450 - Secretaria Municipal de Educação - Mogi das Cruzes
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<strong>Mogi</strong> <strong>450</strong> anos<br />
Educando em <strong>Mogi</strong> - nº 54 - ano IX<br />
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Segundo Villaça, “No ato do alistamento<br />
o voluntário recebia o uniforme<br />
completo, capacete, arma, marmita<br />
e cantil. Ao voltar pra casa eu contei a<br />
minha mãe, o acontecido... O Rolandro<br />
embarcou e eu me alistei. Minha<br />
mãe ficou <strong>de</strong>sesperada e pediu que eu<br />
voltasse para entregar tudo que peguei<br />
na hora do alistamento. Concor<strong>de</strong>i<br />
com ela e fui <strong>de</strong>volver, mas não <strong>de</strong>volvi<br />
embarquei naquele dia mesmo para<br />
Queluz, divisa <strong>de</strong> São Paulo com Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro. Ao chegar fui intitulado primeiro<br />
tenente da 1º e 2º Cia por ser o<br />
único voluntário a ter se apresentado<br />
fardado. E aos meus cuidados ficaram<br />
vinte soldados. Só que infelizmente<br />
Rolandro foi para Caçapava, só o encontrei<br />
no fim da revolução”.<br />
Em to<strong>das</strong> as frentes houve combates<br />
violentos. No entanto, em agosto<br />
e setembro, ficou comprovada a superiorida<strong>de</strong><br />
<strong>das</strong> forças do Governo<br />
Fe<strong>de</strong>ral, que contava com mais armas,<br />
munições e soldados. Segundo Villaça,<br />
“As dificulda<strong>de</strong>s eram muitas, cheguei<br />
a ficar três dias sem comer, nessa oca-<br />
sião eu e meus homens tivemos que<br />
matar uma vaca, um ato <strong>de</strong> extrema<br />
necessida<strong>de</strong>. Houve também em alguns<br />
momento o uso da matraca, pois<br />
seu barulho confundia-se muito com<br />
os <strong>das</strong> metralhadoras, o uso <strong>de</strong>sse artifício<br />
era necessário nas horas em que<br />
estávamos sem munições”.<br />
Apesar <strong>de</strong> São Paulo estar em <strong>de</strong>svantagem,<br />
a luta durou três meses,<br />
terminando em outubro, quando os<br />
paulistas, cercados pelas tropas, se<br />
ren<strong>de</strong>ram. No total, foram 87 dias <strong>de</strong><br />
combates (<strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> julho a 4 <strong>de</strong> outubro<br />
<strong>de</strong> 1932 - sendo o último dois dias<br />
<strong>de</strong>pois da rendição paulista), com um<br />
saldo oficial <strong>de</strong> 934 mortos, embora<br />
estimativas não-oficiais reportem até<br />
2.200 mortos. Inúmeras cida<strong>de</strong>s do in-<br />
O <strong>de</strong>scontentamento da elite paulista<br />
com o Governo Provisório <strong>de</strong> Getúlio<br />
Vargas e a crise econômica mundial, que<br />
afetava o País <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1929, foram gran<strong>de</strong>s<br />
fatores que levaram jovens paulistas às<br />
frentes <strong>de</strong> batalha em 9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1932<br />
terior do estado <strong>de</strong> São Paulo sofreram<br />
danos <strong>de</strong>vido aos combates. Em meio<br />
a este saldo trágico <strong>de</strong> mortos, havia<br />
dois mogianos <strong>de</strong> sangue que doaram<br />
suas vi<strong>das</strong> heroicamente para o bem <strong>de</strong><br />
São Paulo, Fernando Pinheiro Franco<br />
e Cabo Diogo Oliver.<br />
Mesmo <strong>de</strong>rrotados, os paulistas tiveram<br />
ganhos políticos. O governo<br />
provisório se comprometeu em levar<br />
avante o processo <strong>de</strong> reconstitucionalização<br />
do país. Outro ganho para São<br />
Paulo, em agosto <strong>de</strong> 1933, os paulistas<br />
passaram a ter um interventor paulista<br />
e civil, como <strong>de</strong>sejava a elite. O interventor<br />
que assumiu o governo <strong>de</strong> São<br />
Paulo foi Armando Sales <strong>de</strong> Oliveira.<br />
A revolução <strong>de</strong> 1932 provocou uma<br />
reorganização na política nacional e foi<br />
um marco do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>puração<br />
<strong>das</strong> elites civis e militares.<br />
O <strong>de</strong>stino nos reservou a alegria <strong>de</strong><br />
vermos <strong>Mogi</strong> representada em diferentes<br />
momentos da nossa história nacional.<br />
Embora tenha contribuído para tal,<br />
Tavírio não se sente nosso herói e diz<br />
apenas “ter vivido a vida do jeito que ela<br />
<strong>de</strong>veria ser vivida”, ou seja ter cumprido<br />
com o seu papel <strong>de</strong> “cidadão mogiano”.<br />
Glória aos nossos heróis!<br />
Glauco Ricciele Prado Lemes da Cruz Ribeiro é graduado<br />
em História pela Universida<strong>de</strong> Braz Cubas.<br />
Regina Célia Rissoni Valentim é graduada em História<br />
e Pedagogia com pós-graduação em Psicopedagogia<br />
e Formação <strong>de</strong> Especialista em <strong>Educação</strong>.