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Edição especial - Visão

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GUERRA DO GOLFO II Dinheiro<br />

l‘SADDAM OIL’<br />

O retrato do ditador iraquiano numa velha refinaria nas imediações de Bagdad<br />

CRISE<br />

Bombas em alta,<br />

petróleo em baixa<br />

Os primeiros mísseis lançados sobre território<br />

iraquiano bastaram para fazer cair o preço do crude<br />

Opetróleo é uma das personagens<br />

centrais do conflito no Golfo. O<br />

Iraque, alvo estratégico das forças<br />

aliadas, possui as segundas maiores<br />

reservas mundiais, logo a seguir à Arábia<br />

Saudita (ver infografia). A sua importância<br />

económica é óbvia.<br />

No jogo das expectativas, a incerteza sobre<br />

uma eventual intervenção militar con-<br />

duziu o barril de crude acima dos 30 dólares,<br />

o preço mais elevado desde a primeira<br />

Guerra do Golfo, em 1991, quando chegou<br />

a ultrapassar os 40 dólares.<br />

Mas a agonia inflacionista desapareceu<br />

no momento em que foram disparadas as<br />

primeiras balas, nesta segunda Guerra do<br />

Golfo. Em Londres, na sessão de mercado<br />

a seguir aos bombardeamentos da madru-<br />

Da falência<br />

ao estrelato<br />

A guerra é um tempo de incerteza. Regra geral,<br />

qualquer conflito abala o mundo dos negócios.<br />

Mas nem todos podem dizer o mesmo.<br />

Nos EUA, uma empresa que, recentemente,<br />

solicitou a protecção de credores às instâncias<br />

judiciais está a bater os recordes de subida<br />

em bolsa. Em vez de falir, a empresa tornou-se<br />

numa das mais procuradas pelos investidores.<br />

Chama-se Boots & Coots e é <strong>especial</strong>izada<br />

em responder a emergências que<br />

surjam em poços petrolíferos. Na última semana,<br />

conseguiu uma valorização de cerca de<br />

250 por cento. Nada mau para quem estava à<br />

beira de encerrar as portas e mandar os funcionários<br />

para casa. As acções desta companhia,<br />

cotadas na Bolsa de Nova Iorque a pouco<br />

mais de 70 cêntimos de dólar, estão, actualmente,<br />

a ser transaccionadas acima dos<br />

dois dólares. Tem havido uma verdadeira corrida<br />

à Boots & Coots: só na passada quarta-<br />

-feira, 19, foram transaccionados quase 80<br />

milhões de títulos.<br />

Desde que começou a falar-se da possibilidade<br />

dos iraquianos incendiarem os poços de<br />

petróleo, em retaliação do avanço das forças<br />

aliadas, os investidores viram na Boots &<br />

Coots à beira da falência uma excelente oportunidade<br />

para aplicar o seu dinheiro. E se os<br />

poços forem incendiados, a empresa vai mesmo<br />

ter muito trabalho, no Iraque. Quem comprou<br />

acções por alguns cêntimos pode muito<br />

bem ver o seu dinheiro multiplicar-se, em poucos<br />

meses.<br />

gada de quarta para quinta-feira passadas,<br />

o barril de brent tinha descido até aos 25,5<br />

dólares. Mais uma vez, são as expectativas<br />

a liderar o mercado. O preço baixa, porque<br />

os agentes esperam uma guerra de<br />

curta duração e favorável às forças aliadas.<br />

A história serve de conselheira. Em<br />

1991, as tropas norte-americanas fizeram<br />

uma intervenção rápida – de 17 de Janeiro<br />

a 28 de Fevereiro – e bem sucedida, que<br />

arrastou para baixo o preço do crude. A<br />

Organização dos Países Exportadores de<br />

Petróleo (OPEP) também deu uma ajuda<br />

ao optimismo. Os produtores garantiram<br />

que estão em condições de responder a<br />

qualquer falta de abastecimento decorrente<br />

da guerra. O presidente deste organismo,<br />

Abdullah al Attiyah, confessou, recentemente,<br />

o empenho dos produtores em<br />

manter a estabilidade do mercado.<br />

Todavia, ainda não é líquido que esta<br />

50 VISÃO 21 de Março de 2003<br />

JOCKEL FINCK/AP

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