />
em logística e um déficit acentuado na<br />
capacidade estática de armazenagem de<br />
grãos. A Figura 1 demonstra a evolução<br />
da produção de soja e a evolução da capacidade<br />
de armazenagem para os estados<br />
do Paraná (PR) e Mato Grosso (MT).<br />
Na Figura 1, é possível observar a<br />
evolução da produção dos estados do PR<br />
e MT, em relação às safras 2000/2001 e<br />
2007/2008, onde o aumento da produção<br />
foi de aproximadamente 37% e 85%<br />
e o aumento da capacidade estática em<br />
armazéns cadastrados foi de 38% e 80%<br />
respectivamente. Porém, analisando<br />
apenas a safra 2007/08, a produção de<br />
soja ocupa 48% da capacidade estática<br />
no estado do Paraná e 72% no estado<br />
de Mato Grosso, ou seja, para essa situação<br />
o PR ainda possui 52% dos seus<br />
estoques para armazenamento de outras<br />
culturas, já o Mato Grosso possui 27%.<br />
A capacidade estática de ambos os estados<br />
são próximas, porém, o estado de<br />
Mato Grosso produziu na safra 2007/08<br />
aproximadamente 50% a mais do que o<br />
estado do Paraná.<br />
Nota-se que há uma necessidade<br />
de construção de novas unidades de<br />
armazenamento de grãos no Brasil,<br />
principalmente no estado de<br />
Cerrado. Para enfatizar a questão,<br />
a Figura 2 demonstra a<br />
produção e a capacidade<br />
estática de armazenagem<br />
de grãos para os estado<br />
<strong>Cultivar</strong><br />
O Cerrado é a região mais carente de unidades<br />
armazenadoras e beneficiadoras de grãos<br />
de Mato Grosso.<br />
Conforme a Figura 2, a capacidade<br />
estática de armazenamento de grãos do<br />
estado de Mato Grosso não acompanhou<br />
a sua produção, promovendo um déficit<br />
de 15% de capacidade estática em relação<br />
à produção. Ainda analisando a Figura 2,<br />
na safra 2007/08 o Mato Grosso produziu<br />
28.193 mil toneladas de grãos, sendo<br />
17.406 mil toneladas de soja, ou seja,<br />
63% da produção de grãos é oriunda do<br />
cultivo de soja.<br />
A instalação de uma unidade armazenadora<br />
de grãos, além de permitir ao<br />
produtor a possibilidade da comercialização<br />
do seu produto em um momento<br />
mais oportuno, permite também<br />
que o produtor minimize suas<br />
perdas referentes aos descontos<br />
de umidade, impureza<br />
e danos mecânicos no<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 09<br />
Agrocult
momento da entrega do seu produto.<br />
Os investimentos em novas tecnologias<br />
agrícolas, que permitiram aumentar a<br />
produção de grãos nos últimos anos, não<br />
foram acompanhados pelo investimento<br />
em ampliação, modernização e adequação<br />
das estruturas armazenadoras. O Brasil<br />
sofre as consequências da ineficiência de<br />
sua rede, pagando com elevadas perdas<br />
na cadeia produtiva, fato inconcebível<br />
para uma nação, que possui problemas<br />
com alimentação e pretende tornar-se<br />
um país de primeiro mundo.<br />
A ENTREGA DA SOJA<br />
No momento da comercialização dos<br />
produtos necessários para a condução do<br />
cultivo de soja, os produtores muitas vezes<br />
realizam a chamada “troca de produto”,<br />
ou seja, trocam insumos (fertilizantes,<br />
defensivos entre outros) pelo produto que<br />
será colhido. Nos contratos que regem as<br />
regras da comercialização realizada, estão<br />
especificadas as condições de entrega dos<br />
produtos, assim como as características dos<br />
grãos a serem entregues.<br />
Quando o produto a ser entregue não<br />
está dentro do padrão estabelecido pelo<br />
contrato, a empresa que recebe os grãos<br />
aplica uma metodologia de desconto,<br />
onde o excesso de umidade e a impureza<br />
são descontados. Porém, na maioria<br />
das vezes, a metodologia utilizada para<br />
realizar os descontos não é explícita no<br />
contrato, dessa forma, o produtor fica à<br />
mercê das condições estabelecidas pela<br />
empresa que recebe os produtos.<br />
Uma das maneiras de minimizar o<br />
desconto na entrega dos grãos é a realização<br />
da limpeza e secagem dos grãos colhidos,<br />
dessa forma os mesmos estariam<br />
no padrão de comercialização.<br />
No entanto, para realizar a limpeza e<br />
a redução do teor de umidade dos grãos,<br />
o produtor pode terceirizar o serviço ou<br />
instalar uma unidade de beneficiamento<br />
10<br />
Figura 1 - Produção de soja, capacidade de armazenamento e relação em % entre a produção de soja e a<br />
capacidade estática de armazenagem para os estados do PR e do MT. Fonte Indea (2009)<br />
de grãos em sua propriedade. Ambas<br />
as opções implicam em custos, porém,<br />
podem promover custos inferiores aos<br />
descontos praticados pelas empresas<br />
recebedoras dos grãos.<br />
Para se ter uma estimativa dos descontos<br />
que o produtor pode sofrer na comercialização<br />
da sua produção, realizou-se para uma<br />
propriedade um levantamento dos descontos<br />
realizados na entrega da safra de soja por<br />
uma trading no município de Sorriso (MT).<br />
Os valores dos descontos foram obtidos por<br />
meio de romaneios oriundos da empresa que<br />
recebeu os grãos, assumindo uma tolerância<br />
de 1% para impurezas e 14% para umidade.<br />
A Tabela 1 demonstra as características das<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
safras de soja consideradas:<br />
PROPRIEDADE ESTUDADA<br />
Esta propriedade que cultiva 7,6 mil<br />
hectares de soja a cada safra, depende<br />
extremamente das condições climáticas<br />
para a realização de uma boa colheita,<br />
pois o produto que é colhido com umidade<br />
elevada necessita ser entregue o mais<br />
rápido possível para a trading devido à<br />
ausência de uma unidade armazenadora.<br />
Caso o grão não seja entregue rapidamente,<br />
poderão ocorrer outras perdas, entre<br />
elas os grãos ardidos.<br />
Analisando a safra 2007/2008 nota-se<br />
um maior desconto de umidade, esse fato<br />
Figura 2 - Evolução da produção e capacidade de armazenagem para o estado de MT. Fonte Conab<br />
(2009)
Agrocult<br />
Safra<br />
06/07<br />
07/08<br />
08/09<br />
Total<br />
Área (ha)<br />
7.626,97<br />
7.622,70<br />
7.567,00<br />
22.816,67<br />
TABELA 1 - Características das safras de soja da propriedade estudada<br />
Produção bruta (kg)<br />
27.027.668<br />
27.692.274<br />
27.587.603<br />
82.307.545,00<br />
ocorreu devido aos altos índices pluviométricos<br />
que foram característicos da<br />
safra em questão. Contudo, realizando os<br />
cálculos de umidade do produto entregue<br />
para as safras encontramos os valores<br />
de 18,7%, 19,8% e 17,3% para as safras<br />
06/07, 07/08 e 08/09, respectivamente,<br />
sendo que esses valores de umidade<br />
poderiam ser reduzidos por meio de um<br />
secador e, consequentemente, minimizar<br />
os descontos de umidade, ação que aumentaria<br />
as receitas da propriedade.<br />
Ainda temos a questão dos descontos<br />
oriundos das impurezas, que apesar de<br />
representarem valores bem inferiores<br />
em relação à umidade, representam<br />
aproximadamente 13% dos descontos<br />
para as três safras. Este valor poderia ser<br />
reduzido com a utilização de máquinas<br />
de beneficiamento.<br />
Para o caso em questão os descontos<br />
Desconto de impurezas (kg) Desconto de umidade (kg) Preço médio (R$/kg)<br />
222.189,50<br />
1.471.718,00<br />
0,519<br />
111.519,00<br />
1.891.787,00<br />
0,625<br />
40.488,00<br />
1.084.894,00<br />
0,627<br />
374.196,50<br />
4.448.399,00<br />
Desconto (R$)<br />
878.573,36<br />
1.252.066,25<br />
705.614,51<br />
2.836.254,12<br />
atingiram o total de R$ 2,8 milhões apenas<br />
para impureza e umidade, ou seja,<br />
não foram contabilizados os custos com<br />
frete (propriedade – tading), que no pico<br />
de safra é elevado, e a perda de tempo no<br />
momento da entrega devido às grandes<br />
filas nas unidades de recepção dos grãos.<br />
Existem estudos sobre viabilidade econômica<br />
de unidades armazenadoras que<br />
demonstram resultados positivos para a<br />
implantação das mesmas, todavia, notase<br />
a falta de investimentos dos empresários<br />
do setor, que são justificados por<br />
falta de políticas de incentivo.<br />
A questão que se deixa para reflexão<br />
é se os valores pagos pelos descontos são<br />
suficientes para o investimento em uma<br />
unidade de beneficiamento de grãos? .M<br />
Rafael Cesar Tieppo,<br />
Univ. do Estado de Mato Grosso
12<br />
FIChA TÉCNICA<br />
RFC 1500<br />
O Recolhedor de Feno Agrimec possibilita a realização<br />
das operações de recolhimento, transporte e estocagem<br />
de fardos cilíndricos de feno com um único operador e<br />
sem a utilização de outros implementos<br />
A<br />
Agrimec lançou recentemente<br />
o Recolhedor de Fardos Cilíndricos<br />
de Feno, equipamento<br />
exclusivo, que possibilita realizar sem auxílio<br />
de outras máquinas as operações de<br />
recolhimento, transporte e estocagem dos<br />
fardos na mesma posição em que estavam<br />
no solo, possibilitando maior agilidade<br />
no processo. Devido à sua concepção, os<br />
recolhedores cilíndricos acionados através<br />
do sistema hidráulico possuem alta<br />
capacidade de recolhimento e velocidade<br />
de transporte dos fardos.<br />
Este implemento recolhe os fardos<br />
espalhados no campo de forma rápida,<br />
um a um ou enfileirados, envelopados ou<br />
não, transporta-os pela distância necessária<br />
e descarrega-os em fileiras ou um a<br />
um ou conforme a necessidade do produtor.<br />
A disposição em fileira possibilita<br />
o armazenamento de maior número de<br />
fardos por metro quadrado, otimizando<br />
o espaço disponível para o estoque. Toda<br />
esta operação é realizada apenas pelo tratorista<br />
através do acionamento hidráulico<br />
do trator, o que proporciona economia de<br />
tempo, mão de obra e combustível.<br />
Por recolher os fardos diretamente<br />
do solo após a ação da enfardadeira,<br />
deixa o mesmo livre para as operações<br />
subsequentes. A forma como os fardos<br />
são carregados e descarregados (deitados)<br />
permite que não absorvam tanta água e<br />
mantenham sua forma seca, própria para<br />
o uso. O modelo RFC 1500 carrega fardos<br />
de até 1,5m de diâmetro por qualquer<br />
comprimento.<br />
COMPOSiÇÃO E OPERAÇÃO<br />
O RFC 1500 trabalha conectado à<br />
barra de tração e ao sistema hidráulico<br />
do trator. Projetado para carregar fardos<br />
de até 1,5m de diâmetro, o recolhedor<br />
possui duas câmaras cilíndricas de seis<br />
metros de comprimento que em pouco<br />
tempo carrega, transporta e descarrega<br />
grande quantidade de feno. As câmaras<br />
são acionadas por cilindros hidráulicos<br />
conectados ao controle remoto do trator<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
Eixo tandem facilita o<br />
transporte em terrenos irregulares<br />
que possibilitam baixá-las à altura do<br />
solo para realizar o recolhimento do fardo<br />
por arraste e levantá-las até a posição de<br />
transporte.<br />
Possui limitador traseiro móvel para<br />
proteção dos fardos durante a carga e o<br />
transporte. Durante o processo de recolhimento,<br />
os limitadores são acionados através<br />
de cilindros hidráulicos para fecharem a câmara<br />
de forma a impedir a saída dos mesmos<br />
ao serem carregados. Estes limitadores são<br />
abertos durante a descarga, possibilitando a<br />
saída dos fardos pela traseira das câmaras.<br />
Em sua composição, ainda apresenta eixo
tandem para facilitar o transporte em terrenos<br />
irregulares.<br />
MANUTENÇÃO<br />
Para manter a máquina em boas condições<br />
de operação, é necessário lubrificar<br />
semanalmente as graxeiras dos pinos de<br />
articulação.<br />
.M<br />
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS RFC 1500<br />
Altura (mm)<br />
Comprimento total (mm)<br />
Largura de transporte (mm)<br />
Peso aproximado (kg)<br />
Capacidade máxima (kg)<br />
Diâmetro máximo dos fardos (mm)<br />
Comprimento das câmaras (mm)<br />
Capacidade<br />
Pneus<br />
Acionamento controle remoto<br />
O recolhedor possui limitador traseiro móvel para proteção dos fardos durante a carga e o transporte.<br />
Na hora da descarga os limitadores são abertos para os fardos saírem pela traseira das câmaras<br />
RFC 1500<br />
2860<br />
8500<br />
3100<br />
2610<br />
8000<br />
1500<br />
6000<br />
8 fardos de 1.500mm<br />
4 pneus 10x16,5<br />
Cilindros hidráulicos<br />
Cilindros hidráulicos conectados ao controle remoto do trator são acionados<br />
pelo operador dentro da cabine, baixando e levantando as câmaras do implemento<br />
Fotos Agrimec<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 13<br />
.M
14<br />
TrATorES<br />
É<br />
incontestável que a evolução dos<br />
sistemas de irrigação autopropelidos<br />
se deu devido à necessidade de<br />
redução de mão de obra no campo, sendo que<br />
os aprimoramentos técnicos envolvidos na sua<br />
concepção construtiva estão sendo aplicados<br />
em novas áreas de fronteira agrícola e no setor<br />
sulcroalcooleiro. Este último é hoje o maior<br />
usuário deste equipamento, para aplicação de<br />
água e fertirrigação com efluentes industriais<br />
(vinhaça + água residuária).<br />
Dentre os aprimoramentos técnicos citamse<br />
o desenvolvimento de características que<br />
facilitam a operação, manejo e transporte do<br />
equipamento; sua adaptabilidade a diferentes<br />
tipos de cultura e diferentes tipos de solo, embora<br />
tenha melhor desempenho nos de textura<br />
grossa com alta taxa de infiltração e cobertos<br />
com vegetação, em declives menos acentuados,<br />
não sendo fator limitante a irregularidade do<br />
terreno.<br />
Citam-se como principais limitações do<br />
uso deste equipamento a sua baixa eficiência<br />
de aplicação de água e o elevado consumo<br />
energético. O primeiro ponto trata das perdas<br />
de água em condução e, durante o processo<br />
de aplicação, em condições de velocidade de<br />
Canhão<br />
autopropelido<br />
Comercialmente conhecido como “rolão”, “carretel<br />
enrolador”, “turbomaq”, dentre outros, o autopropelido é um<br />
sistema de irrigação mecanizada com deslocamento contínuo,<br />
tendo como características principais a aplicação de água<br />
através de canhões hidráulicos de grande porte e o uso de<br />
mangueiras flexíveis de grande diâmetro<br />
vento média-alta, por evaporação e arraste<br />
de gotas, oriundas do canhão hidráulico, que<br />
trabalha sob alta pressão (4,0 – 10kgf/cm²) e<br />
vazão (20 a 170m³/h), grandes espaçamentos<br />
(largura de faixa – até 100m), fracionamento<br />
contínuo de jatos d’água (movimentação do<br />
canhão-angulação), velocidade de deslocamento<br />
(recolhimento do equipamento) e bocais. No<br />
segundo ponto somam-se às elevadas pressões<br />
de trabalho requeridas pelo aspersor, às perdas<br />
de carga na mangueira (20 – 40mca), na turbina<br />
do equipamento (5 – 10mca), além daquelas<br />
oriundas do desnível geométrico do local, que<br />
resultam em bombeamentos mais potentes, robustos<br />
e mais exigentes em demanda energética<br />
para seu perfeito funcionamento.<br />
Podem-se listar como principais componentes<br />
do sistema: (I) estação de bombeamento;<br />
(II) tubulação de sucção, recalque, adutora e<br />
distribuição (secundária); (III) tomadas de água<br />
(hidrantes de linha).<br />
Como constituintes do equipamento propriamente<br />
dito tem-se: um aspersor de grande<br />
porte (canhão hidráulico) normalmente com<br />
ângulo de giro de até 3600, embora usualmente<br />
trabalhe em 3300, visando manter seca a faixa<br />
de deslocamento do equipamento; carro asper-<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
Divulgação<br />
sor deslocável - suporte do canhão; mangueira<br />
flexível – condução de água; sistema de deslocamento:<br />
sistema de tracionamento e cabo de aço<br />
ou mangueira; carretel enrolador (chassi fixo)<br />
– ausente no deslocável por cabo de aço.<br />
Os dois principais tipos de autopropelido<br />
podem ser resumidamente descritos como:<br />
deslocável por tracionamento do cabo de aço<br />
e deslocável por tracionamento da mangueira<br />
de irrigação.<br />
Deslocável por tracionamento do cabo de<br />
aço: neste tipo de equipamento todo o conjunto<br />
motriz é montado sobre um carrinho que recebe<br />
a água bombeada para irrigação e aciona<br />
o sistema de pistão ou turbina. Esta, por sua<br />
vez, aciona um sistema de engrenagens (15, 17<br />
e 19 dentes) que enrolam o cabo de aço num<br />
tambor específico também alojado no carrinho.<br />
O cabo é esticado e ancorado na extremidade<br />
oposta ao ponto inicial de irrigação e, uma vez<br />
tracionado, enrola-se no tambor promovendo<br />
o deslocamento do carrinho aspersor (Figura<br />
1). Como a mangueira é ligada no hidrante<br />
localizado no centro da área e o cabo de aço ancorado<br />
na extermidade oposta, o comprimento<br />
total do cabo é duas vezes o comprimento da<br />
mangueira.
