GUIA DE ACESSIBILIDADE: - Mara Gabrilli
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6 - A acessibilidade no espaço público<br />
A problemática da acessibilidade física ao ambiente construído vem sendo trabalhada já há<br />
algum tempo no Brasil. Contudo, o tema se encontra em diferentes situações nas diversas cidades<br />
brasileiras. De modo geral, observa-se uma transformação a partir da década de 1990, quando<br />
alguns projetos iniciam a incorporação de elementos acessíveis, e os movimentos e associações<br />
de pais, amigos e pessoas com deficiência trabalham no sentido de garantir a todos o direito de<br />
ir e vir, sem o qual nenhuma pessoa pode realizar atividades cotidianas, obter os benefícios e<br />
usufruir o direito à saúde, à educação, à cultura e ao lazer.<br />
Atualmente, com a determinação do Decreto nº 5.296/2004, que definiu prazos para atendimento<br />
das condições de acessibilidade (tanto nas vias públicas, como nas edificações), a inserção da<br />
acessibilidade passa a ser uma questão prioritária no planejamento das cidades e nos projetos<br />
urbanos e de edificações.<br />
A acessibilidade nas vias públicas deve ser pensada para todos os cidadãos, usuários do sistema, e<br />
não somente para o veículo motorizado. Deve-se atentar para o componente mais vulnerável, em<br />
aspectos de segurança: o pedestre. Nesse sentido, vale ressaltar a definição de via pública, segundo<br />
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB): “superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,<br />
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central”. Devendo, portanto, a<br />
via pública oferecer condições de segurança e conforto a todos os seus usuários, inclusive aos que<br />
têm deficiência ou mobilidade reduzida, com atenção especial ao pedestre.<br />
6.1 - Calçadas<br />
Também de acordo com o CTB, calçada é a parte da via, não destinada à circulação de veículos,<br />
reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário, sinalização,<br />
vegetação e outros afins.<br />
As calçadas proporcionam, além do trânsito exclusivo de pedestres, o seu acesso às edificações e,<br />
de forma integrada, ao mobiliário e demais equipamentos urbanos dos espaços públicos. Porém,<br />
faz-se necessário que este trânsito seja realizado através de rotas acessíveis, independentemente<br />
de possuírem ou não algum tipo de restrição de mobilidade. As rotas acessíveis são trajetos<br />
contínuos, com piso, inclinação e dimensões adequadas, de fácil identificação e livres de qualquer<br />
tipo de obstáculos (NBR 9050:2004).<br />
Guia de Acessibilidade: Espaço Público e Edificações<br />
Muitos são os obstáculos encontrados nas calçadas. Alguns dificultam a circulação geral de<br />
pedestres; outros afetam mais diretamente àquelas pessoas com deficiência ou mobilidade<br />
reduzida.<br />
Exemplos comuns de obstáculos à circulação geral de pedestres:<br />
• Calçada sem manutenção no piso;<br />
• Degraus nas calçadas, ocasionados por rampas irregulares de garagens;<br />
• Grelha em situação irregular, com dimensionamento e posicionamento de abertura<br />
inadequados;<br />
• Mudança brusca do tipo de piso, causando descontinuidade no passeio;<br />
• Elementos mal posicionados, obstruindo o passeio (plantas e árvores ornamentais, postes,<br />
mobiliário urbano etc.)<br />
• Inclinação acentuada de calçadas e desníveis;<br />
• Mesas e cadeiras (obstáculos temporários) ocupando o espaço da faixa livre de circulação;<br />
• Veículos automotores estacionados no leito da calçada;<br />
• Materiais de construção, lixos e entulhos lançados na calçada;<br />
• Elementos e equipamentos não sinalizados;<br />
• Bancas de comércio (feiras) posicionadas na calçada, restringindo o espaço de circulação do<br />
pedestre;<br />
• Arbustos com espinhos e/ou com galhos baixos e sem proteção;<br />
• Canteiros dispostos inadequadamente nas calçadas.<br />
Foto 01 – Caixa de inspeção (tampa retirada)<br />
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