Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras - World ...
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ma<strong>de</strong>ira brasileiras –a Europa, que consome 37% da celulose aqui produzida 162 - vem se<br />
preocupando em saber como se dá o manejo <strong>de</strong>stes plantios e o Selo Ver<strong>de</strong> atestaria sua<br />
sustentabilida<strong>de</strong>. Neste contexto, atualmente a empresa passou a se articular para a<br />
obtenção <strong>de</strong> outro selo, <strong>de</strong> atribuição nacional e menor “peso” que o do FSC.<br />
A articulação mundial da “Re<strong>de</strong> Deserto Ver<strong>de</strong>” tomou corpo no terceiro Seminário,<br />
“Os danos socioambientais da monocultura do eucalipto no Espírito Santo e na Bahia”,<br />
realizado pela AGB-Vitória, a FISENGE –Fe<strong>de</strong>ração Interestadual dos Sindicatos dos<br />
Engenheiros e o SENGE/ES –Sindicato dos Engenheiros do Estado do Espírito Santo em<br />
19.06.2.000, na UFES.<br />
Este encontro contou com a presença do geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber e outros<br />
estudiosos, <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, órgãos e fóruns <strong>de</strong> discussão socioambiental, como a ACAPEMA<br />
–Associação Capixaba <strong>de</strong> Proteção ao Meio Ambiente, a ONG Amigos da Terra/<br />
Internacional, o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, <strong>de</strong><br />
representantes do Po<strong>de</strong>r Executivo e Legislativo do Espírito Santo –como Jarbas <strong>de</strong> Assis,<br />
Secretário <strong>de</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong> Vitória/ES e os <strong>de</strong>putados Cláudio Vereza (PT/Estadual) e<br />
João Carlos Coser (PT/Fe<strong>de</strong>ral)-, <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvem projetos alternativos ao<br />
mo<strong>de</strong>lo da monocultura, como a COOPICAR –Cooperativa <strong>de</strong> Produção e Comercialização<br />
<strong>de</strong> Carvão <strong>de</strong> <strong>São</strong> Mateus e a APTA –Associação <strong>de</strong> Programas em Tecnologias<br />
Alternativas, e <strong>de</strong> representantes das comunida<strong>de</strong>s impactadas.<br />
Foram apresentados e discutidos os impactos sociais, econômicos e ambientais<br />
resultantes das políticas públicas florestais e se contrapôs ao mo<strong>de</strong>lo da monocultura do<br />
eucalipto algumas alternativas <strong>de</strong> projetos sustentáveis. Aprofundava-se o <strong>de</strong>bate sobre a<br />
atuação do Estado como fomentador do projeto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> celulose para exportação,<br />
prática da Ditadura Militar que se perpetua no momento atual através <strong>de</strong> uma legislação <strong>de</strong><br />
favorecimento, <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> incentivos fiscais e da ausência <strong>de</strong> fiscalização.<br />
A discussão sobre a atuação do aparelho estatal frente ao pólo celulósico capixaba<br />
aprofundou-se em outros dois momentos. Um <strong>de</strong>les foi na ocasião do veto do Governador<br />
José Ignácio ao Projeto <strong>de</strong> Lei n.º 252/2001, do Deputado Nasser Youssef (PPS), que<br />
disciplina a monocultura do eucalipto (ver p.71). O veto resultou no “Seminário<br />
162 MORA, Admir L. e GARCIA, Carlos H. A cultura do eucalipto no Brasil. <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, SBS, 2000. As<br />
exportações brasileiras <strong>de</strong> celulose assim se distribuem: 2% para a América Latina, 26% para a América do<br />
Norte, 35% para a Ásia e Oceania, 37% para a Europa.<br />
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