Fotos MTU<br />
Fotos Luiz Fabiano Palaretti<br />
Tem como principais desvantagens a necessidade<br />
de maquinário específico para enrolamento<br />
da mangueira após o final da irrigação no<br />
local e a baixa durabilidade da mangueira pelos<br />
danos físicos causados em seu arraste.<br />
Deslocável por tracionamento da mangueira<br />
de irrigação: tem o mesmo princípio de<br />
funcionamento do anterior, porém, a transmissão<br />
do giro, da turbina ao equipamento, ocorre<br />
através da passagem por uma turbina que<br />
por intermédio de um redutor de velocidade<br />
transmite toda energia motriz necessária para<br />
o que o carretel promova o tracionamento e o<br />
enrolamento da mangueira (Figura 2).<br />
Outra diferença básica está na constituição<br />
da mangueira, que neste caso é de Polietileno<br />
de Média Densidade (PEMD), com diâmetro<br />
variando de 50 a 140mm, com 150 a 550m de<br />
comprimento. A flexibilidade proporcionada<br />
pelo PEMD permite operação do equipamento<br />
em curvas de nível e áreas com declive acentuado.<br />
Uma extremidade é fixa ao carretel (entrada<br />
de água) e aportada no mesmo à medida que<br />
é enrolada. A outra extremidade é conectada<br />
ao carro irrigador, contendo somente o canhão<br />
aspersor (saída de água).<br />
O carretel enrolador é composto por um<br />
Figura 1 - Detalhe do autopropelido tracionado por cabo de aço<br />
chassi robusto montado sobre duas, quatro ou<br />
seis rodas que serve de base e alicerce a todo sistema<br />
de tracionamento/enrolamento da mangueira.<br />
Os mecanismos de controle automático<br />
de velocidade de deslocamento (painéis digitais)<br />
substituem os antigos sistemas de pistões/engrenagens.<br />
Estes painéis trazem informações<br />
em tempo real, de velocidade de deslocamento,<br />
tempo de trabalho e restante da operação, vazão<br />
e lâmina aplicada, dentre outras.<br />
A configuração mais recente deste equipamento<br />
possui travas de segurança para<br />
desacionamento do equipamento a qualquer<br />
momento. Melhorias significativas ocorrem nos<br />
componentes do acionamento mecânico, com<br />
destaque para a turbina hidráulica do tipo Pelton<br />
(potência de 4cv), responsável pela transferência<br />
de potência (mecânica) pela ação de um<br />
eixo movimentado por rotor em caracol, para o<br />
equipamento; o redutor de velocidade, responsável<br />
por aumentar o torque do equipamento (≅<br />
10 m.ton.), pela redução da velocidade vinda da<br />
turbina, transmitindo a cremalheira ou corrente<br />
de transmissão. A marcha de engate deste é<br />
proporcional à velocidade de deslocamento,<br />
devendo-se evitar trancos, e a lubrificação deste<br />
com óleo apropriado (SAE90) é um diferencial<br />
Figura 2 - Detalhe do autopropelido tracionado por mangueira<br />
importante na sua durabilidade.<br />
E por último e não menos importante<br />
citam-se os painéis eletrônicos de acionamento,<br />
que associados ao sensor de velocidade da<br />
turbina, são responsáveis pela regulagem da<br />
velocidade de deslocamento do equipamento.<br />
Necessitam de uma fonte de alimentação<br />
elétrica externa (bateria), sendo opcional o carregamento<br />
da mesma via placa solar, que exclui<br />
a necessidade de cargas na bateria, comumente<br />
dadas fora do equipamento (carregador elétrico)<br />
ou no alternador do motor a diesel.<br />
Pelo reportado acima se observa que as<br />
áreas irrigadas contíguas e paralelas (faixas)<br />
pelo equipamento são calculadas em função<br />
da largura (esp. de hidrantes) x comprimento<br />
(mangueira), da velocidade de deslocamento do<br />
equipamento, da lâmina aplicada e do número<br />
de horas de funcionamento diário.<br />
Manejo operacional em campo: a eficiência<br />
no processo de irrigação deste equipamento<br />
depende muito de seu manejo em campo, ou<br />
seja, da disposição do mesmo ao longo dos<br />
pontos de tomada de água (hidrantes) e as áreas<br />
a serem irrigadas.<br />
É primordial que se tenha em mente<br />
buscar uma sistematização das áreas no que se<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 15
Luiz Fabiano Palaretti<br />
16<br />
Figura 3 - Detalhe interno da turbina e do redutor<br />
relaciona com as dimensões (largura x comprimento),<br />
uma vez que no processo de irrigação,<br />
a mangueira do equipamento deve estar<br />
totalmente esticada (desenrolada). Portanto,<br />
deve-se adquirir um equipamento compatível<br />
com as dimensões disponíveis ou adequá-las<br />
para receber o equipamento com as devidas<br />
especificações.<br />
Uma breve descrição do procedimento de<br />
uso do equipamento, tracionado por mangueira,<br />
será abordada visando principalmente focar<br />
a sequência de uso correto do equipamento,<br />
podendo servir de modelo aos usuários, mas<br />
não como regra.<br />
Assim sendo, montam-se as redes de<br />
adução e distribuição de água, desloca-se o<br />
equipamento até o local respeitando a velocidade<br />
máxima informada pelo fabricante<br />
(máximo 10km/h – 2a reduzida). Posiciona-se<br />
o carretel enrolador próximo à tomada de água<br />
(hidrante ou motobomba) girando-se o mesmo<br />
para 90º (perpendicular ao eixo das rodas)<br />
travando-o, juntamente com as rodas do chassi<br />
do equipamento e fixando-o ao solo com uso<br />
das âncoras.<br />
Uma vez feitas as devidas conexões,<br />
coloca-se o redutor em ponto-morto (posição<br />
0); libera-se a trava antirrecuo do carretel;<br />
mantém-se o redutor levemente freado, para<br />
que o desenrolamento da mangueira não exceda<br />
5km/h (velocidade máxima de tracionamento);<br />
retira-se o pino-trava do varão de desarme do<br />
redutor e destrava-se o carro irrigador.<br />
Engata-se o carro irrigador no trator, desenrolando<br />
em linha reta 100m para somente<br />
depois fazer curvas, ocasionalmente. Deve-se<br />
respeitar a velocidade citada acima, acionando<br />
a segunda marcha reduzida no trator.<br />
A mangueira deve ser esticada em sua totalidade,<br />
não deixando mais que três voltas no<br />
carretel, o que aumentaria a perda de carga no<br />
equipamento. Em situações onde a mangueira é<br />
maior que as dimensões da área é comum fazer<br />
o serpenteamento da mangueira “S”, servindo<br />
como uma medida paliativa que afetará diretamente<br />
a uniformidade de distribuição e eficiência<br />
de aplicação de água do equipamento.<br />
Este processo de desenrolar termina quando<br />
a mangueira restante no carretel atinge a marca<br />
pintada no mesmo, geralmente esta se localiza<br />
a uma volta do final do densenrolar total. É<br />
comum nesta etapa a desconexão da mangueira<br />
do carretel por falha humana, tanto do operador<br />
do equipamento, que não observa as marcações<br />
na mangueira, quanto do tratorista, que a estica<br />
demasiadamente.<br />
Com o carro irrigador posicionado no<br />
início da faixa a ser irrigada e com a mangueira<br />
totalmente esticada (desenrolada)<br />
a uma distância igual ao comprimento da<br />
mangueira do equipamento, destrava-se<br />
o canhão hidráulico, setorizando o mesmo<br />
(≅ 330º), evitando-se assim molhar o<br />
caminho antes da passagem do carrinho.<br />
Figura 4 - Disposição dos equipamentos no campo, com a opção do canhão de espera<br />
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Irrigabrasil<br />
Carretel enrolador é composto por um chassi robusto montado sobre 2, 4 ou 6 rodas que<br />
serve de base e alicerce a todo sistema de tracionamento/enrolamento da mangueira<br />
Este procedimento deve ser feito com o<br />
equipamento desligado (sem água), uma vez<br />
que em funcionamento alguns canhões têm<br />
a característica de “chicotear” rapidamente<br />
para completar a setorização, podendo causar<br />
danos físicos ao operador.<br />
No primeiro momento da irrigação o<br />
carro irrigador funciona temporariamente<br />
estacionado, irrigando um comprimento de<br />
faixa equivalente a 1/3 do diâmetro molhado<br />
do canhão hidráulico. Isto se faz necessário para<br />
uma melhor uniformização na distribuição de<br />
água do equipamento, uma vez que, se o carro<br />
irrigador deslocasse imediatamente, esta área<br />
inicial receberia uma lâmina (mm) (vazão/área)<br />
menor que o restante da faixa.<br />
Finalizado o processo estacionário, é preciso<br />
acionar a trava antirrecuo, liberar o freio redutor,<br />
ligar o painel eletrônico, programar a velocidade<br />
de deslocamento desejada, engatar o redutor,<br />
sendo que este procedimento somente deve<br />
ser realizado quando o sistema estiver pressurizado<br />
e a turbina com potência suficiente<br />
para acionar o redutor. Assim, o equipamento<br />
inicia seu deslocamento, pelo recolhimento da<br />
mangueira, ao longo de toda a faixa de irrigação<br />
(comprimento x esp. hidrantes). O tempo<br />
necessário para percorrer toda a extensão é em<br />
função da lâmina a ser aplicada, sendo para<br />
lâminas maiores a velocidade de deslocamento<br />
menor, ou seja, maior tempo de recolhimento<br />
e vice-versa.<br />
Montovani
A disposição dos carreadores também<br />
influencia a qualidade da irrigação, principalmente<br />
nas perdas por arraste do vento, sendo<br />
melhores as performances daqueles construídos<br />
perpendicularmente à direção predominante do<br />
vento somado a aspersores operando com bocais<br />
cônicos e menos inclinados (jato dirigido).<br />
Convencionalmente e por questões de<br />
custos, não é indicado o uso de autopropelido<br />
para irrigação diária e sim com base em<br />
acúmulos de déficits de pelo menos seis a<br />
sete dias. Isso possibilita que o equipamento<br />
seja pouco movimentado, evitando perdas<br />
de tempo efetivo de irrigação e desgaste do<br />
mesmo, permitindo que o equipamento fique<br />
o máximo de tempo em funcionamento (nas<br />
posições) e irrigue uma área cada vez maior<br />
por posição (maior comprimento de mangueira<br />
x espaçamento), aumentando, assim,<br />
sua eficiência de uso.<br />
Os principais equipamentos existentes no<br />
mercado já apresentam tabelas de conversão<br />
rápida entre lâmina aplicada x velocidade de<br />
enrolamento. E uma vez programado nos<br />
painéis elétricos o controle da velocidade é<br />
sincronizado com a turbina hidráulica aumentando<br />
ou reduzindo o fluxo de líquido que gira<br />
o mecanismo.<br />
Momentos antes da finalização da irrigação<br />
o carro irrigador se aproxima do carretel,<br />
encostando-se no mesmo, acionando-se, assim,<br />
o mecanismo de desligamento (trava de segurança)<br />
e levante do carro irrigador, finalizando<br />
o processo de irrigação por desligamento automático<br />
do canhão.<br />
Dessa forma, gira-se o carretel num ângulo<br />
de 180o (paralelo às rodas) travando-se o<br />
mesmo e o canhão hidráulico. Desconecta-se o<br />
mangote de sucção da tomada de água, encaixase<br />
no engate do trator e inicia-se o transporte até<br />
o próximo ponto, recomeçando todo o processo.<br />
Este novo ponto corresponde à metade da faixa<br />
Os pesquisadores Luiz Palaretti, Rubens Coelho, Marconi e Glauber Gava<br />
explicam o funcionamento e as aplicações de sistemas de irrigação autopropelidos<br />
de irrigação subsequente, sendo normalmente<br />
múltiplo de seis metros.<br />
Todos estes procedimentos devem ser feitos<br />
dentro da maior segurança e rapidez possível,<br />
uma vez que a eficiência de manejo do sistema<br />
no campo é definida pelo tempo total da operação<br />
realizada (TT), ou seja, acoplamento,<br />
tempo de irrigação (TI) e desacoplamento do<br />
equipamento na tomada de água.<br />
Utiliza-se como artifício para aumento<br />
no desempenho no tempo total um aspersor<br />
estacionário, dito “canhão de espera”. Este<br />
equipamento nada mais é do que um aspersor<br />
canhão montado sobre um carro com<br />
rodas, que fica acoplado no ponto adjacente<br />
ao do equipamento, sendo colocado em<br />
funcionamento durante o processo de desacoplamento<br />
e transporte do autopropelido<br />
para a próxima posição a ser irrigada. Com<br />
esse procedimento, evita-se que o sistema<br />
de bombeamento tenha que ser desligado<br />
durante o processo de troca de posição, uma<br />
vez que este geralmente se localiza longe do<br />
ponto de aplicação.<br />
Com a forte expansão do uso destes equipamentos<br />
para aplicação de vinhaça em canade-açúcar,<br />
algumas outras variações podem<br />
ser observadas no manejo em campo. Um<br />
exemplo é o funcionamento instantâneo de<br />
dois ou mais autopropelidos de uma só vez, na<br />
mesma adutora. O manejo resume-se em esticar<br />
