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a violência em “Pulp Fiction”e “Cães - Faculdade de Comunicação ...

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<strong>de</strong>stinariam tanto ao aspecto cognitivo, e, sim, mais à sensibilida<strong>de</strong>. Crimes,<br />

aci<strong>de</strong>ntes fatais 51 , histórias <strong>de</strong> feitos heróicos <strong>em</strong> ambientes inusitados são mostrados<br />

(noticiados!) <strong>de</strong> modo que as <strong>em</strong>oções possam, propositadamente, ser solicitadas<br />

por qu<strong>em</strong> quer que assista à encenação do cotidiano dos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

Em resposta, artigos <strong>de</strong> “especialistas”, sejam eles antropólogos, sociólogos ou<br />

profissionais da imprensa, apressam­se <strong>em</strong> associar a escalada da <strong>violência</strong> aos mass<br />

media, con<strong>de</strong>nando programas <strong>de</strong> TV e filmes como Pulp Fiction. Com freqüência,<br />

essas “críticas” são fundamentadas ou <strong>em</strong> estudos <strong>de</strong> audiência, com a abordag<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> cima do probl<strong>em</strong>a da recepção, ou <strong>em</strong> análises <strong>de</strong> conteúdo, que não dão conta<br />

da forma dos filmes, muito menos da catarse do público 52 .<br />

As críticas <strong>de</strong>sfavoráveis aos filmes <strong>de</strong> Tarantino têm a ver com isso na medida<br />

<strong>em</strong> que bat<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre na mesma tecla, acionando a banalização da <strong>violência</strong> e a<br />

cultura “inútil” como principais argumentos <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> um esvaziamento <strong>de</strong><br />

sentido. Nada mais impróprio: o cin<strong>em</strong>a, a forma como trabalha os gêneros e conta<br />

suas histórias são os t<strong>em</strong>as <strong>de</strong> seus filmes, sua preocupação maior. Aos que buscam<br />

estilo no conteúdo do cin<strong>em</strong>a feito por Tarantino, o próprio t<strong>em</strong>a da <strong>violência</strong> ­<br />

consi<strong>de</strong>rada por essas pessoas como “escatológica”, vazia <strong>de</strong> significado e facista ­<br />

encarrega­se <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro o equívoco <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> posicionamento.<br />

51 Basta, por ex<strong>em</strong>plo, l<strong>em</strong>brarmos das “inúmeras” quedas do vôo da TAM, verda<strong>de</strong>ira novela estendida por s<strong>em</strong>anas<br />

a fio.<br />

52 NASCIDOS para matar. Revista Veja, São Paulo, p. 100, 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1996.<br />

A matéria citada acima constitui­se <strong>em</strong> um bom ex<strong>em</strong>plo: ela aborda o caso <strong>de</strong> dois jovens que teriam se inspirado<br />

nas cenas <strong>de</strong> um filme para praticar assaltos a mão armada, seguidos <strong>de</strong> homicídios.<br />

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