Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico

FUTEBOL
No meio-campo estará
a chave do clássico
Por causa das baixas de Jesus e das dúvidas de Jesualdo o Benfica-Porto
de domingo começará a decidir-se nas escolhas dos treinadores
para o meio-campo
TEXTOS JOÃO NUNO COELHO / FOOTBALL IDEAS
Miguel Vidal/Reuters
Origem dos golos de benfica
e FC Porto na liga 2009/10
LIGA 2009/10 BENFICA FC PORTO
Ataque organizado 11 14
Contra-ataque 6 2
Bola parada 20 11
Esteja o Sp. Braga pelos ajustes
(e não ganhe em Paços de Ferreira)
e o clássico pode para já decidir o
“Campeão de Natal”, dado que, para sermos
rigorosos, o de Inverno apenas se conhecerá
no fim da primeira volta do campeonato.
Isto depois do FC Porto ter recuperado
cinco pontos nas últimas três jornadas
e surgir na Luz aparentemente em
melhor momento do que os encarnados,
até porque, ao contrário daqueles, se
apresenta na máxima força.
Vai ser a estreia do duelo Jesus-Jesualdo
enquanto técnicos dos dois gigantes e
aguardam-se com ansiedade as suas opções,
mormente na zona fulcral do relvado:
o meio-campo. E aí se poderá decidir
muita coisa.
Jorge Jesus chega ao clássico com o seu
miolo debilitado pelas ausências de Ramires
(lesionado), Di Maria e Coentrão (suspensos).
Perde assim uma das características
fundamentais do processo ofensivo encarnado:
a velocidade nas transições defesa-ataque
habitualmente coroada com os
cruzamentos para a área. Incólume ficará
(se Aimar recuperar até domingo) a vertente
mais criativa do jogo benfiquista, as-
Os principais municiadores de jogo
de FC Porto e Benfica na liga 2009(10
Os “mais” de cada equipa (médias/jogo) BENFICA FC PORTO
Assistências Fábio Coentrão - 6 Falcão - 4
Passes de ruptura Saviola - 2.1 Belluschi – 1.9
Cruzamentos Di Maria - 7 Meireles – 4.3
segurada pelo argentino, com a colaboração
de Javier Saviola, que recua muitas vezes
para a posição 10, o que resulta em combinações
entre os dois jogadores, habitualmente
através de passes curtos na zona em
frente à área adversária.
Sem o elemento velocidade disponível,
prevê-se que Jesus aposte num meio-
-campo mais musculado, com César Peixoto
na esquerda e Carlos Martins na direita.
Os dois portugueses, apesar de serem
pouco rápidos, garantem uma boa
qualidade de passe e de cruzamento.
A resposta de Jesualdo deverá privilegiar
igualmente a contenção e a solidez
defensiva no centro do terreno, a exemplo
do que tem feito nos jogos fora de casa
na Liga dos Campeões. Assim, o colombiano
Guarin tem mais possibilidades de
jogar de início do que o argentino
Belluschi, já que fornece ao meio-campo
a força e consistência defensiva que aquele
não garante. Não é por acaso que Guarin
tem jogado mais do que o seu concorrente
directo na Liga dos Campeões. Ou seja,
poderá muito bem ser a resposta para o
dilema do interior-direito que Jesualdo
continua a viver na presente temporada.
Vai ser a estreia
do duelo Jesus-
-Jesualdo enquanto
técnicos dos dois
gigantes e
aguardam-se com
ansiedade as suas
opções, mormente
na zona fulcral
do relvado: o meio-
-campo. E aí se
poderá decidir
muita coisa
Histórico: 75 jogos
> 40 VITÓRIAS DO BENFI-
CA (53%) ;
> 23 EMPATES (31%);
> 12 VITÓRIAS DO FC
PORTO (16%)
Resultado típico
> 1 x 1 (13 jogos)
Maior vitória do Benfica
> 12X2(1942/43)
Outlook | Sábado, 19.12.2009 | 29
BENFICA-FC PORTO,
Estádio da Luz,
Amanhã, 20.15, Sportv1
Quim
Maxi Luisão David Luiz shaffer
Javi Garcia
Carlos Martins César Peixoto
Aimar
Saviola
Rodriguez
Falcão
Fernando
Helton
Cardozo
Varela
Raúl Meireles Guarin
Álvaro Pereira Bruno Alves Rolando Fucile
Maior vitória do FC
Porto
> 0-2 (1950/51)
ÚLTIMOS 5 JOGOS
> 2008/09 1 x 1
> 2007/08 0 x 1
> 2006/07 1 x 1
> 2005/06 1 x 0
> 2004/05 0 x 1
O principal objectivo será impor dificuldades
de criação aos pensadores de
jogo do Benfica, Aimar e Saviola, o que poderá
mesmo implicar uma adaptação no
sistema de jogo de Jesualdo, que já por várias
vezes utilizou Cristian Rodriguez
como quarto elemento do meio-campo
quando a equipa defende.
O uruguaio não é um centro-campista
de raiz, mas teve na época passada um
papel preponderante no reforço do sector
intermédio, a partir do seu posicionamento
como extremo-esquerdo. Rodriguez
foi muitas vezes o elemento-
-chave no equilíbrio da equipa, baseado
na flexibilidade entre o 4-4-3 (no processo
ofensivo) e o 4-4-2 (no momento
defensivo), assegurando maior consistência
ao conjunto, designadamente em
jogos da Liga dos Campeões, nos quais se
tornam mais prementes as dificuldades
de actuar com apenas três elementos no
meio-campo.
Ficará então apenas um problema para
Jesualdo resolver - qual dos avançados se
sentará no banco: Falcao, Varela ou Hulk?
Afinal de contas, um problema que muitos
treinadores gostariam de ter.