escalonadamente cada um dos equipamentos,<br />
evitando-se que todos cheguem ao ponto final<br />
ao mesmo tempo. Dessa forma, sempre que<br />
um equipamento estiver sendo transportado,<br />
outros dois vão estar em funcionamento, sendo<br />
que um mais próximo e outro mais distante do<br />
ponto final. Este tipo de manejo não obriga o<br />
uso do canhão da espera, podendo ou não ser<br />
usado (Figura 4).<br />
Após esta discussão pode-se dizer que para<br />
um perfeito desempenho do equipamento não<br />
existe uma receita pronta, sendo necessário<br />
obedecer a critérios técnicos estabelecidos pelo<br />
fabricante em associação aos propostos por<br />
um profissional capacitado para tal. Por apresentarem<br />
investimentos significativos e grande<br />
probabilidade de insucesso no uso errôneo dos<br />
equipamentos, a contratação de um profissional<br />
tanto para projetos quanto para treinamento<br />
de equipes de operação é necessária, uma vez<br />
que este atuará em avaliação de índices que<br />
permitiram a máxima eficiência de uso do<br />
equipamento.<br />
.M<br />
Luiz Fabiano Palaretti e<br />
Rubens Duarte Coelho,<br />
Esalq/USP<br />
Marconi Batista Teixeira,<br />
Instituto Federal Goiano<br />
Glauber José de Castro Gava,<br />
Apta - Polo Centro-Oeste/SAA
18<br />
CApA<br />
Yanmar 1155-4<br />
O pequeno trator Yanmar 1155-4 mostrou muita agilidade<br />
e potência durante o nosso teste entre os parreirais da Serra<br />
gaúcha. Configurado para realizar diversas atividades<br />
que uma vinícola exige, o modelo mostrou-se eficiente e<br />
bastante prático<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
Uma paisagem de cinema. Assim<br />
podemos descrever o local<br />
onde realizamos o test drive<br />
com o pequeno trator Yanmar 1155-4. A<br />
Vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, no<br />
município de Flores da Cunha (RS), está<br />
estrategicamente implantada num terreno<br />
cheio de significados para os habitantes<br />
da cidade, descendentes dos imigrantes<br />
italianos que chegaram na cidade
há mais de um século trazendo, além de seus<br />
pertences, a arte de cultivar parreirais e de<br />
produzir vinhos.<br />
Quando falamos em localização estratégica,<br />
não é simplesmente por estar implantada<br />
numa das principais regiões produtoras<br />
de vinho do Brasil. Na verdade, os idealizadores<br />
da Luiz Argenta, que tem hoje uma<br />
das mais modernas técnicas de elaboração<br />
de vinhos tintos do país, escolheram esta<br />
área de pouco mais de 60 hectares porque<br />
ali foram implantadas as primeiras uvas<br />
viníferas do Brasil no ano de 1931. Foi ali,<br />
onde nasceu o vinho varietal nacional e que<br />
hoje conquista o paladar refinado dos apreciadores<br />
de vinho em todo o mundo, que eles<br />
decidiram fazer história novamente.<br />
Mas pouco do que se vê na propriedade<br />
ainda lembra o século passado. Além<br />
do casarão de madeira devidamente bem<br />
conservado e que é um atrativo turístico da<br />
região, somente o pioneirismo e o espírito<br />
empreendedor remetem ao que se viu ali<br />
em outros tempos. A propriedade passou a<br />
receber grandes investimentos na pesquisa<br />
dos mais avançados métodos de cultivo,<br />
desde que os irmãos Deunir e Itacir, filhos<br />
de Luiz Carlos Argenta, um pequeno produtor<br />
de vinhos, adquiriram a propriedade<br />
em 1999. Os parreirais, que eram cultivados<br />
em sistema de latada, foram replantados<br />
Fotos Charles Echer<br />
em espaldeira, com importação de mudas<br />
da Europa das variedades Cabernet Sauvignon,<br />
Cabernet Franc, Merlot, Moscato<br />
Gialo, Trebiano Romaiolo, Chardonnay,<br />
Ancelota, entre outras. Até o terreno sofreu<br />
alterações topográficas para que os parreirais<br />
tivessem um melhor aproveitamento dos<br />
raios solares.<br />
A diferenciação dos produtos desta<br />
vinícola está justamente na combinação de<br />
elementos que, juntos, agregam a qualidade<br />
desejada e garantem um selo exclusivo no<br />
Brasil, que certifica processos produtivos<br />
no mundo inteiro. O Terroir, por exemplo,<br />
é reconhecido como um dos melhores do<br />
país. Trata-se de uma área de parreirais que<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 19
20<br />
O Yanmar que testamos é um modelo 1155-4 Fruteiro 4x4, de 55cv, configurado<br />
para uso em uva no sistema tipo espaldeira e operações na área da vinícola<br />
compreende 65 hectares de uvas viníferas,<br />
com uma produção de aproximadamente<br />
300 toneladas entre uvas brancas e tintas.<br />
O sistema de vinificação por gravidade,<br />
também inédito no Brasil, permite que o<br />
vinho seja produzido sem qualquer tipo<br />
de bombeamento. Desde a etapa de moega<br />
até o engarrafamento e armazenamento,<br />
o produto é processado em equipamentos<br />
distribuídos estrategicamente pelos quatro<br />
andares da vinícola, para que o líquido passe<br />
de uma etapa para outra sem sofrer qualquer<br />
tipo de agressão mecânica.<br />
Todo o processo produtivo é controlado<br />
de forma informatizada por quadras separadas<br />
de acordo com sua posição geográfica,<br />
topografia, insolação e composição do solo.<br />
Desta forma é possível monitorar os elementos<br />
que vão compor os vinhos e cada<br />
variedade de uva é cultivada na área que<br />
melhor corresponde às suas características.<br />
E é dentro deste conceito de planejar cada<br />
parte do processo que entra o trator Yanmar<br />
1155-4, testado pela nossa equipe. Ele foi<br />
escolhido entre diversos outros modelos<br />
porque tem características que permitem a<br />
sua utilização entre as parreiras, no sistema<br />
utilizado e também nas variadas operações<br />
dentro da vinícola.<br />
O trator Yanmar é um produto da<br />
Empresa Agritech Lavrale que produz e<br />
comercializa no Brasil e na América do Sul<br />
os produtos da marca Yanmar Agritech. A<br />
empresa, que faz parte do <strong>Grupo</strong> Francisco<br />
Stedile, tem sede em Indaiatuba, no interior<br />
de São Paulo, e tem na sua linha de fabricação<br />
os pequenos tratores e cultivadores<br />
motorizados, que utilizam motores da marca<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
japonesa Yanmar.<br />
Pela faixa de potência dos tratores fabricados,<br />
até 75cv, a marca é caracterizada por<br />
atender o setor da agricultura familiar e teve<br />
um grande impulso recente pela entrada do<br />
financiamento pelo programa Mais Alimentos<br />
do Governo Federal. Além deste modelo,<br />
a Yanmar oferece aos seus clientes os modelos<br />
1030, 1045, 1050-Turbo, 1055 e o 1175.<br />
Na linha de produção de Indaiatuba, se<br />
fabricam a caixa de velocidades e o eixo de<br />
tração dianteiro e do Japão vem o motor já<br />
montado. Para o atendimento dos clientes<br />
a marca montou, em Indaiatuba, um centro<br />
de distribuição de peças, que, segundo o<br />
pessoal da revenda, atende em poucas horas<br />
as solicitações dos concessionários.<br />
Neste ambiente europeu e de beleza<br />
ímpar, realizamos o test drive do 1155-4<br />
Fruteiro 4x4 para uso em uva no sistema<br />
tipo espaldeira, com o apoio da concessionária<br />
da marca nas regiões de Caxias do Sul,<br />
Montenegro e Vacaria, que é a Unyterra<br />
Máquinas Agrícolas e Ferramentas, líder<br />
brasileira entre as revendas da marca Yanmar<br />
Agritech, na faixa que vai até 55cv,<br />
tendo como carro-chefe das vendas, o<br />
modelo testado. A justificativa da liderança<br />
da revenda se explica pela adequação do<br />
produto ao que o agricultor deseja, que é<br />
um bom nível de qualidade aliado a um<br />
preço compatível. Em outro sentido, uma<br />
boa dose de confiança no produto e no<br />
serviço de manutenção e atendimento pósvenda<br />
e finalmente a adaptação ao sistema<br />
regional, com bitola adequada, ao mesmo<br />
O teste mostrou que nas manobras de final de linha de plantas, há possibilidade de se fazer esta conversão em um pequeno espaço,<br />
proporcionando a entrada e a saída em linhas adjacentes, mesmo no espaçamento de 2,5m entre filas
O capô do motor bascula totalmente para a frente, possibilitando o<br />
acesso às partes móveis do motor e facilitando as manutenções diárias<br />
tempo atende requisitos de segurança e<br />
manobrabilidade. Neste aquecido mercado<br />
de tratores, o perfil do comprador é em<br />
grande parte para pagamento a prazo, com<br />
aproximadamente 75% das vendas apoiadas<br />
pelo programa Mais Alimentos, 15 a 20% do<br />
programa PSI e o restante com os recursos<br />
do próprio agricultor.<br />
É necessário explicar que o modelo do<br />
teste estava equipado com pneus dianteiros<br />
nas medidas 7.00-18 e 12.4-28 nos rodados<br />
traseiros, perfeitamente adaptados para os<br />
trabalhos em videira, no sistema espaldeira.<br />
É também uma versão ideal para aplicação<br />
em pomares de frutas. Nesta versão testada<br />
a bitola traseira é aproximadamente 1,19<br />
metro, contra 1,23 metro dos modelos da<br />
versão standard, somado a um vão livre que<br />
o deixa perfeitamente adaptado ao cultivo<br />
da uva nestas condições, que no caso da<br />
propriedade onde foi executado o teste, o<br />
espaçamento entre filas de plantas é de 2,5<br />
metros, com um metro de espaçamento<br />
entre plantas na fila. Este sistema moderno<br />
de cultivo consiste não mais em ter as<br />
parreiras conduzidas pelo sistema antigo,<br />
conhecido como latada e que dificultava<br />
a mecanização e principalmente o uso de<br />
proteções de segurança contra capotamento.<br />
Para a produção de uvas finas, como é o caso<br />
da empresa Luiz Argenta Vinhos Finos, está<br />
se mostrando o mais adequado, pois induz<br />
a uma melhor qualidade da uva produzida<br />
e facilita os trabalhos mecanizados.<br />
Do trator se pode destacar em primeiro<br />
lugar o motor de quatro cilindros, modelo<br />
4TNV88, marca Yanmar de 40,5kW<br />
(55,0cv), com injeção direta. Durante os<br />
testes, vimos que o comportamento é excelente<br />
e justifica o respeito que a rede de<br />
concessionários demonstra por ele. Mesmo<br />
com o uso de implementos bastante exigentes,<br />
ele demonstra bom torque e muda<br />
pouco o comportamento mesmo durante<br />
altas exigências. Em outros testes com os<br />
motores Yanmar já tínhamos nos certificado<br />
desta qualidade. O trator que usamos no<br />
teste já possuía algumas horas de uso na<br />
propriedade da empresa Luiz Argenta e não<br />
apresentava nenhum vazamento de óleo<br />
lubrificante aparente.<br />
A transmissão de potência, marca Yanmar,<br />
inicia com uma embreagem dupla,<br />
composta por dois discos a seco. O primeiro<br />
para a tomada de potência e o segundo para<br />
a transmissão do motor à caixa de velocidades<br />
de oito velocidades à frente e duas<br />
à ré do tipo mecânico, com engrenagens<br />
deslizantes. Também é disponível, para<br />
este modelo, a versão Super-Redução, que<br />
proporciona o trabalho com velocidades<br />
mínimas de 400m/h. A tomada de potência<br />
com uma só velocidade nominal de 540rpm<br />
é independente de linha, com o oferecimento<br />
de 45,6cv no eixo estriado. O sistema<br />
hidráulico de três pontos é da categoria II,<br />
com o já conhecido sistema de duas alavan-<br />
cas, com controle de posição e de ondulação<br />
e capacidade máxima de levantamento de<br />
850kg no olhal dos braços inferiores. A vazão<br />
da bomba é bastante alta, com 39 litros por<br />
minuto e pressão de 170MPa.<br />
Como este trator tem versão 4x4, o eixo<br />
dianteiro é motriz e já nosso conhecido de<br />
outros testes, tendo como principal característica<br />
positiva a presença de um par de engrenagens<br />
cônicas, em vez de cruzetas, que<br />
geralmente enfraquecem este componente,<br />
incrementando a manutenção. O peso deste<br />
trator é de aproximadamente 1.600kg, com<br />
possibilidade de incremento pela adição<br />
de pesos ao suporte dianteiro e discos metálicos<br />
às rodas traseiras e a autonomia é<br />
aumentada pela presença de um depósito<br />
de combustível para 44,5 litros.<br />
Na questão referente à servicibilidade<br />
estes modelos há muito possuem um item<br />
disponível em grandes tratores que é a<br />
possibilidade de bascular o capô dianteiro<br />
do trator e acessar de modo fácil as partes<br />
As operações realizadas no terreno bastante acidentado com implementos como<br />
pulverizadores ou carretas carregadas exigem alta demanda de potência<br />
Fotos Charles Echer<br />
Por ser uma versão 4x4, o eixo dianteiro deste trator é motriz e tem como principal característica<br />
