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CADEIRA N° 22

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<strong>CADEIRA</strong> <strong>N°</strong> <strong>22</strong><br />

PATRONO:<br />

MISAEL FERREIRA PENNA<br />

Nasceu em Minas Gerais, em 23 de março de 1848, sendo que, desde 1850, passou<br />

a viver na província do Espírito Santo, para onde o trouxera o pai, abastado fazendeiro na<br />

comarca de Alegre. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Exerceu, em<br />

Vitória, cargos de magistratura e de eleição popular, de 1872 a 1875, transferindo-se, em<br />

1878, para o Rio de Janeiro, ali, a princípio, se dedicando à advocacia e, depois, ao<br />

comércio. Publicou: Discurso proferido na Libertadora Primeiro de Janeiro, em prol<br />

dos escravos, Vitória, 1874; Discurso proferido na Assembléia Provincial, em favor<br />

da moção ao gabinete de 7 de março, Vitória, 1873; Conferência nas escolas da<br />

Glória, realizada a 12 de novembro de 1874, com a presença do Imperador, sobre o<br />

tema presente e futuro da província do Espírito Santo, Rio de Janeiro, 1875; História<br />

da província do Espírito Santo, Rio, 1878. Publicou, também, um opúsculo contendo<br />

anotações à Reforma Judiciária de 1871. Sob o pseudônimo de Philemon, estampou, na<br />

imprensa de Vitória, duas sátiras, Capitão Azáfama, em verso, e Livro Negro, em prosa,<br />

versando sobre o sestro do vitupério e o abuso das melhorias de aposentadorias,<br />

respectivamente. Suicidou-se na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1881,<br />

contando apenas 33 anos de idade.<br />

In Memoriam<br />

O Dr. Misael Penna legou-nos uma das melhores crônicas sobre a Província do<br />

Espírito Santo e proferiu, aqui e no Rio de Janeiro, aplaudidos discursos e conferências,<br />

que são modelos do classicismo retórico no cuidadoso da exposição, no desenvolver dos<br />

argumentos e no vigor cintilante da frase.<br />

Nossos leitores terão ensejo de verificar a verdade do que asseveremos, lendo o<br />

discurso abaixo, extraído do precioso arquivo do nosso colaborador e amigo, Prof.<br />

Heráclito Amâncio Pereira:<br />

Minhas Senhoras e meus Senhores:<br />

DEUS, PÁTRIA E LIBERDADE!<br />

Navegantes ousados do futuro, no campo de nossa bandeira trazemos inscrita esta<br />

divisa – Deus, Pátria e Liberdade; paladinos das iminidades populares, trazemos erguido<br />

esse programa, que para nós constitui um brasão de honra; soldados das pugnas da<br />

ordem, trazemos levantado esse estandarte, que para nós forma uma insígnia de<br />

redenção; Sarcedotes humildes da doutrina do Calvário, trazemos estampados, nas<br />

fachadas do nosso templo, esses três símbolos, que para nós são as três chaves do oiro,<br />

com que vamos escancarar as portas da escravidão para dar passagem aos nosos irmãos<br />

em Cristo, que lá vivem imersos nos limbos do cativeiro!...<br />

Salve, “Associação Primeiro de Janeiro!” No trono do Criador dos mundos – Deus;<br />

nas terras de nosso berço – Pátria; nas aras sacrossantas de nosso direito – Liberdade,<br />

salve, três, vezes salve!<br />

Eu vos saúdo! (...)<br />

(In: Revista Quinzenal Ilustrada VIDA CAPICHABA, ano IV – n. 62. Red e oficinas: Rua José Marcelino, 56.<br />

Redatores: Manoel Lopes Pimenta e Elpidio Pimentel. Vitória, 15 de fevereiro de 1926).<br />

]


1º. OCUPANTE:<br />

CARLOS NICOLETTI MADEIRA<br />

Nasceu em Vila Velha, ES, em <strong>22</strong> de abril de 1909. Fundou e dirigiu a revista<br />

