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A mente - Homeos.pt

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qual para alguns a vida é uma repetição de uma série de traumas; a razão porque é<br />

que não conseguem aprender com os próprios erros. Freud chamou a esta insistência<br />

“o impulso da repetição”. Alice Miller, chamou-a de “ lógica do absurdo”.<br />

Por isso é fundamental compreender que se sentirmos que a nossa vida está<br />

carregada de problemas que parecem repetir-se, isso deve-se ao nosso conceito<br />

interno e que se a queremos mudar teremos que analisar o nosso "eu" , a nossa<br />

criança-interior que o compõe e trabalhar nela. Ajudá-la a desfazer os medos, e<br />

garantir-lhe que já ninguém lhe poderá fazer mal. Já é adulta e poderá defender-se.<br />

Um exemplo do aparecimento da nossa criança-interior feliz é quando nos rimos às<br />

gargalhadas e quando somos criativos e expontâneos. A criança-interior ferida aparece<br />

quando fazemos más-caras, mentimos ou fazemos birras. O melhor exemplo da<br />

criança-interior irritada é-nos dado por John Bradshaw: “ quando nos recusamos a<br />

atravessar um semáforo vermelho mesmo sabendo que ele está avariado, que não há<br />

mais ninguém à nossa volta e que nada pode acontecer de errado”.<br />

As crianças que têm uma infância reprimida tornam-se adultos pensando que o mundo<br />

lhes é hostil e que têm de defender-se dele. Para eles este é um mundo perigoso e<br />

ameaçador. Assim foi o seu ambiente familiar<br />

Quando nascemos, os primeiras rostos que vemos e que aprendemos a reconhecer<br />

com alegria, são os dos nossos pais. Como é bom sentir o peito cálido da nossa mãe<br />

quando nos dá de mamar ou nos aconchega no seu colo. Sentir a batida familiar do<br />

coração que nos acompanhou durante tantos meses. Como é bom ouvir a sua voz<br />

doce que nos embala para adormecer. Como é seguro sentir os braços fortes do<br />

nosso pai que nos abraça e nos defende, que nos levanta e nos anima quando caímos.<br />

Em quem poderíamos confiar mais? Lavam-nos, mudam-nos as fraldas, dão-nos de<br />

comer e ensinam-nos a andar e a falar. Tínhamos alternativa?<br />

Que pensará uma criança quando vê aqueles em quem ela mais confiava,<br />

espancarem-na, envergonharem-na, humilharem-na, abandonarem-na, e às vezes, em<br />

situações mais deploráveis, roubarem-lhes a própria vida.<br />

Muitos pais são vitimas de vitimas. Não podem dar o que não receberam. Era a<br />

informação que tinham. São adultos apenas fisica<strong>mente</strong>. Não cresceram<br />

psicologica<strong>mente</strong> e vivem apavorados nesse papel.<br />

Imaginem por um momento o vosso pai com três anos de idade. Vejam-no com as<br />

lágrimas correndo pelo pequeno rosto, percorrendo os cantos da casa à procura de<br />

alguém que o ouça porque se magoou ou porque simples<strong>mente</strong> procura a mãe que<br />

não encontra porque ela o deixou sozinho para ir trabalhar. Intuitiva<strong>mente</strong> não<br />

compreende como pode ser tão diferente a realidade que experimentou no interior do<br />

ventre da sua mãe e esta realidade que lhe proporcionam agora. Ele não pediu para<br />

nascer. Ninguém o ouve. Muitas vezes, quando quer chamar a atenção batem-lhe para<br />

que se cale. Vai para a cama sem uma história de embalar. Não bebe o leite morno<br />

para aconchegar. Ninguém lhe ajeita as roupas da cama. Ninguém brinca com ele em<br />

casa. Não se dirige às pessoas em quem mais confia porque parece que cada vez que<br />

o tenta fazer, elas ficam zangadas com ele e até lhe batem para que não as incomode.<br />

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