positiva a presença de um par de engrenagens cônicas, ao invés de cruzetas<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 21
interiores, facilitando a manutenção. A abertura<br />
é para frente, expondo o motor e seus<br />
componentes. Na questão de segurança,<br />
encontramos a linha toda com atendimento<br />
à norma do Ministério de Trabalho e<br />
Emprego, NR-31, que obriga os tratores a<br />
utilizarem, entre seus itens de proteção do<br />
operador, o arco de segurança, que evita os<br />
riscos ao operador nos casos de capotamento.<br />
Este item é de série, juntamente com os<br />
retrovisores, as luzes de trabalho, a buzina<br />
e o sistema de alerta de marcha à ré, outros<br />
requisitos especificados pela norma. Mesmo<br />
com o arco de proteção, há a possibilidade<br />
de colocar a capota de proteção contra sol e<br />
chuva. Também vimos que é bastante abundante<br />
o número de pega-mãos, em posições<br />
bastante apropriadas. Pelo porte do trator,<br />
o acesso também é facilitado, mesmo com a<br />
natural dificuldade em função da presença<br />
das alavancas de câmbio, na posição entre<br />
pernas do operador. O painel é bastante<br />
simples, com instrumento central de visualização<br />
da rotação e das horas trabalhadas<br />
22<br />
O modelo estava equipado com pneus dianteiros nas<br />
medidas 7.00-18 e 12.4-28 nos rodados traseiros<br />
e dois indicadores laterais de volume de<br />
combustível no tanque e temperatura do<br />
líquido de arrefecimento.<br />
No teste de campo estruturamos a atividade<br />
para que de um lado víssemos uma<br />
operação com alta demanda de potência e<br />
de outro o comportamento do modelo em<br />
manobras em espaço restrito. Levamos o<br />
trator e alguns implementos, normalmente<br />
utilizados no processo de produção da empresa.<br />
Para atender o primeiro objetivo, da<br />
exigência, tínhamos para o teste um triturador<br />
de resíduos, marca Agritech, modelo<br />
TCL 160, com martelos leves de 1,5kg,<br />
acionamento por correia e velocidade de<br />
trituração de 2.400rpm. Este implemento<br />
exige que o trator trabalhe a uma rotação<br />
de 2.100rpm a 2.150rpm, no nosso caso de<br />
terreno pedregoso, com acentuada declividade,<br />
foi necessário trabalhar em quarta<br />
marcha reduzida, o que ocorreu morro<br />
acima e abaixo com o trator a 5,5km/h,<br />
sem dificuldade para o motor. Vimos que<br />
seguidamente o implemento rompia restos<br />
de poda, galhos e pedras, sem a mínima<br />
dificuldade para o trator.<br />
Também testamos o trator com um<br />
pulverizador da marca Agritech modelo<br />
PVU-400, objetivando ver o seu comportamento<br />
nas manobras. Este pulverizador,<br />
ligado ao sistema de três pontos do sistema<br />
hidráulico, nos surpreendeu pela aparente<br />
qualidade de produto. Dotado de eixo cardã<br />
protegido, com bom aspecto visual, bom<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
O posto de comando tem diversos pega-mãos e<br />
painel bastante simples e de fácil entendimento<br />
sistema de regulagem de direcionamento dos<br />
bicos e bom sistema de controle de vazão e<br />
pressão, colocado ao alcance do operador.<br />
Embora não tivéssemos a oportunidade de<br />
testá-lo pessoalmente, pelo requerimento de<br />
uso de equipamento de proteção, que não<br />
dispúnhamos, vimos que nas manobras de<br />
saída e entrada nas entre filas de plantas,<br />
há a possibilidade de se fazer esta conversão<br />
em um pequeno espaço, proporcionando a<br />
entrada e a saída em linhas adjacentes, mesmo<br />
neste espaçamento de 2,5m entre filas.<br />
Foi uma grata surpresa, a facilidade, mesmo<br />
com o uso moderado do freio individual.<br />
Por último, trabalhamos em uma área<br />
de contorno e nas entre filas de plantas,<br />
com uma roçadeira marca Agritech, tipo<br />
convencional, que se igualava em largura<br />
com o trator, que não oferecia nenhuma dificuldade<br />
ao mesmo e onde concluímos que o<br />
consumo de combustível seria bastante baixo<br />
pela facilidade com que o motor funcionava,<br />
nesta operação e pelo que nos contaram os<br />
operadores da empresa, que controlam absolutamente<br />
todos os detalhes da manutenção e<br />
dos custos de operação das máquinas.<br />
Enfim, além do trator e seu teste, pudemos<br />
aproveitar as belezas da serra gaúcha e<br />
de uma empresa que pode servir de modelo<br />
à mecanização da agricultura familiar no<br />
Brasil.<br />
.M<br />
José Fernando Schlosser e<br />
Marcelo Silveira de Farias,<br />
UFSM<br />
O teste foi realizado na Vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, em<br />
Flores da Cunha (RS), e contou com o apoio da revenda Unyterra Máquinas Agrícolas<br />
Fotos Charles Echer
FIChA TÉCNICA<br />
JD 4630<br />
Para complementar a linha de pulverizadores<br />
autopropelidos, a John Deere lança o 4630, menor que o<br />
modelo 4730 e vem com motorização de 165cv, tanque<br />
de calda de 2.270 litros e barras com 24 metros de<br />
O<br />
grande número de novos equipamentos<br />
apresentados pela John<br />
Deere na Agrishow, em Ribeirão<br />
Preto (SP), incluiu também uma opção de<br />
alta tecnologia para o trabalho de pulverização.<br />
De menor porte que o modelo 4730, já<br />
comercializado no país, o novo pulverizador<br />
4630 apresenta uma série de inovações para<br />
garantir alto rendimento no trabalho. Com<br />
este modelo, a John Deere amplia sua presença<br />
no mercado de pulverizadores, passando<br />
a oferecer produtos para atender médias e<br />
grandes propriedades.<br />
O autopropelido 4630 tem suspensão<br />
pneumática dotada também de um sistema<br />
de amortecimento e é equipado ainda com<br />
barras estabilizadoras. São quatro barras na<br />
parte dianteira e quatro na parte traseira que,<br />
mesmo em áreas inclinadas e com desnível,<br />
mantêm o chassi sempre nivelado ao solo,<br />
o que garante estabilidade na aplicação e<br />
conforto para o operador.<br />
PROTEÇÃO PARA BiCOS<br />
A barra de pulverização tem 24 metros,<br />
com acionamento totalmente hidráulico, e<br />
oferece a opção de trabalho com 18 metros,<br />
quando a última seção é dobrada. Uma<br />
característica importante da barra é seu<br />
formato tridimensional, que proporciona<br />
maior estabilidade e, consequentemente,<br />
maior durabilidade. Com esse formato, o<br />
sistema de pulverização fica dentro da estrutura<br />
da barra, o que garante proteção para<br />
os bicos. A barra de pulverização tem altura<br />
de aplicação variável de 40cm até 1,93m. O<br />
O projeto do novo modelo também garantiu uma distribuição equalizada<br />
de peso nas partes dianteira e traseira do equipamento, em 50/50<br />
Fotos John Deere<br />
O acesso à cabine é feito por uma escada frontal<br />
automática, longe da barra de pulverização<br />
modelo conta com bomba de pulverização<br />
centrífuga com vazão que varia de 15 a 360<br />
litros por minuto.<br />
O projeto do novo modelo também garantiu<br />
uma distribuição equalizada de peso<br />
nas partes dianteira e traseira do equipamento,<br />
em 50/50, tanto com o tanque vazio como<br />
cheio. Com isso o equipamento consegue<br />
tração melhor em terrenos difíceis. O pulverizador<br />
oferece ainda controle de tração<br />
em formato de “X” para ajudar na eficiência<br />
da aplicação em condições desfavoráveis de<br />
terreno. Quando uma das rodas está em<br />
situação difícil, ao acionar o controle de tração<br />
ela é isolada e as outras três trabalham<br />
de forma a ajudar o equipamento a superar<br />
o obstáculo.<br />
O raio de giro do novo pulverizador, de<br />
4,9 metros, é o menor entre os equipamentos<br />
da categoria, com a grande vantagem da facilidade<br />
das manobras e da redução do tempo<br />
gasto com elas.<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 23
O tanque de solução do modelo 4630<br />
tem capacidade para 2.270 litros. O tanque<br />
de combustível também contribui para maior<br />
autonomia de trabalho, com capacidade, de<br />
268 litros, a maior nesta categoria de equipamentos,<br />
e permite um dia inteiro de aplicação<br />
sem necessidade de reabastecer.<br />
CABINE<br />
O projeto da cabine é semelhante ao do<br />
modelo 4730 e conta com assento pneumático,<br />
que permite o trabalho por mais horas,<br />
com menor cansaço. O novo design, com uma<br />
ampla área envidraçada, garante excelente<br />
visualização dos rodados dianteiros e da barra<br />
de pulverização.<br />
A cabine é pressurizada e conta com filtro<br />
de ar de carvão ativado para oferecer proteção<br />
ao operador, evitando contaminação interna<br />
com os defensivos aplicados. O acesso é feito<br />
por uma escada frontal automática, fazendo<br />
24<br />
O JD 4630 tem motor de 165cv de<br />
potência nominal mais 5% de reserva<br />
A suspensão do Pulverizador 4630 é pneumática dotada também de um sistema de amortecimento e é equipada<br />
ainda com barras estabilizadoras, para manter o chassi sempre nivelado ao solo, mesmo nas áreas em declive<br />
com que o operador não tenha contato com<br />
a barra de pulverização ao entrar ou sair da<br />
cabine.<br />
O novo equipamento vem com o sistema<br />
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Fotos John Deere<br />
AMS completo instalado na fábrica, com o<br />
monitor colorido GS-1800, receptor StarFire<br />
iTC com correção SF1, software de piloto<br />
automático AutoTrac e controlador auto-
mático de seções de barras (Swath Control),<br />
recursos tecnológicos que têm como objetivo<br />
economia de tempo e de insumos. Em um<br />
único monitor, o operador controla todas as<br />
A barra de pulverização tem 24 metros, com acionamento totalmente hidráulico,<br />
e oferece a opção de trabalho com 18 metros, quando a última seção é dobrada<br />
principais funções de operação da máquina,<br />
do sistema de pulverização e também<br />
do piloto automático e do controlador de<br />
seções. O controlador liga e desliga automa-<br />
ticamente as seções da barra de pulverização<br />
nas áreas onde não se deseja pulverizar, sem<br />
a necessidade de atuação do operador. Já o<br />
piloto automático, além de tornar mais fácil<br />
o trabalho, evita sobreposição, melhorando<br />
a eficiência da pulverização e garantindo<br />
economia de produtos químicos.<br />
O ajuste da bitola para adaptação às linhas<br />
da lavoura é hidráulico e independente,<br />
feito de dentro da cabine. Isso proporciona<br />
agilidade para as operações em diferentes<br />
culturas com redução no tempo de ajustes.<br />
O ajuste permite variação que vai de 2,28m<br />
até 3,05m, evitando o pisoteio das linhas de<br />
plantio.<br />
O pulverizador conta com motor agrícola<br />
John Deere, turboalimentado, de 6,8<br />
cilindros e 165cv de potência nominal. O<br />
motor conta também com 5% de reserva<br />
de potência, que permite alcançar 173cv no<br />
caso de trabalho em condições adversas. A<br />
transmissão hidrostática 4x4, com embreagem<br />
eletro-hidráulica, é outra característica<br />
do modelo. Com tudo isso, ele alcança uma<br />
variação de velocidade de trabalho, que vai<br />
de cinco a 27 quilômetros por hora na pulverização.<br />
Sua velocidade de transporte chega<br />
até 43 quilômetros por hora.<br />
.M<br />
A cabine é pressurizada, conta com filtro de<br />
carvão ativado e o assento é pneumático<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 25
26<br />
MECANIzAção<br />
Medindo forças<br />
As diferentes diferentes formas de avaliação avaliação da potência potência de motores motores por parte dos fabricantes fabricantes<br />
geralmente geralmente geram dúvidas dúvidas no consumidor consumidor na hora de comparar comparar entre os diferentes diferentes modelos modelos<br />
e potências. potências. Como no Brasil não há uma padronização padronização na divulgação divulgação das potências, potências, um<br />
motor pode apresentar apresentar variações variações de até 10% na sua potência potência real, dependendo dependendo da norma<br />
utilizada, utilizada, confundindo confundindo os clientes na no momento momento de escolher escolher sua máquina<br />
máquina<br />
É<br />
natural que um consumidor encontre<br />
sempre à disposição e de modo<br />
fácil a informação do produto que<br />
adquire. No entanto, é frequente a ocorrência<br />
de dúvidas, por parte dos agricultores, sobre a<br />
informação de potência fornecida pelos fabricantes<br />
de tratores e outras máquinas agrícolas,<br />
providas de motor, em seus catálogos, folhetos<br />
ou manuais. Referindo-nos especificamente<br />
aos tratores agrícolas, muitas vezes surgem<br />
dificuldades no reconhecimento dos valores<br />