Channaã, de excelente feitura e de grande penetração nos meios sociais e culturais de<br />

todo o Espírito Santo. Bacharel em Direito. Publicou: Romance de Teresa Maria, em duas<br />

edições - 1937/1946; Caiçaras, contos, com prefácio de Viriato Correia, 1934, e traduziu<br />

os nove capítulos da parte final, 2º tomo, de Viagens pelo Distrito dos Diamantes e<br />

Litoral do Brasil, de Auguste Saint-Hilaire, sob o título “Segunda viagem ao interior do<br />

Brasil - Espírito Santo”. (V. 72º volume da Coleção Brasiliana, São Paulo, Editora Nacional,<br />

1936). Faleceu em Vitória, em 20 de dezembro de 1969.<br />

A Memória de Teresa Maria<br />

Foi Osvaldo quem m’a apresentou:<br />

— Minha mãe.<br />

E voltando-se para mim:<br />

— Meu amigo Raul!<br />

— Muito prazer!... disse-lhe, curvando-me, respeitosamente.<br />

Ela sorriu.<br />

— Meu filho! Falou-me, maternal, com carinho na voz. E pediu-me que me sentasse<br />

ao seu lado, que assistíssemos juntos àquela festa. Era a entrega dos diplomas aos<br />

doutorandos da turma que fora a minha.<br />

Sobre um tablado cheio de rosas enfileiravam-se os novos doutores; lá estava o<br />

Osvaldo, vermelho, emocionado, dentro de um smoking, distintamente.<br />

Solene e aparatoso esse momento! Eu recordava: longe ficavam minhas travessuras,<br />

e o padre Simpício, a repreender-me, gravemente; esfumado pelo tempo, num<br />

embaralhamento de traços, uma confusão de idéias, o olhar, o doce olhar de Frei<br />

Francisco; e àquela voz de desconforto, do céptico vigilante, a despertar-me do sonho...<br />

[...]<br />

(In: Romance de Teresa Maria)


2º. OCUPANTE:<br />

ADELPHO POLI MONJARDIM<br />

Nasceu em Vitória, ES, em 16 de setembro de 1903. Filho do Barão de Monjardim,<br />

que ocupou a presidência do Espírito Santo, no Império e na República, e de Beatrice Poli<br />

Monjardim. Romancista, historiador e geógrafo dos mais redenciados do Estado.<br />

Incursionando na política, foi deputado estadual e, por duas vezes, prefeito municipal de<br />

Vitória. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e de outras entidades<br />

culturais do país, é detentor das seguintes condecorações: Medalha do Pacificador,<br />

conferida pelo Exército; Medalha do Mérito Tamandaré, da Marinha de Guerra do Brasil;<br />

Medalha da Solidariedade Italiana, concedida pelo governo da Itália; Medalha de<br />

Bronze, comemorativa do centenário de falecimento de Duque de Caxias, oferecida pelo<br />

38º B. I; Medalha Regente Feijó, no grau de Grande Oficial; Medalha Antônio Vidal<br />

Negreiros, do governo da Paraíba, no grau de Grande Oficial; Medalha da Legião do<br />

Mérito Presidente Antônio Carlos, do Estado de Minas Gerais, no grau de Grande<br />

Oficial; Crachá Amigo da cidade de São Paulo; Medalha dos Ex-Combatentes da<br />

Força Expedicionária Brasileira na Segunda Grande Guerra; Medalha de Prata,<br />

outorgada pela Câmara Municipal de Vitória, pela colaboração nos festejos do 4º<br />

Centenário de Vitória; Medalha de Prata (Honra ao Mérito), concedida pela Prefeitura<br />

Municipal de Vitória; Placa de prata com distintivo de ouro, do Rotary Clube de Vitória;<br />

Medalha de de Ouro, concedida pela revista Brasília, como Intelectual do Ano - Destaque<br />

1981; Medalha de Ouro, oferecida pelo povo de Vitória, quando seu primeiro prefeito<br />

municipal por eleição (1959-1963). Publicou: O tesouro da ilha da Trindade, Rio, Editora<br />