de potência, dos motores que os propulsionam,<br />
que muitas vezes impede a comparação de modelos<br />
similares, devido à informação de dados de<br />
origem diferentes, o que resulta de variação na<br />
forma e procedimentos de ensaio, para avaliação<br />
destas magnitudes.<br />
Em termos conceituais, a potência é uma<br />
das maneiras de estimar a eficiência na transformação<br />
de uma fonte química (combustível)<br />
de energia em energia mecânica (movimento).<br />
É importante salientar que deveríamos todos<br />
estar utilizando o mesmo padrão de avaliação<br />
e que os procedimentos de ensaio são realizados<br />
com a utilização de bancadas dinamométricas<br />
como instrumento de avaliação. Com estes<br />
Massey Ferguson<br />
equipamentos o que se mede é o comportamento<br />
do torque em relação à rotação do motor,<br />
podendo-se, a partir daí, calcular a potência em<br />
cada uma das situações de interesse, sempre<br />
considerando as especificidades do local, das<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
condições climáticas e da configuração utilizada<br />
pelo motor, pelo uso de fatores de correção (atmosférico<br />
e do motor). Neste sentido começam<br />
as divergências entre as diferentes normas que<br />
possuem especificidades nos procedimentos de<br />
Potência é uma das maneiras de estimar a eficiência na transformação de uma<br />
fonte química (combustível) de energia em energia mecânica (movimento)
Valtra<br />
ensaio e apresentação dos resultados.<br />
De maneira geral, a potência é uma das<br />
características técnicas mais importantes e<br />
que mais se utiliza na escolha de um determi-<br />
nado modelo de trator quando se estabelece as<br />
comparações com outros modelos similares.<br />
Neste contexto, se utilizam como indicadores<br />
a potência máxima e/ou a potência nominal<br />
dos motores, que teoricamente expressam a<br />
potência máxima obtida na avaliação, sob um<br />
regime de funcionamento máximo recomendado<br />
pelo fabricante.<br />
A potência, como dissemos, pode ser calculada<br />
em função da rotação de funcionamento e<br />
do torque, da seguinte forma:<br />
N = 0,000104719 x M x n<br />
Onde<br />
N: Potência, em kW<br />
M: Torque, em Nm<br />
n: Rotação, em rpm<br />
Durante muitos anos pôde-se verificar<br />
que os valores de potência máxima e potência<br />
nominal coincidiam para um determinado<br />
motor, todavia, vários motores que equipam os<br />
modelos de tratores atualmente comercializados<br />
passaram a expressar seus valores de potência<br />
máxima a um regime de rotação inferior ao<br />
regime estabelecido para a obtenção da potência<br />
nominal (rotação nominal). Tais motores são<br />
conhecidos como motores de potência constante,<br />
nos quais uma parte da potência máxima é<br />
comprometida para que se obtenha uma curva<br />
de potência quase horizontal em uma faixa de<br />
rotação bastante ampla. Logo, torna-se possível,<br />
ao utilizar o trator em uma atividade que<br />
exija grande esforço, reduzir a troca de marchas<br />
que, via de regra, interrompe o trabalho. Cabe<br />
ressaltar que motores com este comportamento<br />
descrito adaptam-se com relativa facilidade às<br />
diferentes atividades, para as quais os mesmos<br />
são solicitados, todavia, quando o trabalho<br />
passa a ser executado em uma faixa de rotação<br />
crescente, mesmo após ser atingida a rotação<br />
de potência máxima, pode-se incorrer em um<br />
consumo desnecessário de combustível. É o<br />
custo desta vantagem. Diga-se, de passagem,<br />
que isto é característica facilmente obtida nos<br />
motores com injeção comandada eletronicamente<br />
e dificilmente conseguida em motores<br />
com injeção mecânica convencional.<br />
Os motores de potência constante trazem<br />
vantagens ao consumidor, porém, podem<br />
“penalizar” o fabricante no momento da<br />
homologação do trator, considerando-se a<br />
potência nominal como base de referência.<br />
Assim, alguns pesquisadores e técnicos ligados<br />
à área de máquinas agrícolas acreditam que<br />
seja coerente proceder-se com a utilização dos<br />
valores de potência líquida, os quais levam em<br />
consideração o desempenho do motor dotado<br />
de todos os seus componentes e acessórios,<br />
em seu funcionamento autônomo. Nestas<br />
condições podem-se obter valores menores de<br />
potência, porém mais próximos dos quais o<br />
usuário realmente irá dispor para a execução<br />
de uma operação qualquer.<br />
NORMAS PARA ENSAiO DE POTÊNCiA<br />
Geralmente, as normas que se utilizam<br />
para os ensaios de potência dos motores que<br />
equipam tratores e demais máquinas agrícolas<br />
apresentam algumas diferenças entre elas,<br />
visando adaptá-las às diferentes condições de<br />
funcionamento e aos distintos procedimentos<br />
adotados pelas estações de ensaio. Estas diferenças<br />
originam-se a partir das variações nas<br />
condições do ambiente e nas configurações<br />
do motor (presença ou não de equipamentos<br />
e acessórios que possam consumir parte<br />
da potência gerada), como foi comentado<br />
anteriormente. Além dos fatores citados, a<br />
obrigatoriedade da utilização de certas normas<br />
em relação a outras, em determinados países,<br />
também se apresenta como um fator impeditivo<br />
para a correta comparação dos modelos de mo-
John Deere<br />
tores. Desta forma, acreditamos ser importante<br />
fazer uma breve contextualização das principais<br />
normas atualmente adotadas neste âmbito, bem<br />
como os fatores que as diferenciam.<br />
SAE J1995<br />
Esta norma de ensaio prevê que a potência<br />
deverá ser medida em um motor praticamente<br />
sem acessórios, excluindo assim elementos<br />
como filtro de ar, silenciador de escape, alternador<br />
e ventilador do motor. Portanto, o valor de<br />
potência obtido é mais alto, quando comparado<br />
ao motor funcionando em condições reais no<br />
trator agrícola que o utiliza. Logo, a potência<br />
obtida é definida como potência bruta.<br />
ISO TR 14396<br />
Este instrumento, de certa forma substitui<br />
a norma ISO 2288, que permitia a medida da<br />
potência líquida em motores agrícolas. Em<br />
linhas gerais, trata-se de um documento elaborado<br />
para avaliar as emissões contaminantes<br />
dos motores, mas que não tem a imponência<br />
da uma norma ISO, figurando assim como<br />
um informe de caráter técnico. Este dispositivo<br />
é admitido na homologação do tipo CE<br />
(Comunidade Europeia), sendo utilizada nas<br />
referências de características oferecidas pelos<br />
28<br />
Bancada dinamométrica, como instrumento de avaliação do Núcleo de Ensaio de Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria. Estes equipamentos<br />
medem o comportamento do torque em relação à rotação do motor, podendo-se, a partir daí, calcular a potência em cada uma das situações de interesse<br />
fabricantes de tratores, já que se trata de um<br />
dos procedimentos estabelecidos para o controle<br />
de emissões gasosas dos motores de veículos<br />
rodoviários.<br />
Durante o ensaio, são retirados do motor<br />
tanto o radiador como o ventilador, permitindo<br />
assim a manifestação de valores de potência<br />
mais elevados. A pressão atmosférica de referência<br />
utilizada no ensaio é de 0,99bar. Os valores<br />
posteriormente obtidos também são designados<br />
como potência bruta.<br />
SAE J1349<br />
Esta norma, de origem americana, é praticamente<br />
equivalente à ECE R24, já que inclui<br />
todos os elementos necessários ao correto<br />
funcionamento do motor, como o ventilador e<br />
o radiador oferecendo um valor designando de<br />
potência líquida.<br />
Pode-se dizer que esta norma é pouco utilizada<br />
no âmbito europeu, já que, por costume,<br />
interpreta-se que qualquer referência à potência<br />
SAE deve ser considerada como potência bruta,<br />
embora sob orientação desta norma o valor que<br />
se obtém é o de potência líquida.<br />
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NBR ISO 1585<br />
Esta norma define que a potência efetiva<br />
A potência é uma das características técnicas mais importantes e que<br />
mais se utiliza na escolha de um determinado modelo de trator<br />
Fotos Nema<br />
líquida é a potência desenvolvida pelo motor<br />
dotado de todos os seus equipamentos e acessórios.<br />
Teoricamente, exclui-se a aplicação dos ensaios<br />
em motores para uso em tratores agrícolas,<br />
no entanto, na prática, os procedimentos e as<br />
fórmulas de correção da potência se equivalem<br />
aos utilizados pela norma ISO 2288 (atualmente<br />
extinta), a qual se referia especificamente aos<br />
motores de uso agrícola. Esta norma substitui<br />
a antiga norma NBR ISO 5484.<br />
ECE R24<br />
Este procedimento da União Europeia é<br />
adotado pela maioria dos países da Comunidade,<br />
sendo designado ao controle das emissões<br />
de fumaça de escape dos tratores agrícolas.<br />
Assim, necessita-se determinar conjuntamente<br />
a potência disponível no motor, nas condições<br />
preestabelecidas pelo fabricante. As condições<br />
de referência relativas à pressão atmosférica são<br />
de 0,99bar. Na medida em que também se desejam<br />
controlar parâmetros referentes aos demais<br />
gases de escape, este regulamento perdeu seu<br />
interesse e utilização. Todavia, o procedimento<br />
de medição da potência é totalmente válido e<br />
permite obter a potência líquida tradicionalmente<br />
indicada como potência DIN.<br />
DIN 70020<br />
Esta norma figura como o procedimento<br />
tradicionalmente adotado para determinação<br />
da potência líquida de motores em utilização<br />
contínua. A partir dela foi desenvolvida a norma<br />
ISO 2288, a qual foi posteriormente substituída<br />
pela norma ISO TR 14396. A diferença mais<br />
significativa em relação ao regulamento 2288 é<br />
o fato de que o ventilador deve estar conectado<br />
e em funcionamento. Esta condição aliada à<br />
referência de 0,99bar de pressão atmosférica,<br />
estabelecida pela ECE R24, faz com que a<br />
potência obtida pela norma DIN apresente<br />
valores menores.<br />
80/1269/CEE:<br />
Esta é uma Diretiva Comunitária Europeia
As diferenças entre potências de motores originam-se a partir das variações nas condições do ambiente e<br />
nas configurações do motor, como presença ou não de equipamentos e acessórios<br />
especialmente elaborada para reduzir as emissões<br />
de contaminantes dos motores dos veículos<br />
em geral e equivale-se à norma DIN 70020 no<br />
que se refere aos procedimentos de medição da<br />
potência do motor. Os valores de potência que<br />
se obtêm com a sua aplicação são levemente<br />
menores que os valores aplicados pela norma<br />
DIN 70020 (aproximadamente 1% menor). As<br />
condições de referência para a pressão atmosférica<br />
nesta Diretiva são de 0,99bar.<br />
OCDE<br />
O procedimento de medição utilizado<br />
por este Código exige que o motor esteja<br />
montado ao trator e em condições de funcionamento<br />
padrão, assim, torna-se necessário<br />
considerar as perdas de potência devido ao<br />
funcionamento do sistema hidráulico e da<br />
transmissão. É importante salientar que<br />
tais perdas acumulam-se durante a transferência<br />
da potência gerada pelo motor até<br />
a tomada de potência. Disto pode resultar<br />
que as perdas entre o motor e a tomada de<br />
potência sejam maiores e variem de acordo<br />
com o tipo de transmissão do trator. Assim,<br />
são considerados limites de perdas bastante<br />
amplos (4,5 a 12% de perdas em relação à<br />
potência líquida do motor). Vale lembrar<br />
que o procedimento de medição da potência<br />
Tabela 1 - Comparação das potências obtidas ao aplicar diferentes normas de ensaio no mesmo motor, tomando<br />
como referência a norma DIN 70020<br />
Norma<br />
SAE J1995<br />
ISO TR 14396<br />
SAE J1349<br />
NBR ISO 1585<br />
ECE R24<br />
DIN 70020<br />
80/1269/CEE<br />
OCDE<br />
Pressão Atmosférica (bar)<br />
1<br />
0,99<br />
1<br />
1<br />
0,99<br />
1<br />
0,99<br />
> 0,96<br />
Temperatura Ambiente ( oC) 25<br />
25<br />
25<br />
25<br />
25<br />
25<br />
25<br />
16-30<br />
na tomada de força estabelecida pela OCDE<br />
é correspondente à norma ISO 789.<br />
CONSiDERAÇÕES FiNAiS<br />
Fica evidente que a padronização das<br />
informações fornecidas pelos fabricantes<br />
em seus folhetos e catálogos de tratores<br />
agrícolas seria um benefício grande para o<br />
consumidor, pois este teria a sua disposição<br />
mais facilidade ao comparar as informações<br />
de um modelo e outro. Tal facilidade<br />