A Noite, 1942; Novelas sombrias, prêmio Muniz Freire do Concurso Literário e Científico<br />

do Espírito Santo, Rio, Editora A Noite, 1944; Vitória Física, prêmio Cidade Vitória,<br />

instituído pela Câmara Municipal de Vitória, 1949; A Torre do Silêncio, contos, s/d;<br />

Bolívar e Caxias, paralelo entre duas vidas, prêmio General Tasso Fragoso da<br />

Biblioteca do Exército; O Exército visto por um civil, prêmio do Exército Brasileiro; O<br />

Grande Almirante, biografia de Tamandaré, editado pela Marinha de Guerra, 1976; Um<br />

mergulho na pré-História, Fortaleza, CE, Editora Henriqueta Galeno, 1976; Sob o véu<br />

de Ísis, contos, Fortaleza, Editora Henriqueta Galeno, 1978; Os imigrantes, romance,<br />

Fortaleza, Editora Henriqueta Galeno, 1980; O Espírito Santo na História, na Lenda e no<br />

Folclore, Rio, Editora Vozes, 1984; O Saldanha do meu tempo, páginas de memórias,<br />

Vitória, Editora Revista Canaã, 1984; O preço da glória, biografias, edição do Instituto


Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 1985; e O Ícaro brasileiro, biografia de Santos<br />

Dumont, edição da Biblioteca do Exército, no prelo. Faleceu em julho de 2003.<br />

A oeste, limitando para aquelas bandas a expansão da baía de flutuação, estende-se<br />

a imponente ponte Florentino Ávidos.<br />

A bela ponte metálica é um dos mais preciosos ornamentos da baía de Vitória e,<br />

incontestavelmente, obra de magna importância. Por si só a sua construção notabilizou o<br />

governo do preclaro presidente Florentino Ávidos. Ligando Vitória ao continente trouxe à<br />

capital notável desenvolvimento e grande desafogo ao comércio, asfixiado pela carência<br />

de comunicação rápidas e seguras com o resto do Estado.<br />

A superestrutura da ponte foi feita na Alemanha pela Maschinenfabrik Augsbourg<br />

Nürnberg. Seu peso total é de 2.787.268 toneladas, sendo que 46.760 correspondem ao<br />

peso total da balaustrada.<br />

A montagem da ponte foi dirigida e orientada pela fábrica fornecedora, que para tal<br />

fim enviou um engenheiro e sete contramestres, que iniciaram os serviços em 1º de março<br />

de 1927.<br />

A ponte consta de seis vãos com o estrado respectivo de cimento armado. Cinco<br />

vãos com o comprimento de sessenta e seis metros por doze de largura, incluindo os<br />

passeios, estendem-se sobre o canal sul que separa a ilha do Príncipe do continente. Um<br />

único vão, também de sessenta e seis metros por doze de largura, lança-se sobre o canal<br />

norte, entre a mesma e Vitória.<br />

O estrado da ponte eleva-se a seis metros sobre o nível do mar, maré cheia, no canal<br />

sul e, em idênticas condições, quatro no canal norte. [...]<br />

(In: MONJARDIM, Adelpho Poli. Vitória Física (geografia, história e geologia). Prêmio Cidade de Vitória de 1949. 1º<br />

Ed. Revista Canaan Ed. 1951. 2º Ed. Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vitória. 1995. p. 40 e 41).


3º. OCUPANTE:<br />

LEONARDO PASSOS MONJARDIM<br />

Nasceu em 11 de junho 1973, em Vitória-ES. Bacharel em Direito, foi fundador e<br />

idealizador da Academia Jovem de Letras do ES, e ainda, do Conselho Esatadual da<br />

Juventude. É o idealizador da Lei Estadual que criou o dia do escritor, historiador e<br />

colecionador capixaba. Publicou seu primeiro trabalho em 2001, A Publicidade na<br />

Relação de Consumo. No mesmo ano, publicou História Política da Família Monjardim,<br />

pela Lei “Rubem Braga”. Estratégias para Efetivação de uma Reforma Agrária no<br />

Estado do Espírito Santo – Escola Superior de Guerra do Rio de Janeiro (2002). Em<br />