auxiliaria a correta seleção de tratores, por<br />
parte dos usuários, visando atender de forma<br />
adequada as necessidades de cada tipo de<br />
atividade a ser desenvolvida.<br />
Aos interessados em averiguar os valores<br />
de potência dos motores que equipam seus<br />
tratores, segundo cada uma das normas anteriormente<br />
citadas, e comparar as “potências”<br />
apresentadas, disponibilizamos no site http://<br />
agrotecnema.blogspot.com um software que<br />
realiza a conversão da potência para qualquer<br />
que seja a norma desejada.<br />
.M<br />
Rodrigo Lampert Ribas,<br />
Gustavo Heller Nietiedt,<br />
Ulisses Giacomini Frantz e<br />
José Fernando Schlosser,<br />
Nema/UFSM<br />
Temperatura Combustível ( oC) 40<br />
37-43<br />
40<br />
40<br />
40,5<br />
40<br />
40,5<br />
Fabricante<br />
Potência Obtida (*) (%)<br />
111<br />
107<br />
104<br />
101<br />
104<br />
100<br />
99<br />
-<br />
(*) Um motor que consegue fornecer uma potência de 100cv na norma DIN 70020, forneceria segundo a norma ISO TR 14396, 107cv.<br />
Adaptado de Márquez, L. (2001).<br />
Case IH
30<br />
EVENToS<br />
Agrishow 2010<br />
Palco dos principais lançamentos agrícolas do ano, a Agrishow de Ribeirão Preto<br />
apresentou nova cara com exposição de produtos de 45 países e 730 empresas<br />
A John Deere lançou 50 produtos na Agrishow e os destaques foram a plantadeira 2130 DualFlexPro, com capacidade para plantar<br />
30 linhas com 45cm de espaçamento, e o pulverizador 4630, indicado para grãos e algodão, com motor de 165cv e barra de 24 metros<br />
Com diversas modificações na<br />
estrutura do parque, a Agrishow<br />
2010 recuperou o posto de maior<br />
feira do agronegócio brasileiro e foi considerada<br />
a maior de todas as edições. O balanço<br />
final do evento mostrou que os números em<br />
negociações atingiram R$ 1,15 bilhão. Cerca<br />
de 142 mil visitantes participaram do evento<br />
que também contou com a participação de<br />
730 empresas expositoras, de 45 países, sendo<br />
123 estreantes – 103 nacionais e 12 vindas<br />
do exterior.<br />
Como não poderia ser diferente, as empresas<br />
do setor aproveitaram para realizar<br />
lançamentos nos mais variados segmentos<br />
agrícolas. Confira alguns dos lançamentos<br />
apresentados pelas montadoras durante o<br />
evento.<br />
JOHN DEERE<br />
A John Deere apresentou 50 lançamentos<br />
O destaque da Trelleborg foi o pneu extragrande TM900 Hig Power,<br />
recomendado para máquinas com potência acima de 180 cavalos<br />
durante a Agrishow. Entre as novidades, o<br />
pulverizador 4630, indicado para grãos e<br />
algodão. A máquina conta com motor de<br />
165cv, reserva de potência de 5%, barra<br />
de 24 metros, tanque de solução de 2.270<br />
litros, suspensão pneumática, com barras<br />
estabilizadoras que auxiliam nas operações<br />
em terrenos com maior declive, mantendo o<br />
chassi nivelado ao solo. Possui acesso central à<br />
cabine. Já vem equipado com piloto automático<br />
e controlador de seção de barras.<br />
Em tratores a empresa também trouxe<br />
novidades, com mudanças de nomenclatura,<br />
modelos, novas faixas de potência e design.<br />
A série batizada de 6D passa a contar com<br />
os modelos 6110D e 6125D (os números<br />
110 e 125 indicam a potência aproximada da<br />
máquina, enquanto a letra se refere ao nível<br />
de especificação). A série 6E é formada pelos<br />
modelos 6110E e 6125E. A série 6J conta<br />
com 6110J, 6125J, 6145J, com destaque para<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
o 6165J. Na série 7, a John Deere apresentou<br />
com destaque o 7225J, juntamente com o<br />
7185J e o 7205J. Já a nova linha 8R chega<br />
ao mercado com os modelos 8245R, 8270R<br />
e 8320R.<br />
No segmento de colheitadeira a empresa<br />
também apresentou lançamentos, como a<br />
9470 STS, inserida no conceito de máquinas<br />
de cinco e seis saca-palhas. Com potência de<br />
238cv, o tamanho da plataforma é variável, de<br />
20, 22 e 25 pés. O tanque graneleiro tem capacidade<br />
para 6,7 mil litros. Vem com opção<br />
de AMS, que permite o uso do mais simples<br />
ao mais avançado sistema de agricultura de<br />
precisão.<br />
Em plantadeiras a Jonh Deere mostrou o<br />
modelo 2130 DualFlexPro, com capacidade<br />
para plantar 30 linhas com 45cm de espaçamento,<br />
reservatório para dois mil litros de<br />
sementes e seis toneladas de fertilizantes.<br />
Mas a principal novidade ficou por conta da<br />
A Pirelli apresentou novas medidas do seu pneu agrícola radial,<br />
agora nas versões 710/70R38 e 600/65R28
O Motocultivador e Pulverizador Canavieiro Sob Palha da Agrimec<br />
permite a aplicação de defensivos sob a palhada da cana-de-açúcar<br />
nova série DB, só para sementes. Segundo o<br />
fabricante, a máquina é capaz de plantar 180<br />
hectares em uma única jornada. A autonomia<br />
de 3,5 mil litros de sementes em tanques com<br />
o sistema CCS permite o plantio da soja com<br />
apenas três abastecimentos de menos de dez<br />
minutos por dia. O chassi frente articulado<br />
facilita o transporte da máquina, transformando<br />
22,5 metros de largura de trabalho<br />
em apenas seis metros no momento de ser<br />
transportada.<br />
TRELLEBORG<br />
A Trelleborg, especializada em pneus<br />
agrícolas, lançou o pneu extragrande TM900<br />
Hig Power, recomendado para máquinas com<br />
alta potência, como tratores com motorização<br />
acima de 180 cavalos. A empresa aproveitou<br />
a Agrishow para anunciar o acordo global<br />
firmado com o grupo AGCO, proprietário<br />
das marcas Massey Ferguson e Valtra, para<br />
o desenvolvimento de projetos conjuntos. A<br />
Trelleborg também acaba de firmar parceria<br />
A Santiago e Cintra lançou o Ag 500 EZ-2010 com sistema<br />
de aplicação à taxa variável (sólido e líquido) via GPS<br />
com a New Holland para fornecer pneus com<br />
exclusividade para equipar dois tratores (T<br />
7060 Power Command e T7070 Autocommand)<br />
da montadora.<br />
MAGGION<br />
A Maggion destacou os pneus diagonais<br />
com câmara de ar de alta resistência para tratores<br />
e implementos agrícolas da linha Frontiera<br />
2, lançada no ano passado inicialmente<br />
para aros 24 (dianteiros) e que agora passa a<br />
contar com a medida 12.4.28 (traseiros). O<br />
reforço em pneus diagonais sem câmara de<br />
ar de alta flutuação, da linha de transbordo,<br />
com o Super MHF 400x60x15,5 e 600x50-<br />
22,5, também foi outro destaque da empresa<br />
no evento.<br />
PIRELLI<br />
A Pirelli destacou seu primeiro pneu<br />
radial para veículos agrícolas, como trator,<br />
sprayer e colheitadeiras. Na Agrishow a<br />
empresa expôs as medidas 710/70R38 e<br />
A Agrosystem apresentou o RDS Ceres 8000i, equipamento<br />
de alta precisão no acompanhamento da colheita<br />
O destaque da Santal foi a colhedora de cana Tandem SII com caixa principal com cinco<br />
saídas e sistema tandem de tração (6x4), que permite deslocamento de até 26km/h<br />
600/65R28.<br />
AGRIMEC<br />
Dois equipamentos para o mercado de<br />
cultivo de cana-de-açúcar foram destacados<br />
pela Agrimec durante a Agrishow. O<br />
Motocultivador e Pulverizador Canavieiro<br />
Sob Palha agrega quatro operações em um<br />
único implemento (recolher, transportar a<br />
palha, aplicar insumos diretamente na terra e<br />
devolver a palha ao solo de forma enleirada).<br />
A máquina foi selecionada para concorrer ao<br />
prêmio Melhores da Terra, do <strong>Grupo</strong> Gerdau,<br />
e acaba de ser agraciada com o troféu<br />
Distinção Indústria, oferecido pelo Sistema<br />
Fiergs, no quesito inovação. Outro destaque<br />
da empresa foi o Cultivador Quebra-Lombo<br />
Rotativo com Aplicador de Herbicida.<br />
SANTIAGO E CINTRA<br />
A Santiago e Cintra destacou o Ag 500<br />
EZ-2010 com sistema de aplicação à taxa<br />
variável (sólido e líquido) via GPS, com aber-<br />
O turbo pulverizador Topspray foi<br />
o destaque da Herbicat na Agrishow<br />
Fotos <strong>Cultivar</strong><br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 31
32<br />
Arbus 2000/4000 Tower, pulverizador tipo atomizador de<br />
2000 ou 4000 litros, foi lançado pela Jacto durante o evento<br />
tura automática de seção, para pulverizador,<br />
plantadeira e distribuidor. Conta com precisão<br />
disponível de 3cm a 20cm, taxa variável<br />
de fertilizantes e corretivos em apenas um<br />
console, mapa de prescrição compatível com<br />
todos os softwares do mercado, entrada USB<br />
para carregar os mapas de aplicação, além<br />
de gerar mapa, relatório e permitir rastrear<br />
informações.<br />
SANTAL<br />
No ano em que completa 50 anos de<br />
atividades a Santal destacou na Agrishow a<br />
colhedora de cana-de-açúcar Tandem SII.<br />
Lançada em setembro de 2009, a máquina<br />
conta com caixa principal com cinco saídas e<br />
motor diesel 12 litros 1.800rpm. Através de<br />
frentes intercambiáveis, a máquina é projetada<br />
para atender colheitas em espaçamentos<br />
de 1,40m, 1,50m, 1,0m e 1,10m. Outra característica<br />
da colhedora é o sistema tandem<br />
de tração 6x4 que permite deslocamento de<br />
Mangueira Compact Sipiral, nos modelos 787TC e 797TC, da Parker,<br />
foi desenvolvida para acompanhar as novas tendências de mercado<br />
até 26km/h e tráfego em rampa de até 15%<br />
de inclinação, sem a necessidade de caminhão<br />
prancha. Como opcional a máquina oferece o<br />
kit mudas, de fácil substituição, que permite<br />
colheitas de mudas e industrial.<br />
AGROSYSTEM<br />
A Agrosystem apresentou o RDS Ceres<br />
8000i, equipamento de alta precisão para o<br />
acompanhamento da colheita, permitindo<br />
ver o mapa de rendimento. Com uma série<br />
de sensores, mede rendimento, velocidade,<br />
teor de umidade, posição do cabeçalho e<br />
do ângulo de posição. Adaptável a qualquer<br />
máquina, é facilmente configurável para<br />
atender aos diversos modelos de colheitadeiras<br />
disponíveis no mercado.<br />
JACTO<br />
A Jacto lançou na Agrishow o Arbus<br />
2000/4000 Tower, pulverizador tipo atomizador<br />
de dois mil ou quatro mil litros,<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
Fotos <strong>Cultivar</strong><br />
A Jumil destacou a plataforma JM P4-90, com quatro linhas e espaçamento de 90cm<br />
para a colheita de milho, sorgo e outras culturas para forragens plantadas em linha<br />
desenvolvido para atender à grande demanda<br />
no segmento de árvores frutíferas. Conta com<br />
um ventilador axial de 850mm de diâmetro<br />
montado em uma caixa defletora de aço inox.<br />
O sistema de aplicação é do tipo “torre” para<br />
pulverizar simultaneamente ambos os lados<br />
das plantas.<br />
HERBICAT<br />
O turbo pulverizador Topspray foi o<br />
destaque da Herbicat na Agrishow. Menor<br />
volume de calda, economia de diesel e agroquímicos<br />
e maior capacidade operacional<br />
são alguns dos diferenciais. O equipamento<br />
trabalha com turbina e direciona as gotas<br />
pulverizadas por baixo, pelos lados e por cima<br />
da planta cítrica.<br />
JUMIL<br />
A Jumil lançou na Agrishow a plataforma<br />
JM P4-90, com quatro linhas, espaçamento<br />
de 90cm, para colheita de milho, sorgo e<br />
Pulverizador autopropelido Parruda MA 3027 BL, com<br />
motor MWM de 185cv, foi o destaque da Montana
A AGR apresentou o sistema Slingshot, que coloca em<br />
contato o operador, gerentes e o suporte via internet<br />
outras culturas de forragens plantadas em<br />
linhas, e a plataforma JM PC-4, para colheita<br />
de milheto, aveia, momboça e braquiária.<br />
Ambas são acopláveis às colheitadeiras John<br />
Deere, New Holland e Massey Ferguson.<br />
PARKER<br />
A Parker apresentou na Agrishow a nova<br />
mangueira Compact Sipiral. Comparados aos<br />
convencionais, os modelos 787TC e 797TC<br />
têm como características fortes a facilidade<br />
de instalação, redução de peso e tamanho do<br />
produto final, menor volume de mangueiras e<br />
do estoque de componentes. Foram desenvolvidas<br />
para acompanhar as novas tendências<br />
do mercado de mangueiras de alta pressão,<br />
que tem migrado da norma SAE J517 para<br />
as especificações da norma ISO.<br />
MONTANA<br />
O lançamento principal da Montana<br />
ocorreu no segmento de nutrição animal,<br />
com o Nutrix Magnum, fabricado na Itália.<br />
Para acoplamento em tratores com motorização<br />
de 90cv a 100cv, conta com 7,3<br />
metros de comprimento, 2,75 metros de<br />
altura e capacidade para até 7,5 mil quilos de<br />
silagem. Possui quatro sensores de balança,<br />
duas velocidades de redutor e uma carga<br />
pode alimentar 160 animais de leite ou 240<br />
bovinos de corte. Outro destaque da empresa<br />
foi o pulverizador Parruda MA 3027 BL, com<br />
motor MWM de 185cv.<br />
GTS<br />
A GTS lançou a maior plataforma de<br />
milho do mercado, a X-10, de 24 linhas<br />
de 50cm, com sistema novo de sem-fim<br />
alimentador e adaptável às diversas marcas<br />
de colheitadeiras. Para o acoplamento basta<br />
comprar os espelhos direito e esquerdo. O<br />
modelo oferece também a possibilidade de<br />
A ZF destacou o eixo dianteiro AS-3065, com bitola estendida,<br />
desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira<br />
regulagem de inclinação na própria plataforma,<br />
de 0º a 16º, totalizando cinco pontos<br />
de inclinação.<br />
AGR<br />
A AGR, distribuidor Raven no Brasil,<br />
apresentou o sistema de agricultura de<br />
precisão Slingshot. O coração da experiência<br />
está no Slingshot Field Hub, pequeno<br />
dispositivo para instalação na cabine do<br />
veículo. O Hub conecta o seu hardware ao<br />
sinal RTK de correção e coloca em contato o<br />
operador, os gerentes e o suporte do produto<br />
via internet. O Slingshot On-line permite o<br />
monitoramento da localização dos veículos<br />
e coleta de dados da frota em tempo real.<br />
Sem interromper o serviço, dados podem<br />
ser enviados e recebidos dos operadores.<br />
As informações de campo e de aplicativos<br />
ficam armazenadas em um banco de dados<br />
seguro, que pode ser acessado em qualquer<br />
lugar em que seja possível o funcionamento<br />
de computador. Integra também o sistema a<br />
Estação Base RTK Slingshot, com alcance de<br />
pelo menos 50 quilômetros, capaz de atender<br />
mais de 800 mil hectares com sinais de<br />
correção RTK. O outro destaque da empresa<br />
ficou por conta do SCS Side Nick, sistema<br />
de injeção direta de insumos líquidos, que<br />
elimina a mistura em tanques e a necessidade<br />
de lavagem, possibilitando a aplicação da<br />
quantidade exata do produto.<br />
ZF<br />
O <strong>Grupo</strong> ZF apresentou, entre outras<br />
tecnologias, os modelos de eixos da família<br />
AS-3000, transmissões e redutores para colheitadeiras<br />
e transmissões sincronizadas para<br />
tratores. O destaque em eixos ficou por conta<br />
do dianteiro AS-3065, com bitola estendida,<br />
desenvolvido especificamente para a aplicação<br />
canavieira. Conceito apresentado ao público<br />
da Agrishow, em 2008, entrou em produção<br />
e já está sendo fornecido para modelos Valtra<br />
série BH. Com as mesmas características<br />
técnicas peculiares à família AS-3000, possui<br />
bitola de três metros e é destinado a tratores<br />
com potência de até 185cv.<br />
O trator 5065, de 65 cavalos, lançado em 2009, foi apresentado pela primeira vez no evento de<br />
Ribeirão Preto. Com motor MWM de três cilindros, é indicado para culturas como café e laranja<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 33
34<br />
A colhedora axial BC 6500 da Valtra tem motorização de 305cv<br />
e tanque graneleiro com capacidade para 10.570 litros<br />
AGRALE<br />
Além de apresentar caminhões da marca,<br />
financiáveis pelo programa Mais Alimentos,<br />
a Agrale levou para a Agrishow o trator 5065,<br />
de 65 cavalos, lançado em 2009 na Expointer,<br />
no Rio Grande do Sul, e mostrado pela<br />
primeira vez no evento de Ribeirão Preto,<br />
São Paulo. Indicado para culturas como café<br />
e laranja, conta com motor MWM de três<br />
cilindros. É equipado com super-redutor<br />
para colhedoras de café, que permite 24<br />
velocidades à frente e à ré. A menor largura<br />
(1,08m) e distância entre eixos (2,25m) da<br />
categoria são características que facilitam a<br />
manobrabilidade e as operações.<br />
VALTRA<br />
A Valtra apresentou a série BT HiSix,<br />
nova linha de tratores desenvolvida para<br />
clientes que buscam alta tecnologia. São<br />
quatro novos modelos a integrar o portfólio:<br />
BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190<br />
(190cv) e BT210 (210cv). Os lançamentos<br />
apresentam novo design de carenagem que,<br />
aliado ao capô escamoteável, oferece maior<br />
facilidade das manutenções periódicas,<br />
além de melhor ângulo de visão para o<br />
operador.<br />
Um dos principais atrativos da nova<br />
série é a transmissão HiSix, inteligente e<br />
com powershift de 24 velocidades à frente<br />
e 24 velocidades para ré. Ela permite fazer<br />
programações para cada tipo de operação<br />
e, se necessário, realizar trocas de marcha<br />
sem o auxílio de embreagem e alavancas de<br />
câmbio. Possui também o sistema hidráulico<br />
de três pontos eletrônicos, que utiliza bomba<br />
de vazão variável para facilitar os ajustes na<br />
utilização de implementos. O hidráulico<br />
eletrônico tem capacidade de levante de<br />
8.000kgf.<br />
Os quatro modelos lançados vêm equipados<br />
com os motores agrícolas AGCO Sisu<br />
Power da série 620 e 634 DSR, turbo de seis<br />
cilindros.<br />
Com a série BT, a Valtra quer reforçar<br />
a linha de produtos e ampliar o nicho de<br />
atuação, que compreende colheitadeiras, tratores<br />
e implementos agrícolas próprios, para<br />
atender com qualidade os médios e grandes<br />
agricultores de grãos, algodão, amendoim e<br />
cana-de-açúcar.<br />
A Valtra apresentou também a sua nova<br />
colhedora axial BC 6500, uma nova opção<br />
de máquina na classe 6 e alternativa entre as<br />
das classes 7 e 8, de alta performance e mais<br />
caras, e as das classes 4 e 5, mais baratas<br />
porém com menos tecnologia disponível.<br />
A BC 6500 surge como alternativa para os<br />
produtores que querem começar a investir<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
na agricultura de precisão.<br />
Fotos <strong>Cultivar</strong><br />
A Linha BT HiSix da Valtra foi apresentada com quatro modelos que serão comercializados<br />
imediatamente: BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (210cv)<br />
MASSEY FERGUSON<br />
A Massey Ferguson lançou a série de<br />
tratores MF 4200, com oito modelos com<br />
potência de 65cv a 130cv. Esta série substitui<br />
os tratores da Série MF 200, líder de vendas<br />
da empresa. Um dos destaques é a Tomada de<br />
Potência Independente (TDPI) com acionamento<br />
hidráulico. Também é padrão na série<br />
a plataforma plana com piso emborrachado,<br />
o que confere maior conforto na operação reduzindo<br />
vibrações e ruídos. A fábrica leva ao<br />
mercado opções cabinadas ou plataformadas<br />
em todos os modelos. Para melhorar a servicibilidade<br />
e facilitar a manutenção, os oito<br />
modelos ganham capô basculante. O tanque<br />
de combustível é produzido em plástico, o<br />
que diminui os riscos de contaminação do<br />
combustível, proporciona maior autonomia<br />
de trabalho com o acréscimo de 25 litros na<br />
capacidade, totalizando 100 litros. Também<br />
standard, os tratores são equipados com freio<br />
de acionamento hidráulico, o que melhora a<br />
capacidade de frenagem.<br />
Entre os demais destaques estão os tratores<br />
da nova Série MF 7000 Dyna-6, que<br />
está equipada com a transmissão inteligente<br />
Dyna-6 e que utiliza quatro grupos sincronizados<br />
de troca automatizada, cada uma com<br />
Série MF 4200 da Massey Ferguson foi lançada durante a Agrishow e contará com oito modelos que têm a tarefa de substituir a Série 200. Outro destaque<br />
foi a novas Série MF 7000 Dyna-6 que está equipada com a transmissão inteligente Dyna-6. Os visitantes puderam conferir os efeitos da transmissão numa máquina suspensa
A Case IH apresentou a Axial-Flow 8120, equipada com um motor eletrônico de<br />
425cv de potência nominal e tanque graneleiro com capacidade de 12,3 mil litros<br />
seis velocidades Dynashift, resultando em<br />
24 velocidades para frente e 24 velocidades<br />
para trás, sem a necessidade do uso do pedal<br />
de embreagem. A troca de marchas pode<br />
ser completamente automática, controlada<br />
pelo sistema eletrônico do trator, ou de<br />
forma manual. Os quatro tratores da nova<br />
Série MF 7000 Dyna-6: MF 7350 (150cv),<br />
MF 7370 (170cv), MF 7390 (190cv) e MF<br />
7415 (215cv) são equipados com os motores<br />
AGCO Sisu Power aptos a operar com 100%<br />
de biodiesel (B100). Também foi apresentada<br />
a nova colheitadeira axial MF 9690 ATR,<br />
com o rotor mais longo do mercado, e motorização<br />
de 305cv.<br />
GOODYEAR<br />
Como parte da ampliação da Série 600, a<br />
Goodyear lançou o pneu G677 MSD (Mixed-<br />
Service Drive Aplication), para aplicação no<br />
serviço misto em eixos de tração, e o G686<br />
MSS (Mixed-Service Steer Aplication),<br />
para aplicação no serviço misto em eixos<br />
direcionais e livres. Este último modelo também<br />
pode ser utilizado nos eixos de tração<br />
moderada.<br />
Além dos pneus para aplicação no serviço<br />
misto, a empresa também expôs o G677 OTR<br />
(Off the Road Service Drive Aplication), que<br />
é um pneu de tração, exclusivo para o serviço<br />
fora de estrada. E a outra novidade foi a<br />
Banda Pré-Curada G600EL, desenvolvida<br />
para aplicação no serviço regional e rodoviário,<br />
produto ideal para o uso em carretas,<br />
rodotrens, treminhões e demais aplicações<br />
em eixos livres.<br />
CASE IH<br />
A Case IH apresentou a atualização das<br />
três versões de suas colheitadeiras axiais:<br />
Axial-flow 2688, Axial-Flow 2799 e Axial-<br />
Flow 8120. As duas primeiras são atualizações<br />
dos modelos 2388 e 2399, já conhecidos<br />
pelo mercado e que agora passaram por uma<br />
espécie de upgrade, ficando muito próximos<br />
dos equipamentos vendidos nos EUA. A<br />
linha ganhou mais capacidade hidráulica e<br />
um reservatório de grãos maior, aumentando<br />
a eficiência e melhorando a logística de<br />
campo. Controles eletrônicos das funções<br />
da máquina também foram introduzidos,<br />
assim como um sistema de direção controlado<br />
por GPS.<br />
A maior colheitadeira do Brasil em capacidade,<br />
a Axial-Flow 8120, é equipada com<br />
um motor eletrônico de 425cv de potência<br />
nominal (atinge potência máxima de 468cv<br />
com Power Boost) e um tanque graneleiro<br />
com capacidade de 12,3 mil litros. A máquina<br />
possui rotor de acionamento hidráulicomecânico,<br />
eliminando correias e simplificando<br />
a manutenção. A área de limpeza, de<br />
6,6 metros quadrados, mais os 2,7 metros<br />
quadrados da bandeja de preparação, é 43%<br />
maior do que de outras máquinas existentes<br />
de mesma categoria. Sua capacidade de descarga<br />
é de 113L/seg.<br />
A empresa também apresentou ao público<br />
da Agrishow a linha Farmall de tratores<br />
de baixa potência, que marcam a entrada<br />
da Case IH neste segmento no Brasil. Os<br />
tratores Farmall 80, de 80cv, e Farmall 95, de<br />
95cv, lançados para o mercado brasileiro no<br />
ano passado, se adequaram às necessidades<br />
dos produtores, o que fez com que o projeto<br />
de nacionalização da linha fosse antecipado.<br />
Este ano os tratores foram nacionalizados<br />
e poderão ser financiados pelos programas<br />
de incentivo à aquisição de máquinas agrícolas.<br />
NEW HOLLAND<br />
Um dos destaques da New Holland na<br />
Agrishow foi a colheitadeira de duplo rotor<br />
CR9060. A versão nacionalizada deverá chegar<br />
aos clientes ainda este ano, completando<br />
a linha da empresa no mercado brasileiro. A<br />
CR9060 possui motor New Holland Tier<br />
III, com injeção Common Rail e potência<br />
de 354cv, atingindo a potência máxima de<br />
394cv e tem 11.100 litros de capacidade de<br />
carga no tanque graneleiro e descarga de<br />
110L/seg. A CR9060 opera com plataformas<br />
convencionais de 30 ou 35pés e draper de<br />
35 e 40pés.<br />
Outro destaque foi o lançamento da linha<br />
de tratores TM 7000 Canavieiro, composta<br />
pelos modelos TM7010, de 141cv, TM 7020,<br />
de 149cv, TM7030, de 168cv e TM 7040, de<br />
180cv. Seu eixo dianteiro extensível de 1,55<br />
metro até três metros, permite que eles trabalhem<br />
em qualquer espaçamento na cultura de<br />
cana-de-açúcar, rodando na entrelinha.<br />
Esta linha canavieira também tem a opção<br />
do kit cana, composto do freio pneumático e<br />
do sistema de engate traseiro próprios para<br />
engates com transbordos e plantadeiras.<br />
Os motores que equipam a Linha TM<br />
7000 são New Holland de seis cilindros,<br />
tecnologia turbo com intercooler, 6,7 litros<br />
e sistema de injeção com bomba rotativa. A<br />
linha tem duas versões de transmissão disponíveis:<br />
com câmbio mecânico ou transmissão<br />
eletro-hidráulica, ambas com embreagem<br />
hidráulica.<br />