2003, publicou: Patrimônios e logradouros de Fradinhos, O antigo casarão, Reflexão<br />

sobre o poder, A justiça tarda mais não falha, 100 anos de Adelpho Poli Monjardim,<br />

Jovens escritores capixabas e Catálogo da Política do Estado do Espírito Santo.<br />

Possui ainda três trabalhos inéditos: Academia Jovem Espírito-santense de Letras –<br />

Patronos e Acadêmicos, Biografia de um homem e Vozes da América.<br />

O Estado do Espírito Santo e seus Governantes<br />

No dia 1 o de junho de 1534, Dom João III, rei de Portugal, assinou a carta de doação<br />

atribuindo 50 léguas de terra na costa brasileira a Vasco Fernandes Coutinho. Era a<br />

capitania do Espírito Santo. Ela se estendia até a linha de Tordesilhas, limite de expansão<br />

dos territórios de Portugal e Espanha. A capitania tinha cerca de 5 mil e 500 léguas<br />

quadradas, ou seja, 33 mil quilômetros quadrados. No dia 7 de setembro do mesmo ano<br />

foi emitido o foral, estabelecendo direitos e deveres dos colonos com relação à Coroa<br />

portuguesa e ao próprio capitão. Munido desses dois documentos fundamentais, o<br />

donatário pôde reunir seus companheiros de aventura e preparar a viagem para as terras<br />

que lhe pertenciam.<br />

Tudo leva a crer que a expedição limitava-se a uma caravela, batizada de Glória, na<br />

qual embarcaram, no porto de Lisboa, no início de 1535, Vasco Fernandes Coutinho e<br />

seus homens. No dia 23 de maio de 1535, a Glória tocou a costa da capitania do Espírito<br />

Santo, despertando a atenção dos índios que logo colocaram-se em grupos armados na<br />

praia, tentando impedir o desembarque, mas o disparo de alguns tiros provocou pânico e<br />

afugentou os índios. Como tudo se passou no dia dedicado ao Espírito Santo, no<br />

calendário católico, os novos colonos deram este nome a um rio que haviam encontrado.


Na verdade, tratava-se do braço de mar que formava a baía de Vitória, em seguida deram<br />

o mesmo nome à cidade então fundada. Mais tarde o nome foi estendido a toda a<br />

capitania.<br />

Fundada 35 anos após a descoberta do Brasil, a Capitania do Espírito Santo<br />

organizou-se no local onde é hoje a cidade de Vila Velha, sob a administração do<br />

donatário Vasco Fernandes Coutinho. Passados 13 anos de governo sem prosperar a<br />

capitania, Coutinho propôs em <strong>22</strong> maio de 1558 ao Governador Geral Mém de Sá, que<br />

suas terras fossem entregue a outro desbravador, recebendo as terras Mém de Sá<br />

transfere em <strong>22</strong> de maio de1558 o governo a Belchior de Azeredo, que mais tarde o<br />

passou a Vasco Fernandes Coutinho Filho, que por morte deste, em 1589, assumiu o<br />

governo Dona Luiza Grinalda, esposa de Vasco Fernandes Coutinho Filho.<br />

Em 1593, com a viagem de Dona Luiza Grinalda para Portugal, essa entregou<br />

definitivamente a administração da capitania ao seu assessor Miguel de Azeredo. Depois<br />

de 182 anos sob regime de capitania, iniciam-se os governos dos Capitães-Mores,<br />

subalternos ao governo-geral. O primeiro Capitão-mor a assumir o governo foi Antônio de<br />

Oliveira Madail, tomando posse em 1 o de janeiro de 1721. Esse regime perdurou por 82<br />

anos sendo exercido por 8 capitães-mores tendo alguns se destacado, como o Capitão-<br />

Mor Ignácio João Monjardim que governou o Estado entre 1789 a 1798, sendo um dos<br />

mais enérgicos governantes da capitania principalmente contra os índios que saqueavam<br />

vilas e fazendas por todo o estado e piratas que tentavam invadir a Ilha de Vitória. [...]<br />

(In: Revista da Academia Espírito-santense de Letras. Vitória 2005)

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