Um dos destaques da New Holland na Agrishow foi a versão nacionalizada da colheitadeira<br />
de duplo rotor CR9060, que tem motor de 354cv e tanque graneleiro de 11.100 litros<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br 35<br />
.M
dIA dE CAMpo<br />
Para plantar<br />
Colhedora MF 9690 participou de um comparativo com outras colhedoras<br />
Colhedora MF 9690 participou de um comparativo com outras colhedoras<br />
axiais, que teve como objetivo descobrir qual modelo gera menor índice de<br />
perdas e danos aos grãos que serão comercializados como sementes<br />
A<br />
200 quilômetros de Goiânia, na fazenda<br />
Capão do Meio, propriedade<br />
da B&F Sementes, a equipe da Massey<br />
Ferguson apresentou em testes de campo o<br />
mais novo empreendimento para colheita de sementes.<br />
A colhedora axial MF 9690 passou por<br />
87 testes em condições de colheita de sementes<br />
e os resultados foram aprovados e comprovados<br />
por técnicos, produtores e agrônomos. O test<br />
drive serviu para apresentar aos produtores o<br />
desempenho da nova máquina que insere a<br />
Massey na disputa desse mercado e aumenta o<br />
seu portfólio de máquinas agrícolas.<br />
Para os sócios e produtores da B&F Luciano<br />
Fontanella, Juliano Fontanella e Alexandre<br />
da Silva Bevilacqua, parceiros da Massey e da<br />
Nidera Sementes, durante os testes realizados<br />
com a MF 9690, o resultado superou as<br />
expectativas. “Buscamos essa parceria porque<br />
acreditávamos que a nova máquina nos daria<br />
os resultados que posteriormente foram comprovados.<br />
Os testes atingiram os resultados<br />
que esperávamos dentro dos requisitos de<br />
qualidade praticados pela nossa empresa e<br />
das exigências da Nidera Sementes, que nos<br />
beneficia com seu produto.”<br />
A agrônoma da Nidera Sementes, Daniella<br />
Guimarães, confirmou os resultados obtidos em<br />
campo. “Durante os testes pude comprovar e<br />
me surpreender com o rendimento da colheita.<br />
A máquina apresentou ótimos resultados,<br />
garantindo a qualidade da semente. O valor<br />
tolerável da perda pode chegar até 6% e a MF<br />
9690 não atingiu nem 3%.” Para o diretor<br />
comercial da Massey, Carlos Alberto Amaral,<br />
além dos resultados da colheita, a nova máquina<br />
gerencia a lavoura. “Disponibilizamos uma tecnologia<br />
ímpar ao produtor que terá condições<br />
de monitorar a sua plantação de forma direta e<br />
com resultado certeiro.”<br />
Outro fator importante e que deve ser considerado<br />
na colheita de grãos para sementes é o<br />
índice obtido nas análises de tetrazólio, que, no<br />
caso do produto colhido com a MF 9690, ficou<br />
Fotos Lisandra Reis<br />
em 1%. Este teste quantifica a perda de vigor<br />
e a viabilidade de germinação da amostra. O<br />
índice obtido na amostra colhida pela MF 9690<br />
é baixo, o que mantém praticamente imutável a<br />
capacidade de germinação das sementes, mesmo<br />
após passar por todo o sistema de colheita<br />
e trilha da máquina. No mesmo teste, outras<br />
colhedoras com sistema axial de trilha atingiram<br />
o índice de 5%.<br />
O coordenador comercial da Massey,<br />
Joaquim Ferreira, ainda aproveitou a oportunidade<br />
para detalhadamente apresentar o<br />
sistema operacional da máquina. “Queremos<br />
que a MF 9690 torne-se referência na hora da<br />
compra para o produtor. Através dos resultados<br />
que estamos apresentando temos condições<br />
positivas de concorrer com o que hoje existe<br />
no mercado.”<br />
CARACTERíSiTiCAS<br />
A MF 9690 é uma máquina classe VI e,<br />
assim como a colheitadeira MF 9790 ATR,
Equipe da Massey Ferguson avalia a quantidade de<br />
grãos perdidos após a passagem da colhedora<br />
“disponibiliza ao produtor rural tecnologia de<br />
ponta, simples de operar e de fácil manutenção”,<br />
explica Ferreira. Com poucos componentes,<br />
elas têm acionamento hidrostático do rotor,<br />
o que permite que a velocidade seja ajustada e<br />
mantida independentemente das oscilações de<br />
carga do motor, mantendo uniformes a trilha e a<br />
separação dos grãos. O rotor mais longo garante<br />
capacidade plena de alimentação, simplicidade<br />
de configuração para diferentes culturas e<br />
sistema de descarga direta, que dispensa um<br />
acionamento de cilindro extra para expelir a<br />
palha da máquina.<br />
O sistema de limpeza foi dimensionado<br />
para atender a grande capacidade de alimentação,<br />
trilha e separação. Um bandejão com<br />
movimentos alternativos, que se estende sob<br />
todo o comprimento do rotor, inicia o processo<br />
de limpeza, colocando o material em camadas,<br />
que ao ser transportado para as peneiras<br />
sofre duas quedas. Desta forma, o material<br />
é submetido ao fluxo de ar do ventilador ao<br />
alcançar as peneiras. Esta característica única,<br />
além de aumentar a eficiência de limpeza, ainda<br />
proporciona a vantagem de que a máquina não<br />
necessita de acionamentos mecânicos para<br />
transportar os grãos às peneiras, reduzindo o<br />
consumo de potência, número de componentes<br />
de desgaste e eliminando os danos aos grãos no<br />
processo de limpeza.<br />
A agrônoma da Nidera Sementes, Daniella Guimarães,<br />
realizou os testes que comprovaram os resultados<br />
O motor hidráulico da máquina dispensa o<br />
uso de correias e polias e disponibiliza exclusivo<br />
sistema de reversão hidráulica do rotor. Além<br />
disso, o cilindro alimentador da trilha distribui<br />
de maneira uniforme o produto do rotor e a<br />
bandeja transportadora de grãos para as peneiras.<br />
A MF 9690 possui tanques graneleiros<br />
com capacidade para 10,5 mil litros e uma área<br />
total de peneiras de 4,7 metros. A cabine, com<br />
Ferreira espera que a colhedora torne-se<br />
referência na hora da escolha do produtor<br />
ar-condicionado, conta com acabamento automotivo<br />
com revestimento interno antirruídos e<br />
grande área envidraçada, que permite melhor<br />
visibilidade da plataforma de corte.<br />
A Massey Ferguson oferece neste modelo o<br />
Sistema Fieldstar II de Agricultura de Precisão,<br />
que fornece mapas de produtividade e informações<br />
sobre o desempenho da máquina que<br />
facilitam o gerenciamento da frota. .M
Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores<br />
38<br />
Unidades<br />
Total<br />
Nacionais<br />
Importadas<br />
Tratores de rodas<br />
Nacionais<br />
Importados<br />
Tratores de esteiras<br />
Nacionais<br />
Importados<br />
Cultivadores motorizados<br />
Nacionais<br />
Importados<br />
Colheitadeiras<br />
Nacionais<br />
Importadas<br />
Retroescavadeiras<br />
Nacionais<br />
Importadas<br />
Mil unidades<br />
2008<br />
2009<br />
2010<br />
Unidades<br />
Total<br />
Tratores de rodas<br />
Agrale<br />
Case CNH<br />
John Deere<br />
Massey Ferguson (AGCO)<br />
New Holland CNH<br />
Valtra<br />
Outras Empresas<br />
Colheitadeiras<br />
Case CNH<br />
John Deere<br />
Massey Ferguson (AGCO)<br />
New Holland CNH<br />
Valtra<br />
Cultivadores motorizados (1)<br />
Tratores de esteiras (2)<br />
Retroescavadeiras (3)<br />
MÁQUINAS EM NÚMEroS<br />
VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS<br />
AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO<br />
Variações<br />
percentuais<br />
A/D<br />
53,5<br />
64,3<br />
-83,9<br />
54,6<br />
66,1<br />
-83,6<br />
11,1<br />
68,6<br />
-94,7<br />
24,4<br />
24,4<br />
-<br />
2,4<br />
6,2<br />
-70,0<br />
113,9<br />
113,9<br />
-<br />
DEZ<br />
3,7<br />
5,5<br />
MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA<br />
Variações<br />
percentuais<br />
A/D<br />
53,5<br />
54,6<br />
109,8<br />
53,2<br />
65,5<br />
56,5<br />
-5,2<br />
141,4<br />
42,3<br />
2,4<br />
82,4<br />
-30,0<br />
357,1<br />
-12,3<br />
30,0<br />
24,4<br />
11,1<br />
113,9<br />
(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).<br />
Unidades<br />
Total<br />
Tratores de rodas<br />
Tratores de esteiras<br />
Cultivadores motorizados<br />
Colheitadeiras<br />
Retroescavadeiras<br />
Mil unidades<br />
2008<br />
2009<br />
2010<br />
JAN<br />
2,9<br />
3,1<br />
4,6<br />
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES<br />
JAN<br />
5,9<br />
4,7<br />
5,9<br />
FEV<br />
4,0<br />
3,6<br />
5,3<br />
FEV<br />
6,6<br />
4,4<br />
6,4<br />
ABR<br />
A<br />
6.034<br />
5.988<br />
46<br />
5.144<br />
5.102<br />
42<br />
60<br />
59<br />
1<br />
158<br />
158<br />
0<br />
210<br />
207<br />
3<br />
462<br />
462<br />
0<br />
MAR<br />
4,3<br />
4,1<br />
6,6<br />
ABR<br />
A<br />
6.034<br />
5.144<br />
193<br />
95<br />
945<br />
1.543<br />
893<br />
1.253<br />
222<br />
210<br />
31<br />
63<br />
32<br />
71<br />
13<br />
158<br />
60<br />
462<br />
ABR<br />
A<br />
7.813<br />
6.520<br />
136<br />
177<br />
488<br />
492<br />
MAR<br />
6,6<br />
5,6<br />
7,9<br />
ABR<br />
7,0<br />
5,2<br />
7,8<br />
2010 2009<br />
MAR<br />
B<br />
6.606<br />
6.531<br />
75<br />
5.432<br />
5.371<br />
61<br />
58<br />
53<br />
5<br />
170<br />
170<br />
0<br />
484<br />
477<br />
7<br />
462<br />
460<br />
2<br />
ABR<br />
4,5<br />
3,9<br />
6,0<br />
MAR<br />
B<br />
6.606<br />
5.432<br />
159<br />
87<br />
658<br />
1.739<br />
1.172<br />
1.404<br />
213<br />
484<br />
62<br />
154<br />
74<br />
169<br />
25<br />
170<br />
58<br />
462<br />
MAR<br />
B<br />
7.902<br />
6.391<br />
168<br />
195<br />
573<br />
575<br />
MAI<br />
4,7<br />
4,0<br />
MAI<br />
6,5<br />
4,5<br />
JAN-ABR<br />
C<br />
22.545<br />
22.312<br />
233<br />
18.384<br />
18.194<br />
190<br />
247<br />
236<br />
11<br />
509<br />
509<br />
0<br />
1.806<br />
1.781<br />
25<br />
1.599<br />
1.592<br />
7<br />
JUN<br />
5,1<br />
4,2<br />
JAN-ABR<br />
C<br />
22.545<br />
18.384<br />
626<br />
335<br />
2.555<br />
5.678<br />
3.733<br />
4.643<br />
814<br />
1.806<br />
217<br />
643<br />
281<br />
581<br />
84<br />
509<br />
247<br />
1.599<br />
JAN-ABR<br />
C<br />
28.061<br />
22.397<br />
534<br />
612<br />
2.571<br />
1.947<br />
JUN<br />
7,3<br />
4,1<br />
ABR<br />
D<br />
3.930<br />
3.645<br />
285<br />
3.328<br />
3.072<br />
256<br />
54<br />
35<br />
19<br />
127<br />
127<br />
0<br />
205<br />
195<br />
10<br />
216<br />
216<br />
0<br />
JUL<br />
5,1<br />
4,8<br />
JUL<br />
7,6<br />
5,6<br />
ABR<br />
D<br />
3.930<br />
3.328<br />
92<br />
62<br />
571<br />
986<br />
942<br />
519<br />
156<br />
205<br />
17<br />
90<br />
7<br />
81<br />
10<br />
127<br />
54<br />
216<br />
ABR<br />
D<br />
5.214<br />
4.618<br />
49<br />
161<br />
198<br />
188<br />
AGO<br />
5,1<br />
5,1<br />
2010 2009<br />
2010 2009<br />
AGO<br />
8,0<br />
5,7<br />
Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br<br />
JAN-ABR<br />
E<br />
14.798<br />
14.100<br />
698<br />
12.019<br />
11.543<br />
476<br />
169<br />
116<br />
53<br />
533<br />
533<br />
0<br />
1.131<br />
1.082<br />
49<br />
946<br />
826<br />
120<br />
SET<br />
5,5<br />
5,4<br />
JAN-ABR<br />
E<br />
14.798<br />
12.019<br />
385<br />
205<br />
1.638<br />
3.687<br />
3.036<br />
2.484<br />
584<br />
1.131<br />
141<br />
463<br />
171<br />
324<br />
32<br />
533<br />
169<br />
946<br />
JAN-ABR<br />
E<br />
19.895<br />
16.708<br />
300<br />
606<br />
1.651<br />
630<br />
SET<br />
8,0<br />
6,1<br />
A/B<br />
-8,7<br />
-8,3<br />
-38,7<br />
-5,3<br />
-5,0<br />
-31,1<br />
3,4<br />
11,3<br />
-80,0<br />
-7,1<br />
-7,1<br />
-<br />
-56,6<br />
-56,6<br />
-57,1<br />
0,0<br />
0,4<br />
0,0<br />
OUT<br />
5,5<br />
6,2<br />
A/B<br />
-8,7<br />
-5,3<br />
21,4<br />
9,2<br />
43,6<br />
-11,3<br />
-23,8<br />
-10,8<br />
4,2<br />
-56,6<br />
-50,0<br />
-59,1<br />
-56,8<br />
-58,0<br />
-48,0<br />
-7,1<br />
3,4<br />
0,0<br />
OUT<br />
8,8<br />
7,0<br />
A/B<br />
-1,1<br />
2,0<br />
-19,0<br />
-9,2<br />
-14,8<br />
-14,4<br />
NOV<br />
4,3<br />
5,3<br />
NOV<br />
7,4<br />
7,3<br />
Variações<br />
percentuais<br />
A/D<br />
49,8<br />
41,2<br />
177,6<br />
9,9<br />
146,5<br />
161,7<br />
DEZ<br />
5,4<br />
6,2<br />
C/E<br />
52,4<br />
58,2<br />
-66,6<br />
53,0<br />
57,6<br />
-60,1<br />
46,2<br />
103,4<br />
-79,2<br />
-4,5<br />
-4,5<br />
-<br />
59,7<br />
64,6<br />
-49,0<br />
69,0<br />
92,7<br />
-94,2<br />
ANO<br />
54,5<br />
55,3<br />
22,5<br />
C/E<br />
52,4<br />
53,0<br />
62,6<br />
63,4<br />
56,0<br />
54,0<br />
23,0<br />
86,9<br />
39,4<br />
59,7<br />
53,9<br />
38,9<br />
64,3<br />
79,3<br />
162,5<br />
-4,5<br />
46,2<br />
69,0<br />
C/E<br />
41,0<br />
34,0<br />
78,0<br />
1,0<br />
55,7<br />
209,0<br />
ANO<br />
85,0<br />
66,2<br />